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E o Prêmio “Sim à Igualdade Racial” 2021 vai para? Confira o resultado!

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Foto: Ari Kaye

E o Prêmio “Sim à Igualdade Racial 2021” vai para?

Esse evento é o nosso “Oscar” de excelência negra, que se consolida a cada ano e premia destaques em várias áreas. A premiação foi uma potente viagem, que fizemos juntos, pelo “mundo ideal”, pelo “mundo que sonhamos” e que estamos construindo, também, com a contribuição de eventos como esse. O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) mais uma vez nos oferece, além da premiação, um espetáculo que agrega música, arte, cultura e História, com personalidades negras fundamentais de hoje e do passado.

A premiação exibida pelo canal Multishow, contou com a impecável apresentação de Jéssica Ellen, Majur e Xamã, com alegria e emoção, em interação com os tantos outros artistas convidados, um desfile de talentos e diversidade musical, um panorama da riqueza de ritmos, belezas e vozes. Encontros de gerações dialogavam com as referências históricas do conceito artístico criado pelo Instituto e o roteirista e diretor artístico Elísio Lopes Jr., uma viagem entre passado, presente e futuro, por meio da arte.

Xamã Jessica Ellen e Majur – Foto: Ari Kaye

Não faltou impacto na apresentação do esperado dueto de Elza Soares e o Diretor musical do prêmio, Zé Ricardo, um momento emocionante e que vai ficar nas mentes de quem acompanhou a premiação. As marcantes performances de Gloria Groove, Ludmilla, Xande de Pilares e Agnes Nunes, fazendo a quem prestigiou querer mais e esquecer um pouco desses tempos difíceis sem show presenciais.

MC Carol e Ludmilla: Foto: Ari Kaye

Outros encontros também fizeram parte do espetáculo: MC Carol cantando com Tati Quebra Barraco, Flávio Renegado com Lukinhas, e Brô Mc’s.

Brôs MCs – Foto: Ari Kaye

O reconhecimento de alguns dos principais nomes e iniciativas em prol da igualdade racial no Brasil também foi espaço de arte como ferramenta de mudança, em acordo com os objetivos da premiação. “Transformar o ideal da igualdade em realidade é possível. Somos todas e todos responsáveis por esta co-construção, e entendemos que para mudar o mundo precisamos antes de tudo mudar a nós mesmos. Não devemos ter medo de abordar temas delicados como a pauta antirracista e revisar constantemente nossas atitudes do dia a dia. Esse é o primeiro passo para chegarmos no mundo ideal que queremos ter num futuro não tão distante.”, afirma a fundadora e Diretora-Executiva do ID_BR, Luana Génot, sobre o prêmio e outras iniciativas do Instituto.

Elísio Lopes, Luana Genot, Ludmilla, Zé Ricardo e Tom Mendes – Foto: Ari Kaye


Agora é a hora de conferir a lista de quem levou o Prêmio. E a premiação nas 10 categorias dos pilares Cultura, Educação e Empregabilidade vai para:



Pilar CULTURA

Categoria: RAÇA EM PAUTA

Trace Brasil

Trace Brazuca: inovação e representatividade são DNA de canal negro | Exame
A Trace é uma empresa global multiplataforma de mídia, entretenimento e educação que se conecta com públicos multiculturais por meio da música e de conteúdo afro urbano. Está presente em 27 canais da TV paga, rádio, serviços online e mobile disponíveis para 350 milhões de pessoas, em mais de 120 países. Lançada em 2003, a Trace tornou-se a marca líder de mídia para juventude afro urbana conectada na África Subsaariana, França, Caribe, Inglaterra e na região do Oceano Índico.
José Papa, que já foi CEO de Cannes Lions e da WGSN Global, está à frente da Trace Brasil, junto de Ad Junior, comunicador e consultor em diversidade, referência na produção de conteúdo sobre combate ao racismo e preconceito na mídia. A empresa chegou ao país em julho de 2019 e, em novembro, lançou o Trace TRENDS, exibido pela RedeTV!. O canal Trace Brazuca foi lançado em julho de 2020 nas operadoras Net/Claro, Vivo, Blue TV e Guigo TV, com pautas sobre música, comportamento, arte, diversidade, esportes e empreendedorismo.


