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Justiça anula decisão que obrigava mãe de santo a deixar residência por prática religiosa

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A juíza Ana Patrícia Nunes Alves Fernandes, da 1ª Turma Recursal Permanente dos Juizados Especiais do Tribunal de Justiça do Pará, anulou uma transação penal que impunha à mãe de santo a obrigação de mudar de residência. A decisão foi tomada em caráter liminar, após Habeas Corpus impetrado pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-brasileiras (Idafro).

A entidade argumentou que a imposição de afastamento da residência e das práticas religiosas da autora da ação era ilegal e abusiva, violando direitos fundamentais, como a liberdade religiosa e o direito à moradia. No recurso, também foi apontado que a condição imposta não fazia parte das penas restritivas previstas no Código Penal, configurando, de forma inconstitucional, uma pena de banimento.

O advogado Hedio Silva Junior, coordenador-executivo do Idafro e ex-secretário de Justiça de São Paulo, afirmou que “Jamais poderia ter sido proposto que ela se deslocasse compulsoriamente. A Constituição diz que é proibida pena de desterro”, afirmou em entrevista à coluna de Mônica Bergamo. Ele também destacou que penas alternativas, como restrições de horários de culto, poderiam ter sido aplicadas, mas o banimento “não existe”. Silva Junior foi contundente ao criticar a sentença que solicitou a retirada da mãe de santo de sua casa, classificando-a como racista e afirmou que vai representar criminalmente contra a juíza e a promotora envolvidas no caso. “É uma barbaridade pintada de ilegalidade”, afirmou.

A magistrada que suspendeu a decisão considerou a falta de provas técnicas que sustentassem a alegação de perturbação do sossego, afirmando que “a imposição de obrigações que resultam no afastamento compulsório da mãe de santo de sua residência e de suas práticas religiosas ultrapassa os limites da transação penal”. Segundo ela, a ausência de medição de decibéis e ruídos oriundos dos rituais religiosos reforçava a necessidade de controle judicial sobre a legalidade da decisão homologada.

A decisão liminar suspendeu a transação penal que obrigava a mãe de santo a deixar sua residência, mantendo-a no direito de permanecer em sua casa e praticar livremente sua religião.

Homem negro é executado nos EUA, apesar de promotores e família da vítima pedirem anulação da condenação

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Foto: Divulgação

O estado do Missouri executou Marcellus Williams, um homem negro de 55 anos, preso sob acusação de assassinato, apesar da condenação ter sido questionada por promotores. Williams morreu por injeção letal na noite desta terça-feira (24), após a Suprema Corte dos Estados Unidos negar a suspensão.

Os advogados de Williams apresentaram uma série de apelações, com base em novas evidências, incluindo suposto preconceito na escolha do júri e a contaminação da arma do crime antes do julgamento. Como nenhuma evidência ligou Williams à arma ou à cena do crime, e os promotores locais renunciaram à sua condenação, a família da vítima e diversos jurados do julgamento se posicionaram contra a sua execução. 

O tribunal superior não forneceu justificativa para sua decisão, o que é comum em casos de pauta emergencial. Não foram registradas dissidências em dois dos recursos apresentados por Williams. No entanto, em um terceiro, as juízas Sonia Sotomayor, Elena Kagan e Ketanji Brown Jackson manifestaram que teriam concedido o pedido de pausar a execução.

Williams foi condenado em 2001 pelo assassinato de Lisha Gayle, uma assistente social e ex-repórter do jornal St. Louis Post-Dispatch, ocorrido em 1998. Ele foi acusado de invadir a residência de Gayle, esfaqueá-la até a morte e roubar diversos de seus pertences.

“Todos nós devemos questionar qualquer sistema que permita que isso ocorra. A execução de uma pessoa inocente é a manifestação mais extrema da obsessão do Missouri com a ‘finalidade’ sobre a verdade, a justiça e a humanidade, a qualquer custo”, disse Tricia Rojo Bushnell, uma das advogadas de Williams, em uma declaração antes da execução.

Larry Komp, outro advogado de Williams, também se pronunciou após a execução. “Embora ele admitisse prontamente os erros que cometeu ao longo de sua vida, ele nunca hesitou em afirmar sua inocência do crime pelo qual foi condenado à morte”, disse. “Embora estejamos devastados e incrédulos sobre o que o Estado fez a um homem inocente, estamos confortados por ele ter deixado este mundo em paz”.

