Um apelo tomou conta das redes sociais durante a noite de segunda-feira (18).:
“Esse é meu primo João Pedro Matos Pinto, tem 14 anos e estava por volta das 16h em casa (Praia da Luz ) São Gonçalo, RJ. Em uma operação da polícia dos traficantes entraram na casa e os policiais saíram atirando e atingiu ele na barriga”. A postagem é de Daniel Blaz, primo de João. Na manhã de terça (19) chegou a notícia de que o estudante estava morto.
GENTE PELO AMOR DE DEUS ME AJUDEM ESSE É O MEU PRIMO JOÃO PEDRO MATOS PINTO TEM 14 ANOS E ESTAVA HOJE POR VOLTA DAS 16h EM CASA NA (PRAIA DA LUZ) SÃO GONÇALO RJ EM UMA OPERAÇÃO DA POLÍCIA OS TRAFICANTES ENTRARAM NA CASA E OS POLÍCIAS SAÍRAM ATIRANDO E ATINGIU ELE NA BARRIGA pic.twitter.com/qklRuGFGSa
O Ministério Público emitiu uma nota sobre o caso:
“A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) instaurou inquérito para apurar a morte de um adolescente ferido durante operação da Polícia Federal com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Foi realizada perícia no local e duas testemunhas prestaram depoimento na delegacia. Os policiais foram ouvidos e as armas apreendidas para confronto balístico. Outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias do fato.
A ação visava cumprir dois mandados de busca e apreensão contra lideranças de uma facção criminosa.
Durante a ação, seguranças dos traficantes tentaram fugir pulando o muro de uma casa. Eles dispararam contra os policiais e arremessaram granadas na direção dos agentes. No local foram apreendidas granadas e uma pistola.
O jovem foi ferido e socorrido de helicóptero. Médicos do Corpo de Bombeiros prestaram atendimento, mas ele não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado para o IML de São Gonçalo.”
Ainda não se sabe onde o corpo de João ficou durante o desaparecimento.
Veja algumas repercussões sobre o caso.
Depois de horas sem saber do filho, a família do João Pedro, jovem de 14 anos baleado dentro de casa, descobre que ele está no IML. Desumano. Triste. Avassalador.
Até quando o Estado vai enxugar o sangue de jovens, pretos e favelados?
Estou em contato com a família do João Pedro e os pais deles acabaram de ficar sabendo que o corpo dele se encontra no IML. O adolescente de 14 anos estava dentro de casa brincando com primos e amigos.
Para aumentar o índice de isolamento social e diminuir o avanço do Coronavírus na cidade de São Paulo, a prefeitura aprovou a antecipação de alguns feriados para essa semana, sendo eles os feriados de Corpus Christi (11 de Junho) e Consciência Negra (20 de novembro).
Com a aprovação do projeto pelo parlamento municipal nessa segunda-feira, os feriados paulistanos passam para a quarta (20) e a quinta-feira (21). Haverá ponto facultativo na sexta-feira (22).
O movimento negro não gostou da alteração do feriado que lembra a morte de Zumbi dos Palmares e emitiu uma nota de repúdio.
No documento, a mudança não é criticada somente pelo simbolismo histórico, mas principalmente pelas outras medidas que poderiam ser tomadas e que comprometem principalmente, a comunidade negra e periférica , grupo que representa maior letalidade pela COVID-19.
“As taxas de isolamento social na cidade estão baixas em função de parte significativa dos empregadores continuarem a exigir que os trabalhadores compareçam em seus locais de trabalho. Os dados mostram isto: as taxas de isolamento social aumentam nos finais de semana e reduzem nos dias de semana. A responsabilidade do baixo isolamento social não é da população, mas sim desta situação imposta à eles”, diz o texto assinado por 13 coletivos da comunidade negra.
“A fracassada tentativa de intensificar o rodízio demonstrou que medidas artificiais, tomadas sem planejamento, não resolvem o problema. É preciso criar um mix de políticas públicas como programas de auxílio emergencial a nível municipal, instalação de centros provisórios de referência de combate ao vírus nos bairros periféricos, distribuição de kits de higiene, testagem massiva, respiradores em grande quantidade, entre outros”, destaca a nota.
