Pensar no cabelo crespo dentro de vários espectros. Do estético ao social, das dores às alegrias, mas de forma divertida. Essa é a proposta do evento Encrespa Geral que tem sua sétima edição acontecendo neste domingo, 21, na Casa das Caldeiras, em São Paulo.
Além de uma programação cultural extensa com shows, desfile e exposição de trabalhos de afroempreendedores, o 7º Encrespa Geral mais uma vez irá abordar questões políticas contra o preconceito e o racismo, e traz ao público a palestra Barreiras Sigilosas, obstáculos invisíveis, além do gênero, conduzida por Alexandra Loras, palestrante e uma das principais influenciadoras atualmente, por conta dos seus pontos de vista sociais e uma mesa de debate com o tema Representatividade e Empoderamento, que contará com as participações de Priscila Fonseca, idealizadora do Projeto Salomé – Mulheres Negras Escrevendo a Própria História, Bel Santo Mayer, educadora social e coordenadora de projetos de formação em Diversidade, Direitos Humanos, Relações de Raça e Gênero e Direitos de Crianças e Adolescentes,.
O evento que acontece das 15h às 20h e tem entrada gratuita terá uma gama de atividades para toda a família e com várias opções de alimentação. Haverá performance poética com Alpiste de Gente sob a direção de Jairo Pereira, desfile infantil da grife Crespinhos S/A e pocket shows com Os Opalas e Liah Jones. Os pequenos poderão se divertir no Encrespinha, com atividades lúdicas para os pequenos empoderados e bailinho.
Programação:
15:00 às 15:20: DJ Jean
15:20 às 16:00: Barreiras Sigilosas,obstáculos invisíveis, além do gênero (por Alexandra Loras)
16:00 às 16:40: Alpiste de Gente (Direção Jairo Pereira)
16:40 às 17:30: Desfile Infantil Crespinhos S/A
17:30 às 18:30: Mesa de Debate: Representatividade e Empoderamento (com Priscila Fonseca, Bel Santos Mayer, mediação: Silvia Nascimento)
Show:
18:30: Liah Jones
19:00: às 19:50: Os Opalas
20:00: Encerramento
Programação Encrespinha
15h – Dinâmica de boas-vindas (Coletivo Espelho Meu)
15h30 – Contação de Histórias (Coletivo Espelho Meu)
16h30 – Confeccção de bonecas Abayomi (Coletivo Espelho Meu)
Gilberto Gil é entrevistado pela equipe do Mídia Étnica
(Foto: Facebook)
Com o objetivo de oferecer reflexões sobre o combate ao racismo à jornalistas e estudantes de comunicação, o Instituto Mídia Étnica, uma ONG de Salvador voltada para a implementação de meios de comunicação e tecnologia para a comunidade negra e o portal de notícias Correio Nagô lançam no próximo dia 20 de agosto, o curso de Formação em Mídia Étnica.
Os participantes terão aulas teóricas e práticas com experientes comunicadores que tem contribuído para a produção de contra narrativas às violações aos direitos humanos na mídia brasileira.
Entre as convidadas para ministrar aulas na Formação em Mídia Étnica estão as jornalistas Maíra Azevedo (Tia Má) e Cleidiana Ramos, o jornalista e fotógrafo André Frutuoso, o publicitário e pesquisador sobre novas mídias Paulo Rogério Nunes (Berkman Center/Harvard University), o produtor audiovisual Rosalvo Neto, responsável pela TV Correio Nagô, entre outros. A grade completa do curso será apresentada durante o evento do dia 12 de agosto.
Mídia Livre baiana e palestra sobre negritude e redes sociais
Dentro da programação do I Encontro Baiano Mídia Livre, realizado pela Bahia 1798, o Instituto Mídia Étnica promove a palestra “Inclusão Racial nas Novas Plataformas Digitais”, com a jornalista Sílvia Nascimento, responsável pela criação do pioneiro site Mundo Negro que, desde 2001, compartilha conteúdos de combate ao racismo e visibilidade das questões raciais. Será dia 12/08, sexta-feira, às 18h30, na Casa do Mídia Étnica, no Dois de Julho, Centro de Salvador, e o acesso é gratuito.
