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Sérgio Camargo é denunciado por praticar assédio moral e terror psicológico na Fundação Palmares

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) denunciou Sérgio Camargo,  presidente da Fundação Cultural Palmares, por assédio moral, perseguição ideológica e discriminação. Em matéria exibida no Fantástico deste domingo (29) um trecho da ação, protocolada após o MPT ouvir depoimento de 16 funcionários e ex-servidores, mostra que Camargo perseguia servidores considerados “esquerdistas” e não alinhados com as pautas bolsonaristas.

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, classificou como "livramento" ter perido amizades por apoiar Bolsonaro - Pedro Ladeira/Folhapress
Imagem: Pedro Ladeira/Folha Press

Em um dos trechos da ação destacados pela reportagem, o MPT diz que Sérgio Camargo “contaminou todo o ambiente de trabalho e gerou terror psicológico” dentro da Fundação Palmares. Todos os depoimentos coletados apontam para prática de assédio moral por parte do presidente da Fundação Palmares

Após a veiculação da matéria pelo Fantástico e repercussão no Twitter, Sérgio Camargo usou as redes para dizer que os críticos são “afromimizentos” e, nas palavras dele, “massa de manobra que pensa com a cor da pele”. Em declaração ao Fantástico, o líder da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior aponta o desserviço de Camargo no cargo de presidente da Fundação Palmares: “Ao invés de fomentar, defender, promover o imaginário, a contribuição histórica da população negra para formação da cultura nacional, ele faz o contrário. Ele está prestando serviço para nossos algozes históricos”, disse.

Em entrevista ao Site Mundo Negro, Patrícia Santos, CEO da EmpregueAfro, Executiva de Gestão de Pessoas e Especialista em Diversidade Étnico-Racial ressalta a importância de denúncias para combater a prática de assédio moral no ambinte de trabalho: “A gente sempre fala que é importante denunciar porque o MPT é 100% comprometido em apurar as denúncias. É comum que as pessoas se sintam acuadas e com medo. Para denunciar em delegacia é preciso que haja duas testemunhas no mínimo, enquanto que no site do Ministério Público do Trabalho a denúncia pode ser feita de maneira anônima”, diz Patrícia, que acredita que através da denúncia o bolsonarista será punido.

ramPatrícia Santos (Imagem:Instagram)

Sérgio Camargo tem atacado ferrenhamente tudo que representa a Fundação Palmares e se coloca como um soldado bolsonarista em uma cruzada contra as conquistas do povo preto. “Não conheço a história dele a fundo. Tenho algumas hipóteses. Acredito que falta de amor próprio, reprodução de auto ódio, entendimento real das questões raciais. Infelizmente ele, Fernando Holiday e outros que se destacaram no bolsonarismo provam que não basta ser negro, é preciso consciência negra, amor próprio, auto estima”, diz Patrícia. Opinião parecida com de Douglas Belchior, que postou em seu Twitter respostas às recentes postagens de Camargo: “Parece que o presidente da Fundação Palmares tá surtando nas redes sociais. Mas como há tempos me bloqueou em todas, não consigo ver. Camargo cumpre o vergonhoso papel de serviçal de Jair Bolsonaro e desse governo supremacista branco. Fora Camargo! Fora Bolsonaro!”, postou.

Para Belchior, Sérgio Camargo só aprenderá diante de algum choque. “Se aprender. Aprenderão na dor. Ou não aprenderão. Perdem familiares, amigos e respeito, como aconteceu com Camargo. O que será dele ao fim desse governo? Porque ou derrubaremos Bolsonaro ou o derrotaremos nas urnas. Ele acha que será acolhido pelos brancos racistas depois desse tempo de ocupação da máquina pública? Em algum momento ele se decepcionará. E vai sentir. É inevitável”, concluiu.

Douglas Belchior (Imagem: Instagram)

O Mundo Negro perguntou se há chance de pessoas pretas radicalizadas como Camargo terem algo próximo de uma redenção.

