Sendo capaz de se defender de monstros, vilões e conquistadores alienígenas, o que poderia amedrontar a Baby? Esse questionamento é trabalhado no livro infantil Baby: A Maravilha Mirim, atualmente em financiamento coletivo pelo Catarse. Baby é uma menina superpoderosa.
Ela pode voar, tem super-força e é muito inteligente! E como toda menina negra, também tem seus problemas…seus medos. Ela faz parte de uma família dotada de superpoderes. O livro do seu irmão, Herói:O menino mais poderoso do mundo, foi lançado pela Afrodinamic em 2017.
AFRODINAMIC, é uma editora independente que trabalha com personagens e histórias que exaltem a representatividade, pluralidade e positividade do mundo, com valorização ancestral e o pensamento no futuro. Lançou em 2016 ganhou a HQ “Herói: Pecus Bellum“ e em 2017 o livro infantil “Herói: O menino mais poderoso do mundo”. Ilustrado por Régis Rocha e co-escrito pela professora Daniela Aguiar, Baby:
A Maravilha Mirim procura abordar um medo bem comum na infância, que permanece muitas vezes na vida adulta. Também trabalha a questão da identidade e cultura africana, incorporando elementos na história e num texto especial ao final do livro.
Para saber como Baby supera seu medo, acompanhe a história e apoie a pré-venda, como recompensa tem canecas, bonecas, miniaturas, paper toy e quadrinhos! Confira em www.catarse.me/baby
A quarta edição do livro “Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo” será lançamento às 19h, na Livraria da Travessa, em Botafogo, no Rio de Janeiro, com fotos inéditas, novo projeto gráfico e prefácio de Mãe Stella de Oxóssi.
Outra novidade é a linha de produtos inédita e limitada intitulada “Orixás”, especialmente desenvolvida com o objetivo de expandir a experiência relacionada ao tema. Toda a linha estará à venda, assim como o livro, nos locais de lançamento pelo Brasil, nas livrarias e também nos canais oficiais da Fundação Pierre Verger.
A obra é um dos primeiros registros da cultura dos orixás na África e no Novo Mundo, resultado de pesquisas etnográficas de Pierre Fatumbi Verger que retratam os cultos aos deuses Iorubás nos países de origem, como Nigéria, ex-Daomé – atual Benin, Togo, Brasil e Antilhas.
A noite ainda terá um bate-papo com a griô e Iakekerê Vovó Cici e com os escritores Carolina Cunha e Reginaldo Prandi, aberto ao público.
Nessa última segunda-fera, 01 de outubro, foi dia da posse do novo corpo diretivo do Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região. TRT-2, que abrange a Grande São Paulo e a Baixada Santista.
A Desembargadora Rilma Hemetėrio é a nova Presidente da instituição, sendo a primeira mulher negra a ocupar o cargo. A 2ª Região, concentra 500 magistrados e 5.500 servidores.
Posse da Presidente do TRT -2 Rilma Hemetėrio,
Eleita em agosto, no primeiro turno, com 46 votos e 86, Rilma formou-se na Faculdade de Direito na Universidade de São Paulo (USP). Ela foi promotora no Ministério Público de Minas Gerais e iniciou a carreira na Justiça do Trabalho em 1976, Foi aprovada na magistratura em 1981. “É uma vitória que pertence às mulheres, aos meus antepassados”, afirmou. “Também será um legado para as gerações futuras”, disse ela após vencer as eleições.
Outra mulher, a Desembargadora Jucirema Godinho é a nova Vice Presidente Administrativa .
O movimento artístico segundaPRETA estreia em sua 6ª temporada. Durante esta temporada, 11 espetáculos ocuparão o palco do Teatro Espanca, em Minas Gerais, de 8 de outubro a 12 de novembro, sempre às segundas, às 20h. Os ingressos têm preços populares (R$ 10,00 e R$ 5,00) e podem ser adquiridos na bilheteria do espaço uma hora antes do início das apresentações.