Já o governador Mike Parson, em uma declaração lida por Trevor Foley, diretor do Departamento de Correções do Missouri, não considerou as pessoas contra a execução de Williams. “Esperamos que isso dê uma finalidade a um caso que está parado há décadas, vitimizando novamente a família da Sra. Gayle por décadas. Nenhum jurado, nenhum juiz jamais considerou a alegação de inocência de Williams. Duas décadas de procedimentos judiciais e mais de 15 audiências judiciais confirmaram sua condenação por culpa. Assim, a ordem de execução foi executada”, disse.

‘Corre Preto’: iniciativa reúne 450 pessoas negras em corrida em Porto Alegre

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A iniciativa visa incentivar o bem-estar físico e social da população preta do município. Foto: Alisson Batista

Em Porto Alegre, as corridas e caminhadas promovidas pelo Coletivo Corre Preto também se tornaram sinônimos de pertencimento e representatividade durante as atividades físicas realizadas pelo projeto. No último evento, a iniciativa reuniu 450 pessoas negras, entre elas crianças, adolescentes e idosos, na Orla do Guaíba.

Organizado por Vitor Hugo, bombeiro; Rodrigo Peres, educador físico; Nicole Mengue, publicitária; Monique Machado, psicóloga; e Denison Fagundes, diretor de arte, o Coletivo Corre Preto tem como objetivo combater o sedentarismo e as desigualdades de saúde que afetam a população negra. A ideia surgiu após o grupo ler uma pesquisa que mostrava que pessoas negras têm mais chances de desenvolver diabetes e apresentar altos níveis de sedentarismo. De acordo com o relatório da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, do Ministério da Saúde, homens negros têm 9% mais probabilidade de serem diagnosticados com diabetes em comparação aos brancos, enquanto mulheres negras enfrentam um risco 50% maior.

O evento, que acontece uma vez por mês, geralmente na última semana, é organizado de forma independente desde sua criação em 2023. Contudo, devido à dificuldade de agenda dos dois organizadores, o projeto enfrentou um hiato, retornando em agosto de 2024 com 238 participantes; em setembro, o número quase duplicou.

A cada encontro, os participantes são incentivados a se inscreverem através de um formulário online, que coleta informações sobre sua aptidão física e preferências de modalidade, seja para correr 3km, 5km ou apenas caminhar. Nicole menciona que o objetivo principal é sempre o bem-estar das pessoas que frequentam.

Por essa razão, buscam aprimorar a infraestrutura dos eventos, disponibilizando banheiros químicos, por exemplo. “Somos uma iniciativa independente, mas também procuramos parceiros, se possível, para oferecer conforto aos participantes. Estamos falando de quase 500 pessoas”, detalha Nicole.

Embora o evento esteja registrado na Prefeitura de Porto Alegre, o Correto Preto ainda não recebeu apoio oficial da administração municipal. No entanto, estabeleceu parcerias pontuais com empresas privadas que, entre outras coisas, sortearam planos odontológicos para os participantes.

Para Vitor, a iniciativa não se limita à corrida, mas também simboliza a vontade da população negra de conquistar seus objetivos. “Como diz a gíria ‘corre’, que remete a fazer o seu”, destaca. O bombeiro ainda comenta que sente muito orgulho ao perceber a representatividade que as pessoas negras trazem no dia do evento, já que, segundo ele, as corridas amadoras são tradicionalmente predominadas por corredores brancos.

De acordo com Denison Fagundes, essa decisão reflete o esforço para construir um espaço seguro para a comunidade negra. “Os encontros também criam um ambiente seguro para construir laços, onde as pessoas se conectam por experiências comuns.” Os organizadores também têm recebido convites para levar a ação a outras cidades, mas, por enquanto, mantêm o foco em Porto Alegre. A próxima edição estará marcada para o final de outubro na Orla do Guaíba.

“Narrativa complexa”, diz 50 Cent sobre série da Netflix que aborda acusações contra Diddy

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Foto: Getty Images

A Netflix está desenvolvendo uma série documental sobre as acusações de tráfico sexual e extorsão contra Sean “Diddy” Combs, com produção executiva de 50 Cent. O projeto, que também aborda alegações de agressão sexual e abuso violento, está sendo dirigido por Alexandria Stapleton e encontra-se em fase de produção.