Categoria:ARTE EM MOVIMENTO:

Alberto Pitta

Alberto Pitta Há 40 anos desenvolvendo trabalhos de pesquisas e criações artísticas, Alberto Pitta é um dos pioneiros na criação do que hoje se conhece por estampas afro baianas, se utilizando de símbolos, ferramentas, indumentárias e adereços dos orixás como fonte de inspiração. Sua vivência dentro de terreiros de candomblé favorece e estimula a criação artística, possibilitando assim a extração do essencial para a interpretação de códigos e símbolos. PItta se destaca no cenário artístico e cultural da Bahia, no que se refere ao carnaval dos blocos afro, afoxés e de indígenas em Salvador. Nos últimos 22 anos, se dedica a produção e concepção artística do Cortejo Afro, bloco que vem se destacando pelo resgate de valores estéticos no carnaval de Salvador, trazendo a arte de volta para as avenidas da cidade.


Categoria: DESTAQUE PUBLICITÁRIO:

Dove (Influência negra – Documentário Olhares cruzados)

Toda mulher preta tem em si uma história. São diversas vivências, olhares, caminhos Contemos nossas glórias para construção de uma autoestima bem preta e poderosa. “Olhares cruzados”, não é só um projeto documental. É sobre legado, ancestralidade, autoestima e construção do amor próprio.
Protagonizado pelas trajetórias inspiradoras de Cris Mendonça, Kiara Felippe e Joyce Fernandes e com trilha original de Hailanny Souza na voz de Bia Ferreira, esse documentário nos convida a ver o mundo sob outros olhares. O projeto foi produzido pela Influência Negra em parceria com a Dove e Refinery29.

Categoria: REPRESENTATIVIDADE EM NOVOS FORMATOS:

Tukumã Pataxó

Pilar EDUCAÇÃO

Categoria INTELECTUALIDADE:

Sílvio Almeida

Silvio Almeida Silvio Luiz de Almeida é um dos mais reconhecidos intelectuais brasileiros da atualidade. Jurista, consultor, advogado e palestrante há duas décadas, Sílvio tem doutorado e pós-doutorado em Filosofia e Teoria Geral do Direito, pela Faculdade de Direito da USP. Seu livro “Racismo Estrutural” é considerado um dos mais importantes estudos sobre raça e racismo. É também professor de Compliance Antidiscriminatório e Governança e Ética Corporativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), e de Filosofia do Direito e Pensamento Social Brasileiro na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em 2020, foi professor visitante no Centro de Estudos Latino-Americanos e Caribenhos da Universidade de Duke (EUA). Se destaca por sua atuação à frente do Instituto Luiz Gama, organização que visa à inclusão de minorias e à promoção de uma educação antirracista. Nos últimos anos, proferiu palestras nacionais e internacionais sobre temas relacionados à ética, além de prestar consultoria para organizações públicas e privadas sobre a implantação de práticas antidiscriminatórias e técnicas de promoção da diversidade e inclusão.


Categoria INSPIRAÇÃO:

Conceição Evaristo

Conceição Evaristo é escritora, ficcionista e ensaísta. Mestre em Literatura Brasileira pela PUC/Rio, Doutora em Literatura Comparada pela UFF, sua primeira publicação em 1990 foi na série Cadernos Negros do grupo Quilombhoje. Foram 7 livros publicados, entre eles o vencedor do Jabuti, Olhos D’água (2015), 5 deles traduzidos para o inglês, francês, espanhol e árabe. Prêmio do Governo de Minas Gerais pelo conjunto de sua obra; Prêmio Nicolás Guillén de Literatura pela Caribbean Philosophical Association; Prêmio Mestre das Periferias pelo Instituto Maria e João Aleixo. Escritora homenageada em diversas Feiras Literárias. Mãe de Ainá – sua especial menina – em 2019, teve 3 de seus 7 livros, aprovados no PNLD Nacional e também foi a escritora homenageada da Olimpíada de Língua Portuguesa pelo Itaú Social. Lançou seu “Poemas da Recordação e Outros Movimentos” em edição bilíngue (português/francês) no Salão do Livro de Paris e “Olhos D’água” em francês pela Editora Des Femmes. Ainda em 2019, foi homenageada pelo Prêmio Jabuti como personalidade literária.


