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Lei de cotas federais completou um ano

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Número de negros aprovados está abaixo do esperado devido ao menor número de vagas

Da redação

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Esta semana, mais especificamente no dia 9 de junho, última terça-feira, a lei de cotas nos concursos públicos completou seu primeiro ano.

A Lei n° 12.990/2014,  que garante 20% das vagas nos concursos públicos para pessoas que se autodeclarem pretas ou pardas (de acordo com os padrões do IBGE),  mostrou que 638 pretos e pardos tiveram o ingresso no serviço público garantido através das cotas.

A Secretaria de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir), responsável pelo monitoramento da aplicabilidade da lei, analisou 26 editais entre o período de setembro de 2014 a abril de 2015. Ao todo, o governo federal ofertou 4.177 vagas. Destas, 638 foram para pretos e pardos. O número corresponde a 15,3% do total de vagas, abaixo, portanto, do que a legislação prevê.

No entanto, o secretário de políticas afirmativas da Seppir, Ronaldo Barros, o número é mais baixo devido ao quantitativo de vagas disponível nas diversas profissões. A lei se aplica somente em casos onde o número de vagas para cada formação é superior a treze em muitos casos eram apenas duas, portanto as cotas não se aplicaram nesses casos.

Como consequência dessas situações, o percentual global é inferior aos 20% estabelecidos pela lei, já que em muitos editais são ofertadas uma ou duas vagas para a maioria das profissões.

Um recorte feito com as universidades e institutos federais aponta que é preciso encontrar meios para melhor aplicar o espírito da lei nestes processos seletivos, já que das 1.143 vagas oferecidas por universidades federais e institutos, somente 88 dizem respeito as vagas reservadas para as cotas, ou 7,7%.

Afro Love

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Corre para o nosso AfroCupido Mundo Negro. Quem sabe você encontra alguém interessante para um bate-papo online?

Happy Black Couple

São quase 700 cadastros com pessoas em busca do amor afro-centrado para alegrar as suas vidas. Jovens, maduros, do interior ou grandes cidades, homens e mulheres. Vai  ser difícil não encontrar alguém interessante para entrar em contato e pelo menos, começar uma nova amizade.

Quem estiver interessado deve apenas fazer um cadastro. É simples e gratuito. Você pode colocar os seus dados, uma foto e uma vez concluído esse processo você terá acesso a todos os outros cadastros. O seu perfil pode ser editado e removido a qualquer momento.

AfroCupido Mundo Negro

Boca carnuda!

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Homens também tem que hidratar!

Os lábios grossos são uma das características mais marcantes no rosto das pessoas negras. Carnudos e bem delineados eles também estão sujeitos a ressecamento intenso e sofrem com os efeitos do sol e frio tanto quanto a pele do rosto. Isso vale para homens, mulheres e crianças. A longo prazo os efeitos do sol podem causar câncer nos lábios.

Por Silvia Nascimento

Quanto melhor a hidratação, mais a fixação do batom
Quanto melhor a hidratação, mais a fixação do batom

Água, hidratação labial com FPS são mandatórios.  Para os homens, há muitos protetores labiais praticamente foscos. Há também ainda, os cremes que podem ser usados em casa, antes de dormir, que hidratam e regeneram a pele.

Temperaturas frias e tempo seco, causam sérios danos a quem tem lábios grossos e as vezes o batom não é o suficiente para disfarçar aquela pelezinha solta que insiste aparecer. Nesses casos, os regeneradores de lábios podem fazer milagres.

Beijos mais macios, sorriso mais largo, melhor absorção do batom e prevenção ao câncer. Essas são algumas das inúmeras vantagens de hidratar e proteger seus lábios.

Confira nossa sugestão de produtos.

Confira algumas sugestões da nossa redação:

Manteiga de Cacau
Preço médio: R$ 5,00

manteiga se cacau

 

 

 

 

CeraLip – LA ROCHE-POSAY
Preço médio R$ 75,00

CERALIP_Tube-Creme-Levres-det

 

 

 

 

Bepantol para lábios
Preço médio: R$ 29,99
bepantol

 

 

 

Protetor Labial Nivea Lip Care (com FPS 15)
Preço médio R$19,00

protetor labial nivea

 

Estilos de Trança – Protective Styles

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Trança é trança! São todas lindas, todas práticas, algumas levam horas e horas para serem feitas, outras são rapidex! Algumas servem para todos os tipos de cabelos e algumas são esclusivas para os nossos crespos! Contrariando o que muitas pessoas que dizem ou acreditam, que trança machuca, danifica os cabelos, exalto que todas as técnicas com tranças são chamados de estilos de proteção, pois protegem nossos cabelos de danos externos, o tempo que o cabelo está trançado ele tem uma folga de silicones, sulfatos e de todos os produtos que usamos com frequência, tem férias do manuseio diário, pentear, amarrar, amassar, prender , escovar, portanto um estilo de proteção é um dos maiores benefícios que um cabelo afro pode ter, desde que respeitado o manuseio, seja bem feito e não ultrapasse o tempo de manutenção de cada estilo. Trança é vida!

