Na última quarta-feira (18) um vídeo do cantor Naldo Benny em que ele conta a história do dia que conheceu o Chris Brown viralizou.
O cantor afirmou que o rapper ficou surpreso e chegou a esfregar os olhos ao vê-lo em sua festa. “É o Naldo que está ali.Tu é meu irmão e não vem falar comigo, tu é família pô, tu tá na minha festa e não vem me dar um alô” conta Naldo em vídeo.
A história contada pelo cantor viralizou e movimentou as redes sociais, muitas pessoas acusaram o Naldo de ter inventado toda a história. O humorista Yuri Marçal postou em seu instagram um “react” ao vídeo de Naldo
https://www.instagram.com/p/CBkKa4SD56a/
“Quero fazer um react do melhor vídeo do ano até agora… o Naldo… vocês já sabem, né?” Falou o comediante caindo em gargalhadas.
Logo no início do vídeo Yuri afirma ter percebido a mentira de Naldo “… Você vê que o cara tá mentindo quando ele se pega em uns detalhes que não tem nem importância.”
O humorista seguiu reagindo aos primeiros minutos do vídeo e chegou a falar que na história contada por Naldo o Chris Brown soa como alguém de Duque de Caxias. “Porra, tu é meu irmão velhão… qual que é a tua” zoou o humorista.
O react de Yuri teve mais de 200 mil visualizações, e uma delas foi do próprio Naldo, que descontente criticou a atitude do comediante.
“Koé comédia Admiro vc !!! preto como eu, Sabendo das dificuldades, Dos preconceitos que a gente enfrenta pra chegar no topo, Tá aí rindo e debochando,tentando se promover em cima da conquista do outro!” “É por isso que o Negro enfrenta tanta humilhação e desigualdade até hoje,o próprio preto debochando das conquistas da sua raça !! (VERGONHA ALHEIA)” completou irritado o amigo de Chris Brown.
“Eu não construi meu patrimônio em cima de mentiras. Eu passei fome, eu vim de uma favela onde o tráfico sempre bateu na minha porta! Eu podia ter virado bandido! Eu podia te me entregado às drogas, mas eu optei em fazer a diferença e ser referência pra minha raça. […] Mas você não sabe o que é isso, né? Você deve ser playboy, né? Deve ter vindo de família rica. Acho que você nunca enfrentou uma situação de preconceito!”, declarou Naldo.
O comediante por sua vez, ignorou o desabafo de Naldo e seguiu debochando nos comentários, com muitas risadas respondeu ao cantor “PERA AÊ RONALDO” em seguida comentou com uma letra do sucesso do cantor “Vodka ou água de coco”
A executiva Maitê Loureço, capa da Exame (Foto: Germano Lüders/Exame)
A revista Exame dedicou sua última edição aos esforços das mulheres em tempos de pandemia do coronavírus, reforçando a importância da força feminina nos cargos de liderança.
Tão importante quanto a reportagem “Mulheres Contra Crise” foi o fato da publicação ter escolhido Maitê Lourenço , uma mulher negra retinta como capa. É a primeira vez que uma negra aparece sozinha com esse destaque na revista nos 52 anos da publicação.
Maitê é CEO do Black Rocks Startups , uma iniciativa que tem o objetivo incentivar a população negra a acessar o ecossistema de startups, inovação e tecnologia.
A aceleradora ganhou muitos prêmios como Startup Awards, categoria Impacto Social, prêmio Veja-se da Revista Veja, categoria diversidade e premiada pelo departamento de Responsabilidade Social e Caldeirão do Huck da TV Globo no Especial Inspiração.
Maitê foi uma das mulheres inspiradoras da Think Olga em 2017 e speaker do TEDx João Pessoa e EuroLeads – Paris, França e recentemente fez International Visitor Leadership Program (IVLP) promovido pelo Consulado Americano.
Sobre a importância de uma capa como essa para sua carreira, Maitê divide a conquista com a comunidade negra.
