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Nos EUA, ‘Sing Sing’ se torna o primeiro filme a estrear simultaneamente nos cinemas e nas prisões

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Foto: A24

O filme ‘Sing Sing’, estrelado por Colman Domingo, estreou em 500 cinemas dos Estados Unidos, nesta sexta-feira (17), e se tornou o primeiro a ser lançado simultaneamente nas prisões, para quase um milhão de pessoas encarceradas. A informação foi revelada pelo The Hollywood Reporter nesta semana.

Este lançamento inovador é resultado de uma parceria entre a A24, a Rehabilitation Through the Arts (RTA) – a organização sem fins lucrativos que inspirou o filme – e a Edovo, uma entidade que desenvolve conteúdos educacionais acessíveis por tablets em mais de 1.100 prisões nos Estados Unidos. ‘Sing Sing’ será exibido em unidades correcionais na Califórnia, Nova York, Texas e em outros 43 estados.

O filme acompanha Divine G, um detento condenado por um crime que não cometeu, que encontra propósito ao participar de um grupo de teatro formado por outros presos. Juntos, eles se empenham em montar uma peça original intitulada “Breakin’ the Mummy’s Code”, explorando a transformação pessoal e a busca por redenção através da arte. 

“A narrativa tem uma maneira incrível de despertar esperança e construir conexões, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Com o Sing Sing, estamos dando aos indivíduos encarcerados uma oportunidade de se verem em uma história de resiliência e transformação, e de se sentirem inspirados a imaginar novas possibilidades para suas próprias vidas”, disse o fundador e CEO da Edovo, Brian Hill.

Até o momento, o filme ganhou uma indicação ao SAG Awards 2025 e três indicações ao Independent Spirit Award, incluindo melhor longa-metragem. Indicado ao Oscar 2024 por papel em ‘Rustin’, Domingo é considerado um dos favoritos a premiação deste ano por sua atuação como Divine G.

Com exceção de alguns atores profissionais, como Domingo e o Paul Raci, o elenco do filme é formado principalmente por artistas que já foram encarcerados, muitos deles ex-participantes do programa RTA, incluindo Clarence “Divine Eye” Maclin e Jon-Adrian “JJ” Velazquez.

No Brasil, o filme ‘Sing Sing’ estreia nos cinemas dia 13 de fevereiro.

“Enfrentar esse movimento contrário”, diz Gerente Executivo do Pacto da Equidade Racial sobre reversão de políticas de DEI

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Foto: Fabio Carmona

Empresas que apostam em diversidade têm mais chances de sucesso financeiro, segundo dados da McKinsey & Company. O estudo de 2023 revela que organizações com diversidade étnica e racial entre colaboradores têm 35% mais chances de obter rendimentos acima da média do setor, enquanto companhias com maior diversidade de gênero apresentam 15% mais chances de superar financeiramente suas concorrentes. Essa correlação reforça a importância de políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), não apenas como instrumentos de justiça social, mas também como estratégias de competitividade.

A relevância do tema se torna ainda mais evidente diante de um cenário global desafiador. Em 29 de junho de 2023, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que a raça não poderia mais ser utilizada como critério para a admissão de estudantes nas universidades do país. Essa decisão resultou no encerramento de ações afirmativas em diversas instituições norte-americanas, impactando principalmente a população negra. A situação foi agravada por uma onda de conservadorismo político iniciada com a eleição de Donald Trump e culminou, em dezembro de 2024, com o encerramento dos programas de Diversidade e Inclusão do FBI. Gigantes tecnológicas como Meta e Amazon seguiram a mesma direção, anunciando o fim de suas iniciativas de DEI.

No Brasil, onde as desigualdades raciais são estruturais, essas mudanças internacionais acendem um alerta. Estudos como o “Perfil Social, Racial e de Gênero das 1.100 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas 2023-2024”, divulgado pelo Instituto Ethos, mostram que mulheres negras ocupam apenas 3,4% dos cargos de liderança e que pessoas negras representam 5,9% dos conselhos empresariais. Essas estatísticas evidenciam o longo caminho a ser percorrido para alcançar a equidade racial no ambiente corporativo.