Patrícia Santos: Acredito no que Nelson Mandela dizia, que se as pessoas aprendem a odiar, elas podem aprender a amar É possível que ele possa ter algum lapso de consciência e entender todo cenário e estar do lado correto da história. Nesse momento tão importante para o movimento negro em que a gente cresce com as demandas, já ocupa a grande mídia, fala sobre nossas dores e inclusão nas grandes empresas. Esse tipo de comportamento de um homem negro é um retrocesso. É possível enxergar além do umbigo e mudar de atitude.

Douglas Belchior: Nossa crítica ao Camargo não é por ser uma pessoa negra. Mas por ser um gestor que destrói políticas e instituições que deveriam servir ao interesse da comunidade negra. Por ser apoiador de um governo racista e genocida. Ser um membro que trai sua comunidade é um elemento a mais. E tudo bem. Pessoas negras têm o direito de ter o posicionamento político que quiserem, assim como brancos tem. Não somos iguais. E cada um que pague o preço de seus posicionamentos.

Fundo de População da ONU lança edital de apoio a povos e comunidades negras tradicionais do Rio de Janeiro

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Foto: Reprodução Internet.

Projeto oferece recurso para fortalecer organizações da sociedade civil, além de capacitações que incentivem o afroempreendedorismo e a geração de renda. Serão 14 instituições contempladas. Inscrições estão abertas até 1º de setembro

Em celebração ao 31 de agosto, data em que as Nações Unidas celebrará pela primeira vez o Dia Internacional das Pessoas Afrodescendentes, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lança um edital inédito de apoio a povos e comunidades negras tradicionais do Rio de Janeiro.

Serão selecionadas 14 organizações da sociedade civil do Estado, com o objetivo de fortalecer e valorizar as tradições de matriz africana. Além de fomentar a economia cultural e criativa, o edital prevê o apoio técnico e qualificação das instituições contempladas, com capacitações voltadas para o afroempreendedorismo, a geração de renda e a autonomia financeira.

O projeto é uma parceria do UNFPA com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH).Para esta iniciativa, é previsto um investimento total de R$700 mil. Podem se inscrever organizações da sociedade civil com pelo menos um ano de atuação comprovada nas áreas relacionadas a empreendedorismo, geração de renda, valorização da cultura tradicional e dos saberes presentes nos povos e comunidades negras tradicionais. As inscrições estão abertas até 1º de setembro de 2021.

A oficial para Equidade de Gênero, Raça e Etnia do Fundo de População das Nações Unidas, Luana Silva, lembra que neste ano são celebrados os 20 anos da Conferência de Durban, marco histórico contra o racismo e a intolerância. O edital é mais uma das iniciativas que o UNFPA promove para fortalecer e ampliar a capacidade de povos e comunidades negras tradicionais, mirando no desenvolvimento sustentável e na construção de uma sociedade mais equitativa.

“Além do apoio financeiro, o Fundo de População da ONU vai fornecer apoio técnico, por meio de consultores, para incentivar iniciativas que busquem o afroempreendedorismo e a valorização das tradições negras. Esta é uma iniciativa inédita, que promove a autonomia econômica de grupos socialmente excluídos por meio de formações que incentivem a implementação de seus projetos”, afirma.A ideia, de acordo com Luana, é expandir a iniciativa para o resto do país.

“Nós também vamos elaborar um documento técnico contendo a metodologia aplicada, com o intuito de que esta iniciativa tenha o potencial de ser replicada para outros estados que tenham interesse em apoiar as comunidades negras tradicionais”, detalha.

Luz da África: Mostra exibe filmes de diretoras negras premiados em festival de Nova York

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Cena do filme 'Alfazema', de Sabrina Fidalgo. Foto: Divulgação.

De 6 a 19 de setembro, filmes produzidos por diretoras africanas e afrodescendentes de vários gêneros e nacionalidades tomam conta do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Brasília, no Festiva Luz da África. A mostra vai apresentar 13 filmes selecionados entre a produção cinematográfica recente assinada por mulheres e premiada nas edições de 2017 a 2020 do célebre NYAFF – New York African Film Festival, evento que acontece há 30 anos e que trabalha para dar visibilidade às artes e à cultura de países africanos. O recorte da curadoria para esta edição, se concentrou na cinematografia feminina e leva a assinatura da atriz e ativista Maria Gal, da produtora e diretora Carina Bini e da música e pesquisadora Alissa Sanders.

