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Até quando a vitória será do racismo? A injustiça cometida contra Vini Jr.

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Foto: reprodução/Facebook

Texto: Luciano Ramos – Especialista em Masculinidades Negras e Diretor do Instituto Mapear

Ainda não consigo acreditar que Vini Jr. não levou a ‘Bola de Ouro’ como o melhor jogador da temporada europeia. Me soa como um soco no estômago. Vini Jr. é o grande vencedor dessa temporada no futebol europeu. Ele ganhou no campo várias batalhas e vários jogos. O racismo nos maltrata de muitas formas. O que mais me vem à cabeça hoje é a frase de Conceição Evaristo: “Eles combinaram de nos matar, mas nós combinamos de não morrer.”. O psicólogo maranhense Rômulo Mafra nos diz que a violência racial tira a nossa força e sem ela não é possível se movimentar. Hoje, todos nós somos a força de Vini Jr.

Mais uma vez os europeus tiram algo que é do homem negro. Mais uma vez a branquitude subtrai algo do homem negro. Muitos poderão dizer que ganharemos muito mais, mas não. É dessa forma que, ao longo da história, nos retiram tudo. Nos saqueiam, nos ferem, tiram nossa autoestima e tentam tirar a nossa dignidade. O homem negro é aceitável quando faz o jogo da branquitude. Se ele denuncia, se coloca duramente contra, coloca-se como um igual ele é punido. 

Muitos poderão dizer que é falta de vergonha dos que não deram o prêmio a Vini Jr.. Eu lhes perguntarei: Quando a branquitude teve vergonha? Quantas vezes você se calou com uma piada racista no seu trabalho para não ser demitido? Ou teve que aturar aquele comentário racista do seu chefe? Quantas vezes você foi alvo das micro violências racistas e engoliu seco por depender daquele trabalho Quando Vini Jr. verbaliza a violência sofrida ele dá voz à todas as pessoas que não conseguem falar sobre o racismo diário sofrido. A denúncia do jogador o fez ser retaliado. Que Vini é maior do que tudo isso, nós sabemos! Mas precisamos falar de justiça. Desde sempre o homem negro é injustiçado. Se o jogador tivesse se calado, saído de campo em silêncio e não se manifestado, é possível que tivesse sido premiado pela branquitude.

Os negros escravizados tinham que apanhar, silenciosamente, no pelourinho e depois não podiam criar as revoltas, ao contrário, açoitados, voltavam para a labuta.  “Aceite, meu filho. É assim mesmo!”. Quantas vezes você, enquanto pessoa negra, já ouviu essa frase? Vini Jr. decidiu não aceitar. E ao não aceitar, ele é lido pela branquitude como um “preto insolente” e os insolentes precisam de punição. E a punição é não entregar ao jogador o que é dele. O que o mundo inteiro sabe que é dele. Fomos dormir nessa segunda-feira com o gosto da violência do racismo na boca e a dor do soco no estômago. 

Se esse texto chegar até você, Vini Jr., receba um abraço com muito afeto, meu irmão! Não vamos desistir de lutar! 

“Evangélicos”: Luciana Barreto apresenta reportagem especial sobre os fiéis da religião que mais cresce no Brasil

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Foto: Divulgação

Na década de 1970, cerca de 90% da população do Brasil se declararam católicos, enquanto os evangélicos representavam pouco mais de 5%. Já em 2010, o percentual de católicos caiu para 64,6%, enquanto o de evangélicos subiu para 22,2%. Para especialistas, apesar de ainda não ter sido divulgado dados sobre religião no Censo de 2022, em 2030 há possibilidades para uma inversão. 

Em meio a essa mudança, a jornalista Luciana Barreto percorreu diversas igrejas de diferentes denominações, conversando com homens, mulheres, jovens e idosos que encontraram na fé evangélica uma nova direção para suas vidas. O especial “Evangélicos” será exibido no programa “Caminhos da Reportagem” na TV Brasil, às 23h, nesta segunda-feira (28) e no YouTube

“Estava bastante preocupada com o tom jornalístico do programa. Queria ouvir os evangélicos. Fiz isso durante seis meses. Acho que estamos apresentando um bom resultado. E, em primeira mão: este é só o primeiro episódio. Ainda estamos rodando muitos espaços para dar conta da riqueza e diversidade deste grupo”, disse Luciana Barreto ao Mundo Negro. 

