Kauê Penna emocionou durante o The Voice Kids / Foto Gshow
A final do The Voice Kids aconteceu neste domingo (11/10) e trouxe uma grande alegria: vitória de um jovem negro! Kauê Penna, 14 anos, venceu a batalha final com 50,50% dos votos, na disputa com os dois outros cantores mirins – Maria Eduarda Ribeiro e Paulo Gomiz – dando vitória ao Time de Carlinhos Brown.
O adolescente é de São João de Meriti, Rio de Janeiro. Na final, cantou Pra Sempre Vou Te Amar, de Robinson Monteiro, versão brasileira da música Forever By Your Side, do grupo The Manhattans e Nada Mais (Lately) de Gal Costa.
Kauê e Brown em programa The Voice Kids antes da pandemia / Foto: Gshow
Como prêmio levou R$250 mil para casa e um contrato com a gravadora Universal Music.
A comunidade negra precisava de um evento assim, representativo e mostrando a excelência negra depois de um ano muito conturbado. O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) promoveu nesse sábado,10 de outubro, o Fórum e o Prêmio “Sim à Igualdade Racial”, oferecido em parceria com O Boticário. Tradicionalmente os eventos são realizados em dias e cidades diferentes, Prêmio no RJ e o Fórum em São Paulo, mas por conta da pandemia foi feito em uma data única data e em formato virtual. O Prêmio foi gravado no Teatro Riachuelo e o Fórum no Estúdio Otalab.
Para dar início à programação, Luana Génot, diretora-executiva do ID_BR, abriu o Fórum falando sobre a importância para a sociedade da inclusão de pessoas negras em cargos executivos. “Ocupar, não só as vagas de emprego, como as vagas de liderança e ter nossos empreendimentos prosperando não é favor. É reparação histórica, é lei e é ponto fundamental para o crescimento socioeconômico do país”, afirmou.
Na sequência, os atores Dandara Mariana e Ícaro Silva assumiram a apresentação do evento e trouxeram painéis sobre diversos assuntos que impactam a vida de pessoas negras, como a saúde em tempos de pandemia, liderança responsável e a situação financeira das mulheres.
Dandara Mariana e Ícaro Silva – Foto Divulgação
Um dos destaques do Fórum foi o Trampa Comigo, uma ação em parceria com a 99 Jobs, que em sua segunda edição, deu oportunidade para que empresas parceiras e patrocinadores apresentassem seus diferenciais em atratividade e inclusão para os possíveis candidatos. Os interessados puderam se candidatar às vagas por meio de QR Code exibido durante a programação.
Além dos debates, vagas de emprego e compartilhamento de experiências, o evento ainda contou com apresentações musicais de Késia Estácio, a banda de rock Black Panteras, o rapper Rico Dalasam e Pretinho da Serra.
A diva Késia Estácio: Foto – Divulgação
Inspirados no movimento Griô, tradição de transmissão oral de conhecimentos, tanto o Fórum quanto o Prêmio reuniram artistas e figuras públicas com grande experiência na temática racial. No primeiro, Sheron Menezes, Rennê Silva, Helena Bertho e Xande de Pilares contaram fatos inspiradores das suas trajetórias para mostrar novos caminhos sobre como construir uma história de sucesso profissional.
Já na premiação, Isabel Fillardis e Antônio Pitanga incorporaram os griôs e discursaram sobre as reivindicações da população negra por um mundo diverso. “Nessa história mal escrita, ninguém quer ser vilão. Não vai ter vírus, nem polícia e nem engravatado de plantão. Não aceito medidas provisórias. São transitórias todas as leis. Só aceito a vitória. É só glória que termina uma bela história”, declamou a atriz durante a cerimônia.
As cantoras Ludmilla e Lellê foram as apresentadoras do Prêmio Sim à Igualdade Racial, oferecido por O Boticário, e, além de anunciarem os ganhadores, protagonizaram musicais de tirar o fôlego. A dupla deu voz à canção “O Morro Não Tem Vez”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Ao lado de MC Lan, Ludmilla também cantou “Olhos Coloridos”, sucesso de Sandra de Sá.