Vou tentar explicar alguns dos estilos de tranças africanas mais comuns, usando as nomenclaturas gringas, porque algumas são bem parecidas mas não são a mesma coisa.
WEAVE
A técnica weave consistem num cabelo tecido, sintético ou natural, costurado no cabelo humano trançado. Seria seu cabelo natural com tranças raiz e o cabelo tramado pelas tranças, existe a opção de deixar seu cabelo natural exposto ou não. O acabamento é perfeito, a manutenção dever ser feita de 6-8 semanas.
TWIST – TWIST OUT
Já fiz um post todinho só pro TWIST lindo! Super fácil de fazer, não precisa ser uma profissional, melhor dos melhores estilos de proteção para crianças, não danifica o cabelo e é prático, tanto enquanto as torções estão feitas quanto quando desfeitas (twist out)
 Twist Out
MICRO BRAIDS
São as tranças super fininhas, aqui no Brasil costumamos fazer as micro-braids na colocação de “miojo” e de cabelo natural, micro não é uma espessura ideal para tranças longas, pra não pesar demais e não causar nenhum embaraçamento nem alta tração, portanto micro braids são no maximo 5cm de comprimento trançado.
MOHAWK – MOICANO
A diferença deste moicano é que ao invés de passar a maquina nas laterais você trança! Radical só que não, porque seu comprimento continua intacto!
Com a opção de deixar seu afro solto, ou trançar as sobras:






SENEGALESE TWIST – TWIST SENEGALÊS
São uma versão das trançinhas finas, mas ao invés de trançar são feitas torções de pequenas mechas, pra este estilo necessita de um cabelo sintético especifico que é bem dificil de encontrar. A diferença pro Twist citado acima é a espessura e o adicional de jumbo sintético.

NUBIAN TWIST
Outra versão do twist, também com uma fibra sintética especifica, o que difere é que as torções são bem fechadas, fica estilo uma molinha, com isso já é um método que não serve pra todos os cabelos, cabelos fragilizados por quimicas, recém relaxados podem sofrer rupturas.
HAVANA TWISTS
São semelhantes aos Marley Twists no efeito, são mais grossas e podem ser tramadas junto ao cabelo (havana) ou os twists prontos costurados na trança raiz (marley twist)
 Flat Twist
GODDESS BRAIDS
São tranças de Deusas, são penteados elaborados a partir de tranças embutidas bem grossas. Para coques, updos e afins.

BOX BRAIDS <3
O que são as Tranças Box?
É uma arte antiga, passada de geração em geração na África. As origens da forma de arte pode ser rastreadas no Egito, tanto quanto 3500 aC. Cada região da África tem seus próprios estilos tradicionais e cada tribo sua estética distinta.
Em muitos países do Oeste Africano, tranças foram desenvolvidas em padrões complexos para a sinalização de um status social, faixa etária e da tribo que pertencem. Certos modelos foram elaborados e reservados para ocasiões especiais, como casamento e rituais de passagem. Se fizeram presentes a todo tempo ultrapassando gerações, foi sucesso total nos anos 70, voltou com tudo nos anos 90 com Janet Jackson (Poetic Justice), por isso as box também são chamadas de Poetic Justice, Patra Braids. Até que voltou a ser sucesso nos dias de hoje, uma trança que indico, acho linda e faço muito. Podem ser feitas em qualquer cabelo, mas pra cada caso indico uma espessura e um comprimento saudável. Dependendo do cabelo pode durar até 3 meses.
I LOVE BOX BRAIDS <3
Por hora aqui estão alguns dos estilos mais usados e populares. Para outros estilos de tranças é só clicar!
Beijos!
Qualquer dúvida manda inbox na página Cwbraids no facebook https://www.facebook.com/CwBraids

