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Delegada negra é barrada em loja de roupas por ‘questões de segurança’ e emite mandato contra o local

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Uma delegada negra foi barrada na entrada de uma loja da Zara, no Shopping Iguatemi, em Fortaleza (CE). A vítima, Ana Paula Barroso, que denuncia racismo por parte do estabelecimento, tentou acessar a loja no último dia 14 e foi avisada por um funcionário que ela não poderia entrar por ‘questões de segurança’.

A mulher é diretora-adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis, da Polícia Civil do Ceará. Um inquérito policial foi aberto junto a Delegacia da Mulher de Fortaleza para apurar o caso.

Após a denúncia, foi solicitada à loja que entregasse as imagens das câmeras de segurança do local, o que foi negado segundo a Secretaria de Segurança do Ceará. Diante a negativa, houve a representação de um pedido de busca e apreensão junto ao Judiciário que deferiu o pedido.

Com isso, a Polícia Civil apreendeu no domingo 19 os equipamentos de vídeo da loja para que sejam utilizados no andamento das investigações. Circula nas redes sociais um vídeo do momento em que a Polícia Civil chega ao estabelecimento para cumprir o mandado.

Elenco da nova malhação terá 70% dos atores negros

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A Rede Globo está prevendo lançar no ano que vem a nova temporada de Malhação. A aposta da emissora é colocar uma trama escrita por dois autores estreantes: Eduardo e Marcos Carvalho, conhecidos como Irmãos Carvalho.

Informações são da Colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo. Os autores farão uma história ambientada num bairro da Zona Norte do Rio. Ela se passará numa escola considerada “a pior do país”.

Durante o folhetim, inclusive, a escola correrá o risco de ser fechada. Os alunos, então, precisarão lutar para que ela siga funcionando.

A publicação contou que a nova Malhação terá como protagonistas duas meninas e um menino. O diretor, Paulo Silvestrini, vem fazendo testes de elenco. A grande certeza é que mais de 70% dos atores serão negros.

Por enquanto, a nova Malhação tem sido chamada de ‘Eu Quero é Ser Feliz’, que assumirá a faixa no próximo ano – possivelmente, após a reprise de Sonhos (2014).

Eduardo e Marcos nasceram no Morro do Salgueiro, Rio de Janeiro, e cursaram Cinema na PUC-RJ. Os dois produziram curtas-metragens como Boa Noite, Charles (2015) e Chico (2016); este último premiado com o Candango de melhor direção e melhor som no Festival de Brasília. Eu, Minha Mãe e Wallace (2018) venceu a mesma premiação, na categoria melhor curta.

Claudionor Alves: Carrefour contrata homem negro como novo Diretor de Segurança

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Claudionor Alves, diretor de Segurança, Riscos e Prevenção do Grupo Carrefour Brasil - Foto: Divulgação

O Grupo Carrefour segue com ações para melhorar o sistema de segurança de suas lojas depois da morte do segurança João Alberto Freitas em novembro do ano passado no Rio Grande do Sul. Freitas foi espancado até a morte por dois seguranças da rede de supermercado.

Um dos destaques dessa renovação é a contratação de um profissional negro para dirigir a área de segurança. Claudionor Alves é o novo Diretor de Segurança e Prevenção de riscos. “Este modelo de segurança que estamos implementando em nossas lojas é pioneiro no Brasil. Com isso, queremos garantir aos nossos clientes e colaboradores que eles encontrarão um ambiente seguro e acolhedor para realizarem suas compras. Com o apoio da tecnologia, conseguiremos garantir que qualquer conflito que possa vir a acontecer em nossas lojas possa ser resolvido de maneira adequada e de forma transparente”, afirma Alves.

Mais de 600 novos profissionais foram contratados para a função de agente de prevenção, que dá um atendimento preventivo na solução de programs, e já fazem parte do quadro de colaboradores da empresa. 

O novo modelo de segurança começou a ser articulado em parceria com a Odabá – Associação de Afroempreendedorismo, que tem por propósito o empoderamento econômico do povo negro.  Mais de 20 afroempreendedores de diferentes áreas se envolveram em atividades multidisciplinares, concebendo e executando um projeto de recrutamento e seleção intencional, passando pelo letramento sobre raça e diversidade para lideranças e novos contratados do Carrefour.  

