Alunos a professores da Ebony English - Foto: Divulgação
Há 12 anos Ebony English é lançada oferecendo ao público a oportunidade de aprender inglês por meio da cultura negra ou seja, o aluno aprende uma nova língua aprofundando o conhecimento sobre sua história, seu povo.
Além das aulas para alunos de todos os níveis, a Ebony ajuda a promover intercâmbio, sobretudo para os países de língua inglesa da Diáspora Africana. Alunos e professores da escola já foram para Jamaica, Rwanda, Ghana, África do Sul, Nigéria, Etiópia e outros.
Rodrigo Faustino, um dos fundadores da Ebony English explica que a pandemia afetou a comunidade negra economicamente e a escola se ajustou a esse novo cenário.
“Queremos preservar a todo custo a equipe pedagógica sem redução de salários e fizemos a implementação da plataforma online com a mesma qualidade do curso presencial com preço acessível em tempos de Pandemia”, explica Faustino.
Com apenas 14 anos, e na faculdade desde os 6, o adolescente britânico Joshua Beckford é o mais jovem estudante da Oxford University da Inglaterra. Diagnosticado com autismo com apenas 3 anos, mesma idade em que aprendeu a falar japonês, Beckford é aluno dos cursos de Filosofia e História.
Matriculado em um programa para superdotados, o pequeno gênio criou seu primeiro software com 4 anos – um simulador de remoção de órgãos humanos – e desde então decidiu que quer ser neurocirurgião.
Beckford foi eleito um dos 30 autistas mais brilhantes do mundo e o garoto mais inteligente do planeta em premiações diversas, Beckford tem como hobby a paixão pelo Egito, país ao qual dedicará seu primeiro livro para crianças. “Meu sonho é salvar o planeta. Eu quero mudar o mundo e a forma como as pessoas o tratam”, o futuro médico, que também faz palestras, disse em uma entrevista para a BBC.
Como qualquer autista, Beckford conta com uma hipersensibilidade. “Ele detesta barulhos muito altos, sempre caminha na ponta dos pés e come nos mesmos pratos, usando os mesmos talheres, e bebe sempre da mesma xícara”, o pai dele, Knox Daniel Joshua Beckford, que o acompanhou no bate papo com os jornalistas da rede de televisão britânica, contou a eles. “Mas um de seus atributos foi ter aprendido a usar tudo isso em seu próprio benefício”.
Lupita Nyong’o foi uma das últimas protagonistas do Pantera Negra a prestar homenagem à Chadwick Boseman. Ela nem precisaria. Não é necessário conhecer muito sobre a atriz para entender o quanto a relação dos dois dentro e fora das telas era especial. O elenco todo do filme negro mais querido da história era muito unido e de acordo com o texto de Lupita, a personalidade de Chadwick era um dos motivos. O ator faleceu vítima de câncer de cólon no dia 28 de agosto.
“Eu escrevo essas palavras de um lugar sem esperança para honrar um homem de grande esperança. Eu estou sofrendo para pensar e falar sobre meu amigo Chadwick Boseman no passado. Não faz sentido. A notícia de sua morte é um soco no meu estômago todas as manhãs”, disse a atriz que descreveu seu parceiro em Pantera Negra como alguém que parecia ser imortal: “As vezes cruzamos com pessoas na vida que possuem uma energia imortal, que parece que elas já existiram antes, que estão onde deveriam estar, que parecem que não tem idade. Chadwick era uma das pessoas”.
Sobre a experiência de trabalhar com ele, Lupita falou que apesar de não conhecê-lo por muito tempo, ele teve um profundo efeito nela. “Quando ficamos juntos para fazer o Pantera Negra, eu lembro de ter sido impactada com seu silencio e forte presença. Tinha algo sobre ele como algo em alta frequência que vinha dele. (…). Ele nunca era apressado. Ele comandou seu tempo com facilidade”.
“Ele era impecável com as palavras. Eu nunca ouvi uma reclamação sobre ele. (…). Ele usava sua boca para construir, mas nunca para destruir”, continuou Lupita.
A vencedora do Oscar não esqueceu de mencionar o amor de Chadwick pela comunidade. “Ele se importava tão profundamente com a humanidade, com as pessoas negras, com o seu povo. Ele ativou nosso orgulho. Se esforçando e trabalhando com grande propósito nos filmes que ele escolheu se dedicar, Chadwick fez sua casa infinita”.
A atriz finaliza dizendo que vai precisar de tempo para lidar com a morte do seu amigo e cita uma frase dita por Simone, viúva de Boseman. “Não tenha pressa, mas não perca seu tempo”.
Nesta segunda-feira (7), o rapper BK lançou o álbum “O Líder em Movimento”, e o sucessor de “Gigantes” traz referências à figuras importantes da luta do povo preto, e não nos deixa esquecer do que fez o rap ser o rap.