Ludmilla e Lellê : Foto Divulgação
Em um dos momentos mais marcantes da cerimônia, Iza trouxe a sua versão para “I Put a Spell on You”, de Nina Simone, enquanto Mart’nália e BK interpretaram “Que Bloco é esse?”, do Ilê Aiyê. Com direção musical de Zé Ricardo, roteiro final e a direção artística de Elísio Lopes Jr., o evento teve ainda números de Rael, Rosa Marya Colin e Kaê Guajajara. A cantora Margareth Menezes foi a responsável por encerrar a premiação cantando “Ya ya Massemba”, imortalizada na voz de Maria Bethânia.
Dividida entre os pilares de educação, empregabilidade e cultura, a premiação entregou 11 estatuetas, que levaram a obra “Mad World”, de Vik Muniz, para os vencedores.
Conheça os vencedores do Prêmio Sim à Igualdade Racial 2020:
· Representatividade em novos formatos: Alê Santos.
Pilar Educação
· Educação e Oportunidades: Movimento Meninas Crespas.
· Inspiração (homenagem): Chica Xavier, Cacique Raoni e Alcione.
· Intelectualidade negra: Nei Lopes.
Pilar Empregabilidade
· Comprometimento Racial: “Soma”, grupo de afinidades Mattos Filhos.
· Liderança Negra: Rachel Maia
· Trajetória empreendedora: Adriana Barbosa – Feira preta e Pretahub.
· Melhores práticas culturais e étnico-raciais: Cisco.
O Fórum contou com o patrocínio de Bradesco, Itaú e Renner, como patrocinadores prata, Ambev, B3, BMS, DSM, Grupo MPR, iFood, Novelis, O Boticário, P&G e Suzano, como patrocinadores bronze, e o apoio da BMW Foundation Herbert Quandt e do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro.
O Prêmio “Sim à Igualdade Racial” foi oferecido em parceria com O Boticário, patrocinador Premium da iniciativa. O evento também contou com Facebook, Mondelez (Oreo) e Pepsico, como patrocinadores ouro; Coca-Cola, Ogilvy, Suzano e Takeda como patrocinadores Prata; Aegea, Ambev, Bayer, BMS, BR Distribuidora, Cisa Trading, EF, EGCN, Extra/Instituto GPA, Farm, iFood, Itaú, Ipiranga, Metrô Rio, Novelis, Twitter e Unisuam, como patrocinadores bronze.
O filme de Erickson Marinho narra a história de 4 garotos da periferia que mesmo tendo noção de todos os problemas sociais existentes na comunidade, preferem passar seus dias defendendo o bairro, lutando contra monstros imaginários e vivendo a infância.
“Poucas obras aproximam fantasia de periferia, elas geralmente focam na questão das lutas sociais. E os guerreiros têm ciência da ‘vida errada’, do tráfico, da realidade… Mas preferem curtir e viver a infância”, disse Erickson para o Jornal do comércio.
Erickson também contou que o filme foi inspirado em suas vivências e memórias pessoais da sua infância. Os atores — Glauber, Kivison, Vítor e Will — que dão vida aos personagens são moradores da própria comunidade e usam seus próprios nomes e figurinos no filme.
Erickson Marinho é um homem negro, periférico que se formou em cinema com a bolsa PROUNI, e em seu trabalho de conclusão da pós idealizou o filme “Os Guerreiros da Rua” que é situado na favela, mas a história passa longe do olhar estereotipado da periferia. É um leve filme infantil, onde crianças pretas e periféricas se divertem e fantasiam.
No dia 12 de outubro, dia das crianças o filme será disponibilizado no YouTube, para que mais crianças se sintam representadas e tenham acesso a este filme que nos permite fantasiar.
