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Maria Rita Kehl diz que movimentos identitários dificultam o diálogo social

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Na última terça-feira (4), a psicanalista Maria Rita Kehl foi convidada do programa Dando a Real com Leandro Demori, na TV Brasil. Durante a entrevista, Kehl, neta de Renato Kehl — conhecido como o “Pai da Eugenia brasileira” —, criticou o que chamou de “movimento identitário”, argumentando que ele fragmenta a sociedade e dificulta o diálogo. Suas declarações, no entanto, geraram controvérsia, especialmente pelo uso de um exemplo estereotipado que associa homens negros à violência.

Kehl defendeu que os movimentos identitários tendem a criar “nichos narcísicos”, nos quais apenas os integrantes do grupo podem se expressar, o que, segundo ela, impede a crítica e o debate com outras perspectivas. Para ilustrar seu ponto, a psicanalista citou um exemplo polêmico: “Eu posso, uma mulher de classe média, descendente de alemão, branca, criticar um negro se ele estiver espancando o filho dele, por exemplo. Eu posso tentar interferir. Ele pode responder: ‘Não se mete na minha vida’. Tá, é legítimo. Eu posso dizer: ‘Mas espera aí, eu não posso ver uma cena dessas?’. Agora, se ele diz: ‘Você não pode falar porque você é branca’, eu acho que isso não pode dar certo.” Ela afirmou ainda que movimentos identitários criem divisões sociais, reforçando o que chamou de “nichos narcísicos”, onde apenas os integrantes do grupo se validam, enquanto os outros são desqualificados.

As declarações de Maria Rita Kehl foram alvo de críticas de intelectuais e ativistas, que destacaram o histórico racista de sua família. Renato Kehl, seu avô, foi um dos principais defensores da eugenia no Brasil, ideologia que pregava a superioridade da raça branca. Nas redes sociais, o escritor Ale Santos comentou: “A neta do maior eugenista da história brasileira e da América Latina reclamando de identitarismo é realmente a manutenção do privilégio histórico.”

Em um artigo publicado no site Mundo Negro em 2020, Ale Santos já havia criticado as ideias apresentadas por Kehl em seu livro Lugar de Cale-se. No texto, ele argumenta que questionar os movimentos negros e chamá-los de “identitários” é uma forma de reforçar privilégios históricos. “Ninguém carrega culpa dos seus ancestrais, o que carrega é dinheiro, reputação e acesso às estruturas de um país desigual. Falar de igualdade dessa posição que se ocupa é muito confortável”, escreveu Santos.

O escritor destacou ainda: “Questionar os movimentos negros e chamá-los de identitários por criticar essa posição e por reivindicar para si um espaço de discussão que não existia antes é uma tentativa de reforçar seu privilégio. Tenho a infeliz certeza de que ninguém tem o poder de silenciar sua obra, seu trabalho e atuação. Só que o mundo mudou bastante e agora estamos aqui e ali, discutindo na internet, mantendo a memória viva de quem são e como surgiram as pessoas que estão se sentindo ameaçadas com a ascensão da intelectualidade negra ao debate público nesse país”.

Ye afirma que não é bipolar, mas autista: “Minha esposa me ajudou a entender”

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Ye voltou aos noticiários após sua aparição no Red Carpet do Grammy 2025. Sua esposa, Bianca Censori, que apareceu com roupas transparentes, gerou o buzz que o artista planejou para, no dia seguinte, lançar os modelos que ela vestiu, após se gabar que ela foi o assunto mais procurado no Google na noite da maior premiação da indústria da música.

Muitos veículos, fãs e haters dos artistas descrevem seus excessos — no final de semana, ele começou e parou de seguir Taylor Swift no Instagram e disse que teria uma relação sexual com Kamala Harris em uma postagem no X — como algo ligado à sua saúde mental, especificamente à bipolaridade.

Em uma recente entrevista, Ye afirmou não ser bipolar, mas sim autista. Segundo ele, foi sua esposa quem o ajudou a chegar a essa conclusão, pois ela não acreditava que o diagnóstico de bipolaridade estava correto. “Minha esposa me levou a um médico porque, ao analisar minha personalidade, percebi que não era bipolaridade. No fim das contas, descobri que era um caso de autismo.”