“Havia uma necessidade urgente de mudança. Conseguimos vencer o desafio com rapidez e qualidade, porque contamos com competência e sofisticação profissional entre nossos afroempreendedores associados”, enfatiza Onilia Araújo, diretora de sustentabilidade da Odabá.

Como parte do compromisso de transformação e partindo da experiência do piloto em POA, um novo modelo de segurança foi desenvolvido em parceria com a ICTS Protiviti, empresa de consultoria. Foram implementadas novas tecnologias e regras de ouro como forma de capacitar e prover repertório e ferramentas aos colaboradores para lidarem com os conflitos em loja. Ao todo, foram investidos mais de R$ 10 milhões na implementação deste novo modelo de segurança.

Todas as lojas de Porto Alegre já estão operando sob o novo modelo.

Surfistas negras dominam a cena na série “Janaínas: Deusas do Mar”, que estreia hoje

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Série de cinco episódios vai ser exibida no Canal Off.

Érica Prado, Tilamarri Santos, Yanca Costa, Suelen Naraisa e Nuala Costa são as protagonistas de “Janaínas: Deusas do Mar”, nova série do Canal OFF, que estreia dia 20 de setembro, às 21h30. Ao longo de cinco episódios, o público vai conhecer as histórias por trás das surfistas negras brasileiras através de relatos sobre suas trajetórias. Elas ainda vão mostrar de que forma atuam em suas comunidades, contribuindo para o reconhecimento dentro e fora d’água. 

A ex-surfista profissional e jornalista Érica Prado nasceu no Rio de Janeiro, mas ainda pequena foi para Itacaré (Bahia), onde começou a se arriscar em cima da prancha com incentivo do irmão. Aos 13 anos, começou a participar de campeonatos e logo se destacou nos pódios. Entre 2003 e 2006, foi bicampeã municipal em Itacaré e bicampeã ilheense. Em 2006, a surfista conquistou o título de campeã baiana e, em 2019, criou o Movimento Surfistas Negras para ajudar a dar visibilidade a mulheres negras que surfam no Brasil. 

“A série, além de apresentar surfistas de diferentes gerações e regiões do país, também vai ajudar a dar voz para essas atletas que durante muitos anos foram invisibilizadas. O programa vai ter um papel importante na formação de novas gerações de surfistas negras”, explica Prado, que também é produtora da série. 

Aos 40 anos, Nuala Costa começou no esporte depois de perceber que seus irmãos eram mais felizes dentro d’água do que ela, que ficava de fora. Atualmente morando em Maracaípe, Pernambuco, Nuala concorda com Érica sobre a importância do programa. “Finalmente teremos uma série onde mulheres negras são protagonistas. É muito importante para nós, mas também para o público, que poderá ver que existem mulheres negras que surfam muito e que podem ser campeãs mundiais”, afirma. E complementa: “Vai ser lindo, vai ser tocante, emocionante, vai ser algo mágico para o surf feminino”. 

Suelen Naraisa venceu uma batalha logo que começou no surf. Aos dez anos, foi diagnosticada com câncer e precisou ficar fora das águas enquanto se cuidava. Com o apoio da família, teve sucesso no tratamento e voltou para o esporte. Aos 26 anos, era detentora do título de bi-campeã brasileira e se destacava em segundo lugar entre as brasileiras no ranking mundial. Hoje, aos 37, tem uma escola de surf. “Após muitos anos como competidora, hoje o surf também faz parte do trabalho, sou professora. O meu objetivo é colocar o maior número de pessoas em pé numa prancha para sentirem a sensação maravilhosa que é surfar”, conta. 

Natural de Itacaré (Bahia), Tilamarri Santos é longboarder, rapper e empreendedora, mas também superou obstáculos para seguir em frente. Foi mãe jovem e enfrentou um marido que não a deixava surfar, por isso, precisou interromper a carreira algumas vezes até conseguir seguir adiante. “O surf significa tudo em minha vida. Eu queria ter tido mais oportunidade de seguir profissionalmente, mas por conta das dificuldades da vida, não consegui”, relembra. Sobre a série, Tila ressalta sua relevância: “‘Janaínas: Deusas do Mar’ vai significar muito, não só para mim, mas todas nós surfista negras e mulheres. Vai ser bom para quebrar essa ideia de que sufistas tem que ter padrão”, conclui. 

