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Casa Afro Carioca oferece gastronomia, cinema, música e poesia

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Cena do filme Oya

 

Um espaço cantinho no Rio de Janeiro com comidinhas, cinema e música com inspiração africana e afro brasileiras. Esse é o Espaço Afro Carioca que até o dia 28 de agosto tem uma programação muito especial.

Confira:

Cinema em julho – Filmes de Zózimo Bulbul convidam novos cineastas! – Com exibições de filmes, curtas de Zózimo Bulbul abrindo a sessão, seguindo com filmes de novos cineastas, como: “Kbella”, de Yasmin Tainá (filme criado a partir da experiência que a cineasta teve ao assistir “Alma no Olho” de Zózimo Bulbul / Onã do CRUA (Coletivo Criativo de Rua – criado por um grupo de jovens do Rio de Janeiro, interessados em expressões artísticas populares).

“Jalí”, curta experimental criado pelos participantes do “Ponto de Cultura -Revisitando Zózimo Bulbul, nas trilhas do cinema negro”. Filmes de jovens cineastas africanos como OYÁ de Nosa Igbinedion, da Nigéria (o filme aborda super-heróis Orixás) e Afripédia de Teddy Goithom, da Etiópia (filme sobre moda e comportamento contemporâneo na África).

Cinema em agosto – filmes sobre a história​ do samba, personalidades negras e histórias infanto-juvenis de matriz africana. Em agosto começa o mês com histórias do samba com, espaço reservado para filmes infanto-juvenis e encerramento com “Homenagem aos Atletas Olímpicos Negros”.

Ala de Gastronomia – em julho comidinhas de culinária africana e brasileira com o Afrogourmet  sob o comando da chef Dandara Batista. Excelente oportunidade de degustar pratos da matriz África, a sugestão abre com o prato favorito e que era especialidade de Zózimo – Mafe de frango, que tem como base o amendoim, vegetais como cenoura, berinjela e quiabo também acompanham o prato, além de creme de aipim.

Em agosto, assume a chef Maria Júlia Ferreira, com o delicioso Angurmê. Prato popular conhecido em todo Brasil que ganhou requintes culinários, além do angu seu carro chefe, Maria Júlia também ofereces caldos e sobremesas de dar água na boca.

Música – intervenções musicais em vários estilos. Do samba ao soul passando pelos batuques ancestrais. Começando com Jovi, que passeia por musicas de Marquinhos de Osvaldo Cruz, Rubens Confete, representantes do Centro Cultural Cartola. E nas pick-ups os DJ JG.

Centro Afrocarioca de Cinema

Dias: de 8, 15, 22 e 29 de junho / de 5 a 26 de agosto

Dia 8 – sexta de Julho

– Alma no Olho” – de Zózimo Bulbul – Ano 1973 / Duração: 12m

Sinopse: Metáfora sobre a escravidão e a busca da liberdade através da transformação interna do ser, num jogo de imagens de inspiração concretista.

– Onã – CRUA – Coletivo Criativo de Rua – Ano 2015 / Duração: 5m

Sinopse – O filme foi realizado (do roteiro a finalização), em 72 horas utilizando cenários do Cais do Porto como a Valongo, Cemitério dos pretos novos, Pedra do Sal, Morro da Conceição e Perimetral

– Oya: Rise oh the Orishas – de Nosa Igbinedion (Nigéria) – Ano 2014 – Duração: 12m

Sinopse – Oya é uma aventura mística e conta a estória de uma jovem mulher, Adesuwa, que se transforma em uma deusa guerreira e temível, Oyá, o Orixá da mudança. Adesuwa tem a missão para manter a porta fechada entre o Orixá e a humanidade.

– Intervenção artística

Jovi Joviniano

Dia 15 – sexta  

– Alma no Olho” – de Zózimo Bulbul – Ano 1973 / Duração: 12m

Sinopse: Metáfora sobre a escravidão e a busca da liberdade através da transformação interna do ser, num jogo de imagens de inspiração concretista.

– Kbella – de Yasmin Thayná – Ano 2013 / Duração: 6m

Sinopse – O filme busca refletir sobre o lugar da mulher negra na sociedade contemporânea, os atuais padrões de beleza, sua expressão, autoimagem e identidade. Ela define: “Temos dito que é uma experiência sobre ser mulher e tornar-se negra. O filme é uma sequência de metáforas presentes no cotidiano de boa parte das mulheres negras do mundo”. Kbela tem forte inspiração em “Alma no Olho” realizado por Zózimo Bulbul..

