Home Blog Page 91

Chef Bê conquista R$ 150 mil no Shark Tank Brasil para investir na TupiOcas Tapiocaria Gourmet

0
Foto: Divulgação/Shark Tank BR

Benício Paiva, mais conhecido como Chef Bê, fundador da TupiOcas Tapiocaria Gourmet, é um dos destaques da 9ª temporada do Shark Tank Brasil — versão brasileira do reality show norte-americano que apoia grandes ideias de negócios. No programa, o chef apresentou sua marca de tapiocas saborizadas e garantiu um investimento de R$ 150 mil dos investidores Monique Evelle e Sergio Zimerman, em troca de 40% de participação na empresa. O episódio, que será exibido no Sony Channel em 15/11, às 22h, e já está disponível no YouTube.

Empreendedor trans e afroindígena, Bê Paiva iniciou sua jornada vendendo tapiocas nas ruas de São Paulo e hoje comanda uma empresa inovadora que é pioneira na produção de tapiocas saborizadas com ingredientes ancestrais e naturais, como cúrcuma, beterraba e spirulina. A iniciativa não só oferece sabores únicos e alimentos saudáveis, como também promove um impacto social relevante ao priorizar a contratação de pessoas trans e negras. O negócio se alinha a quatro Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU: erradicação da pobreza, fome zero e agricultura sustentável, trabalho decente e crescimento econômico, e redução das desigualdades.

A história da TupiOcas remonta à infância de Benício, quando aprendeu a fazer tapiocas com sua mãe, utilizando os poucos ingredientes disponíveis. Sua busca por uma vida melhor e o desejo de ajudar sua família o levaram a São Paulo, onde, após uma trajetória no mercado tradicional, ele fundou o próprio negócio. 

“A TupiOcas é, sobretudo, um movimento que demonstra que um homem trans afroindígena pode liderar uma empresa de sucesso, levando inovação e respeitando a ancestralidade”, afirma.

Atualmente, a marca oferece mais de 30 sabores de tapiocas e pacotes de massas prontas. As tapiocas recheadas, disponíveis em tamanhos pequenos e grandes, têm preços médios de R$22, enquanto os pacotes de 500g das massas são vendidos por R$25.

Com sua participação no Shark Tank Brasil, o chef pretende expandir ainda mais sua empresa. “Queremos aumentar o faturamento em 70% e lançar nosso e-commerce para atender todo o Brasil”, ressalta.

Além disso, o empreendedor visa, ainda em 2024, iniciar a exportação de suas massas de tapioca para o mercado internacional. “Quero que o mundo conheça nossa iguaria indígena, oferecida com orgulho por um homem trans afroindígena que carrega com amor a ancestralidade do povo Caeté”, conclui.

Peça dirigida por Vilma Melo celebra os 127 anos do Morro da Providência com apresentação gratuita

0
Foto: Bruna Manso

Novembro marca a celebração dos 127 anos do Morro da Providência (RJ), e para comemorar essa data especial, o Instituto Entre o Céu e a Favela lançará um novo projeto cultural. No dia 16 de novembro, às 19 horas, o grupo Bando Teatro Favela, idealizado pela atriz e empreendedora social Cintia Santana, apresentará gratuitamente o espetáculo “Ninguém Toma Providência”. A apresentação, com classificação livre, acontecerá no Muhcab – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, localizado na Gamboa.

A peça escrita por Adalberto Neto e dirigida por Vilma Melo, traz a história do Morro da Providência entrelaçada à vida de seus moradores na contemporaneidade. Juntos, eles transitam pelas trajetórias de sete personagens que são facilmente encontrados não só na Providência, mas em muitos territórios periféricos do Brasil.

Segundo a sinopse, os atores narram as belezas e desafios que moradores de favelas enfrentam cotidianamente e desvelam o Brasil profundo, repleto de questões sociais que precisam ser debatidas e combatidas. O fazem com humor e seriedade, abrindo caminhos para que sejam lançados olhares para uma população que precisa ser vista e ouvida de forma humanizada e inclusiva. Apresenta um olhar de dentro pra fora, fortalecendo os saberes e fazeres de territórios marginalizados, em que as vozes periféricas ganham centralidade no discurso.

