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Eddie Murphy confirma Shrek 5 e revela filme solo do ‘Burro’

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Foto: Reprodução

O ator Eddie Murphy, que dá voz ao Burro na franquia da DreamWorks, anunciou novidades sobre o andamento de Shrek 5 e revelou um novo projeto derivado da franquia de sucesso. Em entrevista ao site Collider, Murphy falou sobre o atual status do quinto filme do ogro e ainda contou que o personagem dublado por ele terá um filme que contará sua história.

“Começamos a trabalhar no novo filme há quatro ou cinco meses. Eu gravei todo o primeiro ato, e vamos retornar ainda este ano para finalizar”, afirmou Murphy, que atualmente promove seu próximo filme, ‘Um tira da pesada 4’. O ator revelou que, além do novo Shrek, um filme solo focado no Burro está nos planos: “Shrek vai sair, e então o Burro terá seu próprio filme. Nós faremos um filme do Burro. Então vamos fazer Shrek e o Burro”.

Murphy confirmou que as gravações de ‘Shrek 5’ estão adiantadas e sugeriu um lançamento para 2025. A franquia Shrek está prestes a completar 25 anos desde sua primeira aparição nas telas, marcando quase 15 anos desde a última reunião entre Shrek, Burro e Princesa Fiona.

Desde sua estreia em 2001, ‘Shrek’ conquistou um lugar cativo no coração do público ao contar a história do ogro Shrek (dublado por Mike Myers nos EUA) em um mundo de contos de fadas subvertidos. O sucesso inicial garantiu ao filme o Oscar de Melhor Animação em 2002, seguido por três sequências e dois filmes derivados até 2022. A última produção da saga, ‘Shrek Para Sempre’, arrecadou mais de US$ 750 milhões mundialmente, consolidando o sucesso da franquia, que acumula um total de mais de US$ 2,9 bilhões em bilheterias.

Os filmes que derivam da franquia também se mostraram lucrativos. ‘Gato de Botas 2: O Último Pedido’, lançado recentemente, alcançou mais de US$ 478 milhões nas bilheterias e foi indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2023. Este interesse renovado pelo universo de Shrek é reforçado por sucessos recentes de outras franquias da DreamWorks, como Kung Fu Panda 4, que somou US$ 545,3 milhões ao total global da série, elevando sua bilheteria para mais de US$ 2,3 bilhões.

Estudo aponta estagnação na inclusão de mulheres em cargos de liderança em 2024

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Foto: Freepik

A inclusão de mulheres em posições de liderança mostra declínio em 2024, conforme revelam estatísticas do LinkedIn em um estudo do Fórum Econômico Mundial. No Brasil, a taxa de contratação feminina para cargos de liderança diminuiu de 35% para 34,4% de 2022 para 2023. Até agora, em 2024, essa taxa é de 34,2%, sugerindo uma tendência de estagnação.

Desde 2018, houve um aumento de 1,3% na representação feminina em cargos de liderança, alcançando 28,6%. O relatório Global Gender Gap 2024, publicado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial, indica que as instabilidades econômicas recentes têm impactado negativamente a contratação de mulheres para posições de liderança.

A representatividade feminina diminui à medida que o nível de senioridade aumenta. Em posições iniciais, as mulheres constituem 47,2%, em cargos de diretoria são 30,5%, e em posições de alta liderança, apenas 27,1%.

Contudo, as mulheres no Brasil demonstram possuir um número maior de habilidades comportamentais altamente valorizadas no mercado, tais como liderança de equipes, liderança estratégica e capacidade de colaboração. No LinkedIn, as profissionais brasileiras apresentam 21% mais dessas habilidades em comparação aos homens.

A disparidade de oportunidades é evidente também em campos de alta demanda, como a inteligência artificial.

Desde 2016, a participação feminina na engenharia de IA aumentou três vezes, embora esse crescimento de 200% tenha sido mais lento que o crescimento masculino, que foi de 250%. Em 2023, as mulheres representavam 18,4% dos profissionais no setor.