– Intervenção Artística

Grupo Dembaia, dança e percussão africana

 

Dia 22 – sexta

– Alma no Olho – de Zózimo Bulbul – Ano 1973 / Duração: 12m

Sinopse: Metáfora sobre a escravidão e a busca da liberdade através da transformação interna do ser, num jogo de imagens de inspiração concretista.

– Jalí – de Cipriano Roncó e Quézia Pacheco – Ano 2016 / Duração: 5m

Sinopse: Curta experimental criado pelos participantes do “Ponto de Cultura

Revisitando Zózimo Bulbul, nas trilhas do cinema negro

– Quijauá – Coletivo de Mulheres participantes do: “Revisitando Zózimo Bulbul” e “Mulheres de Pedra” – Ano 2016 / Duração 6m

– Esconde-Esconde – de Don Felipe / Quadro Negro TV – Ano 2016 / Duração: 6m

Sinopse: No Brasil 56 mil pessoas são assassinadas por ano. 30 mil são jovens. Destes, 77% são negros. Baseando- se nessa estatística, este filme propõe uma reflexão sobre o extermínio do jovem negro.

 

Intervenção artística

Beto Larubia

Dia 29 – sexta 

– Alma no Olho” – de Zózimo Bulbul – De 1973 / Duração: 12m

Sinopse: Metáfora sobre a escravidão e a busca da liberdade através da transformação interna do ser, num jogo de imagens de inspiração concretista.

– Afripedia Ghana – De Teddy Goitom (África do Sul) / Ano 2014 / Duração: 30m

Sinopse – Em Accra hotspot para a produção cultural Africana. Apresenta a estrela da música franco e andogynous, Wiyaala, emocionantes motociclistas, os ‘’trickbikers’’,cujas habilidades e estilo tomaram contam dos bairros. Como o artista visual Afrogallonism que exibe performances ao ar livre destacando as questões ambientais.

– Dialemi – De Nadine Otsobogo (Gabão) – De 2013 / Duração: 20m

Sinopse: Uma casa à beira-mar. Um Homem, escultor que ali vive sozinho. Ele está sem inspiração. Uma tarde, ELA, uma mulher misteriosa, aparece. Ele estava esperando por ela. É um filme sobre a criatividade e sobre o amor. Sobre a inspiração que alguém desfruta. Dialemi significa “meu amor”.

– Intervenção artística

Set list especial com Dj JG

Em todos os dias, participação do Dj JG e Gastronomia Gourmet, no mês de julho com a chef Dandara Batista: com o quitute Mafê de frango, por R$ 18,00. Além de caldinho a partir de R$ 10,00.

Agenda de agosto –5, 12, 19 e 26 (sextas) e 25 (quinta)

Dia 5 – Exibição de Curta: Zona Carioca do Porto (Zózimo Bulbul)

Samba no Trem (Zózimo Bulbul). Intervenção artística: Rubens Confete

Dia 12 – Exibição de Curta: Aniceto do Império (Zózimo Bulbul) / Delegado (Clementino Junior) / Rainhas de Bateria (Jorge Coutinho). Intervenção Artística: Centro Cultural Cartola

Dia 19 – Programação Infantil com Cortejo Cultural

Horário especial: às 15h / Exibição de Curta: “Do Outro Lado de lá” (Lázaro Ramos) / “O Plano do Ano” (Rafael Cruz) e “O Tempo dos Orixás (Eliciana Nascimento). Intervenção artística com Grupo Cultural Lata Doida

Dia 25 – Exibição de Curta: O Papel e o Mar (Luis Antonio Pillar). Intervenção artística: Grande Cia de Mystérios e Novidades, pernas-de-pau em um cortejo lúdico.

Dia 26 – Exibição de Curta: Encerramento com Homenagem aos Atletas Olímpicos Negros

Chuva (Bahamas)

Bate-papo com Lica Oliveira, ex-atleta olímpica participante das Olimpíadas de Los Angeles (84) e Seul (88) e Luana Bartholo, ex-atleta olímpica participante dos Jogos de Londres (2012).