A primeira semana do mês será marcada pela abertura da mostra, com um recorte presencial. Serão realizadas exibições ao ar livre, no Cinema do CCBB (mediante a retirada de ingressos para um número limitado de espectadores) e atividades como contação de histórias, roda de poesia, apresentações musicais e homenagens a países africanos em outros espaços do CCBB, na área externa. As atividades contam com a parceria de Embaixadas de países africanos no Brasil e seguirão os protocolos de segurança e prevenção à Covid-19.

Depois, de 6 a 19 de setembro, será exibida toda a programação de LUZ DA ÁFRICA, em versão on-line, através da plataforma bb.com.br/cultura. Lá também acontecerão rodas de conversas virtuais com realizadoras e curadoras. Cada filme ficará disponível por apenas um dia, no período das 19h às 23h59.

LUZ DA ÁFRICA conta com o patrocínio do Banco do Brasil e tem a produção da Atman Filmes e Criações.

O FESTIVAL

Durante 19 dias, o público brasileiro poderá conhecer um pouco da vida, da cultura e também das questões sociais que caracterizam a realidade de diferentes países, através do olhar e do pensamento de realizadoras africanas ou afrodescendentes do mundo todo. Nesta primeira edição, LUZ DA ÁFRICA exibirá títulos que foram premiados no importante NYAFF, o Festival de Cinema Africano de Nova York, considerado essencial para aumentar, dar visibilidade e reconhecimento aos artistas africanos no exterior.

Dentre os 13 títulos selecionados pela curadoria, estão produções como Subira”, de Ravneet Chandha, sobre uma mulher de espírito livre que luta contra os costumes tradicionais do país. De 2018, o filme foi o primeiro a ser indicado ao Oscar pelo Quênia. Também queniano,Lua Nova”, de Philippa Ndisi-Herrmann, recebeu vários prêmios em 2018 ao abordar os impactos da construção de um moderno porto sobre a vida de uma pequena ilha islâmica.

A programação inclui ainda Min Alesh?”, filme etíope de 2019, que fala sobre a paixão de uma mulher pela corrida e de como esse esporte pode ajudar a mudar a vida de toda a família. Também O Som das Máscaras’’ coprodução Moçambique, África do Sul e Portugal, que promove uma viagem pelo passado e presente de Moçambique, através da dança e da contação de histórias.

A mostra contempla a produção brasileira, com filmes assinados por diretoras negras. Atual diretora da SPCine, a cineasta Viviane Ferreira assina Um dia com Jerusa, que tem a grande atriz Léa Garcia no elenco e que apresenta um tocante retrato de diferentes gerações de mulheres negras de São Paulo. Da diretora Renata Martins, LUZ DA ÁFRICA exibe Sem Asas, que ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de Curta-metragem em 2019 e que apresenta uma história comovente e infelizmente bastante recorrente no Brasil. E a cineasta Sabrina Fidalgo comparece com duas produções, Alfazema” e “Rainha”. Sabrina foi eleita pela publicação norte-americana Bustle como a oitava dentre as 36 diretoras do mundo que estão mudando os paradigmas em seus países.

Segundo informa a curadora e diretora da mostra, Carina Bini, a curadoria se preocupou em apresentar a multiplicidade de linguagens deste universo das narrativas com protagonismo feminino de diversas nacionalidades. “Acredito que os filmes da mostra trazem um olhar destas mulheres potentes, retratando a diversidade cultural que constitui o continente africano e todas as questões sociais que permeiam sua atualidade. Para nós, é mais uma ponte para nos aproximar e nos fazer conhecer mais a fundo o continente africano. O olhar para a cultura africana nos leva ao espelhamento de nós mesmos, num resgate de nossas raízes e ancestralidade que permeiam a grande maioria da população brasileira.”

A atriz e produtora Maria Gal, uma das curadoras, celebra a realização da mostra no momento atual do Brasil: “Poder contribuir para apresentar filmes que trazem representatividade de forma tão diversa é algo muito especial e simbólico neste momento em que a sociedade brasileira está mais atenta à pauta racial em contraposição com a realidade brasileira em que narrativas pretas assim como profissionais pretos na frente e por trás das câmeras ainda são tão invisibilizados”.

