(Texto publicado originalmente em 28 de fevereiro)
O racismo está em todos os espaços, até entre jornalistas que têm como função, buscar a igualdade e justiça por meio da informação.
O Mundo Negro foi procurado por funcionários da Record TV com prints de conversas de Whatsapp de jornalistas, incluindo uma correspondente internacional, que estariam usando um grupo com nome “Resistência” para difamar e fazer “piadas” sobre um jovem negro que trabalha na sede da emissora em Brasília.
Os lábios grossos da vítima foram comparados com o ânus, quando o grupo ainda fazia “piadas” sobre a possível orientação sexual do rapaz negro durante os diálogos no aplicativo.
Reprodução Whatsapp
Outro caso de racismo aconteceu quando uma jornalista de Brasília também usou o aplicativo de bate-papo para fazer piadas sobre uma colega negra a quem ela se referia como” Patolino”, o pato negro das animações da Warner Bros, ao se referir a ela em conversas com pessoas da emissora.
De acordo com as fontes que quiseram manter anonimato, a Chefia de Jornalismo de Brasília e São Paulo e o Departamento de Recursos Humanos estão cientes dos grupos e comentários racistas, mas até o momento ninguém havia sido suspenso ou demitido.
Tentamos contato com um Diretor da Record que está ciente da situação, para ter um posicionamento da emissora, mas ele não retornou as ligações nem respondeu aos recados.
Manu, Victor Hugo e Babu estão no sétimo paredão do BBB 20, formado na noite de domingo (8). Manu foi automaticamente colocada na berlinda após apertar o botão vermelho do quarto branco, ontem; Victor Hugo foi indicado pelo líder; e Babu foi o mais votado pela casa, com cinco votos.
Os participantes tiveram 30 segundos para defenderem suas permanências no jogo e Babu emocionou ao pedir: “Quero ser o primeiro homem negro a ganhar o Big Brother”.
Babu completou dizendo, “vocês já me conhecem o suficiente e da onde eu venho boa convivência vem de três palavras magicas, por favor, com licença e obrigado. Onde ações como ligou, deliga. Sujou, limpou. Abriu, fecha. Pra mim isso é o começo de uma boa convivência, mas eu acho que aqui não faz muita diferença e tudo bem. São 40 anos contrariando estatística, me ajude a contrariar mais uma. Quero ser o primeiro homem negro a ganhar o Big Brother. Deixa o paizão ficar. Que eu estou duro, devendo, isso tudo vocês já sabem”.
Pai de três filhos, Babu pouco falou, sobre a vida difícil e da luta pela sobrevivência que sempre teve aqui fora. Apenas em uma declaração, o participante do reality, mandou o seguinte recado: “Dona Rosa, quero pagar o aluguel”. No imóvel alugado por R$ 1,5 mil, de dois quartos e 70 metros quadrados, vive a atual namorada, um dos seus três filhos e o melhor amigo. Sem dinheiro, a família compra fiado num restaurante ao lado da casa onde mora, e já acumula uma conta de mais de R$ 1 mil.
Sérgio Camargo,Presidente da Fundação Palmares, não é visto com bons olhos nem pela nova Secretária Especial de Cultura, Regina Duarte.
Em entrevista ao Fantástico neste domingo, 8 de março, a atriz definiu Camargo como alguém fora do perfil que ela espera para o cargo. “Voltamos a uma situação de uma pessoa que é um ativista mais do que um gestor público. Estou adiando o problema. Eu quero que baixe um pouco a temperatura”, disse a secretária , no sentido de esperar para tomar uma decisão.
Durante a entrevista ela confessou que os trâmites políticos têm dificultado suas primeiras movimentações dentro da pasta.
Levando-se em conta que ela usou a palavra “problema” ao se referir à Camargo, não será surpresa se ele cair em breve.
Na mesma entrevista, Regina afirmou que grupos minoritários devem ir atrás de patrocínios e não esperar verba da Secretaria de Cultura para os seus projetos. As minorias devem procurar patrocínio junto à sociedade civil”, alertou a Secretária.
Muitas vezes a consciência da cor surge para nossas crianças quando elas sofrem racismo e essa é a pior maneira de despertar a sua identidade. Falaremos aqui sobre meninas negras. Não por acaso, muitas ao se descobrirem negras se acham menos bonitas e dignas de afeto, como se fosse um produto de segunda linha, sempre à sombra das meninas brancas.
