Em 2013 a fotógrafa Marcela Bonfim visitou as comunidades quilombolas, tradicionais, indígenas e urbanas, além de terreiros e festejos religiosos na região do Vale do Guaporé (RO). Nesta viagem foram produzidas algumas das fotografias que hoje compõe a exposição “(Re)Conhecendo a Amazônia Negra”.
Ao todo, são 55 imagens, que contam com registros feitos no Mato Grosso (MT), Maranhão (MA) e Pará (PA), além do Vale do Guaporé (RO). As fotografias ilustram as mais diversas identidades e culturas presentes entre os povos negros do local e a importância social das religiões de matriz africana na construção do Brasil.
“Madona Negra” – Foto: Marcela Bonfim
A fotógrafa registrou diversas expressões dos grupos que residem na região norte do país, dentre eles remanescentes quilombolas, afro-indígenas, barbadianos e também haitianos.
A exposição ficará no “CAIXA Cultural São Paulo” do dia 7 de outubro até o dia 17 de dezembro. No dia 11 de novembro haverá o lançamento do catálogo e um bate-papo com a fotógrafa, às 11h da manhã. O patrocínio do evento é da Caixa Econômica Federal, com visitação gratuita e classificação livre. A “CAIXA Cultural São Paulo” fica na Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo (SP) – próxima à estação Sé do Metrô.
Maria Gal ganhou, em 2017, o prêmio de melhor atriz no “Madrid Internacional Festival” pelo trabalho no filme “A Carga”. A atriz, porém, é mais conhecida do grande público por trabalhos na TV. Ela passou por algumas novelas: “Carrosel”, “Gabriela” e “Joia Rara”.
Maria estará palestrando no “TEDx São Paulo Futuro do Trabalho”, falando sobre o racismo no audiovisual. O TED tem como objetivo disseminar ideias e compartilhar experiências inspiradoras, gerar discussões profundas e reflexões entre os participantes. Grandes nomes, do nosso país e do mundo, já palestraram neste evento, como Taís Araújo, Shonda Rhimes e Steve Jobs.
O evento conta com várias palestras, com diversos temas, além do de Maria Gal. Os ingressos para o “TEDx São Paulo Futuro do Trabalho” já estão encerrados, porém, haverá transmissão ao vivo do evento, gratuita e em tempo real na páginaTEDx São Paulo no Facebook, no dia 28 de setembro das 15h00 às 20h00. Saiba a programação completa do evento, clicando AQUI.
Quando Angela Davis disse em sua visita no Brasil em Julho, que quando a mulher negra se movimenta, toda a sociedade se movimenta junto, ela estava correta. Uma pesquisa recém lançada pela Nielsen, um dos mais respeitados institutos de pesquisa do mundo, comprova essa premissa.
São as afro-americanas quem ditam tendências, mostram ser mais fiéis as marcas e é o grupo que mais se preocupa em projetar uma imagem positiva.
A pesquisa “African American Women: Our Science, Her Magic,” (Mulher afro-americana: nossa ciência, sua mágica”, uma alusão ao termo Black Girls Magic, foi apresentando durante o Congressional Black Caucus Foundation na primeira quinzena de Setembro, nos EUA.
De acordo com o relatório, até as preferencias de consumo dessas mulheres estão ressoando em todo território americano e a expectativa é de que até 2021, elas serão responsáveis pela injeção 1,5 trilhões de dólares na economia nacional.
O número de afro-empreendedoras também cresceu 67% de 2007 a 2012, mais do que todas os outros grupos somados.
“As mulheres negras têm fortes valores de afirmação da vida e se entregam em tudo o que fazem. A celebração de seu poder e beleza se reflete no que eles compram, observam e escutam, e pessoas fora das suas comunidades, são inspiradas por elas”, diz Cheryl Grace, Vice-Presidente Sênior de Alianças Estratégicas dos Estados Unidos e Engajamento do Consumidor da Nielsen durante a apresentação do relatório.