Levi Keniata, 27, natural de São Paulo, teve contato com a música desde muito cedo, quando criança a aproximação se deu através de sua mãe, cantora na Igreja, ainda na infância, a fanfarra da escola lhe deu a oportunidade de explorar seus estudos musicais. Já na adolescência. para o jovem do ABC paulista, a paixão pelo Funk passou a falar mais alto, foi quando descobriu que, mesmo fora da igreja e do ambiente escolar, novas possibilidades criativas o aguardavam em outros espaços.
Com o amadurecimento pessoal e a mudança no estilo de vida, Keniata conheceu o Samba e o Candomblé, ambos possibilitaram seu primeiro contato com instrumentos de percussão como o atabaque e o agogô, um universo que transformou sua cosmologia de mundo e suas referências. Desde então, a música preta brasileira ganhou outra proporção na vida do produtor.
E, durante um período sensível e em contexto de pandemia, Levi Keniata construiu de forma coletiva o disco CÉLULAS, que é um duplo panorama do presente, um registro da arte e da criatividade daqueles que não são vistos e ouvidos em diversas esferas da sociedade brasileira em tempos de pandemia, uma obra que materializa as expressões musicais e culturais da música preta local.
Todos os artistas e músicos convidados para o projeto encontraram na música o acalanto que precisavam. “Os convites seja aos cantores, músicos e técnicos foram feitos sentindo cada obra e ouvindo quem já soava ali antes mesmo de estar. Existe um outro lado do meu trabalho também, que é precisar de um entrosamento, contato orgânico, estar conectado por sentimentos, logo trabalhar a distância me quebra total, mas acredito que o sentimento de querer se conectar com todos, foi combustão para fazer um retrato dessas nossas sensações. Sou muito grato de ter sido convidado para trabalhar em músicas anteriores com artistas como Obigo, Marabu e Nayra Lays, as primeiras pessoas que confiaram em mim, convidar eles para o meu primeiro álbum também é retribuir e afirmar a nossa confiança mútua na arte. Os outros convites foram feitos praticamente em alfaiataria para cada um e quando não, aparecia como: isso precisa estar no disco. Fico contente pois compartilhamos todos de uma atmosfera semelhante e acredito que conseguimos entregar o que realmente a música pedia”
Foi durante a quarentena que o produtor percebeu a importância de construir um imaginário coletivo, contando e registrando as histórias, angústias, anseios e expectativas dos músicos independentes ligados à música brasileira feita da Zona Leste à Zona Sul de São Paulo. Levi Keniata explica como iniciou o processo de criação do disco: “Eu fiquei observando o movimento do mundo assim que adentramos numa situação de quarentena, percebi que pensar na possibilidade de conseguir passar por essa fase, minimamente sem grandes danos, precisaria ser de forma coletiva. Para isso, era necessário o mínimo de deslocamento e em alguns lugares do mundo, a impossibilidade concreta de não sair, vi alinhamentos de setores da saúde para buscar saídas e até mesmo governos para gerar alternativas econômicas. Fui pesquisar o significado semântico da palavra Célula e vi que era derivado do latin, Cela, pequeno espaço, em biologia, unidade básica e fundamental dos organismos, foi quando as coisas começaram a ganhar uma luz. Ser condicionado a ficar cada um em sua residência, diminuir a disseminação da Covid, colaborar com vizinhos com algo que necessitasse entre outras paradas, tudo isso já mostrava ser uma organização de todos, como algo no microscópio, para fazer sentido no macro, no mundo. Então mergulhei a fundo na Biologia e em tudo que se conecta-se artisticamente ao termo, assim fui conceituando o álbum e tornando o movimento das Células, literalmente no que já é na vida: ARTE”.