 

Serviço:
Centro Afrocarioca de Cinema 

Rua Joaquim Silva, 40 – Lapa
Tel. (21) 98159 5054
Capacidade sala de cinema: 35 lugares
No espaço Centro Afrocarioca de Cinema: 80 pessoas
Hora: As sessões começam a partir das 18h, a programação segue até às 22h.

Entrada franca
Faixa etária livre

Obama: “Todas as vidas importam, mas nesse momento os negros são os que mais morrem”

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Presidente Obama durante coletiva sobre a mortes de homens negros pela polícia

“Por causa da cor da pele, eles não estão sendo tratados da mesma forma e isso machuca”. Esse foi o lamento do presidente americano Barack Obama, durante uma coletiva para imprensa, neste última quarta-feira, 9, sobre a série de execuções cometidas contra homens negros, pela polícia nos EUA.

Em menos de três dias, quatro homens negros foram mortos. Alton Sterling and Philando Castile tiveram suas mortas registradas pelo celular e as imagens mostram que nenhum dos dois carregavam armas, e mesmo assim, policiais brancos atiraram à queima roupa. No caso de Castile, sua namorada Diamond Reynolds, filmou a cena, que também foi testemunhada por sua filha de 4 anos, que estava no banco de traz do carro, quando ele foi morto durante uma blitz. De acordo com a imprensa americana, só este ano, policiais mataram certa de 123 afro-americanos.

“Existe uma disparidade na nossa justiça criminal”, disse Obama que citou estatísticas que apontam que apesar de negros e latinos serem a minoria nos EUA, eles têm quase mais do que o dobro de chances de serem parados pela polícia quando estão dirigindo, serem revistados e até a sentença de prisão costuma ser 10% mais longa do que as dos brancos condenados pelo mesmo crime. Eles são 30% da população nacional – negros seriam 13% de acordo com o último censo de 2010- , porém compõe a metade da população carcerária.

Obama falou sobre o grupo de trabalho criado pelo governo americano, em parceria com policiais, líderes comunitários e ativistas e ressaltou que é importante que a comunidade denuncie a má conduta policial para que essas tragédias possam ser evitadas.

O presidente reconheceu o trabalho difícil dos policiais que arriscam suas vidas diariamente para proteger a população e que muitas vezes perdem a vida em atos heroicos, mas reforçou em vários momentos do seu discurso, a diferença que ocorrem na abordagem entre brancos, negros e latinos.

Homem de ferro é substituído por uma adolescente negra

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Após Guerra Civil II, Tony Stark não será mais o Homem de Ferro. Sua substituta é a jovem Riri Williams, uma jovem negra de 15 anos. Prodígio, ela estuda no MIT e já construiu sua própria armadura em seu quarto, o que causou uma boa impressão no herói.
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“Ele também está ciente de que esta jovem está indo mais rápido do que ele. Seu cérebro é, talvez, um pouco melhor que o dele. Ela vê as coisas com uma perspectiva diferente e isso faz com que sua armadura seja única. E ele não consegue evitar a não ser tentar comprá-la”, diz o criador do Homem de Ferro, Brian Michael Bendis.

O surgimento da nova heroína será revelado no  Invencível Homem de Ferro, que será lançada no outono americano.

Dream Team do Passinho lança novo clipe com direção de Lázaro Ramos

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Depois de conquistarem o Brasil com o single de estreia “De Ladin”, os meninos do Dream Team do Passinho lançaram nesta quarta-feira (06) o clipe da faixa “Vai Dar Ruim”, sua aposta para 2016. E quem comandou as filmagens foi ninguém mais ninguém menos que o maravilhoso Lázaro Ramos.

No vídeo, gravado numa festa alternativa do Rio de Janeiro, Lellêzinha e seus companheiros vão pra balada e mostram o talento para a dança, arrasando no “passinho do pianinho”. A música mistura piano com o funk e reúne elementos da cultura black, celebrando a essência das favelas cariocas. O destaque fica para o figurino, composto por luzes neon e assinado por Antonio Schuback. Tem looks babadeiros, muita selfie e muita simpatia. Confira:

“Vai Dar Ruim” é a segunda música de trabalho do álbum de estreia “Aperte o Play!”, lançado pelo grupo no ano passado, e promete bombar nas rádios e paradas de sucesso do Brasil.

Globo erra ao usar o sofrimento de crianças negras para falar sobre racismo

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Racismo é violência. É crime. Entender isso é fundamental para percebemos que crianças não deveriam ser expostas a isso, apesar de ser impossível quando se nasce negro.

