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Estudo revela maior taxa de morte de bebês de mulheres negras ricas em comparação com bebês de mulheres brancas pobres

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Foto: Freepik

Um estudo realizado na Califórnia, nos Estados Unidos, e publicado no mês passado pelo National Bureau of Economic Research, revelou que os bebês filhos de mães negras com alto poder aquisitivo têm menos chances de sobreviver um ano após o parto do que os filhos de mulheres brancas pobres. Foram acompanhados dois milhões de nascimentos no estado americano. O estudo está sendo visto como inovador por ser o primeiro com essa dimensão a mostrar como o risco no parto pode variar de acordo com a raça e a renda dos pais, mostrando também que as famílias negras, não importa qual seu poder econômico, também são as mais afetadas.

De acordo com uma reportagem publicada pelo The New York Times, o estudo contabilizou quase todas as crianças nascidas na Califórnia entre os anos de 2007 e 2016, além de cruzar dados de imposto de renda com os registros de nascimento, óbito e hospitalização, e reunir dados demográficos do Census Bureau e da Administração da Seguridade Social. Ao cruzar esses dados, os pesquisadores notaram que os bebês prematuros nascidos em famílias pobres têm maiores chances de falecer do que bebês que nascem em famílias ricas, exceto nos casos de mães e bebês negros.

“Isso sugere que a lacuna bem documentada entre negros e brancos na saúde infantil e materna, muito discutida nos últimos anos, não é explicada apenas por diferenças nas circunstâncias econômicas”, ressaltou Maya Rossin-Slater, economista que estuda políticas de saúde em Stanford e é uma das autoras do estudo. “Isso sugere que é muito mais estrutural”, completou.

O estudo mostrou também que a taxa de mortalidade materna entre as mulheres negras com renda mais alta e as mulheres brancas pobres é semelhante, assim como a taxa de mortalidade infantil. Durante a pesquisa, foi identificado que os bebês nascidos de mulheres negras ricas tendiam a ter mais fatores de risco, como nascer em partos prematuros ou com baixo peso, um risco maior até do que nos bebês filhos de mulheres brancas pobres.

“Como uma criança negra, você começa com uma saúde pior, mesmo aqueles nascidos nessas famílias ricas”, disse Sarah Miller, economista da saúde da Universidade de Michigan, que também é uma das autoras desse estudo. Mães e bebês negros tiveram piores resultados do que aqueles que eram hispânicos, asiáticos ou brancos em todas as medidas de saúde que os pesquisadores analisaram: se os bebês nasceram prematuros ou abaixo do peso; se as mães tiveram problemas de saúde relacionados ao parto, como eclâmpsia ou sepse; e se os bebês e as mães morreram.

O estudo demonstra que mesmo com acesso a recursos financeiros, educacionais e com a mobilidade social, as mulheres negras continuam sendo vítimas de violências que estão ligadas à raça. O novo estudo demonstra que as disparidades não são explicadas por renda, idade, estado civil ou país de nascimento. Em vez disso, ao mostrar que mesmo mães e bebês negros ricos têm um risco de morte desproporcionalmente maior, os dados sugerem forças mais amplas em jogo na vida das mães negras, disse a professora Rossin-Slater.

Filmagens de ‘Capitão América 4’ começam em março, revela Anthony Mackie

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Foto: Divulgação

Estrelado por Anthony Mackie, 44, o filme “Capitão América: Nova Ordem Mundial” iniciará as filmagens em março, revelou o ator em entrevista ao Yahoo.

“Já vamos começar a filmar daqui um mês e estamos dando o pontapé inicial. Todo mundo está se preparando e pronto para começar”, afirmou o ator. 

Em julho de 2022, o cineasta nigeriano Julius Onah foi escolhido para dirigir a obra de grande sucesso da Marvel Studios. Malcolm Spellman, criador e roteirista chefe da série “Falcão e o Soldado Infernal“, da Disney+, é responsável pelo roteiro do longa junto com Dalan Musson.

O quarto filme do herói norte-americano será o primeiro com o personagem Sam Wilson como Capitão América. A estreia está prevista para 3 de maio de 2024.

Pharrell Williams é o novo diretor criativo da Louis Vuitton

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Foto: CHRIS CARTER/RA-HAUS/WWD.

O cantor e empresário Pharrell Williams, 49, foi anunciado nesta terça-feira (14) como o novo diretor criativo masculino da Louis Vuitton. Contratação acontece 15 meses após a morte de Virgil Aboh, que ocupava o posto anteriormente. “Estou feliz de dar as boas vindas novamente à Pharell Williams depois de nossas colaborações em 2004 e 2008 para a Louis Vuitton, como nosso novo diretor criativo de Menswear, sua visão criativa, para além da moda vai, sem dúvidas, levar a Louis Vuitton para um novo e excitante capítulo”, anunciou Pietro Beccari, CEO da Louis Vuitton.

“Pharrell Williams é um visionário cujos universos criativos se expandem da música à arte e à moda – estabelecendo-se como um ícone cultural global nos últimos vinte anos. A forma como rompe fronteiras nos vários mundos que explora, alinha-se com o estatuto da Louis Vuitton como Maison Cultural, reforçando os seus valores de inovação, pioneirismo e empreendedorismo‘, anunciou a grife em comunicado.

A primeira coleção de Pharrell será revelada em junho, durante a semana de moda de Paris. O artista possui uma longa trajetória com a moda. Ele já atuou como embaixador da Channel.

Valentine’s Day: casais negros famosos que inspiram o amor e representatividade

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Beyoncé e Jay-Z e Rihanna e A$AP Rocky. Foto: Reprodução ; Getty.

O dia dos namorados é comemorado neste 14 de fevereiro nos Estados Unidos. A data celebra o amor e o relacionamento genuíno entre as pessoas, por isso, selecionamos 6 casais negros que inspiram o mundo através do entretenimento. Vamos falar sobre afetividade e cumplicidade negra?

1. Barack Obama e Michelle Obama

Talvez esse seja o casal negro mais conhecido do mundo. Os dois nomes potentes da política norte-americana se conheceram em um escritório de advocacia em Chicago e se casaram em 1992. Juntos há mais de 30 anos, Barack e Michelle Obama possuem uma forte história de amor e compromisso, além da grande luta pelos direitos civis. “Uma das razões pelas quais me apaixonei por ele é porque ele é guiado pelo princípio de que somos os guardiões dos irmãos e irmãs uns dos outros. E foi assim que fui criada”, disse Michelle sobre como se apaixonou pelo ex-presidente dos Estados Unidos. “Posso dizer que minha família, meu bairro, minhas noções de comunidade ao crescer moldaram essa visão e moldaram as escolhas que fiz na vida ao sentir que experiências dele moldam as minhas“.

2. Beyoncé e Jay-Z

Casal mais poderoso da música, Beyoncé e Jay-Z estão juntos há quase 20 anos. Os dois se conheceram quando a nossa Queen B tinha apenas 18 anos. Eles começaram a namorar em segredo e se casaram em 2008. O amor dos dois deu origem a três filhos, Blue Ivy Carter, Rumi Carter e Sir Carter. A música favorita do casal é ‘Yellow’, do Coldplay. “Eu não seria a mulher que sou se não fosse por esse homem. Ele me fornece a base ”, disse Beyoncé a Oprah em 2013 sobre sua relação com Jay-Z. “Ele me ajudou em tantos níveis … apenas ter alguém de quem você gosta é tão importante“.

3. Will Smith e Jada Pinkett Smith

No mundo do cinema, Will Smith e Jada Pinkett Smith se destacam como um dos casais negros mais bem sucedidos em Hollywod . Os dois se conheceram na década de 1990 e se casaram em 1997. Eles têm dois filhos juntos e são conhecidos por seu amor e compromisso um com o outro. “Eu realmente aprendi a definição de amor incondicional”, diz Will sobre sua relação com Jada. “Eu a amo, a apoio, e quero vê-la feliz não importa o que aconteça”.

4. John Legend e Chrissy Teigen

John Legend e Chrissy Teigen formam um casal extremamente fofo e amoroso. Os dois se conheceram em 2007 e se casaram em 2013. Eles têm dois filhos juntos e são conhecidos por seu senso de humor e por serem pais engraçados e amorosos. “Eu me apaixonei por ela pelo telefone porque ela é boa com aqueles 140 caracteres”, disse Legend para Entertainment Tonight ao contar que se apaixonou por Chrissy pelo telefone. “(No começo) estávamos trocando muitas mensagens de texto e comecei a ver seu senso de humor . Conversávamos ao telefone e comecei a me apaixonar por como ela é envolvente, espirituosa e engraçada.”

5. LeBron James e Savannah Brinson James

LeBron James era uma estrela em ascensão no basquete e futebol americano quando conheceu Brinson James. Atualmente, eles estão juntos há mais de 20 anos. O casal tem três filhos. “Eu saio muito, então ela é a chefe da casa; ela é a definidora de regras”, disse LeBRon para a Vogue. “É difícil para mim viajar duas semanas e meia e depois voltar para casa e dizer aos meus filhos: ‘Olha, é assim que deve ser feito ’quando ela está em casa todos os dias. Eu a amo completamente”.

6. Rihanna e A$AP Rocky

Outro casal poderoso da música, Rihanna e A$AP Rocky. Eles anunciaram oficialmente o namoro em março de 2021 e de lá pra cá mostraram muita cumplicidade e amor em frente ao público. Os artista possuem um filho e já aguardam a chegada do novo herdeiro. Rihanna anunciou a segunda gravidez no palco do Super Bowl. “Acho que é natural. Ficamos tão bem juntos naturalmente. Você sabe, daria muito trabalho para nos combinarmos coisas de maneira forçada antes de sairmos de casa“, disse Rocky sobre sua relação com a cantora barbadiana. “Se eu compro uma camisa que ela gosta, eu já espero que ela vá pegar… mas depois tenho que roubá-la de volta”.

A$AP Rocky e Rihanna no Globo de Ouro 2023. Foto: Getty Images.

Embaixador do Brasil no Mali é acusado de “atos de caráter escravocrata”

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Foto: Reprodução

Um grupo de 11 funcionários da embaixada brasileira no Mali, país localizado na África Ocidental, denunciou o embaixador Carlos Eduardo de Ribas Guedes por assédio moral e “atos de caráter escravocrata”.

De acordo com informações publicadas pela CNN, no dia 9 de fevereiro um documento enviado para o Ministério do Trabalho e para outras duas autoridades do país africano afirmou que “efetivamente, há dois anos, os funcionários são vítimas de assédio, de gestos e propostas desumanas, degradantes, que ferem a honra e a dignidade e atos de caráter escravocrata”. Os funcionários pediram a expulsão do embaixador.

Trechos do documento compartilhado pelo portal mostra que “o governo brasileiro tendo sido informado sobre essa situação despachou uma missão de inspeção a Bamako [capital do Mali] para ouvir todos os funcionários da embaixada, incluindo dois do ministério brasileiro das relações exteriores” e que “um procedimento administrativo disciplinar foi aberto em novembro de 2022 por aquele [Ministério das Relações Exteriores], logo depois da missão de outubro, que ouviu os testemunhos de certas pessoas entre nós por meio de videoconferência”.

Entre as acusações feitas pelos funcionários estão, “Ordenar que dois empregados da residência se ajoelhassem diante dele; Chamar uma funcionária (mulher casada) de “p**a”, pelo simples motivo de organização da sua agenda; Negar categoricamente que um dos motoristas ajudasse sua filha adolescente doente no hospital que, no fim, morreu, por motivos de que isso não estava previsto na legislação trabalhista; Negar categoricamente que um outro motorista pudesse levar a sua mulher grávida no hospital por motivos de que isso não estava previsto na legislação trabalhista.