“É muito pertinente lembrar que somos a primeira favela da América Latina e sempre me perguntei por qual motivo nossa história não é contada. Porque tudo tem várias versões, quem mora aqui no morro não sabe que é da primeira favela, mas também compreendi que existe uma invisibilidade social das pessoas que moram nas favelas e acredito que o teatro pode ajudar nisso. Por isso convidei o Adalberto para escrever o texto, conversamos muito sobre a história daqui, pesquisamos e o texto vem com humor, leveza, mas também com críticas ao sistema. Vamos colocar em cena as histórias contadas pelos seus, aqueles que muitos fingem não ver”, conta Cintia.

Bia Souza fala sobre a importância do amor próprio: “transformou a minha visão em relação a mim mesma”

0
Foto: Marcelo Barretto/Agnews

A judoca Beatriz Souza ganhou destaque mundial após conquistar a primeira medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Além do seu reconhecimento no judô, o seu marido, Daniel Souza, também ganhou o coração do público, ao se mostrar sempre empolgado com as vitórias da esposa nas redes sociais, durante as Olimpíadas. 

O casal do momento demonstra muito afeto e cuidado um com o outro, mas antes se tornarem essa referência de amor negro, Bia relata que é preciso primeiro ter amor próprio. 

“Eu acho que pra gente se permitir ser amado, pra gente saber o que é amor, a gente precisa se amar, em primeiro lugar. E por um bom tempo, quando estava na minha adolescência, eu meio que não sabia o que era isso, por conta que eu tinha algumas questões em relação ao meu corpo, ao meu tamanho, me comparava muito com as meninas nas quais eu andava, das minhas amizades”, disse a medalhista em entrevista ao Mundo Negro. 

“Depois de um tempo eu aprendi que eu precisava amar o meu corpo, precisava amar a minha ferramenta de trabalho, precisava me enxergar com outros olhos, e a partir disso foi transformando a minha visão em relação a mim mesma, a minha força, ao meu tamanho, principalmente no judô, né?”, completa.

“E nisso encontrei o Daniel, quem me ama exatamente do jeitinho que eu sou, mas acho que nada disso teria acontecido se eu não tivesse aprendido a me amar em primeiro lugar”, conta Bia Souza, inspirando outras mulheres. 

Recentemente, a campeã olímpica foi homenageada na 3ª edição do B.O.D.Y. (Body Open Define You), movimento de autoaceitação que promove discussões sobre a vivência da mulher na sociedade. 

Além de ter sido premiada no evento, Bia também participou como painelista com Cleo Pires, Thay OG e Assucena no painel ‘Dona de si: ditando a própria trajetória’, que foi mediado por Ju Ferraz, idealizadora do movimento. O talk, que foi um dos destaques da programação, discutiu as possibilidades de transformação do futuro para as mulheres e a importância de assumir a autoria de suas próprias narrativas.

Nele, Bia contou um pouco de sua trajetória, com ênfase para a fase de doze para treze anos quando saiu da casa dos pais, após o convite de um clube, para se dedicar ao treino do judô. E se emocionou ao falar do falecimento de sua avó um mês antes das Olimpíadas.

“Foi algo que mexeu muito comigo, porque ela foi uma das pessoas que sempre me apoiou. E quando eu soube que ela faleceu, de alguma forma eu queria mostrar para ela que todas as vezes que eu escolhi o judô e priorizei minha carreira, era porque iria valer a pena. Eu queria fazer ela se orgulhar de mim de alguma forma”, relatou. 

A escolha da peruibense para ser homenageada nesta edição se deu por sua representatividade nos Jogos de Paris. Além de conquistar a primeira medalha de ouro do Brasil no judô, Bia foi a primeira brasileira estreante a ser campeã olímpica em uma prova individual. Com sua trajetória, Bia demonstra que o corpo de uma atleta não precisa seguir padrões pré-estabelecidos. 