Aos 21 anos, Yanca Costa afirma que não enxerga sua vida sem o surf. Atual campeã brasileira e um dos principais nomes da modalidade no país, a cearense está muito feliz em fazer parte da série: “O surf significa tudo para mim, mudou minha vida e da minha família. Mas é muito importante a gente mostrar que as mulheres seguem firmes no esporte, mesmo com tantas dificuldades. A série está aí para mostrar a nossa história, vai ser emocionante”. 

Conta Black é uma das finalistas do Global Tech Innovator 2021

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Sérgio All e Fernanda Ribeiro, criadores da Conta Black. Foto: Divulgação.

A Conta Black – hub de serviços financeiros e de consumo alocado em uma conta digital – fundada por Sérgio All e Fernanda Ribeiro, dá mais um importante passo dentro do mercado de startups. Fundada por pessoas negras, a startup está entre as dez finalistas da etapa brasileira do Global Tech Innovator 2021 competição global da consultoria KPMG. A vencedora participará da etapa final que acontece em Portugal, no início de novembro

Com participação de 14 países, a premiação tem o objetivo de evidenciar iniciativas e fomentar uma comunidade para trocas de informação e a realização de negócios dentro deste ecossistema. O ponto chave para a escolha das 10 finalistas foi a pluralidade dos segmentos de atuação e a origem dos fundadores das companhias inscritas. Para além de seu propósito central de atender a população desbancarizada, a Conta Black se destacou pela configuração de cenário: fundada por pessoas pretas e liderada por uma mulher negra. As demais finalistas nacionais são Bornlogic, Intera, Ecotrace Solutions, Justa, Krilltech, Cycor Cibernética, JustForYou, Octa e Linker.

“Sem dúvida alguma, empreender não é nada fácil. Com o tempo, aprendi a olhar a minha jornada de uma maneira empática. Se me perguntarem se a Conta Black é o que eu gostaria que fosse, sem dúvidas alguma, vou dizer que não, mas é o melhor que consegue ser e estamos nadando para chegarmos aonde queremos. Ter a nossa ideia e propósito sendo reconhecidos internacionalmente, aquece o coração e nos mostra o quanto ainda precisamos falar sobre racismo, desigualdade econômica e reparação histórica”, diz Fernanda Ribeiro co-fundadora e COO da Conta Black

Em setembro, acontece a segunda etapa da competição, onde as startups selecionadas se apresentarão a uma banca de jurados que irão considerar critérios como disrupção e inovação; potencial de mercado; adoção do cliente; tração de mercado e marketing, potencial a longo prazo; e qualidade da apresentação, para a escolha da representante brasileira. A vencedora participará da etapa final em Lisboa, Portugal, entre os dias 1 e 4 de novembro, durante o Web Summit, em que enfrentará os outros vencedores locais dos 14 países que promoveram o Global Tech Innovator.

Fundada em novembro de 2017, por Sérgio All, a Conta Black – hub de serviços financeiros e de consumo, alocado em uma conta digital – nasceu com o propósito de atender pessoas que não têm acesso a serviços bancários. Destinada a pessoas de todas as classes, a fintech oferece um leque de serviços com foco na educação financeira de seus usuários.

Carla Akotirene e Sônia Guimarães são as próximas convidadas do ‘Mulher Com a Palavra’, da TVE

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Foto: Caio Lírio.

A autora do livro “O que é interseccionalidade?”, pela Coleção Feminismos Plurais, e “Ó Paí Prezada! Racismo e sexismo tomando bonde nas penitenciárias femininas de Salvador”, Carla Akotirene, é a próxima convidada do próximo programa do projeto ‘Mulher Com a Palavra’. No encontro, que vai ao ar no dia 26 de setembro, e é transmitido pelo canal no YouTube e na emissora TVE Bahia, a iniciativa vai falar sobre ‘Mulheres e Ciência’ e contará também com a participação de Sônia Guimarães, a primeira mulher negra brasileira a lecionar no  Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), tendo ingressado em 1993, quando a instituição ainda não aceitava mulheres como estudantes. 

Carla Akotirene é colunista da Revista Vogue e idealizadora da Opará Saberes, primeiro curso de extensão voltado à capacitação de candidaturas negras ao mestrado e doutorado em universidades públicas. Nas redes sociais, ela induz frequentemente seu público à análises sobre raça, gênero, capitalismo e outros assuntos da atualidade. Segundo o relatório ‘Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologias, engenharia e matemática’ (STEM), menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres.

Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), mulheres têm menos acesso a investimentos, a redes de estudo e até mesmo a cargos seniores nas empresas, fator que as coloca em desvantagem. Marcado pelo ativismo da mulher negra nas pautas antirracistas e com o propósito de  transformar a vida da população feminina por meio da importância conceitual dos  encontros, vivências e diversidade, a quinta edição do ‘Mulher Com A Palavra’, apresentado pela jornalista Rita Batista, segue  até outubro deste ano, com mais dois novos episódios. O último programa vai ao ar no dia 31 de outubro, às 18h.

Apesar do grande número de indicados, nenhum negro leva Emmy nas categorias de atuação

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Billy Porter, MJ Rodrigues e Michael K. Williams.

Apesar disso, Michaela Coel levou o Emmy de Melhor Roteiro em Minissérie por ‘I May Destroy You’ e RuPaul se consegrou como o maior vencedor negro do Emmy, com ‘RuPaul’s Drag Race’.

Nenhum ator ou atriz negra levou a estatueta do Emmy Awards nas categorias de atuação na noite deste domingo (19). Apesar de nomes de peso como MJ Rodriguez e Billy Porter, com atuação em Pose e Michael K. Williams, por Lovecraft Country, todas as principais premiações de atuação foram para pessoas brancas.

A queda no número de vencedores negros é um contraste com a premiação do ano passado, quando quatro atores negros venceram as principais categorias: Zendaya (“Euphoria”), Regina King e Yahya Abdul-Mateen II (“Watchmen”) e Uzo Aduba (“Mrs. America”).

No entanto, pessoas negras venceram em outras categorias, com grande destaque. Com 11 vitórias na carreira no total, o apresentador e produtor RuPaul quebrou o recorde de mais vitórias em Emmy por uma pessoa negra, já que “RuPaul’s Drag Race” foi eleito o programa de competição de destaque na noite de domingo. A série é o reality show mais elogiado desde que o Emmy Awards criou as categorias de programação de reality em 2001.

Já a atriz e roteirista Michaela Coel ganhou o Emmy de Melhor Roteiro em Minissérie por “I May Destroy You”. Com esta vitória, Coel se tornou a primeira mulher negra a vencer na categoria, e fez um discurso emocionante ao receber o prêmio, dedicando a vitória às vítimas de abuso sexual.

“Escreva o conto que te dá medo e insegurança, que é desconfortável. Eu te desafio, num mundo que fica tentando nos  atrair para várias coisas diferentes. Não tenha medo de desaparecer só por um tempo e veja o que vem para você no silêncio”, disse ela. “Dedico essa história a sobreviventes de abuso sexual”, dedicou ela.

Nick Minaj e Letitia Wright: Como o racismo influenciou negros norte-americanos a temerem as vacinas

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Com a pandemia do Coronavírus, ficou ainda mais evidente para o mundo que existe uma grande quantidade de pessoas que não confiam na vacinação. Conhecidos como “antivacina” ou “anti-vax”, esse movimento, porém, não é recente. A hesitação e relutância para vacinação teve início no século XVIII, quando foi desenvolvida a primeira vacina. Essa desconfiança se intensificou nos últimos anos em decorrência das fake News cada vez mais recorrentes, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar o movimento antivacina como um dos 10 maiores riscos para a saúde mundial, em 2019. 

Especialmente nos Estados Unidos, onde a vacinação normalmente não é gratuita, a população desconfia da vacina conta a COVID-19 por diversos motivos, principalmente devido a rapidez em que foi desenvolvida e em decorrência de teorias da conspiração sobre efeitos colaterais e efetividade das vacinas. Todavia, quando falamos da população negra, a desconfiança na vacinação tem uma origem um pouco diferente.

Não é surpresa para ninguém que um dos grandes pilares da escravidão era o uso de pessoas negras como cobaias para experimentos científicos. Homens e mulheres negros eram constantemente submetidos a procedimentos perigosos, muitos destes que vieram a se tornar alguns exames que fazemos hoje, como é o exemplo do instrumento espéculo, utilizando em exames ginecológicos. O espéculo foi inventado em meados de 1845 pelo cirurgião James Marion Sims para fazer cirurgias sem anestesia em suas escravas, como forma de estudo da anatomia feminina. Não surpreendentemente, esses experimentos macabros são conhecidos como a base da ginecologia moderna.  Mas, afinal, o que isso tem a ver com as vacinas?

