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Terceira temporada de ‘Atlanta’ atrasa e não tem mais previsão de lançamento no Brasil

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Foto: Divulgação

No início de agosto, o Star+ anunciou dentre os lançamentos do catálogo deste mês, a esperada terceira temporada da aclamada série “Atlanta”, para esta quarta-feira (24). Mas sem uma divulgação oficial da plataforma, os assinantes procuraram pelo conteúdo e não encontraram no site.

Procurada pelo MUNDO NEGRO, a assessoria nos respondeu que ainda não tem o pronunciamento oficial do Star+: “A estreia da terceira temporada foi adiada e, por enquanto, não temos nova previsão”.

No Twitter, os assinantes questionaram o silêncio da empresa. Um internauta, que publica diversas curiosidades sobre os streamings, disse que checou pelo API (Interface de programação de aplicações) e a temporada “já estava COMPLETA com DUBLAGEM e LEGENDAS pt-BR no sistema DESDE 8 DE JUNHO”. E acusou o Star+ de apagar as publicações nos perfis.

“Cadê a terceira temporada?”, perguntam diversos assinantes na página oficial do streaming, que continuam sem respostas. “E Atlanta, hein? Ia chegar ontem, não chegou e só fingiram que tá tudo certo… A estrela tá cadente”, tweetou um dos internautas.

No dia 15 de setembro, será a estreia da quarta e última temporada de “Atlanta” nos Estados Unidos. Vencedora de cinco Emmys, a série recebeu duas indicações a premiação deste ano, pela categoria de Melhor Ator em Série de Comédia com o Donald Glover (Earn) e Melhor Direção em Série de Comédia.

As duas primeiras temporadas de “Atlanta” estão disponíveis no Star+ e na Netflix.

https://twitter.com/vishmidia/status/1562646983491235841

‘King Shaka’: Nova série sobre o Rei do Império Zulu está sendo desenvolvida pela Showtime

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Foto: Joseph Sinclair / Danny Kund.

A plataforma norte-americana Showtime anunciou o desenvolvimento de uma série baseada na história de Shaka Zulu, o grande guerreiro e estrategista responsável por transformar o Império Zulu, entre os séculos XVIII e XIX, num dos maiores reinos da história da África e da humanidade. O ator Charles Babalola, dará vida ao icônico personagem em ‘King Shaka’ (‘Rei Shaka’, em tradução livre). “Obrigado Showtime, toda a equipe criativa, CBS e Antoine Fuqua por confiarem em mim para liderar esta série”, comemorou Babalola através das redes sociais. “Irei interpretar uma das figuras mais importantes da história da África do Sul e da história humana. Shaka Sezangakhona. Essa vai é para a África do Sul”.

Charles Babalola. Foto: Divulgação.

De acordo com a sinopse oficial, enraizado em eventos reais, ‘King Shaka’ conta a história do fundador do Império Zulu, Shaka (Babalola), e sua improvável ascensão ao poder, unindo várias tribos em vastas extensões do sul da África no início do século 19. Ele transformou seu poder em lenda, vivenciou batalhas ferozes que testaram o corpo e a alma, além de ter se mostrado um gênio nas alianças entre os laços de amor e amizade.

“A poderosa história do Rei Shaka e da Nação Zulu fala ao coração de tudo com que nos identificamos como africanos. É uma bênção e uma honra compartilhar a grandeza da história do povo Zulu com uma abordagem completa e diferenciada que serve como um microcosmo para a história africana em todo o continente. Não poderíamos estar mais animados para reintroduzir essa narrativa da perspectiva de seu próprio povo e compartilhá-la com o mundo”, declararam os produtores da obra em comunicado.

‘King Shaka’. Ilustração: Danny Kundzinsh.

A produção da obra começa em setembro, na histórica província da África do Sul de KwaZulu-Natal (KZN), local de nascimento do Rei Shaka, e será totalmente filmada na África do Sul, com previsão de estreia para 2023. ‘King Zulu’ deve chegar ao Brasil pela plataforma Paramount+.

Após criticar a Disney por ‘abandonar atores negros’, John Boyega diz que não retornará para ‘Star Wars’

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Foto: Divulgação / Disney

O ator John Boyega revelou numa recente entrevista para o programa ‘Tell Me Everything With John Fugelsang’ que não deseja retornar para a franquia ‘Star Wars’. Dentro da série de filmes da Disney, o ator dava vida ao personagem Finn. “Acho que meu personagem foi deixado em um bom momento em que se pode apreciá-lo noutras coisas, nos jogos, na animação. Mas sinto que (os episódios) VII a IX já bastaram para mim“, comentou o ator.

Anteriormente, Boyega já tinha criticado a Disney por abandonar atores negros, deixando seus personagens ‘de lado’. “Eles deram todas as nuances a Adam Driver, todas as nuances a Daisy Ridley (atores brancos)”, destacou o ator. “Sejamos honestos. Todo mundo sabe. Não estou expondo nada.”