Sobre 20 de novembro, faz apontamentos sobre a importância da data historicamente. “É o único feriado existente no calendário que foi fruto de lutas de um movimento social brasileiro. Por isto, propostas de alteração de feriados, ineficazes como demonstramos é, no caso específico do 20 de novembro, um desrespeito a esta história. A população negra é a que mais tem se vitimizado com a epidemia. É a que mais tem se exposto a contaminação porque está neste segmento que é obrigado a sair as ruas para garantir o seu sustento. ”
Leia a Nota da Íntegra:
NOTA PÚBLICA CONTRA A ANTECIPAÇÃO DO FERIADO 20 DE NOVEMBRO DIA NACIONAL DA CONSCIENCIA NEGRA ANTECIPAR FERIADOS NÃO É EFICAZ NO COMBATE AO COVID19. PRECISAMOS DE LOCKDOWN E CONDIÇÕES E APOIO FINANCEIRO PARA QUE POBRES E NEGROS POSSAM SE PROTEGER EM ISOLAMENTO.
Os argumentos apresentados pelo Prefeito municipal de São Paulo e pelo Governador do estado de que a antecipação de feriados se justifica por aumentar a taxa de isolamento necessária para combater o coronavírus não se justifica. Primeiro, porque as taxas de isolamento social na cidade estão baixas em função de parte significativa dos empregadores continuarem a exigir que os trabalhadores compareçam em seus locais de trabalho.
Os dados mostram isto: as taxas de isolamento social aumentam nos finais de semana e reduzem nos dias de semana. A responsabilidade do baixo isolamento social não é da população, mas sim desta situação imposta à eles. Segundo, o alto índice de desemprego e de precarização do trabalho fez com que um enorme contingente de trabalhadores ingressasse no chamado “mercado informal”, aquele em que o seu ganho depende de ir trabalhar, como diaristas, vendedores ambulantes, motoristas de aplicativos, motoboys.
Para estes não existem finais de semana, feriados e nem isolamentos sociais sob pena de não ter o dinheiro mínimo para sustentar suas famílias. A única forma de garantir o isolamento social é instituir mecanismos de transferência de renda para estes trabalhadores em uma situação em que possam garantir os seus sustentos. Terceiro, que não vai ser um ou dois feriados antecipados que irá resolver o grave problema da epidemia do coronavirus. A prefeitura quer fugir do enfrentamento da raiz do problema que é justamente a precarização do trabalho na cidade.
A fracassada tentativa de intensificar o rodízio demonstrou que medidas artificiais, tomadas sem planejamento, não resolvem o problema. É preciso criar um mix de políticas públicas como programas de auxílio emergencial a nível municipal, instalação de centros provisórios de referência de combate ao vírus nos bairros periféricos, distribuição de kits de higiene, testagem massiva, respiradores em grande quantidade, entre outros.
O feriado municipal de 20 de novembro quando se celebra o Dia da Consciência Negra é uma conquista histórica do movimento negro. Foi fruto de batalhas em que se destacam nomes como os do poeta Oliveira Silveira e o jornalista Hamilton Cardoso, das lutas que culminaram na construção do Movimento Negro Unificado em 1978, da histórica Marcha da Consciência Negra nos 300 anos de Zumbi em 1995, das conquistas das políticas de ação afirmativa e dos espaços institucionais de gerenciamento destas políticas como as secretarias e coordenadorias de políticas de igualdade racial.