Kamala Harris e Usher lideram lista de homenageados no Ebony Power 100 como Ícone e Visionário Global

0
Foto Kamala Harris: Brian Cahn/Zuma Press | Foto Usher: Getty

A revista norte-americana Ebony anunciou uma lista de homenageados de peso para o EBONY Power 100 de 2024, premiação que celebra lideranças negras em diversas áreas. Entre os destaques, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, foi nomeada Ícone do Ano e o cantor Usher será homenageado como Visionário Global.

Harris, filha de ativistas do Movimento pelos Direitos Civis dos EUA, falou sobre a importância do reconhecimento: “Como filha de pais que foram ativos durante o Movimento pelos Direitos Civis, há muito tempo sou inspirada por heróis como Thurgood Marshall — os mesmos heróis que enfeitaram as páginas da Ebony — estou honrada e humilde por ser reconhecida como o Ícone Ebony do Ano de 2024”, afirmou a vice-presidente, que perdeu às eleições presidenciais na última quarta-feira, 6.

Outras personalidades também foram celebradas por suas contribuições. O cantor Usher, ícone da música R&B, foi nomeado Visionário Global do Ano. “Depois de mais de trinta anos como artista, sinto-me honrado por ser continuamente reconhecido de maneiras monumentais”, declarou o artista. “Este prêmio não é só para mim – é para a cultura que construímos juntos.”

Cynthia Erivo, atriz e cantora no elenco da produção “Wicked” da Universal Pictures, foi agraciada com o título de Pioneira do Ano. Já a Dra. Kimberlé Crenshaw, jurista e professora, recebeu o Prêmio Humanitário. A marca de uísque Uncle Nearest, de crescimento acelerado nos Estados Unidos, foi reconhecida como Empreendedor do Ano, e Da’Vine Joy Randolph recebeu o People’s Choice Award, única categoria votada pelo público.

Eden Bridgeman, CEO da Ebony, destacou a importância dos homenageados. “Cada um deles representa o auge da conquista em seus campos. De artistas extraordinários como Usher e Cynthia Erivo a líderes que quebram barreiras, como a vice-presidente Harris, esta celebração é um tributo à excelência negra e uma inspiração para futuras gerações”, afirmou Bridgeman.

O evento de premiação será realizado no Nya Studios West, em Los Angeles, no dia 17 de novembro, com apresentação dos comediantes Michelle Buteau e Tone Bell. A noite contará com performances dos músicos Durand Bernarr e Coco Jones, prometendo ser uma celebração de excelência e protagonismo negro.

Autores premiados Itamar Vieira Junior e Jeferson Tenório lideram Clube de Leitura CCBB 2024 no mês da Consciência Negra

0
Foto Itamar Vieira Jr.: Divulgação/CCBB | Foto Jeferson Tenório: Diego Lopes / Feira do Livro de Porto Alegre

Em novembro, mês da Consciência Negra, que celebra a memória de Zumbi dos Palmares e reforça a luta antirracista no Brasil, o Clube de Leitura CCBB 2024 traz uma edição especial com os autores Itamar Vieira Junior e Jeferson Tenório, ambos premiados e reconhecidos por suas obras que abordam as complexas realidades do racismo estrutural no país. Juntos, eles participam de uma conversa com leitores, no dia 13 de novembro, às 17h30, na Biblioteca Banco do Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, com entrada gratuita.

A conversa também contará com a participação da poeta e escritora Elisabeth Manja, ampliando o espaço para discussões sobre o papel da literatura na reflexão sobre questões sociais, levantando um debate acerca de problemas basilares enfrentados pelos brasileiros relacionados à herança do patriarcado e à história de séculos de escravização.

