O funk brasileiro agora está entre os estilos chamados de “música urbana” pelo Grammy Latino. A cantora Ludmilla comemorou a novidade nas redes sociais. “Isso é uma conquista enorme pro funk, é o reconhecimento de uma luta de anos dos funkeiros”, disse a cantora.
No site do Grammy, a sessão de música urbana passou a ser definida como: “gravações, vocais (apenas singles ou faixas) que foram gravadas por artistas solo, duetos ou grupos (individuais ou em colaboração) apresentando uma gravação de caráter urbano (incluindo subgêneros como rap, reggaeton, hip hop, R&B, funk brasileiro, trap, dancehall etc)”.
Na prática, agora mais artistas do funk brasileiro poderão ser indicados e concorrer ao Grammy. A cerimônia de premiação do Grammy Latino 2021 está prevista para o dia 18 de novembro, em Las Vegas. O anúncio dos indicados será feito em 28 de setembro.
Segundo o site Collider, um filme derivado da série “Luther” está próximo de acontecer. A série protagonizada por Idris Elba (‘Círculo de Fogo’) deve ganhar um longa-metragem produzido em conjunto com a Netflix e BBC, o diretor da quinta temporada, Jamie Payne, vai comandar a produção.
Imagem: Reprodução
A série foi encerrada definitivamente em 2019 e não foi renovada pela BBC. Elba tem feito campanha para um filme do personagem que lhe deu projeção desde antes da última temporada ir ao ar. O próprio ator disse que as filmagens começarão em setembro, mas nem a Netflix e nem a BBC oficializaram nenhuma informação.
A série acompanha o detetive britânico John Luther (Idris Elba), um policial super brilhante mas que usa métodos pouco ortodoxos para desvendar os casos e uma lida com a vida de forma cínica.
Adriana Barbosa nasceu no bairro do Jabaquara, em São Paulo. Filha de pai contador, que trabalhou em emissoras de rádio por muitos anos, e uma mãe, que também trabalhou no ecossistema de rádio e TV, como contato comercial com agências de publicidade. Começou a trabalhar desde muito cedo, por volta dos 5 anos, com sua bisavó, fazendo salgados, doces, marmitex, entre outras coisas, sempre buscando uma forma de contribuir e complementar sua renda. Essa raiz empreendedora conduziu sua trajetória de vida.
Em casa, na infância e adolescência, seus pais não falavam sobre as questões raciais, exceto pelos clichês, como trabalhar duas vezes mais que os brancos, entre outros, mas sem teoria, sem letramento. Foi na rua que Adriana aprendeu, com o movimento negro, sua identidade, sua cor e o quanto tinha a se orgulhar. “As vivencias em relação ao racismo vieram de fato com a Feira Preta, e a descoberta enquanto mulher negra.”
“Eu era tímida crônica. Eu era periférica numa região de classe média. Apesar de estudar em escolas públicas, nas aulas quase não tinham crianças negras. E sentia o racismo pela forma que era chamada. Sempre preterida nos bailinhos, nos correios elegantes, com apenas mais um colega preto, o “Ben Johnson” (apelido racista, que se referia ao famoso velocista jamaicano, vencedor de medalhas na década de 80). Descobria o racismo de maneira subliminar, quando sempre a associavam a esse amigo. “Vai ser a Adriana e o Ben Johnson”.
Ainda na adolescência, começou a frequentar a cena de baladas de Black Music, da Vila Madalena, onde se identificava com tantos outros jovens negros, que se deslocavam até o local para se divertir. Só quando se envolveu nessas baladas, com jovens negros, que descobriu de fato o que era o racismo, de forma teórica. “Como frequentadora de baladas, isso me fazia ver os jovens negros, cultura negra, música negra.”
Lá, analisando as casas noturnas que frequentava, também tomou consciência de que havia muitos pretos na cadeia de produção como recepcionistas, garçons, equipe de apoio, mas os donos dos locais eram homens, majoritariamente brancos. Na juventude, cursava marketing, e sonhando trabalhar com música negra e começou a trabalhar em uma gravadora. Lá, também enfrentou o racismo, mas de forma mais amena. “Na gravadora, tinham muitos artistas negros. As questões eram mais sutis.”
Mas o mercado tradicional da música já dava sinais de deterioração, e quando perdeu seu emprego, se viu obrigada a trancar seu curso, e correr atrás de algo para se manter. Ciente de que não conseguiria se recolocar no mesmo mercado, começou em 2002 a vender roupas usadas nas feiras livres, juntamente com uma amiga, que vendia pastel e outros alimentos.
