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Ator interpreta Aquiles negro em série da BBC/Netflix sobre Troia e gera reações racistas

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David Gyasi como Aquiles (Foto: Divulgação)

Se aqui no Brasil os autores usam desculpas disfarçadas de apego à História para não incluirem atores negros em novelas de época, na Inglaterra negros podem até interpretar guerreiros da Grécia antiga.

David Gyasi, um ator londrino de descendência ganense interpreta Aquiles na série Troy: Fall of a City sobre a famosa Guerra de Troia. O programa, uma parceria entre a BBC e Netflix em Londres e que ainda está em produção, começou a receber ataques racistas assim que a foto de David foi divulgada nas redes sociais. Há quem acuse os produtores de “desconstruir a mitologia branca dos heróis ao usar atores negros”.

Alfred Enoch (“How To Get Away With Murder”) interpreta  Eneias, personagem originalmente branco na literatura.

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O ator Alfred Enoch – Reprodução Instagram

O site brasileiro Pipoca Moderna também não gostou dessa versão da série e diz que “não há explicação para este anacronismo politicamente correto”. 

Enquanto os mais tradicionais reclamam, vale lembrar dos personagens negros que foram interpretados por brancos.

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Um caso recente é o filme Deuses do Egito que rendeu até um pedido de desculpas do diretor após a chuva de críticas, visto que brancos de olhos azuis, fenótipo de maior parte do elenco, são bem raros nessa região.

Angela Basset: “Eu quero que as pessoas vejam como é ter 59 anos”

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Nos últimos 30 anos, a bela atriz Angela Bassett interpretou mulheres negras marcantes, entre elas Rosa Parks e Tina Tuner. Atualmente ela interpreta uma policial chamada Athena Grant no seriado “9-1-1”.

Esse novo personagem exige da atriz muito mais que seus dons de interpretação. Por trabalhar nas ruas Athena exige muito do físico da atriz que tem 59 ano, mas sua boa forma não é algo recente. Ela malha e muito.

Em entrevista ao site Black Doctor ela diz que filmes de ação são sua paixão, mas a idade exige uma atenção especial. “Como eu não tenho mais 21 anos, eu preciso de um treino especial. Mas eu gosto de contrariar as expectativas, eu quero que as pessoas vejam como e ter 59 anos e o que essa idade pode fazer”, explica Bassett.

Seu treinado, Corey Calliet,  que já foi personal do Michael Jordan explica que Angela  gosta de circuitos porque queimam calorias mais rapidamente.

“Ela faz movimentos como subir montanhas, pular, flexões, agachamentos por 30 segundos depois para 30 segundos completando uma sessão de 1 hora de exercícios, sem parar a não ser que ela comece a ter falta de ar ou enjoar”.

Sobre as grandes lições que ela aprendeu ao envelhecer ela destaca a gratidão. “Eu tenho sido mais grata ultimamente, não importa o que aconteça eu sou grata”, relata Bassett. “Eu quero aprender e crescer com as dificuldades. As vezes as coisas acontecem como queremos outras vezes não e eu estou tentando encontrar uma maneira de ser grata mesmo nos momentos difíceis”.

 

Erika Januza, Tais Araújo e Raissa Santana falam sobre cabelo natural e identidade

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Fotos: Divulgação

Celebridades crespas e cacheadas têm falado muito sobre como a transição mudou a sua vida.  Tais Araujo, Erika Januza, Raissa Santana e Nathalie Barros bateram papo sobre beleza, empoderamento e projetos durante a gravação de um comercial para uma marca de produtos de beleza.

Tais Araujo revelou seu segredo para os cachos perfeitos: “Adoro misturinhas. Costumo misturar óleo e leave in para um efeito bem natural nos fios”.

Erika Januza, que passou por um processo de transição capilar, afirmou que, hoje, seu cabelo é sua identidade e força. “Meu cabelo é minha identidade. Eu vejo como força também, porque assumir esse cabelo e se sentir bonita é ter força. Não que esse cabelo não seja bonito, mas para quem passou por transição, por fase de não aceitação, todo esse processo é desgastante; se sentir bonita é também ter força, porque você não vai sair e se preocupar com o que os outros estão pensando”, contou a atriz.

