Embora ainda tenham desvantagens na disputa por vagas no mercado de trabalho, os negros passaram a ter rendimentos mais próximos dos não negros no ano passado, em comparação com 2014. Mas isso ocorreu porque foi maior a queda dos ganhos dos não negros que passaram a receber valores 8% menores do que no ano anterior, enquanto os negros tiveram um recuo médio de 2,2%.
Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) feita em conjunto pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade). O levantamento, feito com base na PED mensal, é divulgado, anualmente, para marcar o Dia Nacional da Consciência Negra, a ser comemorado, no próximo domingo (20).
A pesquisa mostra que, por hora, os negros estavam recebendo em média R$ 9,39 ou 67,7% do valor obtido pelos não negros (R$ 13,88). O percentual era de 63,7% em 2014 e já chegou a equivaler a 54,6% em 2002. Como efeito da crise econômica, o corte de vagas atingiu mais os negros cuja taxa de desemprego subiu de 12% para 14,9%, enquanto a dos não negros passou de 10,1% para 12% .
Mesmo assim, os negros ampliaram a sua participação no mercado de trabalho dos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), no ano passado, atingindo 40% do total de ocupados ante 37,9% em 2014. Já a parcela de desempregados subiu de 42,6% para 46,3%.
Pesquisa por setores
No setor industrial, não houve alteração proporcional de rendimentos.Os negros continuaram ganhando o equivalente a 70% dos não negros. Já em dois outros setores, houve elevação: no comércio (de 70,2% para 76,9% ) e, na construção (de 76,7% para 79,9%).
Em relação às chances de contratação, os negros conseguiram menor inserção no segmento de serviços com uma participação de 56,8% na comparação com os não negros (58,8%). O mesmo ocorreu no segmento da indústria com a ocupação de 15,5% ante 16,2% dos não negros e no comércio com 17,2% ante 18,2%. Já na construção, os negros superam com 9,3% sobre 5,6% dos não negros.
A taxa dos que conseguiram empregos formalizados atingiu 63,4% acima do índice dos não negros (62,3%). A desvantagem, no entanto, continua em postos do setor público, onde os negros têm uma participação de 6,6% e os não negros de 9,0%. Também existem diferenças nas ocupações de vagas em que os rendimentos costumam ser menores. Neste postos, os negros estão mais presentes (8,7%) ante 4,7% dos não negros.
Do total de 40% dos postos ocupados pelos negros, no ano passado, 18,4% eram mulheres e 21,6% homens.
*Fernando Montenegro – Pesquisador de percepção do consumidor, especializado em Afroconsumo.
A ETNUS | Afroconsumo, verificou que a ausência de pessoas negras dentro das agências de publicidade/comunicação e/ou em departamentos de marketing/comunicação das empresas é determinante na inclusão correta de pessoas negras como aspiracionais.
Em estudo de 2015 sobre a presença dos negros nas cinquenta maiores agências de publicidade do país, realizado pelo analista de monitoramento e métricas, André Brazoli, a consultora de comunicação digital do Ministério da Justiça, Danila Dourado, e a gerente de projetos de mídias sociais, Teresa Rocha, fica evidente a não participação de pessoas negras nas tomadas de decisão. Segundo o levantamento, a cada mil funcionários desses locais, apenas trinta e cinco são negros. A pesquisa também aponta que os afrodescendentes ocupam apenas 0,74% dos cargos de alta direção.
Em outra observação de 2013, analisando os afrodescendentes nas Propagandas de Jornais Paulistas, feita pela equipe composta por Sibele Gomes de Santana Faria, Jouliana Jordan Nohara e Evandro Luiz Lopes, publicada pela ANPAD (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração), baseada na contagem dos afro-brasileiros realizada pelo IBGE, constatou-se que, para cada negro representado em propagandas dos jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, equivalia a uma média de 16,58 brancos.
Propaganda da Vivo, maior operadora de celulares do Brasil
https://youtu.be/xlT9KPDuqX8
Outro dado interessante é o do levantamento feito pela jornalista e social mídia Nadja Pereira, que estudou a presença de pessoas negras na publicidade veiculada no Youtube, onde, por exemplo, apenas 27% das publicações do canal da Natura tinham a presença de pessoas negras, destoando consideravelmente dos quase 54% da maioria étnica brasileira.