Paola Ferreira, jornalista do grupo Folha, destacou no último ano,  que lideranças femininas conseguem atrair até 60% mais investidores externos do que homens, enquanto chefes negros podem aumentar a participação de trabalhadores pretos e pardos em suas empresas em até 1,8 ponto percentual. Esses dados são de uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos Raciais do Insper, que analisou 95 estudos nacionais e internacionais sobre diversidade de gênero e raça no mercado e na política, publicados em livros e revistas acadêmicas nos últimos 20 anos.

Michael França, doutor em teoria econômica pela USP, colunista da Folha e coautor do estudo, explica que as mulheres em posições de liderança tendem a adotar estilos mais colaborativos e inclusivos. Isso é visto pelos investidores como um sinal de transparência e confiabilidade.

Em termos de diversidade racial, a pesquisa revelou uma forte associação entre a inclusão de trabalhadores negros e o sentimento de identificação e compromisso das líderes negros. Essas líderes, devido às suas próprias experiências, se identificam mais facilmente com candidatos pretos e pardos, compreendendo seus desafios e valorizando suas vivências. Além disso, os líderes negros tendem a ter um compromisso maior com a diversidade e inclusão, criando ambientes de trabalho mais diversos.

Mesmo superando barreiras iniciais, essas pessoas ainda enfrentam discriminação e racismo sistêmicos, que impactam a autoestima, o sentimento de pertencimento e o acesso a recursos. Enumerar todos os mecanismos que excluem mulheres e negros na sociedade é o primeiro passo para promover mudanças.

Aniversário de 80 anos de Zezé Motta terá entrevista inédita e programação especial no Canal Brasil

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Foto: Reprodução

No próximo dia 27 de junho, a atriz Zezé Motta celebra seus 80 anos e ao longo de todo o mês vem recebendo inúmeras homenagens por seu trabalho na arte e seu engajamento no Movimento Negro Brasileiro. Uma delas é a entrevista inédita com a atriz, que será exibida à meia noite da próxima quinta-feira, no Canal Brasil, e que abre a ‘Maratona Zezé Motta’, que terá quase 24h de programação especial para comemorar a data.

Zezé Motta e Simone Zuccolotto-Cinejornal Canal Brasil

Durante a entrevista com Simone Zuccolotto, Zezé Motta fala sobre suas próximas estreias, além de relembrar papéis marcantes de sua carreira e de comentar a chegada aos 80 anos: “Eu fico muito feliz de inspirar as pessoas e de ter conseguido passar, principalmente para as mulheres negras, o poder de olhar e falar: eu também posso!”, afirma Motta durante a conversa.

A ‘Maratona Zezé Motta’ vai exibir 13 filmes que contam com a atriz no elenco, entre eles “Xica da Silva”, de Cacá Diegues, primeiro longa protagonizado pela aniversariante, que é considerada um ícone da atuação e da música no Brasil. A atriz também é responsável pela fundação do Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), criado em 1984 para promover artistas negros.

No Sul, tem negros. No Sul, nasceu o Almirante Negro!

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No mês passado, o presidente Lula demonstrou surpresa ao ver o contingente de pessoas negras que moram no Sul do país. “Eu não tinha noção de que no Rio Grande do Sul tinha tanta gente negra”. A observação foi motivada após assistir aos noticiários que cobriam a tragédia na região. 

Li comentários de pessoas que viram com certa estranheza a declaração. Para elas, um presidente que está no terceiro mandato deveria ter esse conhecimento. Ainda mais em se tratando de um político comprometido com as causas sociais. Os negros em qualquer lugar do país sofrem os efeitos do racismo e sempre estão precisando de políticas de combate aos efeitos perversos da injustiça racial 

Outras pessoas consideraram normal, pois também desconheciam. De qualquer maneira, uma coisa é inegável: o racismo fez com que a maioria da população não moradora daquele território geográfico acreditasse que o Sul era como uma extensão branca da Europa. A tentativa de apagamento de nossa história e da nossa existência não é novidade. E é deplorável imaginar que não são poucas pessoas que nem devem saber que João Cândido – líder da Revolta da Chibata – era gaúcho. 