Nos EUA chegaram fazer um estudo comparando meninas negras como brancas na perspectiva da receptividade social. Os números mostraram que as garotas negras são vistas de forma mais adulta que as brancas de forma que também estariam mais sujeitas a violência e assédio sexual.
Se as mulheres negras de hoje sem referências negras na infância já movem o mundo, imagine como serão as da nova geração que já têm mães e pais mais conscientes?
Se você cria meninas negras e está perdida ou perdido na missão, vou te dar algumas dicas. Sou mãe de três meninas.
Elogie a beleza : Falaremos sobre o interno mais para frente, mas a beleza é o externo e não temos como ser hipócritas com a forma como o mundo lida com a aparência. Meninas negras têm vários tons de pele, texturas de cabelo e traços. Os traços mais “fora” do padrão são os que mais devem ser elogiados: o cabelo mais crespo, o nariz mais largo, os lábios mais grossos, o tom mais escuro. Tudo o que é mais perto do padrão tem referência, a beleza negra ainda carece de representatividade real. No livro da Lupita Nyongo a cor da sua personagem Sulwe, que sofre por ser mais escura até dentro da sua família, se sente mais linda ao ser comparada com a noite, escura e cheia de beleza, como a garotinha.
Enalteça o conhecimento do povo negro: A contribuição do povo negro vai muito além da nossa genialidade na música e no esporte. Das pirâmides do Egito até a Dra. Jaqueline sequenciando o genoma do coronavírus no Brasil, nosso intelecto teve imensurável contribuição para humanidade. O filme “Estrelas além do Tempo”, por exemplo, é uma história para todas as idades e conta como três mulheres negras , Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) que fizeram parte de uma equipe da Nasa em época de forte segregação racial. Elas foram fundamentais para que os EUA fossem o primeiro país a orbitar a Terra.
Representatividade importa: Beyoncé, Iza, Maju , uma mulher na família que fez algo incrível. Se não formos nós mostrando aos mais jovens como somos incríveis, ninguém o fará, ao menos não da forma que sentimos que deve ser feito. Tente ter em casa referências na decoração e até no material escolar, de algo que seja racialmente representativo. Outras culturas fazem isso de forma muito natural. Sem nos enxergar na sociedade e sendo tão jovens, é fácil achar que não nos encaixamos ou pertencemos a determinado ambiente. Faça um uso sábio das redes sociais seguindo pessoas negras inspiradoras, seja por sua aparência, seja pelos seus feitos.
Fale sobre racismo: A melhor maneira de começar a falar sobre racismo com os filhos é dando um contexto histórico antes que eles tenham que lidar com isso, porque infelizmente irão. Se começamos pela narrativa da violência e segregação, não temos a dimensão de como isso chega na criança. É importante que ela entenda que o racista está errado e que os contextos históricos fizeram com que hoje a maioria das pessoas negras viva na pobreza. Ressalte que isso não tem nada a ver com a competência dos negros e sim é fruto de um longo período da história, mais de 300 anos, onde pessoas brancas escravizam pessoas negras e que isso ainda se reflete nos dias de hoje, mas as coisas estão melhorando.
O cabelo crespo não é brinquedo de gente curiosa: Assim como acontece com as mulheres negras e crespas adultas, umas se incomodam de ter seus cabelos tocados, outras não. Porém como responsáveis por meninas negras temos sempre que ensinar que cabelo faz parte do corpo e o toque do outro, sem permissão não deve ser visto como algo normal. As pequenas terão dificuldade de verbalizar esse incomodo, então cabe aos adultos tomar as providências caso o cabelo da criança negra seja alvo de curiosidade alheia, piada e fofoca. Se ela quiser alisar, explique que o cabelo natural é o que a deixa mais bonita, que é também mais o saudável e busque imagens de crespas para inspirá-la.
Sobre amor e preterimento: a solidão da mulher negra não vale somente na esfera do relacionamento amoroso. Ele nasce na infância quando a menina negra não é chamada para atividade em grupo da escola ou para ser o par do coleguinha festa junina. A nova geração evoluiu, mas ainda é criada por pessoas racistas. Por isso o amor da família é fundamental. No livro “Na minha pele”, Lázaro Ramos destaca o enfoque que ele dá em termos de carinho à sua filha Maria Antonia por entender que o mundo lá fora não será sempre gentil com ela no campo do afeto. Essa é uma decisão sábia. O amor da família é fundamental para autoestima e ferramenta indispensável que fará com que a menina negra sinta que se o outro não gosta dela, o problema está nele.
