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Opinião: Racismo, pandemias e religiões

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O diretor de Cinema e TV Luis Lomenha (Crédito - Divulgação)

Por Luis Lomenha*  

Pastores das maiores igrejas evangélicas do Brasil, reagiram de maneira contrária ao anúncio de fechamento de seus templos imposto por alguns governadores em decorrência da epidemia de Covid-19 que já matou mais de 68mil pessoas no mundo. Contrariando as orientações da Organização Mundial da Saúde que recomenda o isolamento social como uma das formas mais eficazes de controle da pandemia, alguns pastores foram as redes sociais e deixaram claro que não fecharão seus templos. “Em nome de Jesus, nenhum mal te sucederá nem praga alguma chegará à tua casa. “Citando o salmo 91, da bíblia sagrada, o pastor Silas Malafaia instiga seguidores a não temerem a pandemia de coronavírus em um vídeo postado na internet.

           O bispo Edir Macedo, líder e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, usou as redes sociais para postar seu video também, no qual subestima a gravidade da pandemia de coronavírus no mundo. Ele afirma que não há motivo para as pessoas estarem preocupadas com a doença e atribui sua proliferação à mídia e a “Satanás”. Para engrossar o caldo dos religiosos, o “Messias”, presidente do Brasil, também fez pouco caso da doença, mesmo com suspeita de tê-la contraído.

O presidente incentivou e participou de manifestações mantendo contato físico com pessoas, depois contrariou em rede nacional as recomendações do seu ministro da saúde e da (OMS). Bolsonaro voltou a chamar de gripezinha, o vírus que já infectou mais 1.2 milhões de pessoas no mundo, mandou estudantes voltarem a escola, saiu em carreata pela periferia de Brasília convocando a população ao trabalho. Bolsonaro também baixou um decreto autorizando igrejas e casas lotéricas a não fecharem, o decreto foi suspenso pelo juiz Márcio Santoro Rocha, da 1ª Vara Federal de Duque de Caxias (RJ) , em seguida foi liberado pelo TRF2 a pedido da AGU-Advocacia Geral da União.

  Messias não culpou Satanás, talvez por pensar que os chineses são a encarnação contemporânea do “coisa ruim”, e é para este povo que o presidente do Brasil e seu filho Eduardo Bolsonaro vem disparando sua artilharia, colocando em risco uma futura parceria de combate ao vírus, com o país asiático que vem obtendo bons resultados na erradicação da doença em seu território.

              As “pestes”, como gostam de chamar os religiosos, são parte da história da humanidade, assim como o racismo que as acompanha. O presidente norte-americano Donald Trump, igualmente à família Bolsonaro, vem chamando o Covid-19 de vírus chinês. Isto é uma triste demonstração de racismo que estimula pessoas do mundo inteiro partilharem na internet informações sem nenhuma base cientifica sobre a origem e proliferação do vírus, em sua maioria, associadas a possíveis maus hábitos de higiene dos chineses. Muitos posts nas redes sociais fazem referência ao paciente número 0, supostamente o primeiro ser humano a ser contagiado pelo Covid- 19, em um mercado de peixe na província de Wuhan. Algumas mensagens dizem que o contágio se deu pela ingestão de carne de morcego e que isso é um hábito recorrente em toda a China.

              No início do século XIX, a cólera reapareceu na Índia, em seguida ganhou o mundo e a população Hindu foi responsabilizada pela disseminação da “peste” com o mesmo discurso racista que vem sendo usado contra os chineses.

No século VI, a lepra foi atribuída aos pecadores. Vem dai a expressão “lazarento”. Ela faz alusão ao mendigo chamado Lázaro presente nas parábolas de Jesus, e serviu para estigmatizar portadores da lepra pelos séculos seguintes.

           A peste-negra matou mais de 30% da população europeia nos meados século XIV, e a responsabilidade da disseminação foi atribuída aos judeus pela igreja católica, por haver menos incidência da doença na comunidade judaica. Isso gerou atos de barbárie contra os judeus, que se estenderam por muitos séculos depois no continente europeu. São várias as associações de epidemias com racismo, podemos continuar falando da tuberculose que afetou escravos negros no Egito antigo e virou uma forma de exclusão de populações vulneráveis até o século XIX. O ebola que assolou África Ocidental se tornando uma das epidemias com o maior índice de letalidade daquele continente, a negação da eficácia de preservativos por parte de grupos religiosos cristãos que ajudou a transformar a AIDS em uma epidemia no continente africano, segundo dados da UNAIDS a África Oriental e Meridional concentram hoje mais de 50% das pessoas que vivem com o vírus no mundo.