A Casa do Instituto Mídia Étnica fica na Rua Areal de Baixo, n. 06, Dois de Julho. O I Encontro Baiano de Mídias Livres acontece entre 10 e 13 de agosto, com oficinas, palestras, lançamentos e debates. Toda a programação: www.bahia1798.org
Dia 11 de agosto (quinta-feira), a partir da 19h, São Paulo recebe o lançamento do novo livro de contos da escritora Conceição Evaristo: Histórias de leves enganos e parecenças, publicado pela Editora Malê (RJ).
Ao lançar sua sexta obra, a escritora vivencia o status de ter inúmeros episódios de uso de seus textos em bibliografias de processos seletivos e a escolha de suas obras para diversos estudos acadêmicos, confirmando tratar-se de uma das escritoras brasileiras mais lidas e estudadas, com obras lançadas em outros países e responsável pela circulação de uma escrita marcada pela oralidade, dedicada a produzir ficção e reflexão sobre a comunidade afro-brasileira, suas memórias e histórias.
Em Histórias de leves enganos e parecenças, a escritora mineira, poetisa, romancista e contista oferece um livro inovador com doze contos e uma novela, nesses tempos de conturbação política Ela escolhe percorrer a seara do insólito, do estranho e do imprevisível.
Sobre a autora
Conceição Evaristo nasceu em 29 de dezembro de 1946 numa favela da zona sul de Belo Horizonte, Minas Gerais. Filha de uma lavadeira que, assim como Carolina Maria de Jesus, matinha um diário onde anotava as dificuldades de um cotidiano sofrido, Conceição cresceu rodeada por palavras. Teve que conciliar os estudos com o trabalho como empregada doméstica, até concluir o curso Normal, em 1971, já aos 25 anos.
Uma das principais expoentes da literatura Brasileira e Afro-brasileira atualmente, Conceição Evaristo tornou-se também uma escritora negra de projeção internacional, com livros traduzidos em outros idiomas. Publicou seu primeiro poema em 1990, no décimo terceiro volume dos Cadernos Negros, editado pelo grupo Quilombhoje, de São Paulo. Desde então, publicou diversos poemas e contos nos Cadernos, além de uma coletânea de poemas e dois romances.
A poeta traz em sua literatura profundas reflexões acerca das questões de raça e de gênero, com o objetivo claro de revelar a desigualdade velada em nossa sociedade, de recuperar uma memória sofrida da população afro-brasileira em toda sua riqueza e sua potencialidade de ação. É Uma mulher que tem cuidado de abrir espaços para outras mulheres negras se apresentarem no mundo da literatura.
Data | 11 de agosto – Horário | 19h
Local | Ação Educativa – Rua General Jardim 660 – Vila Buarque
Programação:
Sarau das Pretas – recital de Mulheres Negras
Renato Gama & Mariana Per – Apresentação lítero-musical com poemas da autora.
Bate-papo sobre o livro, com: Vagner Amaro (editor da Malê) e Conceição Evaristo.
Encerramento com coquetel e sessão de autógrafos.
“Ninguém era a rainha da popularidade do colégio”, alfineta Xan Raveli no canal Soul Vaidosa. Ela e um grupo muito especial de YouTubers negras, Tati Sacramento, Patricia Ramos, Ana Paula Xongani, Regiane Rosa , Aline Custódio fizeram um vídeo dedicado às pré-adolescentes e adolescentes negras Quem vê esses rostos tão belos e uma fala tão cheia de segurança, não imagina o que essas mulheres passaram.
Ataques físicos, morais, rejeição, chacota e humilhação. Se ser adolescente mexe com a autoestima de quem é branco e privilegiado, imagine quando se é negro, um grupo com poucas e pobres referencias na mídia e publicidade. Como se amar, quando você não se vê representado. Os questionamentos das adolescentes negras vão muito mais além da espinha no rosto e crescimento do quadril.
A 2ª Marcha do Orgulho Crespo vai acontecer no próximo domingo, dia 07 de agosto, em São Paulo. A concentração será feita a partir das 10h00 no MASP, de onde a marcha segue até o Centro Cultural São Paulo, situado na Rua Vergueiro, 1000.
O evento surgiu ano passado e é organizado pela Hot Pente e pelo Blog das Cabeludas – Crespas e Cacheadas. O movimento busca combater o racismo e qualquer tipo de discriminação a partir da estética negra, especialmente no que diz respeito a cabelos crespos.