Essa é uma lista de dicas colaborativa e adoraria saber sua opinião e sugestão. Use os comentários!
*Esse é o primeiro texto da minha coluna “Nossas meninas negras” com foco na informação de pais e mães de meninas negras e também com conteúdo dedicado às pretinhas.
O ator Pedro Guilherme Rodrigues (Crédito: Arquivo pessoal)
Quantas vezes as cenas de Tiago da novela “Amor de Mãe”, interpretado pelo ator Pedro Guilherme Rodrigues, te tiraram o ar?
Arrastão, cenas no camburão e racismo no shopping. O filho de Vitória (Taís Araújo) retrata na TV cenas do racismo cotidiano típico do Brasil.
Na cena de sexta-feira, 6, o responsável pela segurança do shopping onde o garoto foi confundido com morador de rua, a confusão entre racismo e preconceito estava no roteiro e Vitória foi enfática: “Racismo é crime”.
https://www.instagram.com/p/B9ahHcVlmzE/
Infelizmente nem a fama poupou Pedro, que tem 9 anos, de sofrer racismo na vida real. Quem explica o episódio de racismo é Renata De Paula, mãe do ator que concedeu uma entrevista ao Mundo Negro: “O Pedro estava olhando fones de ouvidos dentro de uma loja da FastShop no shopping e um vendedor chegou nele e disse ‘Esse fone é muito caro para você’”.
Renata descreve que apesar das cenas fortes da novela, Pedro não deixa o roteiro afetar suas emoções. “Ele é muito profissional. Falou ‘corta’ ele se torna o Pedro de novo”, detalha a mãe, que sente que o filho é ciente do que o seu personagem representa.
Pedro com a irmã Stefany de Paula (ao fundo) e sua mãe Renata de Paula (Crédito: Arquivo pessoal).
“Ele tem total conhecimento de tudo isso , nas cenas que faz sempre procura se concentrar e depois ele me pergunta se isso tudo um dia vai parar de acontecer.
Interpretando Luiz Gama no filme (Prisioneiro da Liberdade) de Jeferson D ele me perguntou por que os negros eram escravizados , por que hoje podemos falar e brigar pelos nossos direitos e a muitos anos atrás não podíamos ? “, conta Renata.
Alguns episódios de racismo que aparecem nos noticiários mexem com o ator mirim, como o caso do jovem de 16 anos de Salvador, que foi agredido pela polícia por ter “cabelo de bandido”:
“Pedro nunca quis cortar o cabelo , mais recentemente vendo uma cena de abuso de poder , que aconteceu na Bahia onde alguém batia em um rapaz negro e dizia que o seu cabelo era de bandido ou de alguém que não valia nada , ele ficou preocupado e se perguntou ‘será que um dia vão me bater na rua ,por causa do meu cabelo ?! Ou vão me prender quando for adolescente se estiver sozinho pelas ruas ?! “, descreve a mãe de Pedro.
O tom na interpretação Tiago tem sido fundamental para contar um pouco como o racismo se dá no Brasil e nossas crianças não estão isentas dessa violência.
https://www.instagram.com/p/B6Oh8rXhLct/
Pedro tem mostrado muito brilho mesmo em cenas onde ele contracena com grandes nomes da TV como Taís Araújo e Murilo Benício nos mais diversos cenários tanto alegres como de tensão.
A gente aqui fica na torcida para ver Pedro em novos papéis na telinha.
A Rede Globo divulgou nessa sexta-feira (6), dois projetos que envolvem a morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, ambos assassinados a tiros em 14 de março de 2018. Um é o primeiro documentário da plataforma Globoplay sobre a vida da vereadora até a sua morte “Marielle: O Documentário” que vai ao ar no dia 13 de março.
Porém o segundo projeto, um seriado ficcional sobre o assassinato da vereadora causou revolta entre ativistas e profissionais negros da área audiovisual que escreveram coletivamente uma Nota de Repúdio em relação ao projeto da série.
Um dos motivos é a ausência de pessoas negras, sobretudo mulheres negras na parte executiva do projeto. Marielle era mulher negra e feminista.
“É revoltante. No entanto, numa sociedade capitalista, não surpreende que a história de uma mulher negra seja contada a partir do ponto de vista de três pessoas brancas. A única surpresa é o fato de terem demorado tanto pra anunciar o projeto, visto a sanha que têm de se apropriar dessa história há tanto tempo.”
