Genesis, o caçula da cantora Alicia Keys, de 4 anos, estava com vontade pintar as unhas com cores do arco-íris, mas disse a mãe que não o faria por medo da reação as pessoas, em ser julgado.
Keys que é uma deusa bem informada e muito ligada ao autoconhecimento estimulou o filho a usar os esmaltes coloridos.
“Ninguém vai julgar, todo mundo vai ser como você é descolado e criativo. Muitos homens pintam as unhas, tipo muitos”, disse a cantora ao filho, e ainda acrescentou “Eu acredito que existe energias masculinas e femininas dentro de todos nós. Ponto, assim que é.”, disse a cantora.
Explicado o episódio para os seus seguidores do Instagram Alicia falou sobre si própria . “Muito me preocupa que a gente não possa explorar essas energias existentes dentro de nós. Eu mesma expresso a energia masculina dentro de mim. Isso é natural, é como eu me sinto”.
A cantora constata o quanto é triste que seus filhos, mesmo tão jovens já saibam que existem julgamentos, regras e estereótipos. “É frustrante. Por que a gente não pode expressar essas energias diferentes dentro da gente, a masculina e feminina, da forma que gente quer?”, perguntou Alicia.
Uma hora e meia de tensão. American Son, peça da Broadway estrelada pela atriz Kerry Washington foi adaptada e virou um filme na Netflix com o mesmo elenco do espetáculo.
A história fala sobre racismo estrutural, relações inter-raciais e violência policial de uma forma muito original.
Jamal é um jovem de 18 anos que está desaparecido. Ele é filho de Kendra (Kerry Washington), uma mulher negra. Doutora em psicologia recém separada de Scott (Steven Pasquale), um homem branco agente do FBI.
O filme é sobre as poucas horas após o desaparecimento adolescente, onde a mãe tem que lidar com fatores burocráticos da polícia, traumas, medos, desamparo, dentro de uma delegacia, que é o único cenário do filme. Uma noite que pais nenhum merecem viver.
Kerry Washington tem promovido esse filme com muito empenho (chegando a compartilhar um número de telefone para conversar com a audiência) e chegou a dizer que foi um dos trabalhos mais importantes da sua carreira. Um dos motivos é fato de ela ser mãe de duas crianças negras.
“Eu sei dos desafios de criar crianças negras, porque eu sou mãe de crianças negras e há desafios que são únicos para nós pelo jeito que as instituições perseguem nossas crianças”, detalha a atriz em uma entrevista para a Netflix.
“Nós temos que continuar a nos apoiar, nos amar, nos informar e compartilhar informações. Temos que fazer todo o trabalho que pudermos para mudar essas instituições que querem demonizar ou criminalizar nossos lindos jovens, tendo consciência de que é um fardo pesado dar para nossas crianças as ferramentas que elas precisam para viver o dia a dia e lembrá-los há espaço para felicidade”, finaliza a atriz.
Era uma tarde de sábado (9/11), ensolarada e cheia de risos em Salvador. Os atores Rodrigo França, Aline Borges, Valéria Monã e Milton Filho exploravam a cidade onde encenam a peça Contos Negreiros do Brasil, espetáculo que reflete sobre o ser negro no Brasil e já foi visto por mais de 60 mil pessoas.
Como o racismo não tem dia, local e hora para aparecer, o grupo de atores flagrou uma cena de abuso policial a poucos metros deles.
Aline e Rodrigo pegaram o seus celulares para registrar a situação onde dois jovens negros , ao caminharem para o seu local de trabalho, foram abordados por dois polícia e detidos sem nenhum motivo aparente. “Eram dois trabalhadores entrando no seu local de trabalho e foram abordados injustamente”, descreve Aline.
Antes de serem levados para delegacia, a atriz Valéria Monã tentou convencer os policiais a liberarem os jovens.
Emocionada, porém firme, ela lembrou sobre o que o racismo tem feito com os nossos jovens: ” Não posso me acalmar, eu sou mãe. Isso é um desserviço (….). Os nossos estão na rua, nossos adolescentes estão pirando, em depressão”.