A Miss 2016 Raissa Santana, falou da felicidade em ver o aumento da representatividade das mulheres cacheadas no mercado da beleza: “Estou muito feliz de ver as marcas olhando para nós de forma diferente, porque querendo ou não é um público muito grande: o Brasil tem mais de 50% da população negra, então porque não fazer produtos especialmente para essas mulheres?” Também falou do orgulho da passagem de coroa: “Fiquei muito feliz e honrada! Aquela cena, aquela imagem da passagem da coroa de uma negra para outra negra foi marcante. Quando eu ganhei, fazia muito tempo que uma negra não era Miss e agora temos duas seguidas. É uma força muito grande!” Para esse ano, Raissa um dos projetos de Raissa é lançar um canal no Youtube sobre beleza.

A influenciadora digital Nathalie Barros, que também participou da campanha, revelou que o “movimento dos cachos” é, na verdade, o “movimento da liberdade”, e que hoje não precisa mais alisar os fios para se sentir representada. “Fico muito feliz de ver que crianças hoje não se sentem feias com seus cachos, pois são representadas em campanhas, nas na TV, antigamente isso era raro”.

Economia negra: A abundância existente na escassez

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Depois de passar por duas mentorias, venho analisando por que  optei por seguir as reflexões de Lala Deheinzelin, e atuar nas oportunidades que a economia criativa oferece para o crescimento de uma região. No meu caso, os negócios étnicos e de periferia, segmentos que a sociedade considera esquecido e sem possibilidade de geração de desenvolvimento econômico. Atuar com os negócios étnicos, trabalhando simultaneamente o fator econômico e  interação social, é o diferencial competitivo do afro empreendedor, um vez que  esses tem experiência para atuar com mudanças  estruturais e vivencia  nas realidade de escassez.

Se um dos  princípios da  economia colaborativa, é  reduzir a desigualdade social no mundo, estimular os negócios étnicos é alimentar e atender uma demanda especifica que não só mobiliza economicamente, mas traz dignidade e humanidade a regiões esquecidas. Alguns autores da área, dizem que podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes,  que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação. Makota Valdina, uma empreendedora do ser, sempre diz que ao construir algo, precisamos achar o “nossos jeitos”. Vendo a forma como alguns dos nossos, vem se mostrando pelas redes e vendendo soluções que em nada se diferencia dos modelos tradicionais, me vem a questão. Qual o nosso jeito de ser no empreendedorismo? O que é ser Afro empreendedor? Como investir em negócios étnicos? O que precisa ser levado em conta quando falamos destes?

O economista austríaco Joseph A. Schumpeter, no livro “Capitalismo, socialismo e democracia”, publicado em 1942, associa o empreendedor ao desenvolvimento econômico. Para ele, o sistema capitalista tem uma força que ele denomina de processo de destruição criativa. Segundo o mesmo, essa se fundamenta no princípio que reside no desenvolvimento de novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados; em síntese, trata-se de destruir o velho para se criar o novo. Ou seja,  empreender levando em conta sua realidade, repertórios e valores. É cada vez mais comum encontrar  Afro empreendedores que ao invés de seguir seu jeito de olhar pro passado para construir o futuro, vem tentando se enquadrar neste modelo caixinha empreendedora que conhecemos como aceleradoras.

A questão é que cada dia mais, percebo que  empresas étnicas não se enquadra neste modelo de aceleração. Nossa tecnologia é de ressignificar a escassez e transformar essa em lucro.

Nossas empresas não visam somente lucro, elas atuam no impacto pessoal com o objetivo de sustentabilidade. Um afro empreendedor quer ganhar dinheiro, mas não sem desenvolver sua comunidade. Se uma empresa negra é pensada sobre outra ótica, ela não é um negócio étnico e sim um negócio de apropriação dos referenciais étnicos. Digo isso com a serenidade de quem vem  analisando  negócios virtuais  que atuam com  a auto estima negra ou tem em sua equipe de RH  profissionais negros e a realidade é que esses ainda são os profissionais de baixo escalão, sem grandes chances de opinião ou decisão mesmo com o uso de elementos que o exalta ou resolve problema de visibilidade.

