A estrela de “O urso”, Ayo Edebiri, está em negociações para estrelar e escrever o roteiro do próximo filme live-action de “Barney”, produzido pela A24 e pela 59% Productions, de Daniel Kaluuya, em parceria com a Mattel Films. Segundo a Variety, o projeto, que ainda mantém os detalhes do enredo sob sigilo, promete trazer uma abordagem inovadora ao icônico dinossauro roxo.
O filme será co-desenvolvido pela A24 e pela produtora de Kaluuya, com Kevin McKeon e Andrew Scannell supervisionando o projeto pela Mattel Films. Robbie Brenner, da Mattel Films, atuará como produtora ao lado da A24, enquanto Kaluuya e Rowan Riley produzirão pela 59% Productions. Apesar de Kaluuya ser um dos produtores principais, fontes confirmaram à Variety que ele não estrelará o filme ao lado de Edebiri.
Originalmente exibido entre 1988 e 2010 na PBS, “Barney & Friends” marcou gerações com sua mensagem de amizade e aprendizado. O projeto do filme live-action foi anunciado pela primeira vez em novembro de 2019, com Brenner destacando que a colaboração com Kaluuya permitiria uma “abordagem completamente nova para ‘Barney’ que surpreenderá o público e subverterá as expectativas”.
Desde então, a Mattel manteve silêncio sobre o desenvolvimento do filme, mas em outubro do ano passado, Josh Silverman, diretor de franquia da Mattel, deu pistas sobre o projeto em entrevista à Variety. Ele destacou que o filme terá uma narrativa distinta do reboot animado da franquia, atualmente em desenvolvimento na Max, e enfatizou a importância de manter a autenticidade do DNA de “Barney”.
“Queremos permanecer consistentes com a autenticidade, o DNA de ‘Barney’, mas também queremos nos modernizar”, disse Silverman.
Nesta terça-feira (25), o ator Rafael Zulu publicou um vídeo em seu perfil no Instagram para relatar um susto que o levou ao hospital após consumir uma grande quantidade de bebida energética durante um dia de praia com a família. O artista contou que foi diagnosticado com Fibrilação Atrial e passou quatro dias internado depois da ingestão exagerada da bebida e fez um alerta: “quis trazer esse relato para que sirva para todo mundo que, de alguma forma, consome, exageradamente ou não, esse tipo de bebida!”, disse.
No vídeo, o ator deu detalhes do ocorrido, contando que após ingerir energético durante o dia de passeio com a família, começou a sentir palpitações, coração acelerado e falta de ar, sintomas que o fizeram procurar atendimento médico. No hospital, ele foi diagnosticado com fibrilação atrial, uma condição em que o coração apresenta batimentos irregulares e pode não bombear sangue adequadamente: “Basicamente, ela [a médica] me explicou que o coração está batendo normal, jogando sangue para o restante das artérias, do corpo, e o meu coração estava tremendo, fibrilando. Consequentemente, para eles é um alerta, porque quando ele está tremendo, para de bombear como ele deve bombear”, detalhou Zulu.
O ator ficou internado por quatro dias, período em que recebeu injeções anticoagulantes para evitar complicações como trombose ou acidente vascular cerebral (AVC). Ele descreveu a experiência como assustadora e emocionalmente desgastante. “Foram quatro dias de medo, tensão, insegurança, vulnerabilidade. Eu tive medo de morrer. Nunca tinha passado por nada parecido. Sou um cara extremamente saudável, me alimento bem, treino, faço exercício (…). Mas caí nessa e isso foi por conta do excesso de energético”, afirmou.
Ao compartilhar o episódio, Rafael Zulu fez um alerta aos seguidores, especialmente aos mais jovens, sobre os riscos do consumo excessivo de bebidas energéticas. “O conselho que eu te dou, pra quem tem a minha idade, pra você que é mais jovem, segure a onda no excesso, sobretudo de energético”, recomendou.
