Na última quarta-feira, 17, o Real Madrid anunciou que um homem foi condenado a oito meses de prisão, na Espanha, por ataques racistas aos jogador brasileiro Vinicius Junior e ao alemão, Antonio Rüdiger.
O acusado, que não teve a identidade revelada, havia feito comentários racistas contra os jogadores do Real Madrid na seção de comentários de uma matéria do jornal Marca, da Espanha. Este é a segunda condenação por racismo no país. A justiça condenou o racista por dois crimes contra integridade moral de Vini Jr e Rüdiger. No caso do zagueiro alemão, também foram feitos ataques à sua religião.
O condenado também ficará impossibilitado de participar do fórum do jornal onde cometeu o crime por 20 meses. A justiça sujeitou a suspensão da pena de prisão caso o acusado participe de um programa de igualdade de tratamento e não discriminação.
A condenação é a segunda motivada por racismo na Espanha. No mês de junho, três pessoas foram condenados por agressões racistas a Vinicius Junior durante a partida entre Valencia x Real Madrid, ocorrida no ano passado, no estádio Mestalla. O caso divulgado pelo time europeu nesta quarta é a primeira punição por racismo cometido na internet.
“Nossa marcha para a liberdade é irreversível. Não devemos permitir que o medo fique no nosso caminho.”
Mais um ciclo se completa e celebramos a memória daquele que inspirou diversas gerações na luta pelos direitos humanos. Nelson Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918, na aldeia de Mvezo, Transkei, África do Sul. Em sua homenagem, a Assembleia Geral da ONU (2019) escolheu essa data como o “Dia Internacional Nelson Mandela”. A luta que Madiba (apelido de infância) assumiu na defesa do povo negro começou na época em que era estudante de Direito na Universidade de Fort Hare. A conceituada instituição era um celeiro da minúscula classe média negra. Madiba era bolsista. Lá, participou de reuniões e cursos com militantes socialistas, comunistas e pan-africanistas. Esse ímpeto pela política ocorreu por conta das injustiças que presenciou dentro e fora da universidade.
Nesse contexto, ingressou no Congresso Nacional Africano (CNA). Esse movimento de libertação da África tinha como prática a formulação de petições, mas, após a eleição de Mandela para a executiva, os rumos mudaram. O partido resolveu a agir duramente contra a repressão do Estado. A luta armada se tornou necessária. O país havia mergulhado em um dos períodos mais cruéis e repugnantes da história. A segregação racial foi transformada em política de Estado com a vitória do Partido Nacionalista (1948); as leis implantadas (Apartheid) determinavam que pessoas brancas e pessoas negras não poderiam ocupar os mesmos lugares. Os espaços públicos eram dedicados separadamente para cada grupo racial: banheiros e bebedouros, escolas e universidades, os assentos nas praças e nos transportes públicos, os casamentos inter-raciais foram proibidos, etc.
No entanto, a radicalidade de Mandela ganhou impulso no episódio conhecido como Massacre de Shaperville. Os negros protestavam contra a lei (Lei do Passe) que obrigava os negros a portarem cartões com registro oficial informando se poderiam circular na área em que se encontravam. Diante do protesto, o Estado respondeu com uma brutalidade sem tamanho. Dezenas de pessoas negras foram assassinadas e quase duzentas ficaram feridas. Nelson Mandela escreveu em seu manifesto que defendia a luta armada “no início de junho de 1961, após uma longa e ansiosa avaliação da situação sul-africana, eu e alguns colegas chegamos à conclusão de que, como a violência neste país era inevitável, seria irrealista e errado que os líderes africanos continuassem a pregar a paz e a não-violência, numa altura em que o Governo responde às nossas exigências pacíficas com a força”.
Durante a luta contra o apartheid até a sua prisão, Mandela recebeu diversas acusações: violação da Lei de Proibição do Comunismo, incitação à greve, viagem sem passaporte válido, etc. Em 1964, o sistema o condenou à prisão perpétua pelo crime de sabotagem e planejamento de invasão armada.
A África do Sul tornou-se um caldeirão de violências em que o regime racista atacava cada vez mais os civis, e as mobilizações exigindo a liberdade de Nelson Mandela saíram das fronteiras do país, internacionalizaram. As negociações com o importante preso foram intensas. Ele tinha muita influência mesmo com a liberdade suspensa, e até recebeu a seguinte proposta: impedir a luta armada para ser libertado. Não aceitou.