João Felisberto Cândido, conhecido como Almirante Negro, nasceu em 24 de junho de 1880, Encruzilhada do Sul–RS. Não foi escravizado como os seus pais devido à Lei do Ventre Livre. Essa lei garantia liberdade a todos os filhos de escravizadas nascidos após 28 de setembro de 1871. Aos 13 anos, João Cândido participou na Revolução Federalista do Rio Grande do Sul. Foi para o Arsenal de Guerra do Exército e na Marinha do Brasil. Permaneceu na instituição por 15 anos. Durante esse período: viajou para vários países, desenvolveu habilidades e conhecimentos, participou de batalhas, ascendeu na hierarquia da instituição, mas também foi rebaixado. 

O ambiente naquele contexto se caracterizava pela violência contra os corpos negros; a abolição da escravidão (1888) era recente. Os brancos não tinham engolido muito bem a Lei Áurea. Os marinheiros que cometiam algum tipo de falta sofriam punições desumanas: prisão a ferro na solitária, pão e água como alimento, e recebiam dezenas de chibatadas. Num determinado momento, os marinheiros decidiram dar um basta naquelas situações. 

Liderados por João Cândido, no dia 22 de novembro de 1910, um pouco mais de 2.000 marinheiros (a maioria negros e pardos) tomaram os navios de guerra da Marinha. Eles exigiram o fim das chibatadas e melhorias nas condições de trabalho. Ameaçaram bombardear a capital do país – Rio de Janeiro – caso a reivindicação não fosse atendida. 

“A revolta nasceu dos próprios marinheiros para combater os maus-tratos e a má alimentação e acabar definitivamente com a chibata na Marinha (…) não podíamos ainda admitir que na Marinha Brasileira o homem tirasse a camisa para ser chibateado por outro homem”, disse João Cândido ao Museu da Imagem e do Som, em 1968. 

Percebendo a gravidade que estava prestes a acontecer e que os marinheiros não estavam blefando, o governo costurou um acordo com os rebelados, prometendo até anistia. No entanto, nos bastidores, articulou forças para reverter a situação. Foram quatro dias de negociação. Houve o descumprimento da promessa e os marinheiros foram presos. As chibatadas foram abolidas muito depois.

O episódio entrou para a história como a Revolta da Chibata. João Cândido foi expulso da instituição, mas antes passou por muitos sofrimentos, sendo até internado como se tivesse problemas psiquiátricos. Passou o restante da vida na pobreza e sob os olhares de um sistema racista que nunca aceitou a sua “ousadia”. Faleceu no dia 6 de dezembro de 1969. 

Flávia Diniz, ativista pelos direitos dos negros PCDs, morre aos 44 anos

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Foto: Reprodução/Instagram

Flávia Diniz, ativista dos Direitos Humanos, membro do Movimento Vidas Negras com Deficiência Importam e conselheira da UNESCO-SOST Transcriativa, faleceu neste domingo, 23 de junho, aos 44 anos. O motivo da morte não foi revelado.

“Com muita tristeza e amor o Movimento Vidas Negras com Deficiência Importam lamenta a partida precoce de sua membra honorária Flávia Diniz”, escreveu o VNDI Brasil, nas redes sociais, ao anunciar o seu falecimento. “Flávia, uma mulher forte, batalhadora e principalmente uma grande defensora dos Direitos Humanos e da Luta das Pessoas Pretas com Deficiência, partiu para virar ancestral (23/06/24)”, completa.

“Conosco permanece seu legado, ensinamentos, amizade e seu sorriso sempre presente em cada encontro mesmo diante de tantos atravessamentos. Que Flávia se vá em paz… que continue sempre sorrindo e sambando como costumava dizer, em seu novo plano. Que encontre o descanso merecido, com a certeza que será sempre lembrada em nossas vitórias e na nossa história. Que sua curta passagem seja celebrada e reverenciada por todos que puderam conhecê-la, conviver e amá-la. Rest in Power, Flávia!”, finaliza o texto. 