Esses experimentos feitos na época da escravidão normalizaram uma visão de que pessoas negras são mais “fortes” quando, na verdade, só sofremos mais abuso durante a história. Isso acarretou em uma série de eventos, pós-abolição da escravidão, onde negros ainda eram usados como cobaias, mas de forma mais velada. E é aí que chegamos no ponto da vacina, e no experimento de Tuskegee. 

O “Estudo” de Tuskegee foi um experimento promovido pelo próprio serviço de saúde dos Estados Unidos, entre 1932 e 1979, para testar o desenvolvimento da sífilis em homens negros em Tuskegee, no Alabama. O experimento envolveu 600 homens negros, inicialmente: 399 desses homens tinham sífilis, 201 não tinham. Os participantes da pesquisa foram informados que estavam sendo tratados para bad blood (sangue ruim), expressão da época que se referia à sífilis, anemia, mal estar e etc. Porém, o que eles não sabiam é que, na verdade, não estavam recebendo tratamento algum, e sim fazendo parte dessa pesquisa. Os “pesquisadores” visitavam as cobaias constantemente para verificar o andamento da doença e, em cada visita, ofereciam a eles refeições, exames grátis e um tipo de plano funerário. Na época, com a pouca informação sobre a doença, os pacientes não percebiam que não estavam sendo tratados e sim utilizados como cobaias. 

Ou seja, o experimento consistiu em permitir que centenas de homens negros morressem de sífilis apenas para serem observados por “pesquisadores” enquanto morriam da doença. Para piorar, em 1943 foi descoberto que a penicilina era efetiva para tratar a sífilis. Intencionalmente, nenhum desses homens recebeu tratamento, foi permitido que eles morressem para que fosse observada a forma como a sífilis consumia um indivíduo negro. E, ainda, nenhum desses homens sabia que estavam, na verdade, participando da pesquisa, intitulada: “Tuskegee Study of Untreated Syphilis in the Negro Male” (O estudo da sífilis não tratada no homem negro em Tuskegee). Mais de 100 pessoas morreram em decorrência desse “estudo”, além de centenas de homens, mulheres e crianças negras que contraíram a doença uns dos outros e sofreram os efeitos físicos e mentais. 

Aí, você se pergunta: “Mas por que esse experimento foi feito apenas em pessoas negras?”. Bom, acho que já sabemos a resposta. 

Eventualmente, em 1970, a verdadeira história dessa pesquisa absurda saiu na mídia americana. Após a descoberta, as vítimas que sobreviveram e suas famílias entraram com um processo, que culminou no governo americano pagando mais de 10 milhões de dólares às famílias, além de tratamento médico vitalício e auxílio funerário e um pedido de desculpas do presidente Bill Clinton em 1997.

Porém, como voltar a confiar em um sistema de saúde que deliberadamente causou a morte e sofrimento de centenas de pessoas negras, sem que elas soubessem? É por isso que boa parte da população negra estadunidense não está se vacinando conta a COVID-19, especialmente os mais velhos. Falta confiança, e, infelizmente, essa desconfiança está baseada na história. Partindo desse ponto de vista, a hesitação em alguns afro-americanos em tomar a vacina não se torna justificável, mas é possível compreender esse medo. Eles acreditam no vírus, mas como confiar em uma vacina gratuita oferecida pelo governo depois de um acontecimento como esse na história? 

Por isso, muitos negros tem optado por fazer extensivas pesquisas sobre a vacina antes de tomar. É o caso da Nicki Minaj, da SZA e da atriz Letitia Wright, que compartilharam suas desconfianças nas redes sociais. Obviamente, isso não justifica. Especialmente por elas serem pessoas famosas e da mídia, é de uma grande irresponsabilidade que elas reforcem esse tipo de pensamento, já que possuem grandes audiências, formadas por pessoas negras, inclusive, o que pode reforçar o receio de se vacinar. Além de ser fácil ver que as declarações das três vem acompanhada de algum tipo de fake news também, como é o caso do exemplo dado por Nicki Minaj, do amigo de seu primo ter ficado impotente depois de tomar a vacina, e no caso de SZA, de seu amigo ter ficado cego e paraplégico por causa da vacina da gripe suína. Bem parecido com as fake news de WhatsApp que recebemos por aqui. 

