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Cariúcha estreia na SPFW e celebra: “Muito lisonjeada e feliz”

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Foto: Anderson Macedo

Cariúcha, apresentadora do programa “Fofocalizando” do SBT, fará sua estreia na São Paulo Fashion Week (SPFW) na próxima sexta-feira, 18 de outubro, a partir das 10h, no Teatro Oficina. Ela irá desfilar para a marca AZ Marias, conhecida por seu foco em sustentabilidade, acessibilidade e inclusão, com a sua nova coleção.

Em entrevista à Contigo!, a ex-participante de “A Fazenda” expressou sua empolgação com a oportunidade: “Eu estou me sentindo muito lisonjeada e feliz. Nem nos meus maiores sonhos eu imaginei que um dia eu iria estrear na passarela mais famosa do Brasil, que é a São Paulo Fashion Week. É um sonho que eu pensei que fosse impossível e estou realizando”, disse.

“Quando eu olho para o passado, eu sempre mentalizei estar vivendo tudo isso que eu estou vivendo hoje. Só que, com as dificuldades, muitas das vezes eu pensava que era impossível. Da onde eu vim era quase impossível. E hoje estar vivendo isso tudo, eu tenho só que agradecer a Deus. Imaginei, só que muitas das vezes eu não acreditava”, concluiu.

Cariúcha tem ganhado cada vez mais destaque no comando do programa do SBT e negou os rumores de que deixaria o canal, apesar de ter recebido uma proposta de outra emissora. “Tô muito feliz na emissora que estou e no Fofocalizando. Recebi, sim, a proposta. Gente, por favor, parem de falar no meu nominho”, comentou em tom bem-humorado nas redes sociais.

Deputada do Rio Grande do Sul, Bruna Rodrigues, relata ameaças de violência contra ela e sua família

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Foto: Paulo Garcia | ALRS

Em mais um episódio de ameaça às mulheres negras na política, a deputada estadual Bruna Rodrigues denunciou, na última terça-feira, 15, as ameaças de morte e estupro que recebeu por e-mail. A mensagem, enviada por um remetente identificado como Anderson Rocha, continha ofensas relacionadas ao mandato da parlamentar, além de ataques pessoais contra ela e sua filha. No texto, o autor das ameaças se descreveu como “um homem branco, heterossexual e cidadão de bem”.

De acordo com a deputada, o conteúdo da mensagem vai além de um discurso de ódio, sendo uma tentativa clara de intimidar e silenciar sua atuação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, onde representa comunidades historicamente marginalizadas. “Atacam a democracia, atingindo o mandato de uma mulher preta e o que para nós é fundamental: a família. Falam da minha filha de forma cruel”, disse Bruna.

O caso já foi comunicado à presidência da Assembleia, que, segundo Bruna, está tomando providências. A deputada relatou que a presidência da Casa deve notificar a Secretaria Estadual de Segurança Pública e solicitar uma reunião com o secretário Sandro Caron ainda hoje. “Há um crime claro contra a atividade parlamentar”, afirmou.

Bruna optou por não divulgar o conteúdo completo da mensagem devido à sua natureza violenta, mas garantiu que tais intimidações não a farão desistir de sua trajetória política. “Nosso mandato popular segue firme. Estou no caminho certo, e isso incomoda quem acredita que mulheres como eu não deveriam ocupar espaços de poder e decisão”, destacou a deputada.

Além de Bruna, outras parlamentares também foram alvo de ameaças semelhantes, incluindo a deputada federal Daiana Santos (RS) e as deputadas estaduais Thainara Farias (SP) e Rosa Amorim (PE). Para a deputada, essas ameaças fazem parte de uma cadeia de ataques coordenados, com motivações racistas, misóginas e lgbtfóbicas.

Eleita uma das primeiras deputadas negras na história da Assembleia Legislativa gaúcha, Bruna reiterou que não se deixará intimidar pelas ameaças e que seguirá lutando por suas causas. “Não vão me silenciar”, concluiu.

Globo confirma Bella Campos como Maria de Fátima na nova versão de Vale Tudo, com estreia em 2025

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A atriz Bella Campos foi confirmada no elenco da nova versão da novela “Vale Tudo”, onde interpretará Maria de Fátima, personagem originalmente vivida por Glória Pires. A confirmação veio durante o evento Upfront Globo, que apresenta as novidades da emissora para 2025. A trama, que retorna às telas em um “remake” da obra, trará também Taís Araújo no papel de Raquel, mãe de Maria de Fátima, personagem de Regina Duarte na primeira versão. A estreia da nova versão de “Vale Tudo” está programada para março de 2025.