“Essa capa tem um eixo muito importante na vida de qualquer pessoa, que é se ver representado e dizer que alguém parecido com você está na capa da revista afirmando que você também pode estar”, comemora e executiva.
No aspecto do impacto da capa em sua carreira Maitê fala sobre ocupação de espaços. “É uma reafirmação de que é importante ocupar o espaço onde eu estou. São duas coisas. Uma é a importância pessoal de poder representar eu e o meu grupo e a outra é a importância do trabalho e da esfera de resultados do que vem acontecendo”, finalizou Maitê.
Luana Genot e Rachel Maia são outros nomes representando a comunidade negra na reportagem.
Desde o início do mês de Junho o movimento ativista negro “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”), têm tomado conta de muitas discussões dentro e fora da internet. Os protestos que têm acontecido no Brasil e nos Estados Unidos têm chamado a atenção de personalidades e marcas que começam a compreender qual seu papel pela luta antirracista, assim como incentivado com que mais criadores de conteúdo negros amplifiquem a urgência das pautas do movimento.
Por outro lado, as vozes e conteúdos destes criadores vão muito além da pauta racismo, que usam desde suas formações acadêmicas, da atenção às tendências e pautas atuais e do relacionamento com outros formadores de opinião para pautar temas que vão desde o afeto, a maternidade e a paternidade, passando pela arte, cultura até a alimentação saudável.
Para propagarem essa pluralidade de conhecimentos e temáticas se utilizam das redes sociais como instagram, youtube e twitter, e atualmente têm também se apropriado da onda crescente dos programas em formato de podcast.
Só em 2019, o consumo brasileiro por podcasts cresceu em 67%, sendo que 40% das pessoas conectadas à internet no País já ouviram um podcast e mais de 31 milhões ouvem com uma frequência mensal. Esses números deixam o Brasil atrás apenas do Estados Unidos, país com maior consumo global. Os dados são do IBOPE, Deezer e Spotify e revelam o quanto esse formato tende a continuar crescendo nesse contexto de Revolução Digital impulsionado pelo contexto do isolamento social que foi proporcionado pela pandemia do COVID-19. Apesar disso, vale ressaltar que ainda não é uma mídia tão democrática quanto o rádio, já que apenas 30% das classes C e D possuem acesso irrestrito à internet, de acordo com a Pesquisa de Acesso às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) de 2017.
Conheça abaixo 10 podcasts liderados por comunicadores negros:
Influência Negra
Estreado nesta quarta-feira, 17 de junho, o podcast do Influência Negra, é apresentado pelos jornalistas Nathalia Braga e Cleyton Santana, que trazem nessa primeira temporada 12 episódios que abordam questões que permeiam a vida da juventude negra dentro e fora da internet, como alimentação, sexualidade, cultura pop, carreira, intercâmbio, família e relacionamentos.
Entre os convidados desta primeira temporada estão Ana Paula Xongani e Ernesto Xavier. O Influência Negra é um coletivo e plataforma de conteúdo que propõe dar mais visibilidade à pautas com recorte racial e fomentar a reflexão sobre os acontecimentos da atualidade.
Para escutar:
Meteora Podcast
O Meteora é um podcast quinzenal que debate temas diversos, protagonizado por mulheres de todos os estilos e gerações, têm como diferencial a empatia do público que se reconhece nessas vivências. Foi reconhecido pelo The Intercept e Mídia Ninja em 2019 como um dos melhores podcasts da atualidade, além de eleitas entre os 15 profissionais brasileiros que ajudaram a construir o mercado de influência e conteúdo em 2019 escolhidos pela Youpix.
É apresentado pela jornalista e empresária Cris Guterres e pela publicitária e mestre em comportamento do consumidor Renata Hilário, tendo também como colunistas a astróloga Papisa e a artista e escritora Dona Jacira.
Para escutar:
Siriricas
O Siriricas é um coletivo, podcast e plataforma de conteúdo feito por mulheres negras para mulheres negras. Seu maior intuito é fazer episódios que ajudem na construção do autoconhecimento e autoestima possibilitando novas perspectivas para essas mulheres.