O ponto é: é parte da responsabilidade do governo americano entender que essa hesitação não entra em toda a bagunça das fake news que o restante dos estadunidenses, majoritariamente brancos, acreditam. É responsabilidade do governo, também, entender e conversar com esses cidadãos para que eles se sintam seguros em se vacinar. Afinal, não é culpa deles que experimentos racistas e antiéticos, para dizer o mínimo, eram realizados por órgãos oficiais do governo. A única forma de reinstaurar a confiança dos afro-americanos na vacina, é fazendo-os entender que os tempos mudaram e, agora, existe segurança para que negros sejam vacinados e tratados contra doenças, e não expostos à elas propositalmente. O foco precisa ser sempre este: as vacinas são seguras, e precisamos delas. Não só a da COVID-19, como todas as outras. A esperança é de que todos compreendam isso o mais breve possível. 

Escrito por: Thais Moreira

Já pensou em economizar juntando pontos nas compras do dia a dia?

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Imagem: RawPixel

Uma prática muito comum na gringa é o uso de pontos ou os cupons para conseguir desconto em lojas e produtos de supermercado e farmácia. É um benefício que pode diminuir seu orçamento de forma significativa quando você tem o hábito de comprar sempre no mesmo local. 

Essa prática se modernizou e ao invés de guardar aquele monte de cupom na bolsa, estilo Rochelle, hoje você gerencia esses pontos pelo celular. 

Um sistema interessante para quem gosta de economizar  juntando pontos é Stix. Pão de Açúcar, Droga Raia, Extra e Drogasil são as empresas parceiras desse programa de pontos que você pode baixar gratuitamente pelo celular.   

O sistema é bem simples: você se cadastra na Stix e começa a juntar pontos stix  nas compras do dia a dia e troca por produtos e descontos nas compras do supermercado, da farmácia e demais parceiros. Os pontos stix também podem ser enviados sem taxa para alguém da sua família e amigos. Além disso, os stix só expiram 1 vez por ano e, na hora da troca, você sabe quanto o ponto vale: 100 stix = 1 real. 

O aplicativo da Stix tem um catálogo de produtos que muda todo mês. Setembro é Mês Stix e está cheio ofertas especiais com até 80% de desconto em várias categorias: beleza, bebê, casa, bebidas, alimentos e saúde. 

Juntar stix fazendo compras no supermercado Extra ou Pão de Açúcar ou comprando medicamentos na Droga Raia ou Drogasil é uma forma de economizar com zero burocracia e direto do seu celular. 

Outra vantagem é o desconto em outros parceiros Stix. Por exemplo, com 4.000 stix você consegue trocar por um vale compra de R$ 80 para comprar na Slow Beauty, uma das maiores lojas cosméticos orgânicos do Brasil, que tem produtinhos com óleo de coco para o cabelo. So para dar uma ideia da economia: você troca 4000 stix, que equivale a 40 reais, por um vale de 80 reais pra gastar no parceiro. 

Para começar juntar pontos stix é só baixar o aplicativo, que é gratuito, e  se cadastrar na próxima compra, em uma das lojas parceiras, informando o seu CPF. Você não precisa fornecer nenhuma informação do banco e nem ter cartão de crédito. 

Outras informações pelo site: https://www.soustix.com.br ou baixe o app Stix. (https://campanha.soustix.com.br/redirect/app) 

Receita de refogado de boldo: Comidas do mato, folhas para comer

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Comer as folhas de vários alimentos é um hábito muito comum em vários povos de etnias Áfricas.

Nutritivas, saborosas, as vezes inusitadas ao nosso paladar, elas cada vez mais tem ganho às mesas, principalmente entre as pessoas que buscam resgatar a culinária ancestral africana.

Em Angola Jimbwa significa comida da terra. É a verdura que mais usamos nas comidas típicas deste país africano.

No Brasil as folhas de muitos alimentos são descartadas, não temos hábito de utilizar folhas de mandioca, batatas, rabanetes e muitos outros alimentos. Até o boldo vira iguaria saborosa!

Comer folhas de boldo é algo que nos causa estranhamento, porém preparado de forma adequada, se torna um acompanhamento perfeito para refeições do dia a dia.

Em meu canal no YouTube https://youtu.be/o6GjxLkEtHk apresento a série: Comidas do Mato, com receitas de refogados a partir de folhas de mandioca, cenoura, boldo é muito mais.