Cheryl Grace, da Nielsen
“Compreender como os valores das mulheres negras afetam suas decisões de compra tem sido uma necessidade de marketing. Agora, os empresários também devem reconhecer a influência intercultural das mulheres negras no mercado geral, como uma parte cada vez mais vital de como todas as mulheres se vêem, suas famílias e o resto do mundo”, acrescenta Grace.
O estudo não ignora que muitas mulheres negras americanas estão abandonando a química e optando pelo cabelo natural. 60% das mulheres negras disseram comprar produtos naturais porque estão preocupados com o meio ambiente e 46% confirmaram que costumam usar produtos de beleza naturais ou orgânicos, reforçando a importância que essas mulheres dão em projetar uma imagem positiva.
No Brasil
Apesar de haver vários estudos relacionados a classe C, onde estão a maioria das mulheres negras, não há um estudo específico sobre gênero e raça que estude os hábitos de consumo das afro-brasileiras como um todo.
Porém, não podemos negar que a representatividade na publicidade tem crescido. Até a Mercedes Bens, tradicional marca alemã de carro, tem agora a rapper Karol Conká como o rosto da nova campanha da marca, que pretende conquistar consumidores mais jovens.
Reprodução Facebook
A Beauty Fair, maior feira de beleza da América Latina, ganhou uma versão para cabelos crespos e cacheados, mas sabemos bem qual o perfil da mulher que eles querem atingir. Poderíamos arriscar em dizer, que o consumo de produtos de beleza para cabelos afro são os que aquecerem a indústria nesses últimos anos.
Mesmo ainda sendo a base da pirâmide social, a mulher negra brasileira estuda cada vez mais e cuida mais de si mesma.
Se os braços dessas mulheres construíram esse país, há grandes chances que seu dinheiro ajuda o Brasil a sair da crise, até por que ao contrário dos EUA, aqui somos a maioria.
Cada diz mais temos misses negras se posicionando sobre questões raciais e sociais. A Miss Jales,cidade do interior de São Paulo) e técnica agropecuária Iamonike Helena. Com 23 anos e consciente de sua beleza, ela usa seu título de Miss como facilitador para realização de projetos sociais.
Foto: Divulgação
Confira esse bate papo entre ela e nosso colaborador Luiz Mendonça (@luizrenatomendonca)
Você sempre sonhou ser Miss? Na verdade sempre fui modelo, ser miss foi algo inesperado porém muito bem vindo! Sempre fui motivo de piadas na infância e na minha adolescência. Então comecei a usar o título de miss para desenvolver projetos sociais focados na autoestima de crianças e adolescentes.
Foto: Divulgação
Quem eram suas referências de beleza negra?
Sempre gostei de apreciar mulheres negras no poder, Oprah, Naomi, Michele Obama, Glória Maria. Sempre me inspiraram a me tornar uma pessoa cada vez melhor! Sempre dizia que elas conseguiram eu também conseguiria!
Foto: Divulgação
Sentiu preconceito alguma vez como miss ou modelo?
Eu sempre soube do preconceito nos concursos de misses, mais não tinha NOÇÃO, do tamanho do preconceito. Se eu aliso meu cabelo estou renegando a origem, se eu uso crespo sou a pobre. Recebi muitas mensagens preconceituosas. E como modelo muitas vezes ouvia estilistas dizerem que tinham que por pelo menos um negro no casting senão pagariam multa.
Em seu reinado como Miss Jales você abraçou causas sociais, foi a escolas etc. Como foi está experiência? Tento olhar pelo lado mais positivo possível o resultado do miss, quando voltei pra Jales e vi o respeito conquistado.
Elis MC: empoderamento infantil por meio dança e música
Você já deve ter visto o rosto dela na TV, Internet ou em alguma campanha publicitária. Elis MC é uma garotinha do Rio de Janeiro, que com apenas 6 anos, já sabe o que sua imagem representa para outras crianças negras quando ela aparece publicamente.