“[O] que eu diria para a Disney é não trazer um personagem negro, comercializá-los para serem muito mais importantes na franquia do que eles são e depois colocá-los de lado. Não é bom”, disse Boyega para a QG, ainda em 2020. “Você sabia o que fazer com essas outras pessoas negras, mas preferiram não fazer nada.”

“Isso não faz com que eu me sinta amargo, de forma alguma”, continuou o ator para o ‘Tell Me Everything‘. “O meu pai me ensinou que às vezes você é o cara que ganha a bênção, a boa experiência, e às vezes você é como Moisés, no sentido em que leva o povo até a montanha, mas não chega no estino. Você só ajuda os outras a chegarem lá, e isso é felicidade o suficiente para você. É fantástico ver que agora, apesar de tudo, os estúdios estão se posicionando e apoiando os atores negros”.

Boyega interpretou Finn em ‘Star Wars: O Despertar da Força’ (2015), ‘Star Wars: Os Últimos Jedi’ (2017) e ‘Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019)’.

Não! Não Olhe! e a sociedade do espetáculo

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“E lançarei sobre ti coisas abomináveis, e envergonhar-te-ei, e pôr-te-ei como espetáculo“

-Naum 3:6

O vencedor do Oscar, Jordan Peele, revolucionou e redefiniu o terror moderno com Corra! e depois Nós. Agora, ele nos traz um novo pesadelo pop: o épico de terror, Não! Não Olhe! O filme reúne Peele com o vencedor do Oscar Daniel Kaluuya (Corra, Judas e o Messias Negro), que se junta a Keke Palmer (As Golpistas, Alice) e o indicado ao Oscar Steven Yeun (Minari: Em Busca da Felicidade, Okja) como residentes em uma ravina solitária do interior da Califórnia que testemunham uma descoberta estranha e assustadora. Não! Não Olhe! Que co-estrela Michael Wincott (Hitchcock, Westworld) e Brandon Perea (The OA, American Insurrection), é escrito e dirigido por Jordan Peele e é produzido por Ian Cooper (Nós, A Lenda de Candyman).

Antes de mais nada é importante ressaltar que, apesar de eu achar o filme sensacional, consigo enxergar que ele será divisivo. Há pessoas que irão amar, mas também pessoas que irão odiar. Isso porque o filme não traz respostas imediatas, obvias ou soluções únicas pros que gostam de encontrar significados claros no que assistem. Não! Não Olhe! é uma metafora muito bem elaborada por si só e a analise que tentarei trazer aqui pode ser uma das dezenas que você pode encontrar por ai. E “dezenas” não é uma brincadeira.

Acredito que a metafora mais obvia em torno do filme é sobre como ele traz uma crítica a sociedade do espetáculo, sobre como a sociedade lida com a espetacularização das coisas. Durante o longa você nota que Peele trabalha diferentes perspectivas da forma de lidar com traumas e diferentes perspectivas da busca pelo reconhecimento e fama.

Daniel Kaluuya e Keke Palmer

Ao mesmo tempo que os protagonistas estão lidando com algo que é extremamente perigoso o objetivo da maioria deles é tirar proveito da exposição que aquele perigo inédito pode trazer para eles. Seja proveito financeiro, seja fama ou até mesmo a busca pela cena perfeita em nome da arte. Eu consigo aqui falar sobre essas diferentes formas de olhar o perigo e desejar algo dele.

Poster Não! Não Olhe!

Emerald (Keke Palmer) está em busca do reconhecimento, da fama e espaço que ela não conseguiu conquistar com seu trabalho e talento e também o reconhecimento por seus antepassados negros que, embora tenham feito parte da história do audio-visual, não foram reconhecidos.

O.J ( Daniel Kaluuya) apesar de mais humilde e centrado também busca reconhecimento, talvez não exatamente da mesma forma que sua irmã, mas ainda assim uma busca pelo reconhecimento de sua familia.

Jupe (Steven Yeun) foi um ator de sucesso e após o incidente com um Chimpanzé no set teve sua série cancelada e passou a explorar essa tragédia por lucro. Além da busca pelo sucesso novamente, Jupe lida com trauma e a forma com a qual ele ainda acredita ter controlado o trauma enquanto jovem tornando-o capaz de controlar um perigo atualmente. Uma analise completamente irreal da situação, provavelmente emocionalmente guiada pelo trauma com o chimpanze no set em sua infancia.

O diretor de fotografia (Michael Wincott) busca um reconhecimento e consolidação através da arte. A partir do momento em que se dispõe a filmar o perigo ele acaba se entregando a esse objetivo e no fim nota-se o amor insensato pela arte.

Ainda dentro do filme temos representações da midia tradicional com um reporter do TMZ buscando o furo de reportagem e prejudicando o plano de O.J e Emerald.

Cena do filme Não! Não Olhe!