Em entrevista exclusiva à Rolling Stones, BK destaca pontos altos de seu processo criativo e inspirações em JAY-Z no álbum “4:44”, “DAMN” de Kendrick Lamar, e no Black Alien e Marcelo D2.
O Líder em Movimento
No álbum o artista colocou manifestos de pessoas que sempre militaram pela causa racial, como Marielle Franco e inseriu o discurso de Abdias do Nascimento, e ainda enfatiza que olhamos sempre para o Estados Unidos, e não que seja menos importante, mas que devemos olhar e resgatar para as lideranças que temos no Brasil.
A temática racial sempre foi presente na obra de BK, mas, diferentemente da primeira geração de rappers brasileiros que tiveram de ser bem didáticos na hora de passar a mensagem, BK já teve a chance de narrar como é duro ser negro no Brasil de uma forma mais poética, metafórica e subjetiva. No ano em que o slogan “Vidas Negras Importam” ganhou as manchetes do mundo, “O Líder em Movimento” chega ao equilíbrio perfeito de poesia e papo reto.
Vinda de São Gonçalo, região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, Nathália Cristina, 26 anos, conquistou seu espaço e sonho na área da saúde. Farmacêutica e técnica em enfermagem conseguiu uma bolsa para o Chevening, que é oferecida pelo órgão do Reino Unido FCO – Foreign Commonwealth Office. Na qual cursará o mestrado do curso Health care and social care management and policy (Politica e Gestão saúde e social) na London Metropolitan University, com tudo pago, desde os cursos universitários aos gastos pessoais.
Entrevistamos a Nathália a fim de entendermos o processo seletivo e para que sua história sirva de inspiração para outros jovens negros. Confira!
MUNDO NEGRO: Como foi seu processo na escolha da sua graduação e durante a faculdade?
NATHÁLIA: Sempre soube do meu dom pra área da saúde, fui criada pelo meus avós, minha avó tem 50% do corpo queimado. Esse dom de cuidar vem de muito tempo. Fiz curso técnico de enfermagem junto com ensino médio. Eu me decepcionei um pouco por não poder ajudar mais o paciente, pois faltavam muitas coisas no Pronto Socorro central de São Gonçalo, onde eu estagiava. Gosto muito de química e resolvi fazer farmácia e me encontrei na profissão realmente. Como milhares de brasileiros, a vida era corrida, trabalhava como técnica de enfermagem numa clínica particular durante o dia e ia pra faculdade à noite. Aos fins de semana tinha que estagiar e estudar. Foram cinco anos muito cansativos.
Nathália comemora sua bolsa / Imagem: Acervo pessoal
MUNDO NEGRO: Qual maior dificuldade que você enfrentou e como conseguiu superá-la?
NATHÁLIA: Ser mulher e negra no Brasil é bem difícil, viu. É um desafio constante de ter que provar sua capacidade pela inteligência, por quem se é. O racismo e preconceito já estão embutidos na sociedade de tal forma que ser diferente do que a sociedade espera vira tabu. Quantas vezes eu já não ouvi que eu tinha que ser passista de escola de samba, acontece uma sexualização do modelo da mulher negra de curvas acentuadas. As pessoas te olham pela sua cor, olham pro jeito do seu cabelo, te julgam. Mas olha… eu sou muito fiel a mim mesma, de onde eu vim e aonde eu quero chegar. Eu traço meus objetivos e trabalho duro para consegui-los.
MUNDO NEGRO: Fazer mestrado é sempre visto com bons olhos perante a sociedade. Qual a sensação de conseguir a bolsa e o que espera da sua vida após o mesmo?
NATHÁLIA: O processo pra conseguir essa bolsa foi longo e cansativo. Estou me sentindo aliviada agora, confesso, risos. Porém muito animada com a novo desafio. Mais ainda, eu bato muito na tecla de representatividade. Acho que conseguir essa bolsa é pra mim mais que uma realização própria, é mostrar pra sociedade, pra pessoas de comunidades carentes, mulheres, negras, que sim, a gente consegue. Disputei com muitos candidatos que estudaram em colégios bilíngues, não tiveram que trabalhar e estudar, mas eu consegui, respeitando minha própria história, com trabalho e dedicação, cheguei até aqui. A mudança começa com si mesmo, então vamos ser mudança e fazer a diferença. Eu espero extrair o máximo dessa experiência, aprender como eles entregam uma saúde de melhor qualidade do que a que temos aqui no Brasil, como ser uma boa líder, como criar e gerenciar políticas.
Nathália com seus colegas de trabalho / Imagem: Acervo pessoal
MUNDO NEGRO: Fale um pouco sobre o curso, a instituição e o programa:
NATHÁLIA: A universidade em Londres é diretamente parceira do NHS (National Health Service), que é equivalente ao nosso SUS, a propósito o SUS foi inspirado no NHS. Lá eu quero aprender como gerenciar recursos com qualidade e a criar a mudar políticas do sistema público de saúde. O SUS é muito bom, as pessoas não tem ideia disso. O que falta no SUS é gerenciamento de qualidade, precisamos de profissionais da área da saúde com perfil de liderança, para fazer as mudanças necessárias para que possamos entregar saúde com qualidade a população.
Capa da revista Ela de setembro, Camilla de Lucas tinha somente três amigos na escola particular onde estudou, em Nova Iguaçu, durante a adolescência. “Lembro-me perfeitamente do dia em que todos eles faltaram, e eu não tinha com quem lanchar. Fiquei meia hora dando voltas pelo colégio, porque sentia vergonha de passar esse tempo sentada sozinha”, contou em entrevista, ao rememorar o isolamento sofrido por ser uma das duas únicas pessoas negras da sala.
Hoje com 25 anos, quase dez anos depois de concluir o ensino médio ela se tornou um dos mais recentes fenômenos das redes sociais no Brasil. A “blogueirinha real” e que faz publis pra dezenas de marcas, sem que o conteúdo fique forçado ou chato, soma mais de 6 milhões de seguidores, juntando Instagram, Tik Tok, YouTube e Twitter, e é vista como expoente de uma nova geração de influenciadores.
“Fui entrar na internet só em 2017, quando já tinha me curado dos problemas de autoestima, e tudo aconteceu meio sem querer”. Camilla passou anos da sua vida acreditando nas palavras racistas que lhe foram ditas “não entendia porque me achavam feia”. O tempo passou, Camilla amadureceu e percebeu que as pessoas estavam levando em conta a cor da sua pele: “Chegava na sala, me zoavam e, naquela época, a única opção era engolir o choro”.
Agora rainha da internet segue ganhando o mundo, a primeira parada é a capa da revista Global, mas com certeza não será a última; Confira:
O Sistema B Brasil oficializou a contratação de sua nova diretora de comunicação. Márcia Silveira vai responder diretamente à diretora-executiva Francine Lemos e irá liderar o time de articulação e comunicação, com o objetivo de moldar a imagem e a reputação do movimento B no Brasil.
O Sistema B é uma organização parceira do B Lab desde 2012, responsável pelo engajamento, divulgação e promoção local de todo movimento B no Brasil e América Latina. Ele articula um movimento global de pessoas que usam os negócios para a construção de uma economia mais inclusiva, equitativa e regenerativa para as pessoas e para o planeta.
Desde janeiro, por meio de uma parceria com o ID_BR, o Sistema B Brasil passou a trabalhar com foco na pauta de diversidade e inclusão racial dentro da organização. Em junho, a parceria também proporcionou o lançamento do Manifesto Seja Antirracista, que estimula o comprometimento de se educar sobre temática racial, apoiar pessoas negras, denunciar o racismo e dissociar a trajetória de negros exclusivamente a casos de racismo. No caso das empresas, o documento pede mais transparência em relação aos programas de diversidade, estimulando que todas publiquem o número de negros em cargos executivos, tracem metas de empregabilidade até o fim do ano e dediquem horas de treinamento para que seus funcionários tenham acesso à educação racial.
Márcia Silveira é jornalista, com MBA Executivo pela COPPEAD/UFRJ e extensão em Marketing e Empreendedorismo pelo International Entrepreneurship Center, de Boston-EUA. Antes de chegar ao Sistema B Brasil, trabalhou a reputação de marcas e líderes como o time de vôlei Rexona-Ades, a Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro e a empresa brasileira de cosméticos Beleza Natural.
Nesta segunda-feira (7) a empreendedora Monique Evelle estreia o ‘Na Prosa’, novo programa de entrevistas produzido pela Laboratório Fantasma, hub criativo do rapper Emicida e de seu irmão, o cantor, compositor e empresário Evandro Fióti.
A atração, que entra na grade da LAB Fantasma TV, na plataforma Twitch, trará conversas sobre autocuidado com artistas e personalidades da mídia. “Desde a estreia do canal, tínhamos o objetivo de colocar na programação assuntos para além da música. Queremos resgatar a auto-estima do nosso povo, produzindo conteúdo autêntico, inovador, provocador e de alta qualidade, fazendo com que os brasileiros se conectem com a sua afrodescendência, tenham orgulho e valorizem o seu passado, projetando um futuro diferente da realidade que vivemos até aqui”, afirma Evandro Fióti, CEO da Laboratório Fantasma.