Luciana Veigas, fundadora do VNDI Brasil e amiga da Flávia, também expressou seus sentimentos com a notícia que a pegou de surpresa, pois havia se encontrado com a ativista ontem. “Flávia era uma força da natureza, todas as vezes que ela estava no lugar era impossível não notar ela. E por incrível que pareça, muitas vezes, os racistas tentaram. Tentaram de verdade silenciar, apagar… Mas a Flávia me ensinou a importância de estar rodeado de mulheres negras fortes, quando ela foi silenciada: NÓS ESTÁVAMOS LÁ POR ELA! E ela me ensinou sobre aprendizado, sobre fortalecimento”, escreveu nas redes sociais. 

“Minha vida não foi a mesma desde que eu conheci a Flávia. Todo dia que a gente se falava era um aprendizado. […] Flávia me ensinou sobre o bem viver da pessoa negra com deficiência. Flávia era o VNDI BRASIL eu não consigo esquecer quando ela me disse: ‘Lu eu posso tocar o VNDI no RJ?’ eu disse sim. Na semana seguinte ela tinha conseguido uma sede pro movimento que na época não tinha nem membros rs… A luta perdeu MUITO”, afirma. 

Apesar da dor de perder uma amiga, Luciana afirma que levará como compromisso o nome de Flávia para todos os espaços para que ela não seja esquecida. “O Orun tá em festa, você tá sem dores e no abraço de Osun. Obrigada por me esperar e dar o último adeus!
Obrigada pela honra de dividir esse anos do seu lado da trincheira”, se despede no texto.

“Uma Princesa Puxa a Outra”: Campanha brasileira com time majoritariamente negro ganha 3 três leões em Cannes

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Foto: Divulgação

Uma Princesa Puxa a Outra“, campanha realizada pela agência SOKO, com um time majoritariamente negro levou três Leões no Cannes Lions 2024, nesta semana, sendo 1 bronze na categoria Entertainment e 2 bronzes em Social & Influencer, feito em parceria com a Disney, PretaHub, Plano de Menina e a ONG Na Ponta dos Pés. A premiação é considerada o “Oscar” da publicidade global.

O projeto premiado intitulado “A Princesa e a Coroa“, foi lançado em 2023 com a Tiana, do filme “A Princesa e o Sapo“. A primeira princesa negra da Disney soltou o seu cabelo crespo em uma animação curta encantadora, para divulgação de uma linha infantil da Seda.

“A Princesa e a Coroa representa muito mais do que uma campanha, é um movimento de valorização do cabelo crespo e da identidade negra. Ser reconhecido internacionalmente é um reflexo do poder e da relevância dessa nossa narrativa”, celebra João Souza, Creative Leader na SOKO, seis vezes vencedor do Leão de Cannes.

Fabiola Ribeiro e João Souza (Fotos: Divulgação/SOKO)

O projeto que tem o propósito de levar diversidade, beleza e autoestima para meninas e mulheres ao redor do país encantou os jurados de Cannes. “Pessoas negras precisam contar sua própria história. Isso tem muito significado quando olhamos para uma campanha cujo objetivo é conversar com crianças negras a partir de seus cabelos crespos, sobre vivências, afeto e ancestralidade”, disse Fabiola Ribeiro, Broadcast Leader na SOKO, que conquistou 4 Leões na carreira.

“Foi um desafio pensar uma estratégia de PR que não a transformasse em mais uma história única quando falamos desta população. Por isso buscamos criar conversas plurais, que resultaram em uma trend que correu o mundo. Esses Leões são um prêmio coletivo, não só do time, mas de todos os nossos”, completa.

O time composto por boa parte de pessoas negras na liderança e em cargos estratégicos, foi fator essencial para refletir em uma história que une autenticidade e sensibilidade.

Louinnie Dandara, Thais Borges e Joaquim Trajano (Fotos: Divulgação/Soko)

“Como Content Manager da campanha, tive a missão de levar pro digital uma história que impacta a vida de mais da metade da população brasileira: os afetos que atravessam a relação das pessoas negras com seus próprios cabelos. Ler os depoimentos de cada pessoa nos posts fazia eu entender o caminho que estávamos seguindo. Eu só não imaginava que eles me levariam até 3 Leões em Cannes. E poder estar aqui, pela primeira vez, faz tudo se conectar ainda mais”, celebra Thais Borges, que já havia vencido um Leão anteriormente.