“Neste cenário, o papel dos líderes corporativos vai além de simplesmente resistir à pressão contrária: eles também têm a missão de inspirar uma nova geração de gestores e organizações. O fortalecimento contínuo de ações afirmativas por parte desses líderes, aliado à disponibilização pública de dados internos que comprovem o desenvolvimento e os resultados dos programas de DEI, representa uma das principais formas de enfrentar esse movimento contrário. Assim, ao priorizar a equidade racial como um eixo central de suas estratégias, líderes que apoiam agendas transformadoras estão se posicionando que investir em inclusão é uma resposta estratégica e prática para os desafios que interseccionam diversas comunidades ao redor do mundo”, destacou o Gerente Executivo do Pacto da Equidade Racial, Guibson Trindade, em entrevista concedida para o Mundo Negro.

Confira a entrevista completa:

Mundo NegroComo avalia o impacto das reversões de políticas de DEI nas gigantes tecnológicas, como Meta e Amazon, para a promoção da equidade racial no ambiente corporativo? Quais mensagens essas decisões passam para o mercado global?

Guibson Trindade – Embora essas alterações possam ser interpretadas como parte de ajustes estratégicos, é essencial considerar suas implicações no enfraquecimento de esforços contínuos no ambiente corporativo para reduzir desigualdades históricas e na limitação da inclusão de talentos de grupos sub-representados, como a população negra.

No plano simbólico, essas decisões podem ser interpretadas de diferentes formas no mercado global. Setores que anteriormente se destacavam em práticas de inclusão e responsabilidade social, ao reconsiderarem seus compromissos de DEI, podem transmitir a ideia de que a diversidade é uma prioridade que pode variar conforme o contexto econômico ou estratégico. Essa mudança de postura pode gerar percepções distintas em relação ao discurso desses setores, influenciando sua credibilidade perante stakeholders que, cada vez mais, consideram as práticas de ESG em suas decisões.

Por outro lado, é relevante observar que o impacto dessas mudanças pode variar de acordo com o contexto cultural e histórico de cada país. Em lugares como o Brasil, que carrega o legado de ser uma das últimas nações a abolir a escravidão, o desafio da equidade racial assume características particulares. A ausência de políticas públicas robustas e o histórico de sub-reparação das populações negras tornam ainda mais relevante a adoção de iniciativas corporativas que se comprometam de maneira consistente com a equidade racial. Nesse sentido, enquanto em alguns mercados essas reversões podem ser vistas como ajustes pontuais, em países como o Brasil, elas podem ser percebidas como retrocessos no enfrentamento das desigualdades estruturais.

MN – No caso da Meta, como o Pacto de Promoção da Equidade Racial enxerga a obrigação de adaptação às leis brasileiras de combate à discriminação?

GT – A promoção da equidade racial no Brasil exige a adoção de políticas alinhadas às leis brasileiras de combate à discriminação, representando um compromisso ético, responsável e conforme as normas legais vigentes. O Brasil possui um arcabouço jurídico robusto para o enfrentamento ao racismo, que inclui a Constituição Federal, cujo artigo 5º assegura a igualdade de todos perante a lei e proíbe qualquer forma de discriminação, e a Lei 12.288/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, consolidando direitos e diretrizes para a promoção da equidade racial em diversas esferas, incluindo o mercado de trabalho.

Ao se alinhar às leis brasileiras e reforçar o compromisso com a equidade racial, as grandes organizações não apenas cumprem suas obrigações legais, mas também demonstram liderança e influenciam positivamente o avanço de uma agenda corporativa mais inclusiva, dedicada ao enfrentamento das injustiças sociais.

MN – Ao anunciar o encerramento de programas de DEI nos EUA, a Amazon argumentou “falta de resultados comprovados” como justificativa. Como combater essa narrativa?

GT – A justificativa de “falta de resultados comprovados” para encerrar programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) em alguns mercados pode ser contextualizada de forma diferente em países como o Brasil, onde existem ferramentas e estudos que demonstram os benefícios concretos dessas iniciativas. No Brasil, instrumentos como diretrizes de ESG voltadas à equidade racial ajudam a mensurar os avanços alcançados por políticas voltadas à inclusão e à diversidade no ambiente corporativo.

