“Uma narrativa politicamente coletiva, uma pessoa que se inscreve mas ele irá fazer uma narrativa, uma construção politica de que aquela candidatura não é individual. É exatamente isso que somos”, explica Douglas Belchior, educador e uma liderança social brasileira sobre as eleições da ouvidoria da Defensoria Pública em que junto ao Coletiva do movimento negro, de mulheres negras, quilombolas, familiares de vítimas do estado e da luta anti-cárcere.
Esta candidatura terá como candidata ao posto de Ouvidora Geral da Defensoria Pública do Estado de SP, a advogada Beatriz Lourenço do Nascimento, da coordenação da Uneafro Brasil, devidamente acompanhada por Maria Sylvia Aparecida de Oliveira, presidente do Instituto da Mulher Negra Geledés, Oriel Rodrigues de Moraes, Advogado quilombola da CONAQ, e por Gabrielle Nascimento, ativista anti-cárcere representante da Amparar.
“O individuo vai representar os nomes das pessoas que vão compor a equipe quando ela se eleger. O que configura uma construção coletiva explicita presente nessa narrativa e o mandato da ouvidoria seria compartilhado por essas quatro organizações a principio junto com todo conjunto do movimento negro mas tendo apenas uma pessoa no cargo, seguindo a regra”.
Para que a candidatura coletiva seja eleita é preciso que entidades votem. Podem votar as organizações compostas por pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, legalmente constituídas há, no mínimo, 5 (cinco) anos, cujos objetivos estejam diretamente relacionados à promoção dos direitos humanos, à erradicação da pobreza e da marginalidade ou à redução das desigualdades sociais e regionais, com atuação em ao menos 1 (um) município do Estado de São Paulo. Para isso, é preciso que se inscrevam até o próximo dia 11 de Março. Você conhece ou faz parte de alguma organização da sociedade civil que se encaixe na descrição acima? Converse com eles nos coloque em contato. Pode ser por email: uneafrobrasil@gmail.com ou por Whatsapp 11963527364
Taianara Rosa fundadora da Keep Travel ( Crédito : Arquivo pessoal)
Ter um consultor ou consultora que se parece com você pode fazer uma grande diferença na hora de investir em uma viagem. Com 2 anos de existência, a Keep Travel , empresa da consultora internacional Tainara Rosa, já virou uma referência como agência de turismo. Ela fez cursos com o departamento de turismo Sul Africano para se tornar uma especialista na região.
A empresa mineira, que cobre o país por meio de um atendimento online, oferece opções cursos de idioma no exterior, inclusive na África do Sul, pacotes turísticos, câmbio, passagens aéreas, seguro viagem prezando por um atendimento personalizado.
Nessa entrevista para o Mundo Negro, Tainara conta sua experiência no turismo como mulher negra e como isso reflete na hora de atender seus clientes negros.
“Qual negro que nunca entrou em uma agência com um destino em mente e quando se dá conta o agente está oferecendo um especial para Aparecida do Norte?! Problema nenhum em viajar para Aparecida do Norte desde que a pessoa queira, não porque simplesmente imaginam que não podemos ir para Cartagena, Zanzibar ou Salvador.”
Além de falar sobre o trabalho e racismo no turismo, Tainara dá dicas preciosas para quem quer conhecer o continente africano.
Mundo Negro – A experiência de viajar e explorar outros destinos pode ser diferente para quem tem a pele mais escura. Mesmo assim você sente que há um aumento de pessoas negras viajando? Como você lidou com questões raciais nas suas experiências pessoais com turismo.
Tainara Rosa: Nos Estados Unidos vemos que os negros são mais ativos no quesito viagem. No Brasil os negros estão descobrindo agora que viajar não é perda de tempo e sim investimento. E a cada dia vemos mais dos nossos desbravando fronteiras. Eu particularmente acredito que sofremos ou passamos muito mais por situações racistas no Brasil que em outros países. Essa é a minha experiência. Eu tive 2 situações que me impactaram mais, foi de um ex chefe da Romênia que declaradamente dizia não gostar de negros e com um rapaz brasileiro em um voo Canadá x Brasil, que achou que eu fosse americana e por eu não aceitar trocar de lugar com ele, disse para o amigo “Eu irei batendo nessa vaca preta até chegar no Brasil”. Se referindo a cotoveladas que iria dar durante todo o trajeto. Não nego que na hora causa um momento de congelamento, de pensar o que está acontecendo aqui? E logo em seguida eu tive que me impor para ele. Ser negro não é fácil em nenhum lugar do mundo. Mas independente de qualquer coisa eu sempre fui muito destemida e não deixo o racismo me impedir de conhecer novos lugares que eu tenha vontade.
