O território da Pequena África, na zona portuária do Rio de Janeiro, ganhará um novo impulso para fortalecer sua identidade cultural e histórica. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou no dia 15, durante o G20 social, no Armazém Kobra, a adesão de três novos doadores à iniciativa Viva Pequena África: Ford Foundation, Open Society Foundations e Instituto Ibirapitanga. Juntas, as instituições somarão um investimento de R$ 7,3 milhões na preservação do patrimônio e na valorização da herança africana no Brasil.
O projeto já conta com R$ 10 milhões do Fundo Cultural do BNDES, totalizando R$ 20 milhões para iniciativas que promovem a preservação da memória, o turismo cultural e o fortalecimento das instituições do território. A Ford Foundation e a Open Society Foundations contribuirão com US$ 500 mil cada, aproximadamente R$ 2,9 milhões, enquanto o Instituto Ibirapitanga investirá R$ 1,5 milhão. Os recursos serão aplicados em ações que conectam memória, cultura e desenvolvimento econômico, buscando evitar a exclusão social e fortalecer o protagonismo das comunidades locais.
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Durante o anúncio, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a Pequena África é a porta de entrada para compreender o que é a verdadeira história do Brasil. “De modo geral, o patrimônio histórico está associado às elites brancas. A Pequena África é o pré-sal do movimento negro brasileiro: ela tem que ser valorizada como porta de entrada do que é a história do Brasil”, comenta.
A iniciativa também é celebrada pelas instituições parceiras como um passo importante para a reparação histórica. Para o diretor da Ford Foundation no Brasil, Atila Roque, a iniciativa é um passo importante no esforço de reparação e restauração da memória negra. De acordo com ele, torna-se um passo na construção de um projeto que tenha no legado da Pequena África o fundamento sobre o qual um futuro de igualdade e justiça social possa ser erguido.
Heloisa Griggs, diretora de Aberturas Democráticas na América Latina e Caribe e líder para América Latina e Caribe na Open Society Foundations, destacou que apoiar a iniciativa Viva Pequena África é promover o direito à memória da população afro-brasileira e pontuar seu papel essencial na história, no desenvolvimento econômico e na cultura do país, a partir de uma perspectiva reparadora. “A democracia se fortalece quando Estado e sociedade civil trabalham juntos”, aponta.
Desde a descoberta do sítio arqueológico do Cais do Valongo em 2011, a Pequena África se consolidou como símbolo da memória e da resistência negra no Brasil. Com o apoio de novos recursos e das comunidades locais, o Viva Pequena África reafirma o compromisso de transformar o território em um exemplo de preservação cultural e desenvolvimento sustentável, conectando o passado ao presente para construir um futuro mais justo e inclusivo.
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