Itamar Vieira Junior, autor do aclamado Torto Arado, comentou sobre sua satisfação em estar ao lado de Jeferson Tenório no evento: “Estou muito feliz de estar com Tenório neste evento e encontrar leitores para conversar um pouco sobre nossas escritas”. Sua presença vem em um momento significativo, já que Salvar o Fogo, seu mais recente romance, foi indicado ao 66º Prêmio Jabuti, consolidando-o como um dos maiores nomes da literatura contemporânea. Torto Arado, vencedor dos prêmios Leya, Jabuti e Oceanos, conta a história das irmãs Bibiana e Belonísia no sertão baiano e apresenta, com lirismo e força narrativa, a luta por sobrevivência e resistência em um país marcado por desigualdades históricas.

Ao lado dele, Jeferson Tenório, autor de O Avesso da Pele, um romance que já conquistou o Prêmio Jabuti na categoria “Romance Literário”, explora a questão racial e a violência de um Brasil marcado pela desigualdade. Com uma prosa sensível e poderosa, Tenório traz à tona a história de Pedro, um jovem que, após a morte do pai, busca entender suas raízes e os desafios enfrentados pela população negra. O Avesso da Pele é um testemunho contundente sobre a identidade negra e o fracasso do sistema educacional brasileiro, aspectos que o autor coloca com profundidade e empatia.

Para a curadora do Clube de Leitura CCBB, Suzana Vargas, Itamar e Tenório representam “vozes essenciais para entendermos as heranças de Zumbi no Brasil de hoje”. Ela destaca que as obras dos autores, situadas em contextos distintos, dialogam com as questões mais urgentes do país: “Eles nos mostram a face brutal de um Brasil onde a abolição da escravatura pouco significou em termos de justiça social.”

O evento será transmitido ao vivo no canal do YouTube do Banco do Brasil, e as edições anteriores estão disponíveis online, reafirmando o compromisso do Clube de Leitura CCBB 2024 em trazer ao público vozes que desafiam o status quo.

Tribunal do Júri absolve policial no caso Ágatha Félix, cinco anos após o disparo fatal

0

Cinco anos após a morte da menina Ágatha Félix, o policial militar Rodrigo José de Matos Soares foi absolvido das acusações de homicídio pelo júri popular. Ágatha, de apenas 8 anos, foi atingida por um disparo de fuzil em 2019 enquanto estava com a mãe em uma Kombi na comunidade da Fazendinha, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

O julgamento ocorreu no 1º Tribunal do Júri no Centro do Rio e durou mais de 12 horas, com a decisão sendo anunciada na madrugada deste sábado (9). A absolvição causou revolta nos familiares da menina, que acompanhavam o processo. A tia de Ágatha expressou sua indignação com a decisão, dizendo: “Eu tô com ódio, com ódio”, evidenciando o impacto emocional da decisão judicial na família.

Durante o julgamento, o júri reconheceu que Rodrigo Soares foi o autor do disparo que matou Ágatha, mas considerou que ele agiu sem intenção de matar, o que resultou em sua absolvição. No entanto, ao longo do processo, a mãe de Ágatha, Vanessa Sales, compartilhou o trauma ao relembrar o momento em que sua filha foi atingida: “Eu não estava entendendo. Aconteceu um barulho que parecia uma bomba e ela gritando ‘mãe, mãe, mãe’. Eu falando ‘filha, calma’. E até hoje quando eu chego em casa e tenho aquele sentimento assim de que tá faltando.”

A defesa de Rodrigo Soares alegou que ele atirou ao confundir uma esquadria de alumínio carregada por um homem em uma motocicleta com uma arma de fogo. A investigação da Polícia Civil, no entanto, contestou essa versão, afirmando que não houve confronto armado no local e que os policiais abriram fogo erroneamente. A perícia concluiu que o disparo ricocheteou em um poste antes de atingir a traseira da Kombi, onde a menina estava, resultando na perfuração que a levou a óbito.