Trazendo questionamentos sobre o racismo estrutural, a segundaPRETA tem seu campo da criação e sua estrutura produtiva atravessada pelo debate referente à raiz da estruturação cultural eurocentrada da linguagem cênica. Um movimento de arte de pretas e pretos para pretas e pretos e com pretas e pretos.
Foto: Bruno Andrade
A cada edição, uma mulher negra viva é homenageada, nessa temporada a homenageada é a capitã de Reinado, Pedrinha de Lourdes Santos. Confira o video de cobertura da segunda temporada.
A Cia Pé no Mundo estreia oficialmente no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, com o espetáculo “Arquivo Negro – Passos Largos em Caminhos Estreitos”. As apresentações estão marcadas para os dias 10 e 11 de outubro, quarta e quinta, às 20h. O espetáculo de dança contemporânea inspira-se em grandes personalidades negras da história do Brasil.
A peça traz na direção e coreografia de Claudia Nwabasili e Roges Doglas, a dança contemporânea, que tem como inspiração Carolina Maria de Jesus, Zumbi dos Palmares, João Cândido, Maria Firmina dos Reis, Luiz Gama, Abdias do Nascimento, Aleijadinho e diversas outras personalidades que, mesmo passando por situações de extrema adversidade, resistiram, obtiveram destaque e influenciaram a arte, cultura e história brasileira. A jornalista Mariana Queen Nwabasili foi a responsável por guia-los nesse processo de pesquisa teórica. Letícia Doretto assina a assistência de direção.
“Não somos descendentes de escravos. Somos descendentes de seres humanos africanos. Filhos da diáspora, trazidos ao mundo com o direito de sermos autores e protagonistas, os nossos registros não são formados apenas de lamentos. A história negra é regada de conquistas, talentos, criatividade e força. É nesse cenário que trabalhamos, de maneira muito sensível e poética, resgatando e destacando esses registros tão importantes e representativos. Somos muitos e somos muitas possibilidades”, comentam os diretores.
Em cena, sintetizando o encontro das diversas danças e manifestações da cultura popular, o elenco é acompanhado por uma trilha sonora composta originalmente para essa obra. A direção musical é de Alysson Bruno. Entre os músicos convidados, Fábio Leandro, Maurício Pazz e Renato Pereira.
Apesar da carga de pessimismo e descrença que paira o Brasil desde sempre, é preciso reconhecer que para nós negros, as coisas têm melhorado sim. Avançamos rapidamente em alguma áreas, mais lentamentos e outras, mas é inegável que somos mais ouvidos. Mesmo com o desgaste da palavra empoderamento, seu significado traduz muito o que é ser negro hoje no Brasil. Nossas crianças não aceitam que toquem em seu cabelo, como os mais antigos aceitavam, já nasceram desfrutando da liberdade de forma plena e questionam a falta de representatividade (cadê minha boneca preta?).
Todo esse novo momento precisa de uma contrapartida que é a representação desse novo desse novo cenário na nossa cultura. Elísio Lopes, 42, roteirista, ator e produtor, está por trás das produções negras na TV, e no Teatro que tiveram mais repercussão mediáticas nos últimos tempos.
Do precioso programa Espelho, no canal pago TV Brasil, ao mega criativo Lazinho com Você, chegando ao necessário Dona Ivone Lara: O Musical, Lopes traz autoestima, alegria e muito amor em suas produções falando sobre negritude para todo mundo, com trabalhos com carimbo de excelência negra.
Ele teve a generosidade conversar com a gente sobre trabalho e até como a paternidade mudou sua ótica de atuação profissional.
Elisio e a equipe do programa Espelho (Foto Arquivo Pessoal)
Mundo Negro (Silvia Nascimento) – Não tem como falar do audiovisual negro do Brasil, sem fazer um paralelo do que acontece nos EUA. Se aqui somos a maioria nas ruas e a minoria na TV, ao contrário da que acontece por lá, podemos culpar o racismo ou você acredita que há outras variantes?