Esse foi o seu primeiro empreendimento, o “brechó da troca”, na região da Vila Madalena. Fazendo feiras de rua, certo dia perdeu boa parte do seu investimento, quando foi surpreendida por um arrastão. Daí, surgiu a ideia de criar uma feira sistematizada de fato, para atender o povo preto.
Ambas decidiram criar naquela região a Feira Preta, pra trazer pro centro, dessa vez sem intermediários, o potencial inventivo do povo negro, em contato direto com o consumidor. Feira é democrático. No primeiro ano, com baixo investimento, começaram a mobilizar 5.000 pessoas. E o modelo feira estava comprovado, podendo ser um negócio no futuro.
“Começamos com 40 expositores, com um público de 5.000 frequentadores. No segundo ano, esse público foi aumentando cada vez mais, até que fomos novamente surpreendidas por um processo de abaixo assinado, para retirar a feira da região. Não nos demos por vencidas, e a feira então virou itinerante, passando por vários espaços, levantando a questão do território (onde os pretos podem estar).”
Indo para o Anhembi surgiu a necessidade de transformar a feira num negócio de impacto social, sistematizado com várias frentes. Foi então que a Feira foi remodelada, se transformando num festival. Várias questões foram levantadas, desde quais seriam as atrações até quais artistas seriam convidados. Assim nasceu a plataforma de Afrofuturismo, PretaHub, para mitigar os gaps, com produção de dados, aceleração de empreendedores, inovação, artes e oficinas. A plataforma contempla o Afrolab, Afrohub, Festival Feira Preta, Festival Pretas Potências, e Conversando a Gente Se Aprende.
“A feira surgiu no auge das ações afirmativas no Brasil, quando muitas coisas começaram a acontecer de forma sistêmica. Na época os Racionais MCs estouraram no Brasil. Ilê, Olodum. Foi também a época do auge da Revista Raça. A feira começa olhando para esses movimentos de identidade negra, como parte de um movimento em processo de transformação que o Brasil estava passando na época. Mobilidade social, inserção nas universidades através de cotas e programa de bolsas, políticas raciais”.
Dentro do PretaHub, existem diversos processos sistêmicos, que buscam desenvolver a feira, e o mercado de consumo para a população negra, como um todo. Foi Adriana quem trouxe o tema racial para dentro de sua casa. E foi transformadora a diferença que conseguiu promover em sua família. “Meu avô ia pro metrô distribuir o flyer da Feira Preta. Foi transformador para minha família. Se reconhecer negro, e perceber o seu valor. Minha mãe passou pelo processo de transição capilar somente quando surgiu a Feira Preta”.
Aos 30 anos, Adriana retomou o curso universitário, na universidade Anhembi-Morumbi, em gestão de eventos, com especialização pelo SELAC (Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação). Em 2017, Adriana foi eleita pela ONU como uma das 51 pessoas negras mais influentes do mundo, pelo MIPAD (Most Influential People of African Descent ou “Os Maiores Influenciadores Afrodescendentes”, em tradução livre).
Atualmente, Adriana quer ampliar territorialmente a Feira Preta para outros países. Já fez edições na Bolívia, e o projeto é partir para a Colômbia e África do Sul. Durante um tempo, até que a Feira Preta tomasse corpo, voltou a atuar no Corporativo, como Coordenadora, e sentiu de fato o “racismo advanced”, como ela define, com piadinhas e brincadeiras.
Hoje, reconhece que foi um movimento emancipador se reconhecer como mulher negra, através da Feira Preta. Roupas, cabelo, identidade. Perceber o seu valor. E busca transferir, de forma teórica e letrada, seus ensinamentos para sua filha, Clara, de 8 anos, que além de reconhecidamente preta, é também uma multiplicadora.
“Minha filha de 8 anos é quem distribui hoje os flyers da feira! Ela sabe quem foi Zumbi dos Palmares. Já foi a um quilombo. É um serzinho que multiplica informação, sabe das questões LGBTPIAP+. Possui Identidade muito própria, muito segura. E isso foi trabalhado nela desde muito cedo, diariamente. Da escola aos livros. Das conversas aos desenhos. Eu me dediquei pra fazer esse processo acontecer, diferente da minha mãe e minha avó, que não tinham essa bagagem pra me transmitir na infância.”
Adriana considera que esse processo foi um salto quântico, transgeracional, e que gera frutos permanentes pra sua família e pra sociedade. A Feira Preta hoje é o maior evento de cultura negra da América Latina. “É fundamental aquilombar-se, para ter musculatura emocional”, finaliza.
Na hora de mudar o visual, a coloração está entre as opções mais atrativas para quem vive o conceito do “cabelo real”. Desmistificando o dito popular de que cabelos com curvaturas mais fechadas e naturalmente mais secos não “aguentam” tal procedimento, especialistas explicam que com os cuidados certos, antes e depois da tintura, é possível ousar em técnicas como mechas e até mesmo em “cores fantasia”.