Em declaração à revista Variety, 50 Cent e Stapleton destacaram a importância e o impacto da história. “Esta é uma narrativa complexa que abrange décadas, não apenas as manchetes ou clipes vistos até agora. Nosso compromisso é dar voz aos sem voz e apresentar perspectivas autênticas e diferenciadas”, afirmaram os produtores. Eles também reforçaram que, apesar das alegações perturbadoras, “a história de Sean Combs não é a história completa do hip-hop e sua cultura”.

A série documental é produzida pela G-Unit Film & Television, de 50 Cent, em parceria com a produtora House of Nonfiction, de Stapleton. Em dezembro passado, 50 Cent já havia revelado que estava trabalhando no projeto, na esteira de uma série de acusações que surgiram contra Combs, incluindo o processo movido por sua ex-namorada Cassie Ventura. Combs e Ventura chegaram rapidamente a um acordo, mas o caso abriu espaço para outras denúncias.

Recentemente, Diddy foi preso em Nova York, acusado de conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para se envolver em prostituição. O artista, que se declarou inocente, segue sob custódia após ter sua fiança negada. As acusações vêm se somar a outros processos que o envolvem, incluindo alegações de avanços sexuais indesejados por parte de seu ex-funcionário Rodney “Lil Rod” Jones e a denúncia de abuso feita pela ex-cantora do Danity Kane, Dawn Richard, que também acusa Combs de agressão verbal e sexual.

Os lucros da série documental, segundo 50 Cent, serão destinados ao apoio de vítimas de agressão sexual.

Clara Moneke revela uma receita de família, tradicional da culinária nigeriana

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Foto: Sonia Schneiders_Receitas

A atriz Clara Moneke, que interpreta a chef Caridade na novela “No Rancho Fundo”, mostra que na vida pessoal também se arrisca entre as panelas e assume a cozinha do Receitas.

Nesta quinta-feira (26), ela compartilha uma delícia de família cheia de história e sabor: o molho still soup. Tradicional da culinária nigeriana, o preparo leva pimentão, tomate, cebola, alfavaca e azeite de dendê, combinação que resulta em um sabor agridoce com a picância característica da culinária africana.

“Esse molho é super versátil, pode acompanhar diversas preparações”, destaca Clara, que aprendeu a cozinhar com a avó, Maria de Lourdes, a quem carinhosamente chama de “a maior cozinheira que eu conheço”.

A receita é uma herança da época em que os pais da atriz tinham um restaurante nigeriano em São Paulo. Confira o tutorial completo nesta quinta (26) no site Receitas da Globo, aqui!

“Começa exatamente onde o último episódio aconteceu”, revela Terry Crews sobre sequência animada de ‘Todo Mundo Odeia o Chris’

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A estrela de “Todo Mundo Odeia o Chris”, Terry Crews revelou em entrevista para o Hollywood Reporter que a nova série animada baseada na vida de Chris Rock retoma a história após o cancelamento do programa original. Crews também falou sobre como ficou sabendo que a produção seria retomada: “não podíamos deixar isso acontecer sem nós”, afirmou sobre conversa que teve com Tichina Arnold, atriz que interpretou a mãe de Chris.

“Tichina e eu vimos em uma sinopse no Deadline que Chris estava pensando em fazer isso. E eu perguntei a Tichina, ‘Alguém se aproximou de você?’ e ela disse, ‘Não, alguém se aproximou de você?’ Eu disse, ‘Não, não podemos deixar isso acontecer sem nós.’ E esperamos muito tempo, foi tipo, bem, talvez isso vá acontecer, talvez não, e nós estávamos bem na pandemia quando tudo começou a rolar e eles encontraram um showrunner em Sanjay Shah, que foi incrível. Nós todos nos conhecemos no Zoom porque todos não podiam estar juntos, mas foi a melhor reunião”, lembrou.

Ele explicou que, diferentemente de um reboot, a nova série é uma verdadeira sequência, começando exatamente onde a última temporada parou. “Muitas pessoas dizem que é um reboot, mas não é. Na verdade, é uma sequência. É uma continuação. Ele começa exatamente onde o último episódio aconteceu, e vamos direto para o minuto seguinte”.

