Conheça o tenista Dustin Brown, descendente de jamaicanos e alemães ele chamou a atenção da imprensa esportiva mundial ao derrotar, Rafael Nadal, o número 10 no ranking mundial
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Os negros estão ganhando mais e mais visibilidade em esportes mais elitizados. E fazendo bonito. Hamilton na F1, Serena Willians no tênis – ah sim, não podemos esquecer de Tiger Woods no golfe – têm trazido não só a sua cor, mas o orgulho de suas origens em um espaço até então dominado por brancos.
Com longos dreads e tatuagens enormes, Dustin Brown, que passou 6 dos seus 30 anos, morando em uma van – presente dado pelos pais para que ele disputasse torneios pela Europa – atraiu olhares dos fãs de tênis ao derrotar Rafael Nadal, uns dos 10 melhores tenistas do mundo, no último dia 2.
O tenista, apesar de ter nascido na Alemanha, costuma ser chamado de ex-jamaicano, por ter representado a Jamaica, terra de seu pai, no início da sua carreira. Hoje ele representa a Alemanha e sonha em ser tão famoso quanto Bolt.
Com Milton Gonçalves, Camila Pitanga, Rocco Pitanga, Lázaro Ramos, Thaís Araújo e Seu Jorge no elenco, projeto de filme sobre os Malês é apresentado ao Ministro da Cultura
Da redação
No século XIX, no Brasil, os negros mulçumanos que sabiam ler e escrever em língua árabe e eram mais instruídos que seus senhores, eram conhecidos como Malês. Em 1835, os Malês se revoltaram por causa da imposição do governo ao catolicismo e por isso, decidiram libertar os escravos mulçumanos, tomar o governo e estabelecer um próprio, mas foram derrotados.
A Revolta dos Malês é a história que o ator Antônio Pitanga quer contar para os brasileiros, principalmente, para aqueles que desconhecem os fatos e a etnia. O ator quer transformar o fato real em filme. A película, orçada em R$12 milhões, terá no elenco atores negros consagrados, como Milton Gonçalves, Camila Pitanga e seu irmão, Rocco Pitanga, Lázaro Ramos, Thaís Araújo, Seu Jorge, entre outros.
Segundo Pitanga, o projeto é ousado, assim como os Malês. “Esse foi um dos maiores levantes que aconteceram no País, e não foi com negros coitadinhos, foi com negros que não aceitavam ser serviçais”.
Antônio Pitanga e o produtor Flávio Tambellini apresentaram o projeto, na tarde desta terça-feira, dia 30, ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, que classificou a ideia como ótima.
Para o secretário da Secretaria do Audiovisual do MinC, Pola Ribeiro, o projeto está alinhado com o compromisso do Ministério. “É um tipo de filme que dialoga com a sociedade. Tem compromisso com a educação, com a sociedade, tem um caráter educativo”, afirma.
O encontro aconteceu no Ministério da Cultura. Participaram também a deputada federal Bendita da Silva (PT/RJ), os secretários Pola Ribeiro, da Secretaria do Audiovisual (SAv) e Vinícius Wu, da Secretaria de Articulação Institucional (SAI) e assessores da Ancine (Agência Nacional de Cinema).
Cartunista conhecido pelos trabalhos no jornal “O Pasquim” e diretor da revista “Raça”, voltada ao público negro, o escritor e publicitário Maurício Pestana foi empossado na tarde desta segunda-feira (22) como o novo secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial. Pestana, que ocupava o cargo de secretário-adjunto da pasta desde abril do ano passado, substitui Antonio Silva, que atuará na Secretaria Municipal da Cultura.
Ligado ao Partido Comunista do Brasil (PC do B), Pestana milita há quase 30 anos no movimento negro e tem como missão ampliar as políticas afirmativas adotadas desde a criação da secretaria, em 2013. Além do processo de implementação do ensino da História e Cultura Afrobrasileira nas escolas municipais, as políticas para imigrantes haitianos e a ampliação do diálogo com movimentos da periferia estão entre os focos do trabalho da pasta.