Elisio Lopes Jr. : Eu acho que enquanto as nossas histórias forem contadas por autores e diretores brancos, elas não vão atingir a sua potencia máxima. O que os EUA vem nos ensinando e a gente vem percebendo nas produções há mais de 15 anos com fenômenos BET, Shonda Rhimes e séries de sucesso é que a gente pode contar a falar sobre qualquer assunto e qualquer história, mas a ótica precisa ser diversa. Não adianta você contar a história de um personagem negro, escrito e dirigido por um autor ou diretor branco.É preciso ter autoria das próprias histórias. A gente precisa contar as nossas próprias histórias. Faltam roteiristas e diretores negros, não bastam ter atores talentosos á frente da tele interpretando personagens enquanto eles forem escritos por que não conhece a história de verdade. Então eu acho que o grande problema que a gente tem hoje na televisão brasileira é a falta de pensadores negros presentes nos quadros das emissoras de TV pensando nessas histórias. Eu percebo muitas vezes quando você assiste uma produção de dramaturgia no Brasil e essa produção fala da questão racial, os erros são normalmente os mesmos. As falas que são ditas, são falas que um personagem negro normalmente não falaria.
O racismo no Brasil não é explicito, ele não é um racismo que você chega em diz “eu não gosto de você porque você é negro”, normalmente ele se expressa de uma maneira indireta, nos atos e nas ações, nos julgamentos e não na fala racista. E quando esses assuntos aparecem nas produções audiovisuais você vê essas falas acontecerem: “sua negra” ou “seu negro”. Isso não funciona assim no Brasil. O racismo que nos fere a e mata é o racismo velado, é a aquele que a pessoa não assume e nem reconhece que é racista. Enquanto a gente não tiver autoria e puder falar desse assunto de forma honesta e verdadeira, seremos coadjuvantes na nossa própria história.
De que forma você acha que as redes sociais têm contribuído para mostrar que nós negros existimos O caso do Dona Ivone Lara: O Musical, você sentiu a potência dessas vozes. Essa interação tem sido um estímulo ou bloqueio para o seu processo criativo como roteirista e produtor?
As redes sociais mudaram a forma de ser e interagir do mundo todo. Eu acho que impossível pensar em qualquer questão hoje que envolva o convívio e interação social e ignorar as redes sociais. Nesse sentido eu sou muito atento a todas as ondas que as redes propõem pare gente, inclusive as bolhas que a gente se encontra e como furá-las para que a gente tenha acesso à opiniões diversas e não apenas a nossa própria plataforma de aprovação.
Tem uma coisa muito complicada nas redes sociais hoje, que é que onde a partir do momento que você tem a sua própria plataforma, sua página, seus seguidores, seu grupo, você quer ter razão. Eu sinto uma síndrome, do “todos querem ter razão” e todos queremos fechar o assunto e ter a palavra finalem assuntos que não tem fechamento, porque são só provocações e ondas. Um bom exemplo disso é o que aconteceu com a Dona Ivone Lara: O Musical , na época que a Fabiana Cozza foi anunciada como protagonista e que gerou uma onda que furou todas as bolhas, onde brancos e negros, interessados em teatro, ou não, discutiram o colorismo como nunca havia se discutido antes. Então sou muito a favor disso. Quando mais transversal , mais a gente aprende.
Eu gosto da Internet útil, a que te informa, que te aproxima de quem você não conhece e faz com que você possa trocar informações a aprender mais. Esse episódio da Fabiana Cozza foi um aprendizado para todos, foi muito útil. Eu reprovo a violência . Acho que quando você usa as plataformas para agredir pessoas, para propagar o ódio, acho que a rede perde sua potencia máxima. No episódio do musical a gente descambou para isso, para falta de respeito. A violência em algum nível é um reflexo de dor. Se eu estou sentido dor , eu vou agredir, mas isso atrapalha a reflexão sobre os assuntos.
Qual tipo (assuntos preferidos) e onde você consome conteúdo? Você segue influenciadores digitais? Você tem algum preferido?
Sim, sigo vários. Faço parte de vários grupos de discussão e procurando furar as bolhas e ouvir pessoas e histórias que a gente não conhece. Meu trabalho é feito de conseguir entrar em outros universos.