O caso continua sendo um símbolo da violência policial em comunidades carentes e levanta questões sobre a transparência e a responsabilidade nos casos que envolvem civis inocentes. Organizações de direitos humanos e movimentos sociais manifestaram preocupação com o desfecho do julgamento, ressaltando a importância de medidas que assegurem a proteção de civis e a responsabilização dos agentes públicos.

Festival Afropunk Brasil 2024 apresenta Erykah Badu, Jorge Aragão e Planet Hemp neste final de semana

0
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O Festival Afropunk Brasil 2024, em sua quarta edição, ocorrerá nos dias 9 e 10 de novembro no Parque de Exposições de Salvador, destacando-se por apresentações de Erykah Badu, Jorge Aragão e Planet Hemp. O evento celebra a cultura negra, reunindo artistas nacionais e internacionais que representam a diversidade e a riqueza da música afrodescendente.

No dia 9 de novembro, o Palco Gira receberá, às 18h, a celebração dos 50 anos do Ilê Aiyê com participação de Virgínia Rodrigues. Em seguida, às 20h10, Jorge Aragão sobe ao palco, seguido por Erykah Badu às 22h30. A noite se encerra com Duquesa à 1h. No Palco Agô, as atrações iniciam às 17h com DJ Leandro Vitrola, seguido por Melly às 19h10, Planet Hemp às 21h20, Léo Santana às 23h40 e Irmãs de Pau com participação de Evylin às 2h10. A Arena Paredão terá início às 3h10.

No dia 10 de novembro, o Palco Gira apresenta DJ Anais B às 17h, seguido por Ebony às 19h10, Lianne La Havas com participação de Liniker às 21h20 e Timbalada às 23h40. No Palco Agô, as apresentações começam às 18h com Mateus Fazeno Rock, seguido por Larissa Luz com participação de EDCITY às 20h10, Fat Family canta Tim Maia às 22h30 e Silvanno Salles às 0h50. A Arena Paredão terá início às 1h50.

O Afropunk é reconhecido mundialmente por promover a cultura negra, destacando a música, a moda e a arte afrodescendentes. No Brasil, o festival teve sua primeira edição presencial em 2021, também em Salvador, cidade com forte representatividade da cultura afro-brasileira. Desde então, o evento tem se consolidado como um espaço de celebração e valorização das raízes africanas, promovendo a diversidade e a inclusão.

Além das apresentações musicais, o Afropunk Brasil 2024 contará com espaços dedicados à moda, gastronomia e outras expressões culturais negras, proporcionando uma experiência imersiva aos participantes. O festival reforça seu compromisso com a representatividade e a valorização da cultura negra, oferecendo uma plataforma para artistas e empreendedores afrodescendentes.

Os ingressos estão disponíveis para compra online, com opções de meia-entrada e ingressos sociais mediante a doação de 1kg de alimento não perecível. A classificação etária do evento é de 14 anos.

Serviço:

  • Data: 9 e 10 de novembro de 2024
  • Local: Parque de Exposições de Salvador
  • Endereço: Av. Luís Viana Filho, 1590 – Itapuã, Salvador – BA
  • Horário: A partir das 16h
  • Classificação: 14 anos
  • Ingressos: Disponíveis no site da Sympla
  • Preços:
    • Arena: R$ 75 (meia-entrada), R$ 90 (ingresso social) e R$ 150 (inteira)
    • Lounge: R$ 180 (meia-entrada), R$ 216 (ingresso social) e R$ 360 (inteira)

Especial ‘Falas Negras’ 2024 aborda o uso do reconhecimento fotográfico em investigações

0
Wesley da Silva (Diego Francisco) Foto: Globo/ Léo Rosario

Wesley Cosme da Silva, 21 anos, acusado e preso por homicídio qualificado, reconhecido pelo ‘catálogo de suspeitos’. No dia de seu julgamento, algumas perguntas vêm à tona: Como um veredito pode afetar o futuro de um jovem? Será que a cor da pele tem influência no processo jurídico? Misturando dramaturgia e experimento social, o julgamento de um caso fictício é o fio condutor do especial ‘Falas Negras’ deste ano, que se propõe a discutir o uso do reconhecimento fotográfico de suspeitos e o encarceramento de pessoas negras. Com apresentação de Clayton Nascimento e direção artística de Antonia Prado, o especial vai ao ar em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. 