Na legenda da publicação, o ator reforçou a mensagem: “Foi um susto! Mas agora tô bem! Se puder pare um tempinho do seu dia pra ouvir esse recado que deve servir pra você ou pra alguém bem próximo!”. Ele também destacou a importância de cuidar da saúde, afirmando que só valorizamos isso quando enfrentamos situações críticas.
Rafael Zulu, que tem sensibilidade a estimulantes como cafeína e pré-treino, ressaltou que o episódio serviu como um aprendizado. “Eu quis trazer esse relato pra que sirva pra todo mundo que, de alguma forma, consome, exageradamente ou não, esse tipo de bebida! Cuidem-se porque só quando estamos no hospital nos damos conta de que a nossa saúde é o que temos de mais valioso!”, finalizou.
Carlos Alberto de Jesus, policial militar da reserva e homem negro, atirou no jornalista Igor Melo Carvalho, também negro, na madrugada da última segunda-feira (24), após sua esposa, Josilene Souza, acusar Igor e o motociclista Thiago Marques de roubarem seu celular. Em depoimento concedido na última terça (25), o atirador mudou sua versão, afirmando que atirou porque Igor teria feito ‘menção de estar armado’.
Em depoimento à polícia, Carlos Alberto mudou sua versão dos fatos. Inicialmente, ele alegou que atirou porque Igor estaria armado. No entanto, em seu segundo relato, afirmou que o jornalista fez um movimento próximo à cintura, “como se estivesse armado”, o que justificaria os disparos. O policial, que usou uma arma calibre 38, efetuou dois tiros, atingindo Igor, que foi levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde perdeu o rim direito e precisou de transfusão de sangue.
Thiago Marques, o motociclista que transportava Igor, foi detido pela polícia, mas liberado na tarde de terça-feira (25). Câmeras de segurança do bar Batuq em que o jornalista trabalhava naquela madrugada na noite de domingo (23) aponta que o jovem saiu do local minutos antes de ser baleado por Carlos Alberto de Jesus. As imagens também mostram Thiago Marques chegando após o jornalista solicitar a viagem por aplicativo.
O caso causou comoção, em especial, pelo fato de mais um jovem negro ser acusado injustamente por um crime, além do motociclista. E também gerou indignação pelo fato de o atirador ter sido um homem negro: “O policial negro reproduz o racismo que aprendeu na instituição que representa. Na cabeça dele, seu semelhante era um alvo a ser combatido. Não passa pela sua consciência que Igor é tão trabalhador quanto ele era. Por quê? Porque o racismo não deixa”, afirmou o jornalista Jonas di Andrade, do Voz das Comunidades em uma publicação nas redes sociais.
O que aconteceu Igor Melo, jornalista, estudante de publicidade e dono do site Informe Botafogo, foi baleado enquanto voltava para casa de moto, após seu turno de trabalho. A acusação partiu de Josilene Souza, esposa do policial, que afirmou ter sido roubada por Igor e Thiago. No entanto, testemunhas e imagens de segurança contradizem a versão apresentada por ela e pelo marido.
Marina Moura, esposa de Igor, desmentiu as acusações e destacou que o jornalista não tem envolvimento com atividades criminosas. “Meu marido não é criminoso, ele foi a vítima. O policial que estava presente lá disse que a mulher que o acusou estava visivelmente bêbada. Ele vai ficar bem porque é forte e Deus é maior. Ele trabalha todo fim de semana por nós”, escreveu Marina nas redes sociais.
Reduzir os enredos afro a um clichê é não apenas desconhecer a potência da cultura negra, mas reforçar o racismo estrutural que insiste em negar à população negra o direito de contar suas próprias histórias.
É o que se aplica as recentes declarações de Paulo Barros, que classificou os enredos afro como “todos iguais” e declarou que “ninguém entende nada”. O que ele realmente quis dizer? Porque sabemos que, quando a cultura negra ocupa um espaço central, as reações são sempre as mesmas: deslegitimar, minimizar e, se possível, apagar.
A falácia da repetição: qual história pode ser contada?