O ator também comentou sobre o impacto duradouro do programa, que fez 20 anos e influenciou gerações. “Na animação, podíamos ir tão longe quanto quiséssemos agora. Não havia limite para o quão longe poderíamos ir por uma piada. E é hilário. Eu lia esses roteiros e chorávamos. E agora temos duas gerações que podem aproveitar esse programa. Aqueles que assistiram antes e cresceram com ele e agora o novo [público].”, afirmou.

Com a presença de membros do elenco original e novos personagens, Crews acredita que “Todo Mundo Odeia o Chris” conseguirá capturar tanto a nostalgia dos fãs antigos quanto atrair uma nova audiência. “Estou feliz por estarmos de volta. Tenho certeza de que todos ficarão agradavelmente surpresos”, concluiu.

A nova série estreia no Comedy Central nesta quarta-feira, 25 de setembro, às 22h.

Issa Rae descarta possibilidade de reboot de “Insecure”: “É muito pessoal para mim”

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A atriz e cocriadora de Insecure, Issa Rae, deixou claro que não há planos para um reboot da aclamada série da HBO, que foi ao ar de 2016 a 2021. Durante uma entrevista no podcast 7PM in Brooklyn, com Carmelo Anthony e The Kid Mero, a atriz indicada ao Globo de Ouro afirmou que revisitar as vidas dos personagens Issa, Lawrence e Molly não está nos seus planos, ressaltando a natureza pessoal do projeto.

“Não, porque é muito pessoal para mim”, afirmou Rae, ao comparar sua relação com Insecure à de Larry David com Curb Your Enthusiasm e Seinfeld. Segundo ela, assim como David é a única pessoa capaz de produzir a essência de Curb Your Enthusiasm, Insecure é algo muito íntimo para ser retomado por qualquer outra abordagem. “Eu quase me sentiria tipo, ‘Que por* é essa?’. Pareceria a voz de IA da Beyoncé — não, essa é a m—da minha, e essas foram minhas experiências”, disse a atriz.

Além de enfatizar que o programa reflete suas vivências pessoais, Rae foi categórica ao afirmar que não tem interesse em um reboot. “Se eles quisessem criar algo novo, então claro, mas não, não tenho desejo de um reboot de Insecure.”

Insecure foi aclamado pela crítica por sua representação autêntica da vida da geração Y negra, conquistando diversas indicações ao Emmy e rendendo a Issa Rae o prêmio Peabody Trailblazer. Mesmo após seu encerramento, o legado da série segue forte, refletindo a relevância cultural e o impacto duradouro na indústria do entretenimento.

Sean ‘Diddy’ Combs enfrenta novas acusações de abuso sexual em processo movido por mulher nos EUA

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Foto: Reprodução

ALERTA DE GATILHO

Uma nova acusação de abuso sexual foi apresentada contra o rapper Sean ‘Diddy’ Combs nesta terça-feira, 24, em Nova York, nos Estados Unidos. O músico de 54 anos é acusado de drogar e abusar sexualmente de uma mulher em 2001. O caso soma-se à série de denúncias que se acumulam e complicam ainda mais a situação legal de Combs, que já responde por tráfico sexual e outros crimes.

De acordo com a ação judicial, a mulher, identificada como Thalia Graves, afirmou ter sido levada ao estúdio do rapper para uma reunião quando tinha 25 anos. Ela conta que perdeu a consciência após ingerir uma taça de vinho oferecida por Combs e seu segurança. “Ela acordou e se viu nua e amarrada”, descreve a denúncia, que detalha os abusos sofridos. “Combs a estuprou sem piedade”, diz o documento.

O rapper, anteriormente conhecido também como Puff Daddy e P. Diddy, está preso desde 16 de setembro e aguarda julgamento. Ele se declarou inocente. Na semana passada, um juiz negou o pedido de sua defesa para que aguardasse o processo em liberdade.

Durante uma coletiva de imprensa em Los Angeles, Thalia Graves relatou que permaneceu em silêncio por mais de 20 anos sob ameaças. Ela afirmou ter descoberto recentemente que o estupro foi gravado e exibido a outros homens. “A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, declarou, emocionada.

A advogada de Graves, Gloria Allred, busca a destruição do vídeo, além de indenização por danos físicos e emocionais.

O caso tem repercutido amplamente nas redes sociais, com especulações sobre o possível envolvimento de figuras próximas a Combs, como Jennifer Lopez, Beyoncé e Jay-Z. O rapper, que foi um dos principais produtores do falecido The Notorious B.I.G., agora enfrenta um julgamento que pode determinar seu futuro na indústria.