Religiosidade africana

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Reinado é uma tradição do catolicismo afro-brasileiro que historicamente desenvolve-se em estreita relação com as Irmandades Negras de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e outros patronos de devoção negra. Um conhecimento preservado por comunidades cujas raízes estão fincadas nas matrizes africanas, presentes em vários locais do Brasil e, em especial, no Estado de Minas Gerais. A Associação Cultural Cachuera!, entidade sem fins lucrativos de São Paulo que se dedica à documentação e divulgação das culturas populares e tradicionais brasileiras, e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, localizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, lançam no dia 25 de abril de 2015, sábado, a partir das 15h, no Espaço Cachuera! (Rua Monte Alegre 1094, Perdizes, SP), o Livro/CD/DVD “O Reinado da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá”. A obra trata desta irmandade, guardiã das tradições do Congo e do Moçambique.

Reinado de Jatobá 4.Foto Alexandre Kishimoto

Segundo de uma série de 3 obras, ela foi realizada numa parceria entre Cachuera! e a Irmandade do Jatobá com o patrocínio da Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura (Governo Federal/MinC) e integra o projeto “Edições Acervo Cachuera!”, que também apresenta kits com livro/CD/DVD sobre o Jongo do bairro Tamandaré, de Guaratinguetá-SP, lançado em 2013, e o Batuque de Umbigada presente em cidades do interior do Estado de São Paulo, a ser lançado ainda em 2015, ambos tratando igualmente das tradições culturais afro-brasileiras.

Durante o evento de lançamento em São Paulo haverá um roda de conversa com membros da Irmandade do Jatobá, realizadores do projeto e pesquisadores, onde o tema prioritário será a transmissão da tradição do Reinado entre gerações; em seguida, haverá um cortejo pelas ruas do bairro de Perdizes com as guardas de Congo e Moçambique da Irmandade. O novo livro/CD/DVD, que estará à venda para o público em geral durante o evento, visa apresentar aos leitores o universo desta comunidade mineira por meio da tecelagem de diferentes registros.

Serviço

Lançamento do Livro/CD/DVD “O Reinado da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá”

224 páginas | CD: 38 faixas | DVD: 57 minutos 

Onde: Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1.094 – Perdizes Dia: 25 de abril de 2015, sábado, a partir das 15h Programação: 15h – Roda de conversa e apresentação do projeto com presença dos integrantes 16h30 – Cortejo com as guardas de Congo e Moçambique da Irmandade do Jatobá pelas ruas da região de Perdizes

Preço: ENTRADA FRANCA

Curso apresenta um lado pouco conhecido da África, fugindo de estereótipos

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Com o intuito de usar a educação e a informação como ferramentas para um contato melhor entre os brasileiros e suas origens africanas, o Afreaka criou o curso de Comunicação Alternativa e Produção de Conteúdo de África Contemporânea, que mostra um lado pouco conhecido de África, fugindo de estereótipos e cobrindo as expressões culturais africanas e afro-brasileiras.

Em fevereiro, logo após o Carnaval, se iniciam mais duas edições do curso, que acontecem em São Paulo. Pensado para professores, comunicadores, estudantes e apaixonados por África, o conteúdo apresenta uma visão fora dos estereótipos presentes na grande mídia. A ideia é mostrar uma África plural, protagonista e dona de seu próprio destino.

A carga horária é divida em três encontros de três horas e meia de duração. As inscrições custam R$250,00 e oferecem ainda um jantar cultural com pratos típicos da cultura afro-brasileira.

Mais informações no link: http://bit.ly/1u3In4o

CPI sobre violência contra a juventude negra

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A coleta de assinaturas iniciou na manhã deste domingo (1), durante a posse dos(as) novos(as) parlamentares

No último domingo (1), a bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados iniciou coleta de assinaturas a fim de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a violência contra a juventude negra no Brasil. Na data, ocorreu também a posse dos parlamentares que irão integrar a Câmara pelos próximos quatro anos.

A ministra da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, fez-se presente na posse dos novos parlamentares e reuniu-se com o deputado federal Vicentinho (PT/SP), líder do PT na Câmara e primeiro negro a tornar-se líder da bancada do partido.

O encontro incluiu conversas referentes às perspectivas e projetos para a nova legislatura e a outras questões ligadas à pauta da igualdade racial, como a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) 3.239 que questiona a constitucionalidade do Decreto 4.887, de 2003, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras quilombolas.