A crítica de Paulo Barros não se sustenta. Se há algo que se repete no Carnaval, não são os enredos afro, mas sim a própria estrutura racista da sociedade brasileira, que permite que um homem branco em posição de poder determine quais histórias são válidas. O que ele chama de “repetição” é, na verdade, um processo de recontar histórias que foram silenciadas por séculos.
Nenhum historiador ousaria dizer que toda ópera europeia é igual por abordar reis, deuses e guerras. Nenhum cineasta descartaria os filmes de Hollywood por, há décadas, revisitarem as mesmas narrativas de heróis, tragédias e amores impossíveis. Mas quando falamos de matriz africana, as regras mudam. De repente, tudo vira “igual”, tudo é reduzido a um grande bloco indistinto, sem nuances, sem diversidade.
A pluralidade das culturas afro-brasileiras está na essência do Carnaval. Os enredos vão de reis africanos a mães de santo, de quilombolas a poetas negros, de divindades a anônimos que desafiaram a estrutura colonial. Quem realmente assiste aos desfiles e entende o que está sendo contado sabe que cada narrativa carrega uma história única e necessária.
A colonização do olhar e o desconforto branco
O que Paulo Barros chama de “ninguém entende” talvez seja apenas um espelho do que ele próprio não consegue ver. O olhar branco que domina o Carnaval há décadas foi moldado para enxergar apenas a estética da cultura negra, nunca seu significado. O samba pode existir, desde que não questione. A bateria pode tocar, desde que não se torne protagonista. A cultura negra pode ser celebrada, mas sempre a partir da lente de quem a exotiza, nunca de quem a vive.
Ao afirmar que os enredos afro são repetitivos, Barros revela que sua referência de inovação no Carnaval ainda está enraizada em um imaginário eurocêntrico, onde o “novo” precisa se parecer com algo que ele já conhece e entende. Sua declaração não é uma análise crítica do Carnaval; é uma reafirmação da branquitude como única mediadora do que merece ou não ser contado.
Reparação e protagonismo negro no Carnaval
O Carnaval carioca, que hoje conhecemos, não nasceu no alto dos carros alegóricos de estética futurista, mas nas rodas de samba formadas por negros e negras que transformaram dor em celebração. A tradição dos enredos afro não é uma moda, nem uma tendência, mas uma necessidade histórica de recontar a trajetória de um povo que foi apagado dos livros, das praças e dos palcos.
O mais cruel dessa narrativa é que Paulo Barros sabe disso. Como todos os grandes nomes do Carnaval, ele constrói suas alegorias sobre o suor de artesãos, músicos, passistas e mestres-sala, a maioria negros, que são a espinha dorsal dessa festa. Mas, no momento de valorizar as histórias que deram origem ao espetáculo, sua crítica é uma tentativa de silenciar o protagonismo negro e manter as velhas estruturas de poder.
As declarações do carnavalesco são apenas mais um capítulo de um longo histórico de resistência da cultura negra contra aqueles que tentam apagá-la ou controlá-la. O problema nunca foi a repetição dos enredos, mas a recusa de muitos em aceitarem que o Carnaval não pertence mais apenas a eles.
Talvez Paulo Barros devesse se perguntar por que ele não entende esses enredos, enquanto milhares de pessoas negras os compreendem com naturalidade. Talvez seja hora de perceber que não é a cultura afro-brasileira que precisa mudar, mas o olhar branco que insiste em limitá-la. Porque, goste ou não, os enredos afro continuarão a ser contados, e o verdadeiro desafio não é quem os escreve, mas quem está disposto a ouvir.
Chef de Alto Nível, o novo reality show gastronômico da Globo, anunciou os mentores que irão avaliar os participantes da competição: Alex Atala, Renata Vanzetto e Jefferson Rueda, com apresentação da Ana Maria Braga. O programa segue a receita dos jurados do Masterchef Brasil, com apenas pessoas brancas no lugar de ensinar o outro.