Confira a programação completa em: https://ccbb.com.br/brasilia/programacao/luz-da-africa/

Autores de ‘Nos Tempos do Imperador’ planejam novela sobre princesa Isabel, mas Globo teme críticas

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Reprodução/Instagram

Em entrevista para o Gshow, os roteiristas Alessandro Marson e Thereza Falcão explicaram que, quando houve a apresentação da primeira trama para a emissora, já havia a expectativa de que o período histórico fosse desenvolvido em três novelas, para desenvolver as três fases.

Os autores querem fechar a trilogia histórica, que começou com Novo Mundo, com um folhetim sobre a vida da princesa Isabel (1846-1921). 

 “Quando apresentamos o projeto de Novo Mundo mostramos como a primeira parte de uma trilogia. A trilogia imperial, vamos chamar assim. A primeira parte seria a história da criação do império, por dom Pedro. A segunda parte, a consolidação deste império, com dom Pedro 2º. E a terceira, o desfecho da história, com a princesa Isabel”, explicaram os novelistas. 

Os autores não deram detalhes do que poderá nortear a terceira novela, mas a importância histórica de Isabel tem grande chance de virar núcleo principal. A história se nortearia nos dilemas da princesa abolindo a escravidão no Brasil com a Lei Áurea, em 1888, segundo os mesmo.

Em Novo Mundo, o público conheceu a fundo a trajetória de dom Pedro (Caio Castro) e Leopoldina (Leticia Colin). A novela termina quando o Brasil se torna um império e o rei “é promovido” para imperador. Já em Nos Tempos do Imperador, a novela fala sobre o reinado de dom Pedro 2º.

Após diversos comentários negativos sobre a segunda parte da novela, denominada ‘Nos tempos do imperador’, a emissora teme que a continuação não seja bem vista pelo público e acarrete uma enxurrada de críticas para os autores.

Entenda:

Tendo como matriz principal a cultura africana, o jazz é sinônimo de luta e resistência

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Por Reinaldo Calazans

Para o povo escravizado o dia a dia era maçante, regado de sofrimento e atribuições. Nas horas vagas, o único refúgio eram os cânticos.

Logo após o processo de abolição da escravidão nos Estados Unidos, em 1863, a comunidade preta começou a ter contato com os instrumentos ocidentais. Neste momento acontece a diversidade de culturas, dando o início a melodias e ritmos diferentes.

Entre 1890 e 1910, em Nova Orleans, nos EUA, surgia o jazz. É bem difícil definir esse estilo musical. Uma mistura de cânticos e improvisações, a raiz do ritmo tem ligação direta com a cultura do povo afro-americano. Lá já existia o Blues, som derivado das raízes pretas. Entre os anos 1930 e 1940 o jazz swing era bem popular entre a comunidade, até que nos anos 1950 surge o bebop e o hard bebop, um subgênero de jazz, o que não agradou o gosto popular. Na década de 60 surge o cool jazz, um estilo considerado mais intelectual.

Nomes potentes e importantes fizeram e estiveram presentes na cultura do jazz como Louis Armstrong, Nina Simone, Billie Holliday, Ella Fitzgerald, Al Jarreau, Nat King Cole, Mahalia Jackson, Esperanza Spalding e Ray Charles.

Nos dias atuais o estilo musical é visto por muitos como algo elitista, devido às transformações culturais e apropriação que sofreu ao longo dos anos, mas seu legado é do nosso povo, vem da nossa cultura e raízes. Sinônimo de garra, coragem e luta pela liberdade.

O jazz é nosso.

“Prossiga com orgulho”: A história, as frases, o legado do rei. Um ano sem Chadwick Boseman

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Imagem: Tylor Hepner

Chadwick Boseman foi um astro com todas as comparações que o termo pode ter com alguns eventos astronômicos. O ator, nascido em 1976, na Carolina do Sul (EUA), brilhou rápido como um cometa passando no horizonte e sua luz perdura como as estrelas que ainda enxergamos no céu, ainda que tenham morrido há muito tempo. 

No ensino médio já demonstrava talento para atuação e escrita, escrevendo e encenando sua primeira peça, “Crossroads”. Após ser elogiado por professores pela performance, não pôde mais parar.

