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Intolerância: “É preciso separar o Estado da Religião”

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Foto: Roger Cipó

“Vinte começaram a jornada, e depois se transformam em cem milhões’’;

“Nós perguntamos se é seguro sair’’;

“Eles respondem que mais seguro é voltar para dentro’’;

“O vento rodopia, como se Oya estivesse furiosa’’.

Òtùrá Méjì

Em Òtùrá surgiu a raça humana, as religiões, a separação entre os povos, o crime de ódio, racismo, a intolerância, auto ódio, aversão a tudo aquilo que é diferente, com base nesta sabedoria ancestral trazida por este Odú e mais alguns fatos históricos do Brasil, convido a todos e todas para uma leitura sobre intolerância religiosa.   

A população brasileira é composta por diversas etnias o que faz do Brasil um país com uma grande diversidade cultural; brancos “custeados’’ advindos da Europa, negros “escravizados’’ advindos da África e as comunidades indígenas originárias compuseram nossa população e nossa cultura.

Conforme os diferentes povos chegavam ao nosso território traziam consigo um conjunto de manifestações culturais materializadas nas diferentes línguas, costumes e crenças. Portanto, não podemos entender nossa sociedade sem considerar a diversidade cultural presente em nossa identidade, logo, não seria possível pensarmos uma religião única ou como oficial em nosso país. 

Dessa forma o Estado tem por obrigação oferecer a seus cidadãos um ambiente de harmonia e respeito às diferentes crenças, banindo o fanatismo religioso manifestado na intolerância em suas diferentes formas de violência. 

Para isso é preciso separar o Estado da Religião, garantindo sua laicidade, somente existindo a ligação do Estado e Religião ao que tange em prestar proteção e garantia do seu livre exercício. Devido a esse fato, nossa Constituição Federal deixa expressa como um direito fundamental a liberdade de culto, constando o Brasil como um país laico: 

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

VI – e inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

(BRASIL. Lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989)

Entretanto o fato de sermos um Estado separado de Religião e por não possuirmos uma religião oficial, não impediu de constar em nossa Constituição e em atos legislativos pequenos fragmentos religiosos de como conduzir a Nação neste âmbito.

Isso ocorre porque o constituinte entendeu a necessidade de reconhecer o pluralismo religioso que permeia nossas relações sociais. É sempre preciso considerar que o Estado não pode tomar uma religião para si de nenhuma forma, seja ela direta ou indireta. A missão é promover um ambiente onde diversas religiões consigam conviver sem se violentar, respeitem seus ritos e dogmas de forma a não serem obrigadas a se adaptarem devido a alguma exigência social, ou seja, toda religião deve ter total liberdade de culto desde que respeite os direitos humanos previstos em lei.

Na história brasileira, durante o período de colonização, o Império sempre restringiu a liberdade religiosa, professando como verdadeira, apenas uma única religião, até então, o Estado e a Igreja atuam como um poder único, apesar de outras religiões coexistirem, com destaque as crenças de origem indígena e africana, apenas a Igreja Católica Apostólica Romana era tida como oficial, amplamente aceita e disseminada, por ser a única religião permitida em território nacional. A Igreja Católica enquanto religião oficial foi grande contribuinte para propagação da intolerância, e tal processo se agravou com a instauração da Santa Inquisição no século XVIII, destruindo a cultura, o patrimônio cultural e religioso de todos os povos que pretendeu catequizar e subjugar.

Importante ressaltar que em todo período escravagista a Igreja Católica corroborou e usou do seu poder para perpetuar na sociedade a ideia de que os negros não possuíam alma, e em decorrência disto eram equiparados a animais ou coisas, podendo assim sofrerem destituições culturais e religiosas. A internalização dos dogmas Católicos pelos indígenas e africanos, foi uma das formas mais violentas de dominação, tal internalização destituía as origens e a memória destas comunidades e, uma vez, esta memória perdida, os elos sociais de identidade se enfraqueciam tornando tais comunidades cada vez mais vulneráveis e sujeitas a dominação europeia. 