O protagonista Wesley (Diego Francisco), um rapaz negro, é réu pela morte de Matheus, um adolescente de 16 anos, assassinado no estacionamento de uma loja de construção no Rio de Janeiro. A mãe da vítima o reconhecera em uma fotografia do ‘catálogo de suspeitos’, que lhe foi apresentado na delegacia, no momento do boletim de ocorrência. Esta se torna a principal prova para a acusação. No tribunal reproduzido pelo programa, no dia de seu julgamento, todos são atores, exceto os jurados. Formado por cidadãos comuns, o júri tem nas mãos a missão de dar um veredito que vai definir o futuro do réu. 

Em meio ao julgamento de Wesley, a narrativa do especial é conduzida pelo ator e dramaturgo Clayton Nascimento. O programa conta com depoimentos de especialistas nas áreas de História, Direito e Psicologia. O episódio pretende provocar o público a refletir sobre o perfil das pessoas presas por reconhecimento fotográfico no Brasil e a questionar o uso do método diante das limitações da mente humana em situações traumáticas. Além disso, busca respostas sobre o impasse por trás do mecanismo que tem impactado a vida de tantas pessoas inocentes e se mostrado mais uma ferramenta que expõe o racismo no país.

Clayton Nascimento. Foto: Globo/Léo Rosario

Um levantamento feito pelo Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) e pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ), em 2021, apontou que 83% dos presos injustamente por reconhecimento fotográfico são negros. E o perfil dos acusados é, na maioria dos casos, constituído por jovens pardos ou pretos, conforme a definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

“Poderia ser eu mesmo, um primo, um vizinho. Achei a porcentagem tão alta! É a partir dessa informação que surge a necessidade de transformar o assunto em arte, criação. Nasceu assim o ‘Falas Negras’ de 2024”, observa Clayton Nascimento, ao se referir à pesquisa. Além de apresentador, ele é um dos criadores e roteiristas do especial. 

Co-criadora e diretora artística do projeto, Antonia Prado também fala sobre a escolha do tema: “Desde o princípio, quando decidimos realizar este formato híbrido dentro de um tribunal para abordar o encarceramento em massa da juventude preta brasileira, sabíamos que tínhamos que escolher um tema específico que fosse atual para retratar a história do nosso protagonista. Ao estudar e pesquisar o assunto, percebemos que existe um mecanismo comumente utilizado na acusação desses jovens, chamado ‘catálogo de suspeitos’, que nada mais é que um livro presente nas delegacias com fotos de pessoas, em sua maioria jovens negros”. 

Elizabeth (Dani Marques), mãe de Matheus, e Dona Rosa (Sirléa Aleixo), mãe de Wesley. Foto: Globo/Léo Rosario

E acrescenta: “O que nos causou espanto foi descobrir que vários deles não tinham motivo para estar nesse livro, pois não haviam cometido nenhum crime; que muitas destas fotos eram retiradas de batidas policiais ou, ainda, de redes sociais”. 

O episódio mostra como se desenrolam os trâmites processuais e ouve autoridades que discutem a validade do reconhecimento fotográfico de suspeitos.

“O que veremos é um estudo sobre o tema, então será compartilhado como acontecem, dentro das salas dos tribunais, os julgamentos que podem levar diariamente jovens negros para o sistema carcerário. Se pelos números – que já são chocantes por si só –, a nossa sociedade não promove um movimento que exponha esse cenário, sinto que pela emoção que a narrativa promove conseguiremos enviar nossa mensagem de quão delicado, urgente e importante é falarmos das práticas, do modus operandi dos ‘catálogos de suspeitos’”, explica Clayton. 

‘Falas Negras’ será exibido em 20 de novembro, em ocasião do Dia Nacional da Consciência Negra, após ‘Mania de Você’.