No set de filmagem de ‘Pantera Negra’ (Imagem: Instagram/Chadwick Boseman)

Pequenas participações em séries como  ‘Lei & Ordem’ e ‘CSI: Nova Iorque’  foram um ensaio para o que viria futuramente. Em 2010, Boseman conseguiu um papel de destaque na série dramática “Persons Unknown”, mas foi em 2013 que mostrou muito do que era capaz em seu primeiro papel principal no cinema. Em “42”, o ator interpretou Jackie Robinson, um dos maiores jogadores de beisebol da história e o primeiro afro americano da Liga principal.

No ano seguinte, a cinebiografia de James Brown ganha vida com Chadwick encarnando o lendário músico em “Get on Up“. No longa, Chadwick atuou pela primeira vez ao lado de Viola Davis. Como todo artista, papéis mais ingratos apareceram, como no péssimo “Deuses do Egito” (2016), mas em 2018 o mundo conheceu um espetáculo glorioso de representatividade que trazia a realeza da fictícia Wakanda para o centro do Universo Cinematográfico da Marvel e Chadwick era o novo rei. “Pantera Negra” virou um fenômeno pop, aumentando as vendas de quadrinhos do herói e virando símbolo de uma geração inteira ávida por representatividade em todos os setores da indústria do entretenimento. Chadwick Boseman era a representação física de onde pessoas negras de todo mundo queriam chegar e como gostariam de ser retratadas. Ele era o rei, o guerreiro, o protetor de uma nação africana rica, pacífica e bem desenvolvida. Ele estava no topo e levou milhões juntos.

“Destacamento Blood” (Imagem: Instagram/Chadwick Boseman)

“Pantera Negra” faturou 1,344 bilhões de dólares nas bilheterias mundiais, superando por muito personagens mais conhecidos da Marvel como todos os filmes do Thor e os dois primeiros filmes do Homem de Ferro. Adorado pelo público, aclamado pela crítica. O filme se tornou o primeiro filme de super herói a ser indicado na categoria de Melhor Filme do Oscar.

Quais seriam os próximos passos? O que poderia ser maior? A vida, os ideais, o propósito.

Chadwick Boseman era um ativista da educação e desde cedo já usava sua potência para defendê-la, como no caso divulgado em seu perfil do Instagram em que virou matéria de jornal por ser contra as condições precárias da escola de artes em que estudava. Em 2018 ao receber uma medalha da Universidade de Howard (Washington), o intérprete de T´Challa fez um discurso poderoso e inspirador: “Você preferiria encontrar um propósito a um emprego ou uma carreira? Propósito atravessa disciplinas. Propósito é um elemento essencial de vocês. É a razão pela qual você está no planeta neste momento em particular da história (…) Independentemente do que você escolher como carreira, lembre que as batalhas ao longo do caminho são significativas para formar vocês para o seu propósito”, disse encorajando os alunos que se formavam. “Eu não sei como o futuro de vocês será, mas, se estão dispostos a tomar o caminho mais difícil, o mais complicado, o com mais falhas no início do que sucessos, o que têm ultimamente provado ter mais significado, mais vitórias, mais glória, então vocês não vão se arrepender” (…) Agora, como vocês começam seus caminhos, prossigam com orgulho e com propósito”.

O ator escondeu um câncer de cólon para continuar atuando e entregou atuações antológicas como em “Destacamento Blood” de Spike Lee e “A Voz Suprema do Blues”, filme da Netflix que valeu a indicação póstuma ao Oscar de Melhor Ator em 2021.

CRÍTICA | A Voz Suprema do Blues - InC | Instituto de Cinema | Cursos de  Cinema e Atuação
“A Voz Suprema do Blues”. O filme rendeu uma indicação póstuma de Melhor Ator a Chadwick (Imagem: Divulgação)

Chadwick Boseman entrou para a história do cinema com seu inegável talento e como símbolo de tempos que anseiam por mudança. Não só como rosto de um príncipe que vira rei, mas não sabe se está no caminho certo, mas como alguém que na vida real sempre se comprometeu com o melhor para os seus. As atuações que conseguiu entregar enquanto convivia silenciosamente com a dor mostram que seus passos continuavam firmes rumo a uma presença cada vez maior em Hollywood. Chadwick nunca pareceu mediano em seus personagens ou em suas entrevistas e sua precoce morte em 28 de agosto de 2020 foi como perder um membro da família que vemos orgulhosamente voar. A nota de seu falecimento é o tweet mais curtido da história com mais de seis milhões de curtidas. 