“Nosso objetivo é que o negro não seja só aquele que ser organiza e bata a porta reivindicando os direitos que são seus, mas que esteja dentro da administração quem olhe pela comunidade em geral, e não por fragmentos da comunidade ou por aqueles que tenham acesso privilegiado aos órgãos públicos”, disse o prefeito Fernando Haddad.
“Ampliar e consolidar as políticas afirmativas será nossa grande marca e nosso grande desafio. Se em um primeiro momento ficamos marcados por termos iniciado o diálogo entre o poder público e os fluxos do funk, vamos aproveitar essa expertise para fazer o mesmo com todas as vertentes da cultura negra e popular, como as dezenas de agremiações de escolas de samba”, afirmou o novo secretário.
Entre as medidas aplicadas nos últimos dois anos, está a Lei Municipal 15.939, que assegura cota de 20% para a população negra em cargos efetivos e comissionados de órgãos municipais, sancionada no ano passado. Com ela, 14 procuradores negros e negras ingressaram no serviço público por meio de concurso, em um universo que antes, era de apenas três profissionais. Além deles, por meio da lei, 23 auditores fiscais, 18 especialistas em Ciências Contábeis e 971 professores entraram na administração municipal.
“Se você não tem a representação da mulher ou do negro dentro da administração pública, essa administração não tem como representar o todo e por isso, os concursos precisam de um equilíbrio maior”, disse o prefeito.
Outro projeto da secretaria é o FunkSP, que após uma série de diálogos com organizadores dos chamados pancadões e fluxos que tomavam as ruas da capital, passou a realizar os eventos com estrutura de segurança, em local que não atrapalha a vizinhança e com horário definido.
“É uma honra muito grande ter participado de uma gestão que tem uma visão moderna de enxergar a cidade, que inclui a todos e a todas, mesmo nos temas que nós da esquerda consideramos difíceis de tratar como, por exemplo, o funk e dos pancadões”, afirmou o ex-secretário Antonio Silva, que, agora na Cultura, auxiliará os programas ligados à cultura de periferia.
Estiveram presentes os secretários municipais Luiz Antonio Medeiros (Coordenação das Subprefeituras), Jilmar Tatto (Transportes), Valter Correia (Gestão), José de Filippi Júnior (Saúde), Tadeu Candelária (Verde e Meio Ambiente), além da vice-prefeita Nádia Campeão.
O livro “A Cabana” é um best-seller americano que ficou entre os livros mais vendidos no Brasil no ano de 2009.
Octavia Spencer será Deus, em ” Cabana”
A obra de Willian P. Young, narra a história de Mack, um pai atormentado com o violento assassinato da sua filha pequena e que começa a questionar as vontades de Deus, tendo a oportunidade de Confrontá-lo frente a frente em uma cabana abandonada.
No livro, Ele aparece como uma mulher negra que no cinema será interpretada por Octavia Spencer. A atriz afro-americana ganhou o Oscar como atriz coadjuvante em 2012, pela sua sensível e forte atuação no filme “História Cruzadas”. “A Cabana” ainda está em fase de pré-produção e sem data da estréia.
Agora é oficial. A Marvel anunciou Miles Morales como o Homem-Aranha. Por enquanto, somente nos quadrinhos, o jovem de pai afro-americano e mãe porto-riquenha usa a máscara do herói desde 2011 em uma realidade paralela, na qual Peter Parker morreu.
Segundo o roteirista Brian Bendis, em entrevista ao jornal New York Daily News, Morales vai ocupar ainda este ano a linha oficial das revistas do Homem-Aranha, com Parker, agora adulto, como seu mentor. “Não é um Homem-Aranha com uma observação. Agora é o Homem-Aranha de verdade. É nossa mensagem para crianças e adultos negros e também para todos os outros leitores”, diz Bendis.
