Continuando nossa lista das reportagens mais lidas, no quarto lugar temos Terry Crews, que ficou famoso como o pai pão duro, Julius, em Todo Mundo Odeia o Chris, além de atuar, ser ex-atleta e muso fitness também desenha, e muito. O seu trabalho de ilustrador pode ser visto no livro Come find me (Venha me encontrar), relançado em uma versão digital 20 anos após sua primeira publicação.
“A ideia do livro na época já era inovadora. Dois meninos negros que se imaginam como pilotos de avião, capitães, pilotos de corrida ainda era legal essa noção ideológica que uma pessoa tem que cuidar outra, mesmo sendo apenas um jogo”, explica Terry.
Seu amigo de time, Ken Harvey (Crews jogava futebol americano no Washington Redskins) escreveu o livro e o ator fez as ilustrações.
A nova versão da obra interage juntamente com um aplicativo para ser baixado no celular ou tablet, ou seja, você soma a diversão da leitura com a de um jogo online.
Felizmente o livre tem uma versão em português e custa U$ 17 no site oficial do livro. Clique aqui para acessar.
Na terceira posição das matérias mais lidas de 2019, temos o filme The Look, da P&G: Nas lojas, no trabalho, na faculdade, na festa. Quem é negro sempre se depara com alguém branco jogando aquele olhar que nunca sabemos se é de desprezo, preconceito ou medo. A verdade é que ele mesmo sendo frequente machuca e essa dor não deveria ser parte do cotidiano.
A P&G depois do sucesso da campanha The Talk (A conversa) a marca resolveu abordar mais uma vez em um filme publicitário questões cotidianas e intimas da negritude. Nesse novo trabalho, o filme The Look (O olhar) relata o incomodo de um homem negro que ao longo do dia, se depara com vários olhares tortos de pessoas brancas, inclusive quando ele está com seu filho. Na rua, na piscina, na loja, no ambiente de trabalho, os olhares são presentes e notados por esse homem. A marca se propõe a discutir o preconceito inconsciente.
“Não se trata de vergonha. Trata-se de conscientizar as pessoas de que isso realmente acontece e que precisamos apenas reconhecer para podemos avançar “, explica Keith Cartwright, membro da Sunday Morning, coletivo que atua na diminuição do racismo e preconceito no mercado publicitário americano e que foi parceiro da P&G nessa campanha.
Lembram do casal que foi humilhado, em novembro, porque o noivo fez o pedido de casamento em um restaurante do KFC na África do Sul? No último dia 31 de dezembro, aconteceu o casamento de Bhut Hector e Sis Nonhlanhla. O casal é muito humilde e na época, foram ridicularizados numa postagem do Twitter pelo local escolhido para o pedido.
O casamento de gala foi patrocinado pela rede de fast food e por várias outras empresas que deram além da festa, eletrodomésticos, roupas, lua de mel e vários outros presentes.
A cerimômia foi digna da realeza: Com direito a cantores famosos entoando as músicas na festa e muito luxo na cerimônia. Todo o casamento e a recepção foram televisionados e assistidos ao vivo, online e na TV.
O noivo chegou com os padrinhos e mais de 50 convidados dançando músicas tradicionais sul-africanas, enquanto a noiva entrou na igreja acompanhada pela mãe. Antes do sim, o cantor Dr Tumisang fez uma breve apresentação e os convidados além de cantarem junto, formando um coro, emocionaram os noivos em uníssono.
Na recepção, o salão foi todo iluminado por velas e candelabros que pendiam do teto, acompanhados de galhos de folhas, que lembrava uma floresta encantada.
Isso sim é um final feliz já que o casal não tinha condições de realizar a festa.
Um dos momentos que impactaram impactaram em 2019 foi sem dúvidas a cantora Iza dançando no Rock In Rio com Laura, uma menina de 9 anos.
Não foi a primeira vez que a cantora mostra explicitamente sua paixão por meninas negras que têm em Iza, um modelo de mulher linda, feliz, bem sucedida, mas principalmente com um enorme orgulho de sua negritude.
É muito chamego, atenção e tempo (que sabemos que ela não tem), para mostrar para essas garotas, que elas importam.
Alguém com carinho tão especial pelas crianças, bem que poderia ter um programa de TV dedicada aos pequenos, tão carentes de boas referências.
Por isso selecionamos três momentos fofos de Iza com as crianças negras que amam a cantora.
Iza e Laura: primeiro encontro:
Esses encontros de tranças é a coisa mais linda de se ver. Luara realizou o sonho de conhecer a cantora durante uma participação no programa Hora do Faro, na Record TV, em julho deste ano e em Setembro, dividiu o palco com a cantora no Rock in Rio.
2. Quando Iza fica mais emocionada que os fãs!
Virou notícia o dia que a repórter Mirella Archangelo entrevistou a cantora que estava em Ribeirão Preto, para um show.
O dia que Iza “batizou” batizou a lindinha da Bruna Duarte, como “Mini-Iza”.
A pequena se tornou dançaria do Programa do Faro representando sua cantora favorita.
https://www.instagram.com/p/Bzf6OQrhMHz/
Iza, em entrevista a revista Quem, disse estar ciente sobre a importância da sua figura para meninas negras. “Eu fiquei muito emocionada, porque muita gente já me perguntou como eu me sinto sendo referência para meninas negras. Eu me sinto muito lisonjeada, muito responsável e muito agradecida”.
Dividindo a vida entre freelas, bicos e trabalhos extras no geral, os creators e influenciadores negros criam seus conteúdos com muita qualidade e sem deixar transparecer o que acontece por trás das câmeras ou dos textos.
Desenvolvem trabalhos extremamente relevantes para a sociedade, educam de diversas formas e não são valorizados ou recebem por isso.
Diferente do que muita gente pensa, a vida da pessoa negra ou periférica que cria conteúdo, não é nada glamurosa.
Ela é difícil, exaustiva e muitas vezes humilhante, enquanto os criadores de pele branca conseguem com muito mais facilidade viver disso, transitar nos espaços e fechar grandes projetos com marcas, com altas cifras envolvidas.
São perfis com 10,30 mil, 600 mil ou 1 milhão de seguidores. Nada disso importa quando se tem a pele negra. Você vai continuar precisando de trabalho extra pra compor a renda, porque vai ganhar menos do que os criadores brancos, mesmo tendo muitas vezes conteúdo mais qualificado e relevante.
Essa desvalorização acontece inspirada no racismo institucional, que é perpetuado na sociedade brasileira, sobretudo no mercado publicitário, que a passos lentos trabalha a tema de inclusão racial e diversidade.
Essa é a realidade nua e crua do influenciador digital negro no Brasil – país com maior população negra fora de Africa no mundo e que consome quase 2 trilhões de reais por ano.
Quando esses perfis começarão a ser devidamente valorizados?
A jornalista Maju Coutinho estreou como apresentadora do Fantástico em agosto, substituindo Pollyana Brêtas durante as férias ou em feriados e caberá a ela a apresentação do primeiro programa de 2020.
Pelo Instagram, a jornalista contou a novidade ontem, dia 2 de janeiro. Maju postou o vídeo com a chamada das reportagens que farão parte do dominical.
Maju foi a primeira mulher negra a s ser âncora do Jornal Nacional e é hoje um dos grandes nomes do jornalismo da emissora. Assumiu a bancada do Jornal Hoje, no dia 30 de setembro. Após a saída de Sandra Annenberg para o Globo Repórter.
Maju chegou ao JH acompanhada de novidades. O estúdio foi reformulado, a bancada está mais alta e ela passa a comandar o jornal de pé, além de usar um dispositivo para exibir fotos e vídeos.
2020 chegou e não poderíamos deixar de falar das reportagens mais lidas do Site Mundo Negro em 2019. Na semana passada fizemos a retrospectiva, mas as matérias mais lidas tem o que causou maior interesse da parte de vocês, enquanto a retrospectiva foi o que consideramos mais impactante no ano que passou. Vamos começar nossa lista em grande estilo e muita representatividade: Um afro-americano é dono de um dos maiores estúdios cinematográficos do mundo, que não por acaso, foi construído em terreno que já foi a base do Exército Confederado Americano, um dos maiores apoiadores do movimento escravagista nos EUA. O nome dele é Tyler Perry:
“O exército confederado lutava para manter os negros como escravos nesse mesmo terreno que hoje é de propriedade, minha, um homem negro”, disse Perry em uma entrevista ao canal americano CBS.
Com 50 anos, o ator, diretor e produtor tem a posse Tyler Perry Studios, um espaço de 330 hectares, simplesmente um dos maiores do mundo.
Imagem do Tyle Perry Studios -(Foto – Instagram )
“Você construiu o maior estúdio da América, um que pode acomodar todos os outros estúdios de Hollywood combinados e ainda tem espaço de sobra. Você também criou um sonho de esperança e possibilidade para que todos saibam que, independentemente de quem você é ou de onde você é, sempre pode fazer melhor quando está alinhado com o Divino”, celebrou Oprah Winfrey em seu Instagram.
O espaço fica em Atlanta e com 12 de palcos com nome de ícones negros de Hollywood, como Oprah e Will Smith.
A festa de inauguração foi um espetáculo histórico com presença de celebridades como Beyoncé, Sidney Poitier e a diretora Ava DuVernaye além do público em geral, majoritariamente negro.
Perry é o nome poderoso por trás de 22 filmes, 20 peças e 8 programas de TV, quase sua totalidade com temática negra.
Uma dos seus personagens mais conhecidos é a Madea, dos filmes Big Mamas House 1 e 2 e do Um Funeral em Família , que chegou esse ano no Brasil.
“Minha audiência e as histórias que conto são afro-americanas, histórias específicas para um determinado público, específicas para um determinado grupo de pessoas que eu conheço, com as quais eu cresci e falamos a mesma língua”, disse Perry à Gayle King, do CBS This Morning sobre ser ignorado pela indústria cinematográfica convencional.
A importância de ser negro e dono do seu negócio
Ao ganhar um prêmio como ícone de destaque, pela BET, em Junho, Tyler Perry fez um discurso provocador e libertador.
Perry disse que movimentos como #OscarsSoWhite ajudam as pessoas negras a serem contratadas, mas ele prefere seguir uma rota diferente e mais proativa.
“Enquanto todo mundo estava lutando por um assento na mesa falando sobre #OscarsSoWhite, #OscarsSoWhite, eu disse: ‘Vocês vão em frente e façam isso'”, disse ele. “Mas enquanto você estiver lutando por um assento à mesa, eu estarei em Atlanta construindo a minha mesa.”
O produtor sempre disse em entrevistas que até hoje é ignorado por Hollywood e agora com seu próprio estúdio, ele tem tudo para revolucionar a indústria cinematográfica americana e mundial.
“Quando comecei a contratar Taraji, Viola Davis e Idris Elba, eles não conseguiam emprego nesta cidade, mas Deus me abençoou por estar em posição de poder contratá-los”, disse Perry durante o seu discurso, no evento da BET.
Já estamos quase na virada do ano e apesar do 14º fato ter acontecido na semana passada, ele jamais poderia deixar de fazer parte da nossa retrospectiva, afinal foi a cereja do bolo em um ano representativo em que finalmente estamos começando a sermos representados. Na nossa lista, quisemos mostrar a todo mundo que nossos talentos não estão em uma área ou nicho exclusivo. Tivemos pretos se sobressaindo nos esportes, nas artes, na moda, no jornalismo, e em tantas outras áreas.
Bom, encerrando nossa lista-incrível dessa retrospectiva empoderada temos ele, o especial de Natal Juntos A Magia Acontece. A magia aconteceu mesmo quando vimos uma família preta em horário nobre, em rede nacional, quebrando diversos paradigmas. E não é sobre drama é sobre representatividade. Milton Gonçalves, Zezé Motta, Camila Pitanga, Fabrício Boliveira, Luciano Quirino e a talentosa estreante Gabriely Mota formam uma família negra, mas sem um milímetro de estereótipos que vemos na TV e no Cinema.
Há uma pequena tensão racial em alguns momentos, mas já é de se esperar, afinal Papai Noel Negro, um dos temas do programa, em um país como Brasil nunca seria uma unanimidade.
No entanto, o fato do núcleo familiar ser 100% negro, algo raríssimo de se ver na TV aberta, faz a narrativa nos deixar com a impressão que somos parentes daquelas pessoas.
As possibilidades de continuar a história deles em outros projetos é possível e não choca ninguém o fato da web se empolgar com essa possibilidade.
Como era a Família Santos antes da morte da Dona Neuza? Como André e Vera vão reconstruir sua relação? Jorge vai arrumar um emprego fixo e ajudar mais a esposa? Como fica a depressão do Seu Orlando depois de um Natal memorável? E os amigos da Letícia? Queremos saber mais sobres essas crianças.
Como muita gente comentou, o único problema do especial, foi ter durado pouco e por isso a gente quer sim, uma continuação dessas histórias. Aliás, merecemos.
Veja algumas manifestações, por meio das redes sociais, de pessoas que acham que a Família Santos tem que voltar.
Nossa retrospectiva está quase terminando, mas ainda não acabou. Vamos relembrar outro momento marcante? No 13º lugar, se na versão original de “O Rei Leão” temos Donald Glover e Beyoncé dublando Simba e Nala, no Brasil, a escolha da Disney foi pelo ator Ícaro Silva e a cantora IZA. O remake estreia nos cinemas no dia 18 de julho.
Em entrevista ao UOL Entretenimento, a cantora conta sobre a felicidade e gratidão de poder dar voz a Nala, já que sempre foi fã da animação original.
“Uma amiga estava comigo na gravação e ela colocou a versão da Beyoncé […] Eu fiquei muito emocionada porque estava ouvindo a música de um filme muito especial para mim, emocionada porque a Disney estava fazendo uma nova versão e porque era a voz da Beyoncé“.
Já Ícaro, acredita na importância da participação de ambos, não só pela representatividade, mas por se sentir honrado em participar do projeto.
“É muito importante também estar aqui com a Iza, porque ela ocupa um lugar muito interessante e lindo no mercado. Ela é uma popstar alçada pelo talento e preta, que me representa muito, que vai do pop brisa ao pop gospel. Então é muito orgulho estar com ela“, conta.
No nosso 11º lugar, temos a jornalista Maria Julia Coutinho, que assumiu a bancada do Jornal Hoje, da Rede Globo, no dia 30 de setembro. Após a saída de Sandra Annenberg para o Globo Repórter, Maju chega ao JH acompanhada de novidades. O estúdio foi reformulado, a bancada está mais alta e ela passa a comandar o jornal de pé, além de usar um dispositivo para exibir fotos e vídeos.
Nas redes sociais, a jornalista recebeu muitos elogios. Teve também quem fizesse criticas ao jornal, devido a quantidade de casos policiais exibidos. Maju também passou a interagir com o público. Antes de assumir a bancada, ela chegou a apresentar o jornal como plantonista aos sábados.
“Já estava acostumada a ficar de pé na previsão do tempo. Para mim, essa possibilidade de movimentação facilita a comunicação“, disse a apresentadora. Desde 2013, ela era protagonista da previsão do tempo de diversos jornais da Globo, incluindo o Jornal Nacional, do qual também foi apresentadora em alguns dias.
Maju afirmou que estava muito feliz com este novo desafio. “É adrenalina pura apresentar o JH. Vi pessoas que admiro muito passarem por ele. É uma honra estar nesse jornal vibrante, que vai ao ar no meio do dia, quando tudo está acontecendo. É pura adrenalina. Estou muito animada com este novo desafio“, contou em material divulgado pela Globo.