A estratégia, conduzida unicamente por pessoas pretas, contou com Joaquim Trajano, Strategy Group Director na SOKO, estreando em Cannes com três Leões. “Esse trabalho é a sequência de uma história que veio antes de nós. Uma história sobre sonhos e possibilidades para crianças negras, escrita por um time majoritariamente negro. Um projeto brasileiro sobre cabelos crespos que foi reconhecido com um dos prêmios mais importantes da publicidade mundial e, através da Disney, tem um potencial enorme de trazer novos símbolos para o nosso imaginário. É uma honra fazer parte dessa iniciativa ao lado de tantas pessoas que estão transformando a nossa cultura, como Preta Hub, Plano de Menina e Projeto na Ponta dos Pés”, afirma.

A outra estreante com três Leões, Louinnie Dandara, Senior Account Manager na SOKO, também comemorou o projeto realizado. “#UmaPrincesaPuxaOutra é um dos projetos mais especiais da minha carreira, por refletir a importância da representatividade que nós comunicadores pertencentes a grupos invisibilizados buscamos retratar a cada briefing que vem para a nossa pauta. Esse é um lindo trabalho a favor de relações sociais mais justas”, afirma.

Evilane Justo (Foto: Divulgação)

Além do Cannes, Evilane Justo também celebra a conquista do prêmio de Prata pela Aya de Inclusão, na categoria Inclusão da Praia da Diversidade. “Prêmios são ótimos; dão visibilidade e abrem portas, mas a maior conquista é transformar imaginários através dessas histórias potentes. Nos ver representadas em um lugar de beleza, magia e empoderamento é muito importante; essa é a narrativa que queremos e merecemos! Gostaria de ter visto essa campanha na minha infância. Desejo que cada vez mais marcas usem alcance para contar e ampliar essas histórias”, afirma a Gerente de Projetos na Soko, com 4 Leões na carreira. 

Retiro de Mulheres Negras em Quilombos abre inscrições para segunda edição em São Paulo

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Foto: Divulgação

Em homenagem ao mês da mulher negra, latino-americana e caribenha, celebrado em julho, a Preta Ancestralidade em parceria com a Plana Vivências realiza a segunda edição do Retiro de Mulheres Negras em Quilombos. O evento acontecerá nos dias 20 e 21 de julho, no Quilombo de Ivaporunduva, um dos mais tradicionais do estado de São Paulo, situado no Vale do Ribeira.

As inscrições já estão abertas. Para participar dessa experiência transformadora, acesse o link para preencher o formulário. As vagas são limitadas. (Clique aqui)

“Nosso objetivo é proporcionar às mulheres uma conexão profunda com sua ancestralidade, resultando em uma vivência de liberdade e senso de comunidade únicos, que se refletem na forte ligação com o quilombo e entre as participantes”, disse Paula Batista, criadora da Preta Ancestralidade e líder das práticas de conexão ancestral.

Na primeira edição, 20 mulheres participaram dessa experiência, realizada no Quilombo da Fazenda em Ubatuba, São Paulo. “Essa vivência abriu minha mente para novas possibilidades e me deu coragem para enfrentar o ano. A conexão não foi apenas com o local, mas também com as outras mulheres. Sentimos juntas a força ancestral que nos guiou até lá”, conta Karina Pimenta, participante da primeira edição.

Sobre o Quilombo de Ivaporunduva

O Quilombo de Ivaporunduva é um símbolo de resistência e preservação cultural. A comunidade mantém vivas as tradições ancestrais, valorizando a conexão com a natureza, a oralidade e a vida comunitária.

Serviço:
2ª edição Retiro de Mulheres Negras em Quilombos
Data: Dias 20 e 21 de julho
Local: Quilombo de Ivaporunduva.
Realização Preta Ancestralidade e Plana Vivências
Apoio: Ser Antirracista

ONG liderada por ativista negra usa surfe para combater racismo e transformar vidas no litoral de Pernambuco

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Foto: Divulgação/Todas Para o Mar

Apesar da liberdade em frequentar praias, no sentido de que a maioria delas é considerada pública, para muitos negros Brasil, o surfe, esporte praticado no mar, carrega também o peso do racismo e da exclusão. Em meio a esse cenário, a ONG Todas Para o Mar (TPM), fundada pela surfista e ativista Nuala Costa, surge como um farol de resistência e transformação na praia de Maracaípe, no litoral sul de Pernambuco.