Categoria EDUCAÇÃO E OPORTUNIDADES:

Rede de professores antirracistas

Pilar EMPREGABILIDADE

Categoria COMPROMETIMENTO RACIAL:

99 JOBS


Categoria LIDERANÇA:

Helena Bertho


Categoria : TRAJETÓRIA EMPREENDEDORA:

Weena Tikuna

We’e’ena Tikuna
We’e’ena Tikuna We’e’ena TIKUNA é uma artista plástica do Amazonas, cantora, palestrante, Nutricionista, Design de moda, além de ativista dos direitos Indígenas e YouTuber. We’e’ena que significa “a onça que nada para o outro lado no rio”, nasceu na terra Indígena Tikuna Umariaçu no Amazonas, Alto Rio Solimões. Seus pais decidiram morar em Manaus para que seus 6 filhos pudessem estudar. Apesar de mudarem para capital, eles criaram a comunidade indígena Tikuna em Manaus para que os filhos não perdessem os costumes e a tradição de povo originário. Foi assim que We’e’ena cresceu, no entre viver de duas culturas, das tradições da aldeia aos costumes da cidade. Sofreu discriminação na escola por não falar o português, mas hoje é uma mulher guerreira que venceu todos os obstáculos e o racismo. Através de sua história de superação é espelho para muitos(a)s indígenas.

Professor baiano lança websérie cômica sobre candidato a emprego que não fala inglês

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Imagem: Livia Oliveira

Estreia no dia 31 de maio a websérie “Quem Me Dera Ser Fluente”, um projeto do cineasta e professor de inglês Tiago Rocha. Há cerca de um ano o “teacher Tiago”, como é carinhosamente chamado por sua audiência, usa seu instagram para ensinar inglês de maneira criativa e dinâmica, usando memes, conversas quentes, fofocas, filmes, séries e diversos elementos da cultura Pop, sendo escolhido em 2020 pelo ator Lázaro Ramos como o primeiro nome da lista de 100 perfis que o ator indicou para o seu público de mais de 4 milhões de seguidores, como conteúdo relevante. “Começando com o @eusoutiagorocha de Feira de Santana. O jovem de 29 anos é professor de inglês há 13 anos e estudou cinema na New York Film Academy, cuja história de como ele chegou lá é simplesmente incrível (tá lá nos stories dele). Tiago fala ensina inglês através de filmes, música e tudo que é elemento na cultura pop, sempre com muita simpatia e carisma”, escreveu o ator em seu perfil do Instagram.

Trailer de “Quem Me Dera Ser Fluente”

“Quem Me Dera Ser Fluente” conta a história de Tony, um publicitário atrapalhado que burlou o sistema de seleção de uma multinacional se dizendo fluente em inglês, o que lhe coloca em diversas situações inusitadas e muito engraçadas. Para conseguir a tão sonhada promoção Tony precisará superar sua impossibilidade de se comunicar em inglês e convencer seu chefe de que merece uma oportunidade.

“A ideia do projeto surgiu em conversa com a minha equipe de meu curso ‘online’ de inglês. Eu queria fazer uma imersão gratuita com aulas de inglês, porém pensei em algo criativo e dinâmico, e a websérie seria uma maneira super criativa de fazer isso”, afirmou Tiago

Para assistir à série o público precisa estar inscrito no evento gratuito  “inglês em ação” que dura 3 dias. Neles os participantes terão acesso aos episódios da produção, lives secretas com aulas de inglês e conteúdo didático para download. “Eu aprendi inglês sozinho, recolhendo livros velhos de doações numa era que ‘internet’ e computadores não era a realidade da periferia. Hoje com tantos recursos me dedico a democratizar o ensino da língua inglesa, pois é uma habilidade que abre muitas portas na vida de qualquer pessoa, explica Tiago.

Elísio Lopes traz “O mundo que sonhamos” ao Prêmio Sim à Igualdade Racial

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Elisio Lopes Jr - Foto: J. Vitorino

A partir da temática “O Mundo que Sonhamos”, o Prêmio “Sim à Igualdade Racial 2021” tem roteiro e direção artística de Elísio Lopes Jr. Neste ano, o Instituto e o diretor Elísio Lopes Jr. criaram esse conceito artístico para questionar e construir, por meio da arte, o mundo ideal, aquele que sonhamos. A premiação será transmitida pelo canal Multishow e Facebook do Instituto Identidade do Brasil (ID_BR) e do site Mundo Negro, neste sábado (29), às 16h30.