Perguntamos para Levi, qual seria o intuito ou objetivo do álbum que é o seu primeiro disco autoral onde o autor se inspirou na sonoridade do Samba-Rock mas sem negar sua raiz que é o Funk. O artista explica que a arte e a música são quase um serviço social:
“A arte, a música, cumpre quase um serviço social que é ser trilha sonora da vida das pessoas. Ela afeta e atravessa toda alma, depois que passa sempre fica algo. Independente da situação em que se esteja, de romance, de ódio, de festa, a música irá atravessar. Resolvi continuar o que sempre foi feito por tantos e tantos, continuar fazendo a trilha sonora das situações em que vivemos, e no ano de 2020, CÉLULAS e só mais um sintoma de tudo o que aconteceu“.
Te convidados para ouvir Células, disponível em todas as plataformas digitais
O Projeto Favela Mundo já atendeu 6.129 crianças nos últimos dez anos e este ano receberia 900 crianças em sua tradicional festa no dia 12 de outubro, mas devido à pandemia da COVID-19 o evento deste ano terá uma versão virtual.
A festa live conta com participação especial do ator David Junior e também de músicos, mágicos e cantores que levarão muita diversão para a criançada.
O evento começa a partir das 11h do dia 12 de outubro no Instagram da ONG Favela Mundo (@favela.mundo). A programação do evento envolve sorteio de presentes, apresentações de dança, contação de histórias e construção de brinquedos com material reciclado. O evento será aberto para todas as crianças do país e suas famílias.
“É uma oportunidade a mais para unir pais e filhos, diante de uma data tão importante e de preservar o lado lúdico dos pequenos em plena quarentena.”, afirma o fundador da ONG Favela Mundo, Marcello Andriotti.
A organização também contribuiu com diversas ações durante o isolamento social, com dicas para os pais aproveitarem o tempo extra com os filhos e videoaulas de teatro, música e dança.
Munida de habilidade e pronta para o combate, Drik Barbosa estreia no mundo dos games como personagem de Mayara & Annabelle : Idle Battles, jogo que estará disponível para Android e iOS a partir desta sexta-feira (9). Em parceria inédita entre a Laboratório Fantasma e a desenvolvedora Skullfish Studios, a rapper paulistana criou ainda uma música exclusiva para trilha sonora do mesmo. Trata-se da faixa “Infalível“, que já está disponível nos aplicativos de streaming (ouça aqui) e ganha ainda um videoclipe (assista aqui) ambientado no universo do game.
“No processo criativo desse música, eu tinha o grande desafio de unir o mundo do jogo com o meu mundo“, conta Drik. “Assuntos como união, representatividade e a força do poder feminino são, de certa forma, a minha marca. Falar sobre eles na letra é uma maneira de apresentar a minha identidade, mas também mostrar a importância de ter alguém como eu representada em um jogo“, completa.
A artista buscou inspiração para “Infalível”, que tem produção assinada por Grou, na música “My Power”, do poderoso disco The Gift, lançado por Beyoncé e de extrema importância para Drik. Na letra, ao incluir termos como “combo” e “katana” (espada da sua personagem no game), a rapper constrói uma ponte entre o universo do ficcional e o mundo real.
Inspirado na HQ brasileira Mayara & Annabelle, de Pablo Casado e Talles Rodrigues, o game Mayara & Annabelle : Idle Battles, se passa em um mundo onde os demônios e as criaturas sobrenaturais tentam atrapalhar o cotidiano das pessoas. Como parte de uma divisão pública especializada no combate desses dito cujos, o jogador deve montar um time de especialistas e impedir que estes inimigos infrinjam as leis humanas. Mayara e Annabelle, que são uma ninja e uma maga, respectivamente, contarão com a ajuda de Drik Barbosa nessa missão.
“Na maioria das vezes, as mulheres são apresentadas de formas estereotipadas. Quando eu apareço dentro de um game, represento meninas e mulheres pretas. Espero que elas possam se identificar com uma personagem pretinha que tem uma personalidade forte e parecida com a delas. É sobre lutar, ser guerreira, matar os monstros e quebrar barreiras“, avalia Drik Barbosa.
Até o fim do ano, a LAB Fantasma ainda lançará uma coleção de camisetas especiais sobre o jogo para selar a parceria com a Skullfish Studios.