É o único feriado existente no calendário que foi fruto de lutas de um movimento social brasileiro. Por isto, propostas de alteração de feriados, ineficazes como demonstramos é, no caso específico do 20 de novembro, um desrespeito a esta história. A população negra é a que mais tem se vitimizado com a epidemia. É a que mais tem se exposto a contaminação porque está neste segmento que é obrigado a sair as ruas para garantir o seu sustento. É a que está no universo das pessoas que são obrigadas a enfrentar as filas da Caixa Econômica Federal para tentar obter o auxílio emergencial do governo federal. Não é justo que seja chamada também a renunciar a uma conquista sua. ASSINAM: 1. Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) 2. Central Única dos Trabalhadores (CUT) 3. Circulo Palmarino 4. Coordenação de Nacional de Entidades Quilombolas (CONAQ) 5. Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB) 6. Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) 7. Instituto do Negro Padre Batista (INPB) 8. Movimento Negro Unificado (MNU) 9. União de Negros Pela Igualdade (UNEGRO) 10. UNEAFRO Brasil 11. Pastoral Afro Brasileira (PAB/SP) FORÚM SÃO PAULO SEM RACISMO 12. Rede Quilombação 13. Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP)
O “Maio Laranja” é o mês de conscientização e combate ao abuso e exploração sexual infantil. A campanha* traz números que chocam: a cada hora três crianças são abusadas no Brasil. Cerca de 51% destas crianças tem entre 1 a 5 anos de idade.
Todos os anos 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil.
Um debate que precisa ser feito! Em 2018 foi registrado o maior índice de violência infantil, somando 32 mil casos, segundo o Ministério da Saúde. Ainda nessa pesquisa, dentre os casos registrados dois terços ocorreram dentro de casa. A cada 4 casos, em um deles o abusador fazia parte do meio social da vítima, em 23%, era pai ou padrasto.
Os dados do Disque 100 apontam que, no período de 2011 a 2017, 92% das vítimas eram do sexo feminino. Já os dados do Ministério da Saúde apontam 85% de vítimas meninas. Das denúncias recebidas pelo Disque 100, 34% das vítimas eram meninas e meninos negros (em 41% das denúncias a cor da pele não foi informada).
O coletivo nasceu de um curso de contos curtos formado só por escritores negros no início desta pandemia. “Pretos em Contos” virou livro e além do sarau, terá seu lançamento no sábado (23) em uma live na pagina do coletivo no Facebook “nosso livro vai estar a venda no site da Amazon, e o dinheiro arrecadado vai ser doado para famílias pretas que estão precisando de auxilio durante a pandemia”.
“A maior intenção na apresentação desta preta coletânea preta é que irmão pretos nos leiam; Entendam; Reflitam; Divirtam e escrevam também. Estamos juntos nesta jornada”.
A coletânea Pretos em Contos – Volume 1, é um dos primeiros resultados do vitorioso encontro de irmão pretos brasileiros que tem na escrita um de seus espaços de luta, expressão e liberdade.
Organizado pelo escritor Plínio Camillocom concepção e execução da capa por Diogo Nogue as idealizadoras do Pretos em Contos são: Kátia Moraes e Shirley Maia.
“O Campo de luta do Pretos em Contos já está no nome, o conto. Que o entendemos e praticamos como uma luta, capoeira, breve, ligeira, sem muitos floreios com armada, queixada, queda de quatro, cabeçada, tesoura e outros golpes que aos leitores são revelados as nossas intenções e os nossos motivos. Sempre, em todas a palavras/momentos, este será finalizando rapidamente Rabo de Arraia ou Meia-lua de Compasso”.
O termo surgiu em meados dos anos 70, quando um grupo de negros norte-americanos começaram a protestar devido ao descaso das autoridades diante da poluição causada por fábricas em bairros negros periféricos. A comunidade começou a tratar a situação como uma luta por justiça social, uma vez que notaram o racismo do estado em não se movimentar para resolver o problema ambiental causado pelas fábricas ao redor do país.
Desde então tem se observado pelo mundo uma série de situações semelhantes que expõem a seletividade de grandes empresas e do Estado na forma de lidar com problemas ambientais de acordo com a população atingida.
De acordo com o reverendo, químico e líder de movimentos negros americanos, Benjamim Chavis, Racismo Ambiental é a “discriminação racial nas políticas ambientais. É discriminação racial na escolha deliberada de comunidades de cor para depositar rejeitos tóxicos e instalar indústrias poluidoras. É discriminação racial no sancionar oficialmente a presença de venenos e poluentes que ameaçam as vidas nas comunidades de cor. E discriminação racial é excluir as pessoas de cor, historicamente, dos principais grupos ambientalistas, dos comitês de decisão, das comissões e das instâncias regulamentadoras.”