Como parte da celebração dos 60 anos da TV Globo, a obra vai atualizar um dos maiores títulos da teledramaturgia brasileira. Escrito por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, o folhetim foi exibido originalmente em 1988 e se consagrou pela crítica social e o retrato da corrupção no Brasil.

Bella, nascida em Cuiabá, Mato Grosso, viu sua carreira ganhar fôlego quando foi escalada pela TV Globo em 2020. Inicialmente, faria parte do elenco de uma nova temporada de “Malhação”, mas o projeto foi cancelado devido à pandemia de Covid-19. Mesmo diante desse revés, ela rapidamente encontrou seu espaço ao dar vida à personagem Muda no “remake” de “Pantanal”. Sua interpretação lhe rendeu o prêmio de ‘Melhor Atriz Coadjuvante’ no ‘Melhores do Ano de 2022’, consolidando sua posição como uma das grandes promessas da nova geração de atores.

O sucesso em “Pantanal” abriu portas, e agora, com o desafio de interpretar Maria de Fátima, Bella se prepara para viver mais uma personagem marcante, em uma novela que carrega o peso e o prestígio da história original, agora reimaginada para o público atual.

Antônio Pitanga é homenageado no 17º Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul

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O ator Antônio Pitanga será o grande homenageado na 17ª edição do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, que acontece entre os dias 18 e 25 de outubro em espaços culturais de destaque no Rio de Janeiro, como o Cine Odeon, o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR). Com uma carreira marcada por importantes papéis no cinema e na televisão brasileira, Pitanga será celebrado pela sua contribuição à arte e pela representação negra na cultura audiovisual.

Como parte da homenagem, será exibido o filme Malês, uma das obras marcantes de sua trajetória. A escolha do filme reforça a importância da resistência cultural e histórica que permeia tanto a carreira do ator quanto a proposta do evento, que é um dos maiores encontros de cineastas e pensadores negros no Brasil.

O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, que este ano tem o tema “Fortalecendo Pontes”, busca promover diálogos e trocas entre cineastas e públicos de diversas partes do mundo. O evento contará com a exibição de 128 filmes de diretores brasileiros, africanos, caribenhos e de outras diásporas, além de homenagear figuras centrais do cinema negro, como Pitanga.

A programação desta edição também inclui uma MasterClass do filósofo indígena Ailton Krenak, uma série de filmes sobre povos indígenas, e o minicurso Cinema Africano Contemporâneo, do cineasta Joel Zito Araújo.

Grande homenageado, Antônio Pitanga iniciou sua carreira no Cinema Novo, destacou-se em filmes como Barravento (1962), de Glauber Rocha, e A Grande Feira (1961), de Roberto Pires. Sua obra atravessou décadas, consolidando-se como uma das vozes mais importantes na representação da identidade negra no cinema nacional. Além de seu trabalho artístico, Pitanga também é conhecido por seu engajamento social, especialmente em questões relacionadas à igualdade racial.

“Antônio Pitanga é uma referência de luta e de presença forte no cinema brasileiro. Sua trajetória é um exemplo da resistência e da importância de levar a cultura negra para as telas”, destaca Biza Vianna, diretora-presidente do Centro AfroCarioca de Cinema, que organiza o evento.

“Este Encontro é uma oportunidade de não só celebrar a arte, mas também de refletir sobre o papel do cinema na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Pitanga, com sua história e representatividade, é uma inspiração para todos nós”, conclui Biza.

O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul já exibiu mais de 1000 filmes ao longo de suas edições anteriores e reforça o compromisso com a valorização das narrativas negras no Brasil e no mundo. A homenagem a Pitanga é um reconhecimento de sua influência como artista e ativista, eternizando seu legado para as futuras gerações.

Professora, Bárbara Carine, aponta racismo em campanha do Conselho Regional de Medicina da Bahia

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Foto: Henrique Santos

Em vídeo publicado nas redes sociais no dia 12 de outubro, a escritora e professora Bárbara Carine fez críticas a uma campanha publicitária do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), apontando o racismo na escolha da imagem de uma mulher negra como exemplo de prática ilegal da medicina. O outdoor em questão, que visa combater o exercício ilegal da profissão, exibe a foto duplicada de uma mulher negra com a legenda: “Uma delas é falsa. Na dúvida, consulte o site do Cremeb.”