É muito interessante ler o filme como uma crítica a como Hollywood se apossa de coisas que são além de compreensão, nesse aspecto podemos citar a propria personalidade humana, o interior de cada um, em prol de um espetaculo que ignora traumas, ou melhor, se apropria de traumas para lucrar.

Dentro de tanta analogia e metalinguagem, fica impossível não se deliciar com a ideia de que o perigo, na qual todos ali buscam encontrar reconhecimento, fama ou lucro, acaba por sugar essas pessoas para a morte. É como se todos girassem em torno da busca egoista por algo e no final das contas aquele buraco os levasse para o fracasso. Mais interessante ainda é que esse buraco vem dos céus, não é apenas um precipicio, é algo que os fazem olhar PARA CIMA, colaborando com a ilusão de ascenção a partir daquilo. Em vários momentos do longa Jordan Peele faz chover moedas e chaves, que podem representar a riqueza e a busca das pessoas por respostas e solução através das portas da fama. Mas essa chuva de moedas e chaves vem após a exploração da vida, são moedas e chaves retiradas de outras vitimas e estão cobertas por sangue trazendo consigo a morte.

Emerald (Keke Palmer) e O.J (Daniel Kaluuya)

Eu poderia passar horas falando sobre como esse filme é muito perspicaz em suas analogias e acredito que o mais interessante de tudo isso é que VOCÊ pode ser capaz de absorver muitas coisas diferentes das que eu absorvi.

Ainda existem muito mais interpretações e discussões propostas por Jordan Peele, mas acredito que eu poderia estragar sua experiência ao explorá-las nesse texto, por isso indico que vá aos cinemas o quanto antes.

Não! Não Olhe! Além de um trabalho magnifico de metalinguagem e cinematografia é visualmente fantástico e merece o seu IMAX.

Me procurem nas redes sociais, certamente eu quero discutir mais sobre esse filme 😀


Mulheres negras tiveram menos acesso ao pré-natal e maiores índices de mortalidade materna entre 2014 e 2020

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Foto: Divulgação/Fiocruz

O número de mulheres negras que morreram durante a gravidez ou 42 dias após o fim da gestação foi de 8 a mais, a cada 100 mil nascidos vivos, do que entre mulheres brancas entre 2014 e 2019. Os índices de pré-natal adequado também são piores entre as mulheres negras. No primeiro ano da pandemia de Covid-19, o número de gestantes que realizaram o pré-natal de forma adequada caiu 1,44% entre mulheres negras, enquanto a queda foi de 0,54% entre mulheres brancas. Os dados foram apresentados na nota técnica “Desigualdades raciais na saúde: cuidados pré-natais e mortalidade materna no Brasil, 2014-2020” divulgada no dia último dia 17, pelo IEPS.

Segundo Jéssica Remédios, pesquisadora do IEPS e uma das autoras do estudo, a mortalidade materna é um problema que pode ser evitado com investimentos em atenção básica. “Esse é um problema grave de saúde pública, em especial para as mulheres pretas, mas que em 92% dos casos pode ser evitado. Para isso, o poder público precisa fortalecer a atenção primária e implementar a Política Nacional de Saúde da População Negra nos municípios brasileiros”, explica a pesquisadora do IEPS. Entre 2014 e 2019, a média da Razão de Mortalidade Materna (RMM) para mulheres negras foi de 61,6, enquanto para mulheres brancas foi de 53,8.

Na atenção primária, o fortalecimento da Estratégia de Saúde da Família (ESF) é um das ações práticas que podem contribuir para a redução das desigualdades raciais na saúde brasileira. Segundo Rony Coelho, pesquisador de Economia da Saúde do IEPS, o fortalecimento da estratégia de Saúde da Família, por exemplo, é um caminho eficiente para reduzir as desigualdades entre mulheres negras e brancas. “Um dos focos centrais da Saúde da Família é o acesso ao pré-natal adequado. O atendimento contínuo por equipes multiprofissionais é a melhor forma de detectar complicações de forma precoce. O que ajuda, inclusive, na redução de mortes maternas, que em sua maioria acontecem por causas evitáveis”, explica o pesquisador do IEPS.

A pandemia também prejudicou o acesso de mães negras aos cuidados pré-natais. Os dados apontavam para uma redução do diferencial entre gestantes negras e brancas nos anos anteriores à crise sanitária. “A pandemia de Covid-19 aprofundou as desigualdades sociais em diferentes sentidos, inclusive em relação à saúde das mães negras do nosso país. Os ganhos que obtivemos entre 2014 e 2019, que já não eram tão expressivos, foram perdidos em 2020. É urgente que haja políticas de fortalecimento da Atenção Primária e de ações voltadas ao cuidado das mães e mulheres negras”, afirma Jéssica Remédios.

Pré-natal: mais da metade das mulheres pretas da região norte do Brasil não tiveram acesso adequado em 2014

As desigualdades raciais também marcam as diferentes regiões do Brasil. A nota técnica mostra que, em 2014, 52,9% das gestantes pretas do norte do país não tiveram acesso adequado ao pré-natal. No mesmo ano, gestantes brancas da região sudeste apresentaram 21,7% de pré-natais inadequados. No comparativo, os índices de consultas pré-natais inadequadas foi 2,4 vezes maior entre mulheres pretas no norte do Brasil.

