Beyoncé anunciou o lançamento do livro “Matriarca” de sua mãe, a empresária Tina Knowles, nesta terça-feira (29), com uma publicação no Instagram expressando o seu orgulho junto a um pedido inusitado.
“Mãe, eu não poderia estar mais orgulhosa. Meu amor por você vai além do que posso dizer. Você colocou seu coração neste livro. Estou feliz por você compartilhar algumas das histórias que a moldaram em quem você é. Conhecer você é amar você”, disse a cantora na legenda. “Mas, por favor, não revele muito, mãe fofoqueira”, brincou no final do texto ao pedir este favor.
Tina Knowles celebrou o seu livro autobiográfico nas redes sociais. “Sempre fui uma contadora de histórias e isso aprendi com minha mãe. Quando eu tive minha própria família, acreditava que minhas filhas precisavam saber de onde vinham para saber para onde estavam indo”, escreveu. “Estou agora pronta para partilhar a minha história com todos vocês, para que possamos todos celebrar estes temas de força, maternidade, orgulho negro e identidade”, completou.
“Chamo este livro de Matriarca porque o que me inspira é a sabedoria que as mulheres transmitem umas às outras, de geração em geração – e a sabedoria interior que desejamos descobrir em nós mesmas. Mesmo aos 70 anos, ainda estou aprendendo lições valiosas – revelações que gostaria de ter tido aos 40 ou até mesmo aos 20”, completou.
Para finalizar, a empresária diz que gostaria de compartilhar esse conhecimento “um a um com o leitor, enquanto rimos e às vezes choramos juntos em todas as fases das nossas vidas”, concluiu.
Alunos brancos, meninas e meninos, têm melhor desempenho sobre estudantes negros (pretos e pardos) nos 26 estados pesquisados e também no Distrito Federal, segundo o boletim Desempenho escolar, raça e gênero: o que contam os dados do Saeb 2021, nova publicação do Observatório da Branquitude, lançado nesta terça-feira (29).
O material analisa o desempenho escolar de alunos do 9º ano, último ano do Ensino Fundamental, a partir das médias obtidas nos testes de Língua Portuguesa e Matemática do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado a cada dois anos em escolas públicas e particulares de todo o país.
Os dados analisados revelam que meninas brancas são o grupo com o melhor desempenho no teste de Língua Portuguesa da avaliação. As meninas negras obtiveram a segunda maior média em Português, com exceção dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, em que os meninos brancos obtiveram uma média maior do que as das meninas negras. Já os meninos negros ficam com a pontuação mais baixa em relação aos demais grupos estudados em todas as regiões, acima apenas da média geral de cada estado. Com exceção do Distrito Federal, em que meninos negros ficaram abaixo da média distrital.
Em Matemática, os meninos brancos assumem a dianteira com as melhores médias em quase todo o país, somente em Alagoas meninos negros assumem a maior pontuação. No geral, meninos brancos se sobressaem aos meninos negros, às meninas brancas e às meninas negras, nesta sequência. Já o segundo melhor desempenho em Matemática é dos meninos negros, seguidos por meninas brancas e meninas negras, nesta ordem. Apenas em Roraima e Tocantins meninas brancas tiveram o segundo maior desempenho, seguidas de meninos negros e meninas negras.
Os dados são públicos e servem para que as redes de ensino possam monitorar a qualidade da educação oferecida e nortear políticas públicas educacionais. A avaliação em Língua Portuguesa é feita com ênfase em leitura, e em Matemática, concentrando-se na resolução de problemas.
“Nossa publicação faz um convite à reflexão sobre as dinâmicas entre marcadores de raça, gênero e desempenho escolar entre os grupos em questão com base nas informações do Saeb 2021, por meio do qual o país realiza um diagnóstico fundamental da qualidade da educação. Acreditamos que esta contribuição possa servir de insumo a interessados no tema, bem como à gestão pública, sobretudo às esferas municipais recém-eleitas em todo o país, responsáveis pela oferta do Ensino Fundamental, no sentido de informar políticas focalizadas”, revela a coordenadora de pesquisa do Observatório da Branquitude, Carol Canegal.
Nayara Melo, pesquisadora do Observatório da Branquitude, aponta destaques que podem explicar as diferenças de desempenho entre meninos e meninas: “É importante observar que tanto o gênero quanto a raça configuram variáveis de peso na distribuição destas médias. Perceber que há disciplinas que são mais mobilizadas para determinados gêneros mostra desigualdades de ocupação em determinadas áreas, o que se reflete também na ocupação por raça/cor. Pensar sob a ótica da interseccionalidade aponta para essas desigualdades que aparecem na pesquisa e que são somadas nestes estudantes”, finaliza.