Segundo Bruno Dantte, especialista em cabelos “reais” e precursor do movimento “adeus à ditadura da chapinha”, existem três técnicas de luzes e mechas em ascensão, sendo o “iluminada” o mais tradicional. O método consiste, literalmente, em iluminar um ou dois tons do castanho e dar uma ar de luz ao rosto e ao cabelo monocromático. Um cuidado especial a quem tem cabelo crespo é analisar junto a um profissional se a tintura com um loiro mais claro, por exemplo, não vai provocar perda de textura.
“Hoje em dia, as pessoas têm mais receio de tingir o cabelo e deixá-lo quebradiço e sem textura do que propriamente ficar loira. O cabelo crespo é o cabelo mais fino e sensível que existe, portanto, é preciso fazer uma análise da porosidade e o fundo de clareamento do cabelo para se ter noção do quanto a descoloração vai danificar. Apesar de haver sim um risco, negros e negras podem arriscar nas mais diversas cores, desde de que comprometam a tratar o cabelo”, afirma Bruno.
Foto: Salão Bruno Dantte.
As outras duas técnicas ressaltadas pelo especialista são “free hands” (mãos livres, em português) e ombré. A primeira consiste em escolher as mechas e aplicar o produto sem uma quantidade exata de fios. Já o ombré vem do francês e significa cabelo sombreado. Essa coloração mantém a raiz na cor original e clareia os fios a partir da orelha, de maneira sutil. “Crespas, cacheadas e onduladas ousam na técnica free hands, que dá a liberdade de escolha das partes do cabelo que se pretende clarear, sem deixar marcações. Ela não existe papel alumínio, o que dá mais naturalidade. Já na ombré, as mechas começam a ser puxadas da orelha para baixo, dando um ar bem mais natural que a californiana, por exemplo”, afirma o cabeleireiro.
Cabelos coloridos — Quando o assunto é cabelo colorido, as cores podem ser as mais diversas e feitas tanto no cabelo todo, quanto em mechas frontais ou laterais, ou até mesmo na nuca. A cabeleireira Tania Sara, especialista em coloração e corte no salão Bruno Dantte Conceito, defende que não há uma “cor fantasia” ideal para cada tom de pele, ao contrário, todas e todos podem ousar na tintura, tendo como base os cuidados que cada uma delas vai requerer.
“A cliente tem a liberdade de escolher a cor, a nossa função é apontar as opções de cores que o cabelo pode chegar. Para isso, é feito um teste de mechas, para descobrir o fundo de clareamento e a estrutura do fio. Depois, é responsabilidade do profissional optar apenas pela técnica menos agressiva. Para cabelos mais finos e mais crespos é possível não usar descolorante, e optar por tintas super clareadoras, que mantêm a saúde dos fios”, explica.
Segundo Tania, para não causar ressecamento excessivo dos fios, a descoloração deve ser feita na medida de dois dedos afastada da raiz. Em relação às cores que exigem mais cuidado, ela coloca os tons pastéis, como azul bebê e rosa claro. Já entre as que menos agridem estão magenta, vermelho, laranja e verde. A especialista ensina que para trocar de cor sem ter que descolorir sempre, basta seguir o círculo cromático com máscaras pigmentantes. Isso porque a tinta desbota, deixando uma base clara possível de ser tingida por cima.
Foto: Salão Bruno Dantte.
Cuidados pré e pós-coloração — As dicas dos cabeleireiros Bruno Dantte e Tania Sara para antes e depois da coloração é ter o hábito de cuidar dos fios com produtos para hidratação, nutrição e restauração toda semana. Sendo os cabelos crespos e cacheados naturalmente mais secos, é fundamental que haja um cuidado inclusive pré-coloração, para que o cabelo não perca textura e não fique quebradiço com a passagem da química.
Neste sentido, a proposta é repor massa capilar com queratina vegetal, solução que contém aminoácidos do arroz, soja e do trigo, capazes de revitalizar o cabelo e recompor os nutrientes em falta. Além disso, é indicado adicionar óleos vegetais na finalização, como azeite, óleo de argan, de semente de uva e abacate.
Em cabelos coloridos, a dica é abusar de produtos com composição mais natural, produzidos à base de óleos, queratinas e aminoácidos. Além disso, Tania ressalta que é ideal ter uma rotina de acidificação dos fios, que consiste em usar cremes de tratamento para fechar os poros do cabelo e segurar os nutrientes por mais tempo.