           Ao contrário do HIV, a pandemia do covid-19 parece estar só no início, não sabemos como o vírus vai se comportar nos próximos meses, mas uma coisa já podemos afirmar, após os estigmas, a ciência tão demonizada por este governo, sempre deu conta de encontrar as causas das epidemias, fazendo com que a história inocentasse os estigmatizados. Mas, como diz o ditado popular, “até provar que focinho de porco não é tomada” as populações sofriam com o racismo. E pelo visto a humanidade não aprendeu sobre os estigmas com epidemias anteriores, ao seguir culpando um povo por uma tragédia global. Se nos esquivarmos da responsabilidade dos quais nos levaram a esta pandemia, o racismo tende a se acirrar ainda mais. Um exemplo claro está na subnotificação de casos na Cidade de Deus, comunidade situada no bairro de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro.

Segundo matéria do site UOL datada de 23/03, profissionais de saúde da UPA-Unidade de Pronto Atendimento da Cidade de Deus, relatam que há um recado em frente a seus computadores desde quinta feira (19), sugerindo diagnóstico de síndrome gripal adotado pela CID (classificação internacional de doenças), que termina pedindo para avisar a coordenação em caso de necessidade de internação. Até agora somente Manguinhos, Mangueira, Complexo do Alemão, Rocinha, Parada de Lucas, Vidigal e Cidade de Deus, estão entre as favelas do Rio de Janeiro que já registraram casos oficiais da doença.

Segundo uma matéria da revista Veja, “Em São Paulo a epidemia do novo coronavírus aumentou o número de enterros realizados na cidade e fez com que a prefeitura dobrasse o contingente de agentes funerários de forma emergencial. No Cemitério da Vila Formosa na zona lesta da cidade, foi deflagrado o plano de emergência, que inclui aumento no ritmo de abertura de novas covas”.

Outra matéria exibida no programa Fantástico da TV Globo de 05/04, mostra o retrato da dor de familiares em maioria, negros que enterram as pressas seus entes queridos em um cemitério da periferia de SP, antes mesmo da confirmação dos testes de COVID-19.

No Rio de Janeiro uma das lideranças do coletivo Maré Vive, afirma que no complexo de favelas da Maré tem muitos casos suspeitos, “estamos acompanhando centenas de famílias, distribuímos cestas básicas e orientamos com cuidados básicos de prevenção, mas não tem sido fácil, o número de pessoas nas ruas aumentou após as falas do presidente da república. Nesta ultima semana não foi só nas favelas em que o movimento de pessoas nas ruas aumentou de forma significativa, muita capitais do país registraram um aumento considerável no transito de pessoas em áreas nobres e periféricas, bares abertos , partidas de futebol e igrejas vem ignorando a quarentena imposta pelos estados e Ministério da Saúde.

  É compreensível que trabalhadores informais saiam de casa em um momento como este, afinal muita gente nas periferias do Brasil sequer tem conta em banco e muitas vezes dependem do dinheiro que recebem de diárias ou semanas de trabalho, e acabam não tendo possibilidade de estocar comida comprando o básico para sobrevivência todos os dias no comércio local. O inaceitável é ver movimentos de lazer e alguns líderes religiosos desafiando a justiça mantendo seus templos abertos colocando em risco a vida de milhões de religiosos e não religiosos, enquanto a maior parte do país segue solidária em quarentena respeitando os mais vulneráveis.

  O pastor da comunidade Batista de São Gonçalo, Ronilson Pacheco, escreveu em sua rede social uma crítica ao não fechamento dos templos: “Meu irmão, minha irmã, isto é nada mais que arrogância, soberba e irresponsabilidade. E, quanto a isto, basta lembrar que o lugar que Jesus menos frequentou foi o templo. Faça um esforço sincero, e você vai perceber que todas as principais memórias que você tem de Jesus, escritas nos Evangelhos, ele não está no templo, mas na rua, no monte, na beira de rios e mares. Isto tem uma mensagem importante. Igrejas não são os únicos lugares onde Deus pode ser servido.”

