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Ativista africana Angélique Kidjo se reúne em jantar com Lázaro Ramos, Ludmilla e outras personalidades negras no Rio de Janeiro

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Foto: Reprodução/Instagram

Na noite da última segunda-feira (10), a cantora, compositora e ativista africana Angélique Kidjo se reuniu com artistas e personalidades brasileiras em um jantar na Zona Sul do Rio de Janeiro. A cantora Ludmilla, o ator Lázaro Ramos e a atriz Tais Araújo também estiveram presentes no encontro com Kidjo, que é vencedora de cinco prêmios Grammy, além de ter sido eleita pela revista Time como uma das pessoas mais influentes do mundo e embaixadora da Unicef.

Também estiveram no jantar, o cantor e compositor Zé Ricardo, Criolo, Cris Vianna, Larissa Luz, Cacau Protássio, a chefe de cozinha, Carmen Virgínia, responsável por assinar o menu da noite, além de Simoninha, Ingrid Guimarães, Glória Groove, e outros nomes conhecidos da cultura brasileira.

Lázaro Ramos registrou encontro com Angélique em suas redes sociais, se referindo à cantora como alguém “magnética”. “Ela é magnética. Uma referência que acompanho há muitos anos e nem imaginava conhecer pessoalmente”, escreveu.

A artista chegou no Brasil para participar de um evento de criatividade onde falará sobre humanidade, tendo a música como ferramenta de transformação social e a potência da cultura afro-brasileira. Ludmilla também estará no mesmo evento criativo, em um painel próprio.

“Ela me tratou como seu eu fosse escravo”, diz entregador “chicoteado” por nutricionista branca

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Foto: Reprodução

Sandra Mathias usou uma coleira de cachorro para agredir um dos entregadores

No domingo de Páscoa, a ex-jogadora de vôlei, Sandra Mathias Correia de Sá, cuspiu e agrediu dois entregadores, em São Conrado. Em um deles, ela usou uma coleira de cachorro para agredir como se fosse um chicote.

O caso aconteceu porque Sandra se incomodou com os entregadores descansando na calçada perto de onde trabalham – e perto de onde ela mora – e começou a xingá-los. Segundo relatos dos entregadores, ela estava passeando com o cachorro quando viu o grupo de entregadores perto de sua casa, olhou para eles, cuspiu no chão e continuou o passeio. Depois, ela voltou e foi para cima dos entregadores.

No vídeo, é possível ouvir Sandra falando “você não estão na favela, p****. Você está aqui. Quem paga o IPTU aqui sou eu” para Viviane Maria de Souza, uma das entregadoras. Logo após, ela começa a xingar mais e ir para cima da entregadora dando socos e mordendo.

Em outro vídeo, Sandra começa a agredir Max Angelo com socos na cara, depois ela pega a coleira do cachorro e começa a atacar Max como se fosse um chicote.

“Ela me tratou como se eu fosse escravo. Só que ela está esquecendo que o tempo da escravidão já acabou há muitos anos. E isso não pode acontecer. É inadmissível. Não tem como aceitar uma situação como essa”, disse Max Angelo em entrevista para TV Globo.

O entregador relatou também que essa não é a primeira vez que a ex-jogadora agride os entregadores. Na última terça-feira ela agrediu verbalmente os mesmos entregadores que logo fizeram um boletim de ocorrência contra ela no mesmo dia.

Sandra, além do caso ocorrido, possui mais duas passagens pela polícia. A primeira é um furto de energia em Leblon, bairro onde está a escola de vôlei que ela é dona, e a segunda é por injúria e ameaça.

Ela é esperada na 15ª DP (Gávea) para responder por injúria e lesão corporal.

A Rappi se pronunciou sobre o caso e disse que não tolera nenhum tipo de preconceito e agressão. A Rappi também disse estar em contato com os entregadores dando suporte e auxílio.

Feira de educação orienta jovens negros a ingressarem em universidades dos Estados Unidos

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Foto: Freepik

Se você sonha em fazer graduação, mestrado ou doutorado nos Estados Unidos, confira essa dica especial! Com foco na comunidade negra brasileira, entre os dias 11 e 19 de abril, será realizado em cinco capitais brasileiras, a IX edição da Feira EducationUSA, a rede oficial do Departamento de Estado norte-americano, com entrada gratuita e aberta ao público.