A Globo produziu um vídeo para o projeto Criança Esperança, onde crianças teriam que ler frases racistas para uma atriz negra, cara a cara, olho no olho. Nada de muito original, porque um projeto semelhante foi feito nos EUA, só que homens adultos, diziam textos de conteúdo misógino e obsceno para mulheres também adultas.

Como na experiência americana, muitas dessas crianças não conseguiram dizer as frases e foram tomadas pela tristeza, vergonha e revolta. Algumas delas inclusive, citou outras frases racistas que ela ouviu de outras crianças, o que definiram como bullying, que é diferente de racismo. Cabia a Globo fazer essa correção, ou alerta, mas o objetivo era emocionar.

“Eu não gosto da sua cor”

“Seu cabelo é horrível”

Essas foram as frases que as crianças, em sua maioria negras, tiveram que dizer a uma atriz de cabelo crespo e pele bem escura, que também demonstrou estar emocionada em alguns momentos do vídeo.

Eu duvido que a Globo usaria crianças brancas para reproduzir discursos de violência, de frases de pedófilos por exemplo, para conscientizar sobre abusos na infância. Ou fazer algum menor de idade recitar frases daquelas funks proibidos, para falar sobre sexualização das crianças.

Por isso me choca e revolta, fazer com que essas crianças negras que passaram e passarão por situações de racismo ao longo da vida, tenham suas emoções expostas em rede nacional, nesse “simulado”. Ficou claro pelas lágrimas, pausas e suspiros, que o cérebro delas, leu o experimento como uma experiência real. Elas foram expostas ao racismo e não sairão mais fortes por isso.

Garota se emociona ao repetir frases racistas dirigidas à ela.
Garota se emociona ao repetir frases racistas dirigidas à ela.

Rede Globo, que tal falarmos de racismo expondo o agressor? Questionado a justiça e a constituição que lê racismo como injuria racial e não manda ninguém para cadeia? Fazer programas que dê visibilidade a projetos de combate racismo, fora da campanha Criança Esperança? Ter mais negros na programação, talvez?

A exposição  Exhibit-B – repleta de reproduções do zoológico humano, onde negros eram expostos como animais – foi proibida em vários países, inclusive no Brasil, por querer falar sobre racismo expondo as dores dos negros escravizados por meio de atores negros que ficavam expostos dentro de jaulas ou usando correntes, “ao vivo”. Foi ponto pacífico em muitos lugares, que o fardo dos atores do projeto, estava além da arte. É o produtor branco mais uma vez, transformando a nossa dor em espetáculo.

Exhibit-B: Para fazer refletir sobre zoológicos humanos, produtores usa atores negros que ficam expostos exatamente como no passado.
Exhibit-B: Para fazer refletir sobre zoológicos humanos, produtores usam atores negros que ficam expostos exatamente como no passado.

Eu acho que até há uma boa fé e sinceridade em ações como essas, mas se os envolvidos chamassem a comunidade negra para participar do processo de criação de projetos como esses, seria diferente.

Até quando temos que expor as nossas feridas (e das nossas crianças) para ensinar racismo para brancos? Quais as mudanças concretas que essa exposição toda nos traz, além de traumatizar ainda mais nossos pequenos?

Na imprensa brasileira, negro não tem opinião

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Na prática a comunidade negra tem se beneficiado pouco de programas de diversidade e inclusão. Enquanto as questões femininas ganham cada vez mais espaço na mídia, publicidade e Imprensa,  questões de raça não recebem a mesma importância.

Se falamos de representatividade, usar um interlocutor para falar sobre negritude, não é nem de longe, a mesma coisa que dar a “caneta” e o microfone para que o negro fale das suas percepções sobre sua comunidade e um mundo.

É quase uma prova de racismo explicito, a constatação feita por uma pesquisa realizada pelo Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ações Afirmativas) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) que traçou o perfil de raça e gênero dos colunistas dos três maiores jornais impressos do Brasil: O Globo, Folha de S. Paulo e Estadão.

Vamos fazer continhas? As mulheres são mais da metade da população brasileira de acordo com o IBGE e tem uma representação que vai de 26% a 28% nos espaços opinativos dos três jornais pesquisados, massivamente ocupado por homens. A boa notícia é que as pautas femininas estão mais presentes nos noticiários. Um exemplo, é a Folha de S.Paulo, que tem um espaço dedicado à assuntos femininos, coordenada somente por mulheres brancas, mas já é um grande progresso.

