Essa é a primeira edição do evento, que acontece sábado e domingo entre 12h e 21h30.Ao todo, serão 22 atrações que abrangem diversas áreas da arte, distribuídas ao longo de 20 horas. O evento será transmitido online pela página no Instagram @Viradafrocultural e também pelo canal do YouTube oficial da Virada.
A programação conta com o lançamento do documentário ”Aquilombamento”, que narra a história do Centro de Referência do Quilombo Urbano OMG, localizado no Jardim Monte Cristo em Campinas. O local oferece espaço comunitário e cursinho pré-vestibular aos jovens da região. Além disso, também ocorrerá um protesto que será entregue à prefeitura da cidade. Nele, serão discutidas as políticas raciais do munícipio. Todas as atrações do evento são residentes de Campinas, e foram selecionadas depois de um edital exclusivo para homens e mulheres negros, transgêneros, indígenas, afroindígenas e pessoas com deficiência.
Confira a programação completa:
Sábado, dia 24: 12h: Abertura do evento 12h30: Bianca Lúcia – Mulheres, Tambores e Cabaças – Jongo; 13h30: Cartografia social e os corredores culturais negros de Campinas; 14h30: Poliana Estevam – Samba de bumbo – Mestre Nenão Estevam; 15h30: Episódio Registro dos Saberes – Mestres e Mestras; 16h30: Julia Mota – Poesia Marginal: a palavra em manifesto; 17h30: Documentário Aquilombamento; 18h30: Máfia Afrikana; 19h30: Episódio Registro dos Saberes – Mestres e Mestras; 20h30: Aisha – Performance responsa; 21h30: Fá K-Beluduru.
Domingo, dia 25: 12h: Abertura do evento 12h30: Cristina Santos – Margeando o real no corpo memória; 13h30: Episódio Registro dos Saberes – Mestres e Mestras; 14h30: Savuru Teatro e Dança – Canto dos Palmares; 15h30: Episódio Registro dos Saberes – Mestres e Mestras; 16h30: Camila Novaes – Contos, cantos e ilustras; 17h30: Documentário Aquilombamento; 18h30: Letícia Benevides – O conto de Iroco e a boneca Abayomi; 19h30: Afromanifesto – Conversa com Jaqueline CR; 20h30: Bandida Fina 21h30: Encerramento
Neste domingo, 25/04, o Grupo Corpo Negro estreia a exibição do espetáculo digital, o “O Mundo Começa na Cabeça”, contando com seis exibições no período da tarde e noite.
Por meio do diálogo ativo, os atores e atrizes, ora representam personagens fictícios inspirados na literatura infantil contemporânea, ora representam a si mesmos, retomando lembranças de sua infância e do impacto do racismo estrutural vivenciado diariamente desde a infância.
A adaptação do espetáculo digital “O mundo começa na cabeça” está sendo realizada pelo grupo Corpo Negro, com direção de Nathalia Fernandes, atuação de Josiana Martins, Kauany Ketholin, Gabriela Sampaio, Rodrigo Raphael, Rogério Miranda, Anny Ribeiro e Ana Paula Barbosa (Anazú) na produção.
De maneira lúdica, sensível, artística e significativa o Grupo Corpo Negro consegue abrir caminhos e espaço para questionamentos e ressignificações ao evidenciar as potencialidades culturais africanas, a representatividade referencial preta, e a valorização do que é ser negro/a como ferramentas de construção da identidade e autoestima das crianças negras.
Desde o início de 2021, os integrantes vem realizando preparação de texto, ensaios virtuais, entre outras atividades para a estreia do espetáculo remoto. O Teatro cinema negro para crianças “O mundo começa na cabeça”, será apresentado até dia 30/04, sempre às 20 horas e será gratuito,para assistir basta acessar o Canal do Youtube do canal Corpo Negro.
“O MUNDO COMEÇA NA CABEÇA” é um projeto realizado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei 14.017/2020 do Governo Federal), através do PROAC LAB (Programa de Ação Cultural Lei Aldir Blanc) do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Governo Federal, Ministério do Turismo e Secretaria Especial da Cultura.
Após viver semanas intensas de debates envolvendo questões raciais, João Luiz foi o 12º eliminado do reality, e em sua primeira entrevista pós-eliminação, o professor falou um pouco sobre a experiência do confinamento, amizades e o que leva de bom da casa.
O mineiro, que conta hoje com 3,4 milhões de seguidores no Instagram, contou que tem recebido muito carinho dos fãs e que vê a vida completamente diferente.
“Tudo que eu já ouvi das pessoas desde que eu saí da casa foi um carinho que eu recebi. Eu consigo perceber que essa experiência, para mim, talvez tenha sido não só um divisor de águas, mas a própria água. (…) Eu tinha uma vida que estava imersa nas dificuldades das aulas remotas, como professor. Ver o João que entrou em um reality como ele mesmo e agora saiu desse programa e tem pessoas que estão com ele e demonstram carinho por ele é o mais válido dessa trajetória.” contou João
João falou sobre a forma com que o reality o afetou, e sua amizade com Camilla foi o que mais o surpreender
“Eu não imaginava que eu me apegaria a pessoas de uma forma tão natural e tão forte. Muito disso é parte da minha amizade com a Camilla, que nem eu, nem ela sabemos onde começou, em que momento começou, mas sabemos que começou. Eu pensei que entraria no BBB, conheceria e conviveria com outras pessoas durante três meses, mas uma hora daria beijos e tchau.”
Antes mesmo de ser questionado para quem irá a torcida do ex-brother, ele já informou que quer ver a Camilla de Lucas milionária
“(…) Já quero esperar a Camilla sair, daqui a 12 dias – porque quero que ela ganhe o programa, quero ter uma amiga milionária…” afirmou João
João lembrou quando denunciou o caso de racismo cometido por Rodolffo como um dos momentos mais importantes da sua trajetória no reality:
“Foi um momento onde eu vi uma coragem em mim mesmo. Aquele momento foi muito importante para mim, assim como o que o Tiago falou depois, utilizando esse programa também como uma plataforma que leva conhecimento para muitas pessoas. É algo que acredito ter marcado a minha trajetória no programa, mas também me marca muito na minha trajetória individual. Fiquei muito contente comigo por conseguir fazer aquilo.” disse o professor
Sobre a dupla mais queridinha da edição, João falou sobre a cumplicidade com a blogueira Camilla de Lucas e a conexão entre os dois:
“Antes de eu ser eliminado, ontem, ela me deu um abraço e disse: “Meu primeiro abraço”. Eu estava no gramado quando ela chegou ao BBB e fui a primeira pessoa a abraçá-la, junto com o Gilberto. A primeira prova de resistência ela fez com a Carla e eu com a Thaís, e querendo ou não ficamos ali horas grudados com pessoas desconhecidas, e isso vai aproximando a gente. Mas é estranho porque isso foi em uma segunda-feira, mas logo na quinta-feira, na prova do líder da primeira semana, a gente já estava de mãozinhas dadas, se olhando e falando: “Vamos fazer a prova juntos?”. Eu realmente não sei o momento que marca a minha aliança com ela, mas eu consigo saber e sentir que foi algo muito natural. Tem amizades que eu construí durante anos com algumas pessoas em que eu não tive a conexão que tive com ela, com isso de apenas no olhar saber identificar algo, saber quando o outro está bem e quando está mal. Amigo é isso, não é no momento mais feliz, é em todos os momentos. E ela esteve comigo nos meus momentos, tantos nos melhores quanto nos piores.
Que outras pessoas você deseja levar com você na vida aqui fora?
A Thaís, que é um amor de pessoa, Carla, Juliette e até a própria Lumena – acho que temos muito o que conversar. Fora o Gil do Vigor, com quem senti algo parecido à Camilla. Durante o programa tivemos caminhos diferentes, mas sempre conseguimos manter um vínculo. São pessoas que quero levar para minha vida.
Sobre sua torcida, João confia na blogueira Camilla de Lucas para levar o prêmio:
Camilla, Juliette e Gil são meu top 3. E eu vou acreditar na minha amiga levando o prêmio, sim, que eu não sou bobo nem nada! Vou fazer mutirão, quero que ela vire milionária (risos)!
João também falou sobre seus planos para o futuro e o que o aguarda daqui pra frente:
Vamos trabalhar, fazer dinheiro (risos). Mas, brincadeiras à parte, o BBB me proporcionou muita coisa e tenho certeza que vai proporcionar ainda mais daqui para frente. Eu vou avaliar tudo que vou fazer e quero utilizar as plataformas sociais para falar sobre coisas que realmente me movem e me motivam a estar aqui. Acho que a gente precisa muito de figuras falando sobre educação, e isso é muito importante. Quero falar sobre livro, série, filme… Acho que temos que falar sobre as coisas que a gente gosta e podem ser usadas como aprendizado.
A trajetória de referência de Maria José Lessa de Moraes vai ser contada pela primeira vez no teatro. O espetáculo musical “Vovó era preta: uma luz a seguir” narra a história da mulher negra que viveu nos anos 40, no recém-fundado município de Ipiaú, na Zona Cacaueira, e protagonizou uma história marcada por pioneirismos no que tange à questão de gênero e raça. A apresentação será exibida no canal do YouTube do Teatro Gamboa, na próxima terça-feira (27), às 19h, com participação colaborativa do público, que pode doar qualquer valor.
A peça é dirigida por Jackson Costa e traz para cena a atriz e cantora baiana Rachel Lessa, neta de Maria José Lessa. Onze canções inéditas serão apresentadas no espetáculo, que reúne diferentes personagens para contar a história de Zezé Lessa, como era carinhosamente conhecida Maria José Lessa, mulher que administrou os negócios da família após a compra das fazendas de cacau, se tornou a primeira coronel da Zona do Cacau Baiano e teve sua trajetória marcada também pela relação com a comunidade, com construção de fábricas, casa assistencial e escola.
“A ideia é unir crônica, música e poesia para contar essa história real, marcada por protagonismo e com apoio de toda sociedade. As músicas vão dos ritmos nordestinos aos africanos, como uma ponte entre a cultura baiana e a ancestralidade africana”, explica Rachel Lessa, que assina também o roteiro, concepção, direção musical e as composições – com parceiros especiais como Fred Demarca, Pedro Hoisel, Juvino Filho e Léo de Freitas.
Após a exibição do espetáculo, haverá um bate-papo com a equipe, no perfil @vovoerapreta, no Instagram. O roteiro tem revisão de Celeste Barreto, nora de Zezé, que se formou em história, com a monografia “Maria José Lessa, uma mulher à frente do seu tempo”, que serviu como principal fonte histórica para a produção do espetáculo.
O Projeto é desenvolvido através do PRÊMIO FAUZI MARON– Categoria Apresentação – do Edital 01/2020, do Município de Ipiaú/BA, cuja premiação é proveniente dos recursos da Lei 14.017, de 29 de junho de 2020, Lei Aldir Blanc.
O filme concorre ao Oscar na categoria ”Melhor Atriz”, pela atuação de Andra Day como Billie Holiday.
Nos EUA, a produção foi lançada pela Hulu,e aqui no Brasil embora tenha previsão de estreia para os cinemas nacionais, o longa chegou pela Prime Video essa sexta-feira, ainda em tempo de você assistir antes do Oscar para saber opinar durante a noite da premiação. A produção conta com a direção de Lee Daniels (Preciosa, O Mordomo da Casa Branca) e roteiro de Suzan Lori Parks.
Apesar de uma recepção mista pela crítica especializada, The United States Vs Billie Holiday foi figurinha carimbada durante toda a temporada de premiação, recebendo 26 indicações e vencendo 6 delas ate agora. Desses, 4 prêmios foram para o desempenho de Andra Day, que se destacou não só como atriz mas como cantora também. Ela interpreta toda a trilha sonora da produção, que conta com clássicos de Billie Holiday como Strange Fruit, e também canções originais como Tigress and Tweed.
O drama biográfico traz um recorte especifico da vida da cantora, narrando quando ela foi investigada pela Agência Americana de Narcóticos sob a acusação de cantar canções políticas em troca de drogas, bem como por se posicionar contra a segregação e as políticas raciais da época.
A 93.ª cerimônia de entrega dos Academy Awards (ou Oscars) será nesse domingo, as 21h00 no horário de Brasília, será transmitida no Brasil pelo canal TNT.
O Grupo Afrolaje apresentará, neste domingo (25) às 18h, uma série de atividades para difundir o Jongo, dança afro-brasileira criada por africanos na diáspora. “Este trabalho contribui para a valorização da autoestima das crianças, jovens e adultos, desmistificando a visão sobre o corpo afronegro e das culturas de matriz africana”, afirma a coreógrafa e atriz Flavia Souza que, junto com o professor Ivan Karu, coordena o Grupo Afrolaje. Com o auxílio de pesquisas de campo, encontros e debates com mestres das culturas populares de matriz afro, o grupo desenvolve o movimento, a sororidade e traz ferramentas históricas para seus integrantes e consequentemente para a sociedade.
A ASSOCIAÇÃO CULTURAL GRUPO AFROLAJE – dança música, percussão e pesquisa – foi fundada, em 2012, no Engenho de Dentro, região do Grande Méier, no Rio de Janeiro, pela coreógrafa, atriz e professora Flavia Souza, ativista cultural e pesquisadora, e pelo professor de capoeira Ivan Jr (Karu). O projeto surgiu na laje da casa de Flavia, como uma releitura da ressignificação da laje das casas de comunidades carentes do Rio de Janeiro, lugar reconhecido como um espaço de encontro de guetos e foco de resistência cultural.
Através do Jongo, capoeira angola e outras manifestações de patrimônio imaterial do Brasil, o Afrolaje reúne apresentações pelo Theatro Municipal do Rio, Teatro Carlos Gomes, Circo Voador, Engenhão, Festival Madalenas em Berlim, turnê pela Itália, cerimônia no consulado da Angola, participação nas Olimpíadas 2016 e diversos shows, oficinas e cerimoniais pelo Brasil e exterior. Também recebeu variados prêmios como o Fazedores do Bem, em 2017, pelo recorde de inserções em mais de 300 escolas e Menção Honrosa Ubuntu, no teatro Carlos Gomes, em 2020.
Aberto a todos os públicos, o objetivo do projeto é resgatar, preservar e difundir a diversidade através da dança, música, percussão, apresentações e divulgação junto às escolas e espaços públicos e privados. Com a pandemia, o Grupo Afrolaje se adaptou e segue realizando, em suas redes sociais, rodas virtuais e conversas sobre o contexto histórico afro-brasileiro, fomentando a luta antirracista para uma sociedade mais equânime. “A música percussiva e as danças de matriz africana são um dos principais símbolos culturais do país. Temos uma história rica, mas pouca difundida”, analisa Flavia.
Ignez Bacelar Sales fundadora da Makida - Foto: Divulgação
“A palavra Makida que deu origem ao nome da marca é de origem etíope e tem um significado especial ‘a mais bela’ numa só palavra. Porém mais que isso, é a combinação perfeita para associar a mulher brasileira forte, resiliente, próspera, independente e bem sucedida do hoje e do amanhã”. É assim, como muita paixão, que Agnez Bacelar Sales, proprietária da Makida negócio focado na moda afro para mulher negra contemporânea define sua empresa.
Nascida em 2016, Makida começou como uma loja virtual. Agnez trouxe todo seu expertise adquirido em 10 anos no mundo corporativo para o seu próprio negócio. “A empresa nasceu com objetivo empoderar, valorizar e enaltecer a identidade cultural da mulher brasileira, especialmente da mulher negra em ambiente corporativo, pensando peças pra mulheres negras nesses espaços”, explica a empresária que hoje tem uma loja da marca no bairro da República, centro de São Paulo.
Ignez Bacelar Sales fundadora da Makida – Foto: Divulgação
Agora em 2021, um ano desafiador para afroempreendedores, a empresa completa 5 anos e celebra a data com um leilão. “O presente vai para nossas rainhas que nos sustentaram até aqui. Faremos um leilão com peças em diversos tamanhos a partir de $19.90, sorteios e brindes serão dados as nossas clientes pelo nosso aniversário. Será uma live ás 14 horas”. O evento domingo acontece domingo, 25, no Instagram da marca @makidamoda.
https://www.instagram.com/p/CN4wKLPHIix/
Agnez conhece 15 países, faz pós-graduação e o amor à negritude vai além das estampas africanas das suas roupas. Ela está atenta ao impacto social do seu negócio e emprega mulheres negras periféricas. “A nossa cadeia é voltada para o Black money, assim, nossas profissionais, parceiros e fornecedores em sua maioria são negros”.
Com o leilão, Agnez pretende amenizar alguns efeitos da crise econômica por conta da pandemia do coronavírus. Fechar as portas não é nem uma opção, mas ela considera se mudar para um local menor. “Os custos de uma loja grande como a nossa, no centro de São Paulo são altíssimos. E infelizmente houve pouca ou nenhuma flexibilidade partindo dos locatários empresariais daquela região”.
Lisiane Lemos gerente Google , Stephanie Ribeiro apresentadora Decora (GNT) são algumas das clientes da Makida, marca essencial para quem gosta de uma roupa étnica para todas as ocasiões.
Agnez e Stephanie Ribeiro – Foto: Reprodução Instagram
Leilão Makida Dia: 25/04 Horário: 14h Local: perfil do Instagram da Makida (clique para acessar) Site: www.makida.com.br What’s App: (11) 94129-7647 Loja física: Rua Barão de Itapetininga 37, piso superior lojas 74 e 76 – Galeria Nova Barão – República.
“Eu amo meu país” é a primeira frase da HQ Capitão América: Sam Wilson de Nick Spencer e Daniel Acuña que em 2015 colocou um homem negro como Capitão América e em 2021 vemos isso acontecer no universo Cinematográfico Marvel, o quão importante é isso?
Sam Wilson Capitão América- Nick Spencer (2015)
Desde Vingadores: Ultimato já estava estabelecido que Sam Wilson seria o novo Capitão América. Bom pra alguns, ruim para outros, a recepção a esse tipo de noticia é sempre a mesma nas redes, tem aqueles que amam e aqueles que simplesmente odeiam por não ser mais um homem branco, forte e heterossexual assumindo o manto.
O Capitão América é negro…Consigo lembrar da sensação que tive quando ouvi essa frase pela primeira vez em 2015 e fiquei tão feliz com a novidade que me esqueci que estamos em um mundo em que o anuncio de Sam Wilson como Capitão traria tanta reclamação e racismo.
Falcão e o Soldado Invernal (2021)
Tudo isso de novo? Em 2015 já passamos por isso, por que temos que passar por isso de novo? Capitão América: Sam Wilson foi incrível, um arco de histórias sensacional e mesmo assim as mesmas reclamações de novo? Ok, nós dois sabemos que a grande maioria das pessoas que reclamam sequer leram os quadrinhos, mas eu ainda tinha certa esperança de que alguma coisa mudaria.
Mas e então veio o anuncio de Falcão e o Soldado Invernal e Sam Wilson não era o Capitão América…Bom, no final das contas sabíamos que Sam se tornaria o Capitão, mas todo o processo até isso acontecer foi importante.
Falcão e o Soldado Invernal fala, desde seu inicio, sobre temas complexos e com pontos de vista diversos. O que mais me atraiu na série foi a possibilidade de se discutir abertamente sobre esses temas com argumentos diversos fornecidos pela narrativa, a minha conclusão sobre tudo pode ser completamente diferente da sua e ainda sim fazer sentido.
Karli Montergau e os Apátridas, apesar de colocados enquanto antagonistas, não são apenas vilões e até mesmo o Mercador do Poder descobrimos ter motivações para fazer o que fez.
Falcão e o Soldado Invernal fala muito sobre legado, mas não apenas sobre o legado do escudo do Capitão América. Fala também sobre o legado construído através das ações por trás dele. A série desconstrói o que representa a peça de metal com a bandeira americana para o público e para os heróis e a cada episódio vemos o foco mudar de quem Steve Rogers era para que passemos a pensar no que Sam Wilson representa.
John Walker
A aparição de Isaiah Bradley e todo seu Background nos quadrinhos veio justamente em um dos episódios que mais falou sobre racismo e trouxe um pensamento extremamente válido e importante ao debate. A série, como eu já disse, faz isso em diversas situações, apresenta diálogos e contextos importantes para a construção das motivações dos personagens e discursos em contraponto muito potentes.
Isaiah Bradley
Durante o quinto episódio, por exemplo, a série esfrega em nossa cara a forma complacente com a qual o governo americano lida com um erro de John Walker, um homem branco, e a forma como Isaiah, um homem negro, precisou fingir estar morto para conseguir escapar da prisão e viver em paz. A narrativa faz esses paralelos em diversos momentos, até mesmo com Bucky e Sam.
Falcão e o Soldado Invernal discute fronteiras, discute racismo e xenofobia e traz um mundo muito parecido com o nosso. O que nos faz refletir sobre não precisarmos de um blip para que a nossa sociedade faça o que faz com imigrantes nas fronteiras e nem de um soro de super soldado para que o governo trate pessoas negras como cobaia, tal qual Isaiah Bradley.
O meu ceticismo com relação a uma série da Disney discutir abertamente questões delicadas nas telas, como Spencer faz nos quadrinhos, foi quebrado por uma grata surpresa. Por aqui não há medo em trazer essas discussões de forma que se contrapõem até mesmo ao final da narrativa, a história vai até onde precisa ir e apresenta os discursos sem medo.
Falcão e o Soldado Invernal é uma série sobre perspectivas e o que torna estes personagens heróis ou vilões são suas escolhas e estas escolhas representam não somente os indivíduos, mas também o que estes viveram. Do alto de nossos privilégios julgar as decisões de personagens que passaram por tanta coisa parece ser fácil, mas a narrativa vai muito bem em nos mostrar o fardo que todos carregam. De Karli e Walker à Sam e Bucky, todos possuem motivações que giram em torno de suas existências e influenciam suas decisões e perspectivas e isso é muito bem apresentado.
Karli Montergau
Dentro de todo esse discurso social e politico que nos é apresentado ainda temos tempo de nos deleitar com boas cenas de ação e até mesmo sonhar com uma série exclusiva para as Dora Milaje e ter certo vislumbre do universo Marvel pós acontecimentos de Ultimato. Algo que não tivemos com WandaVision que foi bastante contida nesse sentido.
Falcão não é mais apenas o Falcão e Bucky deixou de ser o Soldado Invernal, mas apesar de tudo parecer bem colocado, há muito ainda para ser explorado. E apesar de iniciar esse texto com uma pergunta e a tendência ser que eu responda ela por aqui, sinto decepciona-los, mas não tenho essas respostas…Somente o tempo tem e me limito a deixar a reflexão.
O que significa para o mundo – tanto na série quanto no nosso – alguém que se parece com Sam assumir o manto de Capitão América? Ele algum dia será aceito como tal? A América aceitará um Capitão América Negro?
Na última semana mais um caso de racismo nas redes sociais ganhou notoriedade, Nicole Karateca, uma adolescente de 15 anos postava vídeos do seu cotidiano no app TikTok e conforme as visualizações cresciam, chegavam também comentários racistas sobre o seu cabelo e sobre a casa humilde em que mora.
Mas dessa vez, rapidamente se espalhou uma corrente de amor, as redes sociais de Nicole foram invadidas por pessoas que se identificaram com ela e comentavam palavras de apoio. Artistas e influenciadores compartilharam o perfil de Nicole que hoje já conta com mais de 300 mil seguidores no Tik Tok e Instagram (cada).
Até mesmo a cantora Ludmilla divulgou o ocorrido e fez um convite para a Salon Line tornar Nicole uma das embaixadoras da marca.
Entre uma das coisas boas que aconteceram com a jovem teve também a criação de uma vaquinha online realizada pelo perfil “Razões para acreditar” para Nicole e sua família conseguirem um novo lar.
A vaquinha está sendo divulgada pelo perfil “@voaa_vaquinhadorazoes”
“Conhecemos de pertinho a sua história e de sua família e descobrimos que passam por bastante necessidade. Nicole mora com os pais e mais seis irmãos pequenos numa periferia muito violenta do Rio de Janeiro, por isso, a sua mãe teme pela segurança e pela vida dos filhos! 😢
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Lançamos a vaquinha na @voaa_vaquinhadorazoes para que consigam ter um lar mais seguro e confortável para viverem!”
A vaquinha já arrecadou mais de R$60 mil e os interessados em contribuir com devem acessar o seguinte link: voaa.me/nicole-vaquinha
Na última quarta-feira (21), pelas redes sociais, o Disney+ surpreendeu os fãs da animação “Soul” com o questionamento: “Já perguntou o que 22 estava fazendo antes de Joe Gardner aparecer?”. Na sequencia, anunciou que um curta-metragem sobre a personagem 22 de “Soul” será lançado no dia 30 de abril.
Intitulado “22 vs. Earth”, o projeto tem a intenção de mostrar a jovem alma, que chamou a atenção pelo sarcasmo e perspicácia, muito antes de conhecer Joe Gardner. Tina Fey promete retornar como a dubladora da personagem.
A produção mostra 22 se recusando a ir à Terra e recrutando cinco almas em uma tentativa de rebelião. As atividades do grupo, no entanto, levam a resultados bastante inesperados.
Em nota, o diretor Kevin Nolting falou sobre o curta: “Ele foi uma chance de explorar algumas das perguntas não respondidas que tínhamos sobre o por que 22 era tão cínica. Como sou bastante cínico, me parecia o material perfeito”.