Com ofertas de bolsas de estudos, presença de recrutadores e participação de representantes de 45 universidades, o evento será realizado em São Paulo, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. As inscrições estão abertas neste link: bit.ly/FeiraEdusaBR2023

Camila Pereira, 26 anos, filha de um operário e uma operadora de caixa de supermercado está com um grande desafio nas mãos: decidir para qual das três renomadas universidades americanas ela irá. Após um ano de dedicação ao processo de candidatura, Camila foi aceita com bolsa integral na Stanford University, na Califórnia; Stony Brook University, em Nova Iorque, e Northeastern University, Boston. Camila vai fazer pós-graduação nos Estados Unidos.

Camila Pereira e a orientadora Fernanda Ribeiro (Foto: Divulgação)

Moradora da Tijuca, no Rio de Janeiro, mas é de Alvorada, no Rio Grande do Sul. Camila foi a primeira da família a ingressar na faculdade. Mestre em Educação e professora substituta do Departamento de Atendimento Educacional Especializado, do Colégio Aplicação da UERJ, ela deseja usar seu conhecimento para facilitar a vida de outros jovens com histórias parecidas:

“Quero estudar as relações entre educação, questões étnico-raciais, gênero e sexualidade. Eu sou uma mulher negra de sexualidade dissidente, na área da sociologia. Produzir uma pesquisa comparativa entre Estados Unidos e Brasil falando de universidade, é algo que tem muito a ver com a minha história. As oportunidades que eu encontrei na universidade foram essenciais para a minha vida e deve ser para outros como eu,” completa Camila.

Camila conta que conseguiu essa conquista através de um trabalho integrado com o EducationUSA, que se dedica a disseminar informações sobre as mais de 4.700 universidades a nível de graduação e 1.700 programas de mestrado e doutorado. Seus orientadores especializados atendem no Brasil todo os interessados em estudar nos Estados Unidos. O trabalho é focado no objetivo de cada aluno, seja através da pesquisa de opções, oportunidades de bolsas de estudos e também oferecendo todas as dicas para a qualificação  no processo de candidatura.

“O EducationUSA além de orientar, procura descobrir talentos e apoiar estudantes em seus projetos acadêmicos e profissionais. Sabemos a importância da diversidade de perfis e atendemos pessoas de qualquer lugar do Brasil, com os mais variados interesses e condições financeiras, na realização de seus “applications” para universidades norte-americanas,” afirma Marina Martins-Ide, orientadora da instituição.

Daniel Silva, aluno da EducationUSA (Foto: Divulgação)

Também foi através dos plantões realizados pelo EducationUSA, que Daniel da Silva, de 23 anos, começou a acreditar que poderia estudar nos EUA. Agora, duas universidades  nas quais foi aceito com bolsa integral, aguardam a resposta dele: University of Southern Califórnia e Utah State University. Da zona rural de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, Daniel conta que conquistar uma vaga nas universidades dos Estados Unidos, era algo fora da realidade, já que o desafio da educação vem desde a infância:

“No ensino fundamental, lutei para aprender a ler e a escrever. Apesar dessas dificuldades, conquistei meu objetivo, a alfabetização. Algo tão simples é uma realização, porque as pessoas que vêm de onde eu venho não sabem ler, escrever e sonham em fazer uma faculdade,” ele fala.

Hoje, além de exercer a profissão de psicólogo, ele almeja dar aulas e fundar um instituto de pesquisa em Psicologia no Brasil, que trabalhe, principalmente, com saúde mental da população negra:

“Um aluno brasileiro negro nos EUA, demonstra representatividade de um grupo historicamente excluído. Acredito que devemos preencher esses espaços evidenciando a importância da diversidade. Além disso, aprender em um ambiente culturalmente diverso é enriquecedor. Meu objetivo é promover inovações e benefícios com o desenvolvimento de pesquisa para fornecer soluções para problemas enfrentados pela comunidade negra, especialmente questões psicológicas,” conta Daniel. 