Para escutar:
Negro da Semana
No Podcast Negro da Semana, a cada 7 dias o escritor e criador de conteúdo Alê Garcia conta, em profundidade, a história de pessoas negras fundamentais da história como Cartola, Martin Luther King, Elza Soares, Mano Brown, Leci Brandão, Bill Whithers, John Coltrane, e muitos outros. Quinzenalmente, Alê divide os conteúdos em literatura, entrevistas e filmes, em que apresenta obras clássicas e contemporâneas de temática e/ou autores negros; conversa com nomes contemporâneos da cultura negra; apresenta clássicos e lançamentos de cinema e séries de protagonismo negro. Marcas como Bradesco, Leroy Merlin e JTI já realizaram ações de branded content.
Para escutar:
AFETOS
O AFETOS é um podcast criado pelas Comunicadoras Gabi Oliveira e Karina Vieira para falar sobre os assuntos que as tocam de forma sensível, responsável, humanizando os afetos e os sentimentos das pessoas negras. O podcast surgiu em junho de 2019 e vai ao ar nas plataformas de streaming todas sextas-feiras antes do meio-dia.
Para escutar:
Pretas Na Rede
Pretas na Rede é um podcast feito por mulheres negras que se propõem sob o seu ponto de vista, a falar sobre tudo e têm o intuito de “melanizar” a rede. Relacionamentos, música, comunicação, eventos culturais, infância, são alguns dos temas já gravados.
Para escutar:
Infiltrados no Cast
O Infiltrados No Cast é um podcast de discussões políticas, sociais e culturais que quer trazer pensadores negros para dentro dos maiores debates da sociedade. Vamos analisar as maiores polêmicas da sociedade relevando o contexto histórico do país e considerando os pontos de vistas que ficam de fora do Mainstream. O podcast conta com séries especiais como “Os maiores racistas da história brasileira”, que revela nomes e livros de intelectuais que propagaram a crença da superioridade branca no país. A apresentação é do escritor e pesquisador Ale Santos.
Para escutar:
Angu de Grilo
Angu de Grilo é o podcast de Flavia Oliveira e Isabela Reis. Duas mulheres, duas gerações, duas cariocas, duas jornalistas. A leveza, o bom humor, a informalidade, a intimidade dão o tom dessa conversa entre mãe e filha que dão pitacos sobre tudo.
Para escutar:
AfroPai
O AfroPai é o primeiro podcast sobre paternidade preta do Brasil. O objetivo do programa é conversar sobre as dificuldades, apresentar semelhanças e acolher problemas com a criação dos nossos filhos e filhas. É também fundamental, tratar de forma responsável e direta de assuntos fundamentais para o movimento antirracista. O programa é quinzenal, e sempre procura levar assuntos que retratam, a partir das experiências dos convidados, como são enfrentados as diversas formas de racismo que atingem a população negra.
Para escutar:
AmarElo – O Filme Invisível
Após lançar AmarElo em outubro de 2019, Emicida decidiu ampliar a experiência do álbum em um podcast. AmarElo – O Filme Invisível traz em três capítulos o rapper desvendando as referências das letras e composições de seu mais recente disco de estúdio. Lançado em 2019, AmarElo conta com diversas participações especiais, como Pabllo Vittar, Majur, Zeca Pagodinho e Fernanda Montenegro.
Coletivo e plataforma de conteúdo que propõe dar mais visibilidade à pautas com recorte racial e fomentar a reflexão sobre os acontecimentos da atualidade, lançou nesta quarta-feira (17) o podcast Influência Negra. Apresentado pelos jornalistas Nathalia Braga e Cleyton Santanna, o programa traz nessa primeira temporada 12 episódios com média de 40 minutos de duração, e convidados influentes no digital e na mídia como Ana Paula Xongani e Ernesto Xavier. Os temas escolhidos, com base no nicho de produção de conteúdo de parte dos membros do coletivo, são diversos e abordam questões que permeiam a vida da juventude negra e dentro e fora da internet, como alimentação, sexualidade, cultura pop, carreira, família e relacionamentos. Assim como reflexões sobre os estereótipos e limites impostos à estes, como a possibilidade de se realizar um intercâmbio, os debates sobre masculinidade, o ativismo e a saúde mental e até a síndrome do impostor.