Mas antes que alguém questione o currículo de outros chefs que estariam aptos para assumir a mentoria do programa, gostaria de apresentar para quem ainda não conhece, o Guia Black Chefs (@guiablackchefs), uma editoria do Mundo Negro que se dedica em promover os chefs negros de diferentes regiões do Brasil e do mundo. Neste período, tivemos a oportunidade de conhecer e entrevistar renomados profissionais negros da gastronomia.
Recentemente, por exemplo, pautamos um célebre momento em que as chefs negras e baianas Ieda de Matos e Ana Célia, prepararam um jantar afro-indígena no Palácio Itamaraty para o Presidente Lula e o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, em um evento para cerca de 200 convidados. Trabalho feito por pessoas que são boas no que fazem!
Então sem querer desmerecer a conquista dos mentores, que não temos a menor dúvida de seus talentos, mas ao longo de 99 anos que são entregues as estrelas da Michelin, apenas sete pessoas negras no mundo alcançaram essa conquista, sendo a mais recente, a nigeriana Adejoké Bakaré, chef proprietária do restaurante Chishuru no Reino Unido, em outubro de 2024.
Logo, se formos levar em consideração apenas as estrelas para valorizar os profissionais de gastronomia com anos de experiência, conhecimento e dedicação, quando os chefs negros terão oportunidades para alcançar status de mentores e jurados na televisão?
“Por centenas de anos fomos proibidos de estudar, empreender e nosso trabalho não foi remunerado. Nosso saber foi apropriado, nossas tecnologias roubadas e nossa cultura estigmatizada. Sendo assim, na corrida, não partimos do mesmo ponto, razão pela qual precisamos nos unir, fortalecer negócios tocados por pessoas pretas, para que esses profissionais se multipliquem e não desistam de seus sonhos”.
Seu Adelino Jr. em Irmão do Jorel (Crédito: Divulgação)
Os novos episódios da querida série de animação brasileira ‘Irmão do Jorel’ acabaram de estrear na Max e com um bem especial para a comunidade negra. O ator, roteirista e humorista João Pimenta, se junta a uma homenagem do Baile Charme de Madureira, em “Sonâmbulo Maneiro”, dando voz à Seu Adelino Jr., inspirado nas vivências de Allan Matias, Diretor de Arte da série.
“Fico feliz demais dessa animação ser o meu terceiro trabalho profissional de voz. O primeiro foi num longa do ‘Porta dos Fundos’ e o segundo no desenho do ‘Menino Maluquinho’. Sempre fui apreciador dessa área e inclusive fiquei alguns anos fazendo fandublagens no meu canal do YouTube”, conta em entrevista ao Mundo Negro.
O convite chegou logo após sua experiência em Menino Maluquinho e veio tanto da equipe de produção quanto de Melissa Garcia, Diretora de Voz da série. “Eu já acompanhava ‘Irmão do Jorel’, mas só há alguns anos descobri que era uma animação brasileira e foi porque conheci os criadores”, relata.
Irmão do Jorel e Seu Adelino Jr. (Crédito: Divulgação)
Seu personagem, Seu Adelino Jr., tem uma breve aparição na série, mas com uma experiência inesquecível. “Foi bom demais! Cheguei lá preocupado com o timbre que eles queriam, mas a Melissa Garcia e o Juliano Enrico, criador da série, me deixaram bem tranquilo, porque queriam um timbre bem parecido com minha voz usual. Uma pena que foi uma tarde só, porque eu gostaria de ficar fazendo esse tipo de trampo toda semana, se fosse possível”, diz.
Para Allan Matias, ver as suas vivências serem retratadas na tela foi emocionante. “’Irmão do Jorel’ é inspirado em vidas de pessoas reais e, desde a sua estreia, absorve histórias diversas de quem esteve envolvido na produção, como roteiristas, animadores, cenaristas e outros profissionais. ‘Sonâmbulo Maneiro’ é a continuidade desse processo de absorção e fico feliz por poder colaborar, nesse projeto tão querido, com vivências pessoais, mas também coletivas, que ainda são raras na ficção brasileira”.