No dia 11 de fevereiro de 1990, conquistou as ruas. Meses depois, as leis segregacionistas foram abolidas e, em 1993, dividiu o prêmio Nobel da Paz com o presidente Frederik Willem de Klerk, responsável pela libertação e negociação com o herói sul-africano. No ano seguinte, Madiba foi eleito presidente da África do Sul. O primeiro negro a ocupar esse cargo.
E, no dia 5 de dezembro de 2013, faleceu aos 95 anos. Que Mandela siga eterno na memória de todos os povos que lutam por um mundo melhor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOEHMER, Elleke. Mandela: O homem, a história e o mito. Tradução: Denise Bottmann. Porto Alegre–RS: L&PM, 2014.
MANDELA, Nelson. Autobiografia de Nelson Mandela – Um longo caminho para a liberdade. Lisboa: Planeta, 2009
“Obviamente a questão financeira é importante, mas para mim a forma de servir a comida é o que me realiza como Chef”. Pedro Barbosa, mineiro de Paracatu, se destacou no cenário gastronômico brasileiro ao construir uma sólida carreira no renomado Grupo Maní em São Paulo. Após oito anos de uma trajetória ascendente que culminou na posição de subchefe, e uma participação memorável na 3ª edição do reality show “Mestre do Sabor”, onde foi vice-campeão, Pedro decidiu retornar às suas raízes em Minas Gerais. De volta à sua terra natal, ele fundou a sorveteria Uaiê, em Belo Horizonte, que se tornou um símbolo de brasilidade e inovação na gastronomia.
A Uaiê diferencia-se pelo uso de produtos sazonais e pela valorização dos sabores brasileiros. “Eu usar uma mexerica agora é totalmente diferente de usar no final do ano. Agora é a época da mexerica e fica tudo mais gostoso”, explica Pedro. A sorveteria não possui um cardápio fixo, o que permite uma constante renovação de sabores, adaptando-se às frutas da estação e aos produtos de pequenos produtores locais. “Gosto de brincar com o produto sazonal, chamando o fornecedor para saber o que ele tem de melhor no momento”, diz ele, reforçando o compromisso com a qualidade e a autenticidade de seus sorvetes.
Pedro Barbosa também se destaca pelo papel de Diretor Criativo na Uaiê, uma posição que vai além do tradicional sócio-proprietário. “Ser Diretor Criativo é buscar novas soluções, ideias e conceitos para o produto e a marca. É como ser um food designer”, afirma. Para ele, a criatividade e a inovação são fundamentais, e isso se reflete em cada detalhe da sorveteria, desde os sabores dos sorvetes até a apresentação das sobremesas. Pedro ressalta a importância de um estudo aprofundado e constante: “Estudar bastante, buscar ideias e referências, e usar tudo a seu favor”, são, segundo ele, os pilares para o sucesso em sua área.
Apesar dos desafios, como conciliar a operação diária da sorveteria com outros projetos gastronômicos, Pedro mantém uma visão clara e focada no crescimento do Uaiê. “Ainda preciso fechar a sorveteria quando tenho algum evento gastronômico, mas estou focado no Uaiê e planejando projetos futuros”, revela. A dedicação integral ao negócio, onde ele mesmo executa todas as tarefas, desde lavar o banheiro até preparar os sorvetes, é um dos diferenciais que mantém a Uaiê autêntica e próxima de seus clientes.
Com um currículo robusto e uma paixão inabalável pela gastronomia, Pedro Barbosa transforma cada sorvete da Uaiê em uma experiência única, carregada de brasilidade e inovação. Para ele, a jornada no mundo dos sabores não é apenas uma questão de negócio, mas uma missão de vida que alimenta sua alma e enche seus olhos de brilho.
Fotos: Divulgação e Douglas Castros
1. Minas Gerais é seu estado natal. Quanto tempo você ficou em São Paulo, o que destacaria em sua carreira na cidade e o que te levou a voltar para MG?