Na contramão de Malafaia e Macedo, muitos lideres optaram pelo fechamento completo de seus templos. Para não deixar seus seguidores desamparados durante a crise, cultos e palestras estão sendo disponibilizados online.

Gente como pastor Ronilson Pacheco e muitos outros lideres de diferentes religiões, vem trabalhando junto com grupos comunitários, que através de doações e do trabalho voluntário, vem se fortalecendo nas periferias do Brasil para evitar o avanço do vírus. O Covid-19 nasceu na China, e na Europa tem feito mais vítimas fatais, é preciso cumprirmos as orientações da (OMS) para a pandemia, não virar em um futuro próximo uma peste de negros e favelados.

Escritor e realizador de cinema e TV. Fundador do projeto Cinema Nosso (@cinema_nosso) e diretor da Jabuti Filmes

BBB20: Aliados de Babu Santana têm suas redes sociais invadidas

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“Não são apenas ataques de torcidas. Viraram injúria, difamação, muito racismo escancarado, falas descontextualizadas, invenções.”  Esse protesto é dos responsáveis pela administração das redes sociais Babu Santana participante do BBB20.

A equipe afirmou também que ataques como esses vêm acontecendo desde o início do programa, mas agora tomou proporções absurdas, envolvendo invasão de contas de amigos e familiares do Brother.

Há algum tempo com o crescimento da torcida do Babu, ocorreu também o crescimento do hate destinado ao participante, contas foram criadas somente na intenção de divulgar fake news sobre o ator e frases distorcidas dentro do programa.

É comum a rivalidade entre as torcidas dos participantes do reality, mas o que vem acontecendo contra o Babu deixou de ser uma rivalidade inocente ou saudável.

“Isto é crime e está previsto em lei.” Publicaram os adm’s de Babu Santana.

Medidas já estão sendo tomadas contra esse tipo de atitude vindo de torcidas opostas, mas a conscientização sobre atos como este é importante, a internet não é terra sem lei.

O ator está participando de um programa de TV do qual foi convidado, o respeito deve ser mantido enquanto o público decidir mante-lo no programa, se estender a sua saída e sua vida aqui fora, ataques a sua família, amigos e apoiadores são repudiados e poderão ser cobrados devidamente na justiça.

Seguimos no #teambabu e na luta por uma internet mais segura, onde as pessoas possam se sentir livres para torcer por quem quiser e se expressar sem sofrer ataques violentos a sua privacidade.

https://www.instagram.com/p/B-r5p7BBnfU/

 

 

BBB 20: “Amizade disfarçada”, marido de Thelma acredita que a Marcela não é verdadeira

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Denis Santos, marido de Thelma, participante do BBB 20 e líder da semana, demonstrou não confiar na suposta aliada de sua amada no jogo. Em entrevista ao portal UOL, Denis disse que prefere que a Marcela saia por ela não ser uma pessoa confiável “prefiro que a Marcela saia porque ela não é verdadeira com a Thelma. É aquele tipo de amizade disfarçada, na frente sorrisinho e abraço e atrás mete o pau e não é nem um pouco confiável”.

O paredão dessa semana esta formado e nele estão Babu, Flayslane e Marcela. Apesar de declarar não acreditar na amizade de Marcela, para esse paredão Denis diz torcer pela eliminação de Flayslane, que na visão dele, atrapalha Thelma no jogo:

“Para o jogo e por perigo tem que sair a Flay porque se ela pegar o líder, a Thelma vai direto. Então para sobrevivência dela no jogo, tem que sair a Flay. O Babu não está correndo perigo nenhum, então somos #foraFlay agora”, contou.

“Sinto o medo na sua voz”, diz Taís Araujo sobre sua irmã, médica que está atuando na linha de frente contra o Covid-19

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A atriz Taís Araujo, publicou na noite de segunda-feira (6), em seu Instagram, uma foto de sua irmã “essa aí de óculos é minha irmã, doutora Claudia Araujo Bottino” que é médica ginecologista e obstetra.