Ano passado dirigi o primeiro stand up de uma mulher negra falando sobre racismo que foi Tia Má com a Língua Solta.
Temos grupos de discussão e isso faz parte da minha vida, diariamente. Também temos a literatura. Eu li muito Joelsito Araújo e outros que criaram essa racionalização sobre o negro na mídia e na televisão. Então eu li muito sobre essa geração que veio antes da minha, para entender esse painel e ter minha opinião. Todos eles fazem parte da minha formação como artista e pensador.
Eu acho que a gente pode falar sobre qualquer assunto. Eu tenho um pouco de incômodo com a questão assim: roteirista negro tem que contar só coisas de negro. Eu acho que a gente tem a capacidade, inteligência e potência para contar qualquer tipo de história e também podemos ser escalados para contar e dirigir qualquer tipo de história.
Você fez vários projetos com o Lázaro Ramos. Como é trabalhar com ele? A comunidade negra o vê quase como o único grande ídolo negro brasileiro, enquanto artista. É perceptível o peso dessa responsabilidade quando vocês estão criando algo juntos?
Muito antes de ele ser essa figura emblemática que ultrapassou as linguagens artísticas, como televisão, cinema e teatro, ele é meu amigo pessoal e com quem aprendi fazer teatro desde do Bando De Teatro Olodum onde ele começou. Eu tenho um respeito pela trajetória que ele construiu e me sinto um observador privilegiado desse crescimento e desse amadurecimento dele como ator, diretor e principalmente como pensador da cultura e da arte. Obviamente sabemos do peso e da influência que ele tem como voz ativa na mídia e artes e em tudo que se faz e pensa ele leva em conta esse papel que ele tem, o desejo e aspirações que outros artistas depositam nele como porta voz, como um espelho. E o programa Espelho nasceu assim, é para gente se ver, se identificar e discutir o Brasil. Eu tenho muita honra de ser roteirista desse programa há mais de 10 anos. O programa tem uma documentação do país nessa última década que é uma preciosidade.
Entrevistas com os negros mais relevantes de todas as áreas que estão discutindo o país e revendo a nossa nação. A cada temporada a gente pensa um recorte e vai fundo nos entrevistados para que o programa cumpra o papel que vem tendo nesses anos. Eu tenho muito orgulho em fazer parte dessa equipe. Esse ano a gente teve a direção da Juliana Vicente, que é uma diretora negra de São Paulo.
A maioria dos seus projetos mais recentes são relacionados a questões negras. Isso foi uma opção sua ou a vida te levou para esse segmento?
Depois que eu me tornei pai, eu tenho três filhas, uma de 7 anos, que se chama Bela e duas de 3 anos, Nina e Malu. Depois disso minha militância se tornou mais aguerrida, entraram outras questões que antes não faziam parte da minha plataforma de interesse, como a questão da mulher negra e do racismo na infância, a questão da minha descrença profunda e absoluta do que se chama de igualdade racial, Eu não acredito em igualdade, não acho algo possível e enquanto não aceitarmos que somos diferentes, mas temos os mesmos direitos, a gente não vai conseguir caminhar para frente. Nós não somos iguais , nossas histórias não são iguais, nossa demandas não são iguais.
Lázaro Ramos, Zebrinha e Elísio Lopes (Foto Arquivo Pessoal)
Não foi uma escolha profissional abordar esses assuntos no meu trabalho, mas eu tenho esse diferencial de ser um profissional de roteiro e direção de ter essa informação e viver essa história no dia a dia e como tem muito pouco autores e diretores negros atuando no mercado, infelizmente eu acho que é meu papel estar no meu lugar de dar a informação sobre o que é ser negro no Brasil. Não me limito a isso, mas cumpro esse papel com muito prazer. Faz parte dessa missão estar aqui e trazer outros comigo, porque sozinho a gente não avança. Precisamos de uma base sólida de profissionais competentes que irão ocupar esse mercado.