No Norte, mesmo em 2019 e 2020, anos que apresentam índices melhores, o número de pré-natais inadequados permaneceu alto entre mulheres pretas, variando de 42,9% para 44,7% no período. É considerado pré-natal inadequado os casos em que a assistência médica começou apenas após o terceiro mês de gestação ou que foram realizadas menos de seis consultas durante toda a gravidez.

Barbie em homenagem a Madam C.J. Walker é lançada nos EUA

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Foto: Mattel

Homenagem é da parte da coleção Barbie Signature Inspiring Women. C.J. Walker é a primeira mulher negra milionária dos EUA

A empresária e ativista Madam C.J. Walker é a nova homenageada da coleção Barbie Signature Inspiring Women, que cria bonecas Barbie em homenagem a mulheres inspiradoras. A boneca que celebra a primeira mulher negra milionária nos EUA foi lançada na quarta-feira (24).

Em entrevista para a revista Essence, a tataraneta de C.J. Walker, A’Lelia Bundles falou sobre como a boneca pode contribuir para que mais pessoas conheçam a história de sua ancestral. “Significa muito que agora as meninas de todos os lugares possam brincar com uma boneca Madame C.J. Walker e aprender mais sobre ela organicamente”. Ela ainda acrescenta: “A imagem e o simbolismo desta boneca levarão a história de Madame Walker ao mundo de outra maneira.”

Bundles é jornalista e historiadora. Foi ela quem ajudou a desenvolver a boneca, que vem acompanhada de mini embalagens que lembram os produtos de beleza criados por Walker para pessoas negras.”Era importante mostrar Madame Walker sob uma luz diferente”, disse. “Ela adorava roxo e turquesa. No passado, as fotos eram em preto e branco, então você não podia ver isso. Então foi bom que pudéssemos dar a ela um pouco de capricho e usar cores mais brilhantes”, contou A’Lelia Bundles durante a entrevista. A tataraneta de Walker também é autora da biografia que conta a história da empresária negra.

No início de 2022, a Mattel lançou uma boneca inspirada na jornalista e ativista Ida B. Wells. Outras personalidades negras como a Dra. Maya Angelou, Rosa Parks e Ella Fitzgerald também já foram homenageadas pela marca.

Viúva de Kobe Bryant vence processo de R$ 81 milhões por fotos do acidente que matou marido e filha

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Foto: Reprodução/Instagram

Em decisão da justiça americana, Vanessa Bryant deve ser indenizada pelo Condado de Los Angeles depois que socorristas e policiais fizeram fotos dos destroços do acidente que vitimou o atleta da NBA e sua filha Gianna Bryant, em 2020

Em decisão proferida pela justiça americana na última quarta-feira (24), ficou determinado que Vanessa Bryant, viúva do atleta da NBA, Kobe Bryant, deve receber o pagamento de US$ 16 milhões (cerca de R$ 81 milhões) pelo compartilhamento de fotos tiradas pelos primeiros policiais e socorristas que chegaram ao local do acidente que também matou a filha do jogador.

O acidente de helicóptero aconteceu em 2020 e também fez outras oito vítimas. De acordo com o TMZ, Vanessa tinha medo que as fotos dos destroços tiradas pelos policiais fossem divulgadas algum dia. O site ainda afirma que os agentes compartilharam as imagens com amigos, familiares, com estranhos em um bar e até durante uma festa com bombeiros.

Além de Vanessa, Chris Chester, que perdeu a esposa Sarah e a filha, Payton Chester, no acidente de helicóptero deve receber US$ 15 milhões. O TMZ conta ainda que durante o julgamento, os advogados de defesa alegaram que as fotos foram apagadas de todos os dispositivos e que nunca vieram à tona, o que não justificaria “motivo para alarme de que pudessem vazar”.

Craig Lavoie, advogado de Vanessa Bryant, afirmou durante o júri que “o condado violou os direitos constitucionais da Sra. Bryant e do Sr. Chester”. Familiares de outras vítimas do mesmo caso receberam US$ 2,5 milhões no ano passado.

A viúva de Bryant comemorou o resultado da sentença nas redes sociais “Tudo por você! Eu amo-te! JUSTIÇA para Kobe e Gigi!

No dia 23 de agosto, data em que Kobe Bryant faria 44 anos, a viúva do jogador de basquete havia publicado uma homenagem para o marido falecido no Instagram. Na mensagem, ela dizia: “Feliz aniversário. baby! Eu te amo e sinto muito a sua falta! #44”.

Fred Nicácio é destaque ‘Queer Eye Brasil’, novo reality show da Netflix

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Fred Nicácio. Foto: Divulgação.

Nesta quarta-feira (24), estreou mundialmente o novo reality show da Netflix, Queer Eye Brasil. Nele, Fred Nicácio atua como um dos apresentadores do programa, que conta histórias sobre relações de afeto, carinho e identificação. “Durante as gravações de Queer Eye Brasil, vivi dias de muitas e fortes emoções, e isso me mudou e vem me transformado até agora”, comentou Nicácio, que para o reality é classificado como um ‘Fabuloso’. “O programa fala exatamente sobre isso. Transformação de vida. É o reality para toda a família ver, se divertir e se emocionar”.

Nascido no Rio de Janeiro, Fred é médico atuante na área de dermatologia, com formação em fisioterapia. No novo programa, o fabuloso, que possui uma visão plural sobre bons hábitos, alimentação, atividade física, foca seu trabalho no bem-estar dos convidados.

Em Queer Eye Brasil, os participantes terão suas rotinas invadidas pelos fabulosos, que vão ajudá-los a melhorar a autoestima e a qualidade de vida. Com direção de Andrea Cassola e produção da Floresta, o reality show é um licenciamento da NBCUniversal Formats, divisão da Universal International Studios.

Fred Nicácio ao lado de um convidado em ‘Queer Eye Brasil’. Foto: Netflix.

Originalmente produzido nos Estados Unidos pela Scout Productions e ITV Entertainment, o reality show Queer Eye se transformou em um fenômeno global, com diversas versões pelo mundo. Desde 2018, o formato recebeu nove Primetime Emmy Awards. 

“Mais perto do que nunca”, diz Ludmilla sobre sonho de encontrar Beyoncé

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Ludmilla e Beyoncé. Foto: Divulgação / Getty.

Em recente entrevista para o podcast PopPah, Ludmilla falou sobre seu amor e admiração por Beyoncé. A cantora norte-americana foi a grande inspiração de Lud no cenário musical. “Quando eu vi a Beyoncé cantando e dançando ao mesmo tempo, pensei ‘nossa é possível fazer isso ao mesmo tempo?’. Eu estudei ela e fiquei com muita vontade de fazer o que ela fazia, cantar para multidão, ter um monte de gente cantando as minhas músicas. Aí eu comecei a escrever música”, destacou a brasileira.

Reconhecida no país inteiro com músicas e projetos de sucesso, Ludmilla também comentou sobre seu sonho de conhecer Beyoncé. “Agora que tenho dinheiro para ir no show dela, ela não faz mais show. Está mais perto do que nunca encontrá-la ao vivo”, disse ela.

A intérprete do ‘Numanice’ contou ainda como a Queen B serviu como uma grande fonte de referência em sua vida, indo além da música. “Era zoada na escola porque as crianças não entendiam o que era implante [aplique]. O pessoal não entendia e dizia: ‘Ela está com cabelo de morto na cabeça’. Eu tentava fazer o douradão da Beyoncé no cabelo. Era muito fã dela, imitava”, contou. “Não parava de comprar DVD dela. Ficava no Youtube o tempo inteiro, tentando fazer as melodias e notas, porque ela canta demais. Eu novinha com aquela vozinha fininha. Virou minha referência e minha maior inspiração”.

Quando começou a carreira, Lud era classificada como ‘MC Beyoncé’. Seu primeiro sucesso veio com ‘Não Olha Pro Lado’, uma versão brasileira da música ‘Check On It’.

“Apesar dos meus 80 anos, acho que posso continuar trabalhando”, afirma Neusa Borges

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Foto: Carlos Fernando/Divulgação

Atriz celebra 65 anos de carreira em 2022 com trabalhos na TV, cinema e no streaming

Uma das nossas grandes referências das telenovelas, do teatro e do cinema brasileiro, Neusa Borges está completando 65 anos de carreira e aos 80 anos, tudo o que ela quer é trabalhar e ser feliz.

A atriz foi reconhecida inúmeras vezes pelos trabalhos realizados na televisão. Na categoria “Melhor Atriz Coadjuvante”, Neusa ganhou o Prêmio APCA de Televisão (1992) pela novela “De Corpo e Alma”, Prêmio Contigo! de TV (1997) em A Indomada e o Diploma Comigo Ninguém Pode (2005) pela atuação na novela América. Além de ter recebido o Prêmio Top of Business na categoria de Melhor Atriz pelo papel de Cema na novela Caminho das Índias. Em março de 2022, a atriz recebeu o prêmio Ubuntu – de Cultura Negra pelas contribuições como artista.

Em entrevista para o Mundo Negro, a atriz, que acumula prêmios até mesmo como cantora, profissão que a levou para o mundo das artes, afirma que está em busca de mais um. Ela quer ser reconhecida pelos trabalhos no cinema. E produções não faltam. Até o presente momento Neusa Borges já tem três filmes lançados com sua participação, são eles: “Juntos e Enrolados” pela Netflix Brasil, como a Margareth; “Vale Night” que foi lançado no cinema em março e hoje está sendo exibido pelo canal Star+ Brasil, como a Avó de Daina (Gabriela Dias); e “Barba, Cabelo e Bigode” lançado recentemente pela Netflix Brasil, como a Dona Espir que é a avó de Richardsson (Lucas Peteado). Ela também finalizou as gravações dos filmes “Mussum”, produzido pela Netflix Brasil, e as gravações do primeiro filme coproduzido pelo Nós do Morro, chamado “A Festa do Léo”.