Na semana do dia 14 de março de 2016, monitoramos o horário nobre mais caro da televisão brasileira, o do Jornal Nacional. De todos os anúncios publicitários exibidos para a praça paulistana, apenas 12,5% tinham como protagonistas, pessoas negras.
Propaganda da Caixa Econômica Federal, veiculada no intervalo do Jornal Nacional, durante o monitoramento.
Respaldados por estes dados, acrescentando esclarecimentos com profissionais da área, análises em meios digitais, campanhas publicitárias, etc, pudemos perceber que a falta de representatividade dos afrodescendentes como agentes consumidores dá-se por dois motivos principais:
1 – O mito coletivo de que pessoas negras não têm potencial de consumo/não consomem.
2 – Os responsáveis pela comunicação/produção industrial são pessoas não negras, que têm, como repertório, um imaginário bem descolado da realidade do público com quem querem se comunicar e ainda se alimentam dos estereótipos ultrapassados acerca dos afrodescendentes. Estes dois principais fatores influenciam de forma negativa, direta ou indiretamente, o papel do negro dentro da sociedade de consumo.
Foto: Reprodução/ Facebook
Mercado promissor
Na contramão da crise, algumas empresas estão faturando alto, pois enxergaram potencial de consumo neste público desprovido de relações de identidade com a maioria das marcas: ora por ruídos na linguagem, ora por não se sentirem atendidos e representados em suas características étnico-raciais.
Consolidada como uma das principais referências em consumo afro-especializado, passando pela moda, gastronomia, produção de conteúdo, música e arte, a Feira Preta completa em 2016 seu 15º aniversário, consolidando ainda mais a força de sua marca e gerando negócios que movimentam em torno de R$700 mil ao ano.
Foto: Feira Preta (Reprodução/Facebook)
Em matéria publicada no site da Istoé Dinheiro, outro exemplo, com faturamento previsto para chegar em seu primeiro bilhão em 2018, é a rede de salões Beleza Natural, que apostou na valorização de um filão específico de mercado, pouquíssimo valorizado, até então: a estética negra. Hoje, é um dos principais modelos no assunto, atuando em diversos estados brasileiros, com mais de quarenta unidades de negócios (incluindo institutos, lojas de produtos e quiosques) espalhadas pelo país.
Neste mesmo contexto e sentindo os efeitos da queda de 26% nas vendas de alisantes no ano de 2015, anunciada pela Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), a Salon Line, especializada em produtos desse gênero, criou uma linha totalmente pensada para assistir esta demanda crescente do mercado consumidor brasileiro: mulheres de cabelos entre o crespo e o ondulado, que, segundo estimativa da rede Beleza Natural, representam 70% das brasileiras, já que esse tipo de madeixa exige cuidados diferentes dos fios lisos naturais.
(Foto: Encrespa 2015/ Blog Modices)
Sendo assim, ao considerar os dados acima, comprovamos em números a importância destas ações e mensuramos o resultado positivo que isso traz, para que essa representação sirva de incentivo, seja frequente e natural. Demonstramos também, que o respeito às particularidades e diferenças étnico-raciais, trazem o consumidor mais próximo das empresas e de seus produtos ou serviços, fazendo com que todos ganhem. Não falamos apenas sobre incluir negros na publicidade ou nas agências, mas sim, de solidificar a importância representativa que isso tem. Não basta termos mais negros na publicidade, se a exposição não for correta. Não basta termos mais negros nas agências, se eles próprios não tiverem consciência sobre a importância política da representatividade de estarem nesses lugares.
Benin, Togo, Nigéria, Angola, Moçambique e Senegal são alguns dos países presentes durante a quarta edição da Feafro – Feira Afro-étnica que acontece no próximo dia 22 em São Paulo. Comandado pela empresária Silvana Saraiva é evento é proporciona o intercâmbio entre empresários brasileiros e os do continente africano, movimentando milhões de reais a cada edição.
Esse anos, mais um vez a feira acontece no Expocenter Norte, em São Paulo, a partir das 10h.