O empreendedorismo tradicional, dirá que para nossos negócios dá certo,  temos que  sustentar nosso  modelo e fundamentar com  análises e dados factíveis via comparação com negócios similares. O problema é que  dados sobre o mercado negro, ainda são tímidos ou inexistentes. Não sabemos a viabilidade econômica  e potencial de mercado dos nossos bairros, por exemplo. Não sabemos quais demandas, nossas comunidades necessitam e isso acaba por fazer com que mesmo com movimentações financeiras significativas, ainda sejamos um mercado disperso e desconhecido. O bom é que mesmo assim, colocamos nossas empresas na rua.

Nossos negócios ainda que tenham baixa lucratividade, tem um grande potencial de crescimento se bem orientado e sem perder os nossos “jeitos”. A cada mentoria, fui vendo o MercAfro sair do que eu queria  e indo para que o mercado considerava central para ele dá certo. Ao perceber que estava perdendo o meu jeito,  tomei coragem de  redefinir  a maneira de  pensar  e dividir  com quem pensa e faz o mesmo, ou seja, resolvi apostar no  impossível. Se existe uma palavra que provoca e traz sucesso e realização pra a vida de um afro empreendedor, essa palavra é impossível. Fizeram isso com a politica de cotas, fizeram isso em diversas áreas sociais e agora parcela desta população vem fazendo o mesmo ao ocupar parcela do mercado, revisitando sua história para contar e produzir de forma mais atual.

A cadeia de valor dos negócios étnicos,  vem ressignificando seu modo de atuar. É preciso agora entender que suas comunidades, é um potencial de abundância econômica se virarmos a lente e olhar essas sobre a ótica de compartilhamento, tendo como bases nossos  jeitos negros de ser e fazer. O relacionamento econômico com os clientes negros e étnicos  mudou,  e isso traz uma grande  possibilidade de se libertar de um olhar de escassez e  ganhar o mercado. Precisamos entender que a economia global, aos poucos deixa para trás o princípio do hiper consumo e  sucesso financeiro desenfreado, para pensar crescimento de empresas com  impacto social e neste quesito, as empresas e negócios negros é o grande garanhão desta corrida eternamente branca.

Luciane Reis é publicitária, design instrucional  e pesquisadora de etno –desenvolvimento voltado para economias vulneráveis pelaUniversidade Federal da Bahia.

Egnalda Côrtes: o nome por trás dos maiores Youtubers negros do Brasil

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A Empresária Egnalda Côrtes que hoje agência os principal Youtubers negros do Brasil

Não tem como não notar a maior presença de pessoas negras na publicidade, TV e na Internet. E nada é por acaso, muito menos uma mudança voluntária de quem tem o poder de decisão. Por trás desses novos tempos há pessoas negras dedicadas a fazer a diferença para os seus pares. Egnalda Côrtes, até 2 anos atrás, era mãe de dois, dona de casa e ajudava seu filho mais velho, Pedro Henrique, que tinha paixão pelo Youtube e por história a manter (até então)  um modesto canal no ar.  Moradores do Itaim Paulista, zona periférica de São Paulo, mãe e filho em pouco tempo seriam os responsáveis em trazer mais diversidade para dentro da maior plataforma de vídeos do planeta.

O projeto Meus Heróis Negros Brasileiros,  do canal do Pedro Henrique, onde Egnalda fazia pesquisa e escrevia o roteiro em um caderno para o filho, virou um sucesso depois de uma matéria publicada aqui no Mundo Negro que viralizou impressionando e emocionando o Brasil com uma mãe e seu filho adolescente usando Youtube para falar sobre história afro-brasileira, aquela que não se ensina nas escolas.

