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Rosana Santiago enfrentou o racismo e hoje lidera um time em uma grande agência de publicidade

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Foto: Arquivo pessoal

De origem humilde e com uma infância marcada pelos esforços da mãe pelo sustento da família. Aos 16 anos, Rosana conseguiu o seu primeiro emprego como auxiliar administrativo. Estudante de escolas públicas, Rosana tinha o sonho de fazer faculdade e foi neste primeiro emprego que ela teve contato com o marketing. 

“Não era a nossa realidade fazer faculdade, ouvia da minha mãe que era um sonho muito alto, e que não iríamos ter condições de pagar”, relembra Rosana, especialista em varejo da Godiva Propaganda.

Aos 19 anos, surgiu a tão sonhada oportunidade de cursar Administração com ênfase em Marketing. “Eu tinha um emprego que pagava 600 reais e a faculdade custava 500. Era a conta de estudar”. Durante os anos seguintes Rosana coincidiu a universidade e os trabalho. Foi crescendo, cada vez mais, no setor de marketing e se especializando em varejo.

“Entre o trabalho no varejo, e os estudos, também dei aulas de administração com ênfase em marketing. Ensinar o que eu fazia, no meu dia a dia, me gabaritou, ainda mais, para este novo desafio na publicidade”, Rosana Santiago se tornou recentemente a nova coordenadora no setor de varejo/shopping da Godiva Propaganda.

Além da experiência em sala de aula ter agregado conhecimentos técnicos a esta profissional, ela aprendeu aspectos comportamentais para ser uma boa líder. “A rede que eu dava aulas atua majoritariamente em periferias com jovens que ainda não ingressaram na faculdade e estão compreendendo a sua aptidão/vocação. Foi uma experiência incrível”, relembra Rosana que hoje coordena cerca de 5 analistas de publicidade.

A profissional já fez parte da equipe na Aliansce, por 8 anos. Ao entrar no grupo Aliansce, Rosana foi de assistente a Coordenadora. O grupo foi a verdadeira escola da profissional de marketing. Ela assumiu o Marketing do Plaza Shopping Carapicuíba. Onde o empreendimento estava na fase final das obras, e ela foi responsável por toda implantação do departamento de marketing, envolvendo equipe, processos, fornecedores, etc. “Fizemos a festa de inauguração em outubro do mesmo ano para convidados, imprensa e investidores e na sequência para o público final. Encaro essa oportunidade como o meu maior desafio profissional: assumir o departamento de marketing, implantar todo o departamento, inaugurar o primeiro shopping da cidade, e montar a decoração de natal com uma equipe interna” evidência Rosana.

A carreira de Rosana decolou em shoppings e varejo, e ela foi convidada para assumir o Marketing de um grande shopping do Paraná. Nesse shopping Rosana foi para implantar o marketing e fazer a gestão. Como a profissional é de São Paulo, ela precisou ficar longe da família e dos amigos, enfrentando até um episódio de racismo dentro da empresa. “Eu já tinha consciência de como o mercado era desafiador para mulheres. Mas ser mulher, pobre e negra, deixa tudo mais limitador. Infelizmente nesse desafio, passei esta situação e não pude contar com o apoio do meu chefe e nem da administração. .Ali encerrava minha trajetória na empresa”, conta Rosana.

Voltando para São Paulo, Rosana assumiu o shopping Penha, um dos maiores da capital paulista. E ficou lá por um longo período aplicando todo o seu conhecimento de Centros Comerciais.

A oportunidade na Godiva Propaganda vem no ano da pandemia global

Em janeiro de 2020, a profissional foi convidada por Leandro Rampazzo, CEO da Godiva Propaganda, para integrar o time de colaboradores da empresa. Para a profissional é um motivo de orgulho, pois “Nos conhecemos há pouco mais de 10 anos, eu na posição de cliente, e neste momento voltamos a trabalhar juntos, agora lado a lado. Quando nós mulheres negras passamos por tanto e conquistamos, sabemos que ali, estamos abrindo oportunidades para outras mulheres, e reforçamos a mensagem ‘não desiste que é possível sim”.

Em Dezembro de 2020, Rosana foi promovida na agência de publicidade que atua. É a nova coordenadora do núcleo de varejo/shopping da agência.