A narrativa de falta de resultados pode não se aplicar a contextos onde a equidade racial é tratada com seriedade, como no Brasil. Ferramentas e estudos globais divulgados publicamente oferecem exemplos concretos de como investir em DEI pode ser uma estratégia eficaz, trazendo benefícios tanto sociais quanto econômicos, e contribuindo para o fortalecimento das organizações em termos de sustentabilidade e competitividade.

MN – A pressão de grupos conservadores e seus representantes, como Elon Musk, tem reforçado o discurso contra a DEI. Qual é o papel de líderes corporativos comprometidos com a equidade para enfrentar essa resistência?

GT – Neste cenário, o papel dos líderes corporativos vai além de simplesmente resistir à pressão contrária: eles também têm a missão de inspirar uma nova geração de gestores e organizações. O fortalecimento contínuo de ações afirmativas por parte desses líderes, aliado à disponibilização pública de dados internos que comprovem o desenvolvimento e os resultados dos programas de DEI, representa uma das principais formas de enfrentar esse movimento contrário. Assim, ao priorizar a equidade racial como um eixo central de suas estratégias, líderes que apoiam agendas transformadoras estão se posicionando que investir em inclusão é uma resposta estratégica e prática para os desafios que interseccionam diversas comunidades ao redor do mundo.

MN – As empresas ligadas ao Pacto têm demonstrado interesse em reverter ou mudar programas de DEI para se alinhar aos movimentos conservadores dos EUA?

GT – As empresas engajadas no Pacto de Promoção da Equidade Racial, que já somam mais de 80 organizações, têm demonstrado um crescente compromisso com a construção de ambientes mais diversos e inclusivos, atentos às realidades e desafios do Brasil. Embora as pressões de tendências globais, incluindo movimentos conservadores de países como os Estados Unidos, sejam notáveis, essas empresas têm se mostrado resilientes e conscientes da importância de adaptar suas estratégias de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) às particularidades nacionais.

Não observamos, entre as empresas associadas ao Pacto, um movimento para reverter ou alinhar seus programas de DEI a essas tendências conservadoras. Pelo contrário, muitas dessas empresas têm fortalecido seu compromisso com a equidade racial, reconhecendo que o contexto brasileiro exige ações específicas para combater desigualdades históricas e promover o desenvolvimento sustentável. O engajamento com o Índice ESG de Equidade Racial e o Protocolo ESG Racial reflete que essas organizações estão focadas em avanços estruturados, baseados em métricas claras, resultados concretos e no cenário nacional brasileiro.

MN – Como o Pacto de Promoção da Equidade Racial tem se posicionado em relação a essas mudanças no mercado corporativo? Que mensagem gostaria de passar para empresas brasileiras que desejam manter e fortalecer suas políticas de equidade?

GT – O Pacto de Promoção da Equidade Racial como associação, tem incentivado as empresas brasileiras a se concentrarem nas particularidades nacionais, reconhecendo que as soluções para as desigualdades raciais no Brasil precisam ser construídas com base no nosso contexto social e cultural. Embora seja valioso aprender com as experiências globais, acreditamos que é essencial que as abordagens para a equidade racial no Brasil sejam adaptadas às nossas diversas experiências.

A mensagem que gostaríamos de transmitir às empresas que desejam fortalecer suas políticas de equidade é que existe um caminho viável, claro e positivo. Focar nas particularidades nacionais e investir em iniciativas que considerem o contexto social brasileiro não é apenas uma decisão ética, mas também estratégica. Empresas comprometidas com a promoção da equidade racial estão se posicionando e pensando em um futuro mais próspero, tanto para elas quanto para a sociedade em geral.

O mercado global está atento a essas transformações, e as empresas que tomam a frente nesse processo estarão bem posicionadas em termos de inovação, relevância social e sucesso financeiro.

Mirella Archangello, que ficou conhecida como “repórter mirim”, alcança 960 na redação do Enem e planeja cursar Jornalismo

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Foto: Reprodução/Instagram

A trajetória de Mirella Archangello, 18, ganhou um novo capítulo em 2024. Conhecida como “repórter mirim” desde que viralizou nas redes sociais aos 11 anos, a jovem alcançou uma nota de 960 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e agora planeja ingressar no curso de Jornalismo em Ribeirão Preto (SP).