O desafio da direção de arte foi grande, especialmente ao trazer a estética do baile charme para a animação. “Os desafios são muitos na realização de um desenho animado. Neste episódio, em especial, posso dizer que foi desafiador tentar contemplar, em mais ou menos seis minutos de cenas de baile, a diversidade de rostos, estilos e gerações das pessoas que, como eu, frequentam o charme. Também foi um desafio adaptar o espaço do baile em si, totalmente inspirado no ambiente do baile do viaduto de Madureira, e passar sua importância cultural em harmonia com a estética e o humor da série”, conta Alan.
Baile charme em Irmão do Jorel (Crédito: Divulgação)
A importância da representatividade para o público infantil em uma animação brasileira tão querida é valorizada por Alan. “A expressão ‘representatividade’ surge em contextos de ausência ou escassez de exemplos de vivências e interesses reais e/ou comuns da sociedade em determinados espaços ou mídias. Penso que esse episódio propõe, mesmo que em poucos minutos, um aprofundamento lógico naquilo que está na essência do ‘Irmão do Jorel’: humor e animação de qualidade sobre e a partir de vivências reais, comuns e, às vezes, incomuns também! ‘Sonâmbulo Maneiro’, bem como outros episódios da temporada, acena para ‘UM Brasil’ flagrante, mas raramente visto em animações, tanto na tela quanto nas equipes, propondo ao público, especialmente às crianças, uma experiência de diversão, riso e identificação em harmonia com uma vontade de diversidade e inclusão.”
João Pimenta reforça essa ideia: “É fundamental [a representatividade], principalmente porque temos contexto. Muitas vezes a gente cresce sem se ver na telinha, sem ver um bonequinho parecido com a gente, e ter isso no ‘Irmão do Jorel’, que é uma animação brasileira com uma proposta tão bacana, foi muito massa de ver.”
A nova leva de episódios da 5ª temporada de ‘Irmão do Jorel’ já está disponível no catálogo da Max.
A expectativa para a estreia do remate de Vale Tudo está alta. A novela, que trouxe para o horário nobre da televisão brasileira discussões relevantes sobre a sociedade brasileira em 1988, volta às telas no dia 31 de março no remake escrito por Manuela Dias, destacando também o protagonismo negro. Com as atrizes Taís Araújo e Bella Campos nos papéis de Raquel e Maria de Fátima.
Durante entrevista coletiva realizada na manhã desta terça-feira (25) com os atores e diretores da produção, a atriz Taís Araújo falou sobre a diferença entre a Raquel, personagem interpretada na trama original por Regina Duarte, e a Raquel da versão vivida por Taís: “É completamente diferente, e não é porque é minha ou pela Regina Duarte, é um a questão de mulher negra, existência no mundo, diferente da mulher branca. É a experiência de uma mulher negra e como o mundo encara essa mulher”, pontuou.
A atriz reforçou como sua personagem representa a realidade de muitas mulheres negras no Brasil. Vivendo na periferia, estando na base da pirâmide social e sendo mãe solo. “Quando eu leio os capítulos, eu falo assim, é Deus do céu, mas parece que é mesmo uma escrita de uma mulher preta que corre, que está na base da pirâmide, que é mãe solo, que dedicou a vida inteira dela para essa menina a ponto de abdicar de sua própria vida. A Raquel que eu faço é uma grande homenagem e uma grande representação das mulheres que estão construindo esse país”. Ao lembrar a história de Raquel, a autora da adaptação, Manuela Dias, pontuou que a personagem, “A Raquel sempre foi preta, ela era branca pela nossa incapacidade social de perceber e de dar esse protagonismo para uma atriz preta”.
Outro ponto
Jarbas (Leandro Firmino), André (Breno Ferreira), Consuêlo (Belize Pombal) e Daniela (Jessica Marques).
