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Emancipation: Will Smith diz que respeita quem não estiver pronto para vê-lo no filme que estreia em dezembro

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Cena de "Emancipation"- Divulgação

Sempre se criam grandes expectativas quando Will Smith, 54, lança um filme. Afinal ele é uma lenda viva do cinema. No entanto, após o polêmico tapa que Smith deu no comediante Chris Rock, no Oscar deste ano, outros componentes foram adicionados às tensões típicas de grandes estreias. O ator deu início as entrevistas promocionais do seu novo filme, “Emancipation”, que estreia em dezembro.

No longa, que tem a escravidão nos EUA como fundo, Smith interpreta Whipper Peter, um fugitivo que se torna conhecido depois que fotografias de cicatrizes de queloide nas costas são distribuídas para mostrar a brutalidade da escravidão.

Em entrevista ao canal americano Fox 5 DC, Will foi questionado sobre que tipo de mensagem que ele mandaria para pessoas que estão hesitando em vê-lo na telona depois do escândalo. 

“Entendo perfeitamente. Se alguém não estiver pronto, eu certamente respeitaria e daria esse espaço para quem ainda não se sente pronto”, explicou.

O diretor Antony Fuqua – Foto: Divulgação

Smith destaca o time do longa, em especial o trabalho do diretor, Antoine Fuqua. “A minha maior preocupação é a minha equipe.  Ele [Fuqua] fez o que considero o maior trabalho de toda a sua carreira”. O ator então, acrescenta uma preocupação. “Minha esperança é que minhas ações não penalizem esse time”.

“Emancipation” estreia nos cinemas americanos em 2 de dezembro, e a partir de 9 de dezembro, ele fica disponível para os assinantes da AppleTV+ .  

Prêmio Gastronomia preta, traz “pretagonismo para cozinhas e salões”

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Hoje é um dia muito importante para a gastronomia brasileira. Com direção do Professor de Gastronomia Breno Cruz, acontece nesta segunda, 28, o primeiro Prêmio Gastronomia Preta, no  Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, o MUHCAB, no RJ. O evento é fechado para convidados.

“O prêmio é uma forma de refletirmos sobre o papel das pessoas pretas na gastronomia e a necessidade de evidenciá-las, principalmente na alta gastronomia. Quando sentei à mesa de um restaurante com estrela Michelin em um evento para jornalistas e formadores de opinião e só tinha eu de preto, percebi que havia algo estranho. Daí, criei o @pretogourmet como uma forma de mostrar que nós podemos também acessar esse espaço como consumidores e não somente como trabalhadores”, explica Breno.

Foto: Divulgação.

Se engana quem pensa que, como as premiações tradicionais, só Chefs e restaurantes serão reconhecidos.  “São 21 categorias e 25 pessoas que receberão o troféu. E não é apenas chef. Uma das categorias é merendeira – eu como professor do ensino superior não poderia deixar de lado a educação. E a gente vê como é importante o afeto emanado das merendeiras para muitas crianças pobres (assim como eu fui). Elas também fazem parte da Gastronomia; o(a) empreendedor(a) do carrinho de cachorro quente também atua na construção da gastronomia como área. Gastronomia é sobre pessoas e não somente sobre alimento”, detalha o idealizador.

“Precisamos sim do nosso Pretagonismo nas cozinhas e salões. O que eu faço no meu perfil é mostrar para as pessoas: “Sabia que o sub-chef desta casa é preto? Sabia que a ajudante de cozinha é preta? Sabia que esse lindo e delicioso prato foi pensado e feito por um chef preto que você não conhece?” Minha ideia é provocar a reflexão de quantas pessoas estão à frente de cozinhas, mas mesmo assim estão invisibilizadas, finaliza Breno. 

O Mundo Negro, parceiro de mídia do evento, fará uma cobertura especial nos stories do nosso Instagram.

Confira os indicados:



“Neymar faz falta, não adianta”, diz Ludmilla após jogo do Brasil contra a Suíça

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

A seleção brasileira realizou hoje (28) sua segunda partida dentro da Copa do Mundo no Catar. Dessa vez, contra a Suíça, a equipe de Tite venceu o jogo por 1 a 0. Sem Neymar e Danilo, que ficaram de fora após lesões no tornozelo, os demais jogadores brilharam e lutaram pela vitória, garantindo também a classificação para as oitavas de final do campeonato mundial.

Através das redes sociais, a cantora Ludmilla comentou suas impressões sobre a partida. “O Neymar faz muita falta no jogo gente, não adianta. Quando ele tá, todo mundo do outro time fica em cima dele e o resto do time fica mais livre pra jogar”, publicou ela.

Em outra postagem, Lud também celebrou a presença dos jogadores da seleção. “Não adianta, essa copa já é nossa. Os meninos da seleção arrasam muito“, disse. Anteriormente, a artista já tinha comentado sobre a presença dos atletas como convidados VIP’s de seu show ‘Numanice’. “A lista de convidados do próximo Numanice vai ser feita com base em quem fizer mais gols nessa copa. 0 gols: numacasa, 1 gol ou mais: pista, 5 gols: open bar, 10 gols: vip, 15 gols: vip para subir no palco e after“, brincou ela.

The Weeknd realizará shows no Brasil em outubro de 2023, afirma jornalista

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na manhã desta segunda-feira (28), José Norberto Flesch, famoso por dar furos de shows internacionais, afirmou a vinda de The Weeknd ao Brasil. “Shows do The Weeknd no Brasil serão em outubro de 2023”, postou no Twitter.

Segundo a página de fã clube ‘The Weeknd Brasil’, hoje será anunciado a segunda turnê “After Hours Til Dawn”, e a expectativa dos fãs é que seja divulgado as datas dos shows no Brasil.

A primeira turnê foi realizada entre julho e setembro deste ano pela América do Norte. The Weeknd se tornou o artista negro com a maior arrecadação em um único show na história, com todos os ingressos esgotados. Ele acumulou US$ 11.132 milhões após apresentação no SoFi Stadium, em Los Angeles.

Na semana passada, houve rumores de que o cantor viria para o Festival The Town em São Paulo, em setembro de 2023, após o site oficial publicou páginas com o nome dele e apagar algumas horas depois. Segundo as imagens divulgadas da possível line-up, ele cantaria no dia 3, mesma data que SZA e Criolo.

Baco convida bolsonaristas que ameaçaram Gil a saírem na mão com ele; um deles é sócio da Spoleto e Domino’s

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Fotos: Reprodução/Twitter

Indignado com os homens que xingaram Gilberto Gil na Copa do Mundo do Catar, Baco Exu do Blues fez um convite aos agressores pelo Twitter. “Convido os torcedores que xingaram o Gil no Catar a saírem na mão comigo quando voltarem pro Brasil. Também votei no Lula”, postou. 

No sábado (26), viralizou o vídeo em que aparece o cantor Gilberto Gil de 80 anos, sendo agredido verbalmente. Ele estava com a esposa Flora Gil para assistir a estreia da Seleção Brasileira contra a Sérvia, na Copa do Mundo, quando um grupo de homens bolsonaristas começaram a persegui-lo e gritar “filho da puta”, “Vamo, Bolsonaro. Vamo, Lei Rouanet”. Gil não respondeu ao ataque e ainda tirou foto com um fã durante as ofensas.

Um dos agressores foi reconhecido. Segundo a Tribuna Sul Fluminense, Renier Felipe dos Santos, um empresário de Volta Redonda (RJ), é sócio das franquias Spoleto e Domino’s na região. Morando nos Estados Unidos anualmente, ele é acusado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede) de receber Auxílio Brasil ilegalmente.

Ranieri se posicionou no Twitter, após encontrarem o perfil dele. “Gostaria de me solidarizar com o Sr. Gilberto Gil e sua família em virtude da ofensa que a ele fora proferida, uma vez que eu também não gostaria de ouvi-la. No entanto, estão veiculando a minha imagem essa ofensa o que não é verdade. Inobstante a minha divergência aos ideais políticos do Sr. Gilberto Gil, reitero o mais absoluto respeito que tenho ao nobre artista, porém, deixo claro novamente que a ofensa/xingamento não foi por mim proferido”.