Quiabo é um dos vegetais mais usado pelo povo do santo em sua alimentação e oferendada a alguns Orixás. Sempre foi uma comida obrigatória dos faraós no Egito, hoje ocupa lugar de destaque na cozinha ritual dos terreiros de candomblé. Nas comunidades terreiros tal verdura recebe tratamento especial, constituindo-se como base de várias comidas rituais, as chamadas comidas votivas dedicadas aos orixás em ocasiões especiais que visam reforçar, estreitar ou reconstruir os laços dos fiéis com o Sagrado, usado cru, cozido, aferventado, com ou sem sementes, temperado de várias formas de acordo com a receita da sua dinastia tem efeitos diversos, quando oferecido a determinados Orixás.
O quiabo também é um bom aliado do sistema digestivo! Acredite se quiser, mas a baba do quiabo também é ótima para os cabelos, proporcionando brilho e atuando como condicionador.
Esse vegetal é cheio de substâncias antioxidantes que combatem os radicais livres e ajudam a prevenir doenças, como o câncer inclusive. A vitamina C é um desses antioxidantes, ela estimula a produção de leucócitos, nossas células de defesa, por isso é tão importante para fortalecer nosso sistema imunológico. Fonte de vitamina A, que ajuda a proteger os olhos de doenças como degeneração macular e catarata. Essa mesma vitamina também faz um bem danado para a pele, ajudando a ter uma cicatrização mais rápida e prevenindo rugas e acne.
Outra substância importante presente no quiabo é o potássio, que equilibra o sódio do organismo e ajuda a relaxar os vasos sanguíneos e artérias, reduzindo a pressão arterial.
Famoso em receitas típicas brasileiras, como o frango com quiabo, da culinária mineira, e o baiano caruru, o camarão com quiabo, este vegetal também fica ótimo como acompanhamento de carnes, podendo ser acrescentado em saladas e refogados.
Além de tudo isso, o quiabo ainda tem boas quantidades de ácido fólico, bom para gestantes, e vitamina K, boa para os ossos. Por isso, se você torce o nariz, mas nunca nem mesmo experimentou…dê uma chance a esse verdinho!
Hoje trago uma receita que representa a África no Sul dos EUA.
O Gumbo é a sopa de quiabo de Lousiana: Uma referência da autêntica cozinha ancestral africana pelas Américas.
Gumbo (em português, gombô) é dos pratos mais marcantes da culinária Cajun da Louisiana (sul dos Estados Unidos). É um guisado ou uma sopa grossa, geralmente com vários tipos de carnes ou mariscos, que se come com arroz, podendo constituir uma refeição completa. A palavra “gumbo” é de origem incerta, a fonte provável é a palavra Bantu “(ki)ngombo”, que significa quiabo (um dos ingredientes utilizados para engrossar o molho).
O principal ingrediente do Gumbo é o Quiabo, uma planta da família da malva (Malvaceae). Possui origem Africana, precisamente na Etiopia. Seu fruto, conhecido como quiabo, quingombô, gombô, quibombô, quigombó, quibombó, quimbombô, quingobó, quingombó e quingombô.
Gumbo: Aline Chermoula
Ingredientes:
100 gramas de manteiga 1/2 quilo de coxa e sobrecoxa de frango, sem osso, em cubos Tempero cajun 1/2 pimentão verde picado 1/2 pimentão amarelo picado 1/2 pimentão vermelho picado 2 talos de salsão picados 1 cebola picada 2 dentes de alho picados 2 folhas de louro 200 gramas de chouriço 1 xícara de farinha de trigo 1 lata de tomate pelado 1/2 litro de caldo de galinha Sal e pimenta do reino 4 quiabos lavados e picados 2 colheres (chá) de tomilho picado Cebolinha picada para finalizar
Preparo
Em uma panela grande, aqueça metade da manteiga e refogue o frango. Junte o tempero cajun e mantenha no fogo, mexendo, até que o frango fique ligeiramente dourado. Retire e reserve. Na mesma panela, aqueça o restante da manteiga e refogue os pimentões, o salsão, a cebola, o alho e as folhas de louro. Junte o chouriço e misture. Adicione a farinha de trigo aos poucos, mexendo, até incorporá-la bem até incorporá-la bem. Deixe cozinhar por cerca de cinco minutos ou até começar a soltar do fundo da panela. Acrescente o tomate pelado e o caldo de galinha. Misture e deixe ferver. Junte o frango reservado, e tempere com sal e pimenta. Tampe e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos. Adicione o quiabo e cozinhe por mais cinco minutos. Retire do fogo e finalize com o tomilho e cebolinha picada. Sirva acompanhado de arroz branco.