Luciana Barreto conversando com fiéis evangélicos. (Foto: Divulgação)

Na Igreja pentecostal Assembleia de Deus Ministério Monte do Fogo Puro, localizada no município de Queimados, no Rio de Janeiro, Luciana conversou com a pastora Roberta Costa Bernardo, além da missionária Catarine da Costa e da diaconisa Vanessa Rodrigues. Para a jornalista, “não é exagero dizer que muitas vezes essas igrejas fazem o trabalho do poder público. Essas são as igrejas mais próximas das pessoas, resolvendo os problemas sociais da comunidade, muitas vezes, até ajuda econômica”.

O teólogo Ronilso Pacheco explica que “a presença da mulher evangélica no universo evangélico brasileiro é muito forte e muito significativa. Em muitas periferias, por exemplo, elas carregam a comunidade nas costas. É quem faz grande parte do trabalho, desde a cantina, a faxina, às ações sociais da Igreja”. Hoje, Vanessa diz “servir” a Igreja e se emociona ao relembrar do começo: “Eu tinha 19 anos e estava com a minha vida toda desestruturada. Conversei com a pastora Roberta e falei como estava a minha vida e eles me abraçaram”.

O universo pentecostal representa 60% dos evangélicos, de acordo com o Censo de 2010. Já a neopentecostal não entra na classificação por ser considerada “uma categoria sociológica que foi apreendida por pesquisadores, sendo somente suma forma de explicar as diversas fases do pentecostalismo no Brasil”, como explica Ronilso Pacheco. Das outras denominações, 18,5% são evangélicos de missão e 21,8 %, não determinados. As igrejas evangélicos de missão são as protestantes históricas, como as Luteranas, Batistas, Presbiterianas, Metodistas e Episcopais.

Luciana Barreto no especial “Evangélicos” (Foto: Divulgação)

Ivan é pastor e o único negro a ocupar o posto na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro: “É uma alegria fazer parte dessa história e sei que muitas pessoas ficam felizes por essa inclusão que a Igreja faz de aceitação e percepção de que há pessoas de valor e com capacidade de conduzir em todas as raças”.

Marco Davi está à frente da Nossa Igreja Brasileira, que faz parte do movimento progressista dentro da religião evangélica. Para ele, “a fé ela tem que se manifestar na história. Ela não é algo etéreo, abstrato. A fé tem que produzir transformação social e justiça social”. Ronilso explica que essas são igrejas que “se aproximam de uma perspectiva mais democrática, mais em defesa de direitos humanos, em respeito às liberdades individuais, à diversidade e à pluralidade da sociedade”.

O grupo Novas Narrativas é formado, em sua maioria, por jovens cristãos que também se conectam com essa vertente progressista. Somos “um movimento que quer construir espiritualidades plurais pra gerar transformação social”, explica Luciana Petersen, uma das integrantes.

Número de jovens evangélicos também aumenta nos últimos anos (Foto: Divulgação)

Entre os jovens evangélicos, a maioria faz parte das classes mais baixas e é filiada às igrejas pentecostais. Em uma pesquisa realizada em 2020, aproximadamente, 12,4 milhões de pessoas entre 16 a 24 anos se declararam evangélicos. E 13,7 milhões católicos. Os dados chamam a atenção. Como a proporção de católicos é maior que a de evangélicos, em poucas décadas poderemos também ter uma maioria evangélica entre os jovens brasileiros.

Sem a pretensão de trazer respostas, o programa levanta reflexões sobre o crescimento da religião evangélica no Brasil, que vem ganhando cada vez mais espaço e avançando em número de fiéis em um país historicamente católico.

Real Madrid vence como melhor equipe masculina e técnico na Bola de Ouro, mas Vini Jr. não é eleito o melhor jogador do mundo

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Foto: Reprodução/Real Madrid

Após uma série de polêmicas ao longo do dia, Vinicius Jr. ficou em segundo lugar entre os melhores jogadores do mundo na Bola de Ouro, em cerimônia realizada nesta segunda-feira (28), organizada pela France Football, em Paris. O atacante do Real Madrid era o favorito ao troféu do primeiro lugar, mas o vencedor deste ano é o meio-campista Rodri, do Manchester City e da seleção espanhola.

Um levantamento feito pelo ge.globo, revela que na temporada de 2023/2024, em 49 jogos, Vini Jr. fez 26 gols e 11 assistências, enquanto Rodri, em 63 jogos, fez 12 gols e 14 assistências. Neste mesmo período, o brasileiro venceu o prêmio de melhor jogador da Champions League, e o espanhol venceu como melhor jogador da Eurocopa.

Em conquistas coletivas, Vini venceu a Champions League, o Campeonato Espanhol e a Supercopa da Espanha, enquanto o Rodri levou a Eurocopa, o Campeonato Inglês, a Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes.

Durante o evento, o Real Madrid venceu o prêmio de melhor equipe masculina do ano e de melhor técnico de equipe masculina, com o Carlo Ancelotti. No entanto, ninguém compareceu para receber os troféus. 

Nesta manhã, o jogador e o time espanhol optaram por não ir ao evento como forma de protesto em relação à não nomeação como melhor jogador do mundo, depois de uma temporada muito expressiva.

Para parte da imprensa internacional, o jogador Vini Jr. teria sido penalizado por suas manifestações públicas e seu enfrentamento direto a episódios de racismo, o que poderia ter influenciado negativamente sua avaliação junto aos votantes.

Lamine Yamal é eleito o melhor jogador sub-21 do mundo pela Bola de Ouro

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Foto: Getty

Lamine Yamal, 17, atacante do Barcelona e atual camisa 10 da seleção espanhola, foi eleito o melhor jogador sub-21 da temporada 2023/24, durante a premiação da Bola de Ouro, promovida pela France Football, nesta segunda-feira (28), em Paris. Ele se tornou o primeiro atleta a receber o Troféu Kopa com menos de 18 anos. A categoria premia jogadores de até 21 anos. 

Na última temporada, somando os jogos pelo Barcelona e pela Espanha, o jovem de 17 anos atuou em 38 jogos, marcou 10 gols e 11 assistências.

O desempenho com a camisa da seleção espanhola, campeã da Eurocopa, foi decisivo para a premiação de Yamal. Ele também foi eleito o melhor jogador jovem do torneio e integrou a seleção da competição.

Outros novo jogadores também concorriam ao prêmio, entre eles, apenas um brasileiro, o atacante Savinho, que hoje joga pelo Manchester City, mas foi indicado pela sua temporada no Girona.

Ausência de Vinicius Jr e Real Madrid gera críticas à Bola de Ouro

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Foto: Getty Images/Divulgação
Foto: Getty Images/Divulgação

O atacante Vinicius Jr e o Real Madrid optaram por não comparecer à cerimônia de entrega da Bola de Ouro, promovida pela revista France Football, em Paris, nesta segunda-feira (30). A ausência do jogador brasileiro é interpretada por veículos internacionais, como o jornal espanhol Marca, como um protesto em relação à não nomeação de Vinicius Jr para o prêmio de melhor do mundo, apesar de sua temporada expressiva pelo clube espanhol.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa espanhola, o vencedor deste ano será o meio-campista Rodri, do Manchester City e da seleção espanhola. A decisão de privilegiar o espanhol ao invés de Vinicius Jr gerou críticas e alimentou debates sobre justiça nas escolhas da premiação, especialmente considerando o desempenho do brasileiro, que marcou 24 gols na temporada 2023/2024 e teve um papel fundamental no Real Madrid.

Jornalistas e analistas esportivos levantaram ainda outro ponto sensível: a postura combativa de Vinicius Jr contra o racismo nos campos da Europa. Para parte da imprensa internacional, o jogador teria sido penalizado por suas manifestações públicas e seu enfrentamento direto a episódios de racismo, o que poderia ter influenciado negativamente sua avaliação junto aos votantes.

Desde 2007, quando Kaká recebeu o troféu, nenhum brasileiro venceu a premiação da France Football. E, antes de Kaká, o último jogador negro a conquistar o título de melhor do mundo foi Ronaldinho Gaúcho, em 2006. O caso de Vinicius Jr reacende discussões sobre os critérios adotados na escolha do vencedor, bem como o papel da postura extracampo no reconhecimento de atletas que se destacam em campanhas pela igualdade racial e justiça social no esporte.

A cerimônia da Bola de Ouro acontecerá na capital francesa na noite de hoje, mas a ausência de um dos jogadores mais comentados da última temporada parece já antecipar o tom de insatisfação que ronda o evento.

Evento em São Paulo celebra os 40 anos de tombamento do terreiro de candomblé mais antigo do Brasil

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Imagem 1 -Ìyálòrìṣà Neuza Cruz do Terreiro da Casa Branca em Salvador_ Frame do filme O Corpo da Terra da cineasta Day Rodrigues

No dia 5 de novembro, o Sesc Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo, sediará um evento gratuito em homenagem aos 40 anos do tombamento do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, localizado em Salvador, Bahia, e reconhecido como o primeiro Monumento Negro do país pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) desde 1984. Fundado no século XIX, o Ilé Àṣẹ Ìyá Nasò Ọka é o primeiro terreiro estruturado para o culto aos Òrìṣà no Brasil e um marco na preservação e difusão das tradições afro-brasileiras.

O evento contará com a participação da Ìyálòrìṣà Neuza Cruz e da Èkejì Sinha, ambas ligadas à Casa Branca, e falas de personalidades como o Bàbálòrìṣà Alabiy Ifakoya, o Bàbá Gill Ominirò, da Ìwé Ìmọ e da Ẹgbẹ Ominirò Láàlú àti Ọ̀ ṣùn e o advogado e fundador do JusRacial, Dr. Hédio Silva Jr., além da arquiteta Gabriela de Matos, que abordará o impacto arquitetônico do terreiro como precursor na construção afro-brasileira. A mediação será da Ìyálòrìṣà Luciana de Ọya, e haverá uma performance de dança dedicada a Ṣàngó, com a bailarina Cibelle de Paula.

Outro destaque da celebração é o curta “O corpo da terra”, de Day Rodrigues, que aborda a relação entre o solo sagrado e a preservação ambiental. A cineasta explora a simbologia e as tradições do candomblé na defesa da natureza, destacando que, “sem folha não há orixá”. O filme foi exibido na Bienal de Veneza e propõe um olhar crítico para a continuidade do candomblé e a construção da identidade cultural brasileira.

“A celebração é essencial para solidificar a cultura afro-brasileira como patrimônio protegido pelo Estado”, ressalta o antropólogo Bàbá Gill Ominirò, enfatizando a importância de homenagens a essa história em outras capitais. Segundo ele, o tombamento da Casa Branca foi “um passo fundamental para o reconhecimento de um processo cultural negligenciado por séculos no Brasil”.

Apesar do reconhecimento institucional, o Terreiro enfrenta dificuldades. Para Bàbá Gill, “a violência institucional e a especulação imobiliária são problemas frequentes”. Um exemplo recente foi a demolição de uma construção que ameaçava o espaço sagrado, um processo conquistado após intensa mobilização com a participação de órgãos públicos e defensores do patrimônio.

Imagem – Festa de Oxóssi em 1985 Acervo Terreiro da Casa Branca

A Casa Branca também inspira o campo da arquitetura afro-brasileira, sendo modelo para outros terreiros e tema da exposição “Terra”, que recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza deste ano, com curadoria dos arquitetos Gabriela de Matos e Paulo Tavares. Para Matos, “o mato faz parte da espacialidade dos terreiros, conectando a arquitetura à terra e à espiritualidade”.

Serviço:
O quê: homenagem ao Ilé Àṣẹ Ìyá Nasò Ọka (Terreiro da Casa Branca) pelos 40 anos de tombamento pelo IPHAN
Quando: 05 de novembro de 2024, a partir das 19h30
Onde: Sesc Pompeia. R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo, SP.
Quanto: Grátis, ingressos: meia hora antes

Antropólogo brasileiro, Dagoberto José Fonseca, toma posse como membro correspondente da Academia Angolana de Letras

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O antropólogo Dagoberto José Fonseca, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), foi empossado no dia 24 de outubro como membro correspondente da Academia Angolana de Letras (AAL). A honraria reconhece sua extensa trajetória de pesquisa e cooperação com Angola, uma relação que Fonseca iniciou há mais de duas décadas.

Durante uma videoconferência organizada pela AAL, com o tema “Angola e Brasil: irmãos d’além mar”, Fonseca destacou a irmandade cultural entre os dois países. “Os escravizados trouxeram para o Brasil a cultura e a tradição dos reinos Ndongo e da Matamba, tornando-nos povos irmanados por valores civilizatórios”, afirmou.

“Para além das similitudes na forma de pensar, de falar e de sorrir e da proximidade culinária, dança e música, há também entre nós processos políticos similares”, pontuou o antropólogo que possui uma carreira dedicada ao fortalecimento das relações entre Brasil e Angola desde 2002, quando a Universidade Agostinho Neto, maior instituição de ensino superior do país africano, buscou a colaboração da Unesp para apoiar a reconstrução nacional no período pós-guerra.

A nomeação o coloca ao lado de grandes nomes da literatura e da intelectualidade angolana, como David Capelenguela e Amélia da Lomba. Além de Fonseca, a economista Sônia Jorge também será empossada pela Academia Angolana de Letras (AAL).

Afro Fashion Day comemora 10 anos e promete edição histórica em Salvador

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Foto: Lucas Assis

O Afro Fashion Day (AFD) deve celebrar uma edição histórica que marca os dez anos do evento e oficializa o início do Novembro Negro em Salvador. Com o tema “Música – Resgatando raízes e elevando vozes”, o evento acontece no o dia 1º de novembro, na Praça 2 de Julho, no Campo Grande, que será transformada em um espaço dedicado à moda, cultura e música negra, com atividades a partir das 11h e um desfile programado para as 18h.

Com o título de maior evento de moda negra do país, o AFD deste ano apresenta uma estrutura inédita. O palco, com 13 metros de largura, conta com uma passarela de 75 metros de extensão. “Como o tema deste ano está relacionado à música, pensamos em criar uma passarela de desfile que surgisse de dentro da boca de cena de um grande palco. Músicos e modelos compartilharão os mesmos espaços de apresentação, oferecendo um espetáculo dinâmico para o público do AFD”, explica Sandra Mazzoni, da GMF Arquitetos.

O evento promete surpreender com o tema “Música – Resgatando raízes e elevando vozes”, dividido em três blocos: Percussão Ancestral, Festiva e Contemporânea. Cerca de oito mil pessoas são esperadas para acompanhar as atividades, que incluem oficinas de música e moda, feira e exposições. Um destaque especial será o abraço simbólico ao Monumento ao 2 de Julho durante o ato final do desfile, homenageando a luta pela Independência do Brasil.

Do canteiro de obras às passarelas: modelo Peter Silva foi um dos destaques da SPFW

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Peter Silva em desfile para a marca João pimenta | Foto: Reprodução/Instagram

Destaque nos desfiles de oito marcas que exibiram suas coleções durante a São Paulo Fashion Week, que aconteceu entre os dias 16 e 20 de outubro na capital paulista, o modelo paulistano Peter Silva, de 22 anos, foi o terceiro no ranking de presença nas passarelas do evento, onde representou marcas como Ateliê Mão de Mãe, Dendezeiro, João Pimenta, Silvério, LED, Martins, Bold Strap e Normando.

Peter Silva desfilando para a Ateliê Mão de Mãe

Antes de chegar às passarelas, Silva trabalhava como ajudante de pedreiro, instalando bueiros em loteamentos residenciais. A virada em sua vida veio em 2020, quando venceu o concurso The Look of The Year, uma das competições de modelos mais prestigiadas do país, e assinou com a agência JOY Model.

Desde então, sua carreira ganhou impulso. Além de se destacar nos desfiles da SPFW, Peter Silva estrelou campanhas para grandes marcas e editoriais de moda, incluindo a versão internacional da revista Vogue. Seu nome tem atraído cada vez mais a atenção de agências e marcas estrangeiras, que enxergam no modelo uma nova promessa para o mercado fashion.

Diversidade na Infância: o caminho para uma sociedade mais inclusiva e saudável

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Foto: Freepik

Texto: Rachel Maia

O melhor e maior presente que uma criança pode e deve receber é que o seu direito de ser e existir como criança seja respeitado e praticado em todos os espaços. Um estudo sobre os traumas psicológicos na primeira infância e o desenvolvimento de transtornos mentais na vida adulta foi usado como mote para este texto.

Um trecho que vale ressaltar diz que os cuidados primários são essenciais para a estruturação psíquica e a aquisição de habilidades de regulação afetiva, capacidade reflexiva e autonomia. Vale lembrar que crianças se tornaram adultos e que traumas praticados na infância podem causar transtornos mentais, como mostra o artigo, publicado no portal da Atena Editora.

Os dados de crianças com depressão e transtorno de ansiedade têm crescido e o impacto dessa realidade afeta principalmente lares de crianças negras e famílias de baixa renda. Não é a primeira vez que falo aqui sobre saúde mental, mas noto a importância de focarmos na infância, para que em um futuro próximo essa pauta não tenha o peso que tem neste momento.

Quando uma criança se torna vítima de agressão, preconceito, violência física ou psicológica na primeira infância — que vai do zero aos seis anos de idade — por ser diferente do que a sociedade entende como normativo, ela está acometida ao sofrimento solitário e contínuo, uma vez que a sociedade não faz um movimento na base para discutir sobre o assunto e principalmente sobre a diversidade.

A escola, por exemplo, é o lugar que deveria ser referência na temática, mas, vejamos: a escola é a extensão da sociedade e com isso é também lá que se reproduzem comportamentos vivenciados nos lares. Crianças repetem padrões que evidenciam o contexto histórico do país, que não está aberto para conviver com outras maneiras de ser e existir —  estamos falando de crianças criadas por mães solo, negras, indígenas, frutos de relacionamentos homoafetivos, neurodivergentes ou com algum tipo de deficiência física.

Quando entendermos que todos têm direitos iguais perante a lei, as práticas nos meios serão condizentes com a pluralidade dos indivíduos que fazem parte dela. Ensinar aos futuros adultos — que por sua vez não nasceram racistas ou preconceituosos — que somos diversos e que isso só nos enriquece, fará com que a sociedade se aceite em sua totalidade. 

O preconceito, seja ele de raça, religião, gênero ou orientação sexual, na infância ainda é um tabu, tanto nas famílias quanto nas escolas. O impacto desse comportamento excludente e a falta de ações que solucionem estas demandas expõem as crianças a um risco da arquitetura cerebral com consequências como o transtorno do sono, irritabilidade, desenvolvimento do medo e piora da imunidade, conforme exemplifica o estudo sobre primeira infância e negritude do Centro de Liderança Pública (CPL) que se refere a crianças negras que são acometidas ao racismo.

Os relatos das famílias e de seus filhos que sofrem discriminação evidenciam que quem educa está potencializando as diferenças de maneira negativa e que esse tipo de comportamento não será mais tolerado. Hoje, há escolas, principalmente as particulares que têm predominância de alunos brancos (por conta da estrutura desigual), redesenhando as narrativas do convívio social, com o ingresso de alunos negros e o posicionamento dos pais, porém os fatos decorrentes nos sinalizam que ainda há muito que fazer. Lembrem-se: toda criança e adolescente é um sujeito de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, e demanda proteção integral e prioritária por parte da família, da sociedade e do Estado. Isso é garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal N° 8.069, de 13 de julho de 1990, regulamentada no artigo 227 da Constituição Federal.

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