Cada bloco do prêmio irá remeter a um momento da caminhada da luta pela igualdade racial no mundo e colocar personagens históricos e apresentadores “frente a frente”. Faz parte dessa narrativa a marcha de 250 mil negros em Washington, em agosto de 1963, com a liderança de Martin Luther King; a primeira Marcha Zumbi Contra o Racismo, pela Cidadania e pela Vida, em 20 de novembro de 1995, com Abdias do Nascimento; e o constrangimento da escritora Carolina Maria de Jesus, em 24 de julho de 1961, na situação de única autora negra no Festival do Escritor Brasileiro.

“Criamos essa ‘viagem no tempo’ para mostrar que é possível nos inspirar no que já foi feito para construir o nosso mundo ideal. O universo que queremos é diverso, questionador, poético e repleto de memória. Queremos imaginar esse mundo e discutir sobre o que estamos fazendo para torná-lo real. A premiação vai contar isso”, explica Elísio Lopes.

O Prêmio Sim também será espaço para a atual geração de talentos artísticos negros brasileiros, com apresentação de Jéssica Ellen, Majur e Xamã e diversas atrações musicais, como Agnes Nunes, Gloria Groove, Ludmilla, Xande de Pilares, MC CarolTati Quebra Barraco, Flávio Renegado, LukinhasBrô Mc’s. Umas das maiores expectativas é o dueto da diva Elza Soares com o Diretor Musical da premiação, Zé Ricardo.

Confira toda a programação, atrações e mais informações sobre o Prêmio “Sim à Igualdade Racial” 2021 no site do evento.

Exodus: é lançado o primeiro álbum póstumo de DMX

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Imagem: Getty Images

Foi lançado na madrugada dessa sexta (28), o oitavo álbum do rapper norte-americano Earl Simmons, o DMX. Esse também é o primeiro álbum póstumo do artista, que faleceu em 9 de abril desse ano, aos 50 anos. ”Exodus”, conta com treze faixas incluindo participações especiais de artistas como Usher, Nas, Snoop Dogg, Alicia Keys, Jay-Z e Swizz Beatz. O disco que é o primeiro do DMX desde 2012 (com Undisputed), foi lançado sob o selo da Def Jam.

Durante uma entrevista, Swizz Beatz, que também assina a produção executiva do projeto, disse que a única parte que o rapper não ouviu antes de falecer, foi o verso gravado por Moneybagg Yo, para a canção Money Money Money.

Em menos de 24 horas, Exodus atingiu a primeira posição no iTunes de 7 países, incluindo EUA, Canada e Nigéria. Além disso, o álbum também estreou com 72 pontos no Metacritic, famoso portal que reúne as médias das críticas musicais mais relevantes do mundo. Essa, é a nota mais alta do rapper no site até agora.

Em sua crítica, o jornal Los Angeles Time disse: ”O póstumo ‘Exodus’ de DMX é um triunfo artístico em meio a um trágico novo normal para o hip-hop”. Já o britânico The Guardian, disse que o disco é ”um final póstumo ousado e sombrio”. A revista Clash por sua vez, descreveu a sensação de ouvir Exodus como ”uma experiência poderosa e insuportavelmente comovente”.

O álbum esta disponível agora mesmo para streaming e download digital. Ouça na sua plataforma favorita.

Revista Time elege Iza como símbolo de uma nova geração

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A cantora Iza continua sua trajetória de sucesso e agora, perto de lançar um novo álbum, foi tema de um artigo da revista norte-americana Time, apontada como ícone da nova geração. A cantora de 30 anos de idade explodiu em 2018, após emplacar várias canções do álbum “Dona de Mim” nas rádios e plataformas de streaming.

Em entrevista à Time, Iza, que muitas vezes é chamada de Beyoncé brasileira, falou sobre a experiência de dublar Nala, do filme “O Rei Leão”, em 2019. “Fazer parte de algo de que Beyoncé faz parte é um sonho”, disse ela, se referindo ao fato de que na versão original a personagem foi dublada pela cantora norte-americana. A revista também destacou o fato da cantora já ter colaborado com nomes da música pop conhecidos mundialmente como Ciara e Major Lazer.

Iza
Imagem: Marcelo Correia—Redux

Para além do puro entretenimento, a cantora é um totem de representatividade na música pop brasileira. Assim ela também entende seu papel. “Pessoas morrem por causa do racismo todos os dias [aqui]”, declarou à revista. Nos protestos instigados pela morte de George Floyd, Iza incentivou seus seguidores a protestarem também pela morte do jovem João Pedro, de 14 anos, morto pela polícia. “Não falo sobre racismo porque é um assunto de que gosto muito. Falo sobre isso porque é necessário”, explicou.