“O objetivo que temos para o programa é de trazer conversas relevantes para a comunidade negra, que façam sentido com causas sociais ou até mesmo com aquela treta da cultura pop, mas que conseguimos trazer com embasamento social e promover a reflexão de uma forma leve e gostosa de se ouvir”, comenta o apresentador Cleyton Santanna. Além de alguns dos membros do próprio coletivo, outros convidados desta primeira temporada foram a empresária, influenciadora digital e apresentadora Ana Paula Xongani, ex-integrante do coletivo. Entre outras personalidades influentes na mídia e internet, como é o caso de Ernesto Xavier, editor-chefe da Revista GQ e do Caio Cesar, professor de geografia, escritor e pesquisador da masculinidade negra.
A profundidade e o peito aberto são características marcantes desse programa, que também pretende abrir espaço para que seus ouvintes possam compartilhar suas histórias de vida, como conta a apresentadora Nathália Braga. “Teve uma certa ousadia em determinados episódios, pois tocamos em questões bastante íntimas, inclusive para nós mesmos apresentadores. Quando a gente fala dos nossos relacionamentos, dos episódios de rejeição que a gente já teve, da invisibilidade negra no mercado de trabalho, tudo isso toca em muitas feridas pessoais. Mas foi interessante eu e o Cleyton termos nos colocado nessa situação delicada, e de os nossos convidados também terem se aberto para gente. Agora a gente também quer ouvir do público o que ele tem a nos contar”, revela a jornalista.
O podcast já está disponível nas plataformas de streaming e vai ao ar semanalmente às terças-feiras até o final de agosto.
Como está a população negra durante o período da pandemia do Coronavírus no Brasil, país que está em segundo lugar no mundo, em número de casos da doença que parou o mundo em março? Algumas dúvidas podem ser respondidas por meio da pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com a CUFA (Central única das favelas) divulgada na última quarta-feira ( 17 de junho).
Alguns dados frutos do trabalho feito com 1459 entrevistados de 72 cidades de todos os Estados brasileiros , durante os dias 4 e 5 de junho, não surpreendem, mas comprovam pelos números qual a real situação que a comunidade negra economicamente carente se encontra atualmente.
A boa surpresa é que 92% dos entrevistados negros afirmaram ter orgulho de ser quem são. Entre os brancos, 82% afirmaram ter orgulho da sua identidade.
Reprodução: Instituto Locomotiva
O estudo que tabulou respostas de brasileiros e brasileiros negros, traz alguns dados sobre a percepção da violência e acesso à educação. A população brasileira reconhece que a cor da pele de uma pessoa faz diferença no tratamento que ela recebe da polícia. 94% dos pesquisados concorda que negros são abordados de forma mais violenta pela polícia. 50% das pessoas pretas pesquisadas já foram seguidas por seguranças em lojas.
Em relação ao acesso ao ensino superior, 85% concorda que é mais fácil para um branco fazer faculdade, do que um negro. As mulheres negras mesmo com faculdade, são o grupo com menor salário recebendo 33% a menos que uma mulher branca com diploma universitário.
Sobre mercado de trabalho, a pesquisa mostrou que 46% dos trabalhadores brasileiros dizem ter pouca ou nenhuma diversidade de raça/cor na empresa em que trabalham, entre brasileiros negros questionados, esse número sobe para 68%. Trabalhadores não negros ganham até 76% a mais que os negros.
Reprodução: Instituto Locomotiva
36% dos brasileiros e 76% dos brasileiros negros dizem conhecer alguém que tenha sofrido preconceito, discriminação ou algum tipo de humilhação dentro do ambiente de trabalho por causa da sua cor. A maioria , 66%, tem chefe branco.
Uma curiosidade da pesquisa é um dado que mostra que a maioria acredita que brancos podem sim sofrer racismo. 53% acham que racismo reverso existe.