Defensora pública aposentada é condenada por injúria racial contra entregadores, no RJ

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Foto: Reprodução/GloboNews

Acusada de injúria racial contra dois entregadores, a defensora pública aposentada Cláudia Alvarim Barrozo foi condenada pela 1ª Vara Criminal de Niterói a três anos de prisão. Porém, a juíza Larissa Nunes Pintos Sally converteu a pena para prestação de serviços comunitários e o pagamento de três salários-mínimos para entidades sociais.

O caso ocorreu em 2022, quando Cláudia foi filmada ofendendo os entregadores que estacionaram uma van em frente a um condomínio de luxo no bairro Itaupu, em Niterói, no RJ. Eles haviam feito uma entrega, quando a aposentada pediu que eles tirassem o veículo da porta dela para sair com o seu carro. Mas o entregador com habilitação tinha ido fazer outra entrega, enquanto o seu colega o aguardava. 

Irritada, a mulher começou a direcionar ataques racistas contra os trabalhadores. Na gravação, é possível ouvi-la os xingando de “palhaço, otário, babaca, macaco”. Além das ofensas de cunha racial, Cláudia ainda desferiu tapas nos vidros e retrovisores da van, e jogou pedras contra o veículo.

A defesa argumentou que a palavra “macaco” foi proferida “somente em face” de uma das vítimas, de acordo com a sentença que saiu em 5 de setembro.

Em dezembro do ano passado, a aposentada também foi condenada a pagar R$ 40 mil de indenização, sendo R$ 20 mil para cada um dos entregadores. Na decisão, o juiz Guilherme Rodrigues de Andrade, da 3ª Vara Cível de São Gonçalo, afirmou que “eventual transtorno depressivo da ré não é capaz de eximi-la de responder pelos atos praticados, eis que a doença não se revela ‘carta branca’ para que esta possa injuriar outras pessoas e, posteriormente, afirmar que não entende o caráter ilícito de seus atos”.

Símbolo de identidade negra, Dida Bar e Restaurante é reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do RJ

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Foto: Evelyn Lee

Reconhecido pela construção da identidade de uma gastronomia afro-carioca autêntica, o Dida Bar e Restaurante foi declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do Rio de Janeiro.

“O Dida Bar é um espaço de resistência cultural e de afirmação da identidade negra! Ele se transformou em um símbolo da preservação das tradições afro-brasileiras em um cenário que muitas vezes marginaliza ou invisibiliza essas contribuições. Reconhecê-lo como Patrimônio é um ato de justiça”, ressalta a deputada estadual Verônica Lima (PT-RJ), autora da Lei 10.483/2024, sancionada pelo Governo do Estado e publicada no Diário Oficial.

“Como uma empresa familiar, foi uma grande surpresa e emoção para todos nós receber tal reconhecimento. É fruto de muito trabalho e luta. Quando recebemos esse tipo de homenagem, isso nos dá ainda mais força para continuar. Enfrentamos vários desafios ao longo do caminho, começando com a gastronomia africana, que na época não era muito presente no Rio. Fomos pioneiros, sobrevivemos à pandemia, e hoje o patrimônio construído permite que o Dida se envolva em outros projetos de apoio e incentivo”, celebra Matheus Buka, filho da chef proprietária Dida Nascimento.

Sob a liderança da Dida, a história do restaurante fundado em 2015 na Zona Norte do Rio de Janeiro, está intimamente ligada às raízes da chef, que herdou uma rica tradição culinária e cultural de sua mãe, Tia Maria, conhecida por comandar um bar que promovia rodas de samba acompanhadas de angu à baiana na Pavuna, Zona Norte do Rio. Além disso, o pai de Dida era pesquisador de culturas africanas, o que trouxe uma perspectiva ainda mais ampla à proposta do restaurante.

Além da gastronomia, Dida Bar também se consolidou como um ponto de encontro para discussões sociais, manifestações artísticas e iniciativas ligadas à luta antirracista e à promoção da cultura negra. Sua recente declaração como Patrimônio Imaterial reforça a importância não só de preservar o espaço físico, mas de perpetuar a memória e as tradições que ele representa para o estado do Rio de Janeiro.

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