Nuala Costa, uma mulher negra que encontrou no surfe não apenas um esporte, mas uma ferramenta de empoderamento, relata os desafios enfrentados desde o início de sua carreira. “Eu cresci convivendo com injustiças e limitações que queriam impor a mim pelo fato de ser negra, e isso inclui também a minha vida esportiva. Não foi fácil já por ser uma mulher surfista, e o fato de ser negra colocava uma ‘grande lupa’ sobre mim e minhas atitudes”, conta. Iniciada no surfe aos 16 anos por meio de um projeto social, Nuala se deparou com a falta de visibilidade e patrocínio, resultado do racismo estrutural presente no esporte. Mesmo com o talento reconhecido em campeonatos como o Campeonato Brasileiro de Surf Amador, o Super Trials e o Circuito Nordestino de Surf, Nuala enfrentou barreiras que limitaram suas oportunidades.

Determinada a mudar a realidade, Nuala criou a ONG Todas Para o Mar, com o objetivo inicial de dar visibilidade ao surfe feminino. A iniciativa rapidamente se expandiu, abrangendo a inclusão de jovens negros e suas famílias na prática do esporte. Atualmente, a TPM atende cerca de 120 mulheres e 80 crianças e adolescentes, proporcionando não apenas treinamento em surfe, mas também suporte educacional e socioeconômico.

“Com a construção do coletivo TPM, as mulheres negras e periféricas, em sua maioria chefes de família, conseguem ter um espaço para o desenvolvimento esportivo e educacional dos seus pequenos, além de acompanhamento socioeconômico para elas mesmas”, destaca Nuala.

O projeto é mais do que um espaço para a prática esportiva. As atividades incluem aulas de surfe, oficinas para confecção de pranchas e participação em campeonatos. A TPM oferece também aulas de letramento racial, alfabetização, espanhol, capoeira, maracatu, afoxé, arteterapia, teatro, dança e sessões de cinema. Para entender e atender às necessidades de cada jovem e suas famílias, são realizadas visitas domiciliares, um método que Nuala considera essencial para o sucesso do projeto.

“Formamos esses jovens desde cedo, para eles entenderem que, mesmo diante de entraves como o racismo, eles podem conquistar o mundo. Priorizamos muito as aulas de letramento racial, para que se reconheçam e reconheçam nos outros a prática do racismo, seja no ambiente esportivo e, principalmente, na vida”, explica Nuala.

Impacto na Comunidade

O impacto da TPM vai além das ondas de Maracaípe. O trabalho da ONG beneficia diretamente 250 famílias da comunidade, promovendo a autoestima e fortalecendo a identidade racial dos participantes. Nuala tem sido uma voz ativa na luta contra o racismo, a LGBTfobia e o sexismo, defendendo que a conscientização deve começar na juventude.

Com o surfe como catalisador, a ONG Todas Para o Mar transforma vidas e desafia as barreiras do racismo, criando um espaço onde o esporte se torna um instrumento de inclusão e resistência.

Iza é a nova convidada do ‘Lud Session’: “Levei a Nala comigo”

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Foto: Steff Lima

Ludmilla anunciou a cantora Iza como a convidada especial da quarta edição do “Lud Session“, na noite deste sábado, 22 de junho. A gravação será lançada no YouTube e em todas as plataformas digitais de áudio, no próxima terça-feira, 25, às 21h.

“Mais que oficial. Ainda levei a Nala comigo”, celebrou Iza, grávida da primeira filha, ao anunciar no X (antigo Twitter) a sua participação. Antes do anúncio, a Ludmilla fez um suspense ao afirmar que pela primeira vez, duas pessoas estariam no Lud Session. 