Crédito : Arquivo Pessoal
Como a Keep Travel nasceu na sua vida. Ser empreendedora foi algo que veio por paixão ou necessidade?
R: A Keep com certeza é minha paixão, literalmente. É interessante porque vejo muitas empreendedoras que começaram por necessidade e foram crescendo com seus negócios. Eu fiz o caminho contrário. Criar a Keep Travel veio da vontade de fazer diferente. Eu queria fazer algo diferente, não queria mais aqueles atendimentos com pacotes engessados. Queria o atendimento com conexão. Eu queria vender intercambio para a África do Sul, vender um Intercâmbio de trabalho acessível ou montar um pacote personalizado para uma família de viajantes. E principalmente eu queria ver mais negros viajando e que quando me vissem saberiam que eles nunca seriam julgados pelo tom da pele antes de qualquer coisa. Qual negro que nunca entrou em uma agência com um destino em mente e quando se dá conta o agente está oferecendo um especial para Aparecida do Norte?! Problema nenhum em viajar para Aparecida do Norte desde que a pessoa queira, não porque simplesmente imaginam que não podemos ir para Cartagena, Zanzibar ou Salvador. Hoje da minha carteira de clientes em torno de 10% é composto por clientes da raça negra. Sonho com o dia que será no mínimo 50% a 50%. Ver mais dos meus viajando será lindo.
Crédito : Arquivo Pessoal
Você ama África do Sul. Como esse país mudou sua trajetória profissional e pessoal?
R: Eu realmente amo a África do Sul. Simplesmente porque é um país multicultural. Que agrada a todos os perfis de viajantes. Que transforma a todos que passam por aquele lugar. E para o viajante negro é uma sensação de pertencimento. Quando eu decidi que a África do Sul seria o meu foco principal de trabalho, eu fui me especializar. Fiz cursos com o departamento de turismo Sul Africano ,firmei parcerias com instituições com um histórico de trabalho impecável. Isso para que o viajante tivesse os melhores sempre. Hoje quando vejo a Keep Travel ser indicada quando o quesito é África do Sul ou o continente Africano enche meu coração de alegria. Pois quer dizer que estamos no caminho certo. São tantos planos e projetos, mas acredito que no primeiro semestre de 2021 estarei rumo a esse país que tanto amo e respeito, mas ainda não conheço pessoalmente. É um grande sonho!
Ainda sobre a África quais os maiores equívocos que se fala sobre esse continente, e qual país para você todo negro deveria conhecer e por quê?
R: Creio que o maior equívoco que sempre ouço é dizer África, como se tudo fosse um só país. Mas quando explico que são 54 países em todo o continente muitos se espantam. Quando falamos em África, é um continente onde a mídia focou em mostrar apenas a pobreza. Mas que tem países tão bem estruturados quanto na Europa. Se você me perguntasse hoje quais países eu indico para os negros conhecerem, são vários e eu poderia falar disso por horas. O primeiro país é Cabo Verde, a língua oficial é o português misturado com criolo. Para quem não domina o Inglês e quer se virar bem sozinho esse é o destino ideal. O custo para se conhecer o país é ótimo. O arquipélago é formado por 10 ilhas, sendo a principal a Ilha do Sal. Com praias maravilhosas de águas cristalinas. Tem o carnaval Caboverdiano super animado e que já foi comparado ao do Brasil. E claro provar o prato típico da região chamado Catchupa (carne,feijão e milho). O segundo país que recomendo é África do Sul. Além do histórico de luta dos negros contra o Apartheid, Terra de Nelson Mandela. A África do Sul é realmente muitos mundos em um. Tem atividades para todos os perfis de viajantes. Vai desde tribos africanas, atividades de aventura, as melhores praias, cachoeiras, canyon, berço da Humanidade, bung jumping, vinícolas,museus, barzinhos e baladas. A “Rainbow Nation” é formada por diversas culturas de uma recepção calorosa para os viajantes. Vale a pena conhecer.