O Estudo é um dos materiais produzidos pela organização como parte de uma agenda de enfrentamento ao racismo a partir da educação, com foco nas desigualdades presentes na educação básica brasileira. Veja dados completos no site da entidade aqui!
Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, que pela primeira vez será feriado em todo o Brasil neste 20 de novembro, a 7ª Virada da Consciência promove cinco dias de atividades em São Paulo. Organizado pela Universidade Zumbi dos Palmares, o evento homenageia o herói quilombola e marca o aniversário de 20 anos da instituição, com eventos culturais, esportivos e educacionais.
A celebração contará com atrações diversificadas, incluindo o FlinkSampa – festa literária que exalta a cultura negra, o Troféu Raça Negra, e a Corrida e Caminhada da Consciência. O reitor da Universidade, José Vicente, destacou o simbolismo do evento: “Este 20 de novembro será um marco. Zumbi dos Palmares nos inspira a construir um país mais justo e unido, e o feriado nacional da Consciência Negra representa essa união em um momento de reflexão coletiva sobre nossa história.”
A programação, que ocorrerá de 16 a 20 de novembro, inclui debates no Congresso Internacional de Educação Antirracista e o Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial, além de torneios esportivos e apresentações de samba e dança afro.
Entre os destaques, o Troféu Raça Negra ocorrerá no Espaço Unimed, e o concurso de samba e desfile afro trarão ao palco expressões da cultura afro-brasileira em celebrações públicas e gratuitas. A Virada da Consciência foi criada em 2018 para ampliar as ações pela igualdade racial e, em 2024, reforça seu papel ao unir a história e a atualidade da luta antirracista.
CONFIRA APROGRAMAÇÃO DA 7ª VIRADA DA CONSCIÊNCIA
Dias 15, 16, 17 e 20.11.2024
TORNEIO DE BASQUETE Horários: a definir Local: a definir Dia 16.11.2024
ABERTURA OFICIAL DA 7ª VIRADA DA CONSCIÊNCIA Horário: 14h Local: Sesc Pompéia Dias 16 e 17.11.2024
FLINKSAMPA – FESTA LITERÁRIA DO CONHECIMENTO LITERATURA E CULTURA NEGRA Curadoria: Guiomar de Grammont Horário: das 14h às 18h30 Local: Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93 – Água Branca – SP) Dia 17.11.2024
II DESFILE AFRO Curadoria: Edson Beauty Horário: 13h. Local: Universidade Zumbi dos Palmares/ Auditório Unibela (Av. Santos Dumont, 843 – Bom Retiro – SP) Dia 18.11.2024
FESTIVAL AFRO MINUTO Horário: 11h. Local: Universidade Zumbi dos Palmares (Av. Santos Dumont, 843 – Bom Retiro – SP) Dias 18 e 19.11.2024
XIII CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA Curadoria: Guiomar de Grammont Horário: 19h às 22h Local: Universidade Zumbi dos Palmares (Av. Santos Dumont, 843 – Bom Retiro – SP)
II CONGRESSO DO SAMBA Curadoria: Claudia Alexandre Horário: 18h30 às 22h Local: Universidade Zumbi dos Palmares (Av. Santos Dumont, 843 – Bom Retiro – SP)
FÓRUM INTERNACIONAL DE EQUIDADE RACIAL EMPRESARIAL 2024 Tema central: Mudanças climáticas, neoindustrialização, inclusão e diversidade. Horário: 09h às 17h Local: FIESP Paulista (Av. Paulista, 1313 – Jardim Paulista) Dia 20.11.2024
CORRIDA E CAMINHADA DA CONSCIÊNCIA Local: Praça Charles Miller – em frente ao Estádio do Pacaembu Horário: 7h largada III CONCURSO SAMBA NO PÉ Horário: 15h Local: Universidade Zumbi dos Palmares /Teatro Unibela (Av. Santos Dumont, 843 – Bom Retiro – SP)
Sessenta e quatro anos após serem presos em um protesto histórico na Carolina do Sul, Simon Bouie e outros seis jovens negros do Benedict College tiveram seus registros de prisão oficialmente apagados em uma cerimônia realizada na última sexta-feira, 27, em Columbia. De acordo com a Associated Press, presidido pelo juiz Robert Hood, contou com a presença de Bouie e Charles Barr, únicos sobreviventes do grupo, além de familiares e apoiadores dos direitos civis.