Manchete da Folha de S. Paulo sobre lavar ‘tranças africanas’ reforça estereótipos sobre penteados de pessoas negras

0
Foto: Reprodução/Freepik

A manchete da Folha de S.Paulo, “Tranças africanas devem ser lavadas pelo menos uma vez por semana; veja outros cuidados”, causou críticas nas redes sociais. A forma como o título foi estruturado gerou desconforto entre leitores, que interpretaram o tom como uma generalização e reforço de estereótipos associados a penteados afro e à higiene de pessoas negras: “Que manchete é essa?”, questionou uma usuária no Instagram.

A matéria, que entrevista a empresária Luisa Vasconcelos, uma mulher negra trancista que atende na capital paulista, traz recomendações sobre cuidados com as tranças, com frases como: “Segundo ela, não é saudável ficar três meses ou mais com o cabelo trançado e é preciso lavar pelo menos uma vez por semana para evitar odores e caspas. Também deve-se dar preferência a shampoos sem cor, sulfato e sal”.

Ao focar no aspecto da higienização em sua manchete, a Folha colaborou para reforçar estereótipos que sempre pairaram o imaginário social racista acerca do cabelo crespo e cacheado de pessoas negras, o que também pode ser visto nos comentários feitos por outros seguidores do veículo, como ‘isso fede muito, deus me free’, escreveu uma pessoa cujo perfil é fechado, e ‘Tem.umas que são podres’, comentou outro usuário.

Grammy 2025 tem forte presença de artistas negros, com destaque para mulheres

0
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (8), o Grammy Awards anunciou os indicados para sua 67ª edição, destacando a notável presença de mulheres negras entre os principais concorrentes. Beyoncé lidera com 11 indicações, incluindo Álbum do Ano, Canção do Ano e Melhor Álbum Country, elevando seu total histórico para 99 nomeações. Essa conquista reforça sua posição como uma das artistas mais influentes da indústria musical contemporânea.

Doechii, impulsionada por sua mixtape inovadora Alligator Bites Never Heal, recebeu indicações para Melhor Álbum de Rap e Artista Revelação. Sua abordagem única e letras impactantes conquistaram tanto a crítica quanto o público, consolidando-a como uma das promessas do rap atual. A presença de Doechii nas principais categorias evidencia a diversidade e a renovação no cenário musical.

No R&B, artistas como Muni Long, CoCo Jones, Lalah Hathaway e a dupla Brandy & Monica, com a remixagem de The Boy Is Mine, também foram reconhecidas. Essas indicações refletem a qualidade e a relevância das produções dessas artistas, que têm contribuído significativamente para a evolução do gênero. A inclusão de múltiplas mulheres negras nas categorias de R&B destaca a representatividade e a valorização de talentos diversos.

No cenário do rap, GloRilla se destaca com indicações por sua faixa motivacional Yeah Glo!. Sua música, que aborda temas de empoderamento e superação, ressoou amplamente, garantindo-lhe reconhecimento na premiação. Outras rappers indicadas incluem Cardi B, Latto e Rapsody, evidenciando a força e a influência das mulheres negras no rap contemporâneo.

Além dessas artistas, nomes como Kendrick Lamar, Andre 3000, Chris Brown, o elenco de The Wiz, Kaytranada, Durand Bernarr, Tank & The Bangas e D’Mile também figuram entre os indicados. A diversidade de estilos e a qualidade das produções desses artistas refletem a riqueza da música negra atual. A presença significativa de mulheres negras entre os indicados reforça a importância da representatividade e da valorização de diferentes vozes na indústria musical.

A cerimônia do Grammy Awards 2025 está marcada para 2 de fevereiro, em Los Angeles. A expectativa é que essa edição celebre a diversidade e reconheça o talento de artistas que têm moldado o panorama musical contemporâneo. A forte presença de mulheres negras entre os indicados sinaliza um avanço na busca por equidade e representatividade na premiação.

error: Content is protected !!