Neusa Borges falou com exclusividade sobre sua trajetória e contou suas experiências de enfrentamento do racismo durante sua carreira.

A senhora começou a carreira como cantora, mas conhecemos mais seus trabalhos como atriz. Como aconteceu a ida para a dramaturgia?

Eu comecei a cantar muito cedo, nas festinhas de escola, casa de amigos. Eu gostava mesmo de cantar. Mas aí junto com o cantar veio dançar, então eu fiquei muitos anos cantando e dançando. Eu cantei muito nas noites paulistas, viajava com show cantando. Substituí a Elza Soares muitas vezes, em muitos shows, onde ela não podia comparecer, ia a Neusa Borges. Em 1967/68 eu conheci o Vinícius de Moraes e ele sempre dizia que eu cantava e dançava muito, mas que dentro de mim existia uma atriz que quando desabrochasse ainda seria uma das maiores atrizes desse país. Não sei se ele disse isso brincando ou se foi real, mas só sei que quando ele voltou de uma viagem que fez para a Europa eu estava no palco já fazendo a peça “Hair” (1969), onde eu cantava e dançava e fui considerada a revelação do ano com essa peça, da qual, inclusive, ganhei um contrato com uma gravadora, na época a Polydor, mas que eu não cumpri esse contrato. Eu tive problemas e não quis gravar. 

Depois do Hair vieram outras peças, Capital Federal (1972), Teatro de Cordel e eu fiquei naquela, cantando, dançando e representando. Aí vieram os convites para novela e eu segui minha vida fazendo exatamente isso. Mas antes de entrar para televisão e fazer novela, eu participei de muitos filmes, inclusive filmes internacionais, trabalhei com Lando Buzzanca, com Jacques Charrier, então daí eu misturei tudo e já estava fazendo teatro, cinema e cantando na noite. 

E foi fazendo a peça no Teatro de Cordel que o Dennis Carvalho foi assistir e logo em seguida pintou um convite para televisão para fazer “Escrava Isaura” (1976), que foi a minha primeira novela na Globo, e daí não parei mais. Era cantando, dançando, representando, fazendo novela, fazendo teatro. Foi uma balbúrdia. E, inclusive, teve uma época até que diziam que existiam duas artistas completas no Brasil, que era Marília Pêra e a Neusa Borges. 

Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, em 2021, a senhora falou sobre não saber se queria fazer mais novelas. E agora a vemos em muitos filmes que estão no ar. Como tem sido gravar tantos longas?

Não foi só em 2021 que eu pensei em não fazer mais novelas. Muitos anos antes, pensei em desistir da carreira de atriz, de cantora, de desistir do mundo artístico, porque sempre foi aquela coisa, que eu sempre detestei e sempre briguei na hora de assinar contratos sobre essa coisa da mulher ganhar menos que o homem. E eu sempre ficava mais danada ainda, porque além de ter que ganhar menos que o homem, eu tinha que ganhar ainda menos por ser mulher negra. Porque sempre foi essa coisa, primeiro o homem branco, depois a mulher branca e depois o homem negro e por último a mulher negra. E eu sempre briguei feio com isso. Tanto que até hoje, quando me chamam para assinar contrato eu já digo “Olha, não quero essa coisa de ganhar como mulher negra, não. Eu quero ganhar o quanto eu mereço ganhar”. Eu sempre falo isso antes de assinar contrato. Então eu pensei em desistir muitas e muitas vezes.

Sempre dava aquela coisa de participação ou eu era convidada para fazer um papel pequeno, de repente, as pessoas costumam dizer que os negros sempre faziam papel de escravo, papel de empregada, eu nunca briguei por isso. Eu gostava era de fazer. Gostava de entrar com papel pequeno e terminar junto com as atrizes principais (risos). Isso eu acho que é uma coisa que sempre incomodou muita gente. Mas se eu era contratada para fazer aquilo, eu fazia aquilo. Talvez eu fizesse bem demais e por isso sempre apareceu e por isso eu até me acostumei a ganhar prêmio, prêmio, prêmio. Eu achava muito engraçado. Mas eu sempre pensei em desistir sim porque é muito sacrifício trabalhar muito e ganhar pouco e ver as pessoas ganhando os tubos. 