Toda essa dominação estava intrínseca ao violento regime escravocrata, a violência física, o trabalho forçado, a dissolução de famílias quando aportavam no Brasil, e a imposição de uma nova religião culminou num processo de extinção cultural, deixando explicito quem detinha o poder de sua vida e morte, no caso seus proprietários. Contudo, sabemos das resistências surgidas ao longo deste processo, a fuga de escravos e a formação dos Quilombos eram uma forma de resistência já que nos Quilombos era possível a recuperação das práticas culturais e religiosas e além disso, a restituição de laços de identidade desta população.

Com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, sob influência da noção de Estado disseminada pelo Iluminismo francês, o Estado tornou-se laico no Brasil, garantindo o direito à liberdade religiosa. No entanto, o catolicismo ainda era a religião oficial do Estado e participava ativamente da organização social do País. Vale ressaltar que todo o processo educacional ainda estava sob a égide da Igreja. O Governo Provisório, que possuía Campos Sales como Ministro da Justiça, solicitou ao Conselheiro Baptista Pereira a organização de um novo projeto de Código Penal, que teve sua conversão em lei em outubro de 1890. Dentre seus artigos podemos elencar:

Art. 402 – Punição ao crime de capoeiragem; 

Art. 158 – Punição ao crime de curandeirismo; 

Art. 157 – Punição ao crime de espiritismo; 

Art. 391 – Punição ao crime de mendicância;

Dentro destes poucos artigos podemos contemplar que houve a continuação da dominação cultural, política e imposição de padrões europeus, não havendo uma preocupação e consideração a dignidade dos negros. Após todas as revoluções históricas e sociais, garantir este direito se torna uma obrigação legislativa, por este motivo, além da garantia constitucional, outras leis são necessárias para que tal direito pudesse ser gozado de maneira ampla e irrestrita na forma da lei, evitando qualquer tipo de intolerância, imposição e discriminação religiosa.

A partir desta pequena contextualização histórica, é possível considerar que o desenvolvimento das religiões afro-brasileiras fora marcado pela perseguição em diferentes níveis, o preconceito se materializa desde as outras religiões até ao Estado e suas legislações. Isso põe a necessidade de criar estratégias de sobrevivência e dialogo frente às condições adversas para a manutenção destes cultos afro-brasileiros. Tais religiões foram perseguidas pela Igreja Católica ao longo de quatro séculos e pelo Estado republicano, sobretudo na primeira metade do século XX, quando este se valeu de órgãos de repressão policial e de serviços de controle social e higiene mental, e, finalmente, pelas elites sociais num misto de desprezo e fascínio pelo exotismo que sempre esteve associado às manifestações culturais dos africanos e seus descendentes no Brasil.

Com o fortalecimento da Ditadura e na medida em que se percebia a formação destas resistências, o Regime Militar pretendeu um maior controle sobre a abertura dos espaços destes cultos. Estabeleceu-se um forte controle regulatório por parte do Estado, e para se abrir um espaço de religião de matriz africana era necessária uma autorização da Secretaria de Segurança Pública, e cabe ressaltar que muitos dos movimentos contrários ao regime de exceção se davam nestes espaços religiosos.

É possível traçar um paralelo da Ditadura com os dias atuais, quando vemos o crescimento e a democratização de grupos conservadores, os quais se organizaram para defender seus interesses baseados nos seus dogmas religiosos. Atualmente com o aumento da bancada evangélica no Senado, a intolerância tem sido legitimada pelo Estado, quando encontramos uma série de eventos e atos inconstitucionais, tais como o pleito a proibição da imolação animal, ferindo diretamente o Estado Laico.  

É notório que o crescimento neopentecostal corroborou também para o crescimento da intolerância, o proselitismo é muito grande e a tolerância não faz parte da ideologia de muitos deles. Ainda mais quando temos líderes políticos e facções criminosas simpatizantes, e até mesmo adeptos de movimentos evangélicos radicais – pois sabemos que a Umbanda e o Candomblé não são parceiros políticos interessantes – a tensão fica ainda maior, como no caso do estado do Rio de Janeiro onde traficantes expulsam terreiros que já estão ali estabelecidos há anos, a pedido de algumas Igrejas Evangélicas.