Tenho certeza que você vai amar está receita. Afinal, já dizia o provérbio africano: “quem come quiabo, não pega feitiço “
Há pouco menos de um mês, a geração Z se tornou tema principal no palco do debate online pela criação de uma nova palavra: cringe – que na tradução literal significa vergonha alheia. Essa expressão subiu para os trend topics de todos os sites antenados e gerou mais alguns questionamentos: O que é essa tal Geração Z e existe alguma diferença entre eles, os Millennials e os famosos Nativos Digitais?
Nascidos entre 1995 a 2010, apelidados de Nativos Digitais pelo escritor Americano Marc Prensky, os pertencentes desse grupo desenvolveram desde cedo um pensamento extremamente crítico e questionador para tudo que os rodeia – principalmente quando o assunto é descarte de produtos e seu impacto ambiental. Além disso, eles também estão imersos desde sua infância em um ambiente rodeado pela internet. Para eles, a vida fora dela simplesmente não funciona. A ponte para o online acontece a todo momento, através de smartphones, tablets, televisão ou jogos de videogames em realidades aumentadas. Seja onde for, o que importa é evoluir e lapidar o Avatar.
Óculos de realidade aumentada. Foto: Divulgação
Como todos na era digital, esses nativos vivem uma vida dupla, coberta por um véu quase imperceptível, que separa o real do digital – e mesmo possuindo fortes qualidades para busca e transformação do ambiente que estão inseridos, ainda assim, são fisgados pelas tentações que uma vida de influência digital aparenta ter e acabam virando, reféns do algoritmo das redes.
No momento em que a vida real deixa de ser atrativa e só o online passa a fazer com que seus olhos brilhem, a carga de atenção e resposta para acompanhar as métricas que as redes sociais cobram desses indivíduos é tamanha que resulta em uma comunidade enfraquecida, sem perspectivas em uma vida offline.
Insônia, depressão, falsa miopia, problemas de audição e crise de ansiedade – são inúmeros os problemas causados pelo excesso de utilização da internet. Dentre eles, o mais recente e terrivelmente assustador é a Síndrome da Dismorfia Digital, também conhecido como TDC(Transtorno Dismórfico Corporal). Resultado da constante aplicação de filtros, aplicativos de edição fotográfica e outros facilitadores digitais para alteração de fotos a fim de atingir a tão sonhada imagem perfeita, esse distúrbio se tornou cada vez mais comum em pessoas que não aceitam seu próprio retrato como ele realmente é. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica(SBPC), somente nos últimos dez anos houve um aumento de 141% na procura por procedimentos estéticos por jovens de 13 a 18 anos. Entre as cirurgias mais procuradas estão: implantes de silicone, rinoplastia e a harmonização facial – este último sendo um conjunto de procedimentos estéticos que tem como objetivo proporcionar, como o nome já diz, “a harmonia e o equilíbrio estético em todo rosto.”
Quando pensamos historicamente na construção da indústria da beleza, nos deparamos em diversos momentos com a mensagem de que ser belo é estar dentro da padronização e ter as características faciais no mesmo modelo que uma pessoa Européia – cabelos lisos, maxilar marcado, nariz afilado e principalmente, pele clara. Na mesma medida em que a internet democratiza e dá palco para debates importantes como representatividade racial e empoderamento de corpos, ela também abre espaço para um movimento de margem que vai contra à quebra principal desse sistema eurocêntrico caucasiano já existente, e que tenta uniformizar todas as pessoas dentro de um perfil só.
Cirurgia Plástica. Foto: Divulgação
Mas qual a relação entre Geração Z e Dismorfia Digital com o racismo estrutural?
Segundo o filósofo e escritor Silvio Almeida, “todo racismo é estrutural porque o racismo não é um ato, o racismo é um processo em que as condições de organização da sociedade reproduzem a subalternidade de determinados grupos que são identificados racialmente” e completa, “é estrutural porque estrutura todas as instituições.” Para conseguir compreender melhor as raízes dessa questão, precisamos nos transportar para a época da escravidão no Brasil, no séc XVI ao XIX, onde negros eram trazidos do continente Africano, vendidos e explorados a força como mão de obra. Depois de três séculos de escravidão, no pós-abolição em 1888, os “ex-escravos” não receberam nenhum suporte, terras, indenização ou reparo pelo período de trabalho forçado – sendo assim marcados profundamente em todas as estruturas de poder que o Brasil possuía. Divida histórica essa que percorre as Terras de Santa Cruz até hoje. Debater sobre racismo estrutural é lembrar de todas as questões e momentos da história que mantém aceso esse periodo de desigualdade entre brancos e negros. E isso continua nos rodeando constantemente – seja pela falta de oportunidade para profissionais negros dentro do mercado de trabalho até a carência de representatividade da estética e beleza negra em veículos de mídia.
Uma família brasileira do século XIX sendo servida por escravos, pintado por Jean-Baptiste Debret, c. 1830
Sendo o 3° país no ranking da lista de países que as pessoas mais gastam tempo em Apps(em média 3 horas e 45 minutos) e com uma geração de jovens que é marcada pela presença fixa no online, aprender a desenvolver filtros para os conteúdos daquilo que consumimos nas redes sociais, se tornou um exercício fundamental para conseguirmos manter a saúde mental menos abalada. Em aplicativos onde tudo funciona na base do algoritmo, quanto mais curtimos e consumimos alguma temática/estética específica, mais receberemos do mesmo tópico a cada atualização na timeline. Em uma sociedade tão rica em cultura, crenças e raças, é triste ver uma parcela da população perdida em meio à métricas, sem saber como dosar a carga diária que consome de conteúdos online, sofrendo assim pelas síndromes que esse excesso acarreta e por fim, recorrendo a procedimentos estéticos para se encaixar dentro de um mesmo estereótipo – perdendo toda a originalidade, traços e beleza ancestral que o povo brasileiro carrega.
Como resultado do racismo estrutural, a população negra já nasce precisando aprender e entender o que é ser negro. Em uma sociedade fundada a partir da escravidão, compreender que um corpo negro é muito mais potente do que aquilo que a sociedade espera que ele seja é de extrema importância para combater a tentativa de aculturação e genocídio que nos circunda. A ideia de que o ódio, preconceito e a falta de amor próprio se reproduz através de construções sociais já foi levantada em um discurso de Malcolm X quando ele diz: “Quem te ensinou a odiar a cor da sua pele? A tal ponto que você branquear, para chegar como o homem branco. Quem te ensinou a odiar a forma do seu nariz e a forma de seus lábios? Quem te ensinou a odiar a si mesmo a partir do topo de sua cabeça até as solas dos seus pés? Quem te ensinou a odiar sua própria espécie? Quem te ensinou a odiar a raça a que pertence tanto que você não quer ser em torno de si?”. E podemos ir para além disso. A ideia de que precisamos buscar uma estética diferente da nossa original para podermos nos enquadrar dentro de uma sociedade segregacionista, só fortalece o retrocesso do resgate da cultura negra, fazendo assim com que o racismo estrutural se enraíze cada vez mais.
Quem tem voz no Brasil – 2021 – Obra de Marcos Roberto.
Utilizar da internet e de todos os seus benefícios de aproximação de pessoas, busca de informação e lazer cultural não é nenhum crime hediondo. Mas no momento em que o excesso da mesma começa a afetar na própria descoberta, construção pessoal e estética do ser… nesse momento sim, precisamos começar a repensar sua função.
Geração Z, Dismorfia Digital e o Enraizamento do Racismo Estrutural
Jovem atuante no mercado de comunicação, Caíque Nucci começou sua trajetória no mercado de moda como modelo, participando de casting de desfiles para marcas e estilistas como LAB Fantasma e Fernando Conzendey, em eventos como Casa de Criadores e SPFW. E foi no backstage que encontrou sua verdadeira paixão. Formado em Design de Moda pela Escola Panamericana de Arte e Design, Fashion Marketing pela Belas Artes e com especialização em Marketing Digital pela EBAC – Escola Britânica de Artes Criativas, começou a estruturar sua carreira profissional dentro de assessorias de imprensa e agências de comunicação, na parte de produção de moda e jornalismo. Até aqui, carrega em seu portfólio o trabalho prestado para marcas como Converse, Levi’s, New Era, Luxottica, PUMA, Farm, Antonio Bernardo e Animale. Fascinado por desenvolvimento de marcas, pesquisa de tendências e comportamento, sempre em busca de inovação, Caíque também integra o grupo de três apresentadores do A Hora Delas Podcast, onde debatem sobre temas como moda, beleza, cultura e sociedade.
A 1ª edição da feira literária nacional Festa da Palavra acontecerá entre os dias 22 e 25 de julho. Com direção artística da atriz, escritora e poetisa capixaba Elisa Lucinda, com transmissão online e gratuita pelo canal do evento no YouTube, a iniciativa é um estímulo ao hábito da leitura, intencionando aproximar os leitores dos escritores da língua portuguesa e celebrar o encontro dos autores com o público.
Imagem:Jonathan Estrella
A própria Elisa Lucinda apresenta seu espetáculo “Palavra é Poder” no dia da abertura da feira, que acontece em Itaúnas (Espírito Santo). “Achei que seria muito natural realizar uma festa literária aqui, para que, nacional e internacionalmente, fossem mais reconhecidas suas maravilhas, seu Parque Ecológico, sua culinária especialíssima, a beleza de seu rio, seu forró, sua vida sofisticadamente simples e, por isso mesmo, muito boa. Assim nasceu a Festa da Palavra”, relembra a artista, que possui casa no local onde desenvolveu parte de sua obra literária.
Dentre os 23 convidados estão confirmados autores e personalidades como o músico Chico César, o ator Lázaro Ramos, o escritor e professor indígena Daniel Munduruku, o escritor capixaba Caê Guimarães, o poeta cabo-verdiano Filinto Elísio e as escritoras Bernadette Lyra e Maria Rezende. O evento conta ainda com apresentações musicais e teatrais, oficina de Kuisam de Oliveira e palestra de Joel Zito Araújo.
Entre os shows musicais o destaque fica por conta de duas cantoras e ativistas dos direitos das mulheres negras e LGBTQ+, Bia Ferreira e Ellen Oléria. Ambas trazem em seu repertório músicas de força e empoderamento das mulheres negras.
Devido à pandemia de Covid-19, em sua primeira edição o evento será totalmente online, sem a presença de público. “O nome do projeto tem um propósito de comemorar a palavra, afinal, ela está na base da maioria dos entretenimentos: livros, cinemas, novelas, séries – tudo nasce na palavra. Fazer uma festa onde a colocamos em seu lugar de rainha, em seu patamar de grande celebrante, pode exercer um papel importantíssimo na formação de leitores, e na inspiração de professores e alunos e tantos outros profissionais”, celebra Elisa.
A realização do evento é do Instituto Manguerê e do Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura. A produção é da MM Projetos Culturais e o festival conta com o apoio da Secretaria da Cultura do ES, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), da prefeitura municipal de Conceição da Barra e da Sociedade dos Amigos Por Itaúnas (SAPI).
PROGRAMAÇÃO FESTA DA PALAVRA – 22 a 25 de julho de 2021
DIA 22/07 – quinta-feira
16h – Abertura (presença do Secretário de Cultura do ES, Fabrício Noronha, e do Governador do Estado, Renato Casagrande)
Homenagem a Patrona da Festa – Sra. Maria Filina
16h35 – Espetáculo “Palavra é Poder”, com Elisa Lucinda
17h30 – Mesa: “Histórias do meu mundo”, Marcelino Freire, Caê Guimarães, Tom Farias e Elisa Lucinda.
19h – Show – Juliano Gauche
DIA 23/07 – sexta-feira
16h – Mesa “Como me tornei escritora”, Kiusam de Oliveira, Bernadete Lyra e Maria Rezende.
18h – Ações Literárias da Escola Municipal de Ensino Fundamental Benônio Falcão de Gouvêa, de Itaúnas
18h15 – Mesa “A força poética das narrativas”, com João Carrascoza, Elisa Lucinda e Filinto Eliseo
19h45 – Bate papo Musical, com Chico César e Elisa Lucinda
DIA 24/07 – sábado
16h – Mesa “A arte e a liberdade para amar”, com Valentine, Jean Willys, Viviane Mosé e Elisa Lucinda.
17h45 – Mesa “Na minha pele”, com Elisa Lucinda e Lázaro Ramos.
19h05 – Palestra “O cinema negro diaspórico”, com Joel Zito.
20h05 – Espetáculo “Na boca da Palavra” – Elisa e Geovana Pires.
21h05 – Show – Bia Ferreira
DIA 25/07 – domingo
16h – Oficina “Corporeidade Poética: Transcendendo o Corpo a partir da Ancestralidade Africana”, com Kiusam de Oliveira.
16h50 – Exibição do Filme “Itaúnas Sempre Vivo, da foz à nascente” – direção: Jefferson de Albuquerque Junior e Kika Gouvêa. Realização: SAPI – Sociedade Amigos de Itaúnas.
17h30 – Mesa “Salve o rio Itaúnas”, com Daniel Munduruku, Martha Tristão e Márcia Lederman (SAPI).
Quase um ano e meio dentro de casa, e as brasileiras, grupo das mulheres vaidosas do planeta, tiveram que rever sua relação com beleza, levando-se em conta que a maioria de nós se arruma para sair e para ser vista.
Uma pesquisa da Avon com a consultoria Grimpa pesquisou mais de 1.000 mulheres de várias regiões do Brasil para entender sua nova relação com a beleza e autocuidado em um dos momentos mais difíceis da história por conta da COVID-19.
Assim que o isolamento social começou, sobrou tempo para o autocuidado e a pesquisa mostra que 80% das entrevistadas. disseram que produtos de beleza foram aliados em tempos de pandemia e isolamento social para aumentar a sensação de bem-estar em alguns momentos do cotidiano.