Ao trazer à tona o debate sobre a representatividade de pessoas negras em peças publicitárias e na comunicação como um todo, Carine apontou como problemática a associação feita pela campanha, considerando o fato de que não é comum ver pessoas negras praticando medicina sem diploma. Segundo a educadora, esse tipo de crime costuma ser associado a pessoas brancas, que utilizam seus privilégios para enganar os outros.

Imagem: Divulgação/Cremeb

A controvérsia também chegou à esfera política. O vereador Sílvio Humberto (PSB) protocolou no dia 9 de outubro uma moção de repúdio na Câmara Municipal de Salvador, pedindo a retirada do outdoor e cobrando do Cremeb um compromisso com políticas de combate ao racismo. “Infelizmente, os profissionais de saúde negros frequentemente enfrentam estereótipos e preconceitos no ambiente de trabalho. Desde a suspeita de competência até a falta de oportunidades de avanço na carreira”, escreveu o parlamentar, destacando os obstáculos enfrentados por médicos negros no Brasil.

Em resposta às críticas, o Cremeb divulgou uma nota informando que a imagem da mulher negra é apenas uma das três peças da campanha, que inclui também imagens de pessoas brancas. O conselho afirmou que a intenção era representar a diversidade da sociedade e assegurar que diferentes grupos fossem retratados.

Mesmo após a explicação do Cremeb, Bárbara Carine manteve seu posicionamento, questionando a forma como a figura da mulher negra foi isolada na publicidade. Em novo vídeo, ela reafirmou que a escolha da imagem reforça uma percepção negativa. “Uma diversidade muito pouco inteligente, ao colocar um sujeito isolado ali, para representar algo de negatividade. Como falei, eu só vi, no meu trajeto, pessoas negras. Muitas outras pessoas negras podem só se ver. E se pessoas negras estão trazendo que estão incomodadas, isso deveria ser minimamente um sinal de sensibilidade para essa problemática”, declarou a escritora.

Primeira instituição educacional afro-brasileira no Brasil inaugura unidade no RJ e anuncia mutirão de matrículas

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Foto: DIvulgação

A Escola Afro-brasileira Maria Felipa, a primeira instituição educacional infantil afro-brasileira cadastrada no Ministério da Educação, anunciou a inauguração de uma unidade no Rio de Janeiro e mutirão de matrículas, no próximo sábado, 19 de outubro, que já conta com 600 pré-inscritos. A escola será no bairro Vila Isabel, com capacidade para mais de 300 estudantes.

A instituição foi criada há seis anos no bairro do Garcia, em Salvador, por Bárbara Carine, idealizadora e consultora pedagógica da instituição, no processo de adoção de sua filha, uma criança negra, e conta como sócia a empresária e dançarina Maju Passos. Com turmas que vão do infantil ao fundamental e uma educação trilíngue (brasileiro, inglês e libras), na unidade do Rio de Janeiro, se junta a elas a atriz Leandra Leal.

“Levarmos a Escola para o Rio de Janeiro, que tem mais da metade de sua população negra é contribuir para a luta antirracista, que dentre as suas contribuições está um projeto educacional para a equidade. Temos sido bem acolhidos e uma procura muito grande, algo que nunca tivemos em Salvador, esperamos que todo sucesso na capital carioca reverbere em matrículas também da Bahia”, celebra Bárbara Carine sobre a nova unidade da Maria Felipa para o processo de nacionalização do projeto didático-pedagógico.

Apesar do reconhecimento midiático e de premiações conquistadas, incluindo do prêmio Sim à Igualdade Racial do ID_BR (2019) na Categoria Educação, Maju Passos destaca que “isso não corresponde ao número de matrículas dentro da nossa escola em Salvador, temos hoje menos de oitenta por cento de alunos do que a nossa capacidade total”.

Fachada EMF – unidade Rio de Janeiro

Parceria

A aproximação com Leandra Leal acontece em 2023, após a atriz convidar Bárbara Carine para jantar. “Depois desse encontro, ela trouxe a filha Juju, uma criança negra, para passar uma semana em nossa Escola. Ela e o esposo ficaram mais encantados pelo projeto que desenvolvemos. No mês seguinte já estávamos as três sócias reunidas, a falar da expansão para o realidade no Rio de Janeiro”, relembra.

A unidade carioca receberá toda a metodologia decolonial criada nos últimos seis anos em Salvador. “A ideia inclusive é que as equipes estejam em diálogo o tempo todo, cada uma respeitando a realidade local, pois um dos nossos objetivos enquanto Escola é o respeito à diversidade cultural e étnica-racial”, afirma Maju Passos. 