As artistas também divulgaram uma foto delas para fazer o anúncio, onde a Iza aparece com a linda barriga de grávida à mostra, encantando os fãs nas redes sociais. “Ela já nasce aclamada com o maior feat da música br”, escreveu a cantora Enme Paixão. 

Criado em 2021, o projeto acústico da Ludmilla já contou com as participações de Xamã, Gloria Groove e Luísa Sonza.

Educação antirracista como presente para o futuro

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Foto: Reprodução

Quando me descobri grávida, no início de 2019, eu já tinha plena consciência de como seria a educação da minha criança. Venho de um lar com educação afrocentrada e não saberia fazer diferente. Meu pai partiu sem saber o tamanho do legado que ele deixou. E desde que minha filha nasceu eu tenho descoberto cada vez mais dessa “herança”. Ao longo desses quase 5 anos de maternidade, a educação da Ella é um desafio quase sempre muito prazeroso. São esforços para que ela se reconheça nos mais diversos espaços e acredito que meu papel como mãe negra seja apenas esse, o restante da luta não pode ser assumida por nós, negros e negras, cabe aos responsáveis reconhecer suas mazelas. Montamos uma afroteca, como carinhosamente chamamos a biblioteca, criamos o quilombinho, a comunidade de bonecas e bonecos negros, trouxe referências dos mais diversos profissionais e potências negras, ainda assim, aos 3 anos e 4 meses minha filha  verbalizou: mamãe eu queria ser branquinha. Meu mundo caiu. Eu sabia que passaria por isso, mas não tão cedo e, no fundo, nenhuma mãe está preparada.

Eu dormia e acordava pensando no que ela sentiu até verbalizar isso, onde eu tinha falhado, o que mais poderia fazer dar suporte à minha filha… Foram questionamentos e culpas intermináveis. Morávamos em São Paulo, num bairro em que ninguém se parecia conosco, nas atividades esportivas da academia éramos sempre os únicos negros, se tivesse mais um, sem considerar os prestadores de serviços (pelos quais eu tenho muito respeito, admiração e semelhanças físicas e sociais), era muito. A escola que ela frequentava desde 1 ano e 3 meses de idade, era e é impecável, inclusive, já ministrei uma formação antirracista para os educadores, ainda assim poucas crianças se pareciam com ela. Até que eu tive a ideia de matriculá-la durante as férias de julho de 2023, na Decolônia de Férias da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, em Salvador, a primeira escola de educação afrocentrada, reconhecida pelo MEC, o sonho e o compromisso das intelectuais Bárbara Carine e Maju Passos. Foi um mês de imersão nas nossas raízes da forma mais lúdica, respeitosa e afetiva. A Ella voltou para São Paulo pretinha, por dentro e por fora. E eu voltei esperançosa, mas inquieta.

Durante todo o mês de novembro do mesmo ano, eu fiquei em Salvador em função das atividades do mês da Consciência Negra e mais uma vez a Ella me acompanhou e foi para a Escola Maria Felipa. No final de dezembro nos mudamos para Bahia. Eu sentia que não podia privar minha filha de se ver, se reconhecer e se desenvolver a partir do que ela é.

Tive o privilégio, e também a coragem, de fazer isso, mas está longe da solução ideal. A luta por uma educação antirracista é uma batalha fundamental na construção de uma sociedade mais justa e equitativa. No entanto, essa jornada enfrenta inúmeras dificuldades, especialmente para nós mães negras e/ou mães de crianças negras.

Recentemente dois casos chamaram atenção para essa pauta: o Colégio Visconde Porto Seguro, tradicional instituição de ensino frequentada pela nata da sociedade paulistana, foi denunciada pelas ONG’s Educafro e Anced por oferecer um “atendimento” separatista aos alunos cotistas da escola, maioria negra, com direito a pior infraestrutura e grade curricular diferenciada, além das regras de circulação restrita. Um apartheid moderno. Como a famosa imagem do bebedouro que ilustra bem a segregação racial na longíqua década de 1930 (ou nem tão longe assim), em Oklahoma (EUA).