O que você aconselha para atores, roteiristas e diretores negros que pensam em viver de audiovisual no Brasil?
Viver de áudio visual é uma aventura para qualquer profissional, principalmente para os profissionais negros. O investimento na nossa formação é sempre o ponto de partida. Temos que pensar que qualquer espaço pode e deve ser nosso e partir para cima. Outra coisa, a história mais simples, da sua casa, da sua família de como você se formou como individuo é a história que ninguém conhece. Quanto mais na ótica do pessoal criativo a história é contada, mais original ela se transforma. Sempre vai valer a pela contar as nossas histórias e saber como contá-las. Para mim o segredo é esse.
Quais os projetos que te deram mais orgulho. No que você está envolvido atualmente e quais projetos futuros que você pode revelar para gente?
Eu aprendi muito cedo que a gente tem que fazer dobrado, né? Para se manter no mercado, temos que fazer duas vezes o que os outros profissionais fazem. Eu amo o que faço, faço com muito amor. O trabalho que eu destaco é que estou fazendo agora, Dona Ivone Lara: O musical, que eu escrevi com muito empenho e queria muito fazer um espetáculo que fosse significativo para questão da mulher negra no Brasil.
E a gente não conta só a história da Dona Ivone Lara, a gente também conta a história da Zaira de Oliveira que foi uma cantora lírica brasileira proibida de representar o Brasil no exterior por ser negra. Também contamos a história de Elisete Cardoso, de Rosinha de Valença, Tereza do Jongo. É um espetáculo que fala muito sobre as mulheres negras que fizeram parte da historia da Dona Ivone Lara.
Foto:Arquivo pessoal
Eu também tenho muito orgulho do livro que lancei ano passado, A trilogia da Noite, da editora Giostri que tem três peças de teatro minhas: “Alta Noite”, “Antes que anoiteça em mim” e “Liberté”, que acontece no dia 14 de maio, um dia depois da suposta abolição dos escravos.
Em relação aos projetos futuros, eu estou na equipe do novo Lazinho com Você, na Globo, faço parte da equipe de colaboração do Ó Paí, Ó 2, o filme , o roteiro do longa metragem 7 Conto, do Luis Miranda . Também dirigi o show infantil “A caixa Mágica” que estreou em julho, em Salvador.
Ano que vem, tem o musical “Alcione, eu sou a Marrom”, que vai fechar essa trilogia do samba, que fez Cartola, Dona Ivone Lara e o próximo que já foi divulgado é a Alcione. Eu devo começar o trabalho de pesquisa e construção da dramaturgia desse novo projeto.
O espetáculo “O Encontro – Malcolm X e Martin Luther King Jr” propõe um debate sobre rumos e estratégias pelo fim da discriminação racial fundamentados nas ideologias dos dois ícones norte-americanos e estreia no Brasil dia 4 de outubro, às 19h, sempre de quinta à sabado, abrindo temporada no Rio de Janeiro, no Teatro Sesi.
Dirigida por Isaac Bernat, a encenação narra, num encontro fictício de Malcolm X e Martin Luther King Jr. num hotel do Harlem, as diferentes ideias, atuações e estratégias dos dois maiores líderes negros de todos os tempos. Temática global e urgente, a luta contra a opressão, discriminação e exclusão dos negros na sociedade é o ponto de partida para desenvolvimento do espetáculo. O texto é do norte-americano Jeff Stetson, com tradução e adaptação de Rogério Corrêa.
“Estamos diante de uma dramaturgia irretocável, contundente, terna e humana, que trata de questões como o racismo, a discriminação e a injustiça social, condutas que impedem a sociedade de ser justa e igualitária. As visões e as práticas de Malcolm e Martin têm muito a nos inspirar e ensinar neste momento onde a humanidade parece perdida e sem esperança. Aline Mohamad e eu estamos há anos tentando encená-lo e agora chegou a hora”, diz Isaac.