Programação

São Paulo 11 de abril | 17h às 20h

Universidade Presbiteriana Mackenzie | Rua da Consolação, 930

Link: bit.ly/FeiraEdusaBR2023

Fortaleza

13 de abril | 17h às 20h

Hotel Gran Marquise | Av. Beira Mar, 3980 – Mucuripe

Link: bit.ly/FeiraEdusaBR2023

Salvador

15 de abril | 16h às 19h

Fiesta Bahia Hotel| Av. Antônio Carlos Magalhães, 741, Itaigara

Link: bit.ly/FeiraEdusaBR2023

Belo Horizonte

17 de abril | 17h às 20h

Hotel Fasano | R. São Paulo, 2320 – Centro

Link: bit.ly/FeiraEdusaBR2023

Rio de Janeiro

19 de abril | 17h às 20h

JW Marriott Hotel | Av. Atlântica, 2600 – Copacabana

Link: bit.ly/FeiraEdusaBR2023

PretaHub abre inscrições para programa de capacitação de empreendedores negros e indígenas

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Foto: Freepik

Estão abertas, até dia 20 de maio, as inscrições para a nova temporada do Afrolab, programa voltado para a capacitação de empreendedores negros e indígenas. O objetivo da PretaHub, hub de empoderamento econômico, com o foco na  criatividade, inventividade e tendências pretas, e responsável pela iniciativa, é selecionar 300 empreendedores de todo o Brasil para participarem de uma jornada ajustada às suas necessidades, interesses e paixões.

Esta nova temporada chega com tudo. Em formato de aceleração, as pessoas selecionadas poderão participar das 10 fases planejadas neste projeto, que se inicia em abril por meio da já tradicional Jornada Imersiva Afrolab. Para esta fase, estão abertas inscrições para jornadas nas áreas de gastronomia, empreendedorismo de cuidado, música, moda, comics, feiras e festivais afro, além do Afrolab SPerifas, destinada à empreendedores de diversos segmentos que atuam nos Distritos de Perus, Parelheiros, Bela Vista, Itaim Paulista e Vila Maria.

Após este mergulho inicial, os empreendedores poderão participar das demais fases dos processos, como imersões em vendas, marketing digital e educação financeira, mentorias coletivas, tutorias individuais, além de oficina de pitch para investimento, rodada de negócios, Festival Feira Preta e recebimento de investimento financeiro direto.

“Esse ano o Afrolab 2.0 vem cheio de novidades! Vamos, pela primeira vez, realizar a Aceleração Afrolab, uma jornada completa de fomento ao empreendedor negro,  a médio e a longo prazo que vai acompanhar o desenvolvimento, mudanças e crescimento dos empreendimentos de profissionais negros e indigenas”, explica Adriana Barbosa, CEO da PretaHub e idealizadora da Feira Preta.

Para se candidatar é necessário se identificar como pessoa negra ou indígena; estar à frente de negócios já estabelecidos no mercado; e ter disponibilidade para participar das fases da Aceleração Afrolab que acontecerão entre maio e dezembro de 2023, nos formatos online e presencial.

As inscrições vão até dia 20 de maio e podem ser feitas pelo link. 

‘Ahsoka’: nova série da franquia ‘Star Wars’ será estrelada por uma atriz negra

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Foto: Reprodução / Disney.

Neste último final de semana, a Disney anunciou o lançamento de ‘Ahsoka’, nova série da franquia ‘Star Wars’. Produzida por Jon Favreau e pelo escritor Filoni, a obra seguirá a história da amada padawan Togruta de Anakin Skywalker, Ahsoka Tano. A produção será estrelada por Rosario Dawson, atriz negra de 27 anos. “Estou muito feliz, não poderia me sentir mais abençoada por dar vida a essa personagem tão icônica”, disse a atriz em entrevista ao site On Demand Entertaiment.

Dawson possui pais porto-riquenhos e afro-cubanos. Ela já é conhecida pelo papel como Ahsoka. Em 2020, durante o lançamento da segunda temporada de ‘O Mandaloriano’, a atriz estrou nas telas como a icônica guerreira. “Tem sido tão poderoso estar nessa jornada, ser levada junto com Ahsoka; não é algo que eu poderia ter esperado ou sonhado, então é realmente fora deste mundo”, celebrou a artista.