Belize Pombal, que interpreta Consuelo, também celebrou viver o papel da secretária, podendo mostrar que pessoas negras vivenciam experiências distintas individualmente. A atriz integra o núcleo familiar formado pelo motorista Jarbas (Leandro Firmino), André (BrenoFerreira), e Daniela (Jessica Marques): “Eu fico muito feliz quando a gente se encontra para gravar, e aí eu olho para cada um de nós e vejo uma família pretinha, retinta numa novela das nove eu acho super importante. Primeiro de tudo pessoas negras, antes de serem negras, são pessoas, então tem suas subjetividades, tem suas peculiaridades, e eu acho que quando a gente tem a oportunidade de trazer artistas negros retintos, contando histórias de pessoas numa condição socioeconômica, legal. Com possibilidade de acesso, com carreiras bem resolvidas, com relações, com afeto, uma família amorosa. Isso também fala muito sobre essa remontagem, não só da novela, mas da nossa sociedade”.
A Justiça do Rio determinou a soltura do motociclista de aplicativo Thiago Marques Gonçalves e o fim da custódia do universitário Igor Melo de Carvalho, baleado e internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas. A decisão foi tomada em audiência de custódia nesta terça-feira (25). Os dois foram falsamente acusados de envolvimento em um assalto na noite desta segunda-feira (24), na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.
Igor, 32, jornalista, estudante de publicidade e dono do site “Informe Botafogo”, foi baleado enquanto voltava para casa com o motociclista por aplicativo. O PM da reserva Carlos Alberto de Jesus admitiu ter feito os disparos e alegou que a dupla roubou o celular de sua esposa. O policial presta novo depoimento nesta terça-feira, e o motociclista Thiago, que foi levado ao presídio de Benfica, deve sair ainda hoje.
Segundo as investigações, Igor pediu uma moto por aplicativo para sair do trabalho, na Penha, duas horas depois do horário em que a mulher do PM diz ter sido assaltada no mesmo bairro.
Em depoimento, a mulher do policial afirmou que estava em um ponto de ônibus por volta das 23h de domingo quando dois homens em uma moto azul, um de camisa preta e outro amarela, roubaram seu celular. Ela identificou Igor, de camisa amarela, como um dos envolvidos.
Imagens do estabelecimento onde Igor trabalha mostram que ele saiu do local apenas à 1h06 de segunda-feira. Registros do aplicativo indicam que ele solicitou transporte às 1h27. Vídeos enviados por familiares mostram o momento em que ele embarca na moto por volta de 1h30.
No caminho, segundo a família, Igor percebeu que um carro seguia a moto. Minutos depois, ouviu disparos e caiu. Ferido, conseguiu ligar para colegas de trabalho, que o levaram ao Hospital Getúlio Vargas.
A polícia analisa imagens de câmeras próximas para verificar o assalto e a rota da moto pilotada por Thiago, que levava Igor para casa quando foram alvos dos tiros. Parentes dizem que Igor foi atingido pelas costas, passou por cirurgia, perdeu um rim e teve estômago e intestino gravemente afetados.
Igor também trabalha no portal Vitrine Esportiva. O Botafogo desejou sua recuperação e cobrou justiça. “Igor participou de inúmeros atendimentos à imprensa realizados pelo clube, sempre com profissionalismo e respeito. Estamos juntos em pensamentos positivos! O clube cobra justiça e elucidação dos fatos!”, publicou o time.
A TV Globo relatou que tentou entrar em contato com Carlos Alberto, mas ele não atendeu.
PM diz que viu arma com Igor
No primeiro depoimento, Carlos Alberto alegou ter visto uma arma na mão de Igor, que estava na garupa da moto. Segundo ele, motoristas que passavam pelo local disseram que a dupla estaria fazendo um arrastão, contradizendo as imagens de segurança. O PM também não encontrou o celular da esposa nem a arma que o jornalista supostamente carregava.
A Polícia Militar informou que agentes foram à avenida Lobo Júnior, na Penha, para verificar uma ocorrência de invasão a domicílio. No local, constataram que dois homens em uma moto haviam sido baleados por ocupantes de um carro desconhecido. Um deles foi socorrido ao Hospital Getúlio Vargas.
O caso foi registrado na 22ª DP (Penha). Carlos Alberto se apresentou como autor dos tiros, e sua esposa reconheceu Thiago como um dos envolvidos no roubo do celular.