A primeira edição ocorreu em São Paulo, no dia 26 de Julho de 2015. Agora, a programação do evento também inclui atividades como: oficinas, debates, música, intervenções artísticas e espaço para afroempreendedoras. A organização espera receber cerca de três mil pessoas durante todo o dia.
Segundo Nanda Cury, uma das organizadoras do evento, “a marcha ganhou repercussão, porque no ano passado, foram noticiados vários casos de racismo, principalmente direcionados a questão do cabelo crespo. Eu vejo que o número de mulheres que usam o seu cabelo natural aumentou muito e noto que isso gera um incomodo nas pessoas porque, antes, estas mulheres não eram vistas. Então quanto mais gente se assumindo, mais esses conflitos acontecem e são expostos publicamente.”.
Como já vimos em algumas ocasiões, “eram vários casos acontecendo em volta, e a gente queria celebrar o nosso cabelo, o nosso orgulho de ter o cabelo crespo e cacheado. Inclusive essa é uma das bandeiras da marcha, que é respeitar essa diversidade que é a identidade brasileira. Claro que respeitando o protagonismo que é das mulheres negras, mas a ideia é fazer um movimento inclusivo. Acredito que o nosso maior trunfo seja trazer as pessoas para a discussão racial a partir da questão do cabelo. A gente é um movimento inclusivo e protagonizado por mulheres, isso é muito claro. É um movimento feminista e todas as pessoas são bem vindas”.
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A 2ª Marcha do Orgulho Crespo vai acontecer no próximo domingo, dia 07 de agosto, em São Paulo. A concentração será feita a partir das 10h00 no MASP, de onde a marcha segue até o Centro Cultural São Paulo, situado na Rua Vergueiro, 1000.
O evento surgiu ano passado e é organizado pela Hot Pente e pelo Blog das Cabeludas – Crespas e Cacheadas. O movimento busca combater o racismo e qualquer tipo de discriminação a partir da estética negra, especialmente no que diz respeito a cabelos crespos.
A primeira edição ocorreu em São Paulo, no dia 26 de Julho de 2015. Agora, a programação do evento também inclui atividades como: oficinas, debates, música, intervenções artísticas e espaço para afroempreendedoras. A organização espera receber cerca de três mil pessoas durante todo o dia.
Segundo Nanda Cury, uma das organizadoras do evento, “a marcha ganhou repercussão, porque no ano passado, foram noticiados vários casos de racismo, principalmente direcionados a questão do cabelo crespo. Eu vejo que o número de mulheres que usam o seu cabelo natural aumentou muito e noto que isso gera um incomodo nas pessoas porque, antes, estas mulheres não eram vistas. Então quanto mais gente se assumindo, mais esses conflitos acontecem e são expostos publicamente.”.
Como já vimos em algumas ocasiões, “eram vários casos acontecendo em volta, e a gente queria celebrar o nosso cabelo, o nosso orgulho de ter o cabelo crespo e cacheado. Inclusive essa é uma das bandeiras da marcha, que é respeitar essa diversidade que é a identidade brasileira. Claro que respeitando o protagonismo que é das mulheres negras, mas a ideia é fazer um movimento inclusivo. Acredito que o nosso maior trunfo seja trazer as pessoas para a discussão racial a partir da questão do cabelo. A gente é um movimento inclusivo e protagonizado por mulheres, isso é muito claro. É um movimento feminista e todas as pessoas são bem vindas”.
Programação:
Domingo, 07 de agosto
10h – Concentração no Vão do MASP
12h – Trajeto pela Av. Paulista em direção ao Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000)
Yemanjá incorpora no corpo de Amina, médica recém-formada e vira a vida da jovem de cabeça para baixo. Esse é fundo de uma trama cheia de ação típica dos filmes de ação, só que dessa vez os heróis são os orixás. Yemanjá: a Ascensão do Orixá(Yemoja: Rise of the Orisha) é uma série em seis episódios, que pretende prender a atenção do expectador com o poder e a magia das divindades africanas.
” Yemanjá e os orixás são reverenciados por milhões em todo mundo e acho que consegui criar uma leitura realmente surreal e única no gênero super-herói”, explica o londrino de ascendência nigeriana, Nosa Igbinedion criador da série.
Amina, a jovem médica neurótica que fica ainda mais desesperada quando o filho de um político morre sob sua supervisão. Durante esta fase vulnerável Yemanjá incorpora na médica que começa a ter visões místicas e procura desesperadamente uma solução, antes que seja tarde demais.
A série está disponível para assistir on-line emwww.riseoftheorisha.com. A edição Premium custa R$ 9,99 e dá acesso a todos os 6 episódios da série além de muitos mais extras, como a trilha sonora, bastidores e cartazes.
Alunos do EMEI Nelson Mandela: (Reprodução Internet)
O maior líder da luta contra o Apartheid na África do Sul, Nobel da Paz e defensor dos direitos humanos, Nelson Mandela (1918-2013), é o novo patrono de uma escola municipal na cidade de São Paulo. A EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) Nelson Mandela localizado no Bairro do Limão, antes EMEI Guia Lopes, conseguiu a mudança de nome por meio da lei Lei Nº 16.463 , publicada no Diário Oficial, no dia 29 de junho.
Em 2001 a escola iniciou um projeto pedagógico para atender à lei 10.639/03, que trata da inclusão do ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo escolar e, desde então, passou a ser alvo de pichações racistas o que contribuiu para o do fortalecimento do projeto.
Para Clélia Rosa, pedagoga e mãe de uma aluna da escola, é muito importante ter esse nome em um espaço de crianças pequenas. “O muro da escola está todo sendo pintando em homenagem à Mandela que terá até uma placa especial”, explica.
Muro do EMEI Nelson Mandela Foto: Clelia Rosa
A escola fará uma festa de reinauguração no dia 13 de agosto. O evento é aberto ao público e contará com a presença da Secretária Municipal de Educação Nádia Campeão, do Secretario de Igualdade Racial Maurício Pestana e membros da Embaixada da Nigéria e África do Sul.
O EMEI Nelson Mandela fica na Avenida Professor Celestino Bourroul, 358. A festa começa a partir das 10 horas.
A escola é repleta de atividades voltadas a questão racial. Confira mais sobre o trabalho do EMEI Nelson Mandela no Facebook.
O Centro Afrocarioca de Cinema abriga uma série de atividades com cinema, gastronomia, música, descobertas, tudo em um só lugar. Na sexta, dia 5 de agosto: Casa das Artes Afrocarioca, com exibição de filmes de Zózimo Bulbul. Filmes (média metragem), de 2006 – “Zona Carioca do Porto” – (foca a importância da zona portuária na história do Rio de Janeiro, onde a cidade começou a surgir), com 28’. E “Samba no Trem”, de 2001 (Documento sobre a celebração do Dia Nacional do Samba), com 22’.
O projeto Entre Nós um Encontro Precioso: bate-papo com Rubem Confete e Mãe Celina de Xangô, após roda de conversa, apresentação do baluarte Confete, que ganha reforço de Cacá Franklin, na percussão.
Excepcionalmente a casa abre às 17h, com exibições às 18h; bate-papo às 18h30; apresentação artística às 19h e a partir das 20h, transmissão ao vivo da abertura das Olimpíadas.
Ala de Gastronomia – culinária africana e brasileira sob o comando da chef convidada Maria Júlia Ferreira, com o delicioso Angurmê. Sugestão popular conhecido em todo Brasil, a chef traz algumas opções tendo como base o angu, como caldinhos e sopas, a partir das R$ 10,00.
Dia 12 – Filmes: “Aniceto do Império” (Zózimo Bulbul) – “Sua Majestade, O Delegado!” (Clementino Junior) – “Rainhas de Bateria” (Jorge Coutinho). Bate-papo: com os cineastas Clementino Junior e Jorge Coutinho. Apresentação artística: pocket show com integrante da Velha Guarda da Mangueira.
E no dia 19 – Filmes: “Do Outro Lado de lá” (Lázaro Ramos) – “O Plano do Ano” (Rafael Cruz) – “O Tempo dos Orixás” (Eliciana Nascimento). Apresentação artística: intervenção musical com o Grupo Cultural Lata Doida
Serviço:
Centro Afrocarioca de Cinema
Dia 5 (sexta) de Agosto – a partir das 17h
Rua Joaquim Silva, 40 – Lapa
Tel. 98159 5054
Capacidade sala de cinema: 35 lugares
Espaço: 80 pessoas
Entrada franca
Faixa etária livre
Diploma não dá educação. Essa é a lição que fica em casos com o médico Guilherme Capel de Serra Negra, que postou no Facebook uma foto com a legenda “Uma imagem fala mais que mil palavras”. Na foto, Guilherme Capel Pasqua mostra o receituário médico com o seguinte dizer: “Não existe peleumonia e nem raôxis”. Ele expôs um dos seus pacientes, o mecânico José Mauro de Oliveira Lima que é analfabeto.
No receituário do hospital, o deboche (Foto: Reprodução/internet)
O caso viralizou nas redes sociais e a médica e cantora Júlia Rocha, do Rio de Janeiro resolveu dar sua opinião sobre o assunto.
Post da médica Júlia Rocha (Reprodução – Facebook)
Seu post foi compartilhado por mais de 67 mil pessoas. O médico foi demitido, não por conta das reflexões de Júlia, mas por sua atitude incompatível com sua profissão. No entanto, ainda no Facebook, dezenas de pessoas resolveram atacar a médica do Rio de Janeiro, a culpando pela demissão de Guilherme, duvidando da sua formação em medicina e a ofendendo com diversas frases de cunho racista. (Imagens – Reprodução Facebook )
“Agora a noite, recebi a ligação de uma prima me dizendo que um homem do sul havia postado ofensas racistas contra mim. Meu coração chega a doer só de pensar que esse é o mundo que minha filha ou meu filho viverá. Estou em choque”, desabafa Julia em sua página do Facebook.
(Reprodução – Internet)
Guilherme retornou as redes sociais neste domingo, com um pedido de desculpas em forma de post, onde se oferece a prestar atendimento gratuito a José Mauro e sua família. Ele deve estar em paz, cabe agora saber como Júlia lidará com esses ataques. Ela está grávida do seu primeiro filho.
A democratização da comunicação no país, marcos regulatórios relacionados à comunidade afrodescendente e a inserção do negro nas mídias tradicionais foram temas discutidos nesta terça-feira (26) no Festival Latinidades. O evento, em sua nona edição, vai até domingo (31) no Museu Nacional em Brasília.
Na mesa de abertura do Latinidades, a jornalista e âncora do jornal Repórter Brasil Tarde, TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Luciana Barreto, ressaltou a importância do protagonismo negro dentro do jornalismo no Brasil e o impacto dessas referências para a juventude do país. A jornalista destacou ainda a importância do papel da cobertura jornalística na desconstrução de estereótipos da identidade negra.
“A televisão reproduz estereótipos e viola nossa identidade”, disse. Para Luciana, é necessário que haja ocupação dos espaços na comunicação por minorias para que as temáticas sobre esses grupos não sejam retiradas do noticiário nacional ou veiculados de forma equivocada. “Os meios de comunicação estão destruindo, massacrando a nossa identidade. Temos que brigar para ocupar esse lugar porque é uma forma de resistir a essa cultura”.
Políticas afirmativas
As políticas afirmativas voltadas para afrodescendentes, como sistema de cotas, foi um dos aspectos abordados pela jornalista e secretária executiva do Conselho Curador da EBC, Juliana Cézar Nunes. Para ela, a articulação do movimento negro ajudou a potencializar o uso das redes sociais como instrumento de conexão e empoderamento da comunidade negra.
“Acho que o grande salto foi quando conseguimos articular o campo da cultura e da comunicação. Quem na cultura negra ganhava dinheiro com a cultura negra eram os brancos. Resgatar marcos e espaços importantes de articulação ajudou a potencializar o uso que a gente faz das redes sociais”, disse. Para a jornalista, os desafios da comunicação são financiamento de mídias, o debate sobre marcos regulatórios em telecomunicações e o acesso à interatividade na TV digital, que deve iniciar seu funcionamento no país a partir de 2018.
Também participaram do debate o fundador da Casa de Cultura Tainã e da Rede Mocambos – que atuam para a apropriação de softwares livres por comunidades quilombolas, indígenas e periféricas, Mestre TC, de São Paulo, e o produtor cultural do Rio de Janeiro Dom Filó, um dos mentores, na década de 1970, do Movimento Black Rio.
A programação, disponível no site www.afrolatinas.com.br, inclui debates, conferências, lançamentos de livros, oficinas, cinema, feiras e shows, entre outras atividades. O festival traz ainda uma exposição de fotos que retrata quilombolas de várias regiões do país e de diferentes faixas etárias que, em 18 de novembro de 2015, participaram, em Brasília, da Marcha das Mulheres Negras – Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem-Viver, evento que reuniu representantes das mais de 3 mil comunidades quilombolas.