A ministra saudou o deputado pelo novo mandato e comprometeu-se em compartilhar a agenda legislativa da SEPPIR para o ano de 2015. Vicentinho também parabenizou a ministra pelo cargo, e afirmou que pretende estreitar as relações do seu mandato com o órgão de igualdade racial.

 CPI sobre violência contra jovens negros

A proposta da CPI sobre a violência contra a juventude negra, apresentada à Câmara no início desta legislatura via requerimento do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), é apurar as causas, razões, consequências, custos sociais e econômicos da violência, morte e desaparecimento de jovens negros no Brasil.

De acordo com o Plano Juventude Viva, coordenado pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), Secretaria-Geral da Presidência da República e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), os homicídios são a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil e atingem especialmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.

Fonte>: Coordenação de Comunicação da SEPPIR

Angolanos buscam emprego no Brasil

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Bilongo Lando Domingos, 32 anos, é cabeleireiro e há 13 anos mora no Rio de Janeiro. Angelina Sissa João, 26 anos, é estudante e desembarcou há dois anos na cidade para estudar marketing. Cabingano Manuel é jornalista, com especialização em administração, e chegou há quatro anos para trabalhar como correspondente de uma emissora de TV. Todos são angolanos e escolheram o Brasil em busca de melhores condições de vida e de oportunidades profissionais.

De acordo com o Ministério da Justiça, vivem no Brasil cerca de 12,5 mil angolanos, sendo 3,7 mil residentes. Boa parte chegou ao Rio e a São Paulo durante a guerra civil naquele país, entre 1990 e o início de 2000, quando o Brasil concedia refúgio àqueles que deixavam o país. É o caso de Bilongo, que saiu de Luanda, capital de Angola, para não ser recrutado.

Bilongo Lando é cabeleireiro especializado em cortes masculinos estilizados (Foto: Tânia Rêgo)

“Eu queria muito sair. O país estava em guerra e nós, jovens, naquela época com 16 e 17 anos, com porte físico, éramos alvo, no sentido de que as Forças Armadas do país precisavam de jovens para poder lutar e eu não queria isso, aquela guerra não valia a pena”, contou Bilongo, que hoje é cabeleireiro especializado em cortes masculinos estilizados, no centro da capital fluminense.

Ele escolheu o Brasil pela língua e pela proximidade cultural. “Os brasileiros têm muito respeito por nós, se identificam com a música, as cores, o jeito de ser”, lista.

Angelina Sissa veio em busca de qualificação profissional. Incentivada por parentes que estudaram no Rio e voltaram para Angola, ela se matriculou em marketing. “O Brasil tem mais experiência nessa área.” Há dois anos ela estuda em uma universidade particular e mora na Tijuca, na zona norte. Para Angelina, a escolha pelo Brasil também se deve à proximidade cultural.

Angelina Sissa, 26 anos, estudante.Tânia Rêgo/Agência Brasil

“O ambiente aqui é próximo ao de Angola: a maneira de ser [dos brasileiros] não foge muito [do que é lá], são pessoas abertas, que gostam de conversar, simpáticas”, destacou.

Cabingano Manuel chegou para fazer mestrado em comunicação e cursar pós-graduação em administração. De correspondente internacional no Continente Americano, ele foi alçado a representante da Televisão Pública de Angola (TPA). Jornalista, revelou que conheceu o Brasil dando palestras na Bahia e há quatro anos resolveu vir para morar com a família. “Minha decisão de vir foi primeiramente acadêmica, só depois disso vieram as outras coisas [o trabalho]”, disse.

Manuel também assegura que as semelhanças entre a cultura brasileira e angolana foram determinantes em sua decisão. “É muito mais prático reencontrar-me, adaptar-me ao Brasil do que a Portugal ou a outro país: as ruas, as pessoas, os hábitos e costumes são muito parecidos aos de Angola e, particularmente, aos de Luanda”, revelou. Entre seus programas favoritos de fim de semana estão caminhar na Praia de Copacabana e visitar pontos turísticos.

A facilidade de se comunicar – os dois países têm a língua portuguesa como idioma oficial – ajudou a atrair os imigrantes, diz Luiz Fernando Godinho, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Por causa da guerra, o Brasil chegou a receber cerca de 1,7 mil angolanos e, durante muitos anos, eles foram o maior grupo de refugiados no país.

“Essa população [de refugiados] foi diminuindo. Hoje, os angolanos são o terceiro maior grupo, entre os cerca de 7,2 mil refugiados, de 80 nacionalidades. A maioria é formada de pessoas vindas da Síria (1,2 mil) e da Colômbia (1 mil)”, informou Godinho. O número de angolanos com refúgio – que atualmente está em 873 – tende a cair mais, uma vez que eles têm trocado essa condição pela residência.