A revista conclui dizendo que Iza é símbolo de uma nova era onde a luta por igualdade é crucial. “Posso dizer muito através da música. Nosso microfone é uma arma e precisa ser usada”, concluiu a cantora.

Existe relação de afeto entre os homens pretos?

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Nappy
Nappy

Sendo uma mulher preta, eu não poderia responder tal pergunta, todavia, essa questão pairava na minha mente. Entre nós, mulheres, somos criadas e condicionadas desde criança a cuidar umas das outras. Temos uma “permissão” para demonstrar emoção, tocar, trocar carinho e afeto. Dificilmente somos reprimidas por demonstrar tais sentimentos, e quando mais novas, ninguém falou “pare com isso, que não é coisa de menina”. Hoje, nos encontramos com saudade do afeto. Um abraço, sim, aquele abraço trocado a cada encontro, passou a ser a maior de nossas outras faltas. E passei a ter uma reflexão: como está a relação de afeto entre os homens pretos? Como isso se dá? Compartilham seus sentimentos? Conversam sobre suas dores e amores? Como está sendo a solitude de um isolamento social que por muitas vezes se transforma em solidão? O quanto estão conseguindo quebrar crenças e ressignificar as questões que fizeram parte de sua formação? Pra desenvolver mais essa reflexão, convidei o Fabio Sousa, para escrever esse texto comigo. Fabio é Psicoterapeuta Junguiano e criador do coletivo Ressignificando Masculinidades, provoca sempre discussões sobre as diversas masculinidades possíveis.

O que é ser homem? O que é ser um homem preto? Essas são daquelas questões impossíveis de se chegar a uma resposta que contemple a todos. A construção da ideia do que é ser homem é algo subjetivo e sofre atravessamentos de experiências pessoais, culturais, sociais, estéticos, midiáticos e também raciais.
Logo na infância, é muito comum meninos escutarem o que eles não podem ser ou fazer para serem homens, esse entendimento se dá muito mais pela exclusão do que pela inclusão de atributos empregados na construção desse ideal masculino. Frases do tipo “homem não chora”, “isso não é coisa de homem”, “fala que nem homem”, “anda como homem”, “você é o homem da casa”, dão o tom do entendimento de como meninos são direcionados a agir para serem reconhecidos como homens. Tais direcionamentos apontam para o caminho de que para ser homem, os meninos devem ser fortes, reprimir suas emoções, não se mostrarem sensíveis, assim como se afastar de tudo que é colocado como feminino, o famoso “isso é coisa de mulher”, que mais adiante tem o potencial de se transformar no “isso é coisa de viado”, que além de colaborar com a desvalorização das mulheres e para a homofobia, esse último contribui para a ideia equivocada de que a heterossexualidade é a única orientação sexual possível para os homens. 

De um lado oposto, a agressividade, a raiva, o uso da força física para resolução de problemas, parecem ser justificados como comportamentos genuínos dos meninos. Aqui entram em cena o “resolve que nem homem”, “se apanhar na rua, leva outra surra em casa”.

Todas as aspas citadas acima tomam formas diferentes de transmitir as mesmas ideias e em contextos distintos, acompanhando os meninos durante seu crescimento até a fase adulta. Tais experiências acontecem de forma sistemática e ostensiva podendo ser no ambiente familiar, escolar, na rua, no trabalho, nas amizades, colaborando de forma equivocada para o entendimento de uma forma única de ser homem, baseada num padrão machista e patriarcal, que emprega a heteronormatividade, a competitividade, o poder, a dominação e o controle de forma violenta com as outras pessoas e consigo mesmo. 

Somando-se a tudo isso, vivermos numa estrutura racista adiciona mais um elemento nesse ideal de masculinidade, a branquitude. Portanto, o homem ideal, é o homem branco. As masculinidades dos homens Pretos, pertencem ao lugar do não reconhecimento pleno, da não aceitação plena, da reprodução de comportamentos aprendidos para também serem reconhecidos como homens, como aponta o professor Rolf Malungo de Souza: “(…) a masculinidade é uma experiência coletiva em que um homem busca reconhecimento através de práticas com as quais conquistará visibilidade e status social perante seu grupo.”  