Junto a foto, Tais relatou como se sente tendo como irmã uma médica que está trabalhando na linha de frente do combate ao novo Coronavírus.

“Ela, junto com todos os médicos, enfermeiros, os profissionais da limpeza e todos os que atendem aos hospitais, está no front, combatendo a pandemia de frente. Falamos todos os dias”. A atriz diz sentir medo pela irmã e agradeceu a todos os profissionais que seguem trabalhando e atuando diretamente contra o COVID-19, e todos aqueles que continuam atuando para que a nossa sociedade se mantenha.

“Sinto o medo na sua voz, mas também sinto tanta coragem, comprometimento e empenho de quem estudou e estuda para cuidar do outro com a certeza da escolha do seu ofício. Hoje ela me mandou essa foto como símbolo de esperança. Eu chorei. Chorei porque achei lindo, chorei de medo, chorei…. Deixo aqui meu respeito aos profissionais que estão nas ruas, seja nos mercados, nas farmácias, no volante, nas entregas, na segurança, nos hospitais. Deixo meu respeito aos garis, aos jornalistas. Deixo meu respeito a quem está no corre e não pode parar. Rezo muitas vezes por dia pra que tudo passe e que consigamos preservar o maior número de vidas possível. A todos vcs, profissionais que estão no front, todo meu respeito e gratidão”.

 

Do natural à “montação”: Iza, Taís Araújo e outras topam desafio viral da quarentena

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Entre as diversas distrações para passar os dias de quarentena durante a crise do coronavírus, em que a recomendação é, se possível, ficar em casa. O desafio “Don’t Rush Challenge“, feito para exaltar a representatividade e a beleza de pessoas negras, tem sido um dos sucessos do momento entre anônimos e famosos.

A ideia do #DontRushChallenge partiu de oito mulheres que amam moda e são de várias partes do mundo, como Serra Leoa, Nigéria e Congo, todas em quarentena contra o novo coronavírus. Em questão de segundos, a pessoa muda de um look de “ficar em casa” para uma superprodução, à medida que outra aparece e faz a mesma coisa.

No ultimo sábado (4), Iza, Taís Araújo, Majur, Liniker e outras mulheres negras, toparam o desafio a versão publicada por Iza já tem mais de 2 milhões de visualizações.

Veja abaixo essa e outras versões:

https://www.instagram.com/p/B-lRCxkjs1t/

https://twitter.com/SharonKMwangi/status/1245247021017112576?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1245247021017112576&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.uol.com.br%2Funiversa%2Fnoticias%2Fredacao%2F2020%2F04%2F05%2Fiza-tais-araujo-fazem-desafio-viral-de-beleza-natural-a-montacao-video.htm

https://www.instagram.com/p/B-kNyjMg4Dc/?igshid=12g5n77ixrng4

https://www.instagram.com/p/B-aVEKfJKsy/?utm_source=ig_embed

E não para por ai, já estão surgindo as versões: Daddy, em família e até os pequenos entraram nessa; Acompanhe:

 

https://twitter.com/missnikkiny/status/1247137268596432898?s=21

https://twitter.com/sopharush/status/1246881078385750016?s=21

Teatro infantil: Premiado espetáculo Bento Batuca, que resgata a cultura afro-brasileira, está disponível no Youtube

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O espetáculo Bento Batuca é uma montagem para toda a família e propõe, por meio da linguagem poética, teatral e musical, enaltecer os ritmos, sons e danças da cultura afro-brasileira. Crédito: Divulgação

Para ajudar as famílias a se entreterem de casa durante o período de isolamento por conta do surto do Coronavírus,  o Ministério da Cidadania e a Rede, através da Oficina de Alegria, disponibilizam no YouTube pelo período de um mês, o premiado espetáculo musical infantil Bento Batuca.

A montagem, eleita como o Melhor Musical Infantil de 2018, pela APCA e Melhor Trilha Musical Original do grupo Os Capoeira, pelo Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2019, valoriza a cultura brasileira por meio da dança, ritmos e sua história.

A gravação disponibilizada no canal oficial da produtora Oficina de Alegria foi realizada em adaptação do espetáculo durante o evento aberto Cultura na Praça, que aconteceu na Praça Rosa Alves da Silva, região da Vila Mariana, em São Paulo, comemorando o dia das crianças de 2019.