O episódio remonta a 1960, quando Bouie, então estudante universitário, desafiou as leis de segregação racial ao sentar-se em um balcão de lanchonete exclusivo para brancos, contrariando as ameaças do governador contra os “agitadores cabeça quente” que insistiam na igualdade racial. Ao recordar o evento, Bouie afirmou que ele e seus amigos estavam determinados: “Tínhamos um desejo de lutar pelo que era certo e ninguém conseguia nos fazer mudar de ideia.”
O ato simbólico de “sit-in”, que teve origem em Greensboro, Carolina do Norte, inspirou jovens ativistas negros a desafiarem as leis segregacionistas pelo sul dos EUA, promovendo uma série de protestos pacíficos que tornaram a segregação uma questão central nos direitos civis. Columbia não foi exceção. Na época, as detenções eram seguidas de recusa em pagar fiança, levando ao abarrotamento das prisões e pressão crescente para mudanças nas leis.
Com cerca de 150 pessoas no tribunal, o advogado Byron Gipson entregou a documentação ao juiz Hood, que assinou a ordem de anulação sob aplausos. “Esses homens se posicionaram bravamente — sentaram-se bravamente, francamente — diante da adversidade, diante das ameaças, diante da morte”, declarou Gipson. Já o juiz Hood ressaltou a importância do gesto dos manifestantes, classificando-os como “heróis contra a opressão”.
A trajetória dos sete homens passou pela Suprema Corte dos EUA, que anulou suas condenações dias antes da promulgação do Civil Rights Act de 1964. No entanto, as prisões permaneceram em seus registros até o evento de sexta-feira. O professor Bobby Donaldson, da Universidade da Carolina do Sul, falou em nome dos cinco manifestantes já falecidos, enfatizando o compromisso dos jovens com a igualdade constitucional, acima da liberdade pessoal. “Em 1960, foram vitimizados. Hoje, são inocentados”, afirmou.
A cerimônia de sexta-feira marca um novo capítulo para aqueles que, desafiando leis racistas, pavimentaram o caminho para a geração seguinte, simbolizando uma vitória tardia, mas celebrada, na luta por igualdade e justiça nos Estados Unidos.
Texto:Luciano Ramos – Especialista em Masculinidades Negras e Diretor do Instituto Mapear
Ainda não consigo acreditar que Vini Jr. não levou a ‘Bola de Ouro’ como o melhor jogador da temporada europeia. Me soa como um soco no estômago. Vini Jr. é o grande vencedor dessa temporada no futebol europeu. Ele ganhou no campo várias batalhas e vários jogos. O racismo nos maltrata de muitas formas. O que mais me vem à cabeça hoje é a frase de Conceição Evaristo: “Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer.”. O psicólogo maranhense Rômulo Mafra nos diz que a violência racial tira a nossa força e sem ela não é possível se movimentar. Hoje, todos nós somos a força de Vini Jr..
Mais uma vez os europeus tiram algo que é do homem negro. Mais uma vez a branquitude subtrai algo do homem negro. Muitos poderão dizer que ganharemos muito mais, mas não. É dessa forma que, ao longo da história, nos retiram tudo. Nos saqueiam, nos ferem, tiram nossa autoestima e tentam tirar a nossa dignidade. O homem negro é aceitável quando faz o jogo da branquitude. Se ele denuncia, se coloca duramente contra, coloca-se como um igual ele é punido.
Muitos poderão dizer que é falta de vergonha dos que não deram o prêmio a Vini Jr.. Eu lhes perguntarei: Quando a branquitude teve vergonha? Quantas vezes você se calou com uma piada racista no seu trabalho para não ser demitido? Ou teve que aturar aquele comentário racista do seu chefe? Quantas vezes você foi alvo das micro violências racistas e engoliu seco por depender daquele trabalho Quando Vini Jr. verbaliza a violência sofrida ele dá voz à todas as pessoas que não conseguem falar sobre o racismo diário sofrido. A denúncia do jogador o fez ser retaliado. Que Vini é maior do que tudo isso, nós sabemos! Mas precisamos falar de justiça. Desde sempre o homem negro é injustiçado. Se o jogador tivesse se calado, saído de campo em silêncio e não se manifestado, é possível que tivesse sido premiado pela branquitude.