Quando Frantz Fanon, em Pele Negra, Máscaras Brancas, afirma que “o negro não é um homem”, evidencia o padrão do ideal do homem branco, e mesmo que homens Pretos performem a masculinidade hegemônica, ainda assim serão homens Pretos. “De um homem exige-se uma conduta de homem; de mim, uma conduta de homem negro – ou pelo menos uma conduta de preto.” (Frantz Fanon, Pele Negra, Máscaras Brancas, 1952). As masculinidades Pretas sofreram e sofrem um processo de estereotipização, recheada de preconceito, discriminação e racismo. As representações de homens Pretos na literatura, teatro, cinema e televisão são baseadas em conceitos racistas preestabelecidos: eles costumam ser apresentados como pessoas primitivas, preguiçosas, selvagens, de má índole ou superviris. A repetição sistemática desses estereótipos contribui para a criação e manutenção de um entendimento coletivo do que é um homem Preto, assim como homens Pretos podem introjetar tais valores à sua personalidade. Alguns buscam subverter estereótipos para aspectos de aceitação e pertencimento, como o garanhão, o fetichizado, hipersexualizado, bom de cama. A objetificação de corpos pretos está relacionada ao passado escravocrata, em que o homem Preto escravizado era avaliado a partir de seus aspectos físicos. Ainda hoje o homem viril e bom de cama permeia o inconsciente coletivo acerca de homens Pretos, sendo reduzidos a imagem simbólica de um pênis, animalizando e desconsiderando atributos humanos desses homens. A identificação com esse homem objeto é um caminho para a solidão de homens Pretos, uma vez que ocupam apenas o lugar de satisfação sexual do outro, muitas vezes mulheres e homens brancos. Mesmo a masculinidade hegemônica sendo pautada em categorias de exclusão, vivemos em sociedade, em relações de classe, gênero e raça, então, em algum nível, essa é uma masculinidade que também serve aos homens Pretos, uma vez que o machismo, em muitos casos, pode ser uma das únicas possibilidades de ocupar uma posição de poder para homens Pretos. 

Todo esse sistema contribui para a construção e manutenção de relações embrutecidas, pautadas pela competição predatória e distanciamento afetivo. Fábio reforça o quanto homens Pretos precisam conversar sobre tudo isso, sobre como também são afetados por um ideal de masculinidade que não os contempla, para assim, construir novas narrativas, pautadas na alteridade e com atitudes positivas em relação às mulheres, LGBTQIA+ e a si próprio. O afeto positivo entre homens Pretos é uma revolução num sistema que nos mata e nos coloca uns contra os outros. 

Abrimos aqui um canal de escuta e de troca. Procurem uns aos outros, conversem, troquem sobre anseios e conquistas. Demonstrar afeto é tão importante, você está aqui e está vivo, então construa novas histórias. Precisamos criar novas narrativas, e você faz parte desse processo, então abra as portas e as janelas.

Lembre-se que o Amor Preto é resistência e revolução!

Fontes e referências

Frantz Fanon, Pele Negra, Máscaras Brancas – Ubu 2020

Henrique Restier e Rolf Malungo de Souza (organizadores), Diálogos Contemporâneos Sobre Homens Negros e Masculinidades – Ciclo Continuo 2019

JJ Bola, Seja Homem: A Masculinidade Desmascarada – Dubliense 2020

Fabio Sousa @ressignificando_masculinidades @fabiosssousaa

Alemanha reconheceu formalmente o genocídio da era colonial e pagará US$ 1,3 bilhão à Namíbia

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Foto by ullstein bild/ullstein bild via Getty Images

A Alemanha reconheceu formalmente as atrocidades cometidas contra os grupos étnicos Herero e Nama como genocídio, e após 100 anos dos crimes cometidos pelo poder alemão para a Namíbia, vai indenizar o país.

As tropas alemãs mataram cerca de 80.000 hererós e namas no que hoje é a Namíbia, entre 1904 e 1908, em resposta a um levante anticolonial.

Segundo historiadores, o conflito sangrento aconteceu quando os indígenas hererós se revoltaram contra as tropas coloniais por causa da apreensão de terras. A Alemanha, que hoje dá ajuda ao desenvolvimento para a Namíbia, ofereceu seu primeiro pedido formal de desculpas pelo conflito em 2004.