Moradora da zona norte da cidade, Mirella chamou a atenção do país em 2017, ao gravar vídeos no estilo jornalístico denunciando problemas estruturais de seu bairro. O reconhecimento foi tanto que a jornalista Glória Maria, então no Fantástico, viajou até a cidade para conhecê-la. Desde então, o sonho de ser jornalista passou a guiar suas escolhas.

Foto: Reprodução

Em 2024, o tema da redação do Enem, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, abordou uma questão que a jovem já havia explorado em projetos pessoais. Ao longo de sua formação, Mirella aprofundou-se em temas ligados à cultura afro-brasileira e desenvolveu um projeto nas redes sociais para valorizar histórias e personagens negros.

Estudante de escola particular por meio de bolsa integral, Mirella seguiu uma rotina rigorosa de estudos durante o ensino médio, conciliando exercícios, leitura e resolução de provas anteriores. Seu desempenho no Enem é resultado de anos de preparação e do investimento em estratégias que conciliavam foco acadêmico e equilíbrio emocional.

A escolha de permanecer em Ribeirão Preto para cursar a graduação está ligada à realidade econômica de sua família e ao desejo de continuar próxima a seus pais e irmãos: “Escolhi ficar por vários motivos. Minha família não tem condição de me deixar ir embora para fazer um curso em outra cidade. Eu não sou filha única, eu tenho ainda três irmãos e meus pais teriam que me ajudar de alguma forma, eu não iria conseguir o recurso público de modo imediato. Eu também tenho um apego muito emocional com a minha família. Não tenho um amadurecimento tão grande para conseguir conciliar tudo ao mesmo tempo, morar sozinha e estudar”, contou ela em entrevista para o g1.

Com o resultado do Enem em mãos, ela aguarda agora o processo de seleção do Prouni, que ocorre em janeiro. Caso seja aprovada, a jovem dará início a uma nova etapa de sua vida acadêmica, aprofundando os conhecimentos em uma área que sempre a encantou e inspirou sua trajetória.

“Cinema negro afetivo e verdadeiro”: diretor e protagonista falam sobre a potência de ‘Kasa Branca’

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Foto: Divulgação

Aclamado pela crítica, o filme ‘Kasa Branca’, protagonizado por Big Jaum, estreia nos cinemas dia 30 de janeiro, e já tem feito história no audiovisual negro, periférico e brasileiro. 

O longa venceu quatro prêmios no Festival do Rio 2024, incluindo como Melhor Direção, com Luciano Vidigal se tornando o primeiro diretor negro premiado na competição principal de longa de ficção da premiação. 

“A gente tem uma responsabilidade de representatividade. Nossa arte se torna uma referência para uma geração preta que está chegando e fazendo barulho também. Mas, eu me sinto sozinho. Eu acho uma pena essa trajetória de ser o único diretor preto a ganhar em 2024 o melhor diretor no Festival do Rio. Deveriam ter mais diretores ganhando. A gente tem que ter uma relação horizontal com o audiovisual brasileiro e eu espero que milhões de diretores ganhem, que a gente normalize essa relação”, diz Luciano Vidigal, que também assina o roteiro do longa, em entrevista para o Mundo Negro. 

Diretor Luciano Vidigal (Foto: Divulgação)

‘Kasa Branca’ acompanha Dé (Big Jaum), morador da periferia de Chatuba, que passa a viver com sua avó Dona Almerinda (Teca Pereira), diagnosticada com Alzheimer e com pouco tempo de vida. Dé, ao lado de seus dois amigos inseparáveis Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), tenta aproveitar a convivência com a avó da melhor forma. 

Apesar do filme ser inspirado em uma história real, Luciano fala sobre a liberdade para poder reinventar a realidade, mantendo a origem do Kasa Branca. 

“Eu gosto muito da história real. Eu acho a rua e a favela extremamente cinematográfica. É muito dramatúrgico o povo brasileiro, o cotidiano. É uma coisa que me atrai muito. Eu me apeguei a muitas coisas reais, mas a gente está falando de uma ficção. Minha metodologia é muito em cima do que os atores também me oferecem ali no processo de pré-produção, de preparação do filme, com a vivência dos atores”, conta. 