Os ataques acontecem de diferentes formas: agressões físicas contra terreiros e seus membros; ataques às cerimônias religiosas afro-brasileiras realizadas em locais públicos; ataques aos símbolos dessas religiões existentes em tais espaços; ataques a outros símbolos da herança africana no Brasil que possuem relação com as religiões. Os ataques decorrentes de alianças entre igrejas e políticos evangélicos se tornaram banalidades, e os incêndios criminosos tem sido notícia cada vez mais frequente na mídia.

Na verdade, hoje, a intolerância tem sido disseminada por líderes políticos e religiosos; tudo porque a intolerância, ou não suportar alguém e não querer fazê-lo, tornou-se uma arma poderosa com vistas a fazer aliados de toda sorte. Assim como homofobia, transfobia, racismo, misoginia e outras formas de intolerância são verdadeiros crimes que só fazem incitar a violência, a desumanidade e a segregação de pessoas. 

O sistema jurídico brasileiro segue insipiente e falho, ao passo que a Lei n° 7.716 da Discriminação Racial e Estatuto da Igualdade Racial Lei N° 12.228 não conseguem atender de forma adequada esta e outras demandas do gênero, uma vez que sua aplicabilidade resta prejudicada e a grande maioria dos casos ficam impunes, ou são tipificados como outros crimes, por existir uma certa confusão em sua apuração pois confunde-se liberdade de expressão com discurso de ódio carregado de palavras agressivas e tratamento diferenciado e restrito de acordo com determinada religião ou raça. Insta ressaltar que as leis anteriormente sempre possuíram a função de assegurar a dominação branca sobre a população negra. 

Ainda que não haja um discurso direto de ódio, algumas seitas evangélicas disseminam diariamente o ódio aos adeptos e elementos das religiões afro-brasileiras, ou seja, ainda que não incitem seus fiéis a agredir outras pessoas, eles incutem no psicológico dos mesmos que tais “demônios” são responsáveis pelo mal e o sofrimento da humanidade e que devem ser combatidos, pois “é dever do cristão combater o inimigo”. Estes tipos de mensagens corroboram para que o fiel acredite que os Orixás e entidades das religiões afro-brasileiras são de fato demônios, e seus adeptos são adoradores deles e, portanto, devem ser eliminados.

Renomadas pessoas, brancas, da alta sociedade, se envolveram na religiosidade Africana, mas isso pouco mudou a concepção enraizada na sociedade de que tal prática é contrária as “leis criadas por Deus’’. Os agressores passaram a disseminar as inverdades do tempo da escravidão e os Orixás e guias das religiões afro-brasileiras voltaram a ser associados aos demônios. Contudo, se esquecem os propagadores de tais absurdos que o demônio é uma figura própria que só existe no cristianismo. Na religiosidade afro-brasileira não existe a concepção de inferno, diabo e pecado; os seus devotos são os principais responsáveis pelo próprio destino e precisam zelar pelo ìwà rere (bom caráter).

As seitas corroem de tal forma o psicológico dos fiéis e os induzem ao preconceito, que os mesmos acreditam que estão em “guerra santa” e que devem eliminar, a todo custo, “a obra do inimigo” e os adeptos do “demônio”. Isso explica os ataques gratuitos, as destruições de terreiros, as inúmeras ofensas e as ameaças de liberdade ao culto que diariamente atingem os candomblecistas e umbandistas.

É inconcebível que em uma sociedade plural como a nossa, nos dias de hoje tenhamos pessoas que precisem negar sua identidade religiosa por medo de represálias, no trabalho, na escola, na sociedade como um todo, pois há casos de isolamento estudantil, humilhações e agressões pela internet, demissões e afastamento de profissionais adeptos da religião. Os casos de intolerância em sua maioria não são amplamente divulgados e são poucos os que são registrados e denunciados, tornando-os juridicamente inexpressivos. 

Contudo, podemos concluir que o Racismo é a base da Intolerância Religiosa em nosso país, e não há registro de nenhum outro grupo religioso no Brasil que enfrente tanto desrespeito e perseguição. O negro deixou de ser um produto, para se tonar um ser humano marginalizado juntamente com sua cultura e práticas afro-religiosas consideradas abomináveis e primitivas, por não seguirem os princípios eurocentristas, perante os olhos da sociedade brasileira após a abolição. Não podemos nos enganar, mas as sequelas de 358 anos de escravidão reverberam entre nós. 

 
Por Douglas Carneiro – Sobalojú Fákáyòdé
Homem Preto de Candomblé e Ifá, contrariando as estatísticas. Pós-graduando em História, Cultura Afro-brasileira e Indígena. Especialista em Direito Constitucional, Ativista de Direitos Humanos e Diversidades e na batalha antirracista.

As religiões de Matriz Africana no Brasil e os ataques ao povo do axé

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Foto: Roger Cipó

“Ser de religião de Matriz Africana é acordar com a notícia de que a violência contra nossos templos e adeptos cresceu 50% só no ano de 2019 e não entregar “nas mãos de Deus”.

Além de oração é preciso luta. 

Somos frutos de uma cultura religiosa que resiste aos mais diversos tipos de violências, uma perseguição marcada pelo racismo estrutural que confirma o processo de formação da sociedade brasileira. 

O racismo religioso marginalizou as expressões de crença do povo africano e seus descendentes, no Brasil nenhum outro seguimento religioso sofre tamanha agressão e podemos afirmar que o que motiva essas violências é o fato de ser uma cultura religiosa negra. 

Há caminhos na sociedade brasileira que propagam as violências como na grande mídia, em programas de televisão de emissoras dominadas por um seguimento evangélico neopetencostal, que abertamente propaga o racismo religioso e incentiva a violência psicologia e física.

Há pouco tempo uma blogueira defensora da causa animal, através de suas redes sociais, nos ligou desonestamente à situações de maus tratos de animais prejudicando a compreensão sobre a nossa prática religiosa e a nossa luta pela “liberdade de alimentação tradicional/família” base de nossa cultura religiosa.

Outro caminho de pedras andado pelo povo de axé é a procura de emprego, empresas, contratantes vem solicitando em suas fichas cadastrais que pessoas declarem sua religião discriminando assim adeptos que declaram-se de Matrizes Africanas.

Nas ruas há episódios de apedrejamento, perseguição aos noviços (Yawo) em período de preceito religioso, constantes pregações em espaços públicos, ônibus, trens, etc.

Nas escolas públicas, algumas dominadas por profissionais evangélicos, violam a máxima do Estado Laico e se recusam a trabalhar a Lei 10.639/03 afastando crianças negras da compreensão da contribuição do povo Africano na construção do Brasil e do mundo, profissionais da educação que obrigam crianças das mais diversas religiões a fazerem orações cristãs.

Ainda nas ruas, mais especificamente na Baixada Fluminense/RJ, bandidos do nomeado “Bonde de Jesus” atacam adeptos e invadem Terreiros aterrorizando o povo de axé com armamento pesado e violência física e psicológica; na Bahia o Acarajé Gospel toma as ruas, no Brasil a Capoeira Gospel que proíbe cantigas tradicionais.

Não contentes com a invasão nos espaços públicos de lei, nos últimos dias a criação de uma polícia paralela dentro da Polícia Militar, policiais a serviço de Cristo recrutados por uma Igreja que tem mostrado seu projeto político de poder apoiada pelo atual presidente da República, tem assustado pessoas das mais diversas denominações religiosas que entendem o absurdo e temem o resultado dele. 

Embora uma tarefa considerada difícil, na contramão desta falácia, são várias as iniciativas organizadas pela sociedade civil a fim de mudar esse quadro que aterroriza o povo de axé.

Em 2018 precisamos defender a constitucionalidade da lei que nos garante a liberdade de culto e nela as nossas práticas particulares a autorização do Sacrifício Religioso.

A investida do MP do Estado do Rio Grande do Sul – o maior consumidor de carne – nos levou para as ruas e através da Organização do Coletivo Religioso Ọkàndìmò, mais de 8 mil adeptos e simpatizantes ocuparam o maior centro comercial de São Paulo – a Avenida Paulista. No mesmo dia 08/08 espalhamos pelo Brasil manifestações com números consideráveis de participantes, uma mobilização nunca vista antes. 

As redes de combate ao racismo religioso espalhadas pelo Brasil tem por objetivo preservar seus territórios sagrados e a sua ancestralidade através de agendas políticas que combatam o Estado racista que prioriza uma educação eurocêntrica e eugenista. 

As atividades visam reforçar a identidade positiva religiosa do povo de axé e promover à sociedade um diálogo a fim de valorizar e fomentar uma cultura de respeito à liberdade religiosa, compreensão às diferenças e o combate ao racismo. 

Trazer para esse diálogo outras religiões e faze-las compreender o seu papel diante a sua comunidade tem sido um caminho importante, o diálogo inter-religioso contribui em ações por uma cultura de paz e de respeito mútuo, cobrando de todas as religiões um compromisso com a garantia dos direitos humanos, da dignidade da pessoa, repudiando e enfrentando qualquer tipo de violência. 

Faz parte do sacerdócio de Iyalorisas e Babalorisas a organização política. Essa será a nossa arma se quisermos de fato fazer mudanças na busca pelo fortalecimento do povo de axé, pela garantia da continuidade, pela segurança de nosso povo e sem dúvidas colocar em prática a resistência ensinada por nossos ancestrais. 

Devemos construir uma outra concepção acerca da cultura afro brasileira no imaginário social, que reconheça e respeite a nossa cultura ancestral e afaste do nosso povo as mais diversas violências que hoje beiram a compreensão que temos de terrorismo. 

Todas as conquistas do povo negro brasileiro – as poucas – são frutos de nosso trabalho e reivindicações diante dos governantes. Devemos fazer com que o governo atual garanta a Laicidade do Estado e assegure nossa dignidade. Não importando quem esteja a frente do Brasil, é direito de todos que a Constituição seja preservada e cumprida. 

Mulher preta, mãe, poeta, candomblecista.
Sacerdotisa de Candomblé, compositora e ativista antirracista pelos direitos dos povos de  terreiro, Yemọjazz, tem uma carreira extensa de atuação nas manifestações artísticas, culturais e sociais negras. É pedagoga com foco na coordenação de projetos pedagógicos de valorização das tradições de matriz africana.

Globo exibirá filme ‘Rainha de Katwe’ com Lupita Nyong’o na Tela Quente

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Globo exibirá filme 'Rainha de Katwe' com Lupita Nyong'o na Tela Quente

“Rainha de Katwe”, será exibido hoje, às 22h20, na Tela Quente desta segunda-feira (20). O filme com Lupita Nyong’o, conta a história de Phiona Mutesi, uma jovem que faz de tudo para alcançar o seu objetivo de se tornar uma das melhores jogadoras de xadrez do mundo. Órfã de pai e moradora de uma região bem pobre de Kampala, capital de Uganda, Mutesi foi obrigada a largar a escola por falta de dinheiro, mas agora está decidida a enfrentar todos os obstáculos para tornar seu sonho realidade.

Baseado em fatos reais, a história de Phiona se tornou pública em 2011, por meio do perfil Game of Her Life, publicado pelo jornalista Tim Cothers na ESPN Magazine. O artigo virou livro no ano seguinte, obra essa que teve os direitos comprados pela Disney. Hoje, Phiona segue jogando em grandes campeonatos de xadrez.

A direção do longa-metragem é de Mira Nair. O elenco contra com a estrela Lupita Nyong’o, que é uma das mais requisitadas em Hollywood atualmente. Também são creditados David Oyelowo e Madina Nalwanga.

Veja o trailer de Rainha de Katwe:

“Homenagem ao Egito”: Marca é acusada de apropriação cultural durante a Semana de Moda de Paris

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De acordo com a marca foi uma homenagem aos príncipes egípcios, mas pegou muito mal modelos brancos, muitos loiros, de tranças no destile da marca Commes des Garcon, durante a Semana de Moda em Paris nesse final de semana.

A escolha de perucas, laces e tranças usadas em maioria por homens brancos durante o desfile, sofreu várias críticas e a marca foi acusada de apropriação cultural.

Tasha James, uma blogueira afro-americana, chegou a dizer que as marcas fazem isso de propósito para chamar a atenção da mídia. “É um tipo desprezível de marketing”.

No passado, a grife já havia sido acusada de racismo, pela ausência de modelos em seus desfiles e campanhas.

A colunista da Vogue Teen, Anne-Christane Poujoulat acredita que a indústria da moda tem falhado com as pessoas negras e capitalizado a cultura negra usando o estilo afro em pessoas brancas. “É impossível que uma grande marca não saiba o que é apropriação cultura 2020”, argumentou a jornalista.

 

Dirigido por uma mulher negra, espetáculo teatral baseado na obra de Frantz Fanon, estreia no Sesc Belenzinho

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Espetáculo teatral baseado na obra de Frantz Fanon, estreia no Sesc Belenzinho

Em curta temporada a peça Pele Negra, Máscaras Brancas estreia no Sesc Belenzinho na próxima sexta-feira, dia 24. O espetáculo ficara em cartaz até o dia 2 de fevereiro com apresentações às sextas e sábados às 21h30, domingos e feriados às 18h30, na Sala de Espetáculos I.

“Pele Negra, Máscaras Brancas” é o primeiro espetáculo da companhia de Teatro da UFBA (Universidade Federal da Bahia), dirigido por uma mulher negra: Onisajé (Fernanda Júlia). Essa também é a primeira vez que o espetáculo será encenado fora da capital baiana. A encenação é baseada na obra homônima de estreia de Frantz Fanon, adaptada por Aldri Anunciação.

Fanon foi um importante psiquiatra, filósofo e ensaísta martinicano, que pesquisou sobre as consequências psicológicas da colonização e do processo de descolonização, considerando seus aspectos sociológicos, filosóficos e psiquiátricos.

O elenco e equipe de produção são compostos majoritariamente por negros e negras, são eles: Iago Gonçalves, Igor Nascimento, Juliette Nascimento, Manu Moraes, Matheus Cardoso, Matheuzza Xavier, Rafaella Tuxá, Thallia Figueiredo, Victor Edvani e Wellington Lima.

A peça é distópica e perpassa três períodos – 1950, 2019 e 2888 – para falar sobre como o processo de colonização construiu sofrimentos psicológicos em corpos negros e ainda traz personagens analisadas pelo psiquiatra e filósofo Frantz Fanon.

Para Onisajé é muito significativo ter uma equipe formada por artistas pretos e pretas. Ela ressalta que, como encenadora, estar dirigindo esse espetáculo é um espaço importante de afirmação, de empoderar o povo preto. “A fala de uma encenadora mulher, negra, lésbica, do interior do estado, de periferia, que fez parte e faz dessa universidade – graduação, mestrado e agora doutorado – afirma e comprova a necessidade de colocar as nossas questões em todos os espaços”, afirma.

 

Serviço:

PELE NEGRA, MÁSCARAS BRANCAS
De 24 de janeiro à 02 de fevereiro de 2020. Sextas e sábados, às 21h30 e domingos, às 18h30 *no sábado 25/01, feriado, a sessão será às 18h30
Local: Sesc Belenzinho – Sala de Espetáculos I (70 lugares)
Endereço:
Rua Padre Adelino, 1000
Ingressos: R$ 30 (inteira); R$15 (pessoas com mais de 60 anos, com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante) e R$9 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes. Venda online a partir de 14/01, à 12h e venda nas bilheterias das unidades do Sesc a partir de 15/01, às 17h30.
Recomendação etária: 12 anos
Duração: 100 minutos

Editora paulistana resgata literatura africana contemporânea e espiritualidade como linha editorial

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Editora Ananse é um trabalho coletivo de quatro empreendedores pretos

Espiritualidade Africana, Filosofia Kemética e Afrofuturismo são apenas alguns dos temas que a Editora Ananse publicará neste semestre. A editora, que em novembro lançou o livro “Por Qualquer Meio Necessário”, discursos e falas de Malcon X, irá trazer ao país livros inéditos que dialogam diretamente com a diáspora africana, além de publicações de autores próprios do selo.

Dentre as próximas publicações da Ananse está o livro “A Revolução Preta, Discursos e Falas de Malcon X, VOLUME 2” e já está disponível o livro “Amor Banto”, de Israel Neto: “O livro começou a ser escrito em 2008, teve sua primeira edição em 2011, após três anos de escrita e pesquisa, junto a espaços de cultura banto. Irmãos e irmãs de Angola que estavam estudando comigo em um curso de política na USP, e no dia a dia junto com o coletivo Literatura Suburbana, no projeto Escola da África”

Segundo Israel, a ideia do livro surgiu para recontar a origem dos quilombolas que construíram Palmares, a partir do filme “Quilombos” do Cacá Diegues, que trazia um quilombo Yorubá, históricamente impreciso, então o livro surge para evidenciar a contribuição Banto para a construção afrobrasileira, e isso, a partir de um romance, trazendo a questão mais humana e primordial que é o amor e como nosso povo sobreviveu e resistiu também pelo afeto.

“As pessoas devem ler o Livro porque ele traz nas entrelinhas diversas fontes de pesquisas (algumas dicas deixas nos anexos), mas também, porque ele reconstrói de maneira humanizada os e as lutadoras de Palmares e suas trajetórias em busca de liberdade”, aponta Israel.

https://www.instagram.com/p/B7GCFtFn5vN/

Dando início a publicação na linha principal da Editora que é a Espitirualidade já está disponível o livro “Ifá: Filosofia e Ciência de Vida”, de Otunba Adenkunle Aderonmu, que apresenta alguns conceitos sobre a milenar sabedoria de Ifá, abordando temas fundamentais como: Orí, Obi, Iyámi Ósórongá, Egungun e Abikú.

Segundo a Ananse, as publicações deste ano, que ainda não tiveram os nomes divulgados, em breve estarão no catalogo: “ Estamos trabalhando para apresentar aos leitores, seguidores de literatura negra e o público que está se formando, um conteúdo potente no campo da espiritualidade, estimulados pela troca de conhecimento e a possibilidade de trazer livros de escritores negros, inéditos ao País”

 

Confira os contatos da Editora Ananse

www.editoraananse.com.br

Insta @editoraananse

https://www.facebook.com/editoranans

 

Programa de capacitação de juristas negros para o ingresso na Magistratura, abre inscrições para bolsas

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O lançamento e explicação de funcionamento do programa acontecerá no domingo dia 19 às 9 horas.
Se você é estudante de direito do quarto ano ou bacharel e tem o sonho de ser juíza ou juiz, cadastre-se como associada (o) EDUCAFRO, atravéz do link.
O encontro será conduzido por Flavio Campos, advogado coordenador do projeto. As bolsas Bolsas vão de 50 a 100% de desconto.
Serviço:
Data: Dia 19 de Janeiro
Reunião Geral da Educafro.
Local: Rua Formosa, n° 215, próximo ao metro Anhangabaú.

Uma médica e um ator. Conheça os participantes negros do BBB20

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Começa na próxima terça-feira (21),  a 20ª edição do Big Brother Brasil, o maior reality show da TV brasileira.

A Rede Globo começou a divulgação pesada dos nomes que participarão do programa que pela primeira vez mistura famosos e anônimos. E é esse o caso dos dois participantes negros do programa.

Babu Santana é um artista premiado, tendo sido o único ator a dividir o prêmio da Academia Brasileira de Cinema, como Melhor Ator, com Tony Ramos. Ele tem 40 anos e já participou de dezenas de filmes e atuou em novelas da Globo, entre elas, Malhação e I Love Paraisópolis.

Thelma , 35 anos, é medica anestesiologista, trabalha em quatro hospitais com uma carga horário de 60 horas semanais. Já ficou 12 horas em uma cirurgia sem sair nem para ir ao banheiro. Ela também é bailarina formada e passista da Mocidade Alegre. Há 15 anos na escola, já tocou chocalho na Bateria e participou da Comissão de Frente da agremiação.

https://www.instagram.com/p/B7Yws6eA_cR/

Você vai acompanhar essa edição?

Beyoncé divulga fotos de sua coleção que será lançada oficialmente hoje

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Beyoncé divulga fotos de sua coleção que será lançada oficialmente amanhã

Para divulgar sua nova coleção da IVY PARK, Beyoncé estampou a capa da revista ELLE do mês de janeiro, não somente nos Estados Unidos, mas também no Canadá, Itália, Reino Unido e em muitos outros países onde a publicação está presente. Em alguns países a venda terá início oficial hoje, 18 de janeiro. No Brasil, nenhuma data de lançamento foi oficialmente divulgada.

A Adidas assegura que, mesmo com a collab, Beyoncé continuará como proprietária da linha Ivy Park, criada há três anos. Aponta, ainda, que ela é uma das primeiras mulheres negras a criar a própria linha de esporte e lazer. “A Beyoncé é uma criadora icônica, e também uma líder de negócios reconhecida”, completou Liedtke, integrante do Conselho Executivo da marca.

A marca, Ivy Park, surgiu em 2016, em parceria com o dono da rede de moda Topshop, Philip Green. No ano passado, Queen B rompeu o vínculo com a companhia depois de Green ser acusado de assédio sexual e racismo. Em novembro, a Parkwood Entertainment, empresa da artista, confirmou que adquiriu a parte pertencente à varejista.

Ainda nesta manhã, a cantora, divulgou algumas fotos vestindo as roupas da coleção; Confira:

 

 

 

 

 

 

Corpo de verão: Representatividade preta e gorda no Instagram

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E como dizem, o corpo de praia é o corpo que coloca roupa de banho, ou não e vai a praia. Deveria ser simples assim, mas não é. Para mulheres com corpo fora do padrão, o verão pode ser uma estação bem opressora.

Tudo já começa na hora de comprar as roupas. Até as grandes redes de lojas ainda ignoram o fato de que a maioria das mulheres não usam manequim 40. Ainda mais as brasileiras.

Uma esperança de que isso pode mudar é que cada vez mais mulheres negras  e gordas estão usando as redes sociais para esbanjar sua beleza.

E é assim que os padrões são desconstruídos, quando somos expostos ao diferente. O estranho é que o diferente, nesse caso, é que é o mais comum no dia-a-dia. 55,7% da população brasileira está acima do peso. E não é sobre saúde, é sobre formas do corpo.

E para inspirar nossas mulheres carentes de referência e buscando dicas para ficar linda em suas formas, segue alguns perfis de Instagram que se você ainda não está seguindo, deveria:

A modelo Rita Carreira :

“Uma mulher com as suas curvas voluptuosas em dia, quer mais é curtir o verão dela, sem se preocupar se tá ou não tá no padrão”.

https://www.instagram.com/p/B7ByprEhLwS/

Patrícia Avelino
“Não encolha a barriga☀️”

Luana Xavier
“Eu queria parar de ser deusa, mas não consigo”

https://www.instagram.com/p/B6tjlfYAX4p/

Preta Gil

“A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem para em qualquer topada !!! BOB MARLEY”

https://www.instagram.com/p/B6_hJlOBLk5/

Preta Rara
“Eu olhando o meu ano de 2020”

https://www.instagram.com/p/B66O_XOH0AW/

 

 

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