Reprodução: Instituto Locomotiva
Impactos da COVID
Para os entrevistados negros, o medo de alguém da família contraia o Coronavírus (99%) é maior do que da própria pessoa ficar doente (95%).
A ausência de computadores nos lares de pessoas negras, dificulta o trabalho e o ensino à distância. Dos internautas pesquisados 49% dos brancos usam computador em casa contra 34% dos pretos.
No quesito planos de saúde, o estudo do Locomotiva aponta que 4 em cada 5 brasileiros negros não possuem convênio médico e a população negra apesar de ser a que mais solicitou o auxílio emergencial (43% negros e 37% não negros) foi a que menos conseguiu (74% dos negros contra 81% dos não negros).
Reprodução: Instituto Locomotiva
4 em cada 10 brasileiros estão passando fome por não terem dinheiro para comprar comida durante a pandemia e 73% dos negros entrevistados disseram que a renda familiar diminuiu com o isolamento social. 20% desse grupo não teve dinheiro para comprar produtos de higiene pessoal.
O Diário Oficial da União trouxe nesta manhã de quinta-feira (18) um texto em que o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, revoga a Portaria Normativa nº 13, de 11 de maio de 2016, que exigia das Universidades Federais a inclusão e promoção de políticas de cotas nos programas de pós-graduação.
O texto avaliava que fossem apresentadas propostas de inclusão de pretos, pardos e indígenas, bem como pessoas com deficiência nos programas de pós-graduação, mestrado e doutorado, por meio das instituições federais.
A revogação anula os efeitos de um ato ou lei, com isso, o mesmo perde a validade a partir de hoje (18).
Do outro lado algumas pessoas disseram que os protestos eram mimimi e que a comunidade negra reclama de tudo. O depoimento da influenciadora baiana Luana Lima prova que associar o cabelo crespo ao Bombril causa muita dor, sobretudo quando se é criança ou adolescente.
https://www.instagram.com/p/CBjesclB4Zz/
“Ver toda essa repercussão hoje me feriu por resgatar essas memórias. Quando comecei a usar química tive a falsa impressão de estar sendo mais aceita pelos meus colegas de escola, pelo meu cabelo não apresentar mais aquele ‘aspecto de duro’ pra eles. Por poder ter o cabelo ‘mais parecido’” com as outras meninas que só usavam solto enquanto mainha trançava o meu 2x na semana.Enfim, é uma série de traumas superados pra estar aqui dizendo que SOMOS MARAVILHOSAS!!”, explicou a influenciadora que deu mais detalhes em um vídeo no perfil:
Reprodução Stories Luana Fernanda Lima
“Eu não sei quando fizeram essa associação do cabelo crespo com o Bombril, mas isso esteve muito presente na minha infância e na minha adolescência e não teve ninguém para me dizer naquele momento que aquilo era racismo. Eu sentia muita vergonha do meu cabelo” disse Luana em seus Stories no Instagram.
“Diziam que meu cabelo era Bombril e que tinha que ser colocado atrás da bucha para arear a panela. E aí uma marca em pleno século XXI, sabendo de tudo o que está acontecendo, das nossas lutas e nossas causas, lança uma bucha com o nome de Krespinho” acrescentou a produtora de conteúdo sobre cabelos crespos.
Luana ainda diz que gostaria de falar sobre outras coisas, mas a sociedade não deixa. “Não é minha obrigação falar sobre isso não, eu nem queria, mas isso me tocou porque era algo que eu sofri na minha infância e toda minha adolescência”, detalhou.
Não tem como não pensar em nossas crianças, no racismo que uma nova geração poderia sofrer, porque empresas brasileiras vendem produtos populares sem dialogar com o público que representa.
A marca Krespinha tem 70 anos. Não dá para perdoar.