O rapper também explicou como essa condição influencia sua forma de agir e lidar com opiniões externas. “O autismo te leva para algo tipo Rain Man, onde você pensa: ‘Cara, estou usando esse boné do Trump porque simplesmente gosto do Trump em geral’. E quando as pessoas dizem para você não fazer isso, você simplesmente foca nessa única coisa.”

Além disso, Ye revelou que, ao perceber que não era bipolar, decidiu parar de tomar medicação, pois acredita que os remédios interferiam diretamente em sua criatividade. “É sobre encontrar algo que não bloqueie a criatividade. Obviamente, é isso que eu trago para o mundo.” O rapper destacou que não quer usar medicamentos que possam afetar seu processo criativo, pois essa é sua maior contribuição para o público.

Whoopi Goldberg defende Beyoncé após críticas conservadoras a vitórias no Grammy

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Foto Whoopi: François Durand/Getty Images | Foto Beyoncé: Sonja Flemming/CBS/Getty Images

Durante a apresentação de seu programa The View, Whoopi Goldberg rebateu críticas de figuras conservadoras às vitórias de Beyoncé no Grammy, especialmente na categoria de melhor álbum country com Cowboy Carter. O álbum, que também garantiu à cantora o prêmio de álbum do ano, gerou reações negativas de setores conservadores, que questionaram a legitimidade das conquistas da artista.

O conservador Raymond Arroyo, em entrevista ao programa The Ingraham Angle, da Fox News, na noite seguinte à premiação, classificou os resultados como “ridículos” e sugeriu que Beyoncé não merecia o reconhecimento. “Os artistas country não estão realmente felizes com isso”, afirmou Arroyo, comparando o número de Grammys da cantora com os de ícones como Dolly Parton e Frank Sinatra.

Goldberg, no entanto, não poupou críticas a Arroyo, refutando a insinuação de que os votos do Grammy seriam influenciados por pessoas sem conexão com a indústria musical. “Senhor, você sabia que é preciso estar na indústria musical para ser um eleitor do Grammy? Então, o cat sitter não pode simplesmente votar”, disse Goldberg, com ironia. A apresentadora também destacou a evolução do Grammy ao longo dos anos, lembrando que, em 1959, quando Sinatra foi indicado, havia apenas 28 categorias, contra 94 atualmente.

“No ano em que Frank Sinatra recebeu seis indicações, apesar de ter dois álbuns em primeiro lugar, ele só ganhou um Grammy naquela noite pela capa do álbum — nem mesmo por seu canto”, afirmou Goldberg, corrigindo um detalhe histórico (Sinatra teve quatro indicações em 1959, não seis).

Além disso, Goldberg criticou a ideia de que a música country seria um território exclusivo de artistas brancos. “Ela se apega à música country como se os brancos também não tivessem comprado seu álbum country”, disse, referindo-se ao sucesso de Cowboy Carter após seu lançamento no ano passado.

“Vamos lá, cara! As pessoas votaram nisso. Às vezes você ganha, às vezes não. O mesmo com o Oscar”, concluiu Goldberg, encerrando o debate com uma frase contundente: “Sente-se!”.

STJ rejeita tese de “racismo reverso” e limita crime de injúria racial a ofensas contra negros

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Foto: Sergio Lima/Poder 360

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu nesta terça-feira (4) que o crime de injúria racial deve ser aplicado somente nos casos de ofensas dirigidas a pessoas negras.

Com a decisão, o colegiado decidiu rejeitar a tese do chamado “racismo reverso”, que envolve ofensas de pessoas negras contra pessoas brancas.

A questão foi decidida no caso de um homem branco que foi chamado “escravista cabeça branca europeia”. O caso aconteceu em Alagoas e foi denunciado pelo Ministério Público como injúria racial.

Por unanimidade, os ministros entenderam que a injúria racial não se aplica quando ofensas são dirigidas a pessoas brancas em razão da cor da pele. Nesses casos, o crime de injúria simples deve ser aplicado. 

Conforme o acórdão do julgamento, a Lei 7.716/1989, que definiu os crimes de preconceito de raça ou de cor, visa proteger grupos minoritários historicamente discriminados.