O fato de não podermos ir aos salões e manter a rotina de beleza fora de casa, fez com que muitas mulheres olhassem com mais generosidade para sua beleza real. Pelas redes sociais, vimos muitas celebridades abrindo mão da coloração e abraçando os fios brancos dos cabelos, por exemplo. O bem estar e a saúde falaram mais alto do que a beleza externa de acordo com o estudo, que apontou que 69% das entrevistadas colocaram a saúde em primeiro lugar.
E a nossa relação com a maquiagem? O Estudo mostrou a ligação do nosso uso da maquiagem com o nosso bom humo, sendo fundamental para 80% se sentirem bem com elas mesmas. Os produtos de maquiagem foram aplicados de uma a duas vezes por semana em média, tanto em compromissos presenciais (32%) quanto online (22%), mas também para a mulher se sentir mais bonita (23%) ou para melhorar dias em que ela se sentia desanimada (17%). Desse grupo de mulheres, 33% focaram mais na maquiagem dos olhos e 21% trocaram o batom pelos produtos de hidratação dos lábios.
Ficar cheirosa é algo que dá um tremendo bem estar mesmo quando estamos sozinhas. Dados da pesquisa mostraram que além de afastar a sensação de isolamento o perfume, para 46% das respondentes, nos transporta para outros lugares ou fazem lembrar de momentos felizes.
E você, como lidou com a vaidade durante esse longo tempo de distanciamento social?
Entre 2006 e 2007, Eddie Murphy voltou de um período de ostracismo na indústria cinematográfica. Após alguns fracassos como ‘Pluto Nash’ (2002) e ‘O Grande Dave’ (2008), o ator teve um retorno triunfal em um papel dramático no bom ‘Dreamgirls’. Inclusive lhe valendo uma indicação ao Oscar. No entanto, o que pode ter decidido a sua não vitória da estatueta foi um filme mais ao gosto do astro. O besteirol ‘Norbit – Uma Comédia de Peso’.
Wong, Rasputia e Norbit (Imagem: Reprodução)
Norbit é um garoto abandonado em um orfanato e é “obrigado” a casar com a mandona Rasputia e ser funcionário de seus irmãos. Agora, casado, ele sofre com uma vida infeliz e as infidelidades da esposa, Mas tudo muda quando seu amor de infância volta à cidade.
Como em outros de seus filmes, Murphy interpreta aqui vários personagens, usando uma maquiagem competente (indicada ao Oscar). Ele interpreta Norbit, Rasputia, o Senhor Wong e outros coadjuvantes. Infelizmente o ator deixa seu talento para múltiplas figuras cômicas a serviço de piadas que talvez tenham graça para pré-adolescentes da quinta-série.
Rasputia é uma mulher obesa e negra e essa característica é usada pelo Senhor Wong para chamá-la de gorila e outros xingamentos racistas e gordofóbicos, assim como o próprio Wong é um estereótipo chinês dos piores que Hollywood já produziu.
As piadas fora desse contexto podem funcionar para alguns se tentarmos ver como pequenas esquetes separadas do resto como é o caso de algumas passagens com os irmãos liderados por Big Black Jack (Terry Crews), mas em geral as passagens com intuito cômico são constrangedoras.
Uma comédia romântica leve se desenha com a chegada de Kate (Thandie Newton) à cidade, mas o filme usa a personagem para reforçar o quanto Rasputia é insuportável como mulher e não existe um verdadeiro ponto de conflito entre as duas, já que Kate carrega uma ingenuidade quase irritante.
Existe, em algum lugar, um filme de comédia razoável em ‘Norbit’, talvez se Murphy refilmasse 70 ou 80% do filme e trocasse a exibição gratuita de seu talento para tipos exagerados por uma história melhor com piadas mais inspiradas.
O cantor Mumuzinho e sua esposa, Thainá Fernandes, terminaram o casamento após dois anos. De acordo com a assessoria do cantor, em comunicado divulgado nesta sexta-feira (16), a decisão aconteceu “em comum acordo”.
“Nosso carinho e respeito ao que vivemos, bem como as nossas famílias, serão eternos. Fomos muito felizes neste tempo e por tudo que acrescentamos na história um do outro, nos dá a certeza que estaremos sempre ligados”, falou o casal, que confirmou o término para o jornalista Léo Dias.
Mumuzinho e Thainá se casaram no dia 31 de agosto de 2019 em um sítio localizado em Ilha de Guaratiba, zona oeste do Rio de Janeiro.
“Infelizmente o nosso casamento chegou ao fim. Fomos grandes companheiros ao logo desse tempo, dividimos muitos momentos especiais mas, após muita conversa, decidimos que precisávamos cada um seguir o seu caminho. O motivo da nossa decisão é que precisávamos cada um seguir o seu caminho. O motivo da nossa decisão é que percebemos que nossa relação se transformou em uma linda amizade, não mais nos completando como marido e mulher” anunciou o casal em nota à imprensa.