O texto assinado por Daniela Cury Mariana Elisabetsky tem direção de Eduardo Leão e Luciana Ramanzini, além da direção musical do grupo Os Capoeira. No elenco, estão os atores Sidney Santiago Kuanza (Bento), Fernando Oliveira (José Carlos, pai do Bento e Guerreiro Maculelê), Lena Roque (Neide, mãe do Bento e Tia Ciata) e Eric de Oliveira (Mestre Besouro e Maestro Nunes).

Com música comandada pelos percussionistas Contramestre Leandrinho, Heverton Faustino “Bbzão”, Paulinho Percussão, Cauê Silva e Rogério Roggi, o espetáculo Bento Batuca tem repertorio que transita entre cânticos de capoeira e ritmos como frevo, maculelê e samba, além de referências a canções da música nacional, como Suíte dos Pescadores, de Dorival Caymmi. Entre os instrumentos estão atabaques, berimbau, pandeiro, surdos, chocalhos e objetos sonoros.

BENTO BATUCA

O espetáculo revela uma viagem por São Paulo, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, onde Bento vai descobrir ritmos genuinamente oriundos da cultura afro, com personagens que homenageiam figuras emblemáticas, como o Mestre Besouro Mangangá (lendário capoeirista baiano), Guerreiro Maculelê (lenda folclórica brasileira), Maestro Nunes (ícone do frevo pernambucano) e Tia Ciata (influente figura no surgimento do samba).

Bento é um menino sonhador, esperto e curioso, que batuca desde que nasceu, na mamadeira, na chupeta e transformando garfos e colheres em instrumentos de percussão. A cada encontro nessa aventura, Bento Batuca preenche a trouxinha que o acompanha de sons, cores, conhecimento e, a cada lugar que chega, descobre um pouco mais sobre a nossa cultura, a nossa música e sobre si mesmo.

O espetáculo Bento Batuca é uma montagem para toda a família e propõe, por meio da linguagem poética, teatral e musical, enaltecer os ritmos, sons e danças da cultura afro-brasileira. O espetáculo traz uma conscientização sobre a nossa própria história, com lições educativas sobre como enfrentar as dificuldades da vida com coragem.

SOBRE OS PERSONAGENS HISTÓRICOS

Mestre Besouro Mangangá

Iniciou seus primeiros passos com Mestre Alípio, também ex-escravo. Diziam que era alto e forte e na capoeira possuía muita agilidade. O que provavelmente fez com que recebesse o apelido de “besouro” ou “besouro mangangá”.

Muitas lendas sobre sua vida. Não suportava injustiças e o preconceito existentes. Era um defensor do povo pobre. Besouro morreu aos 27 anos de idade, no dia 8 de julho de 1924. Suas proezas são lembradas em todas as rodas de capoeira em suas várias cantigas pelos mais antigos mestres da capoeira na Bahia.

Guerreiro Maculelê

Maculelê é uma manifestação cultural oriunda da cidade de Santo Amaro da Purificação – Bahia. É, atualmente, uma expressão teatral que conta, através da dança e dos cânticos, a lenda de um jovem guerreiro, que sozinho conseguiu defender sua tribo de outra tribo rival usando apenas dois pedaços de pau, tornando-se o herói da tribo. É um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena.

Maestro Nunes

Um dos ícones do frevo. Músico e arranjador, o Maestro Nunes se formou em Música pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e em Regência pela Faculdade de Filosofia de Recife. Fundou a Escola Musical do Frevo, que tinha como público-alvo os filhos dos presidentes das agremiações carnavalescas e crianças de comunidades de baixa renda.

Compôs mais de 3000 frevos, entre os mais famosos: “Cabelo de Fogo” e “Frevo de Mocotó”. Em 2009 recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Morreu em 14 de setembro de 2016.

Tia Ciata

Mãe de santo, quituteira, empreendedora, partideira e figura ímpar na galeria de ouro do samba. Nascida Hilária Batista de Almeida, em 1854, em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, ganhou o nome pelo qual ficou conhecida quando foi confirmada no santo, tornando-se então Ciata de Oxum.