Mais informações no site www.feafro.com.br
Confira a programação:
PROGRAMAÇÃO
HORÁRIO
TEMA
PALESTRANTE
09:00
Credenciamento
10:00
Abertura
10:30
Direção das Exportações para o Continente Africano
GILBERTO LIMA: CEO da Going Global Consulting e o mais Alto Representante para a América Latina da União dos Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, (UE – CPLP)
11:30
Setores para Investimento e Desenvolvimento
INNOCENT EBERE UKANYRIOHA: CEO da Front Line Nigerian Consortium, Bnbc-brazil Nigeria Business Consortium e Presidente do principal partido da Nigéria, PDP (Partido do Povo da Nigéria).
12:15
Almoço
13:30
Oportunidades em Infraestruturas, Energias e Agricultura
JOAQUIM AUGUSTO BELO BARROSO MANGUEIRA: Embaixador de carreira e Cônsul Geral de Angola em São Paulo.
14:15
Políticas Públicas e Acordos Econômicos com África
DEPUTADA FEDERAL TIA ERON: vereadora por 4 mandatos pelo Estado da Bahia e atual, Presidente do PRB Bahia e atual deputada federal.
15:30
Empreendedorismo no setor de serviços e economia criativa
SILVANA SARAIVA, Presidente Mundial do Instituto FEAFRO e da FEAFRO INTERNATIONAL BUSINESS FAIR. Especialista em relações internacionais com África e Gestão Cultural pela FGV.
16:15
Coffee Break
16:30
RODADA DE NEGÓCIOS
Benin, Togo, Nigéria, Angola, Moçambique e Senegal
No dia 17 de novembro o Itaú Cultural abre a Ocupação Abdias Nascimento que mostra toda a trajetória do intelectual negro, fundamental para a história de combate ao racismo no Brasil. A exposição resgata momentos emblemáticos em sua história, sua participação em grupos artísticos como a Santa Hermandad Orquídea, o Teatro do Sentenciado, o Teatro Experimental do Negro e o Museu de Arte Negra, e de grupos de articulação política, social e de pesquisa como a Convenção Nacional do Negro, o Memorial Zumbi e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros – Ipeafro. Estão também representados seus mandatos como Deputado e Senador.
No legado que Abdias (1914-2011) deixou para o país, as suas obras teóricas que abordam questões relacionadas a lutas sociais, afirmação de identidades negras e defesa de seus direitos. Depois de intensa pesquisa a partir, em sua maior parte, do acervo do Ipeafro, a curadoria reúne exposição pinturas, documentos históricos, correspondências, discursos, entrevistas, depoimentos, manuscritos e fotografias. A curadoria é do Itaú Cultural, do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, de Vinícius Simões, que também assina a cenografia, e de Elisa Larkin Nascimento, co-fundadora e diretora presidente do Ipeafro.
SERVIÇO
Ocupação Abdias Nascimento
De 17 de novembro de 2016 a 15 de janeiro de 2017
Abertura para convidados: 16 de novembro
De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h (permanência até as 20h30)
Sábado, domingo e feriado, das 11h às 20h
Piso 1
Indicada para maiores de 12 anos
Entrada gratuita
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela
Rua Leôncio de Carvalho
R$ 10 pelo período de 12 horas
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 e 12 horas: R$ 10
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: +55 11 2168-1776/1777
atendimento@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
Motumbá é uma palavra de origem Yorubáque, mais do que uma saudação, significa bênção entre os nagôs. Criar uma mostra artística que valoriza a representatividade da produção proveniente de matrizes africanas legitimadas por trajetórias de vida, posicionamentos sociopolíticos e estéticos são eixos para essa programação que saúda e celebra o protagonismo das expressões culturais negras. Assim pode ser resumida, de forma muito singela, a nova proposta do Sesc Belenzinho, “Motumbá: Memórias e Existências Negras”, que se inicia em novembro, mês que comemora a consciência negra, e seguirá em cartaz até março de 2017. As atividades promovidas irão ocupar diversos espaços abertos e fechados da unidade[Comedoria, Teatro, Praça, Sala de Espetáculos I e II, Convivência, Oficinas] para apresentar ao público atrações de música, dança, teatro, performance, literatura, cinema, artes visuais e rodas de reflexão e debate.