Na próxima sexta-feira, dia 19 de junho às 21h30, os canais oficiais do Sesc São Paulo no Youtube e Instagram receberão uma adaptação on line do espetáculo “Contos Negreiros do Brasil” de Marcelino Freire e direção de Fernando Philbert. O ator, diretor, dramaturgo, cientista social e filósofo Rodrigo França encabeça a encenação realizada ao vivo diretamente da sua casa com participação on line dos atores Aline Borges, Marcelo Dias, Mery Delmond, Milton Filho e Valéria Monã.
O espetáculo-documentário fala sobre a condição real e atual da negra e do negro no Brasil. Os personagens veem as cenas por meio das estatísticas apresentadas pelo sociólogo e filósofo Rodrigo França, dados atuais que são expostos para a plateia. Os atores interpretam todos os personagens contidos no livro de Marcelino Freire, “Contos Negreiros”.
O público é levado a presentificar índices estatísticos, contextualizados com cenas que reproduzem dores, paixões, medos, alegrias e angústias. A carne negra é exposta em suas dimensões e experiências reais, sociais e culturais.
O Sesc São Paulo realiza uma série de apresentações pela internet, com reconhecidos artistas brasileiros que sempre apresentam seus trabalhos nas unidades da instituição em todo o estado e, agora, em tempos de isolamento social por conta da crise causada pelo novo coronavírus, terão a experiência de levar seus repertórios a um número ainda maior de pessoas por meio dos canais oficiais @SescAoVivo no instagram e na página do SescSP no Youtube. Desde o dia 19 de março, uma nova transmissão ao vivo e exclusiva é oferecida, direto da casa do artista para a casa das pessoas. São lives musicais, todos os dias, às 19h, com transmissão em dois canais de perfis institucionais do Sesc São Paulo. Aos domingos, segundas, quartas e sextas, às 21h30, lives de teatro. Aos sábados, ao meio-dia, lives para crianças.
Realizado pela Diverso Cultura e Desenvolvimento em parceria com a Caboclas Produções, o espetáculo “Contos Negreiros do Brasil” estreou em 2017 no Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, e desde então coleciona mais de 60 mil espectadores em diversas apresentações pelo Brasil, incluindo uma recente apresentação em Cabo Verde (África).
O público presentifica índices estatísticos, contextualizados com cenas que reproduzem dores, paixões, medos, alegrias e angústias. A carne negra é constantemente exposta em suas dimensões e experiências reais, sociais e culturais. “Contos Negreiros do Brasil” é um espetáculo documentário sobre a condição real e atual da negra e do negro no Brasil; seja o jovem estudante, o gay negro, a negra hipersexualizada pela sociedade, o menor infrator, a prostituta ou a idosa.
Os personagens veem as cenas por meio de estatísticas apresentadas pelo ator, sociólogo e filósofo Rodrigo França, com dados atuais que são expostos para o público. Os atores Aline Borges, Marcelo Dias, Mery Delmond, Milton Filho e Valéria Monã. interpretam personagens contidos nos 12 contos do livro “Contos Negreiros” (Prêmio Jabuti – 2006), de Marcelino Freire. A direção é de Fernando Philbert e a direção musical é feita pela Maíra Freitas. As músicas do espetáculo são cânticos milenares da cultura Iorubá, vinda da cultura africana.
“Contos Negreiros” também faz uma grande homenagem aos personagens negros que fizeram história, mas que foram esquecidos ou embranquecidos, como: Machado de Assis, André Rebouças, Carolina Maria de Jesus, Virgínia Bicudo e Lima Barreto.
FICHA TÉCNICA
Texto: Marcelino Freire
Direção: Fernando Philbert
Assistente de Direção: Mery Delmond
Direção Musical: Maíra Freitas
Elenco: Rodrigo França, Aline Borges, Marcelo Dias, Mery Delmond, Milton Filho e Valéria Monã
Cenário e Figurino: Natália Lana
Iluminação: Vilmar Olos
Edição Audiovisual: Pedro Carneiro
Pesquisa: Rodrigo França
Produção: Gabrielle Araujo [Caboclas Produções]
Idealização: Fernando Philbert e Diverso Cultura e Desenvolvimento
Classificação Indicativa: 14 anos
Duração: 40 minutos
Serviço:
CONTOS NEGREIROS DO BRASIL
De: Marcelino Freire
Direção: Fernando Philbert
Com Rodrigo França e participação virtual de Aline Borges, Marcelo Dias, Mery Delmond, Milton Filho e Valéria Monã.