Você ganhou o Troféu evidência no final do ano passado. Reconhecimento é algo motivador, não é mesmo? De que forma esse prêmio te motivou profissionalmente ?
Eu realmente não acreditei quando recebi o contato da organizadora do evento. Fiquei extremamente lisonjeada. A minha caminhada apenas começou e receber um reconhecimento desse porte é motivador. É motivação para fazer um trabalho ainda melhor. Buscar inovar e superar as expectativas dos clientes. Trabalhar em prol de construir um histórico de confiabilidade e credibilidade. E claro, buscar ser uma agência de viagens que é referência em todo Brasil.
https://www.instagram.com/p/B6Egs3spaeZ/
Você sabe dizer se a maioria dos seus clientes são brancos ou negros? Qual é o feedback que vc tem dos clientes negros, e quais os destinos preferidos da nossa comunidade?
Hoje em torno de 10 a 15% dos meus clientes são negros, a grande maioria dos clientes são brancos, mas o número de negros viajantes tem aumentado em 2020. Um feedback que eu recebi de um casal de clientes negros que me marcou muito foi : “Nós nunca tínhamos sido tão bem tratados por uma agência. Quando te pedimos o orçamento você simplesmente perguntou a data, qual o destino e enviou a proposta sem pestanejar. E realmente não estava no nosso orçamento e você foi alinhando até chegar no valor que conseguíamos pagar. Foi exatamente isso que nós fez fechar com você Tai. Você nos enxergou.” Isso eu (Tainara) estava na rua, li um depoimento desse, abri a boca a chorar. E eles ainda não foram viajar. Só viajam em outubro/2020. Eu realmente só tenho que agradecer aos meus clientes, é um retorno melhor que o outro. Eu recebi uma carta de uma mãe de uma intercambista, que as palavras dela foram tocantes demais. Falando sobre o carinho e cuidado que eu tive com a filha dela. Eu só choro nessas horas. Porque eu sinto por vezes que como empreendedora negra na área de intercâmbio e viagens, eu costumo ser preterida. Meu profissionalismo é colocado em cheque todo o tempo e não é fácil. Tenho que me mostrar altiva e destemida a todo o momento, ser “2x melhor” sempre. Não é fácil.
O destino mais procurado pela nossa comunidade é disparado África do Sul e depois Salvador. Mas África do Sul entra no quesito turismo e Intercâmbio.
Crédito : Arquivo Pessoal
Sobre o seu negócio, o que ele representa hoje para você.
A Keep Travel foi a decisão mais acertada da minha vida. Ser parte dos sonhos e de momentos tão importantes na vida dos meus viajantes não tem preço. Saber que de alguma forma estou fazendo a diferença na vida das pessoas é engrandecedor. Não é sobre ser a melhor a agência, é sobre saber que fiz o meu melhor, que dei o meu melhor sempre.
Se você assiste a novela das 21h, Amor de Mãe, por conta da representatividade, você tem mais um motivo para gostar do folhetim escrito pela Manuela Dias . Nos próximos dias o ator Raphael Loram integra o elenco da novela para uma participação muito especial.
O ator que foi indicado ao Emmy Internacional por sua atuação como Evandro do Dendê na série “Impuros”, será o professor Felipe que substituirá a professora Camila (Jéssica Ellen) durante a licença maternidade da esposa de Danilo (Chay Suede).
A turma de alunos da Camila é muito apegada à professora e haverá uma certa resistência em aceitar o novo professor. A filha da Dona Lurdes ajudará o colega nessa transição.
https://www.instagram.com/p/B9W4V1npDmV/
“Rapha, meu amigo, meu parceiro, meu farpela, que alegria te reencontrar no set e trabalharmos juntos de novo. Não é todo dia que se tem um amigo que foi indicado ao Emmy, né minha gente? Tu é brabo, só orgulho!”, celebrou a atriz Jéssica Ellen em seu perfil do Instagram.