Pedro: Sim, Minas é meu estado natal, estou muito feliz de ter voltado para cá. O que me motivou a voltar para Minas é justamente a regionalidade, sabe? Eu acho que represento muito meu estado em essência, até no jeito de viver e de se comportar. Eu sentia falta disso em São Paulo, né? Vivi maravilhosos 8 anos em São Paulo, comecei como estagiário no Maní e continuei até sair de lá como Chef. Fui Chef da Casa Manioca, que era o espaço de eventos do Maní, mas durante esse período eu fui auxiliar, cozinheiro, chefe de praça, subchefe do Maní. Foi uma carreira construída com muito trabalho, foi maravilhoso ter vivido essa experiência em São Paulo. Fiz muitos amigos, me conectei, fiquei muito contente mesmo. Essa volta para casa se deu por essa vontade de representar minhas raízes aqui. Eu ainda precisava ter uma vivência porque saí muito novo, terminei a faculdade e fui direto para São Paulo. Então, não vivi a grande alavancada que a gastronomia brasileira teve nos últimos anos e precisava voltar. Estou muito feliz de ter voltado para Belo Horizonte e já estar construindo uma carreira aqui.
2. O Uaiê Sorvetes entrou na sua vida de que forma e, para você, quais são os maiores desafios que os chefs enfrentam ao empreender?
A Uaiê surgiu na minha vida muito pela vontade e necessidade de criar algo novo. Aqui em Belo Horizonte, ainda não havia uma sorveteria que apresentasse uma sobremesa na casquinha com uma estética diferenciada. Em uma viagem para a Itália, fiquei muito apaixonado por sorvete. Sempre gostei muito, tanto que participei do programa culinário “Mestre do Sabor” com sorvetes. Vi nisso uma oportunidade de empreender, mas de uma forma diferente, não queria criar apenas mais uma sorveteria. Queria fazer sobremesas na casquinha. É algo novo, e as pessoas estão amando essa novidade, está sendo muito legal. Todos os meus sorvetes têm complementos que os completam em verdadeiras sobremesas, extremamente bem apresentadas, visualmente bonitas e muito gostosas. Quando você come tudo junto, a experiência te leva a uma sobremesa de restaurante.
Eu acho que o maior desafio que os chefs enfrentam hoje em dia para abrir um restaurante é a criação de uma identidade nova, sabe? É levar um produto novo e também ganhar a confiança do mercado. Eu me considero privilegiado de ter participado de um programa de televisão que me deu uma visibilidade muito boa, mas muitas pessoas que estão começando, que não tiveram essa visibilidade, enfrentam um período de descoberta para que as pessoas entendam o que é o produto e qual a diferença dele no mercado. É um ponto complicado para quem está começando do zero e quer entrar em um mercado competitivo. Muitas vezes, vemos pessoas fazendo uma comida incrível e ganhando pouco dinheiro, enquanto outras fazem uma comida não tão boa e ganham muito. Isso acontece porque o que vende é o conjunto de elementos: como você se apresenta, onde está localizado, como trabalha com redes sociais. Hoje em dia, tudo é muito digital. As pessoas precisam entender essa dinâmica e administrar bem tudo isso para conseguir aparecer no mercado.
3. Estamos em uma estação mais fria. Como manter o negócio relevante durante o inverno?
Sim, estamos numa estação fria, e a Uaiê está conseguindo se manter justamente pela criatividade de criar sobremesas na casquinha. É curioso isso, e me possibilita trabalhar nas festanças que acontecem pelo Brasil afora. Nossa gelateria é bem brasileira, então não podia deixar de fora as festas juninas. Trouxemos um cardápio todo junino, trabalhando com amendoim, milho, coco, canjica, e isso atrai as pessoas mesmo no frio. Uma sobremesa bem elaborada e pensada faz com que as pessoas procurem o seu produto. Coloquei toda a criatividade no cardápio festivo, e isso tem trazido resultados positivos. Hoje consigo vender até mais do que quando comecei, no final do verão. Quero continuar com as datas comemorativas e a sazonalidade. Eu usar uma mexerica agora é totalmente diferente de eu usar no final do ano. Agora é a época da mexerica e fica tudo mais gostoso. Eu nunca paguei por uma publicidade da Uaiê, todo nosso alcance está sendo através do boca a boca.