E não é exagero dizer que Chadwick se colocou entre os grandes da história e com relação à busca por representatividade está ao lado de Jordan Peele, Viola Davis, Denzel Washington e Barry Jenkins como expoente da potência negra acontecendo no cinema quando oportunidades são oferecidas.

Chadwick Boseman foi um orador inspirador. Abaixo algumas lições do eterno rei.

“Quando você investe em uma semente, vendo-a crescer sem você, é uma pílula difícil de engolir”, disse ele. “Às vezes você precisa sentir a dor e o aguilhão da derrota para ativar a verdadeira paixão e propósito que Deus predestinou dentro de você.”

“Todos nós sabemos o que é ouvir que não há um lugar para você ser destaque. No entanto, você é jovem, talentoso e negro. Nós sabemos o que é ouvir que não há uma tela para você ser apresentado, um palco para você ser apresentado. Nós sabemos o que é ser a cauda e não a cabeça. Nós sabemos o que é estar por baixo e não por cima. É com isso que trabalhávamos todos os dias porque sabíamos … que tínhamos algo especial que queríamos dar ao mundo. Que pudéssemos ser seres humanos completos nos papéis que desempenhamos. Que pudéssemos criar um mundo que exemplificasse um mundo que queríamos ver”

“Você tem que valorizar as coisas de uma maneira diferente quando sabe que o tempo está passando, você está sob pressão “

Imagem: Instagram

“Receber um prêmio por interpretar um super-herói é incrível, mas é ainda maior reconhecer os heróis que temos na vida real,”

“Há uma infinidade de histórias em nossa cultura que não foram contadas porque Hollywood não acreditava que fossem viáveis”, disse ele. “Seria legal ver pedaços da história que você não viu com as figuras africanas. Como os africanos na Europa – os mouros na Espanha. Ou se for a Portugal, tem estátuas de negros por todo o lado. Portanto, não apenas estivemos aqui ”, mas afetamos diretamente tudo o que você pensa que é europeu ”.

Comemorando 20 anos de carreira, grupo Bongar lança “Festa de terreiro”

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Rennan Peixoto

Com 20 anos de estrada, completados no último dia 11 de agosto, o Grupo Bongar lança seu “Festa de Terreiro” nas principais plataformas de streaming, neste mês do seu aniversário. O disco é uma compilação de músicas do primeiro e segundo CDs do grupo “29 de junho” e “Chão Batido Coco Pisado”, respectivamente, com as clássicas composições “Acorda Maria” e “Ogum”. O lançamento ocorre por meio do Selo Colmeia22 e já está disponível para download.


“Era uma cobrança do nosso público, que não encontrava as músicas do Bongar no Spotify, Deezer, Itunes. Esse convite do Selo Colmeia22 veio no momento em que estávamos nos preparando para isso. E chega também para compor as comemorações dos 20 anos do grupo”, conta a produtora do Bongar, Marileide Alves.


Outra ação para celebrar os 20 anos do Bongar é a live de aniversário, que será realizada no dia 30 deste mês, pelo canal do grupo no Youtube. Agora com nova formação, após o falecimento do seu vocalista e líder Guitinho da Xambá, o Bongar mantém a tradição do Coco da Xambá com a incorporação de elementos eletrônicos. O grupo conta com a participação de dois novos integrantes, os adolescentes Paulo Henrique e Yngrid Batista, que também integram o Grupo Pirão Bateu e fazem parte das oficinas de percussão ministradas pelo Bongar no Centro Cultural Grupo Bongar, na comunidade Xambá. Durante a live, o grupo fará uma homenagem a Guitinho e toda sua luta em prol da cultura e do povo negro.