Só porque eu sou negra que eu tinha que ganhar menos? Então vinham as encrencas. E eu sempre com essa coisa de querer parar. E, na grande realidade, eu queria ser cantora, nunca passou pela minha cabeça ser atriz. Mas já que apareceu, a gente faz aquilo que Deus quer não aquilo que a gente quer. E papai do céu quis que eu fosse atriz. E eu não canto mais, eu parei depois da música Folhetim. Me aborreci demais, fiquei chateada, aborrecida. Ganhei até um disco de ouro volume 7, quando foi gravado. Cantei na novela Dancin’ Days (1978). Foi a música principal da Ópera do Malandro, eu tive que fazer teste para cantar essa música, com John Neschling, inclusive. Tanta coisa, tanto sucesso para depois a música acabar com a dona do sucesso, a Gal Costa. Isso me aborreceu mesmo e parei de cantar, não quis mais ser cantora também. Resolvi ser só atriz. E com a minha queda, infelizmente, do carro alegórico no carnaval de 2003, eu também tive que parar de fazer teatro porque eu fiquei com 22 parafusos, três placas, prótese na cabeça do fêmur, então para mim hoje seria muito difícil continuar fazendo teatro. Então continuei só fazendo mesmo televisão e cinema, que é ainda mais fácil para mim, e atualmente com a pandemia, a novela ficou difícil, mas eu continuei fazendo cinema. Nunca parei de fazer cinema e novela, só parei de cantar e dançar, infelizmente.

A senhora é uma figura marcante nas novelas brasileiras. Podemos esperar vê-la em alguma novela? Se sim, pode dar detalhes?

Minha última novela foi Salve Jorge (2012) e é incrível, as pessoas perguntam sempre se eu não vou mais fazer novela, porque eu sumi das novelas. Eu tive dois AVCs, um depois da novela A Vida da Gente (2011) e depois da novela Salve Jorge (2012), então eu tive que dar, claro, uma parada. Mas existe uma coisa que é real, só vou fazer uma novela se eu for convidada, ninguém nunca mais me convidou para fazer, então o que que eu posso fazer? Nada. Ficar aguardando. Inclusive as pessoas tão sempre me perguntando “por que você não tá na novela da Glória?”, “Passou por duas novelas e você não estava”. Ué, não estava porque ela não me convidou. Claro, se ela me convidasse eu estaria, porque eu tenho a Glória como a glória da minha vida das novelas. Com certeza as melhores novelas que eu fiz foram as novelas dela. Desde a novela Carmem (1987), a Dalva de “O Clone” e “Caminho das Índias”, muitas novelas eu fiz com ela, mas ela me convidou. Agora, se ela não me convida eu não posso estar e se o outro autor não me convida eu também não posso estar. E eu estou amando fazer minissérie, talvez porque sejam menos capítulos e mais curta. E até agora só gravei minisséries maravilhosas, essa vai estrear agora, talvez, antes do final do ano. Eu fiz “Auto Posto” que já veio a segunda temporada, foi maravilhoso. Fiz agora “A divisão” e a série “Encantados” que é a coisa mais linda. Eu faço um personagem maravilhoso. Essa vai estrear logo. Além do filme “Barba, cabelo e bigode” que está sendo sensacional, top 10 da Netflix. Então, se não me convidam, eu não posso fazer nada. Agora, se convidarem eu estarei fazendo porque é com que eu ganho minha vida. Tenho conta para pagar, alimentação, várias responsabilidades e eu ainda não estou na condição de me negar a fazer um trabalho, ainda não. Então, estou rezando sempre para que venham mais, mais e mais. Apesar dos meus 80 anos, eu acho que eu sou uma pessoa que posso continuar trabalhando e é o que eu quero, se Deus quiser. 

Como uma referência negra para a arte da interpretação no Brasil, que conselhos a senhora daria para os jovens atores e atrizes negros do país?

Quando eu era pequena, ouvia sempre o meu pai dizendo uma coisa que eu não conseguia entender, mas ele dizia “Negro tem que ser absoluto” e eu ficava “Absoluto? Que raio de palavra é essa?”.  Meu pai era uma pessoa incrível, ele estava sempre inventando alguma coisa. Aí eu já achava que essa palavra era invenção dele, que essa palavra nem existia e eu morria de dar risada nas costas dele. E passaram-se os anos, eu crescendo, fui entendendo a responsabilidade de ser negra. Eu fui muito humilhada no meu tempo de escola, eu fui muito humilhada na vida, humilhada por ser negra. E também tinha uma coisa que as pessoas maldosas sempre diziam, que eu era uma ‘negrinha muito feia’ e aquilo me doía muito. Eu, inclusive, fugi da igreja no dia da minha própria primeira comunhão. Eu tive uma vontade tão grande de tomar chocolate e no dia da primeira comunhão, depois da cerimônia, tinha um café da manhã com aquela mesa linda, muito bolo, muito doce e o bendito chocolate. Fizeram uma fila para tomar café e na frente, as primeiras eram as meninas brancas e as pretinhas eram as últimas, e eu fui a última. E quando eu cheguei não tinha chocolate para tomar, tinha um resto de bolo, de pão e de doce e não tinha chocolate para eu tomar. E aquilo me deu uma mágoa tão grande, tão grande, foi ali que eu descobri o que era a palavra racismo. Ali eu fui descobrir que eu era negra e que não era tão importante. Eu podia cantar na festa dos brancos, podia coroar Nossa Senhora dentro da igreja, eu podia tudo. Fui entender porquê na procissão eu tinha que sair de anjinho com a roupa azul, porque os negros saíam de roupa azul, as meninas brancas eram roupa cor-de-rosa, era a roupa branca. Mas azul era para meninas negras. Ali eu fui entender o que era racismo. Aí eu continuei na minha luta, porque eu era preta sim, mas eu queria fazer sempre o melhor. Na escola eu queria ser a primeira, então eu estudava, estudava e quanto mais eles me maltratavam, mais eu estudava. Hoje é o que eu sempre digo, não só às meninas negras que querem ser artistas, também para as brancas, estudem, estudem porque quanto mais você estuda, mais você vai ter a sabedoria, mais você vai ser uma pessoa experiente e vai saber lidar com a sua cor.