Big Jaum e Teca Pereira no filme ‘Kasa Branca’ (Foto: Divulgação)

“Foi um desafio muito legal porque a gente fala de um cinema negro afetivo, um cinema jovem, preto, mas que é um cinema verdadeiro e verossímil. Ao mesmo tempo que a vida real me dá essa base, mas na liberdade da dramaturgia e da ficção também é interessante ter essa mistura”, reflete Luciano. 

Um filme sobre valorização da família 

Para Big Jaum, protagonista do filme, uma das principais mensagens de ‘Kasa Branca’ é sobre a valorização da família. 

“O que eu aprendi muito com o filme que eu trago para a minha vida são esses valores que o Dé não negocia ali, independente de qualquer coisa. Ah, o amigo está pegando a mulher, o outro está fazendo isso, o outro está fazendo aquilo, mas ele tem que cuidar da avó dele. O foco em valorizar a família dele, seguir os princípios dele. Então, é um filme que além de tudo, todas essas camadas, fala muito sobre valor”, afirma Big Jaum em entrevista para o Mundo Negro. 

Big Jaum e Teca Pereira no filme ‘Kasa Branca’ (Foto: Divulgação)

“O Dé, quando ele vira para a avó e fala que está tudo bem, não é uma questão de otimismo, mas nesse sentido de tentar jogar para o universo, não aceitar tão fácil a derrota. Ele tem a total noção da realidade, que não está tudo bem, e ele sente aquilo ali, a gente consegue ver. Pouquíssimas vezes ele acaba expressando, como aquela frase que é bem marcante no trailer, que é ‘a minha avó está morrendo’, meio que a ficha caindo”, completa. 

O ator relata que consegue se identificar com o seu personagem em alguns aspectos. “O Dé é bem introspectivo e, apesar da imagem de comediante, a gente tem nossas camadas e a nossa vida tem muito mais profundidade do que a gente consegue demonstrar, de repente, em uma rede social. Então, o Jaum, já saindo do Big, ele também é muito esse cara de acabar retendo alguns sentimentos e algumas situações”, comenta o ator e comediante. 

“No caso, até a comédia ajuda a maquiar essa parada, mas, às vezes, a gente passa por muita situação e só vai absorvendo tudo e tenta filtrar, de alguma forma, para quem está no nosso entorno, que era o que Dé tentava fazer com a avó. Tudo dando merda, mas ele estava ali tentando amenizar, tentando fazê-la parar de sentir dor. Então, isso é algo que eu me identifico muito com o personagem”, conta. 

Big Jaum, Diego Francisco e Ramon Francisco no filme ‘Kasa Branca’ (Foto: Divulgação)

A potência de ‘Kasa Branca’ 

O personagem Dé, para mim, foi um grande presente que o Luciano me deu quando me fez o convite para o teste e me aprovou. A experiência de gravar esse filme foi muito enriquecedora, um aprendizado absurdo pela troca que eu tive, pela oportunidade de troca com atores já consagrados, com patrimônios nacionais do cinema. E um primeiro drama dentro da minha carreira desse porte, com o papel desse porte, é algo muito significativo e eu fico muito feliz. Tenho certeza que já mudou muito a minha vida e ainda tem muita coisa para acontecer. KASA BRANCA certamente vai ter vida longa”, celebra Big Jaum. 

Para o diretor, fazer cinema independente no Brasil perseverar, faz parte da premissa como cineasta. “As coisas demoram a acontecer. É um projeto que demorou muito tempo, mas ao mesmo tempo também eu espero que se acelere através de políticas públicas, que facilitem para que a gente tenha mais urgência nessa democratização do nosso espaço com protagonismo preto no audiovisual”, diz Luciano Vidigal. 

“Mas foi um filme que eu fiz com conforto, com estrutura, e eu aprendi muito nesse processo, não só de roteiro, mas aprendi muito com os atores, com essa juventude potente. Então, hoje eu tenho a dizer que o diretor precisa ter escuta. Não ter certeza do que ele quer como diretor, mas saber filtrar, porque pode vir muita coisa interessante do que você escuta”, aconselha. 

Diego Francisco e Big Jaum no filme ‘Kasa Branca’ (Foto: Divulgação)

Além da carreira de ator, Luciano Vidigal também já coleciona créditos como diretor, de longas como “5x Favela: Agora por Nós Mesmos” e o documentário “Cidade de Deus: 10 Anos Depois”, todos em parceria com outros cineastas. Mas com o drama ‘Kasa Branca’ que ele estreia na direção solo.

O elenco de ‘Kasa Branca’ também conta com Babu Santana, Roberta Rodrigues, Diego Francisco, Ramon Francisco, Gi Fernandes, Otavio Muller, Guti Fraga, além de marcar a estreia de L7nnon e Dj Zullu no cinema.

Lázaro Ramos lança livro infantil em parceria com Mundo Bita: “Sinto o que Sinto: Um Passeio pelos Sentimentos”

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Foto: Reprodução/LinkedIn

O ator, diretor e escritor Lázaro Ramos anunciou o lançamento de seu novo livro infantil, Sinto o Que Sinto: Um Passeio pelos Sentimentos. Publicada pela Editora Sextante e ainda em fase de pré-venda, a obra aborda de forma lúdica a importância de identificar e lidar com as emoções desde a infância.

A obra é fruto de uma parceria com o Mundo Bita, marca conhecida por conteúdos educativos voltados para o público infantil, e traz ilustrações de Flávia Borges. Em uma publicação nas redes sociais, Lázaro destacou: “Esta é a minha contribuição, de forma lúdica, bem-humorada e divertida, para ajudar na maturidade emocional das próximas gerações.”

O livro acompanha Dan, um menino negro que, ao viver situações do cotidiano, descobre que é possível sentir uma série de emoções – como raiva, alegria, orgulho e tristeza – e que aprender a reconhecê-las é essencial para lidar com elas de maneira saudável.

“Sinto o Que Sinto” chega às livrarias em edição especial com capa dura, reforçando a proposta de ser um material duradouro, que acompanhe as crianças por várias leituras. “É um presente maravilhoso, seja para a criança que você conhece ou para aquela que ainda vive dentro de você”, escreveu Lázaro em uma publicação no LinkedIn.

A pré-venda do livro já está disponível.

‘Koanza’, personagem de Sulivã Bispo, volta aos palcos em temporada especial com participações do Ilê Aiyê, Didá e Cortejo Afro

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Foto: Divulgação

A personagem Koanza, criada pelo ator Sulivã Bispo, retorna aos palcos de Salvador, de 7 a 16 fevereiro, com a temporada de verão do espetáculo “Koanza: do Senegal ao Curuzu”. As apresentações acontecerão no Teatro Jorge Amado, na Pituba, marcando a sétima temporada da produção, que já foi assistida por mais de 5 mil pessoas desde sua estreia.

A peça, conhecida por unir humor e crítica social, destaca temas como ancestralidade e racismo, sempre de forma envolvente e reflexiva. Neste ano, o espetáculo contará com participações especiais de grupos culturais de grande relevância para a história da música afro-brasileira. O Ilê Aiyê dividirá o palco com a Banda Didá, enquanto o Cortejo Afro convidará o Malê Debalê para momentos únicos de integração artística.

“Essa temporada é muito especial porque a gente consegue reunir quatro blocos afros em um movimento união, participando de momentos cênicos da peça e no final, a gente tem um show. A gente fica muito feliz com isso tudo, por essa junção e também por entender que é importante fazer, de fato, esse elo identitário dos blocos, das percussões, das alas de canto, das alas de dança e mostrar que somos todos um só”, explica Sulivã Bispo.

Com direção de Thiago Romero e produção de Renata Hasselman, as apresentações estão programadas para os dias 7, 8, 9, 14, 15 e 16 de fevereiro, sempre às 19h. Os ingressos estão disponíveis a partir de R$ 30 na plataforma Sympla.

SERVIÇO

“Koanza: do Senegal ao Curuzu”
Local: Teatro Jorge Amado na Pituba
Datas: 7, 8 e 9/2 – 14, 15 e 16/2
Horário: 19h

Ingressos: R$60,00 (inteira), R$30,00 (meia)
Venda pelo Sympla

Participações:

Semana 1 – Ilê Aiyê + Didá
Semana 2 – Cortejo Afro + Malê Debalê

Última sobrevivente do último navio negreiro nos EUA lutou por reparação até o fim da vida

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Foto de John Crear, Cortesia à Aljazeera/ Reprodução

Matilda McCrear, última sobrevivente conhecida do Clotilda, o último navio negreiro a levar escravizados ilegalmente aos Estados Unidos, lutou por justiça até o fim de sua vida. Aos 70 anos, em 1931, ela percorreu 24 quilômetros a pé até o tribunal de Selma, no Alabama, para reivindicar reparações por sua escravização forçada. Ela faleceu no dia 13 de janeiro de 1940, há 85 anos.

Nascida entre o povo Takar, na África Ocidental por volta de 1857 e chamada de Abake (“nascida para ser amada por todos”), ela foi capturada junto com sua mãe e irmãs em uma guerra regional promovida pelo Reino de Daomé, atual Benin. Ainda criança, foi vendida como escravizada e enviada ao Alabama a bordo do Clotilda no ano de 1859, comandado pelo canadense William Foster, em uma operação ilegal que violava a proibição do tráfico transatlântico de escravizados.

Matilda e outros 107 pessoas escravizadas enfrentaram condições desumanas durante a travessia no porão do navio. Chegando ao Alabama, ela, sua mãe e uma irmã foram entregues ao proprietário de terras Memorable Creagh, que lhes deu novos nomes e os forçou ao trabalho escravo.

Após o fim da escravidão em 1865, Matilda e sua família enfrentaram desafios como o racismo sistêmico e a pobreza extrema. Mesmo assim, ela se manteve conectada às suas raízes africanas, preservando tradições culturais, como o uso de penteados tradicionais, ensinados por sua mãe. Aos 14 anos, ela teve o primeiro de 14 filhos com um homem alemão com quem manteve uma união estável.

Em 1931, motivada por rumores sobre possíveis indenizações para pessoas traficadas ilegalmente, Matilda andou 24 quilômetros até o tribunal de Selma para buscar reparação judicial pelos anos de escravização. No entanto, seu caso foi rejeitado, como muitos outros. Ela morreu em 13 de janeiro de 1940, aos 83 anos, sem ter recebido justiça.

Décadas depois, sua história ganhou notoriedade graças à historiadora Hannah Durkin, da Universidade de Newcastle. Pesquisas recentes confirmaram o papel de Matilda como um símbolo da luta contra a escravidão e pela preservação da memória histórica.

O Clotilda teve seus destroços localizados em 2019 no Rio Mobile, no Alabama, reavivando debates sobre a história da escravidão nos Estados Unidos. A jornada de Matilda continua sendo uma lembrança do impacto duradouro da escravidão e da resistência dos sobreviventes.

Fonte: Al Jazeera

Ex-estrela da Nickelodeon, Keke Palmer discute racismo e desafios na transição de carreira em Hollywood

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Foto: Reprodução/ Getty Images

A atriz Keke Palmer, protagonizou a série ‘True Jackson, VP‘, da Nickelodeon, quando era adolescente, discutiu as limitações enfrentadas por artistas negros em Hollywood durante uma entrevista recente ao site The Cut. Palmer destacou como sua trajetória profissional foi marcada por barreiras relacionadas à questão racial na indústria do entretenimento.

“Eu não fazia parte das mesmas conversas que Victoria Justice, Selena Gomez ou Miley Cyrus naquela época”, afirmou a atriz, referindo-se a outras estrelas da mesma geração que ganharam destaque em canais como Nickelodeon e Disney Channel. Segundo Palmer, sua presença era frequentemente associada a rótulos limitantes. “Era muito ‘Esse é o programa Black’ ou ‘Essa é Keke Palmer, a garota negra da rede’.”

True Jackson, VP‘, exibida entre 2008 e 2011, apresentava Palmer no papel principal, interpretando uma adolescente que se torna vice-presidente de uma empresa de moda. Apesar do sucesso da série, a atriz afirmou que as oportunidades de carreira não se abriram de forma igualitária, em comparação a colegas brancos que também começaram cedo no entretenimento.