Além de seu talento como atriz, Rosario Dawson também é conhecida por seu ativismo e engajamento em questões sociais e políticas. Ela tem sido uma defensora de causas como direitos civis, justiça social, igualdade de gênero e proteção ao meio ambiente. Nas redes sociais, Dawson frequentemente se manifesta politicamente.

Apesar do destaque como Ahsoka, Dawson já interpretou personagens em diferentes gêneros, desde dramas intensos até comédias românticas e filmes de ação, demonstrando uma notável versatilidade em suas performances. Seja como a forte e destemida Gail em ‘Sin City’ ou a determinada Claire Temple nas séries de televisão da Marvel. ‘Ahsoka’ será lançado em agosto de 2023 na plataforma de streaming Disney+.

Ausência de Nicki Minaj no novo filme da Barbie deixa fãs desapontados

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Foto: Bennett Raglin/Getty Images.

Nesta última semana, o primeiro trailer completo do filme ‘Barbie’ agitou a internet. A produção dirigida por Greta Gerwing, 39, tem estreia marcada para o mês de julho, trazendo uma série de celebridades, incluindo a atriz Issa Rae, 38, no papel da icônica boneca. Apesar do enorme sucesso nas redes, um fato em específico chamou atenção de alguns usuários: a ausência de Nicki Minaj, 40, no novo longa. Nem mesmo a playlist oficial que foi criada em preparação ao filme, incluiu músicas da rapper.

Desde o início de sua carreira, Nicki incorporou elementos da icônica boneca em sua imagem, tornando-se uma verdadeira referência para seus fãs, que admiravam sua atitude única e autêntica. A peruca rosa se tornou um elemento estético marcante da rapper norte-americana. Em 2011, a Mattel, marca resposnável por produzir as bonecas Barbie, chegou a lançar uma versão especial do brinquedo com referências à Nicki. “A Barbie é obviamente um ícone da cultura pop. Ela está no centro das atenções há mais de 50 anos e impressiona garotas de todas as idades em termos de representação da época. E Nicki é uma grande parte da cultura pop e também enorme na indústria da moda, assim como uma grande fã da Barbie”, disse Stefani Yocky, porta-voz da Barbie, à época do lançamento.

Boneca ‘Barbie’ inspirada em Nicki Minaj. Foto: Divulgação / Mattel.

O próprio fã-clube de Nicki é chamado de ‘Barbz’ em referência à icônica boneca. Musicalmente, foram vários os sucessos lançados pela rapper com a estética cor de rosa. Em 2022, Minaj voltou a utilizar a estética seu traço ‘Barbie Core’ no clipe de ‘Super Freaky Girl’. Dentro do registro, a cantora aparece num mundo similar à ‘Barbie Landia’ enquanto brinca com diferentes Kens.

Nas redes, fãs lamentaram a ausência de Nicki em ‘Barbie’. “Alguma coisa dentro de mim jurava muito que a Nicki ia estar no filme de Barbie, fosse no elenco ou na tracklist. Ela aborda esse conceito desde o início do seu mainstream, já teve parceria até com a própria Mattel e representa muito toda vez que se denomina uma ‘Black Barbie'”, comentou um usuário.

Outro fã da rapper considerou como um ‘descaso’ a ausência de Nicki no projeto cinematográfico em questão. “É de um descaso a Nicki Minaj não estar inclusa nesse projeto. Por mais de uma década ela popularizou o ‘Barbie core’ e emponderou meninas negras a se sentirem Barbies negras”, pontuou.

Barbie negra, Ariel negra… a coisa está ficando preta?

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

Por Anderson Shon, Professor, Escritor e Poeta.

Se algum jornalista no futuro estudar as obras audiovisuais do novo século ele irá resumir tudo com um termo: nostalgia. Seja pelos remasters ou remakes, seja pelo que é original, mas bebe da fonte nostálgica para encantar os corações de quem não consegue cortar o cordão umbilical das emoções. E esse mesmo jornalista, ainda no futuro, irá terminar de escrever sua matéria, correr para o cinema para assistir a versão de Peter Pan de 2042 e ver alguém reclamando pelo fato da sininho usar calça jeans ao invés de vestido. A incapacidade do público nerd de aceitar mudanças não muda. Felizmente, a visão de um audiovisual mais inclusivo vem, em passos lentos, mudando, e dois lançamentos muito aguardados para esse ano serão importantes nessa luta: ‘A Pequena Sereia’ e ‘Barbie’.