“O conceito de racismo reverso é rejeitado, pois o racismo é um fenômeno estrutural que historicamente afeta grupos minoritários, não se aplicando a grupos majoritários em posições de poder”, decidiu o STJ.

Com a decisão do tribunal, o entendimento sobre a questão do “racismo reverso” poderá ser aplicado pelas instâncias inferiores.

Texto: André Richter/Agência Brasil*

Um chamado para assistir “Kasa Branca”

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Foto: Divulgação

Para os Meus,

um chamado para divulgação coletiva do “Kasa Branca”!

“Quando o rebanho se une, o leão dorme com fome” – Provérbio africano.

Foi aos 10 anos no Grupo Nós do Morro, na favela do Vidigal, que eu entendi o que é ser preto e o valor da coletividade, essa força da pluralidade que acolhe nossas dores e nos mantém vivos em uma sociedade complexa.

Foi na arte do teatro e hoje do cinema que escolhi a minha premissa política em democratizar o protagonismo do corpo preto na luta diária por uma reparação histórica audiovisual. O meu motor nessa narrativa é saber que eu não estou sozinho nessa jornada. O fortalecimento no meu ofício de cineasta se faz presente pelo enfrentamento de uma luta exercida por gerações de movimentos negros e ancestrais.

Os maiores resquícios históricos que carrego no meu inconsciente são as mãos dadas nos momentos de violência e das danças em reverências à nossa espiritualidade.

Sigo forte porque estou acompanhado com meu bonde nesse lugar chamado Cinema Negro. O tempo é o agora no processo de potencializar a nossa singularidade em uma dramaturgia que reluz poesia e resistência, que busca um espaço mais horizontal nas relações de poderes no mercado audiovisual, através da democratização e alianças.

O afeto também é revolucionário, é por meio desta que faço esse chamado ao público brasileiro, nessa caminhada em uma rua estreita e longa chamada Cinema. Conto com a aliança de vocês nessa campanha do meu primeiro longa-metragem de ficção, cheio de delicadeza, negritude, afeto, amizade, poesia e subversão favelada.

O Kasa Branca ainda está aqui e não está sozinho…

O longa está em exibição nos cinemas brasileiros.

Axé,

Luciano Vidigal, diretor e roteirista do filme ‘Kasa Branca’.

Ministério da Cultura critica Grammy por tratamento a Milton Nascimento: “Falta de sensibilidade e respeito”

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Foto: Reprodução/Instagram

O Ministério da Cultura divulgou, nesta terça-feira (4), uma nota de repúdio ao tratamento dado a Milton Nascimento durante a cerimônia do Grammy 2025, realizada no último domingo (2). O cantor decidiu não participar do evento depois de perceber que não teria um assento nas mesas principais.

“O Ministério da Cultura (MinC) manifesta repúdio ao tratamento dispensado ao cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro, Milton Nascimento, na cerimônia do Grammy 2025. A decisão da Academia de posicioná-lo em um local incompatível com sua trajetória, prestígio internacional e necessidades físicas demonstra falta de sensibilidade e respeito a um dos maiores nomes da música brasileira”, diz a nota enviada ao Estadão.

O ministério também destacou a importância do artista, chamando Milton de “ícone da cultura nacional” e lembrando sua influência global: “Sua obra influenciou artistas em todo o mundo, elevando a música brasileira a patamares de excelência”.

Por fim, a pasta exaltou a voz e a composição de Milton Nascimento e afirmou que ele continuará sendo celebrado por aqueles que reconhecem sua contribuição à música.

Entenda o caso

No último domingo (2), durante a cerimônia do Grammy 2025, a cantora Esperanza Spalding criticou a organização da premiação por não garantir um lugar na área principal para Milton Nascimento, com quem concorreu ao prêmio de Melhor Álbum de Jazz Vocal. “Estou brava porque essa lenda viva não foi considerada importante o suficiente para sentar entre os principais artistas, ou como quer que as mesas no andar principal sejam organizadas”, disse no Instagram.

Na publicação, ela posou segurando uma montagem da foto do Milton Nascimento com a frase: “Essa lenda viva deveria estar sentada aqui!”. A cantora Willow Smith também postou uma foto na rede social com essa foto, como forma de protesto.

Bituca e Spalding disputavam a categoria pelo álbum “Milton + Esperanza”, mas a vencedora foi Samara Joy, com o disco “Portrait”.

Após repercussão da publicação, a equipe de Milton Nascimento também se pronunciou nas redes sociais com uma nota de esclarecimento. !Um dia antes, quando observamos os convites, constatamos que a Academia havia destinado um lugar para Esperanza, artista com quem Milton divide o disco indicado, nas mesas, entre os artistas principais ali presentes, enquanto destinaram para a lenda brasileira um lugar na arquibancada, desconsiderando não só toda a sua trajetória e prestígio em todo o mundo, como a sua idade avançada e impossibilidade de subir ou descer escadas”, destacou.

“Quando questionados pela equipe de Esperanza, alegaram que ficariam nas mesas apenas os artistas que eles queriam no vídeo.
Tendo em vista a carreira vitoriosa, o reconhecimento e o respeito conquistado pelo genial artista brasileiro, optamos pela ausência dele na cerimônia principal”, explicou.

Pantera Negra 3: Produtor comenta sobre possível reescalação do personagem T’Challa

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Foto: Marvel

Os rumores de que a Marvel Studios estaria escalando um novo ator para viver T’Challa em ‘Pantera Negra 3’ continuam a circular, mas agora, Nate Moore, vice-presidente de produção e desenvolvimento da Marvel, negou que os boatos tenham fundamento, mas deixou a porta entreaberta para o futuro.

“A real é que esses rumores não têm nenhuma base. Nunca diga nunca, mas, por enquanto, não tivemos muitas conversas criativas com Ryan Coogler (diretor da franquia), porque ele ainda está mergulhado em ‘Pecadores’, que chega este ano. Vamos começar a discutir isso mais para o fim do ano, mas tudo o que circula na internet agora é pura especulação – simplesmente porque ainda nem começamos a trabalhar no filme”, afirmou ao ComicBook, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (3).

Os boatos diziam que o estúdio estaria discretamente em busca de um novo T’Challa para um possível terceiro filme. Vale lembrar que, em ‘Pantera Negra: Wakanda Para Sempre’ (2022), o personagem já não havia aparecido, e Shuri, interpretada por Letitia Wright, assumiu o manto do herói. Qualquer mudança drástica, no entanto, só viria depois do lançamento de ‘Vingadores: Guerras Secretas’, filme com previsão de estreia em 2027, que deve redefinir os rumos do MCU.

O primeiro ‘Pantera Negra’, lançado em 2018, arrecadou mais de US$ 1 bilhão em bilheteria e se tornou também um marco cultural, garantindo indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme. Chadwick Boseman instantaneamente virou uma referência mundial, mas faleceu em agosto de 2020, após uma batalha silenciosa contra um câncer de cólon.

Logo, a sequência ‘Pantera Negra 2’, tornou-se ‘Pantera Negra: Wakanda Para Sempre’, uma produção que lidou com o luto dentro e fora da tela. O filme acompanhou Wakanda enfrentando uma nova ameaça na figura de Namor (Tenoch Huerta) enquanto Shuri, a nova heroína, tentava preencher o vazio deixado pela morte do rei. O longa também registrou uma boa arrecadação de bilheteria e faturou US$ 859 milhões.

C&A reforça compromisso com Diversidade e Inclusão enquanto EUA revisam políticas de ESG sob governo Trump

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Foto: Reprodução

Diferente do que vem acontecendo nos Estados Unidos, onde grandes empresas estão revisando suas agendas de ESG (Environmental, Social, and Governance) em alinhamento com a nova política que permeará as relações institucionais no país sob o governo de Donald Trump, no Brasil, grupos empresariais estão reforçando seu compromisso com a Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I).

Na última semana, oito grupos que reúnem mais de 500 empresas com atuação no país divulgaram um manifesto em defesa dessas políticas. Nesta segunda-feira (4), a C&A Brasil somou-se ao movimento, reafirmando seu “compromisso inegociável” com a pauta.

Em nota, a varejista de moda anunciou metas ambiciosas para os próximos anos. Até 2030, a empresa pretende manter pelo menos 60% dos cargos de liderança ocupados por mulheres — hoje, o índice já supera a marca, atingindo 66%. Outro objetivo é ampliar a representatividade de pessoas pretas, pardas e indígenas em posições gerenciais, passando dos atuais 18,5% para 30%. A companhia também destacou que, em 2023, 18,5% de seus funcionários se autodeclararam LGBTI+, reforçando a busca por um ambiente plural e inclusivo.

— Uma empresa só é relevante quando está verdadeiramente conectada às necessidades e características da sociedade. Diversidade, inclusão e sustentabilidade não são apenas compromissos, mas alicerces que sustentam nossa visão de futuro. Continuaremos a liderar pelo exemplo, promovendo escolhas conscientes e com impacto positivo em todas as nossas ações — afirmou Paulo Correa, CEO da C&A Brasil, em nota à imprensa.

Além das iniciativas voltadas à diversidade, a C&A mantém seu compromisso com a sustentabilidade. A empresa está revisando sua meta climática para alinhá-la aos parâmetros de aquecimento global de 1,5°C, estabelecidos pelo Acordo de Paris em 2015, e reforçando ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Após a eleição de Donald Trump, que tomou posse oficialmente como presidente dos Estados Unidos em cerimônia realizada em Washington, nos EUA no dia 20 de janeiro deste ano, empresas como a Meta, Walmart, McDonald’s, Amazon e Google anunciaram que iam revisar suas políticas de DE&I, alinhando-se ao discurso do atual líder político do país onde estão inseridas.

A decisão tem causado repercussões no mundo inteiro, em especial pelas declarações recentes feitas por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, que afirmou que as empresas precisavam de mais energia masculina. O executivo também comunicou a dissolução de equipes de checagem fato do Instagram e a retirada de filtros de palavras que ajudavam a barrar comentários que utilizassem termos pejorativos ou ofensivos.

No Brasil, o McDonald’s informou que o fim das políticas de DE&I ficariam restritas aos Estados Unidos, mantendo a agenda ESG no país.

Vini Jr. estreia no audiovisual ao lado de Bruno Gagliasso, como co-produtor de “Clarice Vê Estrelas”, filme infantil com temática antirracista

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Foto: Kevin David

O longa-metragem Clarice Vê Estrelas, dirigido e idealizado por Letícia Pires, tem estreia prevista para o segundo semestre de 2025 e marca a estreia do jogador Vinicius Jr. no audiovisual. O atacante do Real Madrid e da seleção brasileira, conhecido por seu engajamento no combate ao racismo, é co-produtor do filme por meio do Instituto Vini Jr. A produção, que está em fase de finalização, conta ainda com Bruno Gagliasso como produtor associado.

O projeto, que une arte e educação antirracista, foi abraçado por Vini Jr. após um convite de Gagliasso. Em encontro recente, o ator destacou a importância da participação do jogador no filme. “O Vini, além de ser o melhor jogador do mundo, é um cara que está na linha de frente no combate ao racismo. Nós conversamos e ele ficou super interessado em apoiar esse projeto artístico que é um recurso totalmente lúdico contra o preconceito. Eu sou apaixonado por esse filme desde a primeira leitura de roteiro e tô ainda mais animado de ter o Vini como parceiro”, afirmou Bruno.

Clarice Vê Estrelas é o primeiro projeto audiovisual apoiado pelo Instituto Vini Jr., criado pelo jogador para promover ações de combate ao racismo e inclusão social. A trama acompanha Clarice, uma menina de quase oito anos que vê sua rotina abalada pela chegada de um novo bebê. Ao encontrar um livro mágico, ela é transportada para o circo Aquarius, onde embarca em uma jornada de autodescoberta, aprendendo a lidar com suas emoções e a encontrar seu lugar no mundo. O filme, do gênero realismo fantástico, tem protagonismo negro e é estrelado por nomes como Clayton Nascimento, Heloisa Jorge, Teca Pereira, Hilton Cobra, Digão Ribeiro, Jeniffer Dias e a estreante Dandara Arcebispo, integrante da Família Quilombo, perfil criado pelo casal Adriana Arcebispo e Josimar Silveira, que interpreta Clarice.

Clayton Nascimento, Heloisa Jorge, Dandara Arcebispo e Teca Pereira – Foto: Reprodução/Instagram

Para Letícia Pires, diretora e criadora da história, a parceria reforça o propósito do filme. “A entrada do Instituto Vini Jr. se alinha com todo o propósito que o filme vem construindo até aqui. Este é um filme brasileiro e lúdico sobre a infância, com o qual muitos — adultos e crianças — irão se identificar. A jornada de Clarice, uma metáfora do amadurecimento, convida a reflexões sobre mudanças, aceitação do novo e respeito à ancestralidade. Um filme para toda a família”, explicou.

Com uma narrativa que mistura fantasia e temas sociais, Clarice Vê Estrelas promete ser uma obra significativa no cenário audiovisual brasileiro, reforçando a importância da representatividade e do combate ao racismo por meio da arte.

Homem que processa A$AP Rocky reconhece erro em testemunho após encontrar vídeo antigo

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Foto: AP/Damian Dovarganes

Terell Ephron, conhecido como A$AP Relli, encerrou seu depoimento na segunda-feira (3) com uma revelação surpreendente: ele admitiu ter disparado uma pistola semiautomática em um campo de tiro em Los Angeles duas semanas antes do suposto tiroteio envolvendo o rapper A$AP Rocky, em novembro de 2021. A informação contradiz seu testemunho anterior, em que afirmou que o vídeo em que aparece atirando havia sido gravado em Nova Jersey.

Ephron, que alega ter sido baleado por Rocky (cujo nome verdadeiro é Rakim Mayers) em um confronto em Hollywood, mudou sua versão após revisar seu arquivo do Instagram durante o fim de semana. Ele confirmou que o vídeo foi gravado no Los Angeles Gun Club, durante uma viagem de negócios à Califórnia. Anteriormente, ele havia dito aos jurados que não estava em Los Angeles na época.

A revelação ganha importância porque a defesa de A$AP Rocky sustenta que o rapper portava apenas uma pistola de partida no dia do incidente e que Ephron teria “plantado” os dois estojos de munição de 9 mm encontrados no local. Mayers, de 36 anos, nega as acusações e afirma que os disparos foram apenas “tiros de advertência” para interromper uma briga entre Ephron e outro membro do coletivo A$AP Mob.

Durante o interrogatório, o advogado de defesa Joe Tacopina questionou Ephron sobre as inconsistências em seu depoimento. O acusador admitiu que revisou o vídeo após um tuíte que identificava o local como o Los Angeles Gun Club. “Eu só queria parar de falar com você”, disse Ephron, justificando sua mudança de versão.

Ephron também negou ter fabricado evidências, afirmando que, por dois anos, manteve a versão de que Mayers teria disparado três ou quatro vezes. No entanto, em uma audiência em 2023, ele ouviu um áudio que registrava apenas dois estalos. “Se eu tivesse plantado, teria trazido exatamente o que eu disse”, declarou.

O caso, que já dura três anos, gira em torno de um vídeo de vigilância que mostra Mayers segurando uma arma, mas sem flashes visíveis ou som que comprovem disparos reais. A defesa argumenta que o áudio sincronizado com o vídeo foi manipulado.

Ephron, que alega ter sido ferido por uma bala que raspou sua mão, enfrentou perguntas incisivas sobre seu processo civil de US$ 30 milhões contra Mayers, que ele nega ser motivado por extorsão. “Eu nunca plantei nada”, insistiu.

O julgamento, que tem atraído atenção internacional, pode resultar em até 24 anos de prisão para Mayers, se condenado. O caso agora depende da credibilidade de Ephron, cujo depoimento tem sido marcado por contradições e confrontos com a defesa.

O juiz Percy Anderson ordenou que os advogados evitassem provocações pessoais após um acalorado debate entre Tacopina e o promotor adjunto John Lewin, que trocaram insultos durante a sessão. O julgamento deve continuar nesta semana, com mais testemunhas e evidências a serem apresentadas.

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