“A perda de inocência que vem com perceber que você é tratado de maneira diferente é algo que aceitei há muito tempo”, disse Palmer. “Eu não me comparo a ninguém, mas definitivamente não me comparo a nenhuma pessoa branca.”

O desafio de transição para papéis adultos também foi tema da conversa. Palmer explicou como o período após o término de ‘True Jackson, VP‘ foi marcado por incertezas. “Você está em uma idade estranha, jovem demais para os papéis que gostaria de interpretar, mas velha demais para os papéis que fazia antes. Sua carreira foi construída em cima da imagem de criança, mas você já não é mais criança.”

Enquanto outras estrelas da Nickelodeon e Disney seguiram trajetórias que consolidaram suas marcas, Palmer teve que lidar com a construção de um novo espaço em Hollywood, enfrentando expectativas e limitações racistas.

Atualmente, a atriz segue diversificando sua carreira e pode ser vista no filme One of Them Days, ao lado da cantora SZA, com estreia marcada para 17 de janeiro nos cinemas.

Sueli Carneiro, Katiuscia Ribeiro e Helena Theodoro debatem papel das mulheres negras na política

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Foto: Divulgação

Na próxima quinta-feira, 16, um encontro no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, localizado na região central da capital paulista, vai reunir três grandes intelectuais brasileiras, Sueli Carneiro, Katiuscia Ribeiro e Helena Theodoro, figuras de destaque na luta pela equidade racial e de gênero no país, para a mesa de debate “Mulheres Políticas”.

O evento, gratuito, faz parte da programação da Ocupação Helena Theodoro e celebra o legado e a contribuição dessas mulheres para o pensamento político e filosófico contemporâneo. Sueli Carneiro, referência do feminismo negro, e Katiuscia Ribeiro, especialista em Filosofia Africana, somam-se à homenageada Helena Theodoro, reconhecida por seu pioneirismo acadêmico e ativismo para discutir as contribuições das mulheres negras na formulação de novas políticas e estratégias de transformação social, além de refletirem sobre suas trajetórias pessoais e coletivas.

O debate irá explorar o protagonismo de mulheres negras na construção de novas formas de fazer política. A conversa terá reflexões sobre a vida e os desafios enfrentados para que grandes conquistas sejam alcançadas, além de abordar como suas trajetórias têm ressignificado a luta por justiça social e equidade.

O debate será mediado por Maite Freitas, jornalista e gestora cultural, em uma conversa que promete inspirar e provocar reflexões profundas sobre o papel da intelectualidade negra no Brasil.

Michelle Obama não comparecerá à posse de Trump; Barack Obama confirma presença

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Foto: Eva Marie Uzcategui / Bloomberg via arquivo Getty Images

A ex-primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, anunciou que não estará presente na cerimônia de posse do presidente eleito Donald Trump, marcada para o próximo dia 20 de janeiro. Esta será a segunda ausência consecutiva de Michelle em eventos de grande relevância política, após não comparecer ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter na semana passada.

“A ex-primeira-dama Michelle Obama não estará presente na próxima posse”, afirmou um comunicado do Gabinete de Barack e Michelle Obama compartilhado com a agência de notícias Associated Press. O motivo específico de sua ausência não foi detalhado. Em contrapartida, seu esposo, o ex-presidente Barack Obama, confirmou sua presença no evento, juntamente com outros ex-presidentes como Bill Clinton e George W. Bush, que irão acompanhados de suas respectivas esposas.

A ex-primeira dama norte americana tem falado abertamente sobre suas preocupações relacionadas a Donald Trump. Michelle Obama afirma que as palavras de Trump tem colocado sua família em perigo.

A presença dos ex-presidentes e suas famílias em eventos como este tem sido tradicionalmente vista como um gesto de continuidade e unidade política, independentemente das diferenças ideológicas entre eles. No recente funeral de Carter, tanto Trump quanto Obama foram vistos interagindo cordialmente, apesar de suas históricas divergências políticas.

Embora Michelle Obama não compareça à cerimônia, outros líderes políticos e figuras proeminentes, como a vice-presidente Kamala Harris e o ex-vice-presidente Mike Pence, são esperados para participar do evento.

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