Egnalda com o PH, Maria Morena e o marido Uiacá

A resistência, persistência dessa mulher nascida em São Paulo, com um leve sotaque do Sul, resultado de 8 anos vividos em Curitiba, fez com que o canal de PH crescesse e grandes oportunidades surgissem, como o Criança Esperança.

Egnalda, que trabalhou anos no mercado corporativo, se aproximou mais do Youtube conhecendo a plataforma a fundo e se aproximando de grandes produtores de conteúdo. Não precisou muito tempo para que isso virasse uma oportunidade de negócio. Usando seus conhecimentos adquiridos com sua experiência de executiva comercial, somada aos conhecimentos obtidos no próprio Youtube, ela abriu a Côrtes Assessoria, primeira agência voltada para Youtubers Negros.

Egnalda com alguns dos seus agenciados

Em 2016 ela se tornou uma das 30 builders mais influentes do mercado digital segundo o Youpix, foi contratada pela consultoria norte americana Creator-up e é uma das 15 mentoras de aceleração de negócios de canais da Google. Egnalda ainda entrou na na lista de mulheres inspiradoras de 2017 pelo Think Olga e foi convidada a compor o time de curadores do maior evento publicitário da América Latina , o Social Media Week 2018, que acontece todos os anos, durante o mês de setembro na ESPM.

Gabi Oliveira, Nataly Neri, Murilo Araújo, Tati Sacramento, Maira Azevedo, Jacy Juli, PhCôrtes, Samuel Gomes, Valtinho Rege , Erika Ribeiro, Tati Sacramento, Luci Gonçalves, Natalia Romualdo e Maristela , Biel, Ramana Borba Samocreia , AD Júnior, Spartakus Santiago e Patrícia Ramos são alguns dos seus clientes. Bradesco, Gol,  Seda e Magazine Luiza, Laboratório Fantasma, Vivo são marcas parceiras da Côrtes Assessoria.

Por um Youtube mais negro e uma publicidade mais diversa

Não foram só os seus talentos como empresária, os responsáveis por um ano produtivo para Côrtes Assessoria, que até saiu do país a negócios, acompanhando Gabi Oliveira no Texas durante o SXSW.  O trabalho de Egnalda tem uma pitada discreta de engajamento. O mercado publicitário não está acostumado a negociar diretamente com agentes negros.

“Fazer com que o mercado entenda a importância da narrativa de diferentes influenciadores foi o maior desafio, pois o lugar comum é o de eleger apenas um, assim como ocorreu na mídia tradicional. Quando o mercado entende que esses produtores são plurais, atendem perfis distintos de audiência e são igualmente importantes, conseguimos estabelecer uma valorização e precificaçao coerentes ao branding gerado a marca que se conecta”, detalha a empresária que esteve recentemente com seus agenciados no mega evento Teleton.

“Ainda é tímida, mas existe um movimento de formação das agências que tem buscado cada vez mais a consultoria de empresas que entendem do mercado para negros ou  cientistas sociais que vem auxiliando no entendimento da importância da publicidade trazer essas pautas para as marcas. Existem marcas como o Bradesco que hoje já é uma referência na inclusão de produtores de conteúdo de diversos nichos, e dentro das faculdades de publicidade pautas relacionadas às minorias vêm sendo arduamente discutidas, refletidas e exigidas nas disciplinas e nos exames de aprovação” explica Egnalda.

No vídeo abaixo, PH e Egnalda fizeram um passeio muito especial a convite do Bradesco.

Hoje a Côrtes Assessoria tem os maiores canais com recorte racial, dentro e fora América Latina e até os seguidores dos canais do seus agenciados se engajam para ampliar o alcance dos seus Youtubers favoritos.

“Alguns conteúdos do canal Afros e Afins, já estão sendo traduzidos para o inglês pelos próprios seguidores para que haja um maior alcance mundial, esse movimento acabará sendo orgânico para os canais, tendo eles conteúdo social ou não” comemora mãe de PH e de Maria Morena, de 10 anos.

A Côrtes Assessoria também prioriza profissionais negros para prestarem serviços para empresa, desde maquiadoras ao jurídico.

 Negritude na Internet em 2018

“Teremos um retrocesso com as marcas de cabelo que querem falar de empoderamento feminino mas não querem se conectar as questões sociais, tirando vários influencers negras com mais melaninas do front”.

Essa análise de Egnalda é facilmente perceptível. A negra mais aceita, a mais clara e cacheada é quem acaba sendo a queridinha das agências. No entanto, ela é otimista e vê oportunidades de negócios fora do mercado de beleza.

“Instituições financeiras e startups vem investindo alto em branding e contam com produtores de conteúdo que tenham discurso relevante para agregar valor à marca e posicionamento de mercado.Teremos uma pluralidade de produtores de conteúdo, narrativas , fazendo com que canais Negros além de se tornarem sustentáveis, se tornem cada vez mais lucráveis”, finaliza a agente.

Caso Coisa de Preto: William Waack não trabalha mais na Globo

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O jornalista Willian Waack - Foto: Reprodução Facebook.

A rede Globo emitiu um comunicado oficial sobre o caso do vídeo que foi divulgado massivamente nas redes sociais no dia 8 de novembro, onde o na época âncora do Jornal da Globo,  William Waack, usou a expressão “coisa de preto”, para se referir a um motorista que buzinava enquanto ele estava prestes a entrar ao vivo, durante a cobertura das eleições americanas em 2016, em Washington.

Na nota, divulgada hoje, 21 de dezembro,  último dia útil antes das comemorações de final de ano, a emissora diz  que ela e o jornalista “decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham.”

Confira a nota oficial:

“Em relação ao vídeo que circulou na internet a partir do dia 8 de novembro de 2017, William Waack reitera que nem ali nem em nenhum outro momento de sua vida teve o objetivo de protagonizar ofensas raciais. Repudia de forma absoluta o racismo, nunca compactuou com esse sentimento abjeto e sempre lutou por uma sociedade inclusiva e que respeite as diferenças. Pede desculpas a quem se sentiu ofendido, pois todos merecem o seu respeito.

“A TV GLOBO e o jornalista decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham.

A TV GLOBO reafirma seu repúdio ao racismo em todas as suas formas e manifestações. E reitera a excelência profissional de Waack e a imensa contribuição dele ao jornalismo da TV GLOBO e ao brasileiro. E a ele agradece os anos de colaboração.

Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2017.

Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV GLOBO

William Waack, jornalista e apresentador de programas jornalísticos da TV GLOBO”. 

 

 

Presidente negro: Joaquim Barbosa e MV Bill têm a maior intenção de votos entre afrodescendentes

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2018 é ano de eleição e nunca o cenário político, pós Diretas, foi tão nebuloso. Assim como a maioria da nação, o eleitor afro-brasileiro  não se identifica com nenhum partido ou candidato. A constatação veio de uma pesquisa realizada pelo painel B4B – BAP for Businessempresa especializada em pesquisas de consumo com foco na população negra,  que entrevistou 1067 afrodescendentes da cidade de São Paulo, durante 10 dias no mês de novembro.

30% dos pesquisados não se sentem representados por nenhum candidato, mas o que se sentem,  citaram Leci Brandão (7%), Jean Wyllis (4%), Márcio Black (4%) e Douglas Belchior (3%) como seus favoritos.

Quando apresentados para políticos negros mais conhecidos, Marina Silva, foi reconhecida por 80% dos pesquisados e a menos reconhecida foi Lidece da Mata, lembrada apenas por 9,4%. Fernando Holliday também aparece nessa pesquisa, sendo reconhecido por 38,8% dos pesquisados, um pouco mais que Paulo Paim (35,6%).

Entre os possíveis candidatos à presidência, brancos e negros, incluindo Lula , Bolsonaro, Maria Silva, Joaquim Barbosa e MV Bill são os candidatos preferidos, com 45% e 35% das intenções de votos, respectivamente.

Celebridades negras candidatas 

“São muitos dados, mas é interessante ver como no Brasil a situação política não se resolve apenas em direita e esquerda e dentro da comunidade preta isso não é diferente. Se por um lado muitas pessoas se afirmaram como de esquerda, há uma certa dissonância quando se faz o cruzamento com os candidatos e os partidos que representam essas pessoas. Foi possível perceber que o voto está mais ligado à personalidade e plataforma política do que com partidos e ideologia”, explica Luanna Teofillo, fundadora do Painel BAP.

De acordo com a empresária, ficou evidente a falta de esperança no sistema político e a falta de representatividade. “Como as pessoas não se sentem representadas pelos políticos, muitas citaram artistas, personalidades , intelectuais, ou seja, vemos que a atuação política muitas vezes é identificada fora do sistema político”, esclarece.

Douglas Belchior que aparece na pesquisa, vê essa presença de celebridades negras no cenário político como uma estratégia dos partidos. “Ano que vem vai ser um ano que se terá muitas candidaturas de figuras públicas negras em diversos partidos, da esquerda à direita porque dá retorno eleitoral. Porém não basta ser preto é preciso que haja um vínculo com as pautas negras”.

Ainda de acordo com Belchior o “voto racial”, juntará coeficiente que ajudará a eleger os “brancos de sempre” ou eleger candidatos negros que não estão preocupados com as causas negras.

Maju que se cuide: Repórter mirim e seus irmãos viralizam ao denunciarem ruas emburacadas

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“Será que eu vou ter que que deixar meu sonho de jornalismo de lado para virar prefeita?.” Mirella Archangelo,  11 anos, dona dessa frase é a prova que o empoderamento infantil não é brincadeira.

Ela e seus três irmãos criaram o Jornal da Tarde para denunciar o descaso com o asfalto da rua onde moram, na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Será que vou ter que largar meu #sonho de #jornalista para vir…

Será que vou ter que largar meu #sonho de #jornalista para virar #prefeita?Essa é a Mirella Archangelo, com o Jornal da Tarde!!!Nossa #repórter #mirim #amamosAlôôôôô #RibeirãoPreto

Posted by Mulheres Jornalistas on Saturday, December 16, 2017

De acordo com sua mãe, Amanda Salles , o sonho de Mirella ser jornalista surgiu depois da grande repercussão do seu primeiro vídeo. “Ela percebeu que poderia melhorar o nosso bairro e ajudar as pessoas. Ela fez um vídeo denunciando o desperdício de água aqui na nossa rua e o problema até já foi resolvido”, detalhou a mãe da pequena repórter em entrevista à página Mulheres Jornalistas no Facebook.

Mirella diz que não treina muito antes de gravar os vídeos. “Eu arrumo tudo, mas é mais na minha cabeça”.

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, criança e atividades ao ar livre
Foto: Reprodução Facebook

Ela e seus irmão, explicam muito bem, os detalhes dos problemas do asfalto, quem tem muitos buracos quem inundam durantes as chuvas e agora durante as férias, dificultam a diversão da criançada. “Os carros passam e quebram tudo e quando seca, espirra pedra na gente”, explica o irmão de Mirella.

No vídeo abaixo ela dá um flagrante da queda de um garoto que estava andando de bicicleta e caiu por conta do buraco.

#Como já me cansei de ligar, reclamar, pedir providências,ir até na prefeitura e ouvir que eles não tem nem previsão para vir dar um jeito nesta rua. A rua que fica o meu estúdio. Quando chove vira rio. E quando está sol voa as pedras que estão soltas, onde corre o risco de acertar nos meus filhos e clientes..Então como as crianças já estão e saco cheio resolveram do jeito delas pedir uma ajuda aos "Superiores" para dar um jeito nesta rua que esta uma vergonha..E eu peço a todos vocês que #compartilhem me ajude para que alguém olhe por está rua vergonhosa.. Rua Egydio Pedreschi. No Bairro Parque Avelino. Ribeirão Preto. #compartilhe povo. Mirella Archangelo. Pablo. Peterson e Marjory meu quarteto fantástico.

Posted by Julio Cesar Buyu on Saturday, October 28, 2017

“As meninas têm que pensar no futuro, se elas quiserem ser pedreiras ou astronautas, elas podem. Não existe profissão para homem ou mulher e elas tem que estudar bastante”, ensina Mirella.

De acordo com a reportagem da  UOL,” a assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Preto não quis comentar os vídeos, mas prometeu que o problema da buraqueira apontado por Mirella será solucionado até a próxima quarta-feira”.

Que Mirella e seus irmão continuem inconformados  com o descaso e denunciem sempre, até porque eles sabem exercer sua liberdade e cidadania mais do que muitos adultos.

Turma da Mônica: Negra, crespa e filha de uma veterinária, Milena estará em breve nos gibis

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Milena Sustenido (Foto: Instagram)

Milena Sustenido é a mais nova integrante da Turma da Mônica. Negra e cacheada, a nova residente do Bairro do Limoeiro foi descrita por Maurício de Souza como uma menina “cheia de atitude, apaixonada por música e futebol”.  Ela foi apresentada oficialmente durante a primeira corrida Donas da Rua, projeto fruto da parceria da Maurício de Souza Produções e ONU Mulheres.

A música é forte na família de Milena, que não por acaso, tem o sobrenome Sustenido. A primeira sílaba dos nomes dos integrantes da sua família forma a escala musical: Doriva, Renato (pai), Milena, Fabinho (irmão), Solange (irmã), Laurinda e Silvia, a sua mãe, uma veterinária que cuida dos pets do bairro.

O Pai, Renato é um produtor musical, Dona Lalá (Laurinda) professora de piano e Seu Dodô (Doriva) constrói instrumentos musicais.

Milena foi criada para reforçar a representatividade das meninas negras nos quadrinhos, animações e eventos live action, para que elas se vejam nas histórias e saibam desde cedo que são Donas da Rua”, declarou Mônica Sousa, diretora executiva da MSP, em comunicado oficial.

https://www.instagram.com/p/Bc0B8ZHjlmr/?taken-by=mauricioaraujosousa

Jeremias foi o primeiro personagem negro de Maurício de Souza, que ainda fez os personagens Pelezinho e Ronaldinho, inspirados nos jogadores Pelé e Ronaldo Gaúcho.

Imagem relacionada

A profissão de Silvia,  mãe de Milena tira os personagens negros de Maurício de Souza da dobradinha esporte-música, área onde o destaque de pessoas negras é esperado. Porém,  essa é uma observação de adultos, para crianças um rostinho negro no gibi é 100% alegria.

 

 

 

No jogo Hair Nah mulher negra tenta viajar sem ter estranhos tocando seu cabelo

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Hair Nah: um jogo para negras cansadas de terem mãos estranhas no seu cabelo

Eles não se contentam em olhar. Querem comentar se dá trabalho para manter, como a gente lava.  Há muita gente sem noção com mania colocar a mão nos cabelos crespos, tranças e dreads, sem pedir autorização. Quando você menos percebe, a mão está lá, apertando, apalpando e a gente fica com aquela cara de poucos amigos e ele não se ligam.

E olha, isso é um fenômeno mundial. Inspirada nessa situação chatíssma, a Diretora de Arte e designer de jogos americana @MomoUhOh resolveu transformar seus momentos desagradáveis com mãos brancas no seu black em um jogo de vídeo game: o Hair Nah. No game ela aborda sobretudo suas experiências turísticas na vida real, onde deixou de viajar, desmotivada pelas constrangimentos em relação ao seu cabelo.

https://twitter.com/twitter/statuses/930921327032074240

“Se você nunca teve uma pessoa estranha tocando seu cabelo, ou você é sortuda ou não é negra”, disse Momo a CNN.

É Hair Nah é bem simples. Você escolhe um entre os seis tons de pele (negra) da personagem Aeva , 12 tipos de cabelo afro e o destino da viagem, que incluem Cuba e Japão. A missão é “sobreviver” ao passeio evitando mãos brancas de tocaram no seu cabelo.

Quem sabe agora eles entendem.

 

 

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