A outra situação nos mostra que raça vem antes de tudo, inclusive de classe socioeconômica. A filha mais velha da atriz Samara Felippo, foi alvo de racismo dentro de outra tradicional escola paulistana, desta vez o Colégio Vera Cruz, na zona oeste de São Paulo, inclusive, ele fica na mesma rua onde morávamos. A jovem teve seu material roubado e destruído por alunas brancas, onde ainda proferiram por escrito ofensas racistas. As alunas admitiram o crime e até agora nenhuma decisão judicial ou institucional foi tomada. Ou seja, não se tratava de uma aluna bolsista, ela é uma menina com poder aquisitivo estabelecido, filha de uma pessoa conhecida e ainda assim o racismo falou mais alto. Com isso, iniciou-se uma discussão e a escola não soube como agir. Expulsa as agressoras e contraria toda associação de pais e alunos? Já leram o Pacto da Branquitude, da Cida Bento? Povo unido. Ou mantém as meliantes e se opõe a 56% da população brasileira que não faz parte do seu público alvo? A instituição nem precisou decidir, os pais das alunas agressoras optarem tirá-las do colégio voluntariamente. Eu não tenho resposta e nem opinião para essa questão. Mas mensurar os impactos negativos e assumir parte da responsabilidade do racismo nosso de cada dia, seria um bom começo para os dois colégios.

Enfrentamos barreiras sistêmicas que impactam diretamente o acesso e a qualidade da educação de nossos filhos. Essas barreiras podem incluir desigualdades sociais e econômicas que frequentemente colocam mães negras em situações desfavoráveis, o que pode restringir o acesso de seus filhos a uma educação de qualidade. Além disso, as instituições educacionais muitas vezes não estão preparadas para lidar com as necessidades específicas das famílias negras, resultando em formas de discriminação velada, como estereótipos raciais ou falta de sensibilidade cultural. A falta de representatividade racial no corpo docente e no currículo escolar também pode afetar negativamente a autoestima e o desempenho acadêmico das crianças negras. Além do viés racial que pode levar à imposição de práticas disciplinares mais severas às crianças negras, bem como à falta de incentivo para sua participação em programas avançados, devido a preconceitos tanto implícitos quanto explícitos por parte dos educadores.

Como eu sempre menciono, a intencionalidade é fator determinante para mudanças efetivas e as instituições de ensino podem usar sem moderação. Proporcionar treinamento regular sobre diversidade, equidade e inclusão para todos os funcionários da escola como política da cultura interna é o primeiro passo. Isso ajuda a identificar e abordar preconceitos implícitos e explícitos. Outras mudanças também são bem vindas e assertivas, como incorporar uma variedade de perspectivas culturais e históricas no currículo escolar, garantindo que todas as crianças se sintam representadas e valorizadas. Todas. O recrutamento diversificado de educadores negros e de outras minorias étnicas também é importante para criar um corpo docente mais diversificado e representativo. Estabelecer parcerias com organizações comunitárias e líderes locais é outra maneira eficaz de promover uma cultura escolar inclusiva e sensível às necessidades das famílias negras.

Investir em uma educação antirracista não apenas beneficia as crianças negras e suas famílias, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa para todos. Uma educação antirracista capacita as crianças negras a se orgulharem de sua identidade racial e a buscarem seus objetivos com confiança e determinação. Ao valorizar e celebrar a diversidade cultural, as instituições de ensino criam um ambiente mais rico e estimulante para todos os alunos, promovendo a compreensão e o respeito mútuo. Ao combater o racismo institucional desde tenra idade, as escolas desempenham um papel fundamental na promoção da justiça social e na construção de um futuro mais inclusivo e igualitário.

Para saber mais sobre educação antirracista, deixo os links das instituições que têm trabalhado o racismo com responsabilidade e intencionalidade.

Escola Afro-Brasileira Maria Felipa – Salvador/BA
Villa Criar – Lauro de Freitas/BA
Camino School – São Paulo/SP
Emei Nelson Mandela – São Paulo/SP

No mais, “tudo certo na Bahia”. A Ella já tem sotaque, me chama de “minha mãe”, pede cuscuz no café da manhã e frequenta salão de beleza para cuidar do black power com alegria e autoestima elevadíssimas. Vim, vi e venci.

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