Em meados de 1983, nos oito estados do sul dos Estados Unidos (onde a segregação racial era mais evidente), 75% dos depósitos de rejeitos eram instalados em bairros negros, embora a população negra representasse apenas 20% do total de habitantes da região. Não há outra explicação para esses dados e a forma como as autoridades e empresas enxergam as populações racializadas como inferiores, priorizando a proteção da vida branca, senão o racismo.
O racismo ambiental não se restringe a onde os empreendimentos que mais poluem e degradam são instalados, mas também como eles operam. Em 2011, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo moveu uma Ação Civil Pública contra a siderúrgica ArcelorMittal e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). O processo acusa a empresa de racismo ambiental e sustenta que a multinacional adota por aqui uma tecnologia diferente de suas plantas no exterior, como se no Brasil houvesse uma espécie de “licença para poluir mais”.
Maíra Mathias, na Revista Poli/Fiocruz, afirma que “em tempos de capitalismo global, o conceito de racismo ambiental foi sendo ampliado – e também disputado. Se no início da luta no condado de Warren o foco eram as comunidades negras, o próprio movimento social foi se dando conta de que por lá o racismo ambiental também atingia povos indígenas e populações imigrantes, como latinos e asiáticos. Por aqui, o conceito abarca diversos grupos que por seus traços físicos, culturais, políticos e econômicos se diferenciam do modelo branco, ocidental e burguês historicamente imposto, como ribeirinhos, quebradeiras de coco, geraizeiros, dentre outros…”
O médico patologista e ativista ambiental Paulo Sadiva orienta a discussão de racismo ambiental em diversos aspectos da construção capitalista. De acordo com ele, não há desculpa científica que explique o porquê de empresas europeias seguirem padrões de proteção na construção de modelos de seguranças em seus veículos diferentes em cada país que opera. “O uso dos freios abs e air-bags em veículos reduz cerca de 35% da mortalidade em acidentes de trânsito, e temos multinacionais que operam com diferentes padrões de segurança conforme o país em que está. O que é isso? Racismo. Lógico que existem pressões econômicas, mas como consideramos que o ser humano é o mesmo em todos os países do mundo, não existe explicação para que se apliquem padrões de segurança diferentes em determinados países se isso significa redução do número de mortos em acidentes.”
Sadiva fala ainda sobre como regiões diferentes dentro da cidade de São Paulo sofrem com diferentes condições climáticas dado ao descaso das autoridades com essas regiões. Segundo ele “se colocarmos uma sonda térmica na favela de Paraisópolis e no bairro Morumbi podemos notar que há poucos metros de distância a temperatura é diferente, a umidade é diferente, a condição térmica é diferente e a poluição é diferente. Ou seja, as ilhas de vulnerabilidade ambiental estão associadas as ilhas de pobreza das cidades.”
Em São Paulo, morrem cerca de 11 mil pessoas a mais por ano devido à poluição do ar. Considerando que níveis de poluição estão diretamente associados a regiões de pobreza da cidade, temos a grande maioria dessas mortes acontecendo entre pessoas pobres, consequentemente negros e, ainda assim, o Estado não trata do meio ambiente como uma questão de saúde pública.
Entender e discutir a respeito da negligencia por parte do Estado com as questões ambientais no que tange pessoas periféricas e negras é discutir como o Racismo Ambiental atinge essas populações.
Estamos em meio a uma pandemia e o que me despertou o interesse em discutir o racismo ambiental foi observar os números que afirmam que o risco de morte de negros por Covid-19 é 62% maior em SP. No estado do Espírito Santo os números também são reveladores: a taxa de mortalidade de pessoas negras é de 42,8%, enquanto a taxa de mortalidade de pessoas brancas é de 19%.
E por quê? O vírus em si é racista? Não. Isso é o exemplo perfeito de Racismo Estrutural como consequência direta do Racismo Ambiental.
A desigualdade é um dos fatores determinantes, mas a raça/cor é um delimitador crucial que retira a garantia de cidadania dos indivíduos. Somos marcados por um sistema de opressão edificado nas dinâmicas da escravidão.