O texto segue atual, enfatizando a luta pelos Direitos Civis Americanos no fim do século passado, uma vez que existe um debate dentro dos segmentos progressistas da população sobre como lidar com a desigualdade e a enorme segregação racial do Brasil, que se apresenta de forma mais sutil e insidiosa do que nos Estados Unidos.
“A montagem é importante neste momento porque vivemos um período de fortes polarizações e intolerâncias de diversas ordens. Nós, negros, ainda estamos em situações de muita desigualdade. Esse diagnóstico se tornou clichê, mas é uma realidade”, observa Izak Dahora, intérprete de Malcolm. “Ele era cerebral e estrategista e, ao mesmo tempo, instintivo e dono de uma intuição poderosa e uma força demolidora”.
Rodrigo França, que vive Luther King Jr., engrossa o coro. “Embora seja um crime, ainda temos uma tendência de escamotear o racismo, que no Brasil mata, fere, exclui e enlouquece. Esta montagem é mais uma para tocar nessa ferida. À medida que espetáculos trabalham essa temática, a gente contribui para a reflexão sobre esta realidade. Martin mostrou que vale a pena lutar e buscar uma sociedade mais igualitária e com mais equidade, sempre se valendo da diplomacia, cordialidade e pedagogia como ferramentas”.
Apesar de terem vivido na mesma época, historicamente os ativistas fizeram diferentes trajetórias e só se encontraram durante poucos minutos, num rápido aperto de mãos. Além disso, ambos foram assassinados na década de 1960 e com a mesma idade: aos 39 anos. Cada um, ao seu modo e com suas crenças, deu a vida por um ideal que continua sendo buscado em vários países, inclusive o Brasil, e deixaram marcas eternas na luta pelos direitos humanos.
Para obter informações sobre ingresso, ligue: (21) 2563-4163.
Durante o Seminário Museus e o Exercício de Liberdade sobre Direitos da Criança, no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo, a rapper mirim, MC Soffia, irá se apresentar na quinta-feira (4), às 16h30, na avenida Pedro Álvares Cabral, S/N.
Para a rapper, nascida e criada na periferia de da capital de SP, o rap significa “música de força e resistência“. Em seu repertório, Soffia traz letras que falam do empoderamento de crianças negras, da luta contra o racismo e machismo e da importância de viver bem na infância, além de incentivar outras garotas a se amarem do jeito que são.
No evento, haverá ainda uma mesa de bate papo sobre Cultura e Infância e um pocket show ao final. A entrada é franca e a classificação é livre.
O comportamento “alterado e agressivo” de Valéria Lucia dos Santos, pesaram mais alto na decisão desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto que isentou a juíza leiga, Ethel de Vasconcelos, acusada de abuso e racismo durante uma audiência no, Fórum da Comarca de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 10 de setembro, do que o fato de uma profissional do Direito ser algemada e mantida ao chão durante o exercício do seu ofício.
O que aconteceu no Fórum contra Valéria também foi uma agressão à sua humanidade como mulher e uma desrespeito ao seu título conquistado e validado pelo seu registro na OAB.
Ir a Corregedoria e ao Tribunal de Justiça, são alguma das medidas planejadas pela OAB do RJ que contestou a decisão do desembargador, ressaltando inclusive, que não estava presente, como instituição, na audiência de julgamento da juíza leiga.
Confira a nota oficial da Organização, assinada por , Luciano Bandeira Presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB/R.
Nota Oficial: OAB/RJ estranha decisão da Cojes em caso Valéria dos Santos
Por meio de sua Comissão de Prerrogativas, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, vem a público manifestar sua estranheza quanto à conclusão do Procedimento Administrativo nº 2018.0172890, em trâmite na Comissão Judiciária dos Juizados Especiais (Cojes), segundo o qual não teria havido desvio de função ou abuso de autoridade no caso da advogada Valeria Lucia dos Santos. Após ter seu acesso à contestação negado, vale lembrar, a colega terminou por ser algemada no chão da sala de audiência, no Fórum da Comarca de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 10 de setembro.