Foto: Divulgação

Caminhos

A instituição surge para promover uma educação escolar que estivesse fora dos marcadores historiográficos eurocêntricos e subalternizados de existências não-brancas, ao perceber que esse lugar não existia. E essa promoção está em toda organização didático-pedagógica da Escola Maria Felipa, desde cada turma que é nomeada por um reino/império africano que norteará os estudos dos grupos, sendo eles, Império Inca (G2 – 02 anos), Reino Daomé (G3 – 03 anos ), Império Maia (G4 – 04 anos), Império Ashanti (G5 – 05 anos) e Reino de Mali (1° ano fundamental).

Dentro da sua metodologia, a Escola desenvolve uma série de outras atividades didática-pedagógicas afroreferenciadas, como “Afrotech – Feira de Ciência Africana e Afrodiáspórica”, “Mariscada – Mostra artístico-cultural decolonial”, “Formatura no Quilombo”, “Decolônia de Férias” (ações durante o período de férias escolares), “Festival artístico educacional Avante Maria Felipa”, entre outros.

Para além da educação infantil, a Escola Maria Felipa oferta também a “Afroeducativa – Formações Pedagógicas para as Relações Étnico-raciais”, destinada à formação de profissionais interessados na temática, consultorias para entidades de setores públicos e privados preocupados com a superação do racismo nos diferentes complexos sociais. Para esse público, é oferecida ainda a “Afrovivência”,  uma vivência pedagógica de educadores e educadoras. 

Bárbara Carine diz estar muito feliz pela projeção que a Escola Afro-brasileira Maria Felipa tem alcançado no país, para além dessa chegada no sudeste, fisicamente e estruturalmente como escola. “É raro vermos uma instituição educacional ter mais de 100 mil seguidores no Instagram. Pesquisadores e pesquisadoras do país realizam trabalhos e investigações de graduação, mestrado e doutorado em torno da nossa escola. É algo muito pioneiro e singular, o que faz ter essa valorização, mas infelizmente isso não reverbera em autossustentação econômica”.

Foto: Divulgação

Adote

A Escola Afro-Brasileira Maria Felipa realiza desde o primeiro ano da sua existência a Ação de responsabilidade social “Adote um Educande”, para oportunizar um ensino emancipador para crianças negras e /ou indígenas em situação de vulnerabilidade social. Todo o valor arrecadado é destinado ao custeio de bolsas de estudos e dos materiais didáticos pedagógicos e aconselhamento psicológico a cada criança contemplada. 

A EMF, que carrega o nome de Maria Felipa, mulher preta, combatente importante na Independência do Brasil ba Bahia, é um projeto que transforma sonho em realidade ao construir um espaço escolar que resgata os conhecimentos ancestrais combatendo o eurocentrismo e a colonialidade do ser, do poder e do saber, inovando a educação com uma metodologia decolonial e afrocentrada, voltado a todas crianças. 

Foto: Divulgação

Serviço

Escola Afro-brasileira Maria Felipa inaugura unidade no Rio de Janeiro | Mutirão de matrícula 

Quando – 19 de outubro, manhã e tarde, a partir das 08h

Onde – Avenida 28 de setembro, 118 – bairro Vila Isabel 

Turmas oferecidas – Império Inca (G2 – 02 anos), Reino Daomé (G3 – 03 anos ), Império Maia (G4 – 04 anos), Império Ashanti (G5 – 05 anos) e Reino de Mali (1° ano fundamental)

Angela Brito homenageia mulheres crioulas em sua nova coleção na São Paulo Fashion Week

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Foto: Mateus Augusto Rubim

A estilista e diretora criativa Angela Brito irá apresentar a sua nova coleção Criola na 58ª edição da São Paulo Fashion Week, no próximo sábado (19), às 11h30, no Shopping Iguatemi. Inspirada nas misturas e transformações que formam novas identidades, a coleção da cabo-verdiana exalta a beleza dos encontros entre povos. As sociedades criolas refletem as complexas relações e adaptações culturais em resposta à colonização, dando origem a uma identidade rica e plural, como é no Brasil e em Cabo Verde. Criola representa a vanguarda.

Em sua estreia no São Paulo Fashion Week, em 2019, ela foi a única mulher negra no line-up. Este ano, Angela leva a inovação para as suas peças por meio dos volumes, com a fusão dos acessórios ao vestuário. São 30 looks que homenageiam as mulheres crioulas e celebram as transformações das realidades culturais. É um convite a entender que as identidades não são fixas nem totalmente compreensíveis.

“Como sempre, estou falando de uma identidade da qual eu faço parte. Em sociedades crioulas, como Cabo Verde e o Brasil, ela é colocada em xeque, ao se questionar as novas individualidades, por serem originadas da mistura de diferentes povos. Mas, no meio de toda essa miscelânea, nasceu algo completamente novo, criando expressões culturais muito únicas e fortes. E foi exatamente esse o grande desafio desta coleção: trazer para a roupa o nascimento de uma nova perspectiva sobre a identidade, essa mistura cultural que leva a criação de algo inovador, algo crioulo”, destaca a estilista.

Ilustração do artista Amadeo Carvalho especialmente para coleção Criola de Angela Brito

design das peças levam dispositivos de carregamentos, enchimentos e formas inusitadas, inspirados no bombu mininu — uma amarração tradicional de Cabo Verde usada para carregar crianças. A fusão dos acessórios ao vestuário evocam a capacidade de transportar no próprio corpo afetivo as bagagens da história e da cultura, manifestando essa herança africana de maneiras inesperadas e criativas. 

Cada peça foi criada a partir da mescla da história com o futuro. Com redendê, tradicional técnica de bordado do Nordeste do Brasil, pánu di terá, que é o pano de tear caboverdiano, e com novas texturas criadas a partir do trabalho manual do capitonê, a coleção reúne 30 looks que expressam novas essências  com marcas de um passado vivo, mas aberta ao novo. 

Os tons terrosos nos tecidos de algodão, cânhamo, seda e viscose e couro expressam os diversos lugares que carregam a memória  crioula: a natureza seca refletida no bege, verde e marrom. As peças também levam nuances de azul, em referência aos mares que compõem a natureza dessas comunidades e o amarelo da luz solar que faz parte da essência criola.   

Em homenagem à mulher crioula, o desfile será formado apenas por modelos femininas. E cumprindo mais um desafio nesta coleção, Angela Brito também será a responsável pelo styling da apresentação, com colaboração do Guilherme Alef.

Bruna Crioula conduz oficinas no Sesc SP sobre alimentação consciente e sustentável a partir da negritude

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Foto: Marilia Dias/Divulgação
Foto: Marilia Dias/Divulgação

Entre os dias 17 e 19 de outubro, o Sesc Vila Mariana, em São Paulo, será o local de uma série de oficinas e atividades que discutem a alimentação consciente e sustentável, conduzidas por Bruna Crioula, nutricionista ecológica, comunicadora socioambiental e ativista. A programação faz parte do “Experimenta!“, evento focado em promover debates sobre práticas alimentares e sustentabilidade.

A primeira atividade ocorre no dia 17, às 15h30, com a oficina “Marmitas Saudáveis e Sustentáveis”, na Sala Corpo e Artes (6º andar, Torre A). Bruna Crioula irá orientar o público sobre como planejar e organizar marmitas semanais com base em preparações feitas à base de plantas, destacando a importância da sociobiodiversidade alimentar brasileira. O objetivo é mostrar como é possível conciliar uma alimentação equilibrada e consciente sem abrir mão da praticidade do dia a dia.

No dia 18, às 15h, na Praça de Eventos, Bruna ministra a oficina “Não Convencionais para Quem? Comida, Negritude e Memórias Alimentares“. A proposta é refletir sobre o uso das Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANC), abordando suas narrativas a partir de uma perspectiva negra. A nutricionista busca desmistificar o conceito de PANC no Brasil, além de amplificar as vozes negras na discussão sobre a alimentação como um direito fundamental. “A partir de registros alimentares negros, nos permitimos conhecer outras narrativas em torno dos usos culinários de plantas negligenciadas ou subutilizadas na cozinha brasileira”, explica Bruna.

Encerrando a programação, no dia 19, às 10h, ocorre a caminhada ao ar livre “Caminhada pela Vila – Entendendo as Desigualdades Alimentares”. O ponto de encontro será no térreo da Torre A, e a atividade propõe uma reflexão sobre o acesso democrático a frutas, folhas e outros alimentos comestíveis presentes na cidade. “É um convite para pensarmos a alimentação de forma decolonial e racializada, reconhecendo a importância de promover autonomia e protagonismo nas nossas práticas alimentares cotidianas”, destaca Bruna Crioula.

Bruna Crioula é ativista ambiental há mais de uma década, com foco na valorização da sociobiodiversidade brasileira e das tradições alimentares. Seu trabalho conecta ecologia, saberes ancestrais e justiça social, propondo um sistema alimentar mais sustentável e inclusivo.

Live com Mônica Sampaio e Rachel Maia discutirá modelos de negócios mais sustentáveis para o futuro da moda

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Nesta quarta-feira, 16, às 18h30, a estilista e empreendedora Mônica Sampaio, fundadora da marca Santa Resistência, será a convidada especial de uma live, liderada pela executiva Rachel Maia, que abordará temas cruciais para o setor da moda, como sustentabilidade, economia circular e consumo consciente. A transmissão acontece pelo Instagram das empreendedoras.

O evento ocorre em meio ao crescente debate sobre a necessidade de transformação urgente no segmento, conforme destacado na coluna de Rachel Maia, “Moda sustentável não é tendência, é o futuro”, publicada em 30 de setembro no jornal *O Globo*.

Com uma vasta experiência à frente de uma marca que se pauta por práticas responsáveis, Mônica Sampaio irá compartilhar sua visão sobre o futuro da moda, destacando a importância de modelos de negócios mais sustentáveis e inovadores. Entre os principais pontos a serem discutidos, estão o reaproveitamento de recursos, a minimização de desperdícios e o papel da economia circular na construção de uma indústria mais ética e justa.

O evento promete ecoar as ideias trazidas por Rachel Maia, que em sua coluna defendeu que a sustentabilidade deve ser um pilar central e permanente da moda, e não uma tendência passageira.

A live será uma oportunidade tanto para empreendedores quanto para consumidores aprofundarem o entendimento sobre práticas que promovam um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade.

Professora de Lauro de Freitas, na Bahia, ganha prêmio ao promover educação antirracista para bebês

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Foto: Reprodução

Em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador (BA), uma iniciativa inovadora está chamando a atenção. A educadora Noêmia Verúcia, do Centro Municipal de Educação Infantil Dr. Djalma Ramos, vestiu bebês de 6 meses a 1 ano com becas representando profissões como advogados e psicólogos, em uma ação que emocionou os pais. O gesto, segundo Verúcia, visa mostrar às famílias que, apesar das dificuldades da região, marcada pela violência e pobreza, seus filhos têm potencial para alcançar qualquer profissão: “Eu vesti os bebês de beca para mostrar aos pais que eles podem ter um futuro de sucesso”, explicou a educadora em reportagem publicada pelo Estadão.

O projeto, intitulado “Berçário Reluz”, vai além das fotos. Ao longo do ano, a escola realiza diversas atividades externas à valorização da cultura africana e afro-brasileira, mesmo com bebês tão pequenos. O uso da música, por exemplo, é uma ferramenta central, e, no ano passado, a canção Cupido Erê , da cantora Larissa Luz, foi escolhida como guia para as atividades pedagógicas. “Eles param, prestam atenção, veem as palavras”, comenta Verúcia, relatando a resposta das crianças ao som da música.

A iniciativa rendeu à Verúcia o reconhecimento na 9ª edição do Prêmio Educar com Equidade Racial e de Gênero, promovido pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), que homenageia projetos pedagógicos que promovem a equidade racial e de gênero nas escolas. O prêmio, que existe desde 2002, tem como objetivo valorizar educadores que promovam práticas antirracistas, contribuindo para a formação de uma sociedade mais inclusiva.

Além das experiências musicais, a escola promoveu uma atividade chamada “Comida de Erê”, que traz frutas dinâmicas em um ambiente repleto de referências africanas e indígenas. Outra proposta foi a criação de um “espaço afrofuturista”, decorado com elementos étnicos e sensoriais que remetem à cultura africana, onde as fotos dos bebês vestidos com becas também foram expostas.

Para Noêmia Verúcia, o impacto das atividades se estende não apenas às crianças, mas também aos adultos. “Eu não estava trabalhando só com o bebê, mas também com pessoas adultas, porque os bebês não têm preconceitos”, destacou. Ela relatou que, com o tempo, funcionários da escola que inicialmente questionaram as ações passadas a considerar a importância das atividades antirracistas.

Para Daniel Bento Teixeira, diretor-executivo do CEERT, o racismo atinge crianças negras já na primeira infância. “Há estudos que mostram a diferença de afeto entre bebês negros e brancos”, afirmou Teixeira, ressaltando a importância de iniciativas como a de Noêmia Verúcia para transformar essas realidades.

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