Monique Evelle começou a empreender com 16 anos, quando fundou o Desabafo Social, laboratório de tecnologias sociais aplicadas à educação, comunicação e geração de renda. Um dos pilares de seu trabalho sempre foi promover a inclusão de pessoas negras e usar sua visibilidade para trazer à tona reflexões e conversas sobre a sociedade. Essa atuação rendeu prêmios e reconhecimentos, em 2017, ela foi listada pela revista Forbes Brasil como um dos destaques brasileiros abaixo dos 30 anos.
“Vai ser incrível ter a Monique comandando um programa sobre auto-cuidado e bem estar no nosso canal. Hoje, ela é uma das empreendedoras e criadoras de conteúdo mais relevantes do Brasil. A voz dela conosco vai reforçar ainda mais o caminho que acreditamos na transformação da sociedade e do mundo”, diz Fióti.
Entre 2016 e 2017, Monique foi uma das repórteres do programa Profissão Repórter, da TV Globo. Ela relata que está animada para voltar a fazer entrevistas e com sua estreia como apresentadora na LAB Fantasma TV. “Desde que pedi demissão do Profissão Repórter, muitos convites apareceram. Mas nenhum fez tanto sentido do que ter um programa com foco em trazer leveza, resgatar conversas e ser um papo aberto e horizontal quanto o Na Prosa”.
Nascida em Salvador, Monique promete dar destaque para personalidades baianas. No primeiro episódio, ela conversa com a cantora Ivete Sangalo. O programa vai ao ar toda segunda-feira no canal da LAB Fantasma TV na plataforma Twitch às 19h.
De acordo com o TMZ, o prefeito Terence Roberts confirmou que Chadwick Boseman ganhará uma estátua na cidade onde nasceu, em Anderson, Carolina do Sul, nos EUA. A notícia vem após moradores do local assinarem uma petição para que o monumento do ator substitua um da Confederação. Segundo um porta-voz, a prefeitura está avaliando ideias de como melhor honrar Chadwick e já contataram um artista.
A estátua contará com um mural e outros elementos artísticos. Contudo, ainda não se sabe onde ela ficará. Ela não poderá ocupar o lugar do general Robert E. Lee, conhecido por ter lutado pelo exército escravagista da Confederação na Guerra Civil norte-americana, pois para remover o monumento é necessária a aprovação de dois terços do parlamento do estado.
Boseman faleceu no dia 28 de agosto, aos 43 anos, devido a um câncer no cólon. Ele estava em filmes como “Marshall”, “Da 5 Bloods: Irmãos de Armas” e “Ma Rainey’s Black Bottom”. O tweet que anunciou a perda do astro se tornou o mais curtido da história da rede social, de acordo com o próprio Twitter.
Ao lado de obras nigerianas e inglesas a série brasileira de 2019 produzida pelo Sesc TV ficou entre as cinco finalistas da categoria Melhor Narrativa Internacional. O International Black Film Festival já está em sua 14º edição e tem como missão exibir produções que levem às telas as histórias negras contadas em termos historicamente corretos e do ponto de vista de seus protagonistas, e é o que “Revolta dos Malês promete.
A série “Revolta dos Malês” narra a história de africanos muçulmanos, trazidos da Nigéria e escravizados no Brasil, que se rebelam contra a opressão e iniciam uma luta pela liberdade, mas que teve também motivação religiosa. Com apenas 5 capítulos a minissérie conta um pouco do triste passado escravocrata do Brasil que é pouco falado.
Confira a presentação da série:
Considerado o maior levante que ocorreu na Bahia no início do século XIX, a Revolta dos Malês tinha como objetivo libertar todos os negros escravizados da religião islâmica, além de matar pessoas consideradas traidoras – independentemente da etnia – e, assim, tomar o poder para transformar a Bahia em um estado muçulmano.
A produção tem como fio condutor a história de Guilhermina, uma mãe que luta para libertar a sua filha da escravidão e tenta comprar a sua própria liberdade.
E para dar a vida aos personagens de forma intensa e fiel, a série tem como protagonistas descendentes africanos. “Foi um momento de encontro com atrizes e atores afrodescendentes talentosos. Elaboramos uma construção artística que nos levou a um aprofundamento fundamental para nosso ofício. Éramos um grupo empenhado não somente em contar, mas em conhecer nossa própria história”, expõe o diretor Jeferson De.
O cineasta completa: “Como diria James Baldwin ‘[…] podemos até conhecer os fracassos de uma pessoa, mas nem sempre conhecemos sua luta’. Foi esta luta de mulheres e homens que queríamos conhecer e contar”. A série “Revolta dos Malês” é uma excelente oportunidade para conhecermos um pouco mais da história e luta dos nossos antepassados através do olhar de pessoas pretas e pela atuação e entrega de pessoas pretas.
A série está disponível gratuitamente e livre de cadastros no Sesctv on demand, vale a pena conferir esta obra.