“Motumbá: Memórias e Existências Negras”, conforme a equipe de programação e curadoria do Sesc e o co-curador convidado, João Nascimento, “é uma oportunidade para construir e apresentar a diversos públicos um abrangente panorama artístico produzido por brasileiros, bem como artistas estrangeiros convidados.Reunir,em um único espaço, artistas da cena preta como um ato simbólico de afirmação, valorização e fortalecimento das culturas de resistência ao mercado eurocêntrico que privilegia determinadas linguagens, estilos e pensamentos. Esta mostra contempla a magnitude de poéticas, estéticas e temáticas a partir de abordagens representativas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros e/ou periféricos e/ou trabalhos sólidos que possuem profundidade e verticalidade em pesquisas acerca de uma cultura brasileira de matrizes africanas, legitimados por trajetórias de vida e posicionamentos sociopolíticos”.
Ainda de acordo com a equipe de curadoras e curadores, “é central a noção de representatividade nessa iniciativa que propõe dar visibilidade para a produção artística negra, abrindo espaço para debates, circulação de pensamentos e construção de olhares contemplativos que questionem preconceitos e noções hegemônicas sobre as artes e manifestações culturais. Com isto, espera-se estimular a ressignificação de termos pejorativos, hábitos eurocêntricos culturais herdados por uma história que folcloriza, estereotipa e não abarca potências das artes de matrizes negras e periféricas”.
Para isso, “Motumbá: Memórias e Existências Negras” pretende recontar mitos, trazer para o foco das discussões memórias e tradições, apresentar novas linguagens e criações, discutir a existência, problematizar e refletir a história e suas narrativas para, então, descortinar o véu que ofusca e esconde as belezas negras da sociedade brasileira. Fiel à premissa de levar adiante os objetivos da programação, os organizadores não poderiam ter escolhido melhor termo para abrir e dar nome à mostra. Salve!
Programação
De acordo com a equipe de curadoria, a programação reflete o objetivo central do projeto como um todo, que é ampliar experiências estéticas, políticas, noções culturais e conceitos gerais a respeito das artes negras, de seus protagonistas, matrizes e diversidades de suas expressões.
Opanijé
Dia: 19 de novembro (sábado)
Hora: 21h30
Em sua apresentação, os integrantes do grupo Opanijé – Lázaro Erê (voz e letras), Rone Dum-Dum (voz e letras),Dj Chiba D (toca-discos) e Zezé Olukemi (percussão)– brindarão o públicocom letras que exaltam a cultura negra e a ancestralidade africana, reunindo samplers, efeitos e batidas eletrônicas ao que há de mais tradicional na cultura afro-baiana, como berimbaus, instrumentos percussivos e cânticos de candomblé. Juntos desde 2005, os músicos, em sua trajetória, já dividiram o palco com o rapper paulistano Thaide(no Carnaval), do projeto Soletrando Atitudes (Escola Estadual João das Botas), com o rapper carioca B. Negão, do Pelourinho na Rota da Rima. Eles também se apresentaram com o consagrado grupo Z’África Brasil, do Blackitude+Zumbi, junto aos rappers haitianos do Vox Sambou e Diegal, do grupo Nomadic Massive, radicado no Canadá, e no Festival Hip Hop Zumbi,que contou com as participações dos norte-americanos Nobody Famous e Dj Bobbyto (espetáculo não recomendado para menores de 18 anos; ingressos a R$ 6, R$ 12 e R$ 20).
Dança
Dentro da mostra “Motumbá: Raízes e Existências Negras”, as atividades relacionadas à dança foram idealizadas a partir da busca por grupos que se dedicam à pesquisa e criação, estabelecendo interfaces entre os universos das tradições e aquilo que se convenciona de contemporâneo. Além desse foco, a proposta é contemplar apresentações de grupos que não falem diretamente sobre o tema, mas, antes, que tragam em suas formações e corporeidades a vivência negra e periférica.
O Corpo Negro na Dança e “Um Filme de Dança”
Dia: 24 de novembro (quinta-feira)
Hora: 20h
A palestra O Corpo Negro na Dança será seguida de exibição do longa-metragem “Um Filme de Dança”. A atividade, que se concluirá com um debate, tem à frente a coreógrafa, pesquisadora e realizadora audiovisual Carmen Luz, autora do filme (censura livre; grátis).