Igor Melo, jornalista, estudante de publicidade e dono do site “Informe Botafogo”, foi baleado pelo policial militar da reserva, Carlos Alberto de Jesus, na noite desta segunda-feira (24), na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. O caso ocorreu após uma mulher apontar Igor com um suposto bandido.
O jornalista foi atingido por um disparo enquanto voltava para casa com um motociclista por aplicativo. De acordo com informações do jornalista Renan Moura, da Rádio Globo/CBN, Igor foi alvejado durante o trajeto e socorrido para o Hospital Getúlio Vargas, onde passou por uma cirurgia de emergência.
Ele perdeu o rim direito e precisou de transfusão de sangue (três bolsas). Atualmente, o jornalista está sob custódia no hospital, mas seu estado de saúde é considerado estável, segundo sua esposa, Marina Moura. Marina afirmou que Igor, pai de um menino de dois anos, não tem envolvimento com atividades criminosas e que a acusação partiu de uma mulher que estaria embriagada no momento do ocorrido.
“Meu marido não é criminoso, ele foi a vítima. O policial que estava presente lá disse que a mulher que o acusou estava visivelmente bêbada. Ele vai ficar bem porque é forte e Deus é maior. Ele trabalha todo fim de semana por nós”, escreveu Marina em uma publicação nas redes sociais.
Igor, que também trabalha na Universidade Celso Lisboa e na Boate Batuq, na Penha, estava voltando do trabalho quando foi atingido. O mototaxista que o transportava também se feriu após a queda da moto, mas não foi baleado. Na delegacia, a mulher que teve o celular roubado, esposa do policial militar da reserva, afirmou que o mototaxista seria o autor do roubo. Antes de atirar, o policial teria perseguido a moto.
**Nota da Polícia Militar**
Em nota, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar informou que policiais da 16º BPM (Olaria) foram à Av. Lobo Júnior, na Penha, para atender a uma ocorrência de invasão a domicílio. No local, os agentes constataram que dois suspeitos, que trafegavam em uma motocicleta, foram alvos de disparos de arma de fogo provenientes de um veículo desconhecido. Um dos ocupantes foi atingido e socorrido ao Hospital Getúlio Vargas.
O caso foi registrado na 22ª DP, onde o policial militar da reserva se apresentou como o autor dos disparos. A esposa do policial teria reconhecido o condutor da moto como um dos responsáveis pelo roubo de seu celular. Um dos homens foi preso, enquanto o ferido permaneceu sob custódia no hospital.
O caso ainda está sob investigação, e as circunstâncias exatas do ocorrido serão apuradas pelas autoridades competentes.
Se tem uma coisa que aprendi, desde do meu primeiro suposto emprego como entregadora de panfleto e só confirmei ao longo da caminhada corporativa é que ninguém cresce sozinho. O mundo profissional, especialmente para nosso povo, é um jogo muito mais complexo do que aquela partida de UNO nas viagens familiares: cheio de desafios e barreiras invisíveis. Mas o que acontece quando a gente sai da nossa bolha, expande horizontes e leva nossa identidade para novos espaços de forma coletiva e proativa?
Acontece o óbvio que tanto falamos, tatuamos, mas pouco praticamos no mundo corporativo: a mágica da filosofia UBUNTU, essa sabedoria africana que nos lembra que “eu sou porque nós somos”. Nossa força não está só no que conquistamos individualmente, mas no que podemos construir coletivamente e, a minha última experiência foi justamente criada a partir de uma pergunta, lá no início de 2024, que se tornou um “chamado” para mim e para mais de 20 mulheres negras em posições de liderança que buscavam para além do desenvolvimento executivo tradicional, aquele que define uma carreira somente com a lupa americana e eurocentrada. A pergunta foi: Bora?