“A imagem da imagem da Elis passa uma representatividade super natural. Seja no modo de se vestir ou até mesmo o cabelão para o alto. Lá no inicio de 2014 eu já sabia que ela tinha essa força..na verdade desde que ela nasceu. Ela sempre conseguiu levar a atenção para ela e sempre foi líder em tudo. Gosto desse movimento que ela faz tão naturalmente. Dá força que ela passa para meninas e meninos”, explica Renata Morais, empresária e mãe da Elis.
Para levar sua mensagem de empoderamento infantil para mais crianças, Elis quer gravar um CD, onde os pequenos poderão ouvir para curtir em casa com a família, ou nas festas que a pequena dançarina promove.
https://youtu.be/pwqriIe_C9s
“Elis já dançou na Tv, já foi embaixadora de campanha, já jantou no Copacabana Palace, já viajou para vários estados do pais e já ate dançou no rock in Rio. A gente vai lançar um beat bem carioca, bem dançante com frases afirmativas que valorizam a estética natural da criança negra. É uma resposta para tudo aquilo que elas sofrem na escola, na rua e em casa e na vida”, detalha a mãe da dançarina.
Para realizar o sonho da sua filha Renata criou um projeto de financiamento coletivo, o “Eu quero dançar com a Elis”.
“O Vem dançar com a Elis é uma convocação para fortalecer o movimento e para dizer com todas as letras que não há nada de errado com a nossa estética natural. De gancho a gente mostra que o funk não é crime e pode sim ser um meio positivo de fortalecer as nossas crianças”, finaliza empreendedora.
Elis MC e sua mãe Renata Morais
Quer ajudar a Elis MC a empoderar a criançada por meio da música e dança. Contribua com a campanha clicando aqui.
Os atores Taís Araújo, Lázaro Ramos e a Fundadora da Feira Preta Adriana Barbosa serão os nomes brasileiros entre os 51 negros mais influentes do mundo, que serão homenageados durante o MIPAD (Most Influential People of African Descedent), evento que reforça as ações da ONU relacionadas à Década Internacional de Afrodescendentes 2015-2024. A grande festa acontece no dia 26 de setembro em Nova York.
A presença do ex-presidente americano Barack Obama é uma das atrações mais esperadas da noite que terá nossa Taís Araújo e Ndaba Mandela, neto de Nelson Mandela, como apresentadores.
Celebridades, intelectuais, atletas, empresários de nações diversas, mas conscientes da sua responsabilidade enquanto afrodescendentes terão seus esforços reconhecidos nesse evento, que completa a sua segunda edição. Os homenageados são pessoas que valem a pena conhecer.
Confira a lista completa no site oficial do evento aqui.
Lima Barreto – nascido em 1988 e falecido em 1922 – foi um jornalista e escritor brasileiro, hoje considerado um dos mais importantes literários do país. Porém, sendo um homem negro, foi desacreditado por seus pares em sua época.
O monólogo “Traga-me a cabeça de Lima Barreto” celebra a vida e a obra desse grande escritor; apresentando ao público, porém, uma história fictícia. Esta se inicia logo após a morte de Lima Barreto, quando eugenistas exigem a exumação do seu cadáver para uma autópsia a fim de esclarecer “como um cérebro inferior poderia ter produzido tantas obras literárias – romances, crônicas, contos, ensaios e outros alfarrábios – se o privilégio da arte nobre e da boa escrita é das raças superiores?”.
O ator Hilton Cobra como Lima Barreto
O escritor declara: “Se em vida me submeti às mais sórdidas humilhações, em morte não cederei” – assim, a partir deste embate entre ele e os eugenistas, a peça mostra as várias facetas da personalidade e da genialidade de Lima Barreto – sua vida, família, a loucura, o alcoolismo, a pobreza, sua obra não reconhecida, o racismo , entre outros.