Dois jovens negros trabalhadores estavam entrando no seu local de trabalho nesssa tarde, em Salvador (BA) quando a polícia apareceu para detê-los sem motivo algum. Os atores Rodrigo França @rodrigofranca e Aline Borges @ligborges estavam no local e registraram o momento. A atriz Valéria Monã , de branco, fala sobre a depressão do jovens negros para os policiais.Um dos policiais pede para atriz Aline Borges parar a filmagem. Eles estão nesse momento na Central de Flagrantes, na Rua do Carmo em Salvador .Atualização: Os jovens foram espancados por policias na delegacia de acordo com a atriz Aline Borges. Um grupo está fazendo vigília em frente à Delegacia (Central de Flagrantes).
Os jovens foram levados para Central de Flagrantes Polícia Civil da Bahia, com a alegação de desacato à autoridade e de acordo com as testemunhas, foram agredidos lá dentro.
Ambos foram liberados após atuação do advogado Marcos Alan da Hora, do Coletivo de Entidades Negras da Bahia, que foi acionado por Tâmara Azevedo, coordenadora de receptivo da Go Diáspora.
“Existe a denúncia de violência e de tortura na prisão. Pode haver a denúncia no MP que vai instaurar um inquérito e iniciar um processo penal para verificar a questão do desacato a autoridade, que não é um crime, é uma contravenção, já o caso de tortura é crime. O caso de tortura foi relatado pela vítima e testemunhas. Pode ser que aconteça ou não a instalação de um processo criminal “, explica Marcos.
O Hexacampão de Fórmula 1Lewis Hamilton foi considerado o “Homem do Ano” pela revista GQ alemã .
Ao compartilhar a capa com seus fãs, onde o piloto está sem camisa e com penas nas costas , Hamilton explica que o visual não foi por acaso:
“Eu quis incorporar minha origem granadiana com a minha nova coleção da Tommy Hilfiger e prestar uma homenagem as minhas raízes e meu avó que faleceu ano passado”, explicou Lewis.
A família do piloto emigrou de Granada, no Caribe, para a Inglaterra.
Vai ter muita gente retomando o hábito de assistir novelas para acompanhar a trama de Amor de Mãe, a nova novela das 21h da Rede Globo que estreia dia 25 de novembro.
Raramente vemos um elenco com tantos atores negros quando o tema da novela não é sobre escravidão.
Tais Araújo é uma das três mães protagonistas da novela, as outras são as atrizes Regina Casé e Adriana Esteves.
O ator Fabrício Boliveira, faz uma rápida participação como marido de Taís que será a advogada Vitória, na novela. Ainda nesse núcleo, Pedro Guilherme Rodrigo, será Tiago, o filho adotivo de Vitória.
Conheça alguns dos personagens que serão interpretados por atores negros.
Vitória (Taís Araujo) – Advogada, no início da trama é casada com Paulo (Fabrício Boliveira). Já separada, adota Tiago (Pedro Guilherme Rodrigues) e, depois de uma noite casual com Davi (Vladimir Brichta), descobre estar grávida. Contrata Lurdes (Regina Casé) para trabalhar em sua casa. Seu maior cliente é Álvaro (Irandhir Santo
Marina (Erika Januza) – Namora Ryan (Thiago Martins), mas sua prioridade no momento é treinar muito para ser campeã de tênis. Conta com a ajuda de Samuel (Gustavo Novaes), seu treinador.
Camila (Jéssica Ellen) – Filha adotiva de Lurdes (Regina Casé), se forma em História e vai trabalhar como professora em uma escola pública.
Wesley (Dan Ferreira) – Policial, é marido de Penha (Clarissa Pinheiro) e melhor amigo de Magno (Juliano Cazarré
Tiago (Pedro Guilherme Rodrigues) – Filho adotivo de Vitória (Taís Araújo).
Marconi (Douglas Silva) – Leva uma vida no crime. Conhece Sandro na cadeia e se tornam melhores amigos.
“Tudo nasce em um piquenique no Parque Madureira para unir as famílias negras e aí cresce, hoje é um festival. A ideia é: se a colonização separou nossas famílias, Wakanda quer juntar”. É dessa forma que professor de História e Filosofia Raymundo Jonathan define esse movimento que ele criou e organizou, o Wakanda In Madureira.
Ele explica que esse movimento que começou com o piquenique, hoje organiza muitas outras atividades com foco na cultura negra. “A gente organiza visitas guiadas pelo Rio de Janeiro com roteiros pretos. Tem oficina de carnaval que rola no Wakanda, numa parceria com o grupo Coração Batuqueiro”, detalha Johathan.
Wakanda. País fictício da Marvel, inacessível ao resto do mundo, 100% negro com os recursos e conhecimentos científicos mais avançados humanidade. Terra do Rei T’challa, o Pantera Negra.
No Brasil, mais especificamente na Lapa, bairro de São Paulo, um grupo de artistas usou o nome do país de que Killmonger tentou dominar para fazer um festival de música, mas cometeu alguns “equívocos”.
O Wakkanda Festival é um evento de música eletrônica com uma programação de show com artistas brancos (no feed da página do Instagram deles, não tem um negro). E o os produtores explicaram quando perguntamos a eles sobre a proposta do evento que acontece no dia 10 de novembro:
“Nossa proposta é um evento de musica eletrônica, beneficente , onde todos tenham os mesmos direitos e igualdades. Queremos nosso público pensando mais no próximo independente de cor raça etc. Os artistas são a maioria brancos, mas não foi nem por cor, raça, sexo gênero que escolhemos e sim pelo que tínhamos disso dentro do orçamento”.
https://www.instagram.com/p/B27kD_IgP7w/
O evento vende camisetas e copos, que parecem mais terem sido inspirados em Bali, do que em algum país Africano.
Brasil, país onde a novela sobre a Bahia (Segundo Sol), não tinha negros, a linha de Orgulho Crespo, não tinha crespa da promoção da marca e a Wakkanda não é negra e nem toca música black.
Michelle Obama, Titi (filha de Bruno Gagliasso e Gio Ewbank), Ludmilla e Sabrina Paiva. O que essas mulheres negras têm em comum além a pele escura é o fato de terem sido xingadas de macaca publicamente por pessoas racistas. Impossível enumerar as pessoas anônimas que passaram por isso e infelizmente devem ser muitas.
O termo macaco para se referir às pessoas negras tem origem no racismo científico. O escritor Ale Santos, autor do livro Rastros de Resistência explica:
“Em 1906 a gente já tinha o Ota Benga enjaulado em zoológico no Bronx (EUA) junto com os chimpanzés. A ciência quando criou aquela pseudociência que é frenologia, o estudo do crânio, dizia que o negro se parece mais com o macaco que o branco”.
O poligeísmo, teoria sobre a origem da humanidade, também faz essa hierarquização das etnias, colocando os negros atrás dos brancos. “Havia a teoria que os negros eram degenerados. Isso começou desde os primeiros zoológicos humanos do Século XVII e XVII, onde eles colocavam os negros em jaulas e depois foi reforçado com a frenologia”.
Uso racista do termo pode dar cadeia
“Por força de deliberação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), injúria racial passou a ser qualificada como espécie de crime de racismo”, explica o advogado Hédio Silva, Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica, que confirma que o crime de racismo pode dar cadeia sim.
Infelizmente por conta da justiça brasileira, configurada em cima do racismo estrutural, ainda são raros os casos de xingamentos racistas que são interpretados como racismo e não injúria.
O advogado especialista em questões raciais, Bruno Cândido explica, que injúria é entendido como um crime de menor potencial ofensivo, e por conta da pena ser menor que 4 anos, ele não leva o agressor à prisão mas ele pode ser processado por danos tendo que indenizar a vítima.
“A vítima precisa fazer um registro de ocorrência, ou uma notícia crime no Ministério Público, que é uma representação. Sendo feito isso, o caso , embora seja de um crime de menor potencial ofensivo desde 2009, não vai mais para o juizado especial e passa a ser encaminhado para vara criminal comum e ali comporta inclusive a composição. Compor é uma saída para gente tentar fazer valer o que a vítima entende como algo que lhe repare e não permitir que o Estado defina o que repara a vítima. Eu já tive casos que pelo Estado minha cliente receberia R$ 2 mil e ela recebeu R$ 10 mil”, detalha Bruno que acrescenta que o risco de impunidade é muito grande . “Não deixamos para o Estado definir quanto vale a nossa dor” diz Cândido.
A injúria racial se for entendida como racismo, pode ter pena igualada ao crime de racismo, previsto no art. 5º, XLII da Constituição Federal de 1988 e na Lei Federal 7716/89 – a ´Lei CAÓ´.
A LEI Nº 7.716 aponta em seu artigo 10, que racismo é “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de um a três anos e multa.”
No portal de notícias jurídicas Consultor Jurídico os advogados Álvaro Ricardo de Souza Cruz e Paulo Roberto Iotti Vecchiatt comentam essa mudança na lei em um artigo sobre a Lei do Racismo:
“A questão é que a chamada injúria racial constitui espécie do gênero racismo. É uma das diversas formas possíveis de praticar o racismo. Portanto, é inconstitucional, por irrazoabilidade, não aplicar o regime constitucional do “racismo”, de imprescribilidade e inafiançabilidade, à chamada “injúria racial”. Daí o acerto da decisão do STJ e o descabimento das críticas”.
Foi um operador de câmera da emissora que gritou “Vai Macaca, senta logo aí”, quando a ex- Miss São Paulo, Sabrina Paiva, se levantou para pegar um copo de água no noite de ontem (5) durante um episódio de A Fazenda 11, da Record.
O funcionário foi demitido e a emissora emitiu um comunicado oficial sobre o episódio:
“A Record TV informa que ontem, 05/11, durante o reality A Fazenda, ao vivo, um operador de câmera, posicionado atrás de um dos espelhos da sala, fez um comentário racista a respeito da participante Sabrina Paiva.
Imediatamente ao fim do programa, a produtora Teleimage (que presta serviços à Record TV e é a contratante do operador de câmera), identificou o ofensor. Ele foi repreendido e teve seu contrato de trabalho rompido sumariamente.
A Record TV repudia veementemente esta atitude e qualquer tipo de preconceito. Como se trata de ofensa racial, será informado à participante Sabrina Paiva que a ela será dado o direito de fazer a representação legal ao ofensor, se assim quiser e no momento que desejar.
A Record TV e a produtora Teleimage lamentam o fato e não admitem que algo dessa natureza aconteça em suas produções.”
Há uma pessoa tão racista na produção do programa a Fazenda, da Record que ela não se intimidou em gritar, na frente dos participantes, “Vai macaca senta aí”, para fazer a modelo Sabrina Paiva se sentar. A ex-Miss São Paulo havia se levantado para pegar um copo de água na mesa enquanto ela e os demais participantes aguardavam uma orientação para uma prova na noite de terça-feira (5).
Sabrina não disfarçou o constrangimento enquanto colegas que também escutaram o xingamento, desconversaram. “Ouvi a chuva”, disse um deles.
Nesse vídeo dar pra ouvir nitidamente o momento em que a Sabrina é chamada de macaca. QUE NOJO! RACISMO É CRIME
Logo em seguida em seu quarto, a modelo pode desabafar:
“Eu acho que aquilo (xingamento) foi para mim. A hora que eu estava tomando água, estava todo mundo sentado, aí eu só ouvi uma voz assim ‘senta logo aí macaco’ e um palavrão”, explicou Sabrina.
Até o momento que esse texto foi escrito, a Record não havia se posicionado a respeito do caso, mas nas redes sociais muitos já haviam começado a protestar.
Os assessores de Sabrina disseram que vão entrar em contato com a produção do programa e exigir esclarecimentos. “Não vamos nos calar, pela Sabrina e por todos que sofrem qualquer tipo de preconceito racial”, disse a postagem do Twitter.