A faixa PRO COMBATE foi produzida inicialmente em 2015 (numa versão diferente da versão atual) “Quis fazer essa nova versão dela porque o “combate” do qual ela fala se intensificou, e acredito que a luta antirracista está na base das várias mudanças importantes que precisamos fazer, porque não há democracia num estado racista”explica o compositor mineiro.
O artista presta homenagens às pessoas que lutaram antes de dele, os blacks que vieram antes, os Mcs que vieram antes. A música é um tributo atual considerando o contexto histórico do movimento negro nacional.
Reprodução/Youtube
“Pro Combate foi a primeira música solo que lancei, isso em 2015″explica do MC de Belo Horizonte. A produção da versão original ficou a cargo do meu amigo Daniel Saavedra e foi o início dessa caminhada. A versão de 2020 é como um Remix, um Soul Remix de fato e chega nas plataformas digitais dia 19 de outubro com direito a vídeo lyric no canal do youtube de Roger Deff (ocasião também em que faz aniversário).
Ficha Técnica Pro Combate (soul remix) Produção: Poliphonicos Feat e Scratches: DJ Hamilton Jr Letra e voz: Roger Deff Design e Lyric vídeo: Dokttor Bhu
A AfroSaúde é uma health tech de impacto social focada em desenvolver soluções tecnológicas em serviços de saúde para a comunidade negra. Pensando no problema do racismo estrutural, a empresa quer dar visibilidade ao profissional de saúde negro e conectá-los a pacientes que buscam representatividade e atendimento mais qualificado quanto às especificidades da população negra.
Na plataforma, além da funcionalidade do cadastro para profissionais, os pacientes podem buscar especialistas por estado e cidade, com a opção de filtrar a forma de pagamento e os convênios atendidos. Serão exibidos o nome, a profissão, as áreas de atuação, os locais de atendimento e contatos, sinalizando ainda se o profissional realiza atendimento online e/ou domiciliar.
Profissionais de saúde negros de diversos estados brasileiros já realizaram o cadastro na plataforma AfroSaúde, que liberou o acesso para que pacientes possam buscar médicos, dentistas, psicólogos, esteticistas e outras especialidades. A busca pode ser feita pelo endereço https://app.afrosaude.com.br/.
Combate à desigualdade
Dentre os pilares que norteiam a AfroSaúde está o combate ao racismo e à desigualdade no mercado de trabalho. Isso porque, embora a população negra seja a maioria no Brasil, ela ainda ocupa uma pequena parte dos cargos de gestão nas grandes empresas. Na área de saúde, os números são ainda mais preocupantes.
Para o dentista Arthur Lima, um dos fundadores da startup, a ideia surgiu a partir da própria experiência e de relatos de pacientes. “Atuando na área, percebemos o quanto o racismo consegue fazer com que a desigualdade seja latente com os profissionais de saúde negros e essa é uma percepção também dos pacientes que, quando veem um médico, dentista, fisioterapeuta e outro profissional de saúde negro atuando, se espantam positivamente, porque não é comum. Por isso, queremos contribuir para dar visibilidade a esses profissionais e fazer com que os afrodescendentes se sintam mais representados no atendimento em saúde”, completa.
Além da visibilidade, a startup pretende contribuir para a formação dos profissionais, ofertando workshops, cursos e outros conteúdos relacionados à área de saúde, gestão, finanças e acerca da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, instituída no Brasil em 2009.
A atriz, apresentadora e colunista da “Vogue Gente” Maria Gal procurou fazer a diferença durante a pandemia do Coronavírus. Convidada a ser embaixadora do Favela Sem Corona, iniciativa que nasceu no início da quarentena para diminuir o impacto da doença nas comunidades cariocas, Gal fechou parceria com o laboratório Hilab para realizar exames gratuitos para diagnóstico da Covid-19 nos moradores da favela da Rocinha. A ação acontece entre os dia 5 e 10 de outubro e deve contemplar, aproximadamente, 300 pessoas. Uma equipe de entrevistadores treinados vai fazer a triagem e o agendamento para evitar aglomeração.
“Chegamos, em setembro, à terrível marca de 1 milhão de mortos no mundo e a 150 mil mortos só no Brasil. Nas comunidades do Rio de Janeiro, 67% dos moradores são pretos. Pensar que os moradores das comunidades do Rio de Janeiro estão entregues à própria sorte, com pouca contribuição do poder público, me fez entender que, enquanto uma mulher preta privilegiada, eu precisava fazer algo para além de usar a minha imagem, e contribuir para que pessoas desfavorecidas economicamente pudessem fazer o teste de forma gratuita, me pareceu uma ação necessária e urgente“, conta Gal.
“Lembro que, quando me contactaram, relataram uma história de uma senhora da Rocinha que fez o teste pela manhã e à noite faleceu. Pensei que, se ela soubesse que estava com coronavírus antes, a possibilidade dela se tratar seria muito maior. Foi quando contactei, pessoalmente, algumas empresas pedindo apoio e, dentre elas, o Hilab que eu já acompanhava o trabalho. Afinal de contas, estamos passando por um momento extremamente delicado e, necessita que nós, da sociedade civil, possamos, de alguma forma, contribuir – principalmente -, em projetos que visam ajudar os mais vulneráveis. Estamos todos no mesmo mar revolto, mas não no mesmo barco. Isso é cidadania“, completa.
Idealizador do Favela Sem Corona, Pedro Berto reforça a necessidade de ampliar o alcance da testagem. “Através das nossas redes sociais, utilizamos linguagem informal, simples e objetiva, para mantermos os moradores das favelas informados sobre os cuidados que devem ser tomados em relação ao coronavírus. As doações financeiras que recebemos também são utilizadas para compra de sabonetes, álcool em gel e máscaras, que entregamos a entidades e organizações que trabalham nas comunidades”, explica.
Serviço O que: Favela sem Corona (Rocinha, RJ) Quando: de 05 a 10 de outubro
Na internet, tudo viraliza de forma muito rápida. Seja casa de famosos, memes ou aplicativos divertidos. Na ultima semana por exemplo, certamente você se deparou com uma enxurrada de ”avatares” dos seus amigos no Facebook. Muitos deles reclamando que não ficaram parecidos, o que pode ate ser verdade, mas ainda assim a rede social disponibilizou uma série de tons de pele, cabelos, e tipos de corpo para você montar o seu avatar o mais próximo possível da realidade.
Infelizmente, o mesmo não podemos dizer de outro app que virou febre na internet recentemente. ”PortraitAI- Avatar da Renascença” traz a promessa de te transformar em uma pintura do século XVIII, por meio de inteligência artificial. Entretanto, essa promessa só é cumprida com total satisfação para brancos. ”Pessoas de cor”, como eles disseram em nota, precisam se contentar com a lamentação dos desenvolvedores por seu aplicativo ter sido testado majoritariamente em europeus.
Para pessoas negras, uma tentativa de diversão acaba em frustração, com pele clareada, traços afinados e cabelos alisados. O aplicativo diz estar planejando arrumar isso em breve, todavia ele nem deveria ter sido lançado com um recurso tão limitado, e excludente. Uma breve pesquisa dos desenvolvedores sobre o assunto, mostraria que o Faceapp, aplicativo famoso por mostrar as pessoas em diferentes gêneros e idades, também por meio de IA, precisou se desculpar em 2017 por usar um filtro que tornava as pessoas brancas com a premissa de deixa-las mais atraentes. Entretanto, parece que a equipe do PortraitAI, não fez essa simples lição de casa e agora devem lidar com uma série de críticas negativas nas lojas de app. Confira o que disseram alguns usuários e também os resultados de algumas pessoas.
Algumas das avaliações negativas recebidas.
Os resultados frustrantes de alguns usuários. Fizemos teste com uma pessoa famosa, e Cynthia Erivo ganhou olhos azuis em uma das versões.