O governo brasileiro decidiu pela permanência de Carlos Eduardo de Ribas Guedes no Mali e determinou que ele assinasse um Termo de Ajustamento de Conduta. No dia 10 de fevereiro o Itamaraty publicou a decisão sobre o caso no Diário Oficial.

Em nota enviada à CNN, o Itamaraty informou que “o embaixador Carlos Eduardo de Ribas Guedes foi objeto de investigação no âmbito de processo administrativo disciplinar, cujo resultado foi a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta, conforme orientação da CGU [Controladoria-Geral da União]”.

John Boyega responde comentário de Idris Elba sobre raça: “Devemos nos fixar em quem está colocando atores em caixas”

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Fotos: Ethan Miller/Getty Images e Divulgação

John Boyega, 30, estrela do filme “A Mulher Rei” e da franquia “Star Wars“, reagiu no Twitter a recente polêmica sobre Idris Elba, 50, não querer ser rotulado como um ator negro, ao afirmar que “somos obcecados por raça”.

“Acho que devemos nos concentrar em quem está tipificando e colocando atores em caixas por causa disso”, escreveu Boyega. “Não em fazer ajustes estranhos para eles. Nós focamos continuamente no que temos que fazer para que eles não façam isso ou aquilo. Muito preocupante. Nós somos negros e é isso”, afirmou.

Elba, estrela da série “Luther“, voltou a comentar sobre o assunto nas redes sociais para justificar o seu posicionamento. “Não há uma alma nesta terra que possa questionar se eu me considero um HOMEM NEGRO ou não. Ser um ‘ator’ é uma profissão, como ser um ‘arquiteto’, eles não são definidos por raça. No entanto, se VOCÊ definir seu trabalho por sua raça, essa é sua Perrogativa. Ah mentira?”, twittou.

Um grande apoiador do movimento Black Lives Matter, John Boyega já havia criticado a Disney em entrevista à revista GQ, em 2020, sobre o descontentamento com o seu personagem Finn na trilogia de Star Wars. “Não se cria um personagem negro e o vende como alguém importante na franquia apenas para depois jogá-lo de lado. Não é certo, vou falar a real.”

Entenda o caso

Na semana passada, Idris Elba causou polêmica nas redes sociais, após entrevita à Esquire UK. O ator disse que ser rotulado como “ator negro” cria limitações para sua carreira. “Parei de me descrever como um ator negro quando percebi que isso me colocava em uma caixa”, disse. “O racismo deve ser um tema de discussão, com certeza. O racismo é muito real. Mas, da minha perspectiva, é tão poderoso quanto você permite que seja”, declarou.

O ator de 50 anos falou sobre como se sente quando “questionado por ser o primeiro negro”. “Conforme você sobe a escada, você é questionado sobre como é ser o primeiro negro a fazer isso ou aquilo. Bem, é o mesmo que seria se eu fosse branco. É a primeira vez para mim . Não quero ser o primeiro negro. Eu sou o primeiro Idris.”, afirmou.

Valentine’s Day: confira filmes que celebram o amor preto

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Reprodução

Dia do amor em alguns países! Valentine’s Day ou Dia de São Valentim é uma data especial e comemorativa na qual se celebra a união amorosa entre casais. Em comemoração a essa data tão romântica, separamos alguns filmes que falam sobre o amor preto para curtir ao lado da pessoa amada.

Veja a lista completa abaixo:

Entergalactic

Entergalactic estreou na Netflix em setembro de 2022 e conquistou o público ao mostrar a história de amor de dois jovens artistas negros. Na série, o artista Jabari tenta equilibrar amor e sucesso ao se mudar para um apartamento dos sonhos e se apaixonar pela nova vizinha, a fotógrafa Meadow.

 A animação serve como acompanhamento visual para o álbum de mesmo nome de Kid Cudi. Na versão em inglês, Jabari é dublado por Mescudi  e Meadow é dublada pela atriz Jessica Williams. 