A primeira cena do trailer da Barbie tem uma mensagem singular “todas podem ser Barbies”… Calma, não tô dizendo que todas podem ser altas, magras e loiras, ninguém quer isso – quer dizer, alguém quer, mas não é a questão – a mensagem é sobre todo mundo pode ser influente na vida de alguém. A jovem preta que brincava com a Barbie tradicional pode ter a boneca dela vinda da Jaciane Melquiades, vinda da venda do bairro, das mãos habilidosas da avó, afinal, todas são “Barbies”. A nova Ariel também nos dá uma esperança bacana em percebermos que um personagem é muito maior do que a sua etnia e que a liberdade para mudar as cores, gêneros, origens não interferem em uma boa história. Os próximos meses nos reservam personagens e sereias negras e isso é maravilhoso. Esse texto poderia terminar por aqui… mas infelizmente não vai.

Como dito inicialmente, as obras audiovisuais do novo século se apegam muito à nostalgia e fãs mais nostálgicos odeiam que toquem nas obras “deles”. Esse conservadorismo fez com que a escalação de Halle Bailey, 23, incomodasse muita gente que aguardava uma mulher branca e ruiva para o papel. Um vídeo, que viralizou nas redes ao longo dos últimos meses, mostra como crianças negras se emocionaram ao perceberem que elas estavam ali na tela, que elas eram a Ariel, mas isso não foi o suficiente para que o argumento “por que vocês não fazem a Pequena Sereia de vocês?” não viesse à tona. Nem vou entrar no mérito de que sereias não existem, logo poderiam ser de qualquer cor. Sou nerd e respeito a nostalgia de todos, no entanto, respeito ainda mais o direito de ser visto. Façamos um teste… lembre de 3 obras que te dão uma sensação ótima de nostalgia da infância… a maioria tem protagonismo branco ou antropomorfizado.  Isso não é uma pergunta, é uma afirmação. Se elas forem adaptadas idênticas ao material original, jamais teremos representatividade.

Há um medo em mim de pessoas que são contra representatividade ou que não conseguem terminar um debate sobre o assunto sem um adjunto adverbial de adversidade; “por mim tudo bem, MAAAAS…”. Qual é o problema de todos se verem? Se a questão é que estão sendo “roubados” seus personagens, eu posso até sugerir que vocês façam o mesmo… na verdade, não posso, pois para cada Super Choque existem dez Homem-Aranha, para cada Pantera Negra existe cem Super Man, para cada Lupin existem mil Sherlock Holmes, para cada Um Maluco no Pedaço existem milhões de Friends (Living Single o quê?). É uma batalha tão desleal que a sensação é de estarmos brincando de gangorra com alguém com o quíntuplo do nosso peso e, agora que estamos engordando um pouquinho vão dizer que a brincadeira não tem mais graça. Você realmente quer ver a Ariel ruiva, vai lá, assiste o desenho. E se antes do live action, eu quisesse ver a Ariel negra, eu tinha que fazer o quê?

Os próximos meses nos reservam representatividade, debate, nerds vociferando seus preconceitos e racismos fantasiados de crítica. E sabe de uma? Eu não só quero que tenha Barbies negras ou Ariel negra, quero Mulher Maravilha, Chiquinha, Nazaré Tedesco, Helenas, Buma, Capitã Marvel… Por mim, a coisa toda fica preta.

“Estamos todos bem, vivos”: Luedji Luna sofre racismo em abordagem policial em São Paulo

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Foto: Helena Salomão

Luedji, Zudizilla e o filho de dois anos estavam com uma corretora branca no carro

A cantora Luedji Luna, 35, relatou nas suas redes sociais, no sábado (08), que sofreu racismo em uma abordagem policial. A ação aconteceu enquanto ela procurava por uma casa no centro de São Paulo. 

A artista estava com seu noivo, o rapper Zudizilla, o filho de dois anos do casal e uma corretora de imóveis branca, quando foram parados pela polícia. Os oficiais apontaram uma arma para eles. No Twitter, ela questionou o motivo de um casal negro ser parado pela policia por estar com uma branca em um bairro “ok” de São Paulo.