Os negros escravizados tinham que apanhar, silenciosamente, no pelourinho e depois não podiam criar as revoltas, ao contrário, açoitados, voltavam para a labuta. “Aceite, meu filho. É assim mesmo!”. Quantas vezes você, enquanto pessoa negra, já ouviu essa frase? Vini Jr. decidiu não aceitar. E ao não aceitar, ele é lido pela branquitude como um “preto insolente” e os insolentes precisam de punição. E a punição é não entregar ao jogador o que é dele. O que o mundo inteiro sabe que é dele. Fomos dormir nessa segunda-feira com o gosto da violência do racismo na boca e a dor do soco no estômago.
Se esse texto chegar até você, Vini Jr., receba um abraço com muito afeto, meu irmão! Não vamos desistir de lutar!
Na década de 1970, cerca de 90% da população do Brasil se declararam católicos, enquanto os evangélicos representavam pouco mais de 5%. Já em 2010, o percentual de católicos caiu para 64,6%, enquanto o de evangélicos subiu para 22,2%. Para especialistas, apesar de ainda não ter sido divulgado dados sobre religião no Censo de 2022, em 2030 há possibilidades para uma inversão.
Em meio a essa mudança, a jornalista Luciana Barreto percorreu diversas igrejas de diferentes denominações, conversando com homens, mulheres, jovens e idosos que encontraram na fé evangélica uma nova direção para suas vidas. O especial “Evangélicos” será exibido no programa “Caminhos da Reportagem” na TV Brasil, às 23h, nesta segunda-feira (28) e no YouTube.
“Estava bastante preocupada com o tom jornalístico do programa. Queria ouvir os evangélicos. Fiz isso durante seis meses. Acho que estamos apresentando um bom resultado. E, em primeira mão: este é só o primeiro episódio. Ainda estamos rodando muitos espaços para dar conta da riqueza e diversidade deste grupo”, disse Luciana Barreto ao Mundo Negro.
Luciana Barreto conversando com fiéis evangélicos. (Foto: Divulgação)
Na Igreja pentecostal Assembleia de Deus Ministério Monte do Fogo Puro, localizada no município de Queimados, no Rio de Janeiro, Luciana conversou com a pastora Roberta Costa Bernardo, além da missionária Catarine da Costa e da diaconisa Vanessa Rodrigues. Para a jornalista, “não é exagero dizer que muitas vezes essas igrejas fazem o trabalho do poder público. Essas são as igrejas mais próximas das pessoas, resolvendo os problemas sociais da comunidade, muitas vezes, até ajuda econômica”.
O teólogo Ronilso Pacheco explica que “a presença da mulher evangélica no universo evangélico brasileiro é muito forte e muito significativa. Em muitas periferias, por exemplo, elas carregam a comunidade nas costas. É quem faz grande parte do trabalho, desde a cantina, a faxina, às ações sociais da Igreja”. Hoje, Vanessa diz “servir” a Igreja e se emociona ao relembrar do começo: “Eu tinha 19 anos e estava com a minha vida toda desestruturada. Conversei com a pastora Roberta e falei como estava a minha vida e eles me abraçaram”.
O universo pentecostal representa 60% dos evangélicos, de acordo com o Censo de 2010. Já a neopentecostal não entra na classificação por ser considerada “uma categoria sociológica que foi apreendida por pesquisadores, sendo somente suma forma de explicar as diversas fases do pentecostalismo no Brasil”, como explica Ronilso Pacheco. Das outras denominações, 18,5% são evangélicos de missão e 21,8 %, não determinados. As igrejas evangélicos de missão são as protestantes históricas, como as Luteranas, Batistas, Presbiterianas, Metodistas e Episcopais.
Luciana Barreto no especial “Evangélicos” (Foto: Divulgação)
Ivan é pastor e o único negro a ocupar o posto na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro: “É uma alegria fazer parte dessa história e sei que muitas pessoas ficam felizes por essa inclusão que a Igreja faz de aceitação e percepção de que há pessoas de valor e com capacidade de conduzir em todas as raças”.
Marco Davi está à frente da Nossa Igreja Brasileira, que faz parte do movimento progressista dentro da religião evangélica. Para ele, “a fé ela tem que se manifestar na história. Ela não é algo etéreo, abstrato. A fé tem que produzir transformação social e justiça social”. Ronilso explica que essas são igrejas que “se aproximam de uma perspectiva mais democrática, mais em defesa de direitos humanos, em respeito às liberdades individuais, à diversidade e à pluralidade da sociedade”.
O grupo Novas Narrativas é formado, em sua maioria, por jovens cristãos que também se conectam com essa vertente progressista. Somos “um movimento que quer construir espiritualidades plurais pra gerar transformação social”, explica Luciana Petersen, uma das integrantes.
Número de jovens evangélicos também aumenta nos últimos anos (Foto: Divulgação)
Entre os jovens evangélicos, a maioria faz parte das classes mais baixas e é filiada às igrejas pentecostais. Em uma pesquisa realizada em 2020, aproximadamente, 12,4 milhões de pessoas entre 16 a 24 anos se declararam evangélicos. E 13,7 milhões católicos. Os dados chamam a atenção. Como a proporção de católicos é maior que a de evangélicos, em poucas décadas poderemos também ter uma maioria evangélica entre os jovens brasileiros.
Sem a pretensão de trazer respostas, o programa levanta reflexões sobre o crescimento da religião evangélica no Brasil, que vem ganhando cada vez mais espaço e avançando em número de fiéis em um país historicamente católico.
Após uma série de polêmicas ao longo do dia, Vinicius Jr.ficou em segundo lugar entre os melhores jogadores do mundo na Bola de Ouro, em cerimônia realizada nesta segunda-feira (28), organizada pela France Football, em Paris. O atacante do Real Madrid era o favorito ao troféu do primeiro lugar, mas o vencedor deste ano é o meio-campista Rodri, do Manchester City e da seleção espanhola.
Um levantamento feito pelo ge.globo, revela que na temporada de 2023/2024, em 49 jogos, Vini Jr. fez 26 gols e 11 assistências, enquanto Rodri, em 63 jogos, fez 12 gols e 14 assistências. Neste mesmo período, o brasileiro venceu o prêmio de melhor jogador da Champions League, e o espanhol venceu como melhor jogador da Eurocopa.
Em conquistas coletivas, Vini venceu a Champions League, o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha, enquanto o Rodri levou a Eurocopa, o Campeonato Inglês, a Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes.
Durante o evento, o Real Madrid venceu o prêmio de melhor equipe masculina do ano e de melhor técnico de equipe masculina, com o Carlo Ancelotti. No entanto, ninguém compareceu para receber os troféus.
Nesta manhã, o jogador e o time espanhol optaram por não ir ao evento como forma de protesto em relação à não nomeação como melhor jogador do mundo, depois de uma temporada muito expressiva.
Para parte da imprensa internacional, o jogador Vini Jr. teria sido penalizado por suas manifestações públicas e seu enfrentamento direto a episódios de racismo, o que poderia ter influenciado negativamente sua avaliação junto aos votantes.
Lamine Yamal, 17, atacante do Barcelona e atual camisa 10 da seleção espanhola, foi eleito o melhor jogador sub-21 da temporada 2023/24, durante a premiação da Bola de Ouro, promovida pela France Football, nesta segunda-feira (28), em Paris. Ele se tornou o primeiro atleta a receber o Troféu Kopa com menos de 18 anos. A categoria premia jogadores de até 21 anos.
Na última temporada, somando os jogos pelo Barcelona e pela Espanha, o jovem de 17 anos atuou em 38 jogos, marcou 10 gols e 11 assistências.
O desempenho com a camisa da seleção espanhola, campeã da Eurocopa, foi decisivo para a premiação de Yamal. Ele também foi eleito o melhor jogador jovem do torneio e integrou a seleção da competição.
Outros novo jogadores também concorriam ao prêmio, entre eles, apenas um brasileiro, o atacante Savinho, que hoje joga pelo Manchester City, mas foi indicado pela sua temporada no Girona.
O atacante Vinicius Jr e o Real Madrid optaram por não comparecer à cerimônia de entrega da Bola de Ouro, promovida pela revista France Football, em Paris, nesta segunda-feira (30). A ausência do jogador brasileiro é interpretada por veículos internacionais, como o jornal espanhol Marca, como um protesto em relação à não nomeação de Vinicius Jr para o prêmio de melhor do mundo, apesar de sua temporada expressiva pelo clube espanhol.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa espanhola, o vencedor deste ano será o meio-campista Rodri, do Manchester City e da seleção espanhola. A decisão de privilegiar o espanhol ao invés de Vinicius Jr gerou críticas e alimentou debates sobre justiça nas escolhas da premiação, especialmente considerando o desempenho do brasileiro, que marcou 24 gols na temporada 2023/2024 e teve um papel fundamental no Real Madrid.