A Ordem tomou conhecimento da lamentável decisão da Cojes apenas por intermédio dos meios de comunicação que noticiaram o fato, vez que não integrou o procedimento, nem pôde participar da oitiva da juíza leiga ou das testemunhas arroladas.
Causa-nos espécie e estupefação o fato de o tribunal não ter percebido qualquer tipo de ilicitude na inaceitável e reprovável decisão de algemar uma advogada no exercício de sua profissão. Continuaremos a tomar todas as medidas cabíveis contra essa agressão. O Procedimento Ético Disciplinar no intuito de apurar, adequadamente, a conduta da juíza leiga está em curso em nosso Tribunal de Ética e Disciplina, que, ao contrário do TJ, ouvirá todas as partes, respeitando o direito à ampla defesa, ao contraditório e a todos os princípios legais pertinentes. Também tomaremos as providências devidas tanto na Corregedoria do Tribunal de Justiça como no Conselho Nacional de Justiça, caso se faça necessário.
Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2018 Luciano Bandeira Presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB/RJ
Com o objetivo de apoiar, promover e impulsionar o afro empreendedorismo no Brasil, o AFROLAB, que recentemente passou por São Paulo e Rio de Janeiro, através da oferta de conhecimento e capacitação técnica, com foco em inovação e inventividade, ganha uma edição exclusiva para mulheres negras: AFROLAB para Elas.
O projeto, que é idealizado pela Feira Preta, foi selecionado em junho, no edital Negras Potências e será viabilizado por meio de matchfunding, na plataforma de financiamento coletivo Benfeitoria, em parceria com o Movimento Coletivo, plataforma de investimento social da Coca-Cola.
A meta é arrecadar entre R$ 76 mil e R$ 127 mil. As doações podem ser feitas por médias, grandes empresas e pessoas físicas, até o dia 30 de outubro. A cada R$ 1,00 doado, o Movimento Coletivo contribuirá automaticamente com R$ 2,00, triplicando o valor arrecadado. É possível contribuir com valores entre R$ 10 e R$ 10 mil, direto na página do projeto na plataforma. Como contrapartida, os apoiadores terão sua colaboração revertida em consultoria, palestras, diálogos sobre diversidade, vivências dentro do projeto que podem ser adaptadas para grupos empresariais, entre outras recompensas, como pôsteres, camisetas e copos da Feira Preta, de acordo com o regulamento.
O projeto traz uma metodologia inédita e exclusiva, o AFROLAB para Elas conta com atividades de autoconhecimento, ciclos de imersão criativa, aprendizagem, cursos e workshops. O intuito é fortalecer econômica, política e socialmente as mulheres negras.
“Queremos chamar a atenção dos investidores para a importância de apoiar o trabalho de afro empreendedores e para que deixem de olhar para esses negócios como artesanato. Temos conhecimentos e saberes ancestrais aos quais queremos dar mais visibilidade, mas não possuímos poder econômico para contar com a ajuda de um investidor“, afirma Adriana Barbosa, idealizadora do projeto e presidente da Feira Preta, maior espelho vivo das tendências afro-contemporâneas do mercado e das artes da América Latina.
A empreendedora reforça que mesmo movimentando mais de R$ 200 bilhões por ano, o empreendedor negro no Brasil recebe 40% menos que o empreendedor branco pelo seu trabalho. “Com o apoio do Pretas Potências será possível levar o Afrolab para Belém (PA), Vitória (ES), Brasília (DF) e Porto Alegre (RS), impactando diretamente mais de 100 famílias”, finaliza.
Confira as metas do matchfunding:
Meta 1: R$ 76.923,00
Levar a metodologia exclusiva do Afrolab para Vitória (ES) e Brasília (DF);
Meta 2: R$ 101.923,00
Levar a metodologia exclusiva do Afrolab para Vitória (ES), Brasília (DF) e Belém (PA);
Meta 3: R$ 126.923,00
Levar a metodologia exclusiva do Afrolab para Vitória (ES), Brasília (DF), Belém (PA) e Porto Alegre (RS).
Conheça mais sobre o AFROLAB para Elas no vídeo de divulgação da campanha: