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Idosa de 94 anos realiza sonho de usar vestido de noiva

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Foto: Reprodução.
Martha Mae Ophelia Moon Tucker se casou em 1952, mas, na época, mulheres negras não eram autorizadas a entrar em lojas de noivas

Martha Mae Ophelia Moon Tucker, de 94 anos, estava assistindo a um filme com sua neta, quando confessou um sonho antigo: experimentar um vestido de noiva. “Ela disse que nunca usou um vestido de noiva quando se casou”, disse sua neta, Angela Strozier.

Parece que os anos 50 do século XX não fazem tanto tempo assim, mas quando Martha casou, em 1952, pessoas negras não podiam entrar em lojas de noivas nos Estados Unidos. Fazendo com que o racismo atrapalhasse o sonho de Martha e de tantas outras mulheres negras de casarem de branco. Por este motivo, ela usou um vestido de sereia azul no dia de seu casamento com o amor de sua vida, Lehman Tucker Sr.

Dois dias depois de ouvir o desejo da avó, Angela e outros familiares levaram Martha Mae a uma loja de noivas. Martha Mae experimentou dois vestidos. Quando ela saiu e se viu no espelho, foi difícil conter a emoção de se ver realizando este sonho. “Sabe, nem consigo expressar o quão especial foi. Era muito especial ”, disse ela ao AL.Com “Há muito tempo que quero fazer isso, só vestir um desses”

Assista ao vídeo:

Muitos comentários na postagem reagiram à história racista dos Estados Unidos. “Vamos falar também sobre as costureiras negras que não tinham permissão para alugar espaço em áreas comerciais por serem negras. Não se trata de $$. A crueldade é o ponto. Eles querem que você seja constantemente lembrado de que você é menos do que eles. Eles precisam de constantes lembretes tangíveis e intangíveis”, disse uma seguidora.

“Minha avó Ella Mae Williams-Roberts fez seu próprio vestido de noiva. Ela costumava olhar nas vitrines das lojas de departamento em que não conseguia entrar e ir para casa costurar o que via (com melhorias)”, contou outra usuária.

“Eu tô na Globo, mas não tô fazendo a novela das 9”, diz Paulo Vieira sobre racismo e gordofobia

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Foto: Julia Rugai / Divulgação.

Entrevistado da semana no #Provoca, Paulo fala sobre a vontade de ser artista desde criança, síndrome do pânico e os lugares reservados a pessoas pretas e gordas na sociedade

O ator Paulo Vieira é o convidado desta terça-feira (13) do programa #Provoca. Na conversa com Marcelo Tas, ele fala, entre outros assuntos, sobre as dificuldades da pobreza e resistência da família, sobre sua vontade de ser artista desde criança, a síndrome do pânico e ansiedade da mãe e como é ser preto e gordo. A edição inédita vai ao ar a partir das 22h, na TV Cultura.

Tas pergunta ao humorista da dificuldade do pobre em entrar na vida artística, da resistência da família. “Eu acho que escolher é um privilégio (…) que, às vezes, o pobre não pode se dar. Principalmente quando você vem de uma realidade onde precisa sobreviver, garantir a sua e dos seus, resolver ser artista é uma decisão quase egoísta. Imagina que meu pai estava contando comigo para o futuro da família. Como é que eu falo que eu vou ser artista? É como… jogou todas as fichas dele no lixo”, explica.

Paulo Vieira fala também que lembra que desde os cinco anos chorava porque não estava na televisão. “Eu me lembro de ver um show que tinha a Angélica ou Tony Garrido com algumas crianças e chorar, sofrer e pensar: mais um ano que eu não estou na televisão. Todo programa Criança Esperança para mim era um sofrimento (…) então eu sempre soube que queria ser artista”, diz.

O humorista conta também no #Provoca sobre o ‘show da ansiedade’ com a sua mãe. “Eu queria ser ator sério porque eu pensava que a comédia era inferior. E quando a gente se mudou para o Tocantins, minha mãe tinha síndrome do pânico e a gente não tinha condições de pagar os remédios”. Segundo Paulo, a médica disse para a mãe que ela precisava tomar os remédios, mas a única coisa que ela podia aconselhar (o pânico vem antes da ansiedade), era que quando a mãe começasse a ficar ansiosa, para tentar pensar em outra coisa, se distrair. “E eu peguei essa missão para mim, de distrair a minha mãe. Quando ela começava a ficar ansiosa, eu imediatamente colocava um pano na cabeça, imitava minha vizinha, propunha brincadeiras (…) esse episódio com a minha mãe fez com que eu olhasse para a comédia com outros olhos, porque minha mãe foi parando de ter as crises de pânico e nunca mais teve. A comédia cura”, comenta.

Sobre ser preto e gordo, ele explica. “Eu tô na Globo, mas, por exemplo, não tô fazendo a novela das 9. Estou em num lugar que eu posso estar, né. Quando a pessoa escreve assim: Claudio entra e beija a sua esposa, automaticamente o Claudio não é gordo porque ele tem uma esposa. A gente passou por um processo que o gordo é assexualizado imediatamente. O gordo não beija, não trepa, não transa, sobretudo o preto gordo”, desabafa.

Cardi B presenteia a filha de três anos com colar de quase meio milhão de reais

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Foto: Reprodução.

Kulture, filha de Cardi B e Offset completou três anos no último sábado e teve uma festa com tema de princesa, com direito a entrada em um pônei fantasiado de unicórnio e tudo o mais, mas não ficou por aí. Em um jantar ontem à noite, a cantora presentou a filha com um colar de quase meio milhão de reais.

O colar, de Elliot Eliantte, todo cravejado em diamantes, tem cinco pingentes personalizados: a inicial da aniversariante, uma bolsa Hermès rosa, o logotipo da Chanel, Minnie Mouse e um coração. No site da loja, cada pingente aparece com preços que variam entre US$ 6.500 e US$ 10.000. Já o colar, em versões mais simples sem os pingentes, aparece por até US$ 27 mil. O que em reais, daria aproximadamente, R$ 405 mil.

No sábado, Offset presenteou a filha com um colar da Richard Mile, avaliado em US$ 250 mil, o que daria cerca de 1 milhão e trezentos mil reais.

Foto: Reprodução

Não é a primeira joia que Kulture ganha de presente da mãe. Em seu aniversário de um ano, a pequena também ganhou um colar de diamantes com personagens da série “Word Party”, avaliado em 100 mil dólares.

”A moqueca é um prato muito importante para nós, mais até que a feijoada” Chefe Aline Chermoula te ensina a fazer.

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Imagem: Aline Chermoula

Sua história tem base em técnicas nativas dos ameríndios, que foram se transformando em cada região e em muitas delas através das mãos de mulheres negras cozinheiras.
A origem do nome tem tantas variações quanto o próprio prato.
Vários documentos históricos da colonial, nos relaram sobre o nome que tem origem na palavra em tupi “moquém”, uma fogueira usada para defumar carne ou peixe, sobre a qual os índios assavam as carnes dentro de folhas de bananeira ou de palmeira. No livro “ A Arte Culinária na Bahia” Manuel Querino fala muito sobre a influência dos africanos na alimentação do Brasil. Inclusive fala sobre nossas moquecas.

Raul Lody afirma: “É um amplo e sensível olhar de Manuel Querino que traz as comidas que estão nas casas, nas ruas, nos tabuleiros, nas cozinhas sagradas dos Orixás, quando elas se relacionam numa complexa interação de significados e de sabores neste comer à baiana, que atesta soberania alimentar e nutricional”.

Lody também diz que sem dúvidas, Querino traz uma rica e diversa etnografia que revela os hábitos alimentares da Bahia, no final do século XIX e início do século XX, e, em especial, na cidade do São Salvador.

Querino mostra uma Bahia fortemente africana, mas também ibérica nas suas interpretações dos produtos da região, ou mesmo quando as misturam às receitas para reinventar sabores e ganhar uma identidade local.

Hoje em dia, existem até moquecas vegetarianas feita com bananas, coco e palmito e até mesmo as diferenciadas com ingredientes como camarão e siri. A maioria é acompanhada pelo pirão, feito com farinha de mandioca e o caldo de peixe.
A dica desta semana é utilizar uma boa panela de barro, uma pimenta aromática e sempre iniciar no fogo baixo e cozinhar todos os ingredientes de uma vez.

O calor acumulado, que harmoniza os temperos e deixa o prato com aquele gosto único. Você vai amar!

Moqueca de siri mole

Ingredientes

Siri:
100 ml de azeite
200g de cebola picada
25g de alho bem picadinho
100g de pimentão amarelo
600g de carne de siri
100 ml de molho de tomate temperado
80 ml de cachaça
450 ml de leite de coco
1 xícara coentro picado
pimenta-do-reino a gosto

Vinagrete:
200g de tomate picado sem semente
100g de cebola picada
5g de alho amassado com a faca
2g de gengibre ralado
3 Ramos de coentro
25g de pimentão vermelho em cubos pequenos
25g de pimentão amarelo em cubos pequenos
1 colher de sopa de salsa bem picada
3g de pimenta dedo de moça ou ½ pimenta picada em cubos
100 ml de azeite de dendê

Farofa de palmito pupunha:
50 ml de azeite de dendê
50g de manteiga
8g de alho
100g de cebola picada
100g de palmito pupunha picadinho bem miudinho
200g de farinha de mandioca
sal
Complemento:
Bananas da terra cozida


Aquecer o azeite, dourar o alho, colocar os pimentões e deixar cozinhar bem até os pimentões ficarem bem macios.

Acrescentar o siri, o molho de tomate, a cachaça e o leite de coco. Deixe em fogo brando, cozinhando lentamente, mexendo sempre para não grudar no fundo.

Finalizar adicione o coentro e acerte o sal e moa um pouco de pimenta do reino.





Farofa

Aquecer o azeite e a manteiga, refogar o alho, sem deixar dourar muito, e acrescentar a cebola que tem que ficar bem douradinha, quase queimadinha. Colocar o palmito pupunha e refogar rapidamente, deixar ele meio crocante.

Em seguida, acrescentar a farinha e deixar a farofa torrar bem devagar em fogo baixo, deixando dourar bem. Finalize com sal e salsinha.

 Vinagrete

Misture todos os ingredientes.

 

Montagem

Cortar a banana em cubinhos pequenos sem as sementes.

Em uma panelinha, coloque o siri no fundo e, em cima, um pouquinho da banana, farofa e vinagrete separadamente.




Moqueca da Banana da Terra
• 3 colheres (sopa) de azeite
• 1 cebola roxa cortada em rodelas
• 2 dentes de alho picados
• 3 bananas da terra maduras, descascadas e fatiadas
• ½ xícara (chá) de pimentão verde cortado em rodelas
• ½ xícara (chá) de pimentão vermelho cortado em rodelas
• ½ xícara (chá) de pimentão amarelo cortado em rodelas
• 2 tomates cortado em rodelas
• 2 colheres (sopa) de molho de tomate
• 2 colheres (sopa) de óleo de dendê
• 1 vidro de leite coco
• 1 pimenta dedo de moça sem sementes picada a gosto
• Cheiro verde ou coentro a gosto
• Sal a gosto
Modo de Preparo
Numa panela coloque o azeite e refogue a cebola e o alho. Coloque as fatias de banana, os pimentões e o tomate em camadas, junte o molho de tomate, o dendê e em seguida o leite de coco, a pimenta e o coentro. Deixe cozinhar em fogo baixo por 10 minutos. Pronto, só servir!


Moqueca cremosa de camarão
• 1,5kg de camarão-pistola
• 4 dentes de alho
• Suco de 1 limão
• Sal e pimeta-do-reino a gosto
• 6 colheres (sopa) de azeite
• 2 cebolas  raladas
• 2 tomates sem sementes
• 1 vidro grande de leite de coco (500ml)
• 1 xícara de coentro ou salsa
• 2 colheres (sopa) de azeite de dendê
• 1 lata de creme de leite
Modo de preparo
Tempere o camarão com o alho, o suco de limão, sal e pimenta. Em fogo médio, aqueça o azeite em uma panela, e adicione o camarão. Acrescente a cebola, o tomate e misture.
Quando estiver tudo cozido, acrescente o leite de coco, o coentro picado e o azeite de dendê. Desligue o fogo e adicione o creme de leite. Misture para encorporar e sirva, se desejar, decorado com ervas.

“Negras Cabeças”: exposição retrata a importância ancestral de penteados e adornos

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Foto: Divulgação.

Apresentação virtual e imersiva representa mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba

No mês em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a exposição Negras Cabeças apresenta digitalmente oito pinturas, da artista visual ILLI, Íldima Lima, que têm como propósito estabelecer uma conexão visual-ancestral, partindo de referências e registros históricos de mulheres de grupos étnicos que utilizavam penteados e adornos de cabeça para expressar aspectos pertinentes à sua cultura.

Na mostra, serão apresentadas pinturas de mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba. A exposição inova ao criar um ambiente de visitação imersivo em formato de game interativo, produzido pela empresa Ops Game Studio, com trilha sonora original de Filipe Castro. Os espectadores podem acessar a exposição através do site Negras Cabeças Art, que fica disponível até dezembro de 2021.

“É um olhar para a ancestralidade. Uma reverência às linguagens e tecnologias utilizadas por esses grupos para codificar mensagens através dos penteados, dos adornos, a fim de comunicar status e situações de interesse daqueles grupos, tendo se constituído com traços culturais definidores ao longo do tempo. Há um princípio nesses grupos em se fazer entender pelo que se vê e como se vê. A exposição é uma celebração dessas etnias”, relata Illi.

Em meio aos processos de reafirmação ancestral e temas de debates atuais e que são centrais na vida de mulheres negras, a exposição Negras Cabeças conversa diretamente com o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho, data que é um marco internacional de luta e resistência para reafirmar a luta contra o racismo e o sexismo vivido por mulheres negras.

A exposição é mais uma etapa de ações da artista visual Illi, que se propõe a contribuir para a ressignificação da imagem da mulher negra nas artes visuais. O objetivo é que o recurso digital estabeleça uma conexão com debates da sociedade atual, com temáticas de gênero, classe e raça, associadas ao fortalecimento das mulheres negras, sua apropriação estética, resgate ancestral, tendo como matriz simbólica a adoção do cabelo natural. 

A exposição se apresenta de forma inédita ao se utilizar da mecânica da gamificação para criar um elo entre o contemporâneo e o ancestral, a partir da criação de ambientes imersivos, com interação em primeira pessoa, concedendo ao visitante autonomia para explorar cada um dos 3 mundos criados pela artista, onde cada obra apresentada está contida em um cenário que reproduz o bioma onde aquela etnia vive/viveu. O recurso foi utilizado para favorecer a conexão do visitante com a realidade espacial de cada grupo étnico.

“A gente construiu um universo do zero e a proposta é que através do processo de gamificação, a exposição aconteça de uma maneira que o espectador tenha uma experiência de visitação em um processo imersivo. A ideia é que a exposição faça a pessoa se sentir dentro de um jogo com comandos de movimentação, como caminhar e girar, para que assim possa ter uma percepção completa do ambiente e interação com as obras”, conta Illi.

SERVIÇO

Negras Cabeças – Exposição virtual gamificada que retrata a importância ancestral de penteados e adornos de cabeça como linguagem para grupos étnicos

Data: De 29/06 a 30/12 

Acessar em: http://www.negrascabecas.art 

Adotando crianças negras: entenda como funciona a legislação brasileira

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Foto: Unsplash
  • Por Zaira Castro¹
    Jurista e Advogada

A  adoção é procedimento previsto na forma da Lei nº 8.069/1990, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que  teve aperfeiçoamento da sistemática a partir da  Lei 12.010/2009 visando a garantia do direito à convivência familiar a todas as crianças e adolescentes. Vale destacar, que a  adoção é medida excepcional e significa que um indivíduo assumirá como filho, uma criança ou adolescente nascido de outrem, de forma definitiva e irrevogável, somente quando esgotados os meios possíveis  de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, bem como quando os pais biológicos são desconhecidos, falecidos ou quando foram destituídos do poder familiar.

No entanto, um dos requisitos para quem deseja adotar é que seja  maior de 18 (dezoito) anos, e isso independe do estado civil. Além disso, conforme a lei  o adotante (aquele que adota a criança ou adolescente) deve apresentar uma diferença mínima de 16 (dezesseis) anos em relação à idade do adotando (aquela criança ou adolescente que é adotado). Todavia, se o adotante for um casal, apenas um dos dois, há de ser 16 (dezesseis) anos mais velho do que o adotando. E o adotando deve possuir  no máximo, dezoito anos à data do pedido.

O ECA também expressa que as gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude que é competente para conhecer os pedidos de adoção. Assim, o passo inicial para o interessado ou postulante em adotar é  procurar a Vara de Infância e da Juventude da região em que reside, onde serão fornecidas todas as orientações quanto à documentação a ser apresentada para dar entrada ao pedido de adoção.

E ainda é possível fazer um pré-cadastro antes de comparecer  à Vara da Infância e Juventude, através do site de Conselho Nacional de Justiça (CNJ), disponível no link https://www.cnj.jus.br/sna/, e após o preenchimento do respectivo pré-cadastro e provido do número de protocolo e da documentação, deve comparecer  a Vara da Infância e Juventude para prosseguir com os demais trâmites.

Contudo, para os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, de acordo o artigo 197-A do ECA, deverá apresentar uma  petição inicial na qual contenha a qualificação completa; cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;  cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;  comprovante de renda e domicílio;  atestados de sanidade física e mental, entre outros documentos como antecedentes criminais.  E cabe ressaltar, que após a entrega da documentação, a equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, elabora um estudo psicossocial, que se dará através de uma entrevista para avaliar a capacidade  dos postulantes à adoção para o exercício de uma paternidade ou maternidade responsável.

Em seguida destaca-se a obrigatoriedade da participação dos postulantes à adoção em programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio da equipe técnica responsável pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a referida Justiça, e que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos, observando que algumas Comarcas recomendam a realização do curso anterior à entrega da documentação.

Nesse contexto, importante destacar, a necessidade proeminente de um curso que promova à adoção inter-racial, já que conforme dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA), no relatório total de 46.390 (100,00%) pretendentes cadastrados,  6.490 (13.99%) dos postulantes aceitam crianças da raça branca, e somente 360 (0.78%) postulantes cadastrados à adoção aceitam crianças da raça negra. Portanto é notória que a questão racial permeia o procedimento de adoção, considerando que os interessados em adotar preferem crianças da raça branca, assim culminando na discriminação racial tão balizada no racismo estrutural e institucional. Até o próprio sistema de cadastro de adoção já expôs que apenas 8% das crianças e adolescentre negros são adotados. Muitos dos postulantes à adoção já manifestam os seus critérios e a sua preferência da raça da criança tão logo  na entrevista e/ou documentação inicial já que todas as informações irão constar no cadastro de adoção, e visando essa situação, que algumas Comarcas direcionam primeiramente a realização do curso, que segundo a interpretação normativa promove à adoção inter-racial, haja vista diminuir o racismo no processo de adoção. 

Entretanto, após certificação do mencionado programa, o processo é encaminhado ao Ministério Público para apreciação e posteriormente a Autoridade Judiciária (Juiz) determina a juntada da avaliação psicossocial, designa audiência de instrução e julgamento, quando se aplica o caso e posterior sentença. E caso não exista diligências, e sendo  a sentença favorável o postulante será inscrito nos cadastros do registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. Nesse ínterim,  a convocação do postulante  para a adoção é realizada  de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis, além dos critérios indicados pelos os postulantes à adoção.

A priori, após informações devidamente cruzadas, a Vara da Infância e Juventude segue com a  adoção precedida de estágio de convivência observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso, assim como acompanhada pela equipe interprofissional técnicos a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, visando a garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório sobre a  conveniência do deferimento da medida. E destaca-se que o vínculo da adoção dar-se-á por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado, e por fim a adoção definitiva  somente produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença.

Portanto, ao refletir sobre o processo de adoção no Brasil, a primeira coisa  que  se vislumbra  é o  racismo, para além dos dados apresentados pelo Cadastro Nacional de Adoção, mas  ao lembrar das crianças em abrigos e casas de acolhimento, também existe o fator idade, pois a maioria dos postulantes à adoção deseja uma criança com idade entre zero e 5 anos, o que dificulta a adoção de adolescentes especialmente ao  somar ao fator raça, então temos a questão racial significativamente estrutural, inclusive na dinâmica da relação social  atravessada no processo de adoção, no qual os corpos negros foram subjugados à opressão.

Além disso, os processos de adoção por vezes são morosos, o que demonstra que apesar de alguns avanços, através da atualização da lei, e a criação do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) criado em 2019 junto ao Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e do Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA), com o objetivo de auxiliar a elaboração e o monitoramento de políticas judiciárias, regulamentado pela Resolução nº 289/2019 deste Conselho, assim como projetos como “mãe legal”, “ação cidadã ame e adote” e “dia do encontro que incentiva a adoção tardia”, entre outros, ainda há muito que avançar sobre o procedimento de adoção, especialmente referente à discriminação racial.

Por fim, ao repensar muito referente  às crianças e adolescentes negras  que perpassam o trâmite da adoção, inclusive a inter-racial, lembro do trecho de Frantz Fanon em  Pele negra, máscaras brancas, “Cheguei ao mundo pretendendo descobrir um sentido das coisas, minha alma cheia de desejo de estar na origem do mundo, e eis que me descubro objeto em meio aos outros objetos. Enclausurado nesta objetividade esmagadora, implorei ao outro. Seu olhar libertador, percorrendo meu corpo subitamente livre de asperezas, me devolveu uma leveza que eu pensava perdida e, extraindo-me do mundo, me entregou ao mundo. Mas, no novo mundo, logo me choquei com a outra vertente, e o outro, através de gestos, atitudes, olhares, fixou-me como se fixa uma solução com um estabilizador. Fiquei furioso, exigi explicações… Não adiantou nada. Explodi. Aqui estão os farelos reunidos por um outro eu.”

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“É importante fazer uso de filtro solar dentro de casa e no frio”, explica Dr. Fred Nicácio

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Hormônios, acnes, foliculite, feridas. Nossa pele negra tem manchas de várias origens que podem ser potencializadas pela radiação da luz. Muitas pessoas se baseiam em dois erros em relação a pele mais escura. O primeiro é que peles negras não precisam de proteção e o segundo somente a luz Sol é a vilã. A luz da lâmpada e até da tela do computador, também podem deixar suas manchinhas mais escuras, ou seja, o temido melasma.

Conversamos com o Dr. Fred Nicácio sobre a necessidade proteger a pele mesmo durante o isolamento social onde passamos boa parte do tempo dentro de casa.

“É muito importante fazer o uso e a reaplicação do filtro solar em casa e mesmo em tempos nublados ou frio.  O fator proteção solar adequado deve ser acima de 30. Os danos causados pela luz visível, que é a luz branca são os foto-danos que são bem menores do que os causados pela pela radiação ultravioleta que é a luz invisível do Sol está”, explica o médico que destaca que mesmo sendo uma interferência menor, a luz artificial também aumenta as manchas.

E por que manchamos mais? Dr. Nicácio conta para gente. “Nós pessoas negras temos tendências a fazer em hiperpigmentação, que são essas manchas onde qualquer tipo de lesão em inflamatória pode ser uma espinha, um corte , tende a ficar muito mais escura em pessoas negras.  Isso é causado devido uma proliferação da melanina no corpo e aí uma desorganização dessa produção causa a hiperpigmentação”.

Se você tem alguma predisposição que favoreça as manchas invista em um bom protetor solar para o rosto e corpo. Não se esqueça das mãos que também ficam expostas para quem dirige e também dê atenção aos lábios grossos que tem pele bem mais fina que o resto do corpo.

Quem tem medo de ficar com a pele cinza ao escolher o protetor solar com cor, pode optar para um sem cor, mas a boa notícia é que cada vez mais as marcas entenderam a diversidade de tom da pela negra. Confira alguns produtos.

1) Protetor Solar FPS60 ( Sallve) R$ 59,90 2) Protetor Solar Facial Renew Advance Matte com Cor Anti-Idade da Avon R$ 38,90 3)Garnier SkinActive Uniform & Matte Vitamina C R$ 39,90 4) Mantecorp Episol Color FPS 30 R$ 72,90

Movimento Black Money dá cinco dicas para pessoas pretas que querem investir

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A quantidade de pessoas pretas investindo seu dinheiro e abrindo o próprio negócio é cada vez maior (felizmente). Pensando nisso, o Movimento Black Money preparou algumas dicas para quem está pensando em iniciar a jornada como investidor e assim diminuir os riscos que a empreitada costuma envolver.

Imagem: : Gustavo Fring/Pexels

1. Coloque ordem em suas finanças

O ponto de partida da jornada de um investidor é assumir o controle das suas finanças. Isso inclui não apenas saber o quanto se ganha e o quanto se gasta, mas também o como o dinheiro tem sido utilizado. Colocando as contas na ponta do lápis, fica mais fácil encontrar os gastos desnecessários, que podem ser reduzidos ou até mesmo eliminados. Além de conhecer melhor a sua rotina financeira, essa organização ajuda a manter a disciplina que será exigida na gestão dos investimentos. 

2. Use o Fundo De Emergências somente para emergências

Uma das regras básicas de todo investidor é ter uma reserva de emergência. Ela é o porto seguro das finanças, o refúgio para quando algo inesperado acontece. É fundamental que ela conte com um montante suficiente para sustentar seus gastos habituais por um período mínimo de 6 a 12 meses, caso perca sua fonte de renda de forma repentina. 

Apesar de ele precisar estar disponível para ser resgatado a qualquer momento, é essencial que ele seja o último recurso. Apenas casos extremos, como a perda de um emprego, ou a necessidade de uma reforma urgente na casa são elegíveis, e sempre que for utilizado, o valor deve ser reposto o quanto antes. 

Google for Startups investe em 8 startups de fundadores ou líderes negros
Imagem: Google for Startups

3. Entenda o investimento como prioridade

Ao começar a investir, é importante compreender que o investimento é uma das prioridades da sua nova vida. Isso significa que não se deve aplicar o que sobra no fim do mês, mas sim, gastar o que sobra depois de aplicar e pagar as contas. Parece simples, mas é essencial que essa ordem seja estabelecida na sua mente, pois é ela que garante que seus planos não sejam sabotados por você mesmo. 

4. Tenha paciência para começar a investir

Você já deve ter ouvido aquele ditado que diz que a pressa é inimiga da perfeição. Bom, no mundo dos investimentos, a pressa pode se transformar em prejuízo financeiro e ninguém quer perder dinheiro, não é mesmo?

Os investimentos se sustentam em um tripé formado pelo tempo, rendimento e risco. Os três elementos estão sempre em equilíbrio e qualquer oferta que tire essa estabilidade tem grandes chances de ser uma cilada. Então, saiba que se você tem pressa, ou vai ter que assumir mais riscos ou vai perder em rendimentos. O melhor é sempre agir com calma e tranquilidade.

5. Não coloque todo o seu dinheiro em um lugar só

A diversificação da carteira de investimentos é outra premissa fundamental de um bom investidor. Por mais vantajoso que seja um investimento, ele não deve concentrar todo o seu dinheiro. Afinal, nunca se sabe o que pode acontecer de um dia para o outro, principalmente no mercado de capitais, e isso pode afetar os títulos tanto de forma positiva quanto negativa. 

Ao variar nos tipos de investimento, você aproveita melhor cada um deles e evita grandes perdas caso algo aconteça. É uma forma de se resguardar e, ao mesmo tempo, de obter melhores rendimentos. 

Como você pôde ver, os cuidados que devem ser tomados por quem deseja começar a investir são simples, mas muito importantes. Cada um deles vai te ajudar a alcançar seus objetivos de forma mais rápida e com menos riscos. Então, pense bastante em cada dica e boa sorte!

Movimento Negro Unificado abrirá queixa-crime contra Bolsonaro após novos comentários racistas

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O Movimento Negro Unificado (MNU), irá ingressar com queixa-crime contra o presidente Jair Bolsonaro em razão de comentários racistas proferidos ao final de sua live que foi ao ar ontem, (8) quinta-feira. Na saída do Planalto, acompanhado de um apoiador negro que usa cabelo estilo black power, diante de apoiadores e microfones de câmeras de TV e rádio, Bolsonaro pronunciou frases associando o corpo negro a barata, piolho e imundície.

Em uma das frases dirigidas ao apoiador, Bolsonaro afirmou,aos risos: “Olha o criador de baratas aqui. Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos os seus piolhos”. Em seguida acrescentou: “Tu lava (sic) esse cabelo quantas vezes por mês?”, ao que o rapaz retificou “Por mês não, por semana”. Essa conversa foi similar a uma conversa que ele teve com o mesmo apoiador meses antes. O seguidor alegou que “não é um negro vitimista” e que “nada o difere de uma pessoa branca”.

Estou vendo uma barata', diz Bolsonaro a apoiador com cabelo black power -  06/05/2021 - Cotidiano - Folha
Imagem: Reprodução

O presidente já fez declarações racistas antes. Em 2017, numa palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, Bolsonaro referiu-se expressamente aos quilombolas como vagabundos, inúteis, incapazes sequer de procriar e cujo peso deve ser medido em arrobas (unidade de peso utilizada para animais). Nesse caso, por maioria, a 1ª Turma do STF entendeu que não houve crime de racismo.

Segundo os advogados do MNU, Hédio Silva Jr, Wanderson Pinheiro e Sílvia Souza, uma mensagem com este conteúdo, veiculada pelo YouTube e por meios de comunicação, propaga um conteúdo criminoso à medida em que induz e incita os receptores a associarem o corpo negro à insetos e falta de asseio.

.Os advogados estão confiantes, baseados nas reiteradas assertivas racistas e homofóbicas de Bolsonaro, de que desta vez o STF irá determinar abertura de inquérito por crime de racismo.

Bolsonaro ficou por cerca de 1 hora no chamado “cercadinho” e disse aos apoiadores que estava com agenda livre enquanto fazia piadas de gosto duvidoso e atacava o PT e os trabalhos da CPI. Bolsonaro também fez piadas misóginas e fez oração com os integrantes do cercadinho.

Narrando as últimas 24 horas de vida de um jovem negro, Fruitavale Station é dramático e envolvente

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Em janeiro de 2009, nas primeiras horas daquele ano, Oscar Grant, homem negro de 22 anos de idade foi baleado e morto por um policial na Estação de metrô Fruitvale Station, Oakland. É com as imagens reais desse assassinato que o longa estrelado por Michael B Jordan começa.

10 filmes com spoilers no nome - Tediado
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“Fruitvale Station” é o primeiro longa-metragem dirigido por Ryan Coogler, que viria a dirigir ‘Pantera Negra’ e ‘Creed’ (ambos com B Jordan) e foi premiado em diversos festivais independentes pelo mundo. O filme acompanha as últimas 24 horas de vida de Grant e nos oferece um um retrato doloroso do quanto a sociedade norte-americana continua a repetir ciclos de racismo e violência policial.

Grant liga para mãe,Wanda, interpretada por Octavia Spencer, beija a namorada,recebe ligação da irmã que precisa de ajuda, fala com os amigos, tenta recuperar o emprego e tenta não cair na de vez no mundo da compra e venda de drogas ao mesmo tempo que está precisa  ser pai de uma criança que não tem como sustentar. Um dia normal na vida de muitos jovens pretos sem boas oportunidades.

A história de Oscar Grant, infelizmente, é de uma familiaridade universal até hoje e Ryan Coogler fortalece a intimidade com o personagem de Jordan por meio do uso de uma câmera nervosa, que faz com que o filme pareça um documentário. O tom dramático ganha poder com as excelentes atuações de Octavia Spencer  (‘Histórias Cruzadas)  e Jordan (‘Creed‘).

Octavia traz para sua Wanda a compreensão maternal de uma mãe que teme por seu filho e o ama incondicionalmente. Se o filme tivesse tido lobby de um grande estúdio na época, ela poderia ter levado o Oscar sem risco de injustiça aos outros concorrentes. Mas é Michael B Jordan que apresenta aqui uma das melhores atuações da carreira. Natural em todas as reações. Dos rompantes de fúria às dúvidas, o ator, na época com 26 anos, mostra talento artístico digno de veterano e segura bem a trama, que em alguns momentos apela para manipulação emocional dispensável. Essa tentativa de levar o espectador para o caminho da comoção por meio de algumas cenas como mostrar o personagem chorando por um cachorro atropelado se mostram desnecessárias, uma vez que a história real, por si só, já é forte e comovente.

Octavia spencer
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A meia hora final da projeção é intensa e difícil não chegar às lágrimas com o desfecho. Quando Oscar e seus amigos chegam na famigerada estação não tem como torcer para um final diferente ainda que se saiba o que vai acontecer. A vontade é de tentar mudar o mundo real por meio da tela. A aparição truculenta dos policiais faz com que a apreensão se misture com a raiva e Jordan imprime no olhar o medo que provavelmente Oscar sentiu em seus últimos momentos de vida. A atuação sofrida, mas sem exageros de Spencer são de cortar o coração. 

“Fruitvale Station” é envolvente e dramático. Ao fim sobra o nó na garganta e a infelicidade de saber que nada mudou desde a morte de Oscar Grant

Disponível no Amazon Prime Video.

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