4. Quantos sabores você oferece na sorveteria e qual foi o critério para a escolha desses sabores?
Hoje acredito que estou com 12 sabores fixos, mas eles mudam a cada uma ou duas semanas, no máximo. Estou sempre trocando um ou outro. Temos os clássicos, como requeijão moreno, canudinho de doce de leite, frutas vermelhas e maracujá com coco, que estão desde a primeira semana do Uaiê. Todos os demais são sazonais, festivos, feitos com frutas da estação e de pequenos produtores locais. Tomo cuidado para mudar o cardápio frequentemente, tanto que não tenho um cardápio fixo, ele é impresso a cada dois dias. Gosto de brincar com o produto sazonal, chamando o fornecedor para saber o que ele tem de melhor no momento. Não trabalho com saborizantes, pistache ou Nutella. Quero que o Uaiê seja brasileira. Estou tentando trazer várias regiões, com frutos do Nordeste, do Norte, e estou imerso em uma pesquisa sobre os frutos da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica. Acho isso maravilhoso. Estou buscando produtores que possam me fornecer esses produtos em Belo Horizonte.
5. Você sente falta do dia a dia na cozinha de restaurantes? Como concilia a sorveteria com outras atividades na gastronomia? Sinto muita falta da dinâmica e do serviço de restaurante. Cresci e amadureci trabalhando dessa forma, mas tento colocar um pouco disso no Uaiê. Nossas sobremesas são empanadas e finalizadas dentro da casquinha, e a dinâmica de fazer o serviço é parecida, soltando comandas para os clientes. Atualmente, ainda não tenho funcionários. Sou eu quem lavo o banheiro, faço sorvetes, faço a faxina, lavo a louça, vou ao mercado e pago os fornecedores. Comecei sozinho, sem sócios e sem muito dinheiro para contratar. Dei a cara a tapa e comecei do zero. Tenho ajuda nos finais de semana, que são os dias de maior movimento. Isso tem crescido cada vez mais e me deixa muito contente. Ainda preciso fechar a sorveteria quando tenho algum evento gastronômico, mas estou focado no Uaiê e planejando projetos futuros. Quero ter um restaurante para 20 pessoas, com a mesma estética de brasilidade do Uaiê, trabalhando com pequenos agricultores e tendo um menu degustação farm-to-table. Acho isso muito interessante e quero fazer algo que alimente a minha alma. Para mim, servir comida dessa forma é o que faz meus olhos brilhar. Obviamente a questão financeira é importante, mas para mim a forma de servir a comida é o que me realiza como Chef.
6. O que é ser um Diretor Criativo em um empreendimento gastronômico, é uma área que poderíamos sugerir para nossos leitores do Guia?
Sou eu quem cria todos os sabores, combinações e emprato todos os sorvetes que saem do Uaiê. Não são as pessoas que pegam e se servem. Isso é um diferencial da nossa sorveteria. Ser Diretor Criativo é buscar novas soluções, ideias e conceitos para o produto e a marca. É como ser um food designer. Essa área já virou uma pós-graduação em gastronomia, e acredito muito nessa questão. As pessoas às vezes se surpreendem ao saber que sou eu quem faz os sorvetes todos os dias, com frutas de verdade e um trabalho de pesquisa. Ser Diretor Criativo envolve criatividade, leituras, referências, e estar conectado com música e arte. Sou apaixonado pelo trabalho da Beyoncé, por exemplo, e vejo como ela faz uma pesquisa profunda antes de lançar um álbum. Acho que o mesmo vale para um Diretor Criativo: estudar bastante, buscar ideias e referências, e usar tudo a seu favor.
UAIÊ Rua Padre Odorico, 78, São Pedro – BH Instagram: @uaiesorvetes
Um estudo recente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) expôs uma realidade alarmante: mulheres negras no Brasil têm quase o dobro do risco de morrer durante o parto ou no pós-parto em comparação com mulheres brancas ou pardas. A pesquisa, que investigou a taxa de mortalidade materna por raça entre 2017 e 2022, incluindo o período da pandemia de Covid-19, revela as profundas disparidades raciais que persistem no sistema de saúde brasileiro.
Os dados do estudo pintam um quadro preocupante: a taxa de mortalidade materna para mulheres negras no Brasil é de 125,8 mortes por 100 mil nascidos vivos, enquanto para mulheres brancas e pardas, o índice é de 64 mortes. Essa disparidade se intensifica na região Norte do país, onde mulheres negras apresentam um índice de mortalidade materna de 186 mortes por 100 mil nascidos vivos, sem diferença significativa em relação às mulheres pardas na mesma região.
Raízes do Problema: Racismo estrutural e falta de acesso à saúde de qualidade
Para a Folha de São Paulo, a professora Fernanda Garanhani Surita e equipe, apontam o racismo estrutural como a principal causa dessa disparidade. Mulheres negras enfrentam diversas barreiras no sistema de saúde, como:
Dificuldade de acesso à saúde de qualidade: Falta de unidades de saúde adequadas em áreas com predominância de população negra, longas filas de espera e carência de profissionais qualificados.
Falta de cuidado qualificado: Menor qualidade na atenção recebida durante o pré-natal, parto e pós-parto, com negligência, descaso e até mesmo maus-tratos.
Menor acesso à pré-natal adequado: Dificuldade em agendar consultas, falta de acompanhamento pré-natal completo e ausência de informações adequadas sobre os cuidados necessários durante a gestação.
Embora estudos anteriores já tivessem demonstrado maior risco de morte por Covid-19 para a população negra, os dados da pesquisa da Unicamp comprovam que, no caso da mortalidade materna, a disparidade racial é ainda mais profunda e preexistente à pandemia. A crise sanitária apenas intensificou as desigualdades já existentes, expondo ainda mais a vulnerabilidade das mulheres negras.
Diante desse cenário alarmante, o estudo da Unicamp reforça a necessidade urgente de ações efetivas para combater o racismo estrutural no sistema de saúde brasileiro. As autoras propõem medidas como:
Fortalecimento das políticas públicas: Implementação de ações concretas para garantir o acesso universal à saúde de qualidade para todas as mulheres, independentemente da raça/cor.
Combate ao racismo em todos os níveis: Reconhecimento e combate ao racismo estrutural em todas as etapas da atenção à saúde, desde o pré-natal até o pós-parto.
Melhoria na qualidade da atenção: Investimento na qualificação dos profissionais de saúde e na humanização do atendimento, com foco na detecção precoce de morbidade materna e tratamento adequado de condições potencialmente fatais.
Ampliação do acesso à informação: Garantia de acesso à informação de qualidade sobre os direitos das mulheres durante a gestação, parto e pós-parto, com foco na população negra.
Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou novos dados que apontam uma alta em 610% no número de processos por injúria racial em todo o território nacional, na comparação entre 2020 e 2023, sendo o aumento puxado principalmente por registros no estado da Bahia, onde há maior concentração de pessoas negras em relação aos demais estados do país.
Em 2020, foram registradas 675 ações de injúria racial no Brasil. Já em 2023, foram 4.798 casos, sendo 4.049 apenas no território baiano. Ou seja, a Bahia é responsável por 8 de cada 10 processos novos nesse período.
O sociólogo e diretor executivo do Observatório da Branquitude, Thales Vieira, afirma que “há um movimento de expansão de consciência geral para as violências vivenciadas diariamente e que antes eram consideradas comuns ou como brincadeiras”.
Porém, de acordo com o CNJ, em 2020, levava-se 1 ano e 7 meses para o primeiro julgamento. Em 2023, esse tempo foi reduzido para 1 ano e 4 meses. Um tempo ainda considerado muito longo.
Para Thales, o despreparo do poder judiciário no atendimento a essas demandas é uma expressão do pacto da branquitude que, de forma subjetiva, define quem tem direito à justiça e a uma resposta para essa violência, e quem pode ficar livre de ser responsabilizado pelo crime cometido.
“Embora haja movimentos, como no CNJ, visando formar juízes e outros atores do sistema judiciário para temas relacionados à raça, esses processos são demorados. No curso normal do rio, essas instituições condenam e punem pessoas negras e protegem os brancos naquilo que a Cida Bento [psicóloga e ativista brasileira] chamou de pacto da branquitude”, diz Vieira em entrevista à Folha de São Paulo, publicada no domingo, 14 de julho.
Em nota para o jornal, o Ministério da Igualdade Racial diz que o Brasil tem, ao longo da sua história, um “processo de naturalização dos crimes de motivação racial, o que é fruto do racismo estrutural que formata as dinâmicas sociais do país”.
A Justiça de São Paulo decretou a expulsão de Elisabeth Morrone e seu filho do condomínio na Barra Funda, Zona Oeste da capital, após se envolverem em um incidente de racismo contra o humorista Eddy Júnior. A decisão foi proferida pela juíza Laura de Mattos Almeida, da 29ª Vara Cível, que estipulou um prazo de 90 dias para que Morrone e seu filho deixem o local devido ao “comportamento antissocial”.
“O comportamento antissocial em questão restringe o direito de propriedade dos demais condôminos do edifício. E a impossibilidade de se conviver harmonicamente no condomínio permite que os condôminos adotem medidas de restrição ao direito de propriedade do antissocial, além daquelas previstas no artigo 1.337 do Código Civil”, declarou a juíza.
A expulsão de Morrone do edifício já havia sido decidida em uma assembleia de condomínio, e a juíza reconheceu a legitimidade da decisão da maioria dos condôminos, determinando que ela fosse confirmada judicialmente.
Outro processo está em andamento contra a aposentada, após denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Neste caso, Morrone foi formalmente acusada pela Justiça de injúria racial e ameaça.
RELEMBRE O CASO
O humorista Eddy Jr. divulgou um vídeo no dia 18 de outubro, sendo alvo de ataques racistas da vizinha Elisabeth Morrone no condomínio. Ela se recusa a pegar o mesmo elevador que ele e aparece nas imagens o xingando de “macaco, imundo, feio, urubu, neguinho, um perigoso que não merece morar aqui”.
Com a repercussão da publicação, novas imagens das câmaras de segurança do prédio foram divulgadas, em que o filho da Elisabeth, aparece duas vezes durante a madrugada, em frente ao apartamento do Eddy Jr, segurando uma faca e uma garrafa.
Mais de um mês depois do flagrante e sem prestar depoimento à polícia, a aposentada apresentou uma defesa, alegando que não se lembra da confusão porque estava sob efeito de medicamentos.
O Emmy 2024, principal premiação da televisão norte-americana, anunciou os indicados da Academia Internacional das Artes e Ciências Televisivas, nesta quarta-feira, 17 de julho.
A cerimônia da 76ª edição do evento será realizada em 15 de setembro, em Los Angeles, e premiará produções lançadas entre 1º de junho de 2023 e 31 de maio de 2024. Devido à greve dos atores e roteiristas de Hollywood, o Emmy 2023 foi realizado no início deste ano, mas retornará com o tradicional calendário.
A aclamada série “O Urso”, quebrou o recorde de número de indicações nas categorias de comédia, levando 23 no total. As indicações incluem Melhor série de comédia e Melhor atriz principal do gênero com a estrela Ayo Edebiri.
Outras produções com protagonismo negro também se destacam na premiação. Entre elas, a série “Abott Elementary”, que também concorre a Melhor série de comédia e a categoria Melhor atriz principal com Quinta Brunson. “Sr. e Sra. Smith” foi indicado na categoria de Melhor série dramáticae Melhor ator principal em uma série dramática, com o Donald Glover.
Veja a lista de indicados:
Melhor série de comédia
“Abott Elementary”
“O Urso”
“Reservation Dogs”
“Curb Your Enthusiasm”
“Hacks”
“Only Murders In The Building”
“Palm Royale”
“What We Do In The Shadows”
Melhor ator principal em uma série de comédia
D’Pharaoh Woon-A-Tai, em “Reservation Dogs”
Matt Berry, em “What We Do In The Shadows”
Larry David, em “Curb Your Enthusiasm”
Steve Martin, em “Only Murders In The Building”
Martin Short, em “Only Murders In The Building”
Jeremy Allen White, em “O Urso”
Melhor atriz principal em uma série de comédia
Quinta Brunson, em “Abbott Elementary”
Ayo Edebiri, em “O Urso”
Selena Gomez, em “Only Murders In The Building”
Maya Rudolph, em “Loot”
Jean Smart, em “Hacks”
Kristen Wiig, em “Palm Royale”
Melhor ator coadjuvante em uma série de comédia
Lionel Boyce, em “O Urso”
Tyler James Williams, em “Abbott Elementary”
Paul W. Downs, em “Hacks”
Ebon Moss-Bachrach, em “O Urso”
Paul Rudd, em “Only Murders In The Building”
Bowen Yang, em “Saturday Night Live”
Melhor atriz coadjuvante em uma série de comédia
Liza Colón-Zayas, em “O Urso”
Janelle James, em “Abbott Elementary”
Sheryl Lee Ralph, em “Abbott Elementary”
Carol Burnett, em “Palm Royale”
Hannah Einbinder, em “Hacks”
Meryl Streep, em “Only Murders In The Building”
Melhor atriz convidada em uma série de comédia
Da’Vine Joy Randolph, em “Only Murders In The Building”
Olivia Colman, em “O Urso”
Jamie Lee Curtis, em “O Urso”
Kaitlin Olson, em “Hacks”
Maya Rudolph, em “Saturday Night Live”
Kristen Wiig, em “Saturday Night Live”
Melhor direção em uma série de comédia
Ramy Youssef, em “O Urso”
Randall Einhorn, em “Abbott Elementary”
Lucia Aniello, em “Hacks”
Christopher Storer, em “O Urso”
Guy Ritchie, em “The Gentlemen”
Mary Lou Belli, em “The Ms. Pat Show”
Melhor roteiro em uma série de comédia
“Abott Elementary”
“Girls5eva”
“O Urso”
“Hacks”
“The Other Two.”
“What We Do In The Shadows”
Melhor série dramática
“Sr. e Sra. Smith”
“Fallout”
“Slow Horses”
“The Morning Show”
“O Problema dos Três Corpos”
“Xógum”
“The Crown”
“The Gilded Age”
Melhor ator principal em uma série dramática
Idris Elba, “Sequestro no Ar”
Donald Glover, em “Sr. e Sra. Smith”
Walton Goggins, em “Fallout”
Gary Oldman, em “Slow Horses”
Hiroyuki Sanada, em “Xógum”
Dominic West, em “The Crown”
Melhor atriz coadjuvante em uma série dramática
Nicole Beharie, em “The Morning Show”
Karen Pittman, em “The Morning Show”
Christine Baranski, em “The Gilded Age”
Elizabeth Debicki, em “The Crown”
Greta Lee, em “The Morning Show”
Lesley Manville, em “The Crown”
Holland Taylor, em “The Morning Show”
Melhor atriz convidada em uma série dramática
Michaela Coel, em “Sr. e Sra. Smith”
Claire Foy, em “The Crown”
Marcia Gay Harden, em “The Morning Show”
Sarah Paulson, em “Sr. e Sra. Smith”
Parker Posey, em “Sr. e Sra. Smith”
Melhor direção em uma série dramática
Salli Richardson-Whitfield, em “Lakers: Hora de Vencer”
Hiro Murai, em “Sr. e Sra. Smith”
Frederick E.O. Toye, em “Xógum”
Saul Metzstein, em “Slow Horses”
Stephen Daldry, em “The Crown”
Mimi Leder, em “The Morning Show”
Melhor roteiro em uma série dramática
“Fallout”
“Sr. e Sra. Smith”
“Slow Horses”
“Xógum” (pelo episódio “Anjin”)
“Xógum” (pelo episódio “Crimson Sky”)
“The Crown”
Melhor minissérie ou antologia
“Lessons in Chemistry”
“True Detective: Night Country”
“Bebê Rena”
“Fargo”
“Ripley”
Melhor filme para a televisão
“Vermelho, Branco e Sangue Azul”
“Mr. Monk’s Last Case: A Monk Movie”
“Quiz Lady”
“Scoop”
“Unfrosted”
Melhor ator coadjuvante em uma minissérie, antologia ou filme para a TV
Lamorne Morris, em “Fargo”
Jonathan Bailey, em “Fellow Travelers”
Robert Downey Jr., em “The Sympathizer”
Tom Goodman-Hill, em “Bebê Rena”
John Hawkes, em “True Detective: Night Country”
Lewis Pullman, em “Uma Questão de Química”
Treat Williams, em “Feud: Capote vs. The Swans”
Melhor atriz coadjuvante em uma minissérie, antologia ou filme para a TV
Aja Naomi King, em “Uma Questão de Química”
Kali Reis, em “True Detective: Night Country”
Dakota Fanning, em “Ripley”
Lily Gladstone, em “Under The Bridge”
Jessica Gunning, em “Bebê Rena”
Diane Lane, em “Feud: Capote vs. The Swans”
Nava Mau, em “Bebê Rena”
Melhor direção em uma minissérie, antologia ou filme para a TV
Millicent Shelton, em “Uma Questão de Química”
Weronika Tofilska, em “Bebê Rena”
Noah Hawley, em “Fargo”
Gus Van Sant, em “Feud: Capote vs. The Swans”
Steven Zaillian, em “Ripley”
Issa López, em “True Detective: Night Country”
Melhor roteiro em uma minissérie, antologia ou filme para a TV
“Black Mirror”
“Fargo”
“Fellow Travelers”
“True Detective: Night Country”
“Bebê Rena”
“Ripley”
Melhor apresentador ou apresentadora de reality show
RuPaul Charles, em “RuPaul’s Drag Race”
Daymond John, Barbara Corcoran, Mark Cuban, Lori Greiner, Kevin O’Leary e Robert Herjavec, em “Shark Tank”
Donald Glover, aclamado ator, roteirista e músico, anunciou que deixará de lado seu famoso alter ego musical, Childish Gambino. Em uma entrevista recente, Glover explicou sua decisão, revelando que sente que a jornada de Gambino chegou ao fim.