” O núcleo de varejo/shopping da Godiva Propaganda foi totalmente reformulado. Vemos um “gap” muito grande no setor por conta da pandemia. Os Centros comerciais ainda não estão preparados para o digital. É aí que o nosso setor, com a Rosana Santiago, encabeçando toma forma e se torna essencial para os shoppings de São Paulo e do Brasil”, finaliza Leandro Rampazzo, CEO da Godiva que aposta na diversidade e inclusão na empresa.

Sobre a Godiva Propaganda:

É uma agência de publicidade full service, especializada em franchising, saúde e varejo. A Godiva tem soluções com forte poder criativo direcionado às necessidades específicas de cada cliente. Isso passa pelas mídias tradicionais como TV, Rádio, Impresso, incluindo o Digital que, atualmente, virou commodity. A agência é focada em buscar meios inovadores que possibilitem maior fit e aderência ao mercado de seus clientes dos mais variados perfis: multinacionais, franchising, hospitais e laboratórios, restaurantes e fast food, startups, entre outros. Tendo como foco central a performance e resultados, atendem grandes marcas no Brasil e exterior. Entre os clientes estão: Lavoisier, Banco Luso Brasileiro e a rede Minds English School.

Rachel Maia torna-se a primeira mulher negra a ocupar o conselho da Soma

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O grupo Soma, dono das marcas FARM e Animale, recrutou a ex-CEO da lacoste Brasil, Rachel Maia, para fazer parte de seu conselho de administração.

Rachel têm 28 anos de experiência no mundo moda e antes de ser CEO da Lacoste Brasil, liderou, por oito anos, a Pandora Brasil, depois de passar mais 5 anos como executiva da marca em Washington. Ocupando no currículo ainda, CFO e CEO da operação brasileira da Tiffany.

O Conselho da SOMA tem duas mulheres e sete assentos, contudo, Rachel Maia torna-se a primeira mulher negra a ocupar o cargo.

A executiva e agora, participante do Conselho administrativo da Soma, ocupa a vaga que era de umas das fundadoras da Animale, Claudia Jatahy Gonçalves.

“A diversidade nos conselhos se faz necessária, tanto na participação de mulheres quanto de negros. Sei da importância e também da responsabilidade de ser, novamente, a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira estratégica, mas espero não ser a única.” Disse Rachel em um comunicado publicado pelo Soma.

Errata: O site mundo negro informou erroneamente que a executiva Rachel Maia era a primeira mulher negra a ocupar o cargo em um conselho no país, nos inteiramos e afirmamos que existem outros casos, como o da engenheira Cristina Pinho:

“A Ocyan, empresa do setor de óleo e gás, nomeou a engenheira Cristina Pinho, uma mulher negra com vasta experiência no setor de petróleo e na luta por equidade de gênero, para seu conselho de administração em agosto de 2020. Portanto, a Soma não saiu na frente e não é primeira empresa do Brasil a levar para seu conselho uma profissional com esse perfil. – Assessoria de Comunicação da Ocyan.”

“Baobá é Memória”: Poetisa Thata Alves lança jogo da memória para crianças inspirado em Orixás

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Nesta sexta-feira (18), a poetisa Thata Alves lançou seu primeiro trabalho lúdico e voltado ao público infantil: “Baobá é Memória”. Um jogo da memória com cartas inspiradas em Orixás, com ilustrações feitas pelo designer e ilustrador Tag Lima. O brinquedo é uma alternativa aos pais e crianças, para presentes em datas como o Natal e o Dia das Crianças. Além disso, também tem como propósito proporcionar o aprendizado sobre os Orixás de modo intuitivo e inconsciente pelas crianças. Thata é Abian no Candomblé, e por consequência, o jogo torna-se uma ferramenta para quebrar com o estigma da demonização das religiões de matriz africana. As vendas já estão disponíveis no site http://www.thataalvespoetisa.com pelo valor promocional de lançamento de R$ 30,00. 

Eu com meu irmão ganhamos na infância uma Bíblia Infantil: que continha imagens de Jesus em versão de criança”, comenta Thata que também pontua sobre a ausência de mais referências infantis em possibilidades de consumo no mercado, como os próprios brinquedos. No Brasil, existe a lei 10.639/03 que trata da obrigatoriedade do ensino da história da cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. “Pouco efetiva”, comenta Thata que tem como intuito com o jogo também fazer jus à essa lei, introduzindo os jogos em escolas. 

Em licença aos seus ancestrais, e inclusive à sua sacerdotisa religiosa, Ana Rita Dias da Encarnação, a poeta e produtora cultural expõe sua crença sobre  a demonização às religiões de matriz africana, trazer uma leitura do pecado dentro da moral cristã. Essa leitura impede, na ótica da colonização, outro tipo de relação sobre os próprios erros, o que seria a própria responsabilidade na escolha de caminhos a se trilhar. Há filosofias africanas que fazem uma roda para se apontar qualidades dos membros de suas comunidades, mas na ótica da colonização, as rodas apenas se dão para julgamentos e críticas. 

Baobá é Memória” surge de um momento em que Thata percebe que em meio às demandas urgentes de se criar duas crianças, ela repara que não comprava mais  brinquedos para seus filhos. E neste ano quando decidiu voltar a comprar, não se identificou com nenhum brinquedo no mercado. Com isto em mente, Thata conversa com uma criança da qual seu Orixá é Ossain, o senhor das matas e da cura através das folhas. Há um provérbio africano que diz “Sem folha e sem água não existe Orixá”. 

Outros Orixás que Thata acredita estarem conectados ao jogo da memória são Exú, o senhor da Comunicação; Ogum, o senhor da tecnologia e Oxum, a senhora do amor. “Acredito que foi um presente de meu Orí (a cabeça, a consciência) e de Ogum por me dar esta ferramenta, esta tecnologia, que por meio de saberes ancestrais, vão introduzir de forma mais natural a filosofia de vida que o Candomblé é, além de agregar conhecimento cultural à nossas crianças”, revela Thata. Já Exú para Thata representa a possibilidade de adaptação de linguagem e Oxum como agir com diplomacia perante “às pedras no caminho”. Quais as referências que nossas crianças pretas têm hoje de ancestralidade na mídia? Questiona a poeta, que cita entre os exemplos os heróis da ‘Liga da Justiça’, entre outros personagens dominados pela branquitude. 

Valores africanos como a humildade, o respeito aos mais velhos, e a oralidade, fazem parte do conceito deste jogo. Outro estigma que Thata quer transcender a partir deste trabalho é o de “poeta periférica”. “Percebo que até em negociações de cachês com contratantes, quando colocamos nosso trabalho nessa caixinha, não somos tão valorizados quanto nossos próprios trabalhos merecem. Um artista contratado pela Rede Globo, que venha do Vidigal, não é lido como um artista periférico”, reflete a artista e afroempreendedora. 

Antes de se tornar poeta e produtora cultural, Thata tinha o sonho de ser Secretária, pois achava que era uma profissão “chique”. Muito inspirada em seu pai, que é marceneiro e sonhava junto com ela, que ela pudesse um dia alcançar este lugar. 

Mas, aos 13 anos de idade Thata foi trabalhar em uma empresa em que a proprietária e empresária, Marinete Gruninger, já tinha o propósito de se ter um quadro de funcionários somente composto por negros. Uma visão de Black Money muito antes desta que vem sendo impulsionada na sociedade pós-George Floyd. 

Já seu caminho até se tornar poeta envolve a inspiração de sua própria mãe, Ione Alves. Thata gostava de como ela mesma diz “curiar” os cadernos e agendas de sua mãe. Neles, ela tinha acesso à versinhos, papéis de carta, salmos, hinos, mas também a muita poesia. Ora poemas escritos por ela mesma, ora versos dos quais ela anotava de autores. “Eu lia, e eu achava aquilo tão bonito, ainda lembro da agenda marrom dela”, relembra Thata.  

Para 2021, a paulistana tem planos de lançar um novo livro, já que além de poeta e produtora cultural, é também escritora e autora das obras: “Em Reticências”, “Troca” e “Ibejis”. Além disso, também pretende comemorar os sete anos de “Sarau da Ponte pra Cá”, o qual ela é idealizadora; assim como também continuar com seu programa “Thata Troca” em seu canal do Youtube.

Thata Alves – criadora do Jogo Baobá é Memoria

Garoto de 11 anos chora ao ser vítima de racismo em partida de futebol

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Uma criança de 11 anos sofreu, na pele, o preconceito, durante disputa da Caldas Cup, torneio para times de futebol de base que acontece na cidade de Caldas Novas, no interior de Goiás. A vítima foi Luiz Eduardo Bertoldo Santiago, atleta do Uberlândia Academy, da cidade mineira. Segundo informações do portal O Tempo, o acusado foi o um membro da comissão técnica do adversário, Lázaro Caiana de Oliveira, que foi suspenso provisoriamente pela organização do torneio. 

Ele falava: fecha o preto, fecha o preto. Eu guardei para falar no final. Falou um tanto de vezes, contou o jovem.

https://twitter.com/Esp_Interativo/status/1339974857640071168

Douglas Assunção, presidente da Liga Desportiva da Região das Águas Thermais, que também organiza o campeonato comentou o caso e disse que “isso nunca tinha acontecido“. “Não compactuamos com qualquer tipo de discriminação. Todas as partes já se posicionaram e agora vamos aguardar as apurações da Polícia Civil. O treinador nega, está a palavra dele contra a do garoto. Ninguém mais relatou ter visto esse ocorrido e cabe, agora, às autoridades, investigarem”, concluiu.

O clube Mineiro abriu um Boletim de Ocorrência. A organização do torneio emitiu comunicado, garantindo que “repudia qualquer atitude racista ou discriminatória ocorrida dentro ou fora do evento”.

Jambalaya : Um prato criado na América, mas por mãos africanas

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Jambalaya da chef Aline Chermoula - Foto: Divulgação

Os pratos típicos da cultura preta dizem muito sobre ancestralidade e memória do povo diaspórico. Muitas receitas típicas da cultura culinária nas Américas revelam fatos de como se deu a diáspora africana no continente americano

A cozinha preta foi elaborada dentro do ambiente hostil da escravização dos africanos e por isto traz vestígios da cultura culinária europeia, mas sempre criada a partir de memórias do continente africano.

A exemplo disto temos um prato emblemático do Sul dos EUA: o Jambalaya.

Jambalaya uma  delícia da culinária afroamericana com toques de sabores europeus. Uma Especialidade da Chermoula Cultura Culinária.

O prato é robusto, uma comida de estilo campestre encontrada em toda a Louisiana, estado localizado no sul dos Estados Unidos, com forte influência da cultura negra.

Uma incrível combinação de diferentes temperos. A iguaria tem como base o arroz com especiarias que ganha pedaços de linguiça, camarão, aromáticos e ervas frescas.

Embora muitos atribuam ao jambalaya uma tentativa de recriação da paella por imigrantes espanhóis em Louisianna, nos EUA, sabemos que a hipótese considerada bem mais provável é a de que ela venha, na verdade, da diáspora africana nas Américas.

O Jambalaya deriva do Jollof, um prato a base de arroz com especiarias e carne de cabrito, presente em países do Oeste africano, países como Gana, Senegal e Nigéria, região do chamado “cinturão do arroz”.

Jollof: Foto reprodução Instagram

Essa população, que foi presa, traficada e escravizada em fazendas no sul dos EUA, tinha o domínio da técnica de plantio em áreas alagadas, assim como o conhecimento do preparo de uma variedade de arroz trazida da África por europeus para fins comerciais. Esse mesmo território africano estadunidense foi batizado de “Carolina Gold Rice”. As receitas de jambalaya são diversas e variam conforme a família que a prepara.

O arroz Jollof tem um forte poder na África Ocidental e, por conta disso, há um ponto de discórdia com alguns Estados nacionais africanos reivindicando a propriedade da receita. Mas fato é que na África Ocidental o Jollof é um prato perfumado e único, reverenciado em toda a região por seu sabor harmonioso e tempero sutil. A verdade é que este prato está para além dos Estados nacionais da contemporaneidade africana, que só expulsou os colonizadores europeus a mais ou menos 80 anos.

O Jollof foi originado na região onde vivia o povo wolof, entre o Senegal e Gâmbia, que por sua vez chama o prato de ‘benachin’ . A refeição viajou por toda a região da costa ocidental e tornou-se diversa misturando a herança e a cultura do local onde é preparada, mantendo a sua magia e sendo apreciada em toda a África.

Enquanto herdeiros da diáspora somos responsáveis pela preservação da memória  e promoção nossas receitas ancestrais. Eu faço este resgate a partir de ferramentas de pesquisa, para desta forma nutrir o corpo e a cabeça e assim contribuir para  perpetuação da memória de nossas tradições de matrizes africanas e valorização de nossa cultura culinária, contando nossas próprias histórias, legado que nos roubaram quando implantaram a escravização de pessoas no continente africano.

Nossas receitas ancestrais que nos foram passadas através da oralidade por nossas bisas, avós, tias e mães são preciosas fontes de sabores e pesquisas. Essas receitas ancestrais dizem muito mais sobre nós do que podemos imaginar.

Bibliografia

Chevalier, A. Les Céréales des Regions Subsahariennes et des Oasis. Revue de Botanique Appliquée et d’Agriculture Tropicale, 132, 1932: 13-134.

____. L’importance de la Riziculture dans le domine colonial français et l’orientation à donner aux récherches rizicoles. Paris, Laboratoire d’agronomie coloniale, 1936: 27-45.

129

____. Sur le Riz africains du groupe Oryza glaberrima. Revue de Botanique Appliquée et d’Agriculture Tropicale, XVII, 1937a : 413-418.

____. la culture de Riz dans la Vallée du Niger. Revue de Botanique Appliq

Littlefield, D. C. Rice and Slaves. Baton Rouge, Loisiana State University Press, 1982.

Wood, P. “‘It was a Negro Taught them’: a New Look at African Labor in Early South Carolina”. Journal of Asian and African Studies, IX, 1974b: 160-179.

Rodrigo França é o Papai Noel da ONG Favela Mundo

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Foto: Favela Mundo CDD Natal

A festa mais esperada do ano chega em formato virtual em virtude da pandemia do covid-19, mais de 900 crianças e jovens eram esperados para o envento presencial, mas neste ano muitas outras pessoas poderão se divertir no formato on-line do evento e quem participar das brincadeiras pode ganhar livros em suas casas.

No dia 19 de dezembro, o Papai Noel Negro da ONG Favela Mundo, o dramaturgo, ator e roteirista Rodrigo França, chegará aos lares de forma on-line, por meio do Facebook e do Youtube da entidade. O “Bom Velhinho” presenteará com livros quem participar das brincadeiras e ainda tem mais: Ana e Jujuba; Patrick, o Mágico e a galera do Ih, Contei! estarão junto levando mágicas, brincadeiras, histórias e músicas. 

Para participar, a criançada e os jovens precisam acessar as redes sociais da ONG Favela Mundo, às 10h, para sintonizar-se com Papai Noel e sua turma. 

O fundador da ONG Favela Mundo, Marcello Andriotti falou sobre a oportunidade de manter viva as tradições do natal “Esse é o terceiro ano que temos o prazer de ter Rodrigo França como Papai Noel e a identificação das crianças é incrível. Tivemos que adaptar a festa que estava sendo preparada para mais de 900 alunos da Cidade de Deus, Caju e Jacarezinho, mas vamos garantir, de forma on-line, uma maneira de unir as famílias nesta data tão importante. Além disso, conseguimos preservar o lado lúdico dos pequenos”.

O Projeto Favela Mundo é patrocinado pelo ICTSIRIO, Lamsa e MetrôRio, e apoiado pelo Instituto Invepar, Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.

Sobre a ONG:

Fundada em setembro de 2010, a Favela Mundo passou por 12 comunidades e beneficiou 6.129 crianças e adolescentes. A ONG tem em seu currículo o reconhecimento de “Modelo de Inclusão Social nas Grandes Cidades”, concedido pela ONU em 2014, no World Cities Day, em Nova York, além de representar nosso país em outros eventos nos Estados Unidos, Canadá, México, Cuba e Marrocos.

Vidas após o cárcere são abordadas em “Depois das Grades”, nova série da Ponte Jornalismo

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Foto: Daniel Arroyo

Segundo o Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça 773 mil pessoas compõem a população carcerária, já de acordo com o Conselho Nacional de Justiça esse número é um pouco maior, sendo  812 mil pessoas. Esse número poderia representar a população de um município brasileiro, mas representa todas as pessoas em situação de cárcere 

Confira o trailer:

Em entrevista ao Ponte Jornalismo, o cineasta Anderson Jesus, fundador da produtora Iracema Rosa e do portal Todos os Negros do Mundo, foi o responsável pela produção audiovisual de Depois das Grades, e disse que a série lhe trouxe “um grande aprendizado” ao lhe permitir conhecer ex-detentos que, em diversas ocasiões, haviam passado por experiências que o fizeram lembrar da sua própria vivência de menino negro nascido na periferia. “Eu sabia do impacto das questões sociais nas vidas de pessoas pretas e a relação que isso tinha com a criminalidade, a ação da polícia e o encarceramento em massa, mas nunca tinha visto de dentro. Pela primeira vez eu pensei que poderia ter sido eu. Eu tive oportunidades para entrar na criminalidade e não faltou vontade, pela falta de condições que a gente vivia. Vendo as vidas que elas levam, me identifiquei muito”, revela.

A série semanal conta como oito ex-detentos lidaram com sua vida após a prisão, o Brasil ocupa hoje o 3º lugar no ranking de maior população carcerária do mundo, mas o sistema de “ressocialização” é falho e centenas de milhares de detentos são postos a própria sorte após o tempo de encarceramento. Para provocar esse debate e estimular a busca para solucionar essa problemática a Ponte Jornalismo preparou por dois anos a série documental Depois das Grades, que vai contar a vida de oito dessas milhares de pessoas.

A estreia da série acontece nesta terça-feira (14/12), no site Depois das Grades e no Yahoo Notícias

Para Antonio Junião, diretor de arte e projetos especiais da Ponte, coordenou a produção da série, e falou sobre a experiência de abordar um assunto tão complexo “foi uma oportunidade de mergulhar a fundo na vida de pessoas que passaram por um dos sistemas mais antigos, desiguais e violentos ainda presentes de nossa sociedade que se pretende moderna: o cárcere”. Segundo ele, mostrar a vida após o cárcere permite “desconstruir esse imaginário racista, misógino e punitivista alimentado pelo Estado, que tem no encarceramento em massa e na guerra às drogas a solução para manter a pirâmide social às custas do silenciamento dos sonhos e esperanças das populações mais vulneráveis”.

A série é uma forma de entender melhor sobre a política brasileira e o encarceramento em massa que atinge em sua maioria pessoas pretas e periféricas, e entender que o sistema de “ressocialização” é praticamente inexistente

Sinopse:

Dividida em oito reportagens e sete minidocs, a série aborda os impactos do aprisionamento em oito vidas, pessoas de perfis variados de raça, classe e gênero, e conta as suas dificuldades que enfrentam para buscar se reintegrar à sociedade, sem qualquer apoio do Estado que um dia os encarcerou. A cada terça-feira, um novo capítulo.

Depois das Grades

Série original – Ponte Jornalismo

Produção Executiva – Iracema Rosa Filmes

Produção Geral – Ponte Jornalismo e TNM – Todos Negros do Mundo

Coordenação Geral de Projeto – Antonio Junião

Coordenação editorial – Fausto Salvadori

Produtor executivo/diretor – Anderson Jesus

Produtora executiva/ assistente de direção – Nidia Gabrielle

Reportagem e Pesquisa – Claudia Belfort

Foto – Daniel Arroyo

Origens: Gisele Barthar lança coleção de bijuteria inspirada em rainhas africanas

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A designer de bijuterias afro Gisele Barthar - Foto: Victor Vieira

Ancestralidade é uma palavra que felizmente se tornou popular na comunidade negra. Ela nos remete a ideia de pertencimento ao mundo que vivemos graças a contribuição dos que vieram antes de nós. A moda é uma forma de celebrar essa conexão ancestral e a designer de bijuteria afro Gisele Barthar da Clichê Acessórios estimula essa celebração por meio de peças incríveis.

Durante a quarentena de 2020, a carioca lançou a coleção “Origens” totalmente inspirada em rainhas negras. “A coleção foi inspirada em rainhas que têm histórias inspiradoras. Cada uma delas tem um conjunto que pode ser brincos e colares, brincos e pulseiras ou brincos e adereços de cabeça”, explica Gisele que quer, por meio da sua arte, reforçar que “somos descendentes de rainhas”.

As fotos da nova coleção feitas pelo fotógrafo Victor Vieira, têm cliques da Gisele modelando para sua própria marca pela primeira vez. “Somos gratas por colocar os pés no chão e deixar para trás todo o sentimento de impotência e buscar  inspiração do de  quem veio antes de nós. Resgatamos nossas origens e viemos trazer nosso melhor para vocês”, detalhou a empresária em uma postagem sobre o lançamento da coleção.

Abaixo selecionamos nossas peças favoritas disponíveis para compra pelo WhatsApp (clique aqui) e via Instagram da marca (clique aqui)

Brinco Nanny Queen – Foto Divulgação
Brincos Amina e adereço Kahina 

Colar Nefertari
Brincos Amina feat. Choker/ adereço de cabeça Kahina

1º Prêmio Mundo Negro: confira os indicados pela comunidade e vote até o dia 27/12

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Depois de quase duas décadas o Mundo Negro realiza a sua primeira premiação. O Prêmio Mundo Negro foi feito de forma interativa com os seus milhares de seguidores nas redes sociais que indicaram 4 candidatos para oito categorias.

(1)Jornalista


(2) Artistas de TV

(3) Artista Musical

(4) Revelação


(5) Influencer

(6) Artista Mirim

(7) Atleta

(8) Podcast

A votação acontece entre os dias 18 e 27 de dezembro e o resultado será divulgado no dia 30 de dezembro. Siga o Mundo Negro nas Redes Sociais para acompanhar a premiação via Twitter, Instagram e Facebook.

Vamos ao que interessa? Para votar, clique aqui.

“Tô chegando, respeite o meu cabelo”: Um papo sobre beleza negra e diversidade

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Luana Cooper, Marketing e Desenvolvimento de Produtos Niely - Foto: Arquivo pessoal

Por Camilla Prado
Edição: Silvia Nascimento

No começo do mês, no nosso Instagram,  tivemos uma conversa muito especial sobre uma parte do corpo de grande apreço para as mulheres negras: o nosso cabelo. O bate papo foi a primeira live  Site Mundo Negro e Niely Gold com Luana Cooper, Marketing e Desenvolvimento de Produtos Niely e Silvia Nascimento, nossa BossLady. Foi uma conversa cheia de trocas e dicas sobre representatividade, reconhecimento e aceitação da beleza negra e claro, rotina de cuidados com os cabelos. 

E vamos compartilhar aqui os melhores momentos dessa resenha! 

Pra começar, como foi o processo de reconhecimento da sua beleza negra? Você se sentia representada na publicidade, através das revistas e da TV? Encontrava produtos para cabelos crespos e cacheados em farmácias e supermercados? 

A representatividade é muito importante, né? Ela ajuda no processo de aceitação da nossa estética, do sentimento de ser aceita e ser vista dentro da sociedade, de se sentir bonita com o cabelo natural. Muitas de nós crescemos tentando se enquadrar dentro de referências que não eram parecidas com a gente e, para nos enquadrar, introduzimos diferentes processos químicos no nosso cotidiano que começava sempre com o relaxamento para soltar os cachos até alisá-los por completo. E fazer isso nos trazia um sentimento de “estar dentro de um padrão de beleza”, nos encorajava a acreditar que a aceitação (inclusive do crush) seria muito maior. Mas vem cá, você que também fazia todos esses procedimentos, sentia que o seu cabelo representava a sua história e quem você era? Nosso cabelo é a nossa identidade e falar sobre ele, é falar sobre a gente, mas  não tínhamos o conhecimento da nossa potência. A autoestima de muitas mulheres negras foi completamente afetada com traumas que começaram na escola onde o cabelo era sempre o motivo de chacota e isso agravava cada vez mais a nossa relação com o nosso cabelo. Não existia uma grande oferta de produtos, profissionais especializados em cabelos crespos e cacheados e muitas de nós nem chegaram a conhecer ou não se lembravam de como era o próprio cabelo, pois se conheceram e cresceram alisadas. 

Eis que chega um momento marcante, a transição capilar! O reconhecimento como mulher negra e o poder do nosso cabelo e o que ele representa: força, potência, ancestralidade, resistência. Passamos a entender o tamanho do nosso cabelo e que ele traduz quem somos (ou quantas somos e podemos ser!), que representa o nosso mood do dia, que quanto mais volume, mais poder! Também passamos a adentrar um novo universo: o empoderamento. Nossas referências, mulheres negras que trazem consigo tanta história de superação, mostram que podemos e devemos ousar, nosso cabelo pode tudo. O volume que antes era temido, passa a ser símbolo de resistência, de poder e daquela expressão maravilhosa que é “TÔ CHEGANDO! E RESPEITE MEU CABELO” porque ele chega primeiro, ele se mostra! São meses de paciência e muito cuidado com os fios. Aos poucos os dois, três dedos de raiz vão se transformando em curvaturas de cachos e você vai se reconhecendo como outra mulher a partir desse momento. O cabelo empodera. Durante a live, Luana compartilhou como foi o seu momento de transição e a sua relação com o cabelo:

Pra mim o processo do meu cabelo, da transição, foi um processo de reconhecimento como uma mulher negra, porque foi no momento da transição capilar que eu me encontrei com mulheres, com pessoas negras, e eu me senti acolhida por essas pessoas, e vi o quanto que buscar na ancestralidade podia me trazer essa força… As referências que tinham eram maravilhosas e essas mulheres, essa rede, foi me ensinando a cuidar desse cabelo, mas não somente o cabelo pelo cabelo, a entender o quão potente era aquele cabelo, o que trazia de resistência, de força e de empoderamento de uma estética… Quando olho pro meu cabelo, ele é tudo pra mim, ele diz quem eu sou. O cabelo é potência.”.  

Luana e Silvia conversaram sobre suas histórias por meio da texturas dos seus fios de cabelo ao longo dos anos

E, para ter o cabelo bonito, precisamos cuidar e deixá-lo saudável. Estamos vivendo um novo momento, ficando em casa e criando novas rotinas, e cuidar do nosso emocional também precisa ser priorizado. O autocuidado é um ato de amor consigo e por isso, queremos te dar dicas de tratamentos para o seu cabelo, para o seu ritual de autocuidado. A linha Cachos do Seu Jeito da Niely traz produtos com óleo de linhaça e manteiga de karité e você pode cuidar do seu jeito, da lavagem à finalização, você cria a sua rotina e a sua maneira de usar produtos que hidratam os fios e finalizadores que protegem do frizz, da poluição, do calor do secador, pois contém filtro UV na sua fórmula.

A influenciadora Carol Soares é mega fã da linha Cachos do seu Jeito de Niely Gold (Foto – Reprodução Instagram)

E,  ainda pode contar com um spray day after dessa linha, que sempre precisamos dar um jeitinho nos cachos. Silvia usou a linha de linhaça e gostou muito do resultado: “Os produtos estão conversando com a nossa realidade.. tem pra volume, definição, day after… Essa linha de linhaça entrou no meu coração! […] O que acho legal são os produtos que te dão beleza e ao mesmo tempo hidratam o seu cabelo”. Agora, pra te ajudar a hidratar o cabelo e desembaraçar os fios experimente a linha de Suplemento Capilar, além de ser muito cheirosa, tem produtos específicos como o Pró-Crescimento, ótimo para quem está em fase de transição, que o cabelo precisa de força e de resistência da fibra. o Pró-Restauração é mais focada em reposição de massa. Sabe as proteínas que se perdem dos fios com a exposição ao sol e ao vento e deixam o cabelo poroso? É ótima pra cuidar disso, pois fios saudáveis, alinhados e bem alimentados facilitam a definição dos cachos! E o Pró-Hidratação é a reposição de nutrientes do cabelo. E já começa a transformação da fibra do cabelo com 3 minutos! Luana Cooper, que usa a linha de Whey Protein Vegetal com Banana, compartilhou dicas ótimas da sua rotina: sempre desembaraçar no chuveiro, fazer misturinhas e massagem capilar e depois colocar uma touca para ativar o tratamento e diluir um pouco do creme com água. Dessa forma os fios ficam hidratados e você pode escolher se quer deixá-los modelados ou soltá-los.

Conheça as linhas da Niely e fique cada vez mais diva! Lembre-se que seu cabelo carrega a sua história e sua ancestralidade, ele é potência. Empodere-se!

A live completa está disponível no perfil Fique Diva Com Niely. Clique aqui para assistir.

Esse texto é fruto de uma parceria publicitária entre Mundo Negro e Niely Gold.

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