O Centro Cultural também se prepara para retornar as atividades sócio-educativas-culturais com as crianças e adolescentes da comunidade de forma presencial. O que deve ocorrer em meados de setembro e início de outubro, quando os adolescentes já devem estar vacinados contra a Covid-19. Outro projeto do Grupo que voltará com as atividades é a Escola de Música Afro-Brasileira Grupo Bongar, criada com o objetivo de difundir a música vivenciada na comunidade Xambá e o toque dos tambores (engomes) do Terreiro Xambá. É um espaço também de criação e discussão de conteúdos de música e temática afro-brasileira.

Dublado por Rihanna, “Cada um na sua Casa” é irregular, mas rende bons momentos cômicos

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Os Boovs são uma uma raça alienígena que invade a Terra em busca de um novo lar. Porém, uma esperta garota chamada Tip (Rihanna) consegue fugir e acaba virando cúmplice de um alienígena exilado chamado Oh e os dois vão aprender a romper barreiras de preconceito para ajudar ambas as raças a acharem seu lugar.

Dica de Filme - Cada Um na Sua Casa - Jornal da Economia
Imagem: Reprodução

O filme da Dreamworks apresenta os Boovs de forma atrasada. As criaturinhas são carismáticas, mas vindos depois dos Minions parecem derivados. O pequeno alienígena, Oh (interpretado no original por Jim Parsons de Big Bang Theory), tem um jeito meio engraçado e meio irritante de falar tanto no dublado quanto no original e suas interações com Tip são sempre o ponto alto do filme.

Em nenhum momento a produção tenta ousar e se diferenciar de seus pares de estúdio ou da concorrência (Pixar e Universal). A todo momento o filme soa como mais do mesmo (a dinâmica entre Tip e Oh emulam algo já visto em “Lilo e Stitch“), o que pode aborrecer os fãs mais assíduos de animações, mas não vai atrapalhar a diversão dos pequenos ou do público adulto casual.

Tip é uma protagonista simpática e esperta. Rihanna acertou o tom na interpretação assim como os Boovs secundários tem momentos hilários ao tentarem parecer ser mais espertos que a garota. Curioso que os alienígenas mudam de cor conforme as emoções e o filme foi lançado em 2015, mesmo ano de “Divertida Mente”, que usa as cores para diferenciar as principais emoções.

A qualidade da animação é já conhecida dos públicos da Dreamworks. O visual é muito bonito, a textura da areia e da água são incríveis e tudo isso se junta a boas cenas de ação. Inclusive as cenas agitadas com a trilha sonora pop funcionam bem, assim como as sequências cômicas. O filme derrapa quando tenta imprimir drama. Pouco do tentado para comover funciona para engrandecer o filme, colaborando apenas para a perda do ritmo.

Cada um na sua Casa” cumpre bem o papel de divertir crianças e (alguns) adultos misturando aventura intergaláctica com lições sobre respeito e amizade.

Disponível na Netflix e Telecine.

Plataforma gratuita com profissionais negros da saúde é lançada no Brasil

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Reprodução/Google fotos

Startup busca dar visibilidade aos profissionais e desenvolver soluções tecnológicas em serviços de saúde para a população negra

Pacientes de todo o Brasil que estão em busca de um profissional negro das diversas atuações em saúde já podem ter acesso à versão completa da plataforma AfroSaúde. A ferramenta gratuita para pacientes, lançada nesta segunda-feira (23), conta com funcionalidades como agendamento de consultas e/ou procedimentos para atendimento online ou presencial, receituário eletrônico, dentre outras funções. O aplicativo está disponível para aparelhos com sistema Android, ou na versão web, disponível no endereço www.afrosaude.com.br.

Fundada em 2019, a startup AfroSaúde busca desenvolver soluções tecnológicas em serviços de saúde para a comunidade negra. Pensando no problema do racismo estrutural, a empresa é uma healthtec de impacto social que busca dar visibilidade ao profissional de saúde negro e conectá-los a pacientes que buscam representatividade e atendimento mais qualificado em diversas atuações da área.

De acordo com o sócio fundador, o dentista Arthur Lima, este é um marco na empresa, tendo em vista que a plataforma completa já estava sendo esperada por pacientes pré-cadastrados de todo o Brasil.

“Lançamos a primeira versão da plataforma, por onde os pacientes podiam encontrar os profissionais e resolver o principal problema notado na criação do negócio, que foi a falta de visibilidade dos profissionais de saúde negros no mercado e a dificuldade de os pacientes encontrá-los. Agora, com o lançamento, essa conexão será mais completa, pois o paciente poderá agendar os atendimentos online ou presencial, além de ter na palma da sua mão profissionais das mais diversas atuações em saúde”, afirma.

Atualmente, a plataforma possui cerca de 900 profissionais cadastrados em todo o Brasil, que terão à sua disposição uma plataforma completa que funcionará como um consultório digital, disponibilizando a agenda e acesso a prontuário eletrônico, atendimento online/telemedicina (para as áreas liberadas), receituário com assinatura digital, pagamentos automatizados, dentre outras funcionalidades.

Tamarindo: uma delícia africana para receitas incríveis

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Imagem: Aline Chermoula

Muita gente acha que o tamarindo é indiano por conta do sua presença em receitas deste país, mas na verdade, o tamarindo é africano!

Tamarindus indica, seu nome científico, é uma fruta. Ele vem do tamarindeiro, uma árvore originária da África equatorial e que pode atingir até 30 metros de altura. Muito consumido no sul da Ásia, aqui no Brasil o tamarindo ainda não é muito popular. Um dos seus principais benefícios é ser considerado um laxante natural.

O alto teor de fibra alimentar melhora o funcionamento do intestino e combate a prisão de ventre, o suco gástrico é estimulado, o que acelera a digestão. Essa fruta também estimula a atividade da bile, o que ajuda a dissolver mais rapidamente os alimentos ingeridos.

Uma curiosidade é que, mesmo que pareça estranho e contraditório, estudos mostram que o tamarindo também pode ser eficaz para combater a diarreia crônica.

Ele também faz muito bem para o coração, porque possui uma boa quantidade de potássio, que ajuda na redução da pressão arterial. Além disso, as fibras também ajudam a diminuir os níveis de colesterol.

É uma ótima fonte de ferro, sendo um bom alimento para ajudar a combater a anemia. O ferro também melhora a circulação, garantindo uma boa taxa de glóbulos vermelhos no sangue e uma boa circulação de oxigênio por todo o corpo.

Com propriedades anti-inflamatórias, o tamarindo é muito utilizado na preparação de remédios fitoterápicos e pode ajudar a reduzir a dor de artrite e doenças reumáticas. O tamarindo também contém magnésio, que ajuda a combater a insônia, e ácido fólico, ótimo para mulheres grávidas.

Como se já não bastasse, ainda é fonte de vitamina C, que age como um antioxidante e fortalece o nosso sistema imunológico. Além de consumir a fruta propriamente dita, que tem uma mistura de doce e azedinho em seu sabor, o tamarindo também pode ser usado para fazer doces, sucos, chás, licores. Também é bastante usado como tempero e ingrediente de molhos.

Hoje trago pra vocês já receita deliciosa de doce de tamarindo. Doce fácil de ser preparado, só dá um pouquinho de trabalho na hora de descascar, minha sugestão é convocar as crianças para ajudarem a quebrar a fava separando a casca durinha dos bagos da fruta. E quem tiver coragem de provar, o seu sabor é bem ácido… Fica o desafio!!! vale super a pena, garanto!

Geleia de tamarindo:

INGREDIENTES

• Para 1 kg de tamarindos

• 700g de açúcar

• 1 cm de pau de canela

• 5 cravos

Preparo:

Descasque os tamarindos, coloque os bagos de fruta em uma tigela, cubra com água e descarte a água, apenas para lavá-los. Cubra-os novamente com água e deixe-os de molho de um dia para o outro. No dia seguinte solte as sementes, dos bagos das frutas, elas vão escorregar facilmente. E coloque apenas a polpa obtida e a água onde ficou de molho em uma panela, acrescente o açúcar, a canela e os cravos.

Cozinhe mexendo algumas vezes com uma colher de pau até o doce tomar ponto, quer dizer até aparecer bem o fundo da panela. Aguarde até esfriar para retirar da panela. Se o doce ficar muito duro, junte meia xícara de água e mexa até ferver. Se ficar muito mole, cozinhe mais um pouco. Não tem ponto errado uma vez que o açúcar é solúvel e é simples de se consertar até um ponto de geleia mais durinho ou mais macio.

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