O boldo é uma planta medicinal muito usada como remédio caseiro, especialmente para o fígado devido às suas propriedades digestivas e hepáticas. Além disso, também possui propriedades diuréticas, anti-inflamatórias e antioxidantes, que podem ajudar no tratamento e prevenção de outros problemas, como gastrite, aterosclerose e câncer.
As duas espécies de boldo mais utilizadas são o boldo do Chile,(Peumus boldus Molina), que pode ser encontrado em lojas de produtos naturais na forma de folhas secas, em sachês para chás ou em cápsulas; e o boldo africano (Plectranthus barbatus) que é amplamente cultivado e encontrado em jardins.

  1. Estimular o funcionamento do fígado
    A boldina, um antioxidante presente especialmente no boldo do Chile, e a forscolina e a barbatusina, presentes no boldo brasileiro, estimulam a produção da bile pela vesícula biliar, ajudando o fígado a trabalhar melhor. 
    Além disso, os antioxidantes da planta atuam como protetores do fígado em casos de esteatose hepática, que é o excesso de gordura no fígado, prevenindo sintomas como dor de cabeça, náuseas e mal estar.
  2. Ajudar na perda de peso
    Os flavonoides glicosilados, um dos componentes do boldo do Chile, são os responsáveis pela ação diurética desta planta, ajudando a diminuir o excesso de líquido  corporal, sendo uma boa opção para os tratamentos de perda de peso.
  3. Auxiliar no tratamento de problemas da vesícula
    O boldo estimula a produção e liberação de bile, um composto que ajuda na digestão dos alimentos, pela vesícula biliar. Por isso, esta planta pode auxiliar no tratamento de problemas da vesícula biliar. Além disso, o boldo ajuda a normalizar o funcionamento da vesícula biliar.  
  4. Melhorar a digestão
    O boldo do Chile e o boldo brasileiro ajudam a melhorar a digestão e a diminuir os gases, principalmente quando tomado na forma de chá antes ou logo após as refeições. Além disso, a boldina melhora a ação da bile que é liberada pelo fígado no intestino, auxiliando na digestão de gorduras e no alívio da má digestão.
  5. Auxiliar no tratamento da gastrite 
    Os alcaloides presentes nos dois tipos de boldo ajudam a equilibrar os ácidos do estômago, podendo ser muito útil para auxiliar no tratamento da gastrite. Além disso, as propriedades adstringentes do boldo reduzem a acidez do estômago, auxiliando também no tratamento da azia. 
  6. Aliviar os sintomas da intolerância alimentar
    O boldo tem propriedades digestivas, anti-inflamatórias e anti-espasmódicas que podem ajudar a aliviar os sintomas de algumas intolerâncias alimentares como má digestão, cólicas intestinais e produção excessiva de gases. 
  7. Melhorar o funcionamento do intestino
    A boldina, um alcaloide presente no boldo do Chile, age como relaxante regulando o funcionamento do intestino, o que  pode ser útil para tratar a prisão de ventre. Além disso, o boldo reduz a produção de gases intestinais e auxilia no tratamento de vermes e infecções intestinais.
  8. Eliminar fungos e bactérias
    O boldo pode auxiliar a eliminar bactérias como:
    • Streptococcus pyogenes que causa infecção de garganta ou erisipela, por exemplo;
    • Staphylococcus aureus que causam infecções pulmonares, de pele e ósseas.
    Além disso, o óleo essencial do boldo do Chile tem atividade antifúngica principalmente para o fungo Candida sp que pode causar micose de pele. No entanto, o boldo não deve substituir nenhum antibiótico e só deve ser usado sob orientação de um médico.  

A receita de hoje Traz o boldo refogado servido com camarões.

Ingredientes

20 folhas de boldo
1 xícara de camarão fresco
4 colheres de azeite de dendê
2 colheres de sopa de cebola picada cubos
2 unidades de dente de alho picados
1 pimenta de cheiro cortada em rodelas finas
Cominho a gosto
Sal a gosto

Preparo:

Ferva as folhas de boldo em bastante agua ( até que cubra) por 10 minutos.
Escorra as folhas e pique-as em tirinhas.
Tempere os camarões com sal e frite os no dendê.
Quando os camarões estiverem fritos, adicione cebola e alho, em seguida as folhas de boldo picadas, tempere com cominho e sal.

Sirva acompanhado de carnes, legumes, ensopados.
Pode também utilizar como recheio de omelete, torta, misturar a massa de macarrão, fica maravilhoso!

Altamente nutritivas use folhas das verduras e até dos legumes em sua alimentação!

São formas de aproveitar os alimentos de forma integral e ainda ter uma alimentação mais variada e nutritiva que promove à saúde!

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