A mais famosa das chamadas “tias” baianas, teve um papel preponderante no cenário de surgimento do samba no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do XX.

A casa de Tia Ciata, no Centro do Rio de Janeiro, era a capital da Pequena África. Dos seus frequentadores habituais, que incluíam Pixinguinha, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e Mauro de Almeida, nasceu o samba. A música “Pelo telefone” foi o primeiro samba registrado, no final de

Plataforma investirá R$ 4,3 milhões em propostas que combatam o COVID-19 nas periferias

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A Fundação Tide Setubal remodelou seu Matchfunding Enfrente para destinar recursos a projetos periféricos que combatam a propagação e promovam o enfrentamento da pandemia Covid-19 nas periferias, regiões mais vulneráveis à convivência com a doença. Trata-se do maior aporte de recursos do país em mobilização com match. A plataforma de financiamento coletivo tem parceria com a Benfeitoria e destinará R$ 4,3 milhões para que iniciativas periféricas brasileiras tirem do papel soluções para enfrentar o novo coronavírus nestes territórios.

A plataforma tem duas formas de doação. Uma diretamente para os projetos inscritos, onde acontece o match, ou seja, para cada real doado, a plataforma coloca mais R$ 2,00. Isso significa que cada iniciativa periférica que conseguir alcançar sua meta de R$ 10 mil pela mobilização de seus próprios parceiros e sociedade, leva mais R$ 20 mil de match, chegando a R$ 30 mil. A outra maneira de doar é para o fundo geral que somará mais recursos para que os apoios aos projetos sejam contínuos.

As inscrições estarão abertas constantemente, e o período de curadoria foi encurtado para que esse dinheiro chegue mais rapidamente a esses projetos, que precisam de celeridade pela rápida disseminação da doença, com o primeiro caso no Brasil registrado há mais de um mês e a ampliação diária da contaminação comunitária. Valem iniciativas de conscientização, cuidados com a saúde (física e emocional), distribuição de donativos e suporte a micro e pequenos empreendedores. Os projetos serão selecionados semanalmente.

Potências Negras: coletivo de personalidades negras se une na luta antirracista

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Maíra Azevedo, Lázaro Ramos, Maju Coutinho, Luana Xavier, Cris Vianna e Rodrigo França são membros do coletivo Potências Negras

Tudo começa em um grupo de WhatsApp, criado por Maíra Azevedo – a Tia Má – em maio de 2019.

Segundo ela, “a ideia era reunir diversas pessoas pretas, de várias áreas profissionais e regiões do país, para fomentar uma troca de informações, ofertar acolhimento, afeto, mas também criar uma rede, onde fosse possível assegurar apoio em questões de trabalho, emprego e também tratar as questões do nosso povo com seriedade.”

Fonte: Reprodução

Prestes a completar um ano, hoje o grupo é composto por aproximadamente 150 pessoas entre artistas, jornalistas (incluindo nossa editora Silvia Nascimento), influenciadores, publicitários, empresários, advogados, promotores, médicos, políticos, estilistas, escritores e fotógrafos. Nomes como Preta Gil, Lázaro Ramos, Maju Coutinho, Rodrigo França, Rafael Zulu, Luana Xavier, Renata Martins e Teresa Cristina estão por lá.

“O objetivo principal é ter essa rede de apoio, mas também garantir um espaço de fortalecimento. Pessoas pretas estão adoecendo, vivendo em solidão, então decidi criar um local para que a gente tivesse a certeza que não estamos sós! Ouvimos muito a frase ‘ninguém solta a mão de ninguém’, mas sabemos que ninguém nunca segurou nossas mãos pretas. Sempre estivemos em situações de vulnerabilidades, mas ali, no Potências não. Somos protagonistas da nossa história. Protegemos e somos protegidos”, acrescenta.

Além do grupo no aplicativo de mensagens, o coletivo mantém uma conta no Instagram e pretende expandir ainda mais seu alcance nas redes sociais.

Nos últimos dias, construíram dois manifestos: um em repúdio à fala racista do publicitário Rodrigo Branco que rapidamente viralizou e outro contra a testagem de vacinas para o coronavírus em africanos, no continente com menor número de infectados.