Única apresentação on line no dia 19 de junho, sexta, às 21h30, no Instagram e no Youtube da Rede Sesc São Paulo
Em estreia da segunda temporada de “Coisa Mais Linda”, Larissa Nunes reveza seu tempo entre atuar, cantar e compor, atividade que desenvolve desde a pré-adolescência. A personagem, que está em cena desde o começo da história, ganhará novos contornos e possibilidades na segunda temporada, com estreia prevista para o dia 19 de junho.
“Ivone terá sua história mais desenvolvida, com mais conflitos. Mesmo sendo a caçula, ela tem personalidade forte, é ousada, rebelde e um pouco despreparada. Embora a trama se passa nos anos 1960, há traços muito marcantes e atuais nesta personagem, que carrega uma certa ‘inconformidade’ com a situação dela e da irmã. A série levanta debates sobre a luta das mulheres em diversas instâncias sociais, cada uma na sua luta específica, e todas estão buscando espaço em especial as mulheres negras, que já trabalhavam para conseguir sobreviver, enfrentando machismo, racismo e falta de apoio”, diz Larissa Nunes.
Atriz formada pela Escola de Arte Dramática (USP), a paulistana de 24 anos, Larissa fez sua estreia no streaming numa participação na série “3%”. “Foi importante porque nunca havia entrado num set. Embora rápido, foi muito bom conhecer o funcionamento de uma produção de cinema”, relembra ela, que na ocasião deu vida à Carmem, uma candidata para o Mar Alto.
Sem nunca ter feito aulas de canto, Larissa lançou recentemente o seu segundo EP, passeando entre estilos musicais variados, como o Pop, o Hip Hop e o Neo-Soul. “Eu sempre tive a arte como um refúgio e, aos poucos, fui querendo levar isso mais a sério. Gosto de dizer que nasci com essa vontade e fui só desenvolvendo”, ressalta. O segundo EP, “Quando Ismália Enlouqueceu…”, é uma mixtape de confinamento, gravada em casa durante a quarentena.
“Canto desde os cinco anos, mas só comecei a escrever música aos 12. Quando a carreira no teatro começou, deixei de lado o sonho de ser cantora. Porém, em 2017 eu encontrei a Carranca Records, um coletivo de rap paulistano, e eles me convenceram a gravar “LARINU”, meu primeiro EP, com três faixas autorais. Foi aí que me dei o apelido Larinu, pra diferenciar a carreira de atriz com a de cantora”, diverte-se a artista, que compõe todas as suas canções.
Antes de se formar atriz, ela passou pela faculdade de jornalismo e trabalhou em banco. “Minha mãe teve muita resistência em me aceitar como artista. Foi difícil pra minha família. Hoje entendo que o mercado reflete muito a sociedade que vivemos. Os artistas negros têm tido novas conquistas, surgiram oportunidades nos grandes meios e a galera também está se produzindo de forma autônoma. Porém, o espaço dado é muito pouco perto da quantidade de negros no país e na arte. Sinto que a cada conquista que tenho, mais e mais preciso conquistar, porque tudo parece escasso. No final das contas, eu quero apenas mostrar meu trabalho e ser reconhecida por ele”, finaliza.
Em 19 de junho acontece o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme (DF), criado para ampliar o debate sobre a condição. Considerada a disfunção hereditária mais comum no Brasil, 47% da população afirma nunca ter ouvido falar sobre a DF, conforme levantamento inédito realizado pelo IBOPE Inteligência com dois mil brasileiros conectados. Em função disso, a médica e ex bbb Thelma Assis usou da sua visibilidade para reunir médicos e pesquisadores em um workshop sobre Doença Falciforme. Nele, Thelminha agiu como mediadora entre os médicos e pesquisadores presentes.