O empresário também afirma que ao gritar o nome do Jair Bolsonaro (PL), “foi uma ironia”: “Em virtude da polarização política existente hoje no Brasil, uma outra pessoa que estava atrás de mim extrapolou e desferiu um xingamento ao Sr. Gilberto Gil. Entretanto, repita-se, NÃO FOI EU!!! (sic)”, completou.

Gil agradeceu todo o apoio recebido pelas redes sociais. “Nossos agradecimentos, meus, da Flora, por essa solidariedade, essa corrente solidária, diante dessa agressão, essa coisa estúpida. É o terceiro turno na verdade, né, os inconformados querendo manter essa coisa do ódio, da agressividade, e amanhã Brasil de novo”, disse. 

A Domino’s Brasil se pronunciou sobre o caso. “A Domino´s Pizza Brasil repudia toda forma de violência e esclarece que atitudes individuais de seus franqueados não refletem o posicionamento da marca, por isso, apura o caso com toda seriedade”, a empresa publicou a nota.

Até o fechamento da matéria, a Spoleto não se havia se pronunciado sobre o caso. Gilberto Gil e família contam com uma equipe de advogados para identificar os outros agressores.

Bianca Barclay, a sereia que está chamando atenção da internet na série ‘Wandinha’

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Foto: Netflix.

Novo sucesso da plataforma Netflix, a série ‘Wandinha’ está em destaque no mundo todo. No Brasil, a obra segue como a mais assistida do país. Baseada nos personagens clássicos de ‘A Família Addams’, a obra acompanha a adolescência da personagem Wandinha, enquanto ela investiga uma série de assassinatos sobrenaturais pela cidade.

A trama explora diferentes adolescentes sobrenaturais dentro da ‘Escola Nunca Mais’. Dentre personagens, a sereia Bianca Barclay, interpretada pela atriz Joy Sunday, está chamando atenção da internet. Tida como uma possível antagonista da trama, Bianca é uma das personagens mais emblemáticas da série e a estudante mais popular da escola. Sua presença, beleza, força, perseverança e inteligência se misturam com os mistérios sombrios de seu passado.

“Ela é uma sereia, o que significa que ela pode persuadir as pessoas com suas palavras”, disse Joy em entrevista à Teen Vogue. “Eu acho que ela é naturalmente charmosa e aspiracional, mas ela também tem esse poder que faz com que as pessoas sejam atraídas por ela. Ela domina isso, mas também quer se conectar organicamente com as pessoas e quer que as pessoas a vejam tão suave quanto ela. Ela passa muito tempo tentando mostrar às pessoas seu verdadeiro eu, mas eu queria que isso diminuísse”.

Joy Sunday como Bianca em ‘Wandinha’. Foto: Netflix.

Assim como Bianca, a jovem Joy diz que mantém muita energia em si. Ela espera que sua personagem possa inspirar outras pessoas e enxergarem o melhor da vida, mesmo em meio aos problemas e angústias. “Devo dizer que, para um conjunto cheio de nomes familiares e veteranos versus recém-chegados e pessoas que tiveram isso como seu primeiro emprego, todos se encaixaram muito bem. Todos foram muito receptivos e calorosos, dispostos a ensinar e a aconselhar”, disse Joy ao comentar sobre seu primeiro papel numa série tão grande como ‘Wandinha’.

NEM trabalha, NEM estuda: quase 40% dos jovens brasileiros continuam sem oportunidades

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Foto: Raw Pixel.

Quase 40% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos não  trabalham e  nem estudam. A dificuldade para arrumar emprego ou concluir os estudos no Brasil, pode afastar estas pessoas cada vez mais, do mercado de trabalho.

Nos últimos anos a economia desandou. O preço da gasolina subiu, tudo ficou mais caro nos mercados e o desemprego chegou a bater recordes históricos, com isso parte da população jovem foi atingida diretamente. 

Segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado neste mês, os brasileiros com idades entre 18 e 24 anos correspondem a 35,9% daqueles que nem trabalham e nem estudam (ou os que não conseguiram concluir a graduação). A proporção brasileira é o dobro da média dos países membros da OCDE, que é de 16,6% de pessoas dessa faixa etária sem trabalhar e estudar. O relatório avaliou a situação do ensino superior e emprego dos 38 países membros da OCDE e dados da Argentina, China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita e África do Sul — o único país com maior proporção que o Brasil, com 46,2%. A Holanda é a que tem menos jovens nessa situação, apenas 4,6%.

Segundo os analistas, há uma tendência no crescimento dos “nem-nem” (os termos “jovens na condição de nem-nem” e “jovens inativos” referem-se aos jovens que não participam do mercado de trabalho e não estudam). Em agosto, por exemplo, o Brasil tinha 23% da população de 15 a 24 anos sem trabalhar e estudar,  a média mundial do desemprego juvenil é de 16,9%. 

Recortando este perfil, o cenário é ainda mais desafiador para jovens pretos, pardos e indígenas, estes foram os mais atingidos pelo coronavírus por residirem em áreas vulneráveis com menor cobertura de serviços de saúde, com menos acesso a computadores e internet, deixando assim de acompanhar  as aulas remotas e consequentemente não se tornando competitivos para o mercado de trabalho. Estes obstáculos devem agravar uma realidade que é anterior à pandemia: ao final da trajetória escolar, quando conseguem concluir o ensino médio, jovens pretos, pardos e indígenas, por diversas variáveis aprendem menos e se sentem menos motivados a ingressar no ensino superior.

A maioria deste percentual é formado por mulheres pretas, pardas e indígenas. Diferentes motivos explicam o abandono da educação formal e do mercado de trabalho por esse público. Entre elas, o casamento e a necessidade de começar a trabalhar cedo para sustentar a família,  a gravidez precoce é o principal motivo do abandono, uma vez que mais da metade das jovens nessa situação têm filhos.

Observando esses fatos, podemos fazer alguns questionamentos: o quanto o ensino e o emprego “tradicional” está frustrando os jovens nessa faixa? Que perspectiva eles têm? Ser avaliado por provas, abafando sua criatividade, sua autenticidade na escola é atrativo? 

É preciso criar condições para que os jovens tenham oportunidades de emprego e para, quando acessarem o ensino superior, consigam terminar a graduação, com êxito. Ou criamos políticas que abarque esses jovens em especial pretos, pardos e indígenas, ou os teremos cada vez mais distantes do mercado de trabalho.

Texto: Kelly Baptista.

Soul Train Awards 2022 reúne o melhor de várias gerações e da recorde à Beyoncé

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Aconteceu na noite de ontem (26), uma das mais prestigiadas premiações da comunidade negra internacional. A cerimônia foi gravada esse mês na Arena Orleans, em Las Vegas, e exibida no último sábado pelo canal de televisão BET. Entre aquelas piadas que um branco jamais entenderia, e apresentações de artistas como a cantora e compositora Muni Long ou a talentosíssima Chante Moore, a noite foi marcada também por homenagens aos 40 anos do álbum Thriller, de Michael Jackson (que se mantem relevante e charteando todo Halloween) e um tributo ao rapper Takeoff, do grupo de RaP ”Migos” que faleceu há menos de um mês.

Xscape no Tapete Azul do Soul Train Awards. Fonte: Gabe Ginsberg / Getty

O ”Lady Of Soul Award”, um dos prêmios especiais da cerimônia, foi entregue ao grupo feminino de Hip Hop Xscape, pelas mãos do produtor, rapper e Doutor, Jermaine Dupri. O prêmio reconhece a influência de Xscape (que foi formado em 1993), para outras artistas que vieram depois delas.

Outro ponto alto que não podemos deixar de mencionar, é o fato de Beyoncé ter sido a artista mais premiada da noite com 3 troféus, o que deixa a intérprete de Cuff It com um saldo total de 24 troféus na prateleira (mais do que qualquer outro artista na história da honraria). Ela, era ao lado de Mary J Blige a artista mais indicada da noite, ambas concorrendo em 7 categorias. Bey levou a melhor nas categorias Álbum do ano, por Renaissance, Música do Ano, por Break My Soul e Melhor Colaboração pela faixa Make Me Say It Girl com Ronald Isley & The Isley Brothers). Essa foi a primeira vez que a artista ganhou em tal categoria.

Confira a apresentação de Chante Moore

Prêmio Mundo Negro: Com mais de 700 mil votos, premiação acontece nesta segunda-feira (28)

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Foto: Divulgação.

A terceira edição do Prêmio Mundo Negro encerrou as votações com mais de 700 mil votos, no dia 4 de novembro. A cerimônia será apresentada por Stella Yeshua e Sheyla Cristina, personagem de Fábio Marx, no dia 28 de novembro, a partir das 20h, pelo perfil do Site Mundo Negro no Tik Tok.

O objetivo da premiação é reconhecer pessoas, personalidades e projetos de impactos desenvolvidos por pessoas pretas em 2022.

“O prêmio Mundo Negro é a premiação com o maior envolvimento da comunidade negra da história do Brasil. Esse ano tivemos um número recorde de votações. Em uma semana que o público teve para escolher os candidatos, foram mais de meio milhão de votos. Imaginar o número de pessoas negras envolvidas nisso, é emocionante. Ter o Tiktok com a gente nesse evento é muito simbólico, porque tivemos apoio desde o nosso day one no aplicativo. Treinamento, suporte técnico e agora o patrocínio master pelo segundo ano do TikTok é um exemplo de ações inclusivas e diversas, na prática” diz Silvia Nascimento, editora-chefe do Site Mundo Negro e idealizadora do Prêmio.

Este ano, o Prêmio vai reconhecer os melhores nas categorias: Voz do Ano, Projeto de Impacto, Pessoa Influenciadora, Música do Ano, Creator Tik Tok do Ano, Atuação do Ano e À Frente das Câmeras. Com o tema “Do ancestral ao digital”, a premiação reflete os valores que o prêmio e o site carregam em si.

“O Mundo Negro foi uma das primeiras marcas negras que nasceram no digital. E esse é um local confortável para gente, porque só a Internet tornou possível saber que somos muitos e somos diversos também. O digital possibilitou ainda uma conexão com nossa ancestralidade e por isso a nossa terceira edição do Prêmio Mundo Negro tem esse tema”, explica a editora-chefe do Site Mundo Negro.

Veja todos os indicados à maior premiação negra do Brasil:

Categorias

Voz do Ano

IZA

Jota Pê

Liniker

Ludmilla

Tasha e Tracie

Projeto de Impacto

ABAYOMI – Juristas Negras

Expo Favela

Movimento Black Money

Pacto Equidade Racial

Projeto Social Diamantes na Cozinha

Pessoa Influenciadora

Ellen Valias

Gabi Oliveira

Matheus Moreira

Mauro Baracho

Roger Cipó

Música do Ano

Ai Preto – L7nnon & Biel do Furduncinho  (feat. Bianca)

Coisas de Amor – IZRRA

Fé – IZA

Maldivas – Ludmilla

Samba In Paris – Baco Exu do Blues (feat. Gloria Groove)

Creator TikTok do Ano

Andressa Cathy

Isa Blackwoman

Jacy July

Murilo Lorran

Raphael Vicente

Atuação do Ano

Aline Borges

Bella Campos

Cicero Lucas

Petro Ottoni

Seu Jorge

À Frente das Câmeras

Bielo Pereira

Kenya Sade

Larissa Luz

Manoel Soares

Val Benvindo

Racionais MC’s, os 4 pretos que se consolidaram como um dos maiores grupos de rap da história

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Foto: Divulgação.

Revolucionários Negros não caem do céu. Somos gerados por nossas condições. Moldados por nossa opressão. Estamos sendo fabricados em massa nas ruas. −Assata Shakur

Quando fiquei sabendo que o documentário “Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo” estava disponível no catálogo da Netflix, fiquei bastante empolgado. Já imaginava que seria mais uma aula de alto nível sobre a cultura Hip Hop e consciência política em prol do povo preto e pobre. Não é por acaso que os quatro pretos se consolidaram como um dos maiores grupo de rap da história. Eles não brincam em serviço. E eu não estava enganado. Edi Rock, Ice Blue, Kl Jay e Mano Brown, e todos que fortaleceram a produção do documentário, registraram mais um material imprescindível para a luta do povo preto, inspirando à continuidade da revolução através das ideias e comportamentos. Esse é um aspecto importante que lembra a reflexão da intelectual Angela Davis (1972)“quando se fala em revolução, a maioria das pessoas pensa em violência; sem perceber que o conteúdo real de qualquer tipo de impulso revolucionário está nos princípios e nos objetivos pelos quais você está lutando − não na maneira como você os alcança”. [1]

Foto: Jef Delgado

Eu faço parte do contingente preto que nasceu e cresceu na periferia da Zona Leste de São Paulo, e passei por muitos perrengues que são comuns na vida de quem sobrevive nesses territórios. Tive por vários anos intimidade com a miséria e a fome, conheço pessoas que estão encarceradas, amigos assassinados, adoecidos. Mas, as nossas vidas não se resumem em tristezas, há uma porção de alegrias que surgem com as lutas que travamos diariamente. Não é porque o Estado está ausente que nós nos permitiremos agonizar sem resistência. A conta de luz e água que conseguimos pagar, a reforma da moradia, a compra no supermercado, o ingresso dos filhos em cursos ou faculdades, a carteira assinada, a roda de capoeira, o bate bola no campinho, o churrasquinho no samba da comunidade, tudo isso nós celebramos. Coisas que soam banais aos pertencentes aos extratos superiores, economicamente, mas para nós têm muito valor. Na nossa sobrevivência há ódio e alegria, sorrisos e lágrimas. Tudo junto e misturado.

Tive a oportunidade de prestigiar diversas apresentações dos Racionais MC´s. Nos anos 90, eu era adolescente. A cena black em São Paulo estava bombando. Diversas emissoras de rádio tinham programações dedicadas ao rap, muitos bailes eram embalados pelas equipes de som como a Chic Show, Kaskatas, Zimbabwe, Black Mad. No centro da cidade, especificamente, na região do Largo São Bento e na Rua 24 de maio, os pretos e as pretas de todo canto se encontravam. Era muita ideia rolando na época. Eu e meus amigos usávamos camisetas escritas “100% Preto”, “Preto Tipo A”, “Black Power”, frases dos grupos de rap, e outras com estampas do Malcolm X. Na saída dos bailes íamos embora caminhando, pois quase sempre não tínhamos dinheiro para o transporte. No trajeto cantávamos a plenos pulmões a canção “Pânico na Zona Sul”, “Homem na Estrada”, “Fim de semana no parque”. O orgulho preto era cultivado diariamente com as canções dos Racionais MC’s.

Foto: Bob Wolfenson / Netflix.

O documentário resgatou essa época, e foi o gatilho para a nostalgia me pegar de jeito. A história dos integrantes lançou luz à sensibilidade e desconstruiu a imagem marrenta que na maioria das vezes se atribui ao grupo, e dialogou com o talento e os objetivos ideológicos que os trouxeram até aqui. E retratou o enfrentamento destemido à opressão, que colocou o grupo como o inimigo número 1 do sistema. Confesso que a minha admiração e respeito alcançou níveis incalculáveis.

Para terminar este texto quero registrar que a humildade dos Racionais é um de seus maiores patrimônios, mesmo com o enorme reconhecimento e importância que alcançaram na cultura brasileira. Os rappers não se renderam a arrogância e estrelismo como muitos artistas por aí. Eles continuam conectados ao povo preto e pobre. O documentário não me deixa mentir. Infelizmente, alguns dos meus amigos que foram assassinados não podem presenciar o quão grande o grupo se tornou, mas tenho a certeza que se estivessem entre nós se emocionariam como eu. E não me resta outra coisa a não ser desejar aos Racionais MC´s, vida longa. Gratidão!

Texto: Ricardo Correia


[1] Fearless activist and academic Angela Davis to deliver Steve Biko memorial lecture. Disponível em: <https://mg.co.za/article/2016-09-08-who-is-angela-davis-the-woman-who-is-timeless/>. Acesso: 25 nov. 22

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