A responsável por esta pergunta foi a Jess Sandin, que assim como tantas mulheres negras que bugaram o sistema, através de uma trajetória executiva de mais de 17 anos construída na área de rh com passagens em multinacionais como Mastercard, Nubank e Netflix Brasil. Após uma carreira marcada por conquistas significativas, como ser diretora de RH aos 30 anos e liderar projetos globais, Jess decidiu canalizar sua expertise e paixão por culturas diversas em um projeto inovador: o A-Experience®.O A-Experience® é uma jornada de 10 meses, cuidadosamente planejada, que inclui preparação, imersão e acompanhamento pós-experiência. É sobre nós, porque ele foi feito por mãos, objetivos, desejos, conexões e empoderamentos de pessoas pretas para pessoas pretas. Obviamente, aliados participaram desta construção, mas não no papel de protagonismo e sim no papel de concessão de privilégios para viabilizar que estas mulheres conseguissem aproveitar 100% a proposta do programa: imersão em inglês britânico como diferencial, mentorias, networking estratégico, autoconhecimento e conexão com a cultura africana, criando uma experiência transformadora. “O objetivo do programa é, de uma forma completamente diferente do comum, equipar as participantes com as ferramentas, networking e autoconhecimento necessários para liderar com excelência em ambientes complexos e dinâmico. Quero que as participantes se sintam confiantes, equipadas, preparadas e apoiadas para assumir desafios ainda maiores em suas carreiras. Por isso, o programa tem uma curadoria de atividades para fortalecer mente, corpo e coração, e eu faço questão de acompanhar o grupo ao longo de todo o processo”, explica Jess.
O convite para conhecer a África do Sul com as suas convergências e divergências, inicialmente desperta o nosso lugar de não pertencimento ou de construção de barreiras mentais clássicas. Quantas vezes você já viu alguém brilhando lá fora e pensou: “nossa, que incrível, mas isso não é para mim”? Mas é. Esse pensamento ainda é fruto de uma estrutura que historicamente tentou nos limitar e quando vemos pessoas pretas ocupando espaços globais, negociando, liderando, empreendendo e inspirando, entendemos que esses lugares também podem – e devem – ser nossos e vou além: para você e para todos os outros profissionais pretos que seu poder de influência consiga alcançar. Inclusive se a sua barreira é financeira, a dica tem nome e sobrenome e chama-se educação financeira.
O programa também comprovou outro ponto, principalmente com as masterclass que contaram com líderes globais, como a presidente do BRICS WBA ZA, Lebogang Zulu, sessões de coaching com o professor Nkembo Kiala, da African Leadership Academy, conexões com redes locais, como HerPower África e Women in Tech África do Sul: fazer parte de uma rede global não significa só se beneficiar dela, mas também nutrir e fortalecer essa conexão para que outros também possam crescer. A Jess acredita que a troca de experiências e o networking intencional são aceleradores de carreira poderosos, e viabilizou a outras 20 mulheres pretas acesso ao networking estratégico dela. Agora, imagine se cada profissional preto que teve uma experiência internacional compartilhasse seus aprendizados, abrisse portas para outros e criasse pontes para mais oportunidades? A mudança seria gigante.
Cada conquista internacional de um profissional preto é uma vitória individual, mas também um movimento coletivo. Quando compartilhamos em nosso dia a dia informações sobre bolsas, mentorias, oportunidades de trabalho ou simplesmente dicas sobre como navegar num ambiente corporativo, estamos rompendo ciclos e criando novos caminhos e esta foi a maior reflexão que consegui obter desta experiência: não desistir de mudar o mundo, mesmo que o escopo tenha que ser revisto. O A-Experience não é somente um programa, é um movimento de escopo revisitado adaptado a um presente que não está tão favorável à diversidade corporativa. Este movimento busca construir uma rede internacional de mulheres negras em posições de liderança, capazes de inspirar mudanças e promover equidade no mundo corporativo.
O recado aqui é simples: não guarde só para você o que pode mudar a vida de outra pessoa. Jess Sandin fez este movimento, provando que é possível transformar experiências pessoais em legados coletivos. A troca fortalece, o compartilhamento potencializa, e o sucesso de um é a inspiração de muitos. Ubuntu: eu sou porque nós somos. E nós podemos estar em qualquer lugar.