Segundo dados do Ministério da Saúde, existem cerca de sete milhões de brasileiros portadores do traço falciforme e são estimados, por ano, cerca de 3.500 novos casos da doença, com maior incidência em negros, mas devido à intensa miscigenação existente no Brasil, pode ser observada também em pessoas de outras etnias. Atualmente, esses pacientes encaram um desafio extra, dado que a infecção por Covid-19 pode apresentar diversas dificuldades e perigos específicos para esses indivíduos.
A infecção por Covid-19 pode levar a hipóxia (diminuição do oxigênio) e desidratação, como consequência da infecção respiratória, sendo essas condições fatores potencialmente desencadeadores de uma crise de dor, o que pode incluir uma síndrome torácica aguda (dor no tórax). Essa síndrome está associada a um alto risco de mortalidade e morbidade, sendo uma complicação frequente em indivíduos com Doença Falciforme.
A Doença Falciforme é caracterizada pela alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, tornam-se mais alongados, lembrando a forma de uma foice (daí o nome falciforme), o que dificulta a circulação. Esse processo pode desencadear uma das consequências mais graves da doença: as Crise Vaso-Oclusivas (CVOs), responsáveis por intensos episódios de dor aguda e altamente debilitantes. “Essas crises de dor fazem com que muitos pacientes busquem por pronto-socorros e hospitais, possibilidade mais restrita nesse momento de pandemia, tanto em função da alta ocupação dos leitos quanto por fazerem parte do grupo de risco”, explicou a Dra. Marimilia Pita, médica hematologista-pediátrica do Hospital Samaritano de São Paulo e fundadora do projeto Lua Vermelha, que busca trazer visibilidade à doença e à luta dos pacientes.
De acordo com a pesquisa “SWAY – Sickle Cell World Assessment Survey”, que avaliou o impacto da doença na vida de mais de dois mil pacientes em 16 países (incluindo brasileiros, como o quarto maior país), mais de 90% dos entrevistados tiveram pelo menos uma crise de dor nos últimos 12 meses e 39% tiveram cinco ou mais crises durante o mesmo período. Pesquisas indicam que o número de crises de dor também está relacionado à taxa de mortalidade (ou seja, quanto mais crises o paciente tem, maior seu risco de morte) – e menor a expectativa de vida, que é reduzida em 20 anos quando comparada à população normal. Tal condição exige prevenção e tratamento adequado desses episódios. Apesar de ser a principal queixa dos pacientes, sob o ponto de vista dos entrevistados do IBOPE que dizem conhecer a doença, 81% não consideram as crises de dor como o sintoma mais limitante. “Por isso que datas como o dia 19 de junho são tão importantes e merecem destaque, para que as pessoas saibam mais sobre a doença e os pacientes tenham melhor assistência”, ressaltou a Dra. Marimilia.
Enquanto a pesquisa com pacientes evidencia uma lista de impactos dos mais diversos aspectos, em sua qualidade de vida “a qualidade de vida de uma pessoa com a doença falciforme é inferior a de uma pessoa com câncer, pela falta de conhecimento sobre a doença”, apenas 32% dos brasileiros entrevistados pelo IBOPE reconhecem o alto impacto da doença. Nesse sentido, vale destacar os principais achados da SWAY:
Mais de quatro a cada dez pacientes declaram que a Doença Falciforme causa alto impacto na vida familiar ou social e 51% relataram que a doença também afetou negativamente seu desempenho escolar. Em relação à carga emocional, os pacientes declaram ainda que: 58% sentem-se preocupados com a progressão e piora da sua doença, 48% sentem medo de morrer, 45% sentem-se deprimidos e 44% desamparados e frequentemente ansiosos e nervosos. Em média, os pacientes afirmam ter perdido mais de um dia de trabalho por semana (8,3 horas em 7 dias) como consequência de sua doença. “Devido a toda essa situação, entendemos que a Doença Falciforme merece atenção especial, para que esses pacientes sejam cuidados apropriadamente, além de respeitados, principalmente ao sofrerem as crises dolorosas, que são extenuantes”, finalizou a médica.