O monólogo “Traga-me a cabeça de Lima Barreto” conta ainda com duas datas de apresentação, dias 20 e 21 de setembro, no Teatro Carlos Gomes – Praça Tiradentes, s/n – Centro, Rio de Janeiro – RJ.
A apresentação da quarta-feira, dia 20 de setembro, tem início às 10h30 e será exclusivas para estudantes, com entrada franca. Já a apresentação do dia 21 de setembro, será às 19h, com ingressos populares, R$ 20,00 para o público em geral, R$10 a meia entrada e R$ 5,00 (promocional) para ONGs, Pré-vestibulares comunitários e redes sociais.
Saiba mais sobre a peça através da página oficial no Facebook e clique AQUI para garantir seu ingresso.
“Não fecha a conta, a cota é pouca, o corte é fundo. E quem estanca a chaga, o choque do 3º mundo? De vez em quando um abre a boca, sem ser oriundo. Para tomar pra si o estandarte da beleza, a luta e o dom. Com um papo tão infundo…” – esses são alguns dos versos que compõem a música “Pra que me chamas?”, interpretada por Xenia França e composta por ela e Lucas Cirillo.
A faixa foi escolhida como single do primeiro álbum de Xenia, que já tem data de estreia para plataformas digitais: dia 29 de setembro de 2017. O projeto foi selecionado pelo edital Natura Musical 2016 com apoio da Lei Rouanet.
Navegando entre os ritmos cubanos e baianos, ambos influenciados pela cultura yorubá, “Pra que me chamas?”, traz elementos eletrônicos somados à força de instrumentos como o Batá, tambor sagrado da Santeira Cubana, além do Rum, Rumpi e Lé, todos utilizados no Candomblé.
Xenia trata, em seu single, da invisibilidade social negra no país, além de expor como elementos culturais afro-brasileiros são explorados e, por muitas vezes, desrespeitados. No refrão ela diz: “Porque tu me chamas se não me conhece?” Esta frase é uma tradução para “Pa que tu me llamas si tu no me conoces?” – muito usada em Cuba e que faz referência ao orixá Eleguá, equivalente ao Exú no candomblé brasileiro.
Você já teve a impressão que as crianças de hoje sabem cada vez mais cedo o que querem da vida? O número de empreendedores jovens cresce significativamente e Kheris Rogers, de apenas 11 anos é um desses talentos prodígio.
“A acabei de fazer história na #NYFW como a mais nova designer de moda de todos os tempos. Eu só tenho 11 anos e entrei na passarela para encorajar pessoas a amarem a sua pele”, celebra a grande-pequena Kheris em sua conta no Instagram.
Reprodução Instagram
“Outras crianças não queriam brincar comigo ou serem meus amigos por causa da minha pele muito escura”, explica Rogers em entrevista ao site americano Refinery29, “Passar por isso me inspirou a começar o Flixin’ in My Complexion”, por que negro tem tantos tons e todos são maravilhosos”.
Reprodução Instagram
Lupita Nyong’o e a Alicia Keys são algumas das celebridades negras que já aparecerem usando roupas da marca da talentosa estilista mirim.
Os amantes de maquiagem enlouqueceram com a nova linha de maquiagem da Rihanna, Fenty Beauty. E não foi apenas pelo nome da celebridade na assinatura da linha, mas sobretudo pela farta cartela de cores das bases que somam 40 tonalidades.
A Youtuber Aline Custódio, brasileira que mora nos Estados Unidos, foi uma das muitas negras que correram nas lojas para comprar a maquiagem, que esgotou em muitos lugares.
Em seu canal ela conta o que achou dos produtos, falando sobre fixação, preço e para qual tipo de pele o produto funciona melhor.
O produto ainda não está sendo vendido no Brasil, mas pode ser comprado pelo site da marca.