Really Love

Em ‘Really Love’, enquanto tenta furar a bolha do mundo dar artes em Washington, um jovem artista plástico conhece uma não menos brilhante advogada e começa com ela um relacionamento daqueles de marcar uma vida inteira.

Queen e Slim

Foto: Queen (Jodie Turner-Smith) e Slim (Daniel Kaluuya)

O filme no estilo Bonny e Clyde negros, conta a história do casal Queen e Slim. Eles estavam curtindo o primeiro encontro, quando foram parados pela polícia. A ação truculenta e racista faz com que Slim mate o policial em legítima defesa e os dois são forçados a fugir.

Durante sua jornada, confrontam questões sociais e raciais profundas que afetam a comunidade negra americana.

Moonlight

Foto: Black (Trevante Rhodes) e Kevin (André Holland)

Ganhador do Oscar de “Melhor filme” em 2017, Moonlight conta a história de Chiron, uma criança tímida que sofre bullying na escola. Ele é acolhido por um traficante de drogas chamado Juan e sua namorada, Teresa, que lhe dão abrigo e orientação paternal.

Dividido em três fases, o longa também mostra a adolescência de Chiron, que passa a lidar com o conflito interno de sua sexualidade em meio à pressão dos seus colegas de escola e ao vício da sua mãe em drogas. Ele encontra conforto e amor em seu amigo de infância, Kevin. Na fase adulta, Chiron passa a ser chamado de Black. O rapaz seguiu os passos de Juan no tráfico de drogas, mas se sente preso em um ciclo de violência e desesperança. Ele decide voltar para Miami para se reconectar com seu passado e confrontar seu relacionamento com Kevin.

Michele e Obama

Filme: Michelle Obama (Tika Sumpter) e Barack Obama (Parker Sawyers)

Um filme inspirador sobre casal preto que retrata a vida do casal Obama. Em 1989, Barack Obama é um calouro da faculdade de Direito de Harvard e arruma um emprego temporário em um escritório de Chicago. Lá, fica sob as ordens da jovem advogada Michelle Robinson, por quem se apaixona. Certo dia, a advogada finalmente aceita o convite do estagiário para sair e os dois visitam um museu, fazem uma longa caminhada e terminam o dia de verão assistindo ao filme Faça a Coisa Certa, de Spike Lee.

Amor de Aluguel

Foto: Christina Lilian (Paris Morgan) e Alvin Johnson (Nick Cannon)

Pra quem curte comédia romântica, esse filme dos anos 2000 é o ideal. Paris Morgan, é uma garota popular na escola que precisa arrumar urgente o carro da mãe que ela danificou, e vai até a loja de carros, onde trabalha o colega de classe Alvin Johnson, um nerd e especialista em engenharia. Para consertar o carro rapidamente, ele pede que em troca, ela aceite namorar com ele por duas semanas.

Amor e Basquete

Foto: Foto: Monica Wright (Sanaa Lathan) e Quincy McCall (Omar Epps)

Quincy e Monica crescem juntos como vizinhos, namorados e rivais, em Los Angeles. Ambos sonham em jogar basquete pela liga norte-americana. À medida que o tempo vai passando e os dois sobem em suas carreiras, amor e disputa passam pelas suas vidas.

Educação antirracista: projeto lança livro com dicas de oficinas para salas de aula

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“Por uma infância escrevivente: práticas de uma educação antirracista” faz parte de um acervo digital sobre equidade racial, com download gratuito a partir de hoje

A partir desta terça-feira, 14 de fevereiro, educadores de todo o Brasil passam a ter acesso a um conjunto de materiais para estudo e construção de atividades pedagógicas de combate ao racismo a serem desenvolvidas em sala de aula. “Por uma infância escrevivente: práticas de uma educação antirracista é um manual com diversas sugestões de oficinas orientadas à cultura de equidade entre os estudantes. A publicação explica o passo a passo de sua execução pelos professores, desde a lista de materiais necessários até como concluir da melhor maneira cada prática.

Em suas páginas, é possível aprender como fazer uma oficina sobre a culinária afro-brasileira voltada às crianças. Também há a sugestão de incluir o conhecimento sobre culturas populares, ritmos e características de musicalidades afro-brasileiras em atividades simples, como “Faça o que mestre mandar” ou “Boca de forno”, como a brincadeira é conhecida na Bahia.

Para a professora e etnopesquisadora Fátima Santana, ações como essas são capazes de promover o contato das crianças com os saberes oriundos dos povos africanos. Todas as práticas contidas no livro foram realizadas, com excelentes resultados, pelo Centro Municipal de Educação Infantil Doutor Djalma Ramos, em Lauro Freitas (BA), onde ela atua como coordenadora. Uma das atividades propostas é uma oficina gastronômica, que contou com o envolvimento de toda a comunidade escolar, incluindo as famílias, e, além do preparo dos alimentos, as receitas foram compartilhadas.

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“A partir dessa experiência coletiva, buscamos dar visibilidade ao repertório de histórias e memórias afetivas dos alunos, famílias e equipe pedagógica, na perspectiva de uma educação comprometida com os valores identitários da cultura negra e baiana”, fala com orgulho a professora Fátima. Além das atividades lúdicas, o livro propõe aos educadores vários questionamentos sobre a educação antirracista, como: Quem você chama de linda? Por que não decorar a sala de aula com imagens e personalidades femininas negras? Como é a conduta das professoras auxiliares com as crianças negras? Você só fala sobre o negro no dia 20 de novembro?

Conteúdos como esses conseguiram chegar às páginas de “Por uma infância escrevivente: práticas de uma educação antirracista” graças à colaboração de outras três professoras – Cristiane Melo, Elisiane Lima e Mabian Ribeiro –, todas educadoras negras, que, sob a coordenação de Fátima, pesquisaram maneiras de contemplar a agenda antirracista dentro da realidade da escola pública brasileira.

A publicação digital pode ser baixada na biblioteca do Anansi – Observatório da Equidade Racial na Educação Básica. Pela iniciativa de Fátima e as demais professoras, também foi escrito um “Livro de Memórias”, com narrativas das participantes sobre o ato de ensinar às crianças por meio das oficinas.

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Projeto selecionado

O projeto da professora Fátima Santana foi contemplado pelo Edital Equidade Racial na Educação Básica: pesquisa aplicada e artigos científicos, lançado em 2019, iniciativa do Itaú Social coordenada pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), em parceria com o Instituto Unibanco, a Fundação Tide Setubal e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Outros pesquisadores sobre o tema mapearam exemplos de práticas pedagógicas antirracistas e também terão suas obras disponibilizadas para download gratuitamente, no recém-inaugurado acervo digital Equidade Racial na Educação Básica: Pesquisas e Materiais, que pode ser acessado na Biblioteca Dinâmica do Observatório Anansi, pelo site https://anansi.ceert.org.br/biblioteca.

A iniciativa foi lançada oficialmente em 9 de janeiro deste ano, em comemoração aos 20 anos da Lei 10.639, que alterou a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), tornando obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas brasileiras.

As publicações “Por uma infância escrevivente: práticas de uma educação antirracista” e “Livro de Memórias” fazem parte da primeira leva de materiais disponibilizada para download. Até dezembro deste ano, o acervo digital vai abrigar mais de 50 produções, entre livros, teses acadêmicas, artigos, e-books, jogos didáticos e vídeos, que serão lançados periodicamente.

Os próximos lançamentos serão um vídeo produzido por alunos do Ensino Médio do Coletivo de Música AfroIF, sobre o cantor e compositor Cartola, dois artigos sobre literatura: “LitERÊtura: formação em literatura infantil e juvenil com temática da cultura africana e afro-brasileira” e “Literatura negro-brasileira: representações de famílias negras em narrativas literárias”, além do livro “Poronga da Equidade: Saberes tradicionais e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola em práticas escolares de Jambuaçu (PA) e da cartilha “Porongando práticas antirracistas em escolas quilombolas”. As novidades podem ser acompanhadas nas redes sociais do Ceert.

Com uma alta quantidade de beneficiários negros, Bolsa Família vai passar por uma “Revisão em seu Cadastro Único”

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O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou nesta segunda-feira (13) que as novas regras e o redesenho do programa Bolsa Família estão prontos – e devem ser validados com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até a próxima semana, afirmando que o programa está passando por uma revalidação após o antigo governo.

Durante seu discurso no evento, o ministro também afirmou que o novo modelo do Bolsa Família será apresentado por meio de uma MP (Medida Provisória). Segundo Dias, a decisão surgiu a partir de uma necessidade da proposta ser aprovada, por esse motivo, foi escolhido o “instrumento mais rápido”.

Wellington Dias declarou que, com a proposta elaborada, a fase seguinte será validar o texto com outros ministérios e com Lula. O ministro não disse quando o governo federal espera relançar o programa, que vai substituir o atual Auxílio Brasil.

“Justifica uma medida provisória para criar o regramento, um novo caminho [para o Bolsa Família]”, disse. Novo formato deve retomar obrigação de vacinação e escolaridade para crianças de famílias beneficiárias e manter valor de R$ 600 mensais. Governo estuda editar MP para agilizar mudanças.

Já a revisão dos beneficiários vai ocorrer durante o segundo semestre do ano: “Vamos verificar todos os unipessoais beneficiários do programa de transferência de renda neste ano. Essa revisão tem um cronograma: começa em março e termina em dezembro. As pessoas vão ser chamadas conforme o cronograma. Esses 5 milhões unipessoais serão chamados, serão revisados, e aí vai sair quem tiver de sair e vai entrar quem precisa entrar. “

Parceria com EUA: Ministério da Igualdade Racial estuda criar programa de bolsa profissional para jovens negros periféricos

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Foto: Luna Costa

Em visita aos Estados Unidos na última semana, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se encontrou com a Representante Especial de Estado para Justiça e Igualdade Racial do Departamento de Estado Americano, Desirée Cormier Smith para selar a retomada do JAPER (Joint Action Plan to Eliminate Racial and Ethnic Discrimination and Promote Equality) ou em português, “Ação Conjunta para Eliminação da Discriminação Étnico-Racial”.

“O encontro com a Representante Especial para Igualdade Racial e Justiça do departamento de Estado Americano foi importante para selar a retomada do JAPER como acordo de cooperação que prevê parcerias técnicas, transferência de tecnologia e investimento em ações e programas coordenados pelo MIR que atuem na promoção de mecanismos de justiça e oportunidade para a população negra”, contou Anielle.

Durante a reunião com Smith, ficou definida a construção de um plano de trabalho entre os órgãos dos dois países para definir as metas do acordo. “Nesta reunião definimos a construção de um plano de trabalho conjunto, onde tanto MIR quanto Departamento de Estado desenharão as metas e cronograma de implementação das prioridades estratégicas do JAPER. Um dos temas que acordamos inserir foi o de memória e reparação, afim de impulsionarmos parcerias e investimento neste tema no Brasil”.

A ministra Anielle Franco também revelou que o MIR, em parceria com o governo americano, estudam criar um programa de bolsas para jovens negros de periferias que queiram trabalhar na área de gestão pública. “De outra forma, também discutimos sobre um potencial programa de bolsas para jovens negros de periferias e favelas que queiram se desenvolver profissionalmente no campo da sociedade civil e gestão pública”. 

Um novo encontro entre a ministra da Igualdade Racial e a Representante Especial de Estado para Justiça e Igualdade Racial do Departamento de Estado Americano deve acontecer na metade deste ano. “Já temos nossa próxima reunião marcada para maio, esperamos que ainda em 2023 possamos divulgar nossas ações em torno JAPER e impulsionar essa integração diaspórica de cooperação para raça, justiça e dignidade para nosso povo”.

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