“Muitas crianças negras, quando brincam de super-heróis com seus amigos, não são permitidos no papel de Batman ou Superman, pois eles não se parecem com eles. Mas eles sempre puderam ser o Homem-Aranha, pois qualquer um pode estar debaixo daquela máscara”, diz.
Beyonce nos Vingadores?
Se depender da Marvel a diva Beyonce fará parte da trupe justiceira dos vingadores.
“Amaríamos ter a Beyoncé conosco, como uma nova personagem nas telonas, vinda do catálogo existente de diversos personagens dos quadrinhos da Marvel”, um executivo sênior da Disney disse ao jornal americano Daily Star.
Essa não seria a primeira vez da cantora mostrando seu lado atriz. Ela já concorreu a um Globo de Ouro por seu papel de Dreamgirls, além de ter interpretado Foxxy Cleopatra em um dos filmes de Austin Power, Xania no filme da Pantera Cor de Rosa e também foi Etta James em Cadillac Records.
A história da advogada de direitos civis norte-americana Rachel Dolezal, acusada de fingir ser negra, continua a repercutir na imprensa norte-americana e no movimento negro pelo fato de ela, sendo filha biológica de um casal branco de origem europeia, ter assumido uma identidade negra. Ela se autodenomina negra, trabalha em defesa dos direitos civis dos afro-americanos, mas é filha biológica de um casal branco. O caso ganhou fama mundial depois de os pais a terem acusado de mentir sobre sua origem, que seria europeia e não africana.
Por Leandra Felipe (AG/Br)
Para algumas entidades representativas, ainda que ela se identifique culturalmente com afro-americanos, tenha filhos afro-americanos de sua relação com um afro-americano, ela não deveria adotar uma identidade que não tem.
“Uma coisa é identificar-se culturalmente, outra é ser criada com uma criança branca e, adulta, se autodeclarar negra”, afirmou à Agência Brasil, Tereza Gutierrez, representante do Centro de Ações Internacionais (IAC, sigla em inglês), uma organização não governamental (ONG) de Nova York, que trabalha com temas de racismo e exploração no mundo.
Tereza disse que apesar de Rachel ser engajada no movimento dos direitos civis, apropriar-se de uma identidade, não é correto do ponto de vista ético. “Ela não foi criada como uma menina negra e não sofreu os mesmos tipos de preconceitos que uma criança negra”, afirmou.
Após a denúncia dos pais, algumas entidades do movimento negro e a opinião pública acusaram Rachel de ter se autodenominado negra para ter acesso a programas de ações afirmativas.
Ela nega essas acusações e, nessa terça-feira (16), falou com exclusividade à Rede de Televisão norte-americana NBC. “Tudo que fiz foi para sobreviver”, afirmou, durante a primeira entrevista que concedeu após o escândalo causado pela revelação dos pais.
Depois da divulgação da entrevista, Rachel foi demitida do cargo de representante da Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor (NAACP – a sigla em inglês) em Washington e afastada da função de professora em uma universidade local
Na entrevista, a advogada disse que faria tudo de novo, com relação a se autodeclarar “não branca” e a se considerar negra. Ela falou que a questão é “mais complexa do que parece”. Acrescentou que desde os cinco anos já desenhava seu cabelo “crespo e marrom”, em vez de “loiro e liso.”
O que chocou o país foi a publicação de fotos de Rachel no ensino médio, com cabelos loiros naturais, lisos e pele branca. Atualmente, adota os cabelos crespos e a pele bronzeada. Ela confirmou ser a garota branca da foto divulgada pelos pais, mas se defendeu ao dizer que se sente negra e que sua identidade não é uma “atuação grotesca”, referindo-se aos atores brancos que usavam uma técnica conhecida como black-face, ao pintar o rosto de negro para personificar a etnia de forma estereotipada.
Os motivos que levaram Rachel a se declarar negra ainda não estão totalmente esclarecidos. Os pais têm ascendência europeia, como ela mesma confirmou, mas ela cresceu com irmãos negros adotados e disse que passou por uma grande mudança quando estudou direitos humanos.
Algumas reportagens citam o fato de ela ter estudado belas artes na Universidade de Howard, local em que mais de 90% dos alunos são negros. Lá teria sofrido discriminação por ser branca. Mas não houve continuidade na investigação de racismo pela comissão escolar por alegada falta de provas.
Apesar da complexidade do caso, os pais a acusaram de querer “ser uma pessoa que não é”. A mãe, Ruthanne Dolezal, a acusou de “representar uma mulher negra ou de raça mista”, e afirmou que isso “simplesmente não é verdade”.
Em sua defesa, ela disse que já foi chamada de “transrracial” e que nunca tentou mudar o “rótulo”, porque a situação é muito mais que uma “briga” para saber quem está certo ou errado.
Rachel, que agora perdeu o emprego e o status que tinha como ativista, disse que faria tudo de novo e que gostaria de promover um debate que fosse além da questão racial. “Sobre o que significa ser humano, que fosse até o cerne da definição de ser humano, raça, cultura, autodeterminação e empoderamento”, acrescentou na rede de TV.
Na entrevista dessa terça-feira (16), Dolezal afirmou que quando a foto apresentada pela mãe foi tirada, ela ainda não se sentia negra. A Agência Brasil enviou um e-mail à advogada e obteve seu telefone, para solicitar uma entrevista, mas Rachel Dolezal não respondeu ao e-maile não retornou as ligações.
A Agência Brasil também conversou com a assistente legislativa do Senado, Jackqueline Leathers, que assessora questões em defesa de mulheres, em Atlanta.
Ponderada, Leathers disse que há muitas variáveis no caso, mais importantes do que julgar ou definir se Rachel é negra ou branca ou se mentiu. “Muita coisa deve ser levada em consideração, inclusive mudanças na própria Rachel sobre sua carreira acadêmica e suas escolhas pessoais e profissionais.
Mas, muito além disso, “é preciso aproveitar o momento para pensar sobre o que define raça”. E completou: “Eu sou uma mulher negra. Mas você pode me perguntar se eu sou uma mulher branca, porque tenho ancestrais brancos. E eu diria que isso não me faria branca. Porque sou quem sou, porque me orgulho de ser uma mulher negra”.
Pedagogo trabalhando como pedreiro, neurocirurgião como repositor de mercado. Este é um dos lados vergonhosos de como o Brasil tem tratados os imigrantes haitianos
Por Silvia Nascimento
Se já está difícil viver no Brasil sendo brasileiro, com crescimento ininterrupto da inflação e desemprego e violência, imagine a situação dos refugiados, que escolheram aqui como o destino para começar uma nova vida, do zero.
Os fortes laços diplomáticos entre Brasil e Haiti (entre 2003-2011) parecem ter sidos desfeitos. A situação de hoje é que há dezenas de milhares de imigrantes haitianos vítimas da omissão do Governo Federal, da irresponsabilidade do Governo do Acre que manda de ônibus os imigrantes para São Paulo, que por sua vez, alega não ter estrutura de gerenciar esse contingente de pessoas que buscam apenas uma oportunidade de começar a vida trabalhando em um novo país.
A Casa do imigrante e a Paróquia Nossa Senhora da Paz são os locais que abrigam os imigrantes na cidade de São Paulo. E eles chegam diariamente.
Voluntários solidários
Esse imbróglio diplomático não condiz com uma nação que se proclama tão solidária, como a brasileira. Algumas iniciativas da sociedade civil tentam, de forma voluntária, dar aos haitianos no Brasil um pouco mais de esperança e dignidade.
É o caso do projeto Voluntários Amigos dos Haitianos – Voah. O grupo é recente, mas já conta com 50 membros. Coordenado pelo administrador de empresa Luiz de Jesus, o grupo está em busca de doações e voluntários e faz sua primeira reunião, aberta ao público, no próximo dia 18 de junho, quinta-feira.
Luiz de Jesus (ao centro em pé) e membros do grupo Voah com imigrantes
De acordo com Luiz, há muitos haitianos com ótima qualificação profissional e até nível superior, mas essa informação é pouco divulgada e muitos acabam sendo contratados para funções inferiores às suas capacidades profissionais. “Talvez isso ocorra devido a barreira do idioma e a abordagem que está sendo feita. A Empregueafro, a Cia de Currículos e Ebony English, estão fazendo um trabalho de mapeamento do perfil deles. Por exemplo, conheci um pedagogo diplomado que está há 4 anos aqui no Brasil e só foi oferecido a ele vaga de ajudante na construção civil”, explica o advogado.
Ele ainda cita um outro caso comovente de um neurocirurgião haitiano, que trabalhava como repositor de estoque em um supermercado em São Paulo.
Serviço 1ª reunião do VOAH – Voluntários e Amigos dos Haitianos
Data e horário: dia 18 de junho de 2015 (quinta-feira), às 19 horas. Local: Câmara Municipal de São Paulo – 1º subsolo – Sala “A” (Sérgio Vieira de Mello) Endereço: Viaduto Jacareí, nº 100 – Centro (próx. estação Anhangabaú da Linha 3-Vermelha do Metrô)
“I just saw a black woman on television; and she ain’t no maid!” – Whoopi Goldberg, sobre sua reação quando, na infância, se deparou com Nichelle Nichols interpretando a Tenente Uhura em Star Trek.
(Acabei de ver uma mulher negra na televisão e ela não é uma empregada!)
Por Fernando Sagatiba *
Ainda na carona do assunto ‘Tocha Humana negro’, muita gente diz que não pode mudar e blá blá blzzzZZZZZZZZ. Sono. Muito sono com esse povo e esse papo. Não vou entrar nos mesmos argumentos de antes, apenas estamos cientes de que do quadrinho para o cinema ou para a TV, a mídia muda, os tempos são outros, são outras cabeças pensantes (?!) então, o resultado final é um produto diferente, obviamente. Por exemplo, eu adoro o personagem Flash e o que mais acompanhei foi Wally West. Muitos preferiam Barry Allen, que, por sinal, é o personagem por trás da máscara do ligeirinho na recente série de TV. Eu, particularmente, não vi nada de mais, gostei dos efeitos especiais, mas o background da CW (produtora da série) é muito novelão, lembre-se de Smallhaçãoville, por exemplo. Não gosto de novelão com poderes, não gosto dessa versão ‘Peter Parkerizada’ do Flash. Ele é só um Homem-Aranha que corre muito rápido. Mas eu vou achar que tinha que ser do jeito que eu especialmente gosto? Não, sabe porque? Porque o personagem tem décadas de existência, já passaram, como eu disse, inúmeros desenhistas e roteiristas pela revista e não dá pra cagar regra de que a minha especial é que é a certa.
“Ain, mas ele é negro!”
Nichelle Nichols participou do elenco principal de Star Trek, a original, entre 1966 e 1969
Agora vem a cereja do bolo. Nichelle Nichols e sua importância na cultura pop (cof nerd cof). Nichelle participou do elenco principal de Star Trek, a original, entre 1966 e 1969 e foi quem gerou interesse em, por exemplo, Whoopi Goldberg em estar naquele mundo que presenciava, segundo ela mesma, indo correr para a mãe em casa falando ‘Mãe, tem uma negra na TV e ela não é uma empregada’. Na verdade, era o contrário, Uhura era tenente, tendo sido reconhecida até por Martin Luther King Jr como um divisor de águas e uma importante personalidade para a identificação de do negro. Por isso que eu falo, representatividade conta e muito. Não estamos falando de um capricho infantil e superficial de ‘mudou a cor’. Estamos mais preocupados com coisas que realmente importam. Não é pra afrontar um cabeça oca, é pra olharmos e falarmos ‘tá aí, eu compro essa ideia, ela me faz sentir incluído e não um estrangeiro do mundo’. É pelas crianças que hoje estão tendo a chance de ver muito mais representatividade do que tivemos e já vão ser figuras para repassar essa importância com muito mais bagagem. Eu ainda acho que seria mais legal o já citado Tocha ter uma irmã negra também. Já que mudou, ue mudasse logo os dois irmãos, em vez de colocar a Sue como adotada, mas enfim…
Whoop Goldberg e Nichelle Nichols
Só lembrando que o episódio piloto de Star Trek tinha sido rejeitado porque trazia uma mulher numa posição de destaque… depois, sua posição não veio tão destacada como um protagonista, mas ainda assim, na ponte de comando, uma tenente. E negra, quando mesmo se fosse branca, já teria dificuldades. É bem verdade que geralmente, negros servem muito como elemento ‘exótico’, mas a representação está ali, imagina só, em tempos de conflitos por direitos civis para os negros, o elenco principal de uma série estadunidense traz uma mulher negra, sendo que lá, ao contrário do Brasil, a população negra é minoria. Uhura é representatividade. Isso serve de mais um exemplo de especulações de mudança. Por exemplo se pusessem uma mulher branca nesse universo paralelo dos novos filmes, faria toda a diferença, já que é parte da construção da Uhura ser mulher e negra. Não daria pra mudar um desses elementos sem descaracterizar. Ao contrário do Tocha onde não faz a menor diferença ele ser branco, índio ou japonês. Calhou de ser negro nessa nova. Numa próxima ele pode ser a Paris Hilton… Rá!
Fernando Sagatiba – Negro, jornalista, sambista, desenhista, sarcástico e um pretenso auto-proclamado observador da problemática contemporânea. Blog: Divagar é preciso: http://garciarama.blogspot.com.br/
A maior parte dos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 é negra. De acordo com dados divulgados hoje (9) pelo Ministério da Educação (MEC), 4,9 milhões de candidatos, que equivalem a 57,81% do total, são negros.
Cerca de 8,5 milhões de candidatos inscreveram-se para a edição atual do Enem, cujas inscrições terminaram sexta-feira (5). As provas serão nos dias 24 e 25 de outubro em mais de 1,7 mil cidades.
A porcentagem de negros no Enem aumentou em relação às últimas edições. Em 2012, os negros representavam 53,1% dos candidatos e, em 2013, 55,4%. Em 2014, os dados dos inscritos por raça foram divulgados apenas quando as inscrições foram confirmadas – das 9,5 milhões de inscrições, 8,7 milhões foram confirmadas, e os negros representaram 57,9%.
Em 2015, os brancos representam 37,47%, os amarelos, 2,05%, e os indígenas, a menor porcentagem, 0,59%. Não fizeram a declaração 2,08% dos inscritos. Do total de candidatos, 12,63% se disseram negros e 45,18%, pardos.
A presidenta da Fundação Cultural Palmares (Minc/FCP), Cida Abreu, se reuniu nesta quarta-feira (10) com a produtora do Festival Latinidades, Ionara Silva, com Marta Carvalho da Ossos do Ofício, Mãe Baiana do Ilê Axé Oya Bagan e Renata Neves, do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-Brasileira (DEP/FCP).
Na ocasião trataram do apoio e parceria da instituição para a realização da edição 2015 do Festival Latinidades, que será realizado de 22 a 26 de julho, no Cine Brasília. O evento internacional terá como tema o “Cinema Negro”.
Segundo Cida Abreu, a proposta do festival está em sintonia com a missão da Fundação. “A Palmares está comprometida em realizar todos os esforços no sentido de fortalecer e difundir o protagonismo da mulher negra na produção cinematográfica e da cultura afro-brasileira em suas diversas linguagens” afirmou a presidenta.
Festival Latinidades – Lançado em 2008, se consolidou como o maior festival de mulheres negras da América Latina. Para a edição 2015 já confirmaram sua participação, a escritora Teresa Cárdenhas, Don Filó, responsável pelo maior acervo digital de cultura negra a América Latina, a mestra em Comunicação Ceiça Ferreira e a costa-riquenha Carol Britton, idealizadora do Festival Flores da Diáspora Africana.