Amani Allen, professora de epidemiologia na Universidade da Califórnia em Berkeley, afirma que o conceito de raça é “uma construção social da desigualdade. Desde a infância os negros têm uma proteção menor do sistema de saúde e capacidade limitada de ascensão social. A Covid-19 está jogando luz nas disparidades”
Especialistas apontam que questões socioeconômicas como saneamento básico precário, insegurança alimentar e dificuldade de acesso à assistência médica, aumentam o risco de pessoas negras adoecerem e não sobreviverem. Além disso, pessoas negras são a grande maioria do grupo de trabalhadores essenciais, os mais expostos ao coronavírus.
Dizer que o vírus não discrimina é um equívoco, justamente porque há grupos que estão muito mais desprotegidos do que outros e grande parte disso é consequência da falta de atenção das autoridades quando falamos de políticas públicas de saúde ambiental.
O infectologista Crispim Cerutti Junior chama nossa atenção para um outro fator social que envolve as moradias periféricas dessas populações: “uma marca das doenças infecciosas em geral, particularmente da Covid-19, é que elas transmitem melhor nos ambientes de moradias mais inadequadas.”
Foto reprodução Instagram @acoisaficoupreta
Como se isso não bastasse, pessoas negras ainda relatam casos de racismo e violência policial pelo país ao utilizarem máscaras, itens esses essenciais para proteção como orientado pela Organização Mundial da Saúde.
É de extrema importância que passemos a questionar até onde o braço do Estado e seu descaso nos atinge nesses aspectos. O Racismo Ambiental evidente que propicia maior impacto da pandemia em populações racializadas e pobres é mais um exemplo claro de como essas questões precisam ser debatidas e propostas precisam ser discutidas.
O racismo nos atinge e nos mata todos os dias das mais variadas formas e o Racismo Ambiental é mais uma das formas a serem analisadas e combatidas.
A cantora Iza revelou, neste domingo (17), a música-tema de uma campanha global da Humanity Lab Foundation junto à ONU. O single é um trabalho feito com o rapper Maejor e recebeu o nome “Let Me Be The One”.
Nas redes sociais, a cantora divulgou a capa da parceria e declarou estar muito feliz com o trabalho que terá como foco a crise dos refugiados e a diversidade. Além da faixa, os artistas também vão lançar o clipe de “Let Me Be The One” na quinta-feira (21).
Ludmilla foi internada na última quarta-feira (13) no Rio de Janeiro após dores intensas abdominais e foi diagnosticada com pielonefrite aguda, que é uma espécie de processo inflamatório no rim.
Em nota divulgada neste domingo (17), a assessoria de Ludmilla informou que “a crise foi controlada e a cantora segue para casa”, ela recebeu alta do hospital e continuará o tratamento em casa com os medicamentos necessários.
Confira abaixo a íntegra da nota da alta do hospital divulgada pela assessoria de Ludmilla:
“Hoje, a cantora Ludmilla recebeu alta do hospital em que estava internada com pielonefrite aguda complicada.
A crise foi controlada e a cantora segue para casa, onde continuará com medicamentos para finalizar o tratamento. No Instagram, Ludmilla diz ‘obrigada por todas as mensagens de carinho e orações – funcionou!’.
A cantora procurou o hospital do Rio de Janeiro no dia 12 de maio após sentir fortes dores abdominais. A condição que a fez ficar internada é um processo inflamatório nos rins, que causa muita dor e desconforto”.
Sem espaço na TV Globo ou em qualquer outra emissora aberta, a atriz Neusa Borges está fora da TV há mais de dois anos. A atriz precisou procurar outros trabalhos para se sustentar “o que tem me sustentado nos últimos anos em que fui esquecida pela TV foi meu brechó em Salvador” e agora, aos 79 anos, fará seu primeiro trabalho na TV paga.
Veterana da emissora, Neusa diz que são “descartados por emissoras brasileiras” e que “ninguém nos dá papéis”. Neusa começou a carreira de atriz na Globo no início dos anos 70 e participou de mais de 50 produções entre novelas, séries e filmes de cinema. Ela estreia em “Auto Posto” novo seriado do canal pago Comedy Central que estreia no dia 9 de junho.