Amor de Mãe tem um enredo cheio de surpresas, será que Felipe será apenas um professor substituto na trama?
O Programa Anual de Bolsa para afrodescendentes é parte das comemorações pela Década Internacional de Afrodescendentes. O objetivo da ONU é oferecer uma oportunidade de aprendizagem intensiva a pessoas de ascendência africana em questões de direitos humanos. Os tópicos de estudo do curso incluem direitos humanos, formas de discriminação racial, acesso à justiça, perfilamento racial, entre outros.
O período de inscrições vai até o dia 22 de março. O curso acontece de 23 de novembro a 11 de dezembro de 2020. As bolsas incluem a passagem aérea de ida e volta, seguro-saúde e um subsídio para cobrir despesas com acomodação, alimentação e outras.
Entre os requisitos para participar do programa de bolsas para afrodescendentes da ONU, estão: Ter ascendência africana;
Ser fluente em inglês ou francês;
Ter no mínimo quatro anos de experiência profissional na promoção dos direitos afrodescendentes;
Fazer parte de uma organização que trabalha em questões relacionadas com pessoas de ascendência africana ou direitos das minorias.
Gabz, Malía e Lellê abrem temporada do novo programa musical da Globo
Com entrada gratuita o projeto promove encontro de nomes da música brasileira e a primeira edição da temporada do Jovens Tardes vai ao ar no mesmo mês que é celebrado o Dia Internacional da Mulher (8 de março) em forma de celebração Gabz, Malía e Lelle serão as primeiras convidadas do projeto, três mulheres negras que ocupam a nova cena musical.
A apresentação acontece no sábado (7), na Praça dos Três Podere em São João de Meriti no Rio de Janeiro.
No ar como a Jaqueline de ‘Malhação – Toda Forma de Amar’, Gabz é autora de “Noite de Verão”, seu novo single, “Do Batuque ao Bass”, “O Baile é Nosso”, “Bota a Cara” e “Nada Vai nos Parar”, com participação de Baco Exu do Blues. Em suas canções, a artista, nascida em Irajá, fala de empoderamento, amor contemporâneo e desejos das garotas da periferia, como ela.
Com voz e presença marcantes, Malía começou a carreira no coletivo criativo Duto, de Madureira, ao lado de outros jovens talentos do R&B e do hip hop. Aos 20 anos, é autora de “Fashion”, “A Tal da Paz”, “Dilema”, parceria com Jão que está na trilha sonora de ‘Malhação’, e “Zumzumzum”, todas presentes em “Escuta”, primeiro álbum da cantora.
Aos 11 anos, Lellê ficou conhecida do grande público ao integrar o Dream Team do Passinho. O quinteto, que conquistou o público com uma nova forma de dançar, se apresentou ao lado de nomes como Alicia Keys e Rick Martin. Em carreira solo, Lellê apresenta um repertório eclético no Jovens Tardes misturando canções de sua autoria, como “Nega Braba” com clássicos do funk e do Dream Team do Passinho.
Com produção da Globo e parceria da Som Livre, os álbuns de todas as temporadas do Jovens Tardes estão disponíveis digitalmente no iTunes, Spotify e Google Play.
Serviço:
Data: 7 de março. sábado
Atração: Gabz / Malía / Lellê
Local: Praça dos Três Poderes – São João de Meriti
Horário: A partir das 18h
Entrada gratuita
Classificação livre
“Aprendi muito no curto espaço de tempo que estivemos aqui e fiquei emocionado por estar rodeado por alguns dos criadores mais criativos e bem-sucedidos do mundo aqui na Nigéria, contando suas histórias para o mundo ”. Essa fala é do Chefe de Conteúdo da Netflix, Ted Sarandos ,após uma temporada no continente africano promovendo Queen Sono, primeira série da plataforma feita na África.
Durante sua viagem , de acordo com a revista Variety, Sarandos foi recebido por um caloroso público ao som tambores locais e além de ter ficado impressionado com o talento audiovisual da região, reforçou o compromisso da Netflix em trazer histórias africanas para a audiência global da empresa.
Dorothy Ghettuba, chefe do African Originals, projeto responsável pelas produções da Netflix na África, comemorou os avanços na negociação de séries e filmes. “Foi uma semana emocionante cruzar o continente e reafirmar que realmente temos histórias para contar”, disse a executiva à revista americana.
Entre os projetos já anunciados está o próximo drama adolescente sul-africano “Blood & Water” e a série animada “Mama K’s Team 4”.
A Netflix também manifestou interesse no Quênia, onde Ghettuba disse que vê ” algumas promessas”, embora haja discussões nos estágios iniciais.
Esse é o mundo globalizado que a gente gosta de ver.
Além dos acontecidos expostos no último post, sobre a exclusão dos negros no reality, nesta semana houve mais um caso de racismo no BBB que mais uma vez passou despercebido.
Babu, que há muito tempo não consegue se encaixar no grupinho da casa essa semana foi novamente retratado como “bruto e medonho” pelos participantes no “jogo da discórdia”.
E em uma conversa com amigos, Daniel afirmou que não associa a imagem de Babu no grupo VIP e sim na Xepa (e seus amigos riem de seu comentário)
Embora muitos seguidores tentem justificar a atitude dos outros participantes em relação a Babu, com a desculpa de que ele é arrogante e mal humorado uma análise mais profunda deve ser feita sobre a situação.
Pois alguns participantes que tem a mesma postura que o Babu (ou até piores) que atrapalham a convivência do coletivo não são punidos com a indiferença e exclusão.
Essa situação que Babu está passando no reality só nos mostra o quão despercebido o racismo pode passar.
Em anos de Big brother Brasil se conta nos dedos o número de participantes negros, e quando em minoria entram, a falta de identificação é tanta, que o programa que é uma grande experiência para muitos pode se tornar um pesadelo, para quem é negro. Que além de sofrer com a rejeição da casa, sofre também com a do público.
Mas eles garantem que é por afinidade.
Babu foi pego chorando no quarto momentos após o “jogo da discórdia” sozinho.
Quando um branco erra na casa, eles dizem que é por ingenuidade, sem intenção enquanto um negro é completamente excluído e vira motivo de chacota.
Em um outro episódio, enquanto o grupo desfruta de um lanchinho da madrugada, Babu passa desejando “boa noite” e Marcela fala que se ele merecesse o tiraria da xepa. Porém, em seguida diz: “Ou a gente põe no Paredão e daí sai e pode comer o que quiser”.
Muitos de nossos seguidores dizem que precisamos marcar presença negra nesses lugares. enquanto alguns defendem o boicote ao programa por parte dos negros.
Fica o questionamento, vale a pena se sentir excluído, ser afastado e até adoecer mentalmente na tentativa de ocupar esses espaços?
Vencedor dos Prêmios Pulitzer, Grammy, Tony e com 11 indicações ao Oscar, o musical A Cor Púrpura, reestreia no teatro Riachuelo com versão musical inédita no Brasil, dirigido por Tadeu Aguiar e versão brasileira de Artur Xexéo o musical é apresentado pelo Ministério da Cidadania e pela Bradesco Seguros.
Alice Walker foi a primeira escritora negra a ganhar o Pulitzer pelo seu livro A Cor Púrpura, lançado em 1982, o espetáculo continua contemporâneo ao retratar relações humanas, de amor, poder, ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero. Com direção de Steven Spielberg, a obra foi adaptada para o cinema em 85, recebendo 11 indicações ao Oscar. A transposição para musical aconteceu em 2005, na Broadway. Em 2016, houve uma nova montagem, rendendo à produção 2 Tony e o Grammy de melhor álbum de teatro musical.
A Cor Púrpura é “um grande grito de liberdade”, detalha o diretor e idealizador Tadeu Aguiar: “Reforcei o caráter epistolar do romance, valorizei o ponto de vista da protagonista, tendo a figura do ator como o principal instrumento condutor da história. A palavra é a grande força do espetáculo”, afirma o diretor.
Tanto no livro como no musical, as mudanças de vida da protagonista estão relacionadas ao ambiente no qual ela vive. A cenógrafa Natália Lana criou uma casa giratória como elemento central, representando as diferentes facetas da trajetória da vida da personagem. São 17 atores, 8 músicos, 90 figurinos em um palco giratório de 6 metros de diâmetro e uma escada curva com sistema de travelling em volta do cenário. A história é universal: fala do ser humano, em especial das mulheres. É imediata a identificação com o momento do país, onde há tantas histórias de opressão às mulheres.
Serviço
Data: 14 de Março
Local: Teatro Riachuelo, Rua do Passeio 38/40 – Centro, Rio de Janeiro
A nova novela da faixa das 18h da Globo, que deve estrear no dia 30 de março, trata do Brasil nos anos 1800 e sua política monárquica, dando continuidade à novela “Novo Mundo”, exibida em 2017. Escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, a nova produção é protagonizada por Selton Mello, e conta com Dani Ornellas e Hoji Fortuna no elenco.
Dani Ornellas e Hoji Fortuna viverão os personagens Cândida e Dom Olu. Na trama, Olu faz o Rei da região de Pequena África. Casado com Cândida (Dani Ornellas) e pai de Zayla (Alana Cabral/ Heslaine Vieira), ele protege os negros alforriados ou que conquistaram sua própria liberdade, oferecendo abrigo. Em seu Instagram o ator Hoji Fortuna compartilhou a noticia e escreveu: “Sou representada por essa família cheia de nobreza, amor e acolhimento”.
Toda a história, que começa em 1856, remonta a um Brasil ainda jovem, 30 anos após a Independência, que busca sua identidade. Entre vitórias e derrotas de diversas batalhas, o enredo promete abordar escolhas e sacrifícios, baseados em uma história de amor e esperança, sem deixar os elementos históricos de lado.
A campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo, ocorre desde 2017 e engloba uma série de eventos organizados de forma coletiva pela passagem do dia 21 de março — Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao Massacre de Sharpeville.
Há 60 anos, a população negra da África do Sul lutava contra o Regime do Apartheid, o regime de segregação racial que perdurou por 46 anos. Durante uma manifestação pacífica contra a Lei do Passe, que ditava por onde pessoas negras poderiam circular pela cidade, policiais do Regime do Apartheid reagiram de forma agressiva matando 69 manifestantes e ferindo outros 186. Esse ataque, em 21 de março de 1960, ficou conhecido como o Massacre de Sharpeville.
Em memória aos manifestantes e para reforçar a luta contra o racismo, contra a discriminação racial e contra qualquer tipo de intolerância, a campanha ’21 Dia de Ativismo Contra o Racismo’ propõe ocupar os espaços sociais e culturais do Brasil para incentivar a sociedade, através de centenas de atividades, a realizar reflexões sobre o enfrentamento constante do racismo em todos os âmbitos sociais, sobre a luta contra a opressão militar e policial às periferias, sobre as desigualdades raciais e para enaltecer a cultura negra e Africana no Brasil.
A Campanha encontra-se em sua 4ª edição e, em 2020. O movimento negro brasileiro e a luta antirracista tem se colocado na vanguarda no combate às desigualdades sociais e de construção de outros modelos de sociedade. Portanto, assim como nos outros anos, a Campanha pretende convocar e provocar a sociedade brasileira para reflexão de que o enfrentamento e eliminação do racismo é uma luta diária de todos contra privilégios e opressões presentes em nosso cotidiano e em todos os espaços da vida social.
Em 2020, serão cinco atividades coletivas, além das cadastradas pelos participantes; Confira:
· 01 de março — Abertura da Campanha com Aula Pública pela Pequena África, culminando na inauguração do Instituto Marielle Franco;
· 09 de março — Marcha do Dia Internacional da Mulher*;
· 14 de março — Celebração à Marielle Franco;
· 16 de março — Homenagem Claudia Silva no centro do Rio de Janeiro;
· 21 de março — Marcha dos 21 dias e Encerramento da Campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo: concentração no Cais do Valongo com homenagens à Tia Maria do Jongo e outras matriarcas da Comunidade Negra. Encerramento no Samba Moça Prosa, no Largo da Prainha
*O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 08 de março, porém a Marcha acontecerá no dia 09 de março, uma segunda-feira.
Comissão de comunicação 2020 dos 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo