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Curso on-line aborda “a atualidade de Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de Despejo”

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Um dos mais célebres livros nacionais, Quarto de Despejo: diário de uma favelada, completa 60 anos da sua publicação ainda mais atual, no momento em que as desigualdades e o racismo da sociedade brasileira denunciados por Carolina Maria de Jesus na segunda metade do século passado ainda permanecem latentes no País. 

Os temas abordados na obra e a trajetória da autora compõem o conteúdo do curso: A Atualidade de Carolina Maria de Jesus e seu ‘Quarto de Despejo’, realizado pelo premiado biógrafo da escritora, Tom Farias. O curso on-line acontece nos dias 18, 19 e 20 de agosto, às 20h com inscrições abertas exclusivamente em www.diaspora.black.

O curso abordará aspectos da formação e família de Carolina Maria de Jesus, antes da chegada a São Paulo, em 1937, levada pela família para quem trabalhava como doméstica. Também serão abordados o percurso de descoberta da escrita e sua peregrinação para publicar os primeiros textos, e também Quarto de Despejo, e o sucesso que mudou a sua trajetória. Por fim, no último encontro aborda as contradições dessa nova fase, as outras publicações, a perseguição na Ditadura, o abandono da sociedade e seu ostracismo. 

Os encontros acontecem sempre às 20h, ao vivo, e as aulas não serão disponibilizadas após o curso. O curso on-line integra a programação de experiências on-line focadas na cultura negra promovidas pela diaspora.black.

Semana da capoeira: Em celebração ao dia nacional do capoeirista, Casas de Cultura realizam série de lives

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Nesta segunda-feira (3) é comemorado o Dia Nacional do Capoeirista, com a intenção de celebrar, a Secretaria Municipal de Cultura e as Casas de Cultura, junto com alguns capoeiristas da Cidade de São Paulo, organizaram uma programação toda especial que irá ocorrer de 02 a 09 de agosto nas redes sociais das casas de cultura. 

Além de ser sido reconhecido como patrimônio imaterial da Cultura brasileira pela UNESCO, no ano de 2014, a capoeira também é uma das linguagens mais presentes em todas as casas de cultura. Esta iniciativa busca valorizar a oralidade e as linguagens de Matriz Africana, com o resgate destas tradições na música, na literatura, dos Mestres Griots, no jongo, na dança e no maculelê. Enfatizando os elementos tão presentes nesta arte que é sinônimo do povo brasileiro.

Confira a programação completa:

Capoeira de outra maneira com Coletivo: Os Capoeira – Semana da Capoeira

Em comemoração à Semana da Capoeira o coletivo “Os Capoeira” se apresentam para celebrar a cultura, a memória e a tradição das comunidades desta arte que é considerada patrimônio imaterial da cultura popular brasileira. As músicas da popularidade cantadas trazem uma performance especial e de mesma maneira que são as levadas e rituais da roda de capoeira, o público virtual é convidado a participar desta festa ao som de cantigas que animam não só ao corpo, mas também levam à reflexão de repensar os desdobramentos da arte da capoeira.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Chico Science. Dia 03/08/20 às 20h. Livres. Grátis
Live ficará gravada: Sim

Dos olhares nasce o grito com Núcleo Iêê – Dança/Capoeira
Dos Olhares Nasce o Grito” é um espetáculo que parte da capoeira para suas criações cênicas, transformando golpes em movimento e comunicação. Um espetáculo que propõe questões como: O que é ser suspeito na sociedade atual? E em tempos de distanciamento social, em ruas vazias, propõe refletir: quem são os corpos suspeitos? Questões como: proteção não apenas frente a uma epidemia global, mas também social, como o racismo e o preconceito contra corpos e sujeitos periféricos.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Raul Seixas. Dia 03/08/2020 às 17h. Livre. Grátis.
Live ficará gravada: Sim

Mestre Zumbi, comemorando o dia da capoeira, transmitindo saberes – Capoeira
Um dos Mestres de capoeira mais antigos de São Paulo, com atuação na região da Zona Sul paulista, Campo Limpo a mais de 50 anos; conta as suas vivências, desafios e como se tornou uma pessoal de fundamental importância para a história cultural, em meio a tantas adversidades da época, através da oralidade desse Mestre Griô, a história da capoeira na sua vida e trajetória nos seus mais de 50 anos de Capoeira após sofrer um AVC e ter seus movimentos debilitados.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura do Campo Limpo e artistas. Dia 03/08/2020 às 20h. Livre. Grátis
Live ficará gravada: Sim

Papoeira com Mestres: Guilhermão, Jair, Oreia e Sidnei Capoeira
Um bate papo descontraído com quatro grandes mestres da capoeira de São Paulo: Mestre Guilhermão, Jair, Sidnei e o Mestre oreia que anualmente realizam o evento denominado PAPOEIRA, destinado a capoeira e sua filosofia. Com destaque para a fala do Mestre Guilhermão, que completou 94 anos em junho deste ano. Conta seus ensinamentos da arte capoeira, enquanto filho de escravos, sua chegada a São Paulo e a luta para fundação de uma das primeiras academias de capoeira da Zona Leste paulista. Esse ano o PAPOEIRA tem como temática a “Capoeira e sua Origem”.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Itaim Paulista. Dia 03/08/2020 às 16h00. Livre. Grátis.
Live ficará gravada: Sim

Sonoridades da capoeira berimbau e agogô com Vantuil Tomé da Silva e Leandro Viana capoeiristas e percussionistas
Vivência sobre instrumentos utilizados na capoeira, abordando e explicando as sonoridades do berimbau e do agogô de Angola com bateria de instrumentos, como funciona, suas características; a Charanga (Capoeira regional). Dicas e suas funções na atualidade.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Freguesia do Ó. Dia 03/08/2020 às 18h30. Livre. Grátis.
Live ficará gravada: Sim

05/08/2020

Meu berimbau – um canto de saber com Mestre Aurélio – Vivência de Capoeira
Desenvolvimento da prática dos movimentos básicos da capoeira e seus rituais, com muita música e ludicidade. Apresentação dos instrumentos e aprendizados básicos mais bate papo contando um pouco da origem da arte da capoeira, sua tradicionalidade repassada pela oralidade e a trajetória do mestre Aurélio.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Tremembé. Dia 05/08/2020 às 19h. Livre. Grátis.
Live ficará gravada: Sim

06/08/2020

Cantadores e Mandingueiros com Mestre Braga no Mês da capoeira
Da Ladainha ao Samba de Roda essa reunião permite o resgate, valorização e compartilhamento da musicalidade e cultura negra. O encontro permite explorar a ancestralidade de terreiro e vivenciar momentos de trocas mútuas de experiências. O objetivo é incluir de modo geral os amantes e admiradores da sonoridade da Capoeira e suas vertentes.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura da Freguesia do Ó e artistas. Dia 06/08/2020 às 19h. Livre. Grátis
Live ficará gravada: Sim

Mestres e seus Legados – Raio Negro com Claudio e Júlio – Capoeira
Um bate papo com mestres de capoeira, sobre seus legados na arte da capoeiragem, suas influências e inspirações transmitidas aos futuros capoeiristas, e suas contribuições para as próximas gerações como bagagens culturais.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura M’Boi Mirim. Dia 06/08/2020 às 19h30. Livre. Grátis.
Live ficará gravada: Sim

07/08/2020

Capoeira: uma arte brasileira – Valneuton da Conceição Soares
A live de Capoeira será desenvolvida pensando em uma melhor qualidade de vida dos participantes. Contará com movimentos práticos, demonstração de toques de berimbau, e um pouco de musicalidade, para todas as idades.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Hip Hop Sul e artista. Dia 07/08/2020 às 19h. Livre. Grátis
Live ficará gravada: Sim

História Da Capoeira e musicalidade com Professor Kaiapó – Cultura da capoeira
Será contada um pouco da história da capoeira como: Capoeira Regional, Capoeira de Angola e como foram difundidas. Bimba e Pastinha, quem foram e sua importância para esta arte no Brasil, além de algumas canções ao som de instrumentos típicos da capoeira.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura São Miguel Paulista. Dia 07/08/2020 às 16h. Livre. Grátis
Live ficará gravada: Sim

Roda de conversa: A Capoeira no Ipiranga com Coletividade na Capoeira
A cultura da cidade de São Paulo foi largamente influenciada pelos diversos mestres, contramestres e professores de capoeira, que nesta região se estabeleceram, com a mistura dos povos neste processo. A proposta deste encontro virtual é uma vivência em formato de roda de conversa com os agentes regionais da capoeira, que há mais de 5 décadas estão no território da Casa de Cultura Chico Science, atuando na produção cultural.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Chico Science e artistas. Dia 07/08/2020 às 22h. Livre. Grátis
Live ficará gravado: Sim

09/08/2020

Sarau Musical da Capoeira – Roda de Capoeira
O Sarau Musical da Capoeira com o “Coletivo Os Pretões”, se reúnem para pensar e organizar reflexões e ações, sobre a oralidade e as linguagens de Matriz Africana. Nos encontros realizados na Casa de Cultura Chico Science, viabilizam o resgate e a difusão desta tradição, evitando que se percam, realizando registros formativos de sua história, literatura e musicalidade através da capoeira, samba de roda, jongo e o maculelê; as danças afro, em um ambiente de poética dedicado a expressão corporal, musical e falada, onde a diversidade é convidada de honra na celebração com ritmos e batucadas. Trazendo a afirmação da cultura negra pelo próprio negro e seu protagonismo para recriar o papel histórico dos mestres do saber, (Griots) das linhagens de matriz africana.

Serviço:
|Página do Facebook da Casa de Cultura Chico Science e artistas. Dia 09/08/2020 às 16h. Livre. Grátis
Live ficará gravada: Sim

Presente do Rao: Projeto idealizado por Raoni Oliveira vai presentear pais da periferia de Salvador

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O apresentador Raoni Oliveira - Foto: Reprodução Facebook

O comunicador Raoni Oliveira e sua equipe lançaram um desafio com o intuito de presentear o máximo de pais que conseguirem. O projeto nomeado ‘Presente do Rao’ tem como proposta “presentear os pais das quebradas nas quais os filhos estão sem grana”.

O afeto e troca de carinhos entre pai e filhos é muito necessário diante de situações tão cruéis do dia-a-dia. Pensando nisso, o apresentador Raoni Oliveira lançou um site com presentes para os filhos que moram nas comunidades de Salvador escolherem os presentes que darão aos seus pais. O item escolhido será dado e entregue na casa dos premiados gratuitamente.

O concurso tem como caráter uma proposta exclusivamente cultural, gratuito, destinado a qualquer pessoa física com mais de 10 anos, moradora em bairros periféricos de Salvador.

Para participar, o interessado deve entrar no site do Raoni/Presentedorao e responder a pergunta:  “Por que esse presente vai aquecer o coração do seu pai?” Os autores das melhores respostas irão ganhar os presentes junto com a entrega em suas casas.

O concurso começou no dia 1 do mês de agosto e irá até dia 7 do mesmo mês. Segundo o Raoni, ele “quer ajudar, de alguma maneira a conseguir um sorriso, um abraço ou até mesmo um eu te amo do seu pai, através de um presente.”

Confira o post com mais informações:

https://www.instagram.com/p/CDY2RK6jKxV/

A Beyoncé não é o problema.

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Recentemente a diva pop americana lançou um álbum visual em parceria com a Disney, “Black is King”, o projeto conta a colaboração de diversos artistas africanos ainda pouco conhecidos globalmente, o filme musical é ao mesmo tempo uma releitura de “O Rei Leão” e uma carta de amor a África, carregado de referências e símbolos importantes na história do povo preto.

A questão?

A Beyoncé é rica demais. Ostenta demais. A Beyoncé não é Marxista. Não dá para se sentir representado por um bilionário. Pretos no topo? O importante é não ter topo. A Beyoncé insiste em glamourizar a negritude com estampa de oncinha. Dizem.

Não quero e nem devo questionar aqui o fundamento das críticas, se elas são pertinentes ou não. Mas porque esse direcionamento agressivo e que responsabiliza uma cantora pop por problemas que talvez fujam a sua alcunha e pelos quais ela não é diretamente responsável?

E por que a Beyoncé? Por que não a Lady Gaga, a Madonna ou a Kim Kardashian? Que tal redirecionarmos essa energia para o Elon Musk? Ah e por que não até mesmo o Neymar? (Ou só vale para negros ricos que decidem falar sobre negritude?).

Confrontam inclusive os negros que ousam dizer que se sentem representados pelo trabalho visualmente impecável da artista, que certamente alcança muito mais gente do que os intermináveis debates de acadêmicos e teóricos em suas bolhas sociais.

Talvez o problema não esteja exclusivamente no fato de que a Beyoncé (de novo, uma cantora pop) não defenda um projeto projeto político que resolva o problema do capitalismo (e sim, a gente sabe disso, vocês não precisam explicar); talvez o problema nem seja a Beyoncé… Talvez a verdadeira questão seja com pessoas negras contando outras narrativas, partindo de outros lugares, exercendo outros protagonismos.

É desumanizador exigir que falemos apenas sobre nossas dores. O problema de vocês não é com a Beyoncé, é com pretos ascendendo socialmente. O problema é que vocês só ouvem quando o que grita são as nossas cicatrizes (permita que eu fale, já disse o Emicida). Somos maiores, diversos e muito mais do que só isso.

“Beyoncé precisa entender”: especialista em antirracismo irrita a negritude

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A historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz e cantora Beyoncé - Foto : Reprodução Instagram

A historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, acreditou que sua visão sobre o novo álbum visual de Beyoncé , Black is King, seria relevante e resolveu publicar um artigo com a sua opinião no jornal  Folha de. S. Paulo, nesse domingo. Ninguém gostou. 

“Filme de Beyoncé erra ao glamorizar negritude com estampa de oncinha” era o título do texto opinativo que tinha como linha fina (ou subtítulo), a seguinte frase: “Diva pop precisa entender que a luta antirracista não se faz só com pompa, artifício hollywoodiano, brilho e cristal”

Acontece que a mesma Lilia se tornou uma figura recorrente na mídia quando o assunto é branquitude e antirracismo, temas que incluem reflexões sérias sobre privilégio branco, ou seja, pautas que abordam a forma como pessoas brancas se dão bem só por serem brancas e os negros vivem em piores condições e têm menos oportunidades pela cor da pele.

Imagem: Reprodução Instagram

Aí a gente volta ao artigo. Não pretendo aqui fazer uma análise sobre “Black Is King”, porque ao contrário da Lilia eu reconheço que tem pessoas (negras), mais competentes  do que eu para tal,  no entanto como jornalista, há 20 anos escrevendo sobre negritude, minha crítica é sobre a relevância que se dão à pessoas brancas que as tornam tão proprietárias da pauta racista que acham que têm que ensinar as pessoas negras , no caso a Beyoncé, a entender como sua arte, sua licença poética para interpretar uma história deveria acontecer.

Em um trecho do artigo Lilia diz: “Mas, como nada na obra de Beyoncé cabe apenas numa caixinha, causa estranheza, nesses tempos agitados do presente, que a cantora recorra a imagens tão estereotipadas e crie uma África caricata e perdida no tempo das savanas isoladas.” A autora está ciente que os vídeos são baseados na história de “O Rei Leão”, mas critica o fato que algumas imagens foram feitas no cenário que é baseado o filme, a savana?

Beyoncé não fez esse trabalho pensando em pessoas como o perfil de Lilia e a historiadora achar que mesmo assim, seu ponto de vista sobre essa obra-prima afrofuturista era digno de artigo seu para a Folha, mostra que há pessoas brancas confundindo o conceito de lugar de fala com a necessidade de palpitar sobre tudo, inclusive sobre que não diz respeito a eles. O racismo é assunto de branco assim como a luta antirracista. “Black is King” diz respeito à comunidade negra. É uma obra feita por negros para negros.

Imagem: Reprodução Instagram

Como Djamila Ribeiro, filósofa e autoridade quando o assunto é lugar de fala nos ensina, a voz da comunidade negra é existência e poder. Quando temas relativos ao universo da comunidade negra são objetos de crítica de pessoas brancas da forma como aconteceu no artigo da Lilia, vemos nossa intelectualidade sendo desmerecida. Pessoas brancas podem criticar a Beyoncé? Podem. Pessoas brancas podem criticar a negritude de Beyoncé. Não.

A imagem de Lilia alongando os dedos para digitar um artigo elogiando, mas também diminuindo os vídeos de Beyoncé e ainda sugerindo que a cantora “saia da sala de jantar deixar a história começar outra vez, e em outro sentido” é a imagem típica elite branca brasileira neo-antirracista, que sabe da existência do racismo, mas na prática, repete hábitos que os colocam como o centro do mundo, os donos da razão que analisam outras culturas pela lente eurocêntrica ( e não por acaso, a estampa de oncinha entra no título da crítica).

Imagem: Reprodução Instagram

Eu sou anti-cancelamento, mas sou uma entusiasta da revisão de pessoas brancas que sempre foram fontes sobre questões raciais.  No campo acadêmico, as Ciências Humanas são as que mais atraem a comunidade negra.  Temos sim muitos mestres e doutores falando sobre branquitude, racismo e antirracismo. Inclusive, Lourenço Cardoso, Doutor em Ciência Sociais, é um grande nome quando o assunto é branquitude, mas é menos solicitado que mulheres brancas que são pagas para falar sobre o tema em revistas e eventos bacanas.

Sobre Bey ter que entender como se faz antirracismo, não é obrigação dos negros incluir essa pauta em todas as produções. Pessoas como a Lilia só validam questões negras que problematizem o racismo. E somos muito mais que isso.

Como disse antes, não me sinto competente para opinar sobre “Black Is King” sem ser com meu coração afrocentrado, mas concluo deixando uma análise da Doutora em Literaturas Africanas Aza Njeri, essa sim, com autoridade plena para opinar:

“Além de uma análise errada, foi prepotente e muito narcisista. E se soubesse realmente sobre negritude, teria visto ali referências que vão de het heru, mami wata, a estética zulu, massai e mumuila. Errou rude”.

Boicote à marcas que trabalham a diversidade mostra intolerância de parte da sociedade brasileira com o tema

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(Reprodução YouTube)

Para começo de conversa: boicote é a prática de se recusar ou se abster de algo: uma compra, um evento, uma organização ou qualquer coisa que por algum motivo está errado na nossa concepção.

Em 2018, alguns internautas pediram boicote ao “O Boticário” que usou uma família negra em uma campanha de dia dos pais. O ano é 2020 e a cena [obviamente] se repete. Desta vez, a marca escolhida foi a Natura – a quarta maior empresa de cosméticos e uma das 25 companhias mais bem avaliadas em inclusão e diversidade no planeta, segundo o ranking Top 25 Most Diverse & Inclusive Companies Organizations Globally de 2019 – e o incômodo foi pela participação do ator Thammy Miranda, que é um homem trans, com sua família. Além dele, nomes como Babu Santana e Rafael Zulu compartilham em vídeos, experiências de paternidade durante o isolamento social que estamos vivendo.

O Boticário trabalhou e traduziu de uma maneira muito natural o convívio familiar de uma família dita “tradicional” composta por pai, mãe e filhos negros, que moravam em uma casa legal, se divertiam, conversavam e aparentemente possuíam um alto poder aquisitivo. Não demorou muito para que isso se tornasse motivo de discórdia: a campanha foi bombardeada nas redes sociais. (Até porque, onde já se viu preto comemorar o dia dos pais em família e dentro da casa própria, não é mesmo?). Os racistas online não aceitaram consumir o conteúdo protagonizado exclusivamente por atrizes e atores negras e negros. E esse é o retrato mais fiel da sociedade brasileira, no último país a “abolir” a escravidão na América. Isso diz muito sobre nós.

A campanha pode ser vista novamente abaixo. O vídeo tem quase 11 milhões de visualizações, 128 mil likes (pessoas que gostaram) e 18 mil dislikes (pessoas que não gostaram). Fazendo uma análise bem superficial, podemos perceber que o número de pessoas que se sentiram representadas é bem maior do que o de pessoas que não aprovaram o conteúdo. E com isso, a campanha atingiu o seu objetivo principal.

No caso da Natura, apesar do boicote proposto, o resultado veio na forma de números na Bolsa de Valores: A empresa acumulou ganho de 10% em suas ações durante dois dias seguidos – maior valor desde o final de fevereiro – e isso diz muito sobre a representatividade. O valor das ações na Bolsa, é determinado pela oferta e procura. Ou seja, quando existe a oferta de um produto e pouca procura, o valor das ações cai. Quando existe muita procura, o valor aumenta, como aconteceu.

O filme principal pode ser visto abaixo:

No fim das contas, trabalhar a diversidade e a representatividade é sobre ganhar dinheiro e a regra é cada vez mais clara: se o consumidor não se sente como parte de algo, não se vê em uma campanha publicitária, ele não compra o produto. E aqui tem um ponto importante: tanto as pessoas intolerantes quanto as que buscam por respeito e representatividade, estão nesse jogo. Cabe exclusivamente ao anunciante decidir quem ele vai contemplar em suas ações, quem mais vai trazer lucro para o seu negócio e de que lado ele está. Com os casos de O Boticário e Natura, a resposta sobre o que vale mais a pena, nós já temos.

E você? De que lado você está?

Produção Sul Africana: Solteiramente, nova comédia romântica entra para o catálogo mundial de originais Netflix

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Chega às telas de todo o mundo a encantadora comédia romântica sul-africana “Solteiramente” na Netflix. No elenco, o filme traz nomes como Fulu Mugovhani, Tumi Morake, Bohang Moeko e Yonda Thomas. 

Ambientado em Joanesburgo, na África do Sul, Solteiramente conta a história de Dineo (Fulu Mugovhani), que tem um namoro atrás do outro e navega o mundo do romance ao lado de sua melhor amiga, Noni (Tumi Morake), uma pessoa com fobia a relacionamentos. Dineo conhece Lunga (Bohang Moeko), que parece ser o homem dos sonhos, e passa a descobrir o que quer na vida e no amor. Noni também tem sua própria história com Max (Yonda Thomas), um dono de bar com um coração de ouro. As engraçadas peripécias de Dineo e Noni mostram a beleza e a força de uma amizade verdadeira.

Produzido pelos aclamados irmãos Ramaphakela (Tshepo, Rethabile e Katleho), da Burnt Onion Productions, o filme é uma amostra de como a Netflix está investindo na criatividade das produções africanas. O retorno de Tumi Morake à tela da Netflix, com o primeiro especial de uma comediante africana, ecoa os temas presentes em Solteiramente, empoderando as mulheres negras na vida moderna e no mundo do romance. 

Assista ao trailer de Solteiramente que já está disponível no catálogo da Netflix.

Branqueamento Racial: Maioria dos genes de descendência africana são das mulheres

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Com base em amostras de DNA de 50,2 mil pessoas nas Américas e na África, coletadas de um banco de dados de milhões de amostras de empresas e projetos genômicos, pesquisadores da companhia 23andMe e da Universidade de Leicester (Reino Unido) traçaram um paralelo entre o perfil genético de descendentes de escravizados e os documentos históricos disponíveis sobre a escravidão.

Os resultados foram publicados no periódico American Journal of Human Genetics. Muitas das conclusões dos pesquisadores se aplicam à população afrodescendente do Brasil.

A pesquisa diz que o “deslocamento forçado de mais de 12,5 milhões de homens, mulheres e crianças da África para as Américas entre 1515 e 1865 teve um significativo impacto social, cultural, de saúde e genético ao redor das Américas”.

No caso do Brasil, a maioria das conexões genéticas é com as populações do centro-oeste da África, particularmente a região do Congo. Em entrevista à BBC News os pesquisadores Steven Micheletti e Joanna Mountain, da empresa 23andMe disseram que isso “não surpreende, uma vez que os dados estimam que quase 2 milhões de africanos escravizados foram transportados diretamente (dali) para o Brasil”.

No entanto, há diferenças entre o Nordeste e o Sudeste do Brasil. “Afro-brasileiros do Nordeste têm ancestralidade tanto do Congo quanto da região da Nigéria. No Sudeste, afro-brasileiros têm ancestralidade sobretudo congolesa”, afirmou a pesquisadora Sandra Beleza.

Apesar de mais de 60% dos escravizados trazidos para as Américas terem sido homens, as análises genéticas apontam que uma grande parte dos genes de descendência africana vêm das mulheres.

Isso é ainda mais forte na América Latina: segundo a pesquisa, para cada homem, entre 4 e 17 mulheres contribuíram para o conjunto genético dos descendentes. Os motivos por trás disso são atribuídos à prática de estupro de mulheres africanas escravizadas, tanto por seus “senhores” quanto por outras formas de exploração sexual, também verificou-se uma “mortalidade mais alta de escravos homens na América Latina”.

Outro motivo de grande parte dos genes serem de mulheres é a prática conhecida como “branqueamento” racial, “que envolvia mulheres se casando com a intenção de produzir crianças de pele mais clara. Políticas nacionais de branqueamento foram implementadas em múltiplos países latino-americanos, financiando e subsidiando imigrantes europeus com a intenção de diluir a ancestralidade africana por meio da reprodução com europeus de pele clara”.

Estudos de historiadores e antropólogos afirmam que isso ocorreu também no Brasil.

Estilista nascida no Brasil assina um dos figurinos de Beyoncé em “Black Is King”

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Beyoncé disponibilizou nesta sexta-feira (31), na plataforma de streaming Disney+ a íntegra de “Black is king”, seu novo álbum visual e chamou muita atenção pelos diversos looks durante todo o filme.

Entre nomes, que assinam o figurino, estão Riccardo Tisci da Burberry, Olivier Rousteing da Balmain e Pierpaolo Piccioli da Valentino e Loza Maleombho, que nasceu no Brasil, mas logo mudou para os Estados Unidos onde se formou e atualmente mora na Costa do Marfim.

Em seu Instagram, a estilista celebrou o feito e disse nunca ter imaginado Beyoncé dançando ao som de afrobeat enquanto usa uma de suas criações: “Eu poderia visualizar Beyoncé usando uma de minhas peças. Mas nunca imaginei ela dançando ao som do afrobeat e abraçando toda a cultura africana enquanto usava uma roupa minha! Sou muito grata por ter contribuído com essa obra-prima. É como ser uma mosquinha numa sala onde a história está sendo feita!”

Essa é a segunda vez que Loza trabalha para Beyoncé. A primeira foi em “Formation” e na época a estilista disse ter visto o clipe muitas vezes seguidas para acreditar no que estava acontecendo.

https://www.instagram.com/p/CDV30-RBOl0/

Katiúscia Ribeiro, abre inscrições para décima turma do curso introdutório à Filosofia Africana

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Pensando em um mundo pós-pandemia, a filósofa Katiúscia Ribeiro é a criadora do curso on-line de filosofia africana, na qual analisa as consequências práticas deste período para a população negra no Brasil.

Katiúscia Ribeiro é Filósofa, Mestra e Doutoranda em Filosofia Africana com pesquisa sobre Filosofia Kemetica. Também é graduada em Filosofia pela UFRJ e Mestre em Filosofia e Ensino pelo CEFET/RJ e atua como coordenadora Geral do Laboratório Geru Maa de Africologia e Estudos Ameríndios UFRJ e como professora da Escola de Magistratura do Rio de Janeiro.

O curso ocorrerá entre os dias 19 e 21 de agosto e pretende apresentar de modo sucinto e em caráter introdutório diferentes matrizes das Filosofia Africanas. Trabalhando com alguns conceitos fundamentais, possibilitando a ampliação dos estudos e debates sobre Filosofias Africanas. Serão três aulas online, distribuídas por temas com apostilas personalizadas para o curso.

O objetivo do curso é fomentar a discussão sobre filosofia africana, visando apresentar uma compreensão dos pensamentos e conceitos desenvolvidos desde as escolas de escribas no Kemet (Egito antigo) até os dias atuais. Entendendo o contexto histórico da época e seus sistemas filosóficos.

Serviço:

O curso acontecerá entre os dias 19 a 21 de Agosto
Inscrições: https://www.mercadoblackmoney.com.br/katiusciaribeiro/produto/curso-on-line-de-introducao-a-filosofia-africana-turma-10
Horário: 19h às 21h30
Carga Horária: 7h30min
Plataforma: Google Hangouts Meet
O curso terá certificação garantida pelo laboratório Geru Maa/UFRJ.

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