“Já conseguimos inserção de pessoas no mercado de trabalho, já ofertamos acolhimento psicológico e jurídico, além das ações de denúncias de casos de racismo. Nossa proposta é se tornar um coletivo pedagógico, mas também um instrumento de fortalecimento de ações e atividades da população negra”, finaliza Maíra.

Tive um problema com o meu dente, é seguro ir ao dentista nesse momento?

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Por Otávio Augusto Ribeiro* 

Essa é uma pergunta que muito me tem sido feita ultimamente. Estamos passando um período muito delicado em que as entidades médicas mundiais e do nosso país nos instruem a ficarmos em nossas casas e sairmos somente para executarmos atividades primordiais, idosos e pessoas com doenças preexistentes devem pedir sempre que possível o auxílio de alguma pessoa fora do grupo de risco para não precisarem sair de casa.

Mas em caso de uma urgência odontológica, como devemos proceder? Nós cirurgiões-dentistas fomos orientados pelas nossas entidades de classe a atendermos somente à procedimentos não eletivos, ou seja, os que causam dor, como por exemplo, a cárie dentária, inflamação pulpar, abscesso dentário, traumatismo dentário, ajustes protéticos quando a mesma estiver machucando e impedindo o seu uso e fios ortodônticos que estejam machucando a mucosa. Estamos devidamente preparados para fazermos estes atendimentos, o uso de EPis (Equipamentos de Proteção Individual) é uma prática rotineira , a desinfecção antes e após os atendimentos do ambiente clínico é uma prática sempre realizada, e bochechos com água oxigenada e o uso de álcool gel está sendo mais enfatizada nos consultórios.

Eu acredito muito na prevenção, os cuidados bucais devem ser mantidos em todas as épocas, neste período de privações devemos tomar cuidados extras visando evitarmos desconfortos desnecessários, mas em caso de necessidade, nós cirurgiões-dentistas estamos prontos para servir a nossa população.

  • Dr. Otávio Augusto Ribeiro é medido dentista

O Racismo produz uma economia do perdão que tira do ato racista sua agressividade

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Por Jonathan Raymundo*

Alguém aqui defenderia ser de responsabilidade de uma menina estuprada convencer o seu estuprador que ele a estuprou? Que estuprar é horrível e ensina-lo pacientemente que não se deve estuprar? Alguém aqui defenderia que uma menina estuprada ao invés de investir na sua recuperação e proteção, deveria gastar sua energia convencendo estupradores que o estupro existe e que o estupro a feriu? Se não, porque acha que os pretos assim devem proceder? Que é de nossa responsabilidade educar branco-supremacista? Que devemos nós, povo preto, combater o racismo com educação, paciência e com fala mansa?

Não devemos educar e convencer que o mal que nos fazem existe, que nossa dor dói. Devemos, por qualquer meio necessário, garantir que nenhum mal seja ainda feito contra nós.

Devemos nos recuperar da dor e impedir, por qualquer meio necessário, que qualquer pessoa nos leve dor. O racismo não se combate com moralidade piedosa baseada em perdão, mas com Quilombo, capoeira e toque de vodu.

Igual no Haiti, igual no Brasil, igual na África, igual nos EUA. O Racismo produz uma economia do perdão que tira do ato racista sua agressividade, fazendo dele um simples equívoco. Cometi. Fui perdoado. Resolvido.

Não há perdão se seu guarda-chuva desfilou na favela em horário de tensão. Não perdoamos o fato de não darem a Maju nenhum dia de paz desde que assumiu esse trabalho. Por fim, deixo esse poema para reflexão de nossa comunidade:

O típico homem negro

o típico homem negro
perdoador e esquecedor
se um bandido
estuprar sua mãe, esposa e filha,
te espancar sem piedade
e escapar com toda a sua propriedade.
Depois
anos depois
a lei ainda falhar para alcançá-lo
você o avista em uma festa
O que você faz?
Perdoa e esquece?
Então você é um típico homem negro,
e é por isso que temos progredido do
Conialismo para o neocolonialismo.

Naiwu Osahon (Nigéria)

  • Prof. Historia e Filosofia (Licenciado e Bacharel), Poeta, Palestrante, Ativista
    Criador e Organizador do @wakandainmadureira
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