Voltando aos números. IBGE diz que negros são 54% da população brasileira, mas somos menos de 10% dos colunistas.

Em um país racista, onde negros são as maiores vítimas da violência policial, doméstica e até obstetrícia, não temos porta vozes nos jornais de mais alcance nacional. Tem branco falando por nós, emitindo opinião sobre as nossas questões, cuja as informações foram obtidas não por vivencia, mas por pesquisas e entrevistas. Como a expressão da moda diz, nosso “lugar de fala”, foi entregue para que o branco discorra sobre nós. E eles “comem bola”, direto. A Folha de S. Paulo é assumidamente contra as cotas, por exemplo.

O Globo é o jornal que mais possui negros como colunistas e eles são apenas 9% do total. A Folha tem 4% de colunistas negros e o Estadão apenas 1%.

Infográfico Jornalismo Brasileiro gênero e cor raça dos colunistas dos principais jornais do país
Gráfico original da pesquisa da UERJ

De acordo com os autores da pesquisa, Marcia Rangel Candido e João Feres Júnior. “ A mídia brasileira prioriza um olha sobre o mundo privilegiado e pouco condizente com a realidade nacional”.

Eu diria diferente. A mídia brasileira não tem interesse em mostrar a realidade da comunidade negra, seja ela de qual classe for. Eu acredito que temos muito mais a dizer do questões problemáticas sobre discriminação e racismo. Como o projeto Entreviste Um Negro, da jornalista Helaine Martins aponta, não somos nem fontes para entrevistas. Racismo explica. Na verdade é a única resposta para tamanha invisibilidade.

Cultura contra o racismo. Nos EUA a coisa é séria.

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É de chocar, no bom sentido, a forma como negros americanos exaltam sua cultura e conseguem ter sua fala e performance, de conotação assumidamente racial e crítica à sociedade americana, reverberada mundo afora.

Um bom exemplo disso, foi o Black Entertainment Television (BET ) Awards, evento feito por, e, para a comunidade negra americana para homenagear os talentos na área do entretenimento, realizado no último domigo. Bom, o Brasil ainda não conseguiu nem ter canal só para negros, imagine uma premiação de repercussão internacional de um evento 100% negro?

O que parece ser um sonho ainda distante para os negros no Brasil é a realidade dos que moram nos EUA, que tem suas lutas, dificuldades e expectativas sociais e econômicas, ganhando voz por meio de várias celebridades afro-americanas, que não têm papas na língua para falar sobre violência policial, racismo e falta de oportunidades. E não estamos falando de rappers, que parecem ser o único grupo a discutir essas questões aqui no Brasil. Produtores de cinema, apresentadores  de TV, cantores e atores são porta-vozes de uma comunidade muito consciente da sua importância para o desenvolvimento do país.

E foi o ator Jessie Willians, de Grey´s Anatomy, o grande destaque do evento do BET com um discurso que o ator Samuel L. Jackson definiu como digno de um ativista negro dos anos 60. Ele recebeu o troféu humanitário por sua atuação na causa negra, que inclui a produção do documentário Black Lives Matter. Seu discurso foi certeiro em apontar as facetas do racismo moderno americano, incluindo até uma leve crítica à própria comunidade negra.

Jesse Williams accepts the humanitarian award at the BET Awards at the Microsoft Theater in Los Angeles on Sunday.
Jesse Williams recebeu o prêmio humanitário da BET (Getty Images)

“Agora, porém, todos nós aqui estamos ganhando dinheiro, o que por si só não vai parar com isso. Agora, dedicamos nossas vidas a ganhar dinheiro, a botar a marca de alguém em nosso corpo, quando passamos séculos orando com marcas em nossos corpos. Agora, nós rezamos para sermos pagos, para termos marcas em nossos corpos”, comparou o ator, lembrando os escravos que eram marcados a ferro quente.

Somos livres?

Para Jesse Willians, negros foram mortos ao exercerem sua a liberdade. E Freedom foi a canção escolhida por Beyonce, para o evento, escrita em parceria de Kendrick Lamar, que também dividiu os palcos com a musa.

“Sete declarações falsas sobre o meu caráter

Seis holofotes brilhando em minha direção

A polícia me perguntando o que tenho em meus bolsos”.