“Procurando casa no meu bairro, a polícia nos para com arma apontada. Meu filho de dois, meu marido e a corretora (branca) dentro. Por que preto com uma branca no carro, num bairro ‘ok’ só pode ter assaltado a casa, e/ou sequestro. Estamos todos bem, vivos!”, disse a cantora em seu Twitter. A postagem foi apagada.

Luedji ainda comentou sobre a experiência de dividir situações como essa na internet, ela disse que “é pedir para ser violentada duas vezes”. “As pessoas realmente acham normal abordar com arma em punhos uma mãe de família, um pai de família, e uma criança de 2 anos”, lamentou Luedji.

A cantora aproveitou o espaço para comentar sobre o apagamento da mídia hegemônica sobre suas conquistas. Ela é considerada um dos maiores nomes da música brasileira da atualidade, recentemente cantou no aniversário de Salvador ao lado de Gilberto Gil e foi citada em um artigo do Grammy como uma das artistas femininas do Brasil em ascensão global.

Mc Carol anuncia que deve encerrar carreira: “esse é o meu último ano artístico”

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Foto: Reprodução/Instagram

A funkeira Mc Carol publicou um tweet na noite do último domingo (9) onde escreveu que este deve ser seu ultimo ano como artista. “Pessoal esse é o meu último ano artístico! Ano que vem vou mudar de país, número e nome! Vou me abster de tudo e TODOS e, começar do zero e, quando me reconhecerem, vou pra outro país de novo e de novo!”, escreveu ela.

Ao responder uma seguidora que recomendou que a Mc respirasse e fosse procurar um psicólogo, a cantora disse que a decisão já havia sido tomada há “muito tempo”. “Já respirei gata! Essa decisão foi tomada a mt tempo”.

Em outro tweet publicado hoje, pela manhã, ela refletiu sobre as relações do mundo artístico. “Imagine um lugar lindo, uma praia ensolarada. Está cheio de gente sorrindo, feliz, cantarolando, brincando dentro d’água e você fica eufórico para entrar tbm, mas quando você entra, você percebe uma lama te puxando, um monte de bicho te sugando… Assim é o mundo artístico”.

No início de março, Mc Carol fez uma série de publicações em suas redes sociais refletindo sobre suas experiências pessoas como mulher negra no funk. “Eu entendi o que eu ia passar/sofrer assim que decidi continuar cantando putaria, num mundo machista pra caralh-, que se diz religioso ainda. Eu tinha duas escolhas na época: continuar colocando currículo de menor aprendiz ou subir favela para cantar putaria. E, eu fiz minha escolha! Eu não deveria passar pelo o que eu passei, porque homens não passam por metade“, destacou Carol.

100 dias de Lula: o que mudou para a comunidade negra

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Foto: Ricardo Stuckert

Nesta segunda (10), o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) completa 100 dias e, podemos dizer que, se comparado aos retrocessos do último governo, já podemos celebrar mudanças importantes no âmbito racial com a chegada de nomes negros ao grupo de ministros, com a nomeação de João Jorge Rodrigues para presidir a Fundação Palmares e com a garantia de reserva de 30% de cargos de confiança para pessoas negras. 

Desde a formação de sua equipe de transição, composta em novembro do ano passado, pouco menos de um mês após o anúncio das eleições presidenciais, e já que incluía os nomes de Anielle Franco e Margareth Menezes, o governo Lula já dava sinais de que deveria incorporar militantes da luta negra para integrar permanentemente seu governo e que o recorte racial passaria a fazer parte dos temas que influenciam as decisões políticas.

Foto: Ricardo Stuckert

E assim foi feito. Nos 100 dias de governos, temos Marina Silva como ministra do Meio Ambiente, a professora, ativista e jornalista  Anielle Franco como ministra do recém-criado Ministério da Igualdade Racial, o jurista Silvio Almeida à frente da pasta do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e também temos de volta o tão aguardado Ministério da Cultura, comandado por Margareth Menezes, uma importante figura para a cultura negra da Bahia e do Brasil. 

Para além da representação dessas personalidades e a importância que inegável de vermos pessoas negras ocupando esses lugares na alta cúpula do governo, o que conquistamos em avanços políticos até aqui também devem ser comemorados. Na área da cultura, uma das mais prejudicadas pelos anos de governo Bolsonaro, aliados à gestão desastrosa da pandemia, uma das primeiras medidas feitas pela ministra Menezes foi o desbloqueio de quase R$ 1 bi da Lei Rouanet. Recentemente, pasta lançou o Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023, que deve contemplar 40 obras inéditas escritas por mulheres com um investimento de R$ 2 mi, uma das maiores premiações literárias do país. O Minc também criou o Comitê de Gênero, Raça e Diversidade, “que vai subsidiar a elaboração de políticas públicas de cultura transversalizadas pela diversidade, promoção da igualdade de gênero, étnica e racial”.

O Ministério da Cultura também deu a posse do sítio arqueológico do Cais do Valongo, principal porto de entrada de africanos sequestrados e escravizados no Brasil e nas Américas, localizado no Rio de Janeiro (RJ), ao Comitê gestor do Cais do Valongo que deve implantar um Centro de Referência da Celebração da Herança Africana no Brasil. Outra medida foi a criação de um Comitê Interministerial que deve propor políticas públicas no âmbito federal que possam salvaguardar e promover o local. 

Foto: Filipe Araújo/MinC

Na semana passada, dois decretos publicados no Diário Oficial da União (DOU) e assinados pelo presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, também sinalizam as mudanças positivas para o povo negro nesses primeiros 100 dias do novo governo. Uma é a revogação da portaria que proibia a homenagem da personalidades negras vivas no site da instituição e o outro ato do presidente foi a revogação da portaria 57, facilitando o processo de reconhecimento dos quilombos.

Já o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, sob o comando de Silvio Almeida será responsável por conceder a cada dois anos o Prêmio Luiz Gama de Direitos Humanos a pessoas físicas e jurídicas que tiverem realizado trabalhos notórios na promoção e defesa dos direitos humanos no Brasil. Ao criar o prêmio que homenageia o abolicionista negro, o governo federal revogou a medalha da Ordem do Mérito da Princesa Isabel.

Foto: Luna Costa

No mês de fevereiro, depois de uma viagem aos Estados Unidos para acompanhar a comitiva do presidente Lula, a ministra Anielle Franco também revelou que o MIR, em parceria com o governo americano, estudam criar um programa de bolsas para jovens negros de periferias que queiram trabalhar na área de gestão pública. “De outra forma, também discutimos sobre um potencial programa de bolsas para jovens negros de periferias e favelas que queiram se desenvolver profissionalmente no campo da sociedade civil e gestão pública”, disse.

No dia 21 de março, o presidente Lula assinou o decreto que estabeleceu uma cota mínima de 30% para pessoas negras em cargos comissionados e de confiança no governo federal, sem a necessidade de concurso público. “Em parceria com o ministério da gestão e inovação, comandado por minha querida Esther Dweck, daremos esse passo inédito que entrará para a história. negros e negras na ponta e no topo da implementação de políticas públicas no governo federal, um novo horizonte pra uma nova página desta gestão”, celebrou a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, durante a cerimônia oficial no Palácio do Planalto em que a medida foi anunciada.

Uma mulher negra no STF?

A luta por cadeiras nos lugares de decisão continua a ser um desafio, principalmente no poder judiciário, um espaço praticamente masculino e branco. E agora, Lula terá pela frente o poder de escolher dois novos ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF). Existe uma pressão para que o presidente indique uma mulher negra para a vaga, mas Luís Inácio já deu entrevistas apontando que um dos escolhidos deve ser o advogado Cristiano Zanin Martins, que cuidou dos processos criminais do presidente quando este enfrentava acusações da Lava-jato. 

No dia 11 de abril a primeira vaga deve ser aberta com a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowiski e no dia 2 de outubro é Rosa Weber quem deixa a Corte ao completar 75 anos. Será que este ano veremos uma mulher negra se juntar aos ministros do STF onde acontecem julgamentos tão importantes como o perfilamento racial em abordagens policiais são significativos para nossa sobrevivência?

Temos visto coisas importantes acontecerem, mas não deixamos de observar que as mudanças estão apenas começando e que ainda é preciso avançar muito porque não temos tempo ou vidas a perder.

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