Tem uma coisa que eu gostaria de falar aqui. Eu fui uma pessoa muito complexada, não sei se essa é a palavra certa, mas por causa do meu nariz. Porque além de ser negra, diziam que existiam os três maiores narizes do Brasil, que era do Juca Chaves, do Wilson Simonal e o da Neusa Borges. E teve uma época, inclusive, que me chamavam de Neuzinha Simonal, por causa do meu nariz. E eu ficava muito triste com isso, eu tinha muita vergonha do meu nariz. Mas quando eu fui fazer a novela “Dancin Days”, eu me encontrei numa festa com o Ivo Pitangui, a gente falou sobre plástica, porque eu tinha muita vontade de operar o meu nariz e ele olhou para mim e disse “não faça isso nunca, você é uma menina nova e ao passar do tempo você vai ver o quanto você é bonita com o seu nariz, o formato do seu rosto, tudo combina e vai sempre combinar com o seu nariz”. Eu fiquei com aquilo na cabeça e até esqueci. Eu vejo as pessoas fazerem plástica e tem umas plásticas terríveis, que não deram certo. Nunca mais eu pensei nisso. E eu fico imaginando que hoje, com 80 anos, as pessoas olham para mim e dizem, “Neusa, você não tem vergonha de dizer que você tem 80 anos?”. Nunca me dão a minha idade, sempre 20 anos mais nova e ainda falam “Nossa, você é uma preta muito bonita”. E, inclusive, com essas histórias de plástica de nariz e tal, eu cheguei a ser modelo, desfilei em muitos concursos para modelo, inclusive desfilei para a fábrica da Bangu, na época era uma fábrica que tinha do Rio de Janeiro, e nunca mais eu me achei feia, complexada e também não me senti mais uma nega feia, não. Pelo contrário, me colocaram numa vaidade. Eu sempre digo assim, “olha, eu me amo tanto, eu me amo, mas eu me amo mesmo que se eu pudesse eu casava comigo mesmo de tanto que eu tenho orgulho de mim e me amo” e eu sempre falo isso para as meninas, para as moças, para os rapazes, não existe feiura para negro.

Nesses 65 anos de carreira, a senhora pensou em algum momento em desistir de ser atriz?

O racismo e o preconceito foram uma coisa que sempre me incomodaram, mas quanto mais me incomodava, mais eu lutava contra ele. E ainda luto, porque eu sei que essa coisa incubada que tem no Brasil é terrível. Então, por incrível que pareça, quando incomoda mesmo eu sempre penso no meu pai com aquela bendita palavra que também me incomodava quando ele dizia que negro tinha que ser absoluto. Mas hoje eu entendo o que ele falava, “o negro tem que estar sempre na frente” e eu gostei dessa luta. Então, claro, que eu sempre pensei em desistir de muita coisa porque parecia que quanto mais a gente luta, parece que mais a coisa se aflora e isso me incomoda, então eu continuo na luta, pedindo a Deus que esta coisa acabe logo de uma vez. Vai ser difícil, mas um dia vai ter que acabar. Mas eu já pensei em desistir, claro. Sou humana, o sofrimento também dói. Ainda existe aquilo, quem bate esquece, mas quem apanha não esquece, então já pensei em desistir, mas todas as vezes que eu pensei em desistir parece que eu fiquei mais forte e hoje, com mais de 60 anos de carreira, imagina. Eu tô pensando em desistir? Eu tô pensando em ir para frente. Só tem um prêmio que eu não ganhei na minha vida, eu não ganhei um prêmio de cinema e eu tô me esforçando agora para ver se eu ganho esse e é por conjunto de obras, por algum trabalho, sei lá, enquanto eu não ganhar esse prêmio eu não sossego. Porque é aquela coisa, eu sou negra e eu nasci para essa luta. Eu acho que eu vim ao mundo para lutar contra o racismo e enquanto eu estiver aqui nessa terra, eu vou lutar.

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