“É tipo ‘Ah, está feito’. Não é gratificante. E eu simplesmente sinto que não preciso mais construir dessa forma”, afirmou Glover, refletindo sobre seu percurso artístico como Childish Gambino.
Foto: Ashley McLean para o The New York Times.
Desde o lançamento de seu primeiro álbum em 2011, Glover conquistou uma legião de fãs e inúmeros prêmios sob o pseudônimo de Childish Gambino. Seu trabalho variou de álbuns introspectivos a músicas de grande impacto social, como “This Is America”, que recebeu elogios por sua crítica poderosa à sociedade americana.
O último trabalho como Childish Gambino será o álbum ‘Bando Stone & the New World’, que será lançado junto com um super filme. “Sucesso para mim é, honestamente, ser capaz de lançar um álbum de grande escala que eu ouviria”, ele disse. “Para este álbum, eu realmente queria ser capaz de tocar em locais grandes e ter grandes canções antológicas que enchessem esses espaços, para que as pessoas sentissem uma sensação de união“, declarou Glover.
“Veja vocês em São Paulo”, escreveu o cantor The Weeknd ao anunciar o show na tarde desta quarta-feira, 17 de julho, para o dia 7 de setembro, no Estádio do MorumBIS.
A pré-venda exclusiva para clientes Santander será entre os dias 23 e 24 de julho. Para o público geral, a venda começa na quinta-feira, 25 de julho, a partir das 10h online e 12h na bilheteria. Os ingressos estarão disponíveis em www.ticketmaster.com.br.
Segundo o site da Ticketmaster, “a apresentação, produzida pela Live Nation, segue a turnê recorde After Hours Til Dawn Tour 2022/2023 do The Weeknd, que teve um sucesso incrível na América do Norte, Europa, Reino Unido e América Latina com mais de 60 datas esgotadas em estádios e com mais de 3 milhões de participantes. A turnê também incluiu duas datas em estádios em São Paulo, no Allianz Parque, em outubro do ano passado”.
No Instagram do cantor, os fãs brasileiros se mostraram surpresos com o notícia. “Du nadaaa, nem avisa mas beleza LEVA MEU DINHEIRO NOVAMENTE”, escreveu uma internauta. “Eu não tô nem acreditando meu deus te amo aaaa to surtando”, comemorou outro fã.
Com as Olimpíadas de Paris se aproximando, a ginasta Simone Biles, considerada uma das maiores da história, revelou que sua maior preocupação na competição é a brasileira Rebeca Andrade. Em uma entrevista recente, Biles expressou sua admiração e respeito pelo talento e habilidades de Andrade, destacando-a como uma rival formidável. “É a que mais me dá medo”, destacou a norte-americana.
Biles, que já conquistou inúmeras medalhas em competições internacionais, incluindo quatro ouros olímpicos, reconhece o crescimento e a evolução da ginástica artística feminina, especialmente com a presença de talentos como Andrade.
Rebeca Andrade, que fez história ao conquistar a medalha de ouro no salto nas Olimpíadas de Tóquio 2020, tem se destacado como uma das principais figuras da ginástica mundial.