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Beyonce and Kendrick Lamar durante a performance da canção Freedom (Getty Images)

E no Brasil?

São poucos, mas muito poucos, os artistas brasileiros que usam sua influência para falar de questões raciais de forma explícita como os americanos.

Os grupos de rap e Hip Hop são os que não temem apontar o dedo na cara da sociedade, do Governo e da polícia.

Que mais artistas negros tenha a coragem que Wilson Simonal teve há quase 50 anos ao cantar sobre racismo em plena ditatura militar.

 

Cresce o apoio de ricos ao sistema de cotas, principalmente se ela for social e não racial

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Foto: www.brasil.gov.br

De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Hello Research cada vez mais brasileiros, inclusive de classes sociais mais altas, apoiam o sistema de cotas em universidades, principalmente se elas forem sociais e não raciais.  A pesquisa divulgada no começo de junho, entrevistou presencialmente 1274 pessoas em todas as regiões do país.

Cotas 2016   Hello Research  002 .pdf

Em comparação com a pesquisa realizada no ano anterior, houve um aumento de 16 pontos percentuais do apoio para as cotas raciais e de 19 pontos percentuais do apoio às sociais, movimento acima da margem de erro da pesquisa que é de 3 pontos para mais ou para menos.
Cotas 2016   Hello Research

De acordo com o diretor de comunicação do instituto de pesquisa o resultado evidencia o amadurecimento da opinião pública sobre o tema. “Mesmo podendo afirmar com segurança que agora a população apoia as cotas, isso não quer dizer que o debate sobre o racismo, que marcou tanto este assunto, esteja superado. Basta vermos que as cotas raciais permanecem menos aceitas do que as sociais”, opina o diretor de comunicação da Hello, Denis Bertoncello.

Projeto de ex-The Voice, “Voz negras em três gerações”, traz música e discute o negro na MPB

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Durante os dias 30 de junho e 1 e 2 de julho (quinta a sábado), o espetáculo “Voz negra em três gerações” reunirá três grandes cantoras de diferentes épocas no palco do Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola: Áurea Martins, Luiza Dionizio e Marina Íris mostrarão toda a beleza das raízes africanas no Brasil, apresentando um repertório voltado à africanidade da MPB. As apresentações começam às 19h30 com entrada a R$20. Antes, no dia 28 de junho, haverá uma palestra com o tema “Africanidade brasileira e sua influência na música popular” na Escola Villa‐Lobos, com entrada gratuita, às 17h.

Idealizado pela cantora Kesia Estácio, uma das finalistas do programa The Voice Brasil em 2012, com direção musical do compositor Edu Krieger e arranjos de Marcelo Caldi, o projeto é uma celebração inédita reunindo cantoras negras da música carioca que marcaram as três últimas gerações. O projeto pretende valorizar a cultura de matriz africana criada e desenvolvida no Rio de Janeiro e elencar três mulheres cariocas como dignas representantes da voz negra na capital.

Áurea Martins (anos 1960 / 1970), Luíza Dionísio (anos 1980 / 1990) e Marina Íris (contemporânea) celebrarão a diversidade das influências que geraram o canto negro no Brasil, para além do samba e outros gêneros presentes na cultura afro‐brasileira. Acompanhadas dos músicos PC Castilho e Alexandre Caldi (flautas), Edu Krieger (violão de 7 cordas), Marcelo Caldi e Kiko Horta (acordeom) e Carlos Cesar Motta (bateria e percussão), as cantoras desfilarão canções de teor político e de conscientização como “Upa neguinho” (Edu Lobo / Gianfrancesco Guarnieri), “Canto das três raças”

(Mauro Duarte / Paulo Cesar Pinheiro) e “Pra matar preconceito” (Raul di Caprio / Manuela Trindade), sem deixar de lado o espírito romântico e contemplativo do brasileiro, como em “Mulambo” (Jayme Florence “Meira” / Augusto Mesquita), sucesso na voz de Jamelão, “Me deixa em paz” (Monsueto / Airton Amorim) e “Espumas ao vento” (Accioly Neto). E haverá uma reverencia aos afrossambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes com a música “Berimbau”. Cada qual ao seu estilo, as cantoras se apresentarão juntas o tempo todo no palco.

“O diferencial deste Projeto está em ampliar as fronteiras da africanidade no Brasil, demonstrando como ela transcende o samba e congêneres, e alimenta a MPB desde a origem”, explica Edu Krieger.

Destaca‐se ainda a oportunidade rara de o artista se aproximar do público através da palestra arte‐educativa, que incentivará o diálogo e a conscientização. Será realizada no dia 28 de junho, às 17 horas, na Escola Villa‐Lobos (aberta a todos e entrada franca). O tema será “Africanidade brasileira e sua influência na música popular”. Durante 1h10min as três cantoras falarão sobre a conscientização quanto ao valor da cultura negra e a sua importância na formação da música brasileira. Caapacidade para 100 pessoas, e senhas distribuídas uma hora antes

As cantoras

Luiza Dionizio

O canto instintivo e de rara sensibilidade de Luíza Dionísio levou a artista a se apresentar ao lado dos maiores nomes da MPB como Elton Medeiros, Henrique Cazes, Fátima Guedes, Luiz Melodia, Carlos Malta, Wilson Moreira, Diogo Nogueira e Dona Ivone Lara. Seu primeiro álbum, “Devoção” (2010), recebeu as indicações de melhor cantora de samba e de melhor cantora no voto popular do XXI Prêmio da Música Brasileira. Apresentou‐se em todo o Brasil e circulou a Europa em turnê em 2012. Faz parte do DVD “Som Brasil Arlindo Cruz”, lançado recentemente pela Som Livre, interpretando 3 faixas de autoria do homenageado. Participou ainda do DVD “Samba Social Clube Vol. 5”, (Universal, 2014).

Áurea Martins

Áurea Martins iniciou a carreira na Rádio Nacional e gravou seu primeiro disco como prêmio pelo primeiro lugar no programa “A Grande Chance”, de Flávio Cavalcanti, em 1969, na extinta TV Tupi.
Completou 75 anos em 2015. Com 4 Cds, um DVD e 4 LPs de carreira, cantou na noite carioca por mais de 40 anos. Ganhou o Prêmio da Música Brasileira – Melhor Cantora MPB (2009) com o CD “Até Sangrar”, e lançou o segundo CD “De pontacabeça” (2010), os dois produzidos por Hermínio Bello de Carvalho, pelo selo Biscoito Fino. Áurea concorreu como melhor cantora no Prêmio da Música Brasileira 2012, com o primeiro DVD “Iluminante” lançado no mesmo ano também em CD.

Marina Íris

Finalista da 3a Amostra do Concurso Novos Bambas do Velho Samba, a cantora levou para sua apresentação um pouco do carnaval das décadas de 50 e 60. Nos últimos anos, fez shows homenageando grandes compositores. Cantou versos de Paulo Vanzolini, João Nogueira, Cartola, Dorival Caymmi, Nássara, Pedro Caetano, Mario Lago, em temporadas nas casas mais tradicionais do Rio, como Semente, Bola Preta, Bar do Tom, Centro Cultural Carioca, Centro de Referência da Música Carioca, Rio Scenarium. Desde 2012, Marina se apresenta regularmente no palco do Carioca da Gema, na Lapa. Hoje comanda as noites de sexta‐feira ao lado do cantor Julio Estrela. Seu disco de estreia foi lançado em dezembro de 2014, no Teatro Rival. Vem mostrando seu trabalho em Sescs e casas de show pelo Brasil. Em viagem recente, apresentou‐se em São Paulo e no Maranhão.
Ficha Técnica:
Cantoras ‐ Aurea Martins, Luiza Dionizio e Marina Iris
Idealização ‐ Késia Estácio
Direção musical ‐ Edu Krieger
Arranjos ‐ Marcelo Caldi
Músicos ‐ Pc Castilho (flautas), Alexandre Caldi (flautas), Edu Krieger (violão de 7), Marcelo Caldi (acordeom), Kiko Horta (acordeom) e Carlos Cesar Motta (bateria e percussão)
Realização ‐ Hajalume Produções
Coordenação geral ‐ Fernando Gasparini
Prod. executiva, fotos e design ‐ Cyntia C Santos

Serviço

VOZ NEGRA EM TRÊS GERAÇÕES ‐ Aurea Martins, Luiza Dionizio e Marina Iris

Dias 30/06, 01 e 02/07 (quinta a sábado)

ONDE: Centro Municipal de Referência da Música Carioca Artur da Távola
Rua Conde de Bonfim, 824, Tijuca ‐ perto do Metrô Uruguai

HORÁRIO: 19h30
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 12 anos
INGRESSOS : R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia (na bilheteria do teatro)
INFORMAÇÕES: (21) 3238‐3880 / contato@hajalume.com.br
Capacidade: 159 lugares

Palestra:
Tema: “Africanidade brasileira e sua influência na música popular”
Com Áurea Martins, Marina Íris e Luiza Dionizio
Dia 28 de junho às 17h na Escola Villa Lobos
Entrada Gratuita
Capacidade ‐ 100 pessoas
Senhas distribuídas uma hora antes

Crise na cultura faz surgir novo grupo político voltado para comunidade negra

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Criada em maio, durante a ocupação da Funarte-SP, a Ocupação Preta surge para destacar a cultura e as demandas do povo negro,como instrumento de manifesto político e social. Juntamente com esta iniciativa, um coletivo de produtores culturais, ativistas e artistas negros criaram o Grupo de Articulação de Políticas Pretas (GAPP), que tem como objetivo potencializar a participação de negros e negras em reuniões governamentais para criação de políticas publicas, focadas em combater o racismo institucional e o genocídio da população negra nas periferias de São Paulo.

“Somos militantes da dança, teatro, rap, samba, MPB, grafite, religiões de matrizes africanas, além disso, somos professores universitários, arte educadores, pesquisadores acadêmicos, profissionais do audiovisual e mídia. E é com esta base que criamos a Ocupação Preta, pelo fato de não ter as nossas demandas discutidas como prioridade dentro da ocupação. Com isso, estamos transformando a Funarte em um espaço de manifestações culturais mais democrático e plural, reforçando a importância de criar políticas públicas em prol da população negra, que sofre todos os dias o impacto do racismo estruturante e da violência do estado”, afirma Eric Justino, militante quilombola e co-fundador do Grupo de Articulação de Políticas Pretas.

Entre as reivindicações pleiteadas pelo GAPP, está a criação de medidas governamentais para combater: a invisibilidade e o genocídio da população negra; a Apropriação Cultural de obras e projetos originais e criativos enraizados na cultura afro-brasileira; escassez de políticas públicas nacionais voltadas para produção de artistas negros; a intolerância religiosa, com base nas garantias do Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.288/2010; a garantia da implantação da Lei 10.639, que prioriza o ensino da cultura afro brasileira no ensino fundamental e médio; a homofobia aliada ao Racismo que afeta diretamente o status social dos jovens negros e periféricos; repúdio ao discurso da bancada evangélica, para que haja entendimento sobre o real propósito das religiões de matrizes africanas, a fim de desmistificar conclusões e pontos de vista sem fundamento étnico e antropológico.

Para Gal Martins, co-fundadora do GAPP e idealizadora da Cia. Sansacroma, umas das primeiras companhias de dança contemporânea da Periferia de São Paulo, o principal objetivo do movimento é propor reivindicações políticas por meio de um perspectiva afro centrada. “Nós queremos contribuir para a criação de políticas publicas que potencialize a voz do povo negro, juntamente com as suas raízes culturais. Desta forma, poderemos evitar o constante silenciamento da população negra na cidade de São Paulo”, destaca.

“Historicamente, o povo negro no Brasil marca presença em pesquisas e estatísticas negativas que interferem diretamente no seu desenvolvimento social, econômico e cultural. E tudo isso está ligado ao modo como são direcionadas e implantadas as políticas públicas na sociedade”, aponta Bob Contravercista, militante do movimento Hip-Hop e um dos integrantes do GAPP. Ele ressalta que cada vez mais o grupo vem ganhando força e chamando a atenção de importantes figuras públicas e políticas, que vem participando das assembleias e debates realizados no Ocupação Preta, espaço onde funciona atualmente as articulações do grupo na Funarte-SP.

Para difundir ainda mais a proposta de criação do GAPP e despertar o interesse de outras pessoas em participar do movimento, a Ocupação Preta está realizando diversas ações culturais na Funarte, mobilizando artistas e ativistas sociais para interagir com assembleias, debates, rodas de conversa, shows e intervenções culturais. “A nossa arte é intensa e ela toca as pessoas de uma forma indescritível. Por isso, estamos levando para o ocupação a essência da cultura negra e as suas mais diversas vertentes artísticas”, conclui Rita Teles, atriz e arte educadora que está apoiando as ações do GAPP e da Ocupação.

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