O porta-voz da Acnur conta que, com o fim da concessão de refúgio, o Brasil fez um programa de repatriação para permitir a volta dos refugiados ao país africano, mas que nenhum angolano se inscreveu. “É um sinal de que o Brasil cumpriu bem seu papel de receber, de fornecer meios para reconstruir a vida e se integrar”, avaliou. “O acolhimento pelo país deu certo.”

SP: Lançamento da Marcha das Mulheres Negras 2015

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Desde 1992, a partir do I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, o 25 de julho é celebrado como o dia internacional da luta e da resistência da mulher negra. E é nesta data que o núcleo que impulsiona a Marcha das Mulheres Negras 2015, em São Paulo, convida todas as mulheres para uma noite de debate e para o início de uma mobilização nacional. Neste encontro, homenagearemos Carolina Maria de Jesus.

A Marcha foi idealizada em Salvador-BA, por ocasião do Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI: Encontro Ibero Americano do Ano dos Afrodescendentes (16 a 20 de novembro de 2011) e será gestada até 13 de maio de 2015. Trata-se de uma iniciativa de articular as mulheres negras brasileiras. A intenção é conseguir aglutinar o máximo de organizações de mulheres negras, assim como outras organizações do Movimento Negro, sem dispensar o apoio de organizações de mulheres e de todo tipo de organização que apoiem a equidade sócio-racial e de gênero.

Serviço: Lançamento das Marchas das Mulheres Negras 2015
Dia: 25/07
Horário: 19h
Local: Casa do professor: Rua Bento Freitas, 71
Centro – SP
#Marcha2015MulheresNegras
Organização: Núcleo Impulsor do Estado de São Paulo
Site oficial:http://2015marchamulheresnegras.com.br/marcha-em-curso

Manifesto da Marcha das Mulheres Negras 2015 contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver

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Nós, mulheres negras brasileiras, descendentes das aguerridas quilombolas e que lutam pela vida, vimos neste 25 de Julho – Dia da Mulher Afrolatinoamericana e Afrocaribenha denunciar a ação sistemática do racismo e do sexismo com que somos atingidas diariamente mediante a conivência do poder público e da sociedade, com a manutenção de uma rede de privilégios e de vantagens que nos expropriam oportunidades de condição e plena participação da vida social.

Nesta data vimos visibilizar a incidência do racismo e do sexismo em nossas vidas, assim como as nossas estratégias de sobrevivência, nosso legado ancestral e nossos projetos de futuro e afirmar que a continuidade de nossa comunidade, da nossa cultura e dos nossos saberes se deve única e exclusivamente, a nós, mulheres negras. Transcorrido esse marco histórico e a atualidade de nossas lutas, nos valemos do Dia da Mulher Afrolatinoamericana e Afrocaribenha para anunciar a realização da Marcha das Mulheres Negras 2015 Contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, que realizaremos em 13 de maio do próximo ano, em Brasília.

Somos 49 milhões de mulheres negras, isto é, 25% da população brasileira. Vivenciamos a face mais perversa do racismo e do sexismo por sermos negras e mulheres. No decurso diário de nossas vidas, a forjada superioridade do componente racial branco, do patriarcado e do sexismo, que fundamenta e dinamiza um sistema de opressões que impõe, a cada mulher negra, a luta pela própria sobrevivência e de sua comunidade. Enfrentamos todas as injustiças e negações de nossa existência, enquanto reivindicamos inclusão a cada momento em que a nossa exclusão ganha novas formas.

Impõe-se na luta pela terra e pelos territórios quilombolas, de onde tiramos o nosso sustento e mantemo-nos ligadas à ancestralidade.

A despeito da nossa contribuição, somos alvo de discriminações de toda ordem, as quais não nos permitem, por gerações e gerações de mulheres negras, desfrutarmos daquilo que produzimos.

Fomos e continuamos sendo a base para o desenvolvimento econômico e político do Brasil sem que a distribuição dos ativos do nosso trabalho seja revertida para o nosso próprio benefício.

Consideramos que, mesmo diante de um quadro de mobilidade social pela via do consumo, percebido nos últimos anos, as estruturas de desigualdade de raça e de gênero mantêm-se por meio da concentração de poder racial, patriarcal e sexista, alijando a nós, mulheres negras, das possibilidades de desenvolvimento e disputa de espaços como deveria ser a máxima de uma sociedade justa, democrática e solidária.

Não aceitamos ser vistas como objeto de consumo e cobaias das indústrias de cosméticos, moda ou farmacêutica. Queremos o fim da ditadura da estética europeia branca e o respeito à diversidade cultural e estética negra. Nossa luta é por cidadania e a garantia de nossas vidas.

Estamos em Marcha para exigir o fim do racismo em todos os seus modos de incidência, a exemplo da saúde, onde a mortalidade materna entre mulheres negras estão relacionadas à dificuldade do acesso aos serviços de saúde, à baixa qualidade do atendimento recebido aliada à falta de ações e de capacitação de profissionais de saúde voltadas especificamente para os riscos a que as mulheres negras estão expostas; da segurança pública cujos operadores e operadoras decidem quem deve viver e quem deve morrer mediante a omissão do Estado e da sociedade para com as nossas vidas negras.

Denunciamos as batalhas solitárias contra a drogadição e a criminalização do nosso povo e contra a eliminação de nossas filhas e filhos pelas forças policiais e pelo tráfico, há muito tempo! Denunciamos o encarceramento desregrado de nossos corpos, vez que representamos mais de 60% das mulheres que ocupam celas de prisões e penitenciárias deste país.

Ao travarmos batalhas solitárias por justiça num quadro de extrema violência racial, denunciamos a cruel violência doméstica que vem levando aos maus tratos e homicídios de mulheres negras, silenciados em dados oficiais. Lutamos pelo fim do racismo estrutural patriarcal que promove a inoperância do poder público e da sociedade sobre a exterminação da nossa população negra .

Estamos em marcha para reivindicamos o livre culto de nossas divindades de matriz africana sem perseguições, nem profanações e depredações de nossos templos sagrados.

Estamos em marcha contra a remoção racista das populações das localidades onde habitam.Lutamos por moradia digna; por cidades que não limitem nosso direito de ir e vir e contra a segregação racial do espaço urbano e rural; por transporte coletivo de qualidade; por condições de trabalho decente nas diferentes profissões que exercemos. Valorizamos nosso patrimônio imaterial em terreiros, escolas de samba, blocos afros, carimbó, literatura e todas as demais manifestações culturais, definidoras da nossa identidade negra.

Estamos em marcha porque somos a imensa maioria das que criam nossos filhos e filhas sozinhas, as chefes de famílias, com parcos recursos e o suor de nosso único e exclusivo trabalho.

Estamos em Marcha:
 pelo fim do femicídio de mulheres negras e pela visibilidade e garantia de nossas vidas;
 pela investigação de todos os casos de violência doméstica e assassinatos de mulheres negras, com a penalização dos culpados;
 pelo fim do racismo e sexismo produzidos nos veículos de comunicação promovendo a violência simbólica e física contra as mulheres negras;
 pelo fim dos critérios e práticas racistas e sexistas no ambiente de trabalho;
 pelo fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões sumárias às mulheres negras em casas de detenções;
 pela garantia de atendimento e acesso à saúde de qualidade às mulheres negras e pela penalização de discriminação racial e sexual nos atendimentos dos serviços públicos;
 pela titulação e garantia das terras quilombolas, especialmente em nome das mulheres negras, pois é de onde tiramos o nosso sustento e mantemo-nos ligadas à ancestralidade;
 pelo fim do desrespeito religioso e pela garantia da reprodução cultural de nossas práticas ancestrais de matriz africana;
 pela nossa participação efetiva na vida pública.

Buscamos num processo de protagonismo político das mulheres negras, em que nossas pautas de reivindicação tenham a centralidade neste país. Nosso ponto de chegada e início de uma nova caminhada é 13 de maio de 2015 – Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo – em Brasília/DF.

Conclamamos, a todas as mulheres negras, para que se juntem a esse processo organizativo, nos locais onde estiverem, e a se integrarem nessa Marcha pela nossa cidadania.

Imbuídas da nossa força ancestral, da nossa liberdade de pensamento e ação política, levantamo-nos – nas cinco regiões deste país – para construir a Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver, para que o direito de vivermos livres de discriminações seja assegurado em todas as etapas de nossas vidas.

ESTAMOS EM MARCHA !

“UMA SOBE E PUXA A OUTRA!”

Brasil, 25 de Julho de 2014.

Comitê Impulsor Nacional da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver 2015

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