A história gira em torno de um posto de gasolina meia-boca, à beira da falência, de propriedade de Nelson (Marcos Breda). Neusa é Bernadete, a frentista. O seriado é dirigido por Marcelo Botta e foi gravado na cidade de Paraibuna,interior de São Paulo. Trata-se de uma parceria entre o canal Comedy e a Salvatore Filmes.
Nesse último domingo (17), a cantora Bia Ferreira gravou um desabafo em seu Instagram explicando o motivo de recusar a ajudar instituições de caridades e vakinhas online durante esse tempo de pandemia. A artista informou que não tem condições para manter-se ou para manter o seu trabalho, e que as pessoas devem olhar para arte em seu formato original e esquecer a ideia de que artista é consequentemente rico.
“Meu trabalho nunca teve um reconhecimento financeiro satisfatório. Você já pensou se essa artista aqui tem o que comer? Eu não tenho dinheiro para ajudar ou para comprar comida. Artista vive de arte. A gente tem que ser mais humano e perguntar se o outro tá comendo, tem saúde mental, tem como fazer o trabalho.” Explicou a cantora, relatando que já trabalhou muito para ter um pouco de reconhecimento na arte e ainda está batalhando por isso. Sendo artista de rua, preta, lésbica e periférica com falas sobre política e problemas sociais, torna-se mais difícil ter quem patrocine suas músicas, segundo a mesma.
Bia Ferreira fala, no vídeo, sobre a dificuldade de ter seu trabalho reconhecido e pago, já que a maioria das pessoas consideram que artistas devem demostrar seus serviços apenas pelo apoio à causa e voluntariado, mas esquecem do quanto à arte faz-se necessário para a sobrevivência de quem a faz. Diante de uma sociedade capitalista, onde o maior representante social é o dinheiro, Bia exclama “Parem de me pedir doação. Parem de me pedir shows de graça. Paguem os cachês que me devem. Eu quero começar a ser paga.”
Com um modo poético e sensível diante dos problemas sociais, Bia continua acreditando no poder da sua arte e demostra toda sua indignação e talento nas frases cantadas, como as músicas “Cota não é esmola” e “Não precisa ser Amélia”. A artista canta problemas vividos pelas pessoas mais esquecidas da sociedade.
Com mais de dez milhões de acessos no vídeo “Cota não é esmola”, Bia explica que não recebeu nenhum dinheiro pelos direitos autorais do vídeo e mostra, ainda, para os seus seguidores e admiradores do seu trabalho o poder que eles têm de mudar sua situação. Sem a contribuição, patrocínio ou contrato de grandes empresas, a compositora clama pelo seu público e pede para que façam uma reflexão “As pessoas devem acreditar na mudança que elas podem fazer apoiando artistas e não famosos. Quero ser respeitada no lugar de artista, quero ser paga pela minha arte. Como eu vou produzir arte? Eu não tenho como lançar música, não tenho como produzir música. Não tenho.”
Compositora, cantora e multi-instrumentista, Bia recebeu audiência nacional em 2018, após a sua música “Cota não é esmola” espalhar-se na internet. Com letras didáticas, suas composições tratam de questões raciais e sociais. A cantora fala em “libertar mentes” com suas letras e questionamentos no mundo da música.
Nascida em Minas Gerais e criada em Sergipe, se viu artista de rua para poder ter o que comer, cantando em diversos pontos e em portas de shows. Transformou sua arte em política e apelo social para um olhar mais humano diante das desigualdades diárias para o povo preto e pobre. Concorreu, em 2018, ao prêmio “Cantora Revelação” no Women Music Events e teve suas composições citadas em provas de vestibulares como a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Bia é uma artista que enfatiza o racismo estrutural e sua desigualdade, com letras que reforçam a dificuldade de nascer “preta e pobre dentro da comunidade”. Demonstra em suas composições o quanto as pessoas com menos condições financeiras e estruturação social são prejudicadas diante de uma sociedade racista e excludente.
Para ajudar Bia Ferreira, além de ouvir e pagar pela sua arte, você pode contribuir em: