Sônia Seixas Leal, a ex-patroa de Madalena Santiago da Silva, resgatada após trabalhar 54 anos em condições análogas a escravidão, afirmou que não pagava o salário da empregada doméstica porque a considerava uma irmã. A auditora fiscal do trabalho Liane Durão, disse que a ex-patroa de Madalena deu essa justificativa em depoimento ao Ministério do Trabalho no final de março de 2022. A informação é do g1.
A justificativa, “comum” para o tipo de tratamento destinado às empregados domésticas no Brasil, é inaceitável. “Se ela fosse da família, teria direito a herança, teria direito a usar o elevador social, piscina, fazer faculdade e estudar, como a família faz”, disse a presidente Sindicato de Trabalhadores Domésticos da Bahia, Creuza Oliveira.
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Para cada irregularidade relacionada ao trabalho da doméstica será aberto um auto de infração. Até agora, o Ministério do Trabalho tem entre 10 e 12 autos. A Justiça do Trabalho bloqueou R$ 1 milhão em bens da família Seixas Leal para garantia das verbas rescisórias e dos danos morais pagos a doméstica Madalena Silva.
Segundo o Sindicato de Trabalhadores Domésticos da Bahia, após a repercussão do caso de Madalena, duas novas denúncias de trabalho análogo a escravidão foram feitas na Bahia em apenas um dia.
Além dos anos vivendo sem receber salário, Madalena também teve sua aposentadoria roubada e a filha dos patrões fez um empréstimo em seu nome. Atualmente, Madalena da Silva recebe seguro desemprego e um salário mínimo da ação cautelar do Ministério Público do Trabalho.
A história de Madalena repercutiu nacionalmente após a idosa afirmar, em entrevista à TV Bahia, que tem medo de pegar na mão de pessoas brancas.
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