Outra fonte de repulsa pelo seriado é o envolvimento de Antonia Pellegrino, uma das roteiristas da série “O Sexo e as Negas” e José Padilha, diretor de Tropa de Elite como diretor do seriado. Sobre isso a nota diz:
“O diretor escolhido para comandar a série é o homem que deu e dá ferramentas simbólicas para a construção do fascismo e genocídio da juventude negra no País. É uma violência extrema envolver numa série sobre Marielle o autor de filmes que retrataram de forma heróica a polícia mais violenta do País. Para se ter uma ideia, após “Tropa de Elite”, as inscrições no Bope aumentaram vertiginosamente. O retrato ali inspirou e inspira ações violentas em todo o país. Não à toa que a música tema da Tropa no filme apareceu em dezenas de vídeos de apoio ao presidente em exercício”.
A Nota diz destaca que fazer um seriado sobre uma morte cuja investigação nem foi concluída também é um erro:
“Além disso, ficcionalizar em torno de um crime que ainda está sendo investigado também é uma violência e uma naturalização do crime violento e dos 13 tiros disparados contra o carro de Marielle, que vitimaram ela e o motorista Anderson Gomes”.
Confira a Nota na íntegra ( se quiser assinar clique aqui) :
Nota de repúdio
Na sexta-feira, 6 de março de 2020, a Rede Globo e a Globoplay anunciaram uma série ficcional baseada na Vida de Marielle Franco, cujo assassinato em 2018 continua ainda sem respostas. Acontece que o projeto anunciado é encabeçado por três pessoas brancas. A roteirista Antonia Pellegrino (“Sexo e as Negas”, “Bruna Surfistinhas” e “Tim Maia”), George Moura (“Onde Nascem os Fortes”, “Amores Roubados” e “O Canto da Sereia”) e José Padilha.
É revoltante. No entanto, numa sociedade capitalista, não surpreende que a história de uma mulher negra seja contada a partir do ponto de vista de três pessoas brancas. A única surpresa é o fato de terem demorado tanto pra anunciar o projeto, visto a sanha que têm de se apropriar dessa história há tanto tempo.
Mas o desastre fica maior a cada detalhe. O diretor escolhido para comandar a série é o homem que deu e dá ferramentas simbólicas para a construção do fascismo e genocídio da juventude negra no País. É uma violência extrema envolver numa série sobre Marielle o autor de filmes que retrataram de forma heróica a polícia mais violenta do País. Para se ter uma ideia, após “Tropa de Elite”, as inscrições no Bope aumentaram vertiginosamente. O retrato ali inspirou e inspira ações violentas em todo o país. Não à toa que a música tema da Tropa no filme apareceu em dezenas de vídeos de apoio ao presidente em exercício. É o filme que mais exaltou o tema “bandido bom, é bandido morto”, simplificando a discussão da violência urbana a uma questão de polícia.
Além disso, ficcionalizar em torno de um crime que ainda está sendo investigado também é uma violência e uma naturalização do crime violento e dos 13 tiros disparados contra o carro de Marielle, que vitimaram ela e o motorista Anderson Gomes.
Depois disso, Padilha ainda cometeu a série “O Mecanismo”, cujas falsificações históricas só fizeram recrudescer o discurso fascista que resultou no governo mais autoritário e violento das últimas décadas no Brasil.
É revoltante mais uma vez ver a branquitude disfarçar de boas intenções a apropriação da imagem de uma mulher negra lésbica, favelada, mãe, filha, irmã e esposa. Para defender sua propriedade de contar a história de Marielle, Antonia Pellegrino usou como argumento: “eu a conhecia muito bem”, “eu ajudei na sua primeira campanha”, “eu segurei o seu caixão”.
Mas a mesma pessoa que diz ter se inspirado em Marielle e diz ter respeito pelo feminismo negro, se lança como arauto para contar essa história aliada aos seus pares, masculinos e brancos. Tudo isso é extremamente violento. É um desrespeito a tudo que Marielle defendia.
Se qualquer uma dessas pessoas tivessem entendido de fato a luta de Marielle, saberiam o quão violento é fazer esse projeto encabeçado apenas por pessoas que não refletem sua imagem e semelhança. Existe um valor simbólico e financeiro em contar essa história. Um valor que vai ficar na mão daqueles que sempre dominaram o audiovisual no Brasil.
Ter em algum momento convivido ou lutado ao lado de Marielle não tira o peso da decisão de se apropriar da história dela dessa forma.
Padilha disse em entrevista ao “O Globo” que “se dedicou por muito tempo a histórias de violência urbana do Rio. Essa é uma que precisa ser contada”. A história de Marielle cabe muito mais do que apenas a violência institucional. Ela é muito mais do que uma vítima da violência urbana que tentam fazer parecer. Seu assassinato é o reflexo da necropolítica que ela denunciava.
A história de Marielle é também a história das tecnologias afetivas, pois Marielle sempre falou sobre afeto, empatia, mulheres lutando juntas, jovens negras movendo estruturas. A branquitude quer se apropriar e narrar essa história sem ao menos entender sobre o que ela é. Tudo isso é desesperador demais.
Às mulheres e homens pretos e lésbicas foi negado o direito de contar essa história. Pois ainda que o racismo estrutural e institucional tente nos paralisar, homens e mulheres negros e negras se tornaram grandes realizadores, comandando produções e recebendo reconhecimento aqui e fora o Brasil. Por isso, é ainda mais perverso saber que essa história só será contata se for produzida por essas pessoas, pois o racismo produziu mecanismo para distanciar pessoas negras do direito de con ju tar a própria história.
Quem trabalha no audiovisual conhece bem as estratégias perversas da branquitude que domina esse meio e entende o código por trás de cada afirmações “bem intencionadas” sobre transformar a série numa “escola”. Isso significa que as decisões finais serão todas tomadas por brancos e que os profissionais não-brancos da equipe terão no máximo o direito de brigar e adoecer tentando deixar a narrativa menos racista, sendo subjugados pelo tokenismo.
Marielle, em sua última fala pública, contou a respeito da prefeitura do Rio: “primeiro eles saem chutando a porta, depois eles pedem desculpas e por último oferecem um microcrédito, que não repara nada”. Esse é o modus operandi da branquitude. Se apropriar como se tudo a ela pertencesse: nosso corpos, nossa subjetividade, nossa história. É um desastre, é violento e racista.
Assinam essa nota:
1
Adriana Silva, produtora e roteirista
2
Ana Beatriz Luta, estudante aic
3
Ana Julia Travia, roteirista e diretora
4
Ana Pacheco, roteirista
5
Atilon Lima, aAudiovisualista e Fotógrafo.
6
Beatriz Silva Moura, estudante – AIC
7
Betânia Dutra , fotógrafa
8
Bianca Joy Porte, Atriz e roteirista
9
Bruna Fortes, montadora
10
Bruno dos Anjos Soeiro de Souza, diretor de fotografia
11
Carmen Faustino, escritora e produtora cultural
12
Carol Rodrigues, roteirista e diretora
13
Caroline Moreira empreendedora
14
Cecília Carlos Boechat, apresentadora, jornalista, produtora de conteúdo e modelo.
15
Cibele Amaral, roteirista e diretora.
16
Claudia Alves, Roteirista e diretora
17
Dalila Ferreira, jornalista e Roteirista
18
Daniel Ramos, antropólogo
19
Daniela Israel, produtora e diretora
20
Denise Souza, maquiadora.
21
Ébano Gama, publicitário
22
Eliana Alves Cruz, Escritora e jornalista
23
Eric Paiva, roteirista
24
Erica Malunguinho, Deputada Estadual do PSOL
25
Érica Sarmet , roteirista, diretora e pesquisadora
26
Erick Diana Gomes, eEstudante AIC
27
Estevão Ribeiro, Roteirista e escritor, criador da tirinha Rê Tinta
28
Éthel Oliveira , cineasta e cineclubista
29
Frederico Rosa da Paz, produtor
30
Gabriel Nascimento, Professor, Pesquisador e escritor
31
Gabriela Ramos, advogada e pesquisadora.
32
Gabriella Padilha Scott, realizadora audiovisual
33
Gautier Lee, roteirista e diretora
34
Jeferson da Silva Brum, produtor e distribuidor
35
Jessica Queiroz , Diretora e montadora
36
Jonathan Raymundo, produtor do Wakanda in Madureira
37
Jorane Castro, roteirista e diretora
38
Jorge Washington, ator fundador e membro do Colegiado gestor do Bando de Teatro Olodum
39
Julia Tolentino, realizadora audiovisual
40
Juliana Balhego, realizadora audiovisual
41
Karoline Maia, diretora
42
Kelly Adriano de Oliveira, Antropóloga, educadora e gestora cultural
43
Laís Werneck Oliveira, Produtora
44
Léa Maria Melo Chaib, Artista
45
Leonardo Miguel Braga Sampaio, realizadora audiovisual
46
Lorena Montenegro, roteirista e crítica de cinema
47
Luciana Damasceno, atriz e roteirista
48
Luiz Santana, roteirista
49
Luiza Romão , Atriz e slammer
50
Maíra Azevedo, Jornalista, humorista e apresentadora
51
Maíra Oliveira, roteirista e dramaturga
52
Maitê Freitas, jornalista
53
Manuela da Fonseca Miranda, atriz
54
Marcela Lisboa, jornalista e diretora
55
Maria Clara Pessoa, roteirista e publicitária.
56
Maria Clara, roteirista e publicitária.
57
Mariana Costa, pesquisadora
58
Mariana Luiza, roteirista e diretora
59
Mariani Ferreira, roteirista
60
Marília Nogueira, roteirista e diretora
61
Marina Luísa Silva, pesquisadora e roteirista
62
Mario Victor Bergo Crosta, Estudante. Unesp.
63
Maurício Batista Zumerle, Estudante , Academia Internacional do Cinema
64
Monique Rocco, diretora de Produção
65
Myrza Muniz, roteirista
66
Nêga Lucas, atriz, diretora, escritora
67
Pâmela Hauber , roteirista e produtora executiva
68
Paulo Souza, atriz
69
Pedro Borges, Jornalista e co-fundador do Alma Preta
70
Phelipe Caetano, roteirista
71
Rafael Mike, Roteirista, compositor, cantor e diretor musical (Dream Team do Passinho)
72
Rafaela Carmelo, diretora e roteirista
73
Renata Martins, roteirista e diretora
76
Roberta Rangel , atriz e realizadora
75
Rodolfo De Castilhos Franco, diretor e roteirista
76
Rogér Cipó
77
Sabrina Fidalgo, roteirista e diretora
78
Sílvia Godinho, diretora, roteirista e produtora
79
Silvia Nascimento, jornalista Fundadora do Mundo Negro
80
Tabatha Sanches , cantora e Professora
81
Tatiana Nequete Machado, roteirista e diretora
82
Thaise de Oliveira Machado, diretora de arte
83
Thales Ramos, jornalista
84
Thamyra Thamara de Araújo, jornalista e roteirista.
As pesquisadoras Ester Sabino e Jaqueline Goes de Jesus lideraram uma equipe que conseguiu em tempo recorde, 48 horas, sequenciar o genoma do coronavírus após o registro do primeiro caso da doença no Brasil. Em outros países o mesmo estudo levou uma média de 15 dias.
Nessa última sexta-feira, 6, a Maurício de Souza Produções divulgou uma linda homenagem as cientistas brasileiras, um desenho do projeto “As Donas da Rua” que promove o empoderamento e reconhecimento de mulheres importantes para história do Brasil e do mundo nas mais diversas áreas.
Crédito: Maurício de Souza Produções
À Agencia Fapesp, Ester Sabino diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP explica a importância do estudo sobre o vírus mais temido do momento: “Ao sequencia-lo, ficamos mais perto de saber a origem da epidemia. Sabemos que o único caso confirmado no Brasil veio da Itália, contudo, os italianos ainda não sabem a origem do surto, pois ainda não fizeram o sequenciamento de suas amostras. Não têm ideia de quem é o paciente zero e não sabem se ele veio diretamente da China ou passou por outro país antes”.
Há dois anos , especificamente no dia 14 de março, a vereadora eleita do Rio de Janeiro Marielle Franco foi morta a tiros ao sair de um evento de mulheres negras no centro do Rio de Janeiro. O motorista do carro dela, Anderson Pedro Gomes, também morreu. O crime, cuja hipótese da polícia é execução chocou o mundo.
A história da ativista é tema de uma série em forma de documentário do Globoplay, plataforma de streaming da Rede Globo. “Marielle – O Documentário” será exibida dia 12 de março na Globo, após os BBB20. A estreia no Globoplay é no dia seguinte, com todos os seis episódios disponíveis, que variam entre 40 a 65 minutos. A história de Marielle Franco também será tema de seriado dirigido por José Padilha com previsão de estreia para 2021.
O G1 informa que foram cinco meses de produção do documentário, que contém conteúdo audiovisual inédito. A série registra momentos da adolescência da vereadora e de quando o motorista descobriu que seria pai. Conta com entrevistas com os familiares das vítimas, policiais, jornalistas que cobriram o caso, procuradores e autoridades políticas.
“Quando decidimos contar histórias em documentário no Globoplay, nós decidimos ‘qual a história que a gente quer contar?’ E não existe história mais urgente no Brasil hoje do que a história da Marielle Franco. Em nenhum momento a gente tenta investigar quem matou Marielle. Não é uma investigação que nós entendamos que seja uma responsabilidade nossa, mas acho que o documentário responde à pergunta: por que até hoje ninguém disse quem matou e quem mandou matar Marielle?”, diz Erick Brêtas, diretor de produtos e serviços digitais da Globo durante a coletiva de imprensa.
Obra integrante do acervo: MIGUELZINHO DUTRA: Os quatro continentes / África
Realizada por meio do Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o SISEM (Sistema Estadual de Museus de São Paulo) e a Prefeitura do Município de Botucatu, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e com curadoria de Emanoel Araujo, diretor do Museu Afro Brasil, “Luso Afro Brasil – Encontros: Arte, História e Memória” é a maior exposição itinerante já promovida pela instituição paulistana dentro do estado de São Paulo, e reúne aproximadamente 400 obras de artistas brasileiros, portugueses e africanos entre pinturas, fotografias, esculturas, gravuras, documentos históricos e outros objetos do século XVIII até os dias atuais.
“Rever a questão da memória é o que se propõe nesta exposição. A memória negra no Brasil, negras memorias das três culturas desse encontro entre portugueses, africanos e afro-brasileiros. Essa exposição é mais que um relato, é uma procura por revirar a nossa história, a nossa arte, a nossa memória. Ela é uma homenagem aos os homens e mulheres negras desse país, mesmo a despeito das marcas indeléveis da escravidão”, afirma Araujo.
Maior instituição do país dedicada a documentar, preservar e exibir a produção artística do negro brasileiro, o Museu Afro Brasil é conhecido por reunir em seu acervo memórias, lembranças, imagens de orgulho, sofrimento, conquista e competência dessa população que formou a nação brasileira, e é este o recorte que poderá ser visto em Botucatu, a partir da produção de um seleto grupo de artistas.
“Se o Brasil conseguiu ser indiferente aos danos causados a seus filhos negros, os próprios negros desse país – os que vieram da África e os que aqui nasceram de pais e avós brasileiros – deram a mais generosa contribuição para a construção da América, alimentando o poder e o luxo dos escravocratas locais, que extraíram o ouro e o diamante e fizeram a riqueza do Velho Mundo. O mesmo ouro que expandia a prosperidade e o luxo que reluzia nos tempos de Dom João V e do Marques de Pombal, foi que reconstruiu Lisboa do terremoto de 1755. Daqui, do período Colonial saiu o açúcar dos poderosos engenhos do Nordeste, assim como o gado, o fumo, a madeira e o café”, enfatiza Araujo.
SERVIÇO
Luso Afro Brasil – Encontros: Arte, História e Memória
Abertura: Dia 07 de Fevereiro, sábado, às 19h
Local: Pinacoteca Fórum das Artes de Botucatu
Período: De 07 de Fevereiro a 13 de Setembro de 2020
Jovem mostra foto da época em que era criança na esperança de que alguém se recorde dela. (Foto: Divulgação/Iracema Rosa Filmes)
A série “Adotados” estreia segunda-feira (9), a partir das 19h20, no Investigação Discovery e deve emocionar bastante os telespectadores. Gravada em Israel, a série aborda a adoção de crianças brasileiras por famílias israelenses nas décadas de 1980 e 1990 que, atualmente, com idades entre 30 e 40 anos, tentam descobrir quem são seus pais biológicos.
Esta é a primeira temporada da série e tem 7 episódios. Cada um deles tem 25 minutos de duração e conta duas histórias diferentes. Todas as histórias foram relatadas pelos próprios personagens e contam com o apoio complementar de especialistas e autoridades que estão envolvidas com o tema, como o então tenente-coronel de Santa Catarina Marcos Roberto (In Memoriam) que era coordenador do programa ‘SOS Desaparecidos’. Além disso, cada programa conta, ainda, com dramatizações realizadas por atores profissionais e figurantes para reproduzir fielmente os fatos narrados.
O diretor, Anderson Jesus, destacou o ineditismo do tema em uma série documental. “‘Adotados’ é a primeira série no Brasil que fala especificamente sobre essa temática. Apesar da produção de várias reportagens especiais, nunca produziram uma série inteira sobre esse tema.”, afirma.
De acordo com a produtora executiva, Nídia Gabrielle, a ideia de produzir “Adotados” surgiu durante a produção de outro documentário. Em 2017, a equipe viajou até Israel para gravar com o personagem Lior Vilk para “Desaparecidos”, série documental que fala sobre o desaparecimento de pessoas. Após chegarem em Tel Aviv, capital de Israel, souberam da existência desses brasileiros que desejavam conhecer seus pais biológicos.
“Decidimos gravar com essas pessoas. Eu pedi ao Lior que anunciasse o dia da gravação em um grupo que eles têm em uma rede social. Imaginei que apareceriam poucas pessoas mas, no dia marcado, não parava de chegar brasileiros. Nós trabalhamos por dois dias seguidos. Veio gente até de outras cidades para gravar conosco.”, afirma Nídia Gabrielle.
Com vários casos gravados, o diretor do projeto, Anderson Jesus, começou, então, a estudar a viabilidade da série contando somente casos de brasileiros que foram adotados por famílias de Israel. Vale destacar que nem todas as pessoas do documentário foram adotadas ilegalmente, assim como muitas dessas pessoas já sabiam que eram adotadas. O que une estas pessoas é a vontade de conhecer suas famílias biológicas.
“Nós, de certa forma, somos a única opção que muitos deles tem hoje para encontrar suas famílias. A esperança que eles têm é que alguém assista o programa e identifique semelhanças entre alguns deles com pessoas aqui no Brasil ou que alguém que tenha vendido ou doado seu filho tenha se arrependido e entre em contato”, finaliza Anderson Jesus.
Confira a sinopse dos episódios que estão na ordem que serão exibidos:
EP 01 – MORAN / DANA
Um casal israelense decide adotar uma criança. Mas a burocracia de seu
país os encoraja a buscar a adoção no Brasil. E ainda: ao assistir um
programa de TV, uma jovem descobre que o mistério de sua adoção é
idêntico a história de outros adotados de seu país.
EP 02 – LUCIANA / DANIELA
Uma jovem em busca de seus pais biológicos decide gravar um vídeo
contando seu caso e a história viraliza nas redes sociais. E também: no Rio
de Janeiro, um recém-nascido ainda com o cordão umbilical preso ao corpo é
entregue a um casal estrangeiro em um porta-malas.
EP 03 – HADAS / DHANA
Uma ligação no meio da noite muda para sempre a vida de um casal e dá
início a uma jornada misteriosa entre Brasil e Paraguai. E também: uma
jovem viaja de Israel para o Brasil em busca da verdade sobre seu nascimento.
EP 04 – MAYA / OZ
Em São Paulo, um casal israelense recebe uma criança com a saúde debilitada. Eles correm contra o tempo para salvá-la. E também: um homem de 30 anos começa a investigar seu passado para tentar entender as informações nebulosas que envolvem sua adoção.
EP 05 – ADI / CHEN
Em Israel, uma mulher quer adotar uma criança, mas não consegue por ser
solteira. Ela parte para o Brasil em uma arriscada viagem para realizar seu
sonho. E também: em Tel Aviv, um casal lida com a crise de sua filha de 10
anos ao questionar sua adoção.
EP 06 – LIMOR / EFRAT
Uma mulher israelense chega ao Rio de Janeiro para adotar uma criança e
se envolve em uma perseguição policial. E ainda: um casal israelense
consegue realizar o sonho de adotar dois bebês brasileiros. Mas eles
desconfiam de que há algo errado no processo de adoção.
EP 07 – OSHRI / FABIANA
Um adolescente de 15 anos descobre por acaso que é brasileiro e adotado
ao ter em mãos um documento de sua escola. E ainda: uma jovem de 18
anos começa a investigar suas origens e percebe que sua adoção esconde
muitos segredos.
Serviço:
Estreia: 9 de março de 2020 às 19h20
Onde: Canal Instigação Discovery, disponível nas operadoras Oi TV (canais 70 e 71), Claro TV (canais 139 e 639), Algar TV (canal 549), TV Alphaville (canal 52), NET (canais 139 e 639), Vivo TV (canais 96, 361, 658 e 825) e SKY (canais 149 e 549).
Episódios: 7
Duração: 25 minutos cada