Mix Memória
Dias: 25 a 27 de novembro (sexta, sábado e domingo) Hora: sexta e sábado, às 21h30; domingo, às 18h30
O espetáculo Mix Memória, com a Cia Étnica, foi concebido como uma tradução, em dança e imagens, do provérbio africano Sankofa: “O que quer que seja que tenha sido perdido, esquecido, renunciado ou privado, pode ser reclamado, reavivado, preservado ou perpetuado”. MixMemória reúne, decompõe e rearticula para o presente alguns objetos, vídeos, células e coreografias criados pela companhia entre 2004 e 2015 (espetáculo livre; ingressos a R$ 6, R$ 10 e R$ 20).
“Todo Corpo Importa – Poéticas para Imaginar, Viver e Dançar”
Dias: 25 a 27 de novembro (sexta, sábado e domingo) Hora: sexta e sábado, das 15h às 19h; domingo, das 13h às 17h
Conduzida pela Cia Étnica, esta oficina foi idealizada a partir dos temas do encontro, da memória e da igualdade. Aatividade, concebida pela coreógrafa Carmen Luz, propõe estimular e preparar o corpo, a imaginação e o pensamento dos participantes para a experimentação e a criação dos processos denominados, AREC – Atos de Resistência, Existência e Convivência (não recomendado para menores de 16 anos; grátis)
Fique ligado para o que está por vir:
A mostra se estenderá em dezembro e durante os primeiros meses de 2017. Em música, estão previstos shows variados, como “Hip Hop das Minas”, sob o comando de Yzalú e parceiras do hip hop, do ativismo periférico e do feminismo negro; o “Baile dos Orixás”, com Guga Stroeter& Orquestra HB; Tião Carvalho e grupo Cupuaçu, entre outros. Em dança, entre os destaques, os espetáculos “ Yebo”, com Gumboot Dance Brasil, e “O Reino do Outro Mundo – Orixás, com a Cia Rubens Barbot, e “Terreiro Urbano, com o grupo Treme Terra.No palco, Monica Santana apresentará a peça “Isto Não É Uma Mulata” ePriscila Rezende protagonizará a performance “Bombril”, que reflete a inferiorização à qual o negro é submetido devido a sua estética. Também estão previstos debates, exibição de filmes e ateliês de artes manuais.
Gilberto Gil é entrevistado pela equipe do Mídia Étnica
(Foto: Facebook)
Não dá para pensar em direitos iguais e diversidade sem comunicação. A Internet é um meio de baixo custo e muitas vezes até gratuito onde qualquer um pode criar um canal no Youtube, um blog para expor suas ideias para o mundo ou uma página no Facebook para promover seus negócios e serviços. Nós negros sabemos muito pouco sobre essas ferramentas e oportunidades, por isso no próximo sábado dia 19, às 15h o site Mundo Negro vai comandar um bate papo com quem entende do assunto: Jornalistas, youtubers e demais produtores de conteúdo.
O evento é gratuito e faz parte da programação do FlinkSampa, no Memorial da América Latina, ao lado da estação Barra Funda do Metrô.
Feira e prêmio de literatura negra, espaço de recreação para crianças negras, festival Afrominuto, Seminário Internacional com membros do Black Lives Matters, homenagem à Elza Sores, show com Liniker, presença das misses Brasil e São Paulo. O Flink Sampa é sem dúvida o maior evento para comunidade negra no Brasil e só mesmo o Memorial da América Latina para dar conta de tantas atrações.
A FlinkSampa – Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra, terá sua quarta edição realizada entre os dias 18 e 19 de novembro, no Memorial da América Latina e nos Campi da UNINOVE e da Universidade Zumbi dos Palmares, em São Paulo. A partir do lema “Eu quero liberdade”, serão realizados debates literários e sociais, mostras de cinema, palestras e outras atividades culturais, focando sempre em questões relacionadas aos direitos dos negros e a favor do fim do panorama de exclusão ainda persistente. Toda a programação é gratuitae aberta ao público.
“O pilar central da FlinkSampa está relacionado à luta pelo direito do negro à liberdade física, de expressão individual e coletiva, de exercer qualquer trabalho ou profissão e, sobretudo, ao direito de ir e vir. O negro tem todo o direito de se movimentar em um mundo, embora muitos ainda sejam hostilizados, presos e até mortos, sem razão alguma”, reivindica o professor doutor José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, promotora do evento em parceria com a ONG Afrobras.
Nesse sentido, merece destaque a escolha do homenageado desta edição, o advogado Luiz Gama.
Lideranças negras convidam a população a participar de uma vigília em memória a morte de cinco jovens negros que estavam desaparecidos desde 21 de outubro e foram encontrados próximo à um sitio da Policia Militar de São Paulo. Eles foram achados no dia 6 de novembro e seus corpos estavam baleados, enterrados em covas rasas e cobertos com cal.
De acordo com o G1, três dos cinco cadáveres encontrados são dos jovens sumidos: Caíque Henrique Machado Silva, de 18 anos, Robson Fernando Donato de Paula, de 16, e César Augusto Gomes da Silva, 19.
Os outros dois corpos devem ser de Jonathan Moreira Ferreira, 18, e Jones Ferreira Januário, 30. Exames de DNA devem confirmar essa suspeita, mas os resultados ainda não ficaram prontos.
ATO-VIGÍLIA
QUINTA-FEIRA | 10 de Novembro | 18h00
Local: Arcadas da Faculdade de Direito da USP – Largo São Francisco – AO LADO da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.
A 10ª edição do Campeonato de Beleza do Sindicato dos Institutos de Beleza e Cabeleireiros de Senhoras do Rio de Janeiro de (Sinbel-RJ), terá duas novas modalidades: Penteado Afro Feminino e Penteado Afro Masculino. O prêmio pode chegar até R$ 40 mil esse ano e os ganhadores ainda receberão Smart TVs de 48 polegadas, notebooks e smartphones, de acordo com a sua colocação em cada categoria.
As novas categorias fazem parte da participação da instituição durante os dias da Hair & Beauty, de 20 a 22 de novembro, no Riocentro. A cantora Preta Gil será a madrinha dessa edição comemorativa de 10 anos.
“Já tivemos o Penteado Afro Feminino e o Penteado Afro Masculino antigamente e essas modalidades voltaram por demanda popular. O mercado está dando evidência ao assunto e a dificuldade em fazer esses penteados atrai o interesse dos cabelereiros”, conta Esther Gonçalves, presidente do Sinbel-RJ.
As outras disputas continuam no roteiro. São elas: Manicure – unhas decoradas; Corte e Cor Comercial Feminino e Masculino; Penteado Livre Criatividade Artística; Maquiagem de caracterização e Penteado de Noiva. Esta última é sempre a mais procurada.
Os interessados em entrar na disputa se inscrevem automaticamente ao comprarem o Kit Campeonato Sinbel, que contém uma capa e um avental personalizados do evento. As vendas são realizadas no site www.hairbeautyexpo.com.br. O valor do conjunto é de R$ 30.
Serviço – Hair & Beauty
Riocentro: Av. Salvador Allende, 6555, Barra da Tijuca (RJ)
Data: de 20 a 22 de novembro
Horário: das 10h às 20h www.hairbeautyexpo.com.br
Boa parte do planeta despertou indignada com a eleição de Donald Trump como novo presidente americano. O fato de votar não ser obrigatório nos EUA têm feito com que muitos analistas apontassem o feito “whitelash” como um dos responsáveis pela eleição do candidato republicano.
Para o comentarista da CNN Van Jones, dentro da perspectiva de raça, houve uma união entre os brancos contra uma política inclusiva praticada pelo atual presidente Barack Obama.
“Eu tenho amigos mulçumanos perguntando se devem deixar o país, eu tenho amigos imigrantes que estão aterrorizados”, explica o comentarista que diz que será difícil explicar para os filhos o que ainda está pro vir.
“Nós tentamos explicar essa eleição por vários ângulos, mas não falamos da questão de raça. Essa foi uma whitelash (união dos brancos), contra as mudanças do país, contra um presidente negro”, alerta Jones.
“Trump tem uma grande responsabilidade que é a de ser também o presidente das pessoas que ele insultou e excluiu. Nós não queremos sentir que alguém for eleito, por nos preterir, por achar que há pessoas mais importantes do que nós. Essa eleição não foi somente sobre questões de raça, mas temos que falar sobre isso também”, conclui.