As vezes uma tragédia pode revelar o melhor do ser humano. Após anos tentando se tornar pais, o casal Carlos e Érica Morales finalmente conseguiram engravidar depois de um tratamento de inseminação artificial. A gravidez de quádruplos, três garotas e um menino foi interrompida no dia 6 de janeiro, dois meses antes do tempo e infelizmente o final da história não foi tão feliz. Érica teve uma hemorragia logo após o parto, causado pela reação a anestesia e não sobreviveu.
Por Silvia Nascimento
“O que era para ser o melhor dia da minha vida, se tornou no pior de todos”, disse Carlos em entrevista à revista americana People. Obviamente o apoio da família era esperado, mas a surpresa veio da organização da comunidade para ajudá-lo.
A história ganhou destaque na imprensa americana e o site GoFund Me recebeu doações de mais de 13 mil pessoas que quiseram contribuir e ajudar Carlos os gastos dos quadrigêmeos que nasceram saudáveis .
O Pai de 26 anos, admite que a perda da esposa ainda dói, mas que ele sente que ela partiu deixando para ele quatro presentes maravilhosos. Sandra, a mãe de Érica, vive agora com Carlos para ajudar nos cuidados com os quatro bebês. “Apesar de tudo eu agradeço a Deus pela saúde dos meus filhos e pelo apoio das pessoas que tem sido fenomenal”, finaliza Morales.
Gaby Amarantos, Sandra de Sá, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho. Ícones da cultura popular brasileira com seus rostos estampados em obras renascentistas. Esse é o projeto Negro Nobre do designer carioca Alberto Pereira.
Por Silvia Nascimento
Com um toque de humor, que inocente não tem nada, Pereira usa sua arte para afirmar sua etnia e exaltar a negritude em um período onde o negro não era retratado na arte. Ele faz isso por meio da colagem de fotos de negros famosos em imagens de obras clássicas.
“Foi uma maneira de afirmação pelo humor, pela ironia, sem entrar no discurso de ódio que venho observando há um tempo. O engraçado é que muitos negros acabam protestando e buscando se afirmar pelo ódio, o que gera mais preconceito”, explica do designer de 26 anos.
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Atualmente trabalhando na área de negócios digitais do jornal O Globo, Alberto começou o projeto depois de uma brincadeira com sua foto de perfil no Facebook. Na sua conta do Instagram é possível ver suas obras, inclusive a sua favorita que é o Mr. Catra como Mozart. Outro que o designer também tem grande apreço é o da Sandra de Sá. “A Sandra de Sá viu e se amarrou, me agradeceu, compartilhou. E isso funcionou como um empurrão para mim, de enxergar que fazer essa série era mais do que um passatempo”, relata Pereira.
Sobre inspiração e influências, Alberto não segmenta suas referências pela questão étnica. “Gosto de englobar tudo no grupo da arte; designers, fotógrafos, músicos, artistas gráficos… quando penso em design acabo abraçando uma estética como um todo. Gosto muito do Basquiat, do Keith Haring, do Milton Glaser (designer), Vik Muniz, Os Gêmeos, Onesto, Marcelo Macedo , Saul Bass, Banksy, Emicida, Gilberto Gil, Chico Science, Die Antwoord (banda da áfrica do sul que tem clipes altamente cênicos, cheios de cores, texturas) e por aí vai… vejo design em tudo, é meio abstrato. “, descreve.
Alberto batalha agora para conseguir expor suas obras durante o mês da consciência negra em novembro e também encontrar parceiros para vendê-las. Quem quiser fazer um retrato de si próprio ou para dar de presente, pode entrar em contato direto com Alberto pelo e-mail oalbertopereira@gmail.com.
Negros vivos, algemados e enjaulados, são as peças da exposição proibida em vários países e que está em pré-produção no Brasil
“Denunciar o racismo e as políticas xenofóbicas da Europa”. É assim que o artista plástico sul-africano (branco) Brett Bailey definiu, em entrevista ao jornal “The Guardian” o propósito da sua exposição polêmica “Exhibit B” que está em fase de pré-produção no Brasil.
A intenção é boa, mas os meios são no mínimo questionáveis. Isso porque, para mostrar a crueldade sofrida pelos negros em zoológicos humanos nos séculos 19 e 20, o artista usa atores negros, que passam o tempo todo expostos em correntes, jaulas e posições desconfortáveis para “instruir” o público.
A exposição foi alvo de protesto na Europa e chegou a ser proibida em Londres depois do protesto da comunidade negra local.
No final de junho, durante sua visita ao Brasil, Bailey já recrutou alguns atores brasileiros para sua exposição.
A corrente pró-Bailey defende, que já que há tantos filmes e peças que retratam o sofrimento dos negros durante a escravidão, o trabalho de Bailey tem o seu valor.
Os contra a exposição argumentam que mais uma vez o sofrimento do negro está sendo usado para entreter a elite branca e que os sentimentos dos descendentes das vítimas, estãosendo ignorados.
Ações contra o Zoo Humano no Brasil
A comunidade negra tem usado as redes sociais para informar e mobilizar a população a fim de evitar que a mostra “Exhibit B” chegue ao Brasil. O site Avaaz já colheu quase 3 mil assinaturas de brasileiros que não querem que a exposição aconteça no Brasil.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bretty Bailey disse que os locais onde a exposição ocorrerá no Brasil vão depender dos encontros que ele tem agendado com ativistas locais. “Preciso encontrar ativistas dessas cidades, colocá-los a par do que estou fazendo, de onde eu venho e por que estou fazendo isso. Preciso manter esse diálogo aberto”, disse o artista ao jornal.
Negros vivos, algemados e enjaulados, são as peças da exposição proibida em vários países e que está em pré-produção no Brasil
“Denunciar o racismo e as políticas xenofóbicas da Europa”. É assim que o artista plástico sul-africano (branco) Brett Bailey definiu, em entrevista ao jornal “The Guardian” o propósito da sua exposição polêmica “Exhibit B” que está em fase de pré-produção no Brasil.
A intenção é boa, mas os meios são no mínimo questionáveis. Isso porque, para mostrar a crueldade sofrida pelos negros em zoológicos humanos nos séculos 19 e 20, o artista usa atores negros, que passam o tempo todo expostos em correntes, jaulas e posições desconfortáveis para “instruir” o público.
A exposição foi alvo de protesto na Europa e chegou a ser proibida em Londres depois do protesto da comunidade negra local.
No final de junho, durante sua visita ao Brasil, Bailey já recrutou alguns atores brasileiros para sua exposição.
A corrente pró-Bailey defende, que já que há tantos filmes e peças que retratam o sofrimento dos negros durante a escravidão, o trabalho de Bailey tem o seu valor.
Os contra a exposição argumentam que mais uma vez o sofrimento do negro está sendo usado para entreter a elite branca e que os sentimentos dos descendentes das vítimas, estãosendo ignorados.
Ações contra o Zoo Humano no Brasil
A comunidade negra tem usado as redes sociais para informar e mobilizar a população a fim de evitar que a mostra “Exhibit B” chegue ao Brasil. O site Avaaz já colheu quase 3 mil assinaturas de brasileiros que não querem que a exposição aconteça no Brasil.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bretty Bailey disse que os locais onde a exposição ocorrerá no Brasil vão depender dos encontros que ele tem agendado com ativistas locais. “Preciso encontrar ativistas dessas cidades, colocá-los a par do que estou fazendo, de onde eu venho e por que estou fazendo isso. Preciso manter esse diálogo aberto”, disse o artista ao jornal.
Negros vivos, algemados e enjaulados, são as peças da exposição proibida em vários países e que está em pré-produção no Brasil
“Denunciar o racismo e as políticas xenofóbicas da Europa”. É assim que o artista plástico sul-africano (branco) Brett Bailey definiu, em entrevista ao jornal “The Guardian” o propósito da sua exposição polêmica “Exhibit B” que está em fase de pré-produção no Brasil.
A intenção é boa, mas os meios são no mínimo questionáveis. Isso porque, para mostrar a crueldade sofrida pelos negros em zoológicos humanos nos séculos 19 e 20, o artista usa atores negros, que passam o tempo todo expostos em correntes, jaulas e posições desconfortáveis para “instruir” o público.
A exposição foi alvo de protesto na Europa e chegou a ser proibida em Londres depois do protesto da comunidade negra local.
No final de junho, durante sua visita ao Brasil, Bailey já recrutou alguns atores brasileiros para sua exposição.
A corrente pró-Bailey defende, que já que há tantos filmes e peças que retratam o sofrimento dos negros durante a escravidão, o trabalho de Bailey tem o seu valor.
Os contra a exposição argumentam que mais uma vez o sofrimento do negro está sendo usado para entreter a elite branca e que os sentimentos dos descendentes das vítimas, estãosendo ignorados.
Ações contra o Zoo Humano no Brasil
A comunidade negra tem usado as redes sociais para informar e mobilizar a população a fim de evitar que a mostra “Exhibit B” chegue ao Brasil. O site Avaaz já colheu quase 3 mil assinaturas de brasileiros que não querem que a exposição aconteça no Brasil.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bretty Bailey disse que os locais onde a exposição ocorrerá no Brasil vão depender dos encontros que ele tem agendado com ativistas locais. “Preciso encontrar ativistas dessas cidades, colocá-los a par do que estou fazendo, de onde eu venho e por que estou fazendo isso. Preciso manter esse diálogo aberto”, disse o artista ao jornal.
Por Silvia Nascimento –Com problemas na parte elétrica do seu carro, a ativista negra Sandra Bland, de 28 anos, foi parada pela polícia no dia 10 de julho, no estado americano do Texas. Uma falha que poderia render simplesmente uma multa, resultou na prisão da jovem que foi encontrada morta na cela três dias depois. A polícia local alega suicídio.
Um vídeo divulgado hoje pela imprensa americana mostra a abordagem agressiva e violenta do policial que se irritou com o fato de Sandra não querer apagar o cigarro enquanto ele a interrogava. Depois de ameaçar a ativista com sua pistola elétrica ele a força a sair do carro e machuca seus pulsos enquanto coloca as algemas. No vídeo é possível ouvi-la gritando de dor enquanto é algemada.
A polícia do Texas defende que Sandra se matou na cadeia, já que seu corpo foi encontrado pendurado com um saco preto na cabeça – usado para manter a privacidade das presas e ela apresentava um perfil depressivo. A família da americana contesta, dizendo que Sandra nunca teve depressão e como ativista, jamais tiraria sua própria vida na cadeia.
Este é mais um dos inúmeros casos de abuso policial cometidos contra negros nos EUA, país onde o presidente também é negro e mesmo após diversas mobilizações sociais, os policias parecem não se intimidar.
Zelo de celebridade quando o preso é branco
Nas redes sociais, muitos compararam o tratamento dado a Sandra com o recebido por Dylaan Roof, que assassinou 9 negros durante uma missa, em uma igreja na Carolina do Norte no mês passado.
O jovem teve uma escolta digna de rock star e quando teve fome, comeu um hambúrguer do Burger King providenciado por um dos policiais. O colete a prova de balas também mostra o zelo com o assassino, dispensado quando o preso é negro.
Freddie Gray foi preso em Abril deste ano, em Baltimore por carregar uma arma que era permitida no Estado e morreu no camburão, com diversas vértebras quebradas por estar algemado e sem cinto de segurança.
Foto 1: Dyllan Roof: matou nove negros Foto 2) Sandra Bland: não usou o pisca alerta. Morreu na prisão. Foto 3) Freddy Gray: preso por carregar uma navalha. Sofreu lesões no camburão e morreu no hospital
Da redação – Um movimento revolucionário de artistas negros que juntamente com o movimento negro, usaram a arte para disseminar a cultura e história negra para as massas. Este o Teatro Popular Solano Trindade. Raquel Trindade, filha do ativista Solano Trindade falecido em 74, fundou o teatro há 40 anos.
Para comemorar esta 4ª década, o Auditório do Ibirapuera – Oscar Niemeyer, receberá os membros da família Trindade (e convidados) para o lançamento do CD o CD Ossé – Vitor da Trindad, neste sábado (25), em São Paulo.
O evento – gratuito – com início a partir das 20h começa fora do palco, com os membros do Teatro Popular Solano Trindade abrindo caminho entre o público no foyer da casa ao som do Samba Lenço Rural Paulista, cuja origem está nos primeiros batuques africanos no Brasil. Na sequência, emendam com a dança Coco de Alagoas e Pernambuco, convidando a plateia a entrar no Auditório e iniciar o espetáculo com histórias contadas por Raquel Trindade.
Zinho abre o repertório musical com Rio, de Vitor e Solano Trindade, também compositores das demais canções a serem ouvidas naquele palco: Xangô, Bolinha de Gude, Canto da Musa Crioula, Navio Negreiro, Contrastes, Poema A Mulher Negra, Amor, Balada Molenga a Uma Negra Dengosa, Mulata, Batuque da Jurema e Maracatucar.
Serviço
SERVIÇO
40 anos do Teatro Popular Solano Trindade
Dia 25 de julho (sábado), às 20h
Duração: 90 minutos (aproximadamente)
Ingressos: Gratuitos e distribuídos com 1h30 de antecedência do espetáculo.
Classificação indicativa: Livre.
Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer
Capacidade: 800 lugares
Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera
Ar-condicionado. Acesso a deficientes. Proibido fumar no local.
Estacionamentos / Transporte:
Estacionamento do Parque Ibirapuera, sistema Zona Azul – R$ 5,00 por duas
horas. Dias úteis das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados das 8h às 18h
Ônibus:
Linha 5154 – Terminal Sto Amaro / Estação da Luz
Linha 5630 – Terminal Grajaú / Metrô Bras
Linha 675N – Metrô Ana Rosa / Terminal Sto. Amaro
Linha 677A – Metrô Ana Rosa / Jardim Ângela
Linha 775C/10 – Jardim Maria Sampaio / Metrô Santa Cruz
Linha 775A/10 – Jd. Adalgiza / Metrô Vila Mariana
O Auditório Ibirapuera não possui estacionamento ou sistema de valet. O estacionamento do Parque Ibirapuera é Zona Azul e tem vagas limitadas. Sugerimos que venha de táxi ou transporte público
Horários da bilheteria:
Quinta-feira: das 11h às 20h
Sexta-feira e sábado: das 11h às 22h
Domingo: das 11h às 20h
Ingressos
Sistema Ingresso Rápido, pelo site www.ingressorapido.com.bre pontos de venda espalhados por todo o Brasil.
Com a proposta de “enegrecer” os espaços públicos da cidade de São Paulo, levando para esses lugares uma programação com entretenimento e reflexão, o projeto Ocupação Preta tem uma nova edição no próximo dia 25 de julho (sábado), no Centro Cultural da Penha.
Oficina de Turbantes, desfile afro, encontro de cacheadas, shows da rapper Tassia Reis e até um debate sobre afetividade, fazem parte da programação. A entrada é franca. Confira a programação completa:
15h30 – RODA DE CONVERSA “TEMA: AFETIVIDADE”, com Flávia Mateus
Rios e Cléria Rosane dos Santos Prestes (Mediação: Ana Caroline, da Terça Afro)
17h30 – ENCONTRO DE CRESPAS E CACHEADAS com Márcia Turbanista
18h – OFICINAS – TURBANTE, CABELO E MAQUIAGEM, com Márcia Turbanista
18h – SHOW “PENHAROL RAP a DUB” CONVIDA: Dory de Oliveira
18h30 – DESFILE
20h – SHOW DE ENCERRAMENTO COM A CANTORA TÁSSIA REIS20h – SHOW DE ENCERRAMENTO COM A CANTORA TÁSSIA REIS
Serviço: OCUPAÇÃO PRETA
Quando: dia 25 de julho de 2015, a partir das 15h30
Onde: Centro Cultural da Penha (Largo do Rosário, 20, zona Leste de São
Paulo)
Quanto: ENTRADA FRANCA
Informações: (11) 2293-6630
O Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.288/2010, completa cinco anos de vigência nesta segunda-feira (20), com desafio de equiparar direitos e superar o racismo, segundo especialistas. Em 65 artigos, o estatuto abrange diversas áreas como cultura, esporte, saúde, moradia, religião e comunicação. Mas, para que a norma seja efetivada, é preciso atuação de órgãos federais, estaduais e municipais, além da participação do setor privado.
Para o professor de direito da Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro Thomaz Pereira, algumas medidas do estatuto são gerais e demandam algum tipo de iniciativa específica. “Às vezes, é uma lei, às vezes, são medidas no âmbito das secretariais estaduais, municipais ou de ministérios”, diz o professor.
Os negros são, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, mais da metade da população brasileira, 52,9% – soma daqueles que se declaram pretos e pardos. A porcentagem, no entanto, não se repete em espaços acadêmicos. De um total de 387,4 mil pós-graduandos, 112 mil são negros – menos da metade dos 270,6 mil brancos. Também não se mantém na Câmara dos Deputados, onde quase 80% dos deputados se declararam brancos, tampouco nos meios de comunicação.
Histórico
O professor explica que projeto de lei surge a partir da demanda da sociedade, dos movimentos sociais, em um contexto em que diversas medidas vinham sendo tomadas para promover a igualdade racial. Entre as medidas, está a adoção das cotas raciais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e, no âmbito federal, pela Universidade de Brasília (UnB).
“O estatuto é quase como se fosse uma mini Constituição no sentido de representar e de unir em um documento só medidas diferentes. Uma coisa interessante no estatuto é a sua própria estrutura. Ele trata de saúde, de educação, esporte e lazer, além de direito de liberdade de consciência, de crença, de cultos religiosos, de acesso à moradia, de trabalho, dos meios de comunicação. Todas essas diversas áreas aparecem de maneira diferente e exigem soluções diferentes”, explica o professor.
“Se as pessoas continuam afirmando que não existe racismo no Brasil, fica muito mais difícil superá-lo. O primeiro passo da superação é reconhecer que ele existe”.
A observação é de Vera Baroni, integrante da coordenação da Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco e da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras. Segundo ela, apesar dos esforços feitos até agora, o estatuto ainda não está devidamente conhecido para que possa ser mais amplamente cobrado e efetivado.
Reforma
O diretor executivo da organização não governamental (ONG) Educafro, frei David Santos, defende uma reforma do estatuto. Segundo ele, as mudanças feitas durante a tramitação da lei no Congresso Nacional enfraqueceram o dispositivo. Termos que obrigavam certas medidas foram substituídos por mais brandos, que apenas as incentivavam. “Estamos procurando deputados de vários partidos que possam ajudar na composição de equipe pluripartidária que trabalhe com garra nessa missão.”
Frei David
Ele cita como exemplo a retirada, do texto-base do estatuto, da obrigação de pelo menos 20% dos atores e figurante de filmes e programas de televisão serem negros. Segundo ele, caso isso ocorresse haveria mais negros nesses espaços e ações de racismo, como as sofridas pela jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, seriam reduzidas.
“O Brasil atravessa o momento de despertar do povo negro. A questão do negro vai continuar essa luta até que a sociedade branca consiga entender nosso direito e assim teremos a inserção de negros e brancos como irmãos, que é o que queremos”.
O senador Paulo Paim (PT-RS) é o autor do projeto que deu origem ao Estatuto da Igualdade RacialMarcelo Camargo/Agência Brasil
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto que deu origem à lei, uma reforma seria retrocesso. “O estatuto não é uma lei perfeita, mas não dá para usar a desculpa de que teve esse ou aquele veto para enfraquecer uma conquista do povo brasileiro”, diz.
“O que temos que fazer são reformas pontuais, propondo projetos que possam incorporar alguns artigos. A política de cotas na educação, por exemplo, não entrou no estatuto, mas trabalhamos de forma pontual e hoje ela está incorporada”, acrescenta.
Perguntado se, em cinco anos, o estatuto cumpre seu papel, Paim diz que isso deverá ser feito ao longo da história. “São dezenas de artigos e cada um cria uma lei. Até que seja implementado, leva tempo. Mas acho que tem ajudado. Se com a lei tudo pode, fora dela, não pode nada. A lei é um instrumento para combater o racismo e conseguimos avançar em algumas questões”.
Apesar do grande número de sites, blogs para negros na internet, ainda há poucos espaços para este público em frente às câmeras. Numa breve pesquisa no YouTube eu achei muitos canais voltados a beleza negra, sobretudo sobre cabelos crespos, mas poucas coisas relacionadas à comunidade negra fora do aspecto estético.
Selecionei alguns que me chamaram a atenção pelo conteúdo e outros pelo aspecto técnico. Se você gosta de comunicação e tem uma câmera decente no seu celular ou tablet que tal se arriscar em verbalizar suas opiniões, ideias e reflexões sobre o que é ser negro no Brasil? Confira nossas dicas:
Apenas Ana
Esse é um dos canais mais populares voltado ao cuidados com os cabelos crespos. Ana, a dona do canal, tem apenas 16 anos, mas dá dicas preciosas de cuidados com os fios que servem para todas as idades. Dicas de produtos, macetes caseiros, aulinha de maquiagem e até um diário aberto estão entre os vídeos da vlogueira que tem milhares de acessos.
A Cor da Cultura
Este espaço foi desenvolvido pelo canal Futura com o objetivo de popularizar a cultura negra nas escolas. Educação, música e ancestralidade são alguns dos temas discutidos por profissionais de diversas areas no canal.
Tá bom pra você
“ Margarina Black: porque negro também come pão com com margarina”. Essa é alguma das sátiras que o ator global Érico Brás junto com sua trupe, faz com a publicidade brasileira raramente mostra negros em comerciais de produtos básicos, como margarina, pasta de dente e farinha.
Racionais TV
Esse não é bem um canal exclusivamente para negros, mas neste espaço os integrantes do maior grupo de rap do Brasil não só mostra suas músicas, mas discutem temas de grande interesse para comunidade negra da periferia.
Windeck
Pense em uma novela onde a maioria do elenco é formada por negros ricos, poderosos e chiquérrimos. Essa novela é a Windeck. Produzida na Angola ela terminou em 2013, mas tem todos os episódios disponíveis em seu canal no YouTube.