Jornalistas e analistas esportivos levantaram ainda outro ponto sensível: a postura combativa de Vinicius Jr contra o racismo nos campos da Europa. Para parte da imprensa internacional, o jogador teria sido penalizado por suas manifestações públicas e seu enfrentamento direto a episódios de racismo, o que poderia ter influenciado negativamente sua avaliação junto aos votantes.
Desde 2007, quando Kaká recebeu o troféu, nenhum brasileiro venceu a premiação da France Football. E, antes de Kaká, o último jogador negro a conquistar o título de melhor do mundo foi Ronaldinho Gaúcho, em 2006. O caso de Vinicius Jr reacende discussões sobre os critérios adotados na escolha do vencedor, bem como o papel da postura extracampo no reconhecimento de atletas que se destacam em campanhas pela igualdade racial e justiça social no esporte.
A cerimônia da Bola de Ouro acontecerá na capital francesa na noite de hoje, mas a ausência de um dos jogadores mais comentados da última temporada parece já antecipar o tom de insatisfação que ronda o evento.
Imagem 1 -Ìyálòrìṣà Neuza Cruz do Terreiro da Casa Branca em Salvador_ Frame do filme O Corpo da Terra da cineasta Day Rodrigues
No dia 5 de novembro, o Sesc Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo, sediará um evento gratuito em homenagem aos 40 anos do tombamento do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, localizado em Salvador, Bahia, e reconhecido como o primeiro Monumento Negro do país pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1984. Fundado no século XIX, o Ilé Àṣẹ Ìyá Nasò Ọka é o primeiro terreiro estruturado para o culto aos Òrìṣà no Brasil e um marco na preservação e difusão das tradições afro-brasileiras.
O evento contará com a participação da Ìyálòrìṣà Neuza Cruz e da Èkejì Sinha, ambas ligadas à Casa Branca, e falas de personalidades como o Bàbálòrìṣà Alabiy Ifakoya, o Bàbá Gill Ominirò, da Ìwé Ìmọ e da Ẹgbẹ Ominirò Láàlú àti Ọ̀ ṣùn e o advogado e fundador do JusRacial, Dr. Hédio Silva Jr., além da arquiteta Gabriela de Matos, que abordará o impacto arquitetônico do terreiro como precursor na construção afro-brasileira. A mediação será da Ìyálòrìṣà Luciana de Ọya, e haverá uma performance de dança dedicada a Ṣàngó, com a bailarina Cibelle de Paula.
Outro destaque da celebração é o curta “O corpo da terra”, de Day Rodrigues, que aborda a relação entre o solo sagrado e a preservação ambiental. A cineasta explora a simbologia e as tradições do candomblé na defesa da natureza, destacando que, “sem folha não há orixá”. O filme foi exibido na Bienal de Veneza e propõe um olhar crítico para a continuidade do candomblé e a construção da identidade cultural brasileira.
“A celebração é essencial para solidificar a cultura afro-brasileira como patrimônio protegido pelo Estado”, ressalta o antropólogo Bàbá Gill Ominirò, enfatizando a importância de homenagens a essa história em outras capitais. Segundo ele, o tombamento da Casa Branca foi “um passo fundamental para o reconhecimento de um processo cultural negligenciado por séculos no Brasil”.
Apesar do reconhecimento institucional, o Terreiro enfrenta dificuldades. Para Bàbá Gill, “a violência institucional e a especulação imobiliária são problemas frequentes”. Um exemplo recente foi a demolição de uma construção que ameaçava o espaço sagrado, um processo conquistado após intensa mobilização com a participação de órgãos públicos e defensores do patrimônio.
Imagem – Festa de Oxóssi em 1985 Acervo Terreiro da Casa Branca
A Casa Branca também inspira o campo da arquitetura afro-brasileira, sendo modelo para outros terreiros e tema da exposição “Terra”, que recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza deste ano, com curadoria dos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares. Para Matos, “o mato faz parte da espacialidade dos terreiros, conectando a arquitetura à terra e à espiritualidade”.
Serviço: O quê: homenagem ao Ilé Àṣẹ Ìyá Nasò Ọka (Terreiro da Casa Branca) pelos 40 anos de tombamento pelo IPHAN Quando: 05 de novembro de 2024, a partir das 19h30 Onde: Sesc Pompeia. R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo, SP. Quanto: Grátis, ingressos: meia hora antes