“Nosso objetivo era e é encontrar um caminho comum para uma reconciliação genuína em memória das vítimas. Isso inclui nomear os eventos do período colonial alemão no que hoje é a Namíbia, e em particular as atrocidades no período de 1904 a 1908, sem poupá-los ou encobri-los.” disse o chanceler alemão Heiko Maas.

“Agora também chamaremos oficialmente esses eventos pelo que foram da perspectiva de hoje: um genocídio”, complementou ele.

A Alemanha apoiará a Namíbia e os descendentes das vítimas com € 1,1 bilhão (US $ 1,3 bilhão) para reconstrução e desenvolvimento e pedirá perdão pelos “crimes do domínio colonial alemão”.

A mídia alemã está relatando que um pedido oficial de perdão será feito pelo presidente alemão Frank-Walter Steinmeier em uma cerimônia no parlamento namibiano. Contudo, muitos grupos de familiares que sofreram, não aceitaram o acordo, dizendo ser inaceitável a quantia  que o presidente alemão não era bem-vindo ao país.

Campeã de tênis Naomi Osaka é a atleta mais bem paga do mundo, segundo site

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Naomi em propognda da Louis Vuitton

A talentosa estrela do esporte e empreendedora, Naomi Osaka, ganhou um recorde de US $ 55,2 milhões nos últimos 12 meses a tornando a atleta mais bem paga do mundo, segundo o site “sportico”. Osaka ganhou US $ 5,2 milhões com seus ganhos no tênis, enquanto ganha US $ 50 milhões quando não está sacando a bola.

Os $ 50 milhões que o profissional de tênis arrecadou no ano passado com endossos só são superados por três outros atletas ativos: Roger Federer ($ 84 milhões), LeBron James ($ 70 milhões) e Tiger Woods ($ 62 milhões).

“Há um grande impulso para investir nas mulheres nos esportes.” disse Stuart Duguid, o agente da IMG que está lidando com a agitação de marketing de Osaka, “Ser mulher a tornou ainda mais atraente para patrocinadores”.

No início deste mês, ela anunciou que estava expandindo seu portfólio de investimentos com uma parceria com a rede de fast-food voltada para a saúde sweetgreen.

Também foi relatado que a Nike anunciou que a Play Academy de Naomi Osaka está se expandindo para Los Angeles e Haiti, ao mesmo tempo em que colabora com organizações esportivas, locais que estão ajudando a incentivar a próxima geração de meninas que podem brincar e se envolver em esportes.

No final do mês passado, Osaka lançou sua própria linha de cuidados com a pele, Kinló. A linha de beleza terá como foco as necessidades dos Blacks and People Of Color (POC).

A atual campeã acaba de afirmar que não dará entrevistas no atual Aberto da França porque “as pessoas não se importam com a saúde mental dos atletas e isso soa verdadeiro sempre que vejo uma coletiva de imprensa ou participo de uma”. Osaka, segundo o mesmo site, fatura muito mais com sua imagem – e a ideia de ser uma atleta filha de oriental com haitiano – do que quando está m campo.

Grupo Afrolaje promove roda de Jongo gratuita e pede doações para ação com moradores de rua

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Salve o Jongo! Salve a cultura popular preta! Salve as mais velhas! Salve os mais velhos! É assim que o Grupo Afrolaje apresenta a sua roda virtual de Jongo, dança afro-brasileira criada por africanos na diáspora, que acontece no dia 30 de maio, a partir das 18h, via Instagram. O projeto também envolve doações de comida, roupas e utensílios para moradores de rua da Zona Norte do Rio de Janeiro.

“Este trabalho contribui para a valorização da autoestima das crianças, jovens e adultos, desmistificando a visão sobre o corpo afronegro e das culturas de matriz africana”, afirma a coreógrafa e atriz Flávia Souza que, junto com o professor Ivan Karu, coordena o Grupo Afrolaje. 

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Aberto a todos os públicos, o objetivo do projeto é resgatar, preservar e difundir a diversidade através da dança, música, percussão, apresentações e divulgação junto às escolas e espaços públicos e privados. Com a pandemia, o Grupo Afrolaje se adaptou e segue realizando, em suas redes sociais, rodas virtuais e conversas sobre o contexto histórico afro-brasileiro, fomentando a luta antirracista para uma sociedade mais equânime. “A música percussiva e as danças de matriz africana são um dos principais símbolos culturais do país. Temos uma história rica, mas pouca difundida”, analisa Flavia.

Doações na Zona Norte

Desde 2020, o Grupo Afrolaje promove ações de fornecimento de quentinhas, kit higiene e café da manhã para pessoas em situação de vulnerabilidade das regiões do grande Méier e Marechal Hermes. Para o mês de maio de 2021, o Afrolaje pede ajuda para ações semanais com esses grupos em situação de rua, a partir do envio de doações via Pix, transferência bancária ou alimentos, roupas e utensílios enviados presencialmente em alguma das duas regiões.

COMO DOAR:

Chave Pix: CPF 05450844743 (Flavia Souza da Cruz)

Depósito ou transferência: Banco Caixa Econômica Federal

Agência 2264

Conta Corrente 00021996-7

Presencialmente: enviar um e-mail para afrolajeproducao@gmail.com ou a.c.g.afrolaje@gmail.com.

Você poderá acompanhar o evento pelo Facebook, Instagram ou canal do Youtube do Afrolaje às 18h do domingo, dia 30 de maio.

Babu Santana e João Luiz vão apresentar nova temporada de Trace Trends, na Globoplay e no Multishow

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Babu Santana será um dos apresentadores do Trace Trends na Globoplay e Multishow.

Os ex-BBBs João Luiz Pedrosa e Babu Santana são os novos apresentadores do Trace Trends, ao lado de Xan Ravelli e Alberto Pereira Jr. A novidade foi apresentada nesta sexta-feira (28) eu reunião de executivos da Trace Brasil, Multishow e Globoplay. O conteúdo voltado à cultura brasileira e afrourbana será exibido semanalmente, a partir do dia 23 de junho, no Globoplay e às sextas-feiras, a partir do dia 25, às 17h, no Multishow.  

Na nova temporada, João Luiz irá apresentar o quadro “EducAção”, que mostrará histórias, projetos e iniciativas desenvolvidas por jovens das diversas periferias do Brasil, nas áreas de educação e ciência, toda semana no Trace Trends. Babu Santana também fará parte da atração, no comando do “Fala Babu”, quadro no qual compartilhará experiências e vivências pessoais, dará conselhos e responderá dúvidas do público, além de receber convidados para falar da vida, com direito a composição de algumas músicas junto com o apresentador.

Alberto Pereira Jr e Xan Ravelli também são apresentadores do Trace Trends. Foto: Divulgação

“Com a parceria, a Trace e a Globo reforçam seu ineditismo, com a proposta de transmitir um conteúdo inovador, com linguagem universal, para que todas as pessoas se sintam incluídas e possam enxergar a pluralidade do nosso país. São ações como esta que nos projetam para o futuro”, explica Ad Junior, head de Marketing da Trace Brasil.

O projeto também prevê a estreia do podcast “Tô na Trace”, que deverá ser publicado a partir do dia 6 de junho, sempre às quintas-feiras. Com apresentação de Kenya Sade e participações de Ad Junior e Alberto Pereira Jr., o podcast tem o formato de bate-papo, trazendo pelo menos um convidado por episódio e  recupera alguns assuntos falados no programa da semana e também traz novas vozes da cultura afrourbana. Fará um giro com novidades da música, moda, tecnologia e assuntos que estão repercutindo. 

“Ter a Trace Brasil como parceira em nossa jornada de diversificação do nosso portfólio, com conteúdos inovadores e de alta qualidade voltados à pluralidade racial e cultural brasileira, nos deixa muito entusiasmados e reforça a relação bem-sucedida que temos com o mercado independente”, diz Ana Carolina Lima, head de Conteúdo do Globoplay.

Além das produções inéditas com novos quadros, as quatro temporadas anteriores do Trace Trends ficarão disponíveis no catálogo do Globoplay. São mais de 70 episódios, produzidos desde 2019, com a participação de nomes de destaque, como Zezé Motta, Paula Lima, Thiaguinho, Adriana Barbosa, Liniker, Luana Génot, Jeniffer Nascimento, Kl Jay e Jefferson De.

“Estamos muito felizes em poder amplificar com o Multishow e o Globoplay essa conversa que vamos gerar a partir de temas tão importantes para a transformação social do país. Conseguimos reunir o melhor da nossa plataforma para potencializar essa mensagem da cultura afrourbana, diz Tatiana Costa, Diretora Geral do Multishow.

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