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27 de setembro é dia de saudar os ibejis: aprenda a fazer o caruru

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Foto: Aline Chermoula.

“Agradecer e pedir proteção para nossas crianças.Salve a força, a pureza e a alegria das crianças! Que essa energia inunde nossos caminhos! Bejeró!” Ensina Dona Angélica Moreira chef de cozinha do @ajeumdadiaspora “Cosme e Damião vem comer seu caruru. Cosme e Damião, eu hei de todo ano fazer caruru pra tu” Letra de Música de Mariene de Castro (Cosme Damião).

27 de setembro é data importante para o povo de santo, dia de ofertas de carurus e doces para Cosme e Damião. 26 de setembro é o dia dos santos gêmeos médicos na Igreja Católica, conhecidos por serem protetores das crianças, que teriam vivido na Ásia e cuidavam da saúde das crianças gratuitamente.

Já na Umbanda e no Candomblé, é no dia 27 de setembro que são oferecidos carurus para as crianças em forma de agradecimento e de novos pedidos. O caruru, comida feita com quiabo cortado, camarão seco, azeite de dendê entre outros temperos, é oferecido para homenagear diversos santos e santas tanto dentro da religião católica e dos orixás no Candomblé e na Umbanda ao longo do ano. A exemplo do Caruru de Santa Bárbara no dia 4 de dezembro ou da Festa da Boa Morte, que ocorre no mês de agosto em Cachoeira, no Recôncavo Baiano.

O Caruru de sete meninos, oferecido em setembro, tem acompanhamentos no prato que variam de feijão fradinho, arroz, farofa de dendê, ovos cozidos, xinxim de galinha, banana da terra frita, rapadura, cana-de-açúcar e pipoca. Chamado também de caruru completo que reverencia não só os ibejis, mas todos os orixás.

São Cosme e Damião no Candomblé é associado ao orixá Ibeji, que significa gêmeos na cultura Iorubá, mas há outras divindades associadas a crianças a depender da nação. O nascimento de gêmeos, na cultura Iorubá, é considerado como um fenômeno divino e sagrado, e a simbologia do caruru vem daí.

Há uma diferença entre o orixá Ibeji e os erês. Os erês representam espíritos de crianças que foram escravizadas, viveram em situação de fome e abandono. Por isso geralmente estão associados a comida. Como o 27 de setembro é dia de São Cosme e Damião, setembro é o mês associado aos erês, às crianças. Como se eles fossem “padroeiros” ou “patronos” delas, das crianças abandonadas e das que sofreram durante a escravização ou no pós escravização.

Há algo bem interessante nessa data: uma inversão em termos da hierarquia que há no Candomblé. Se em outros momentos quem se serve primeiro são os mais velhos, com maior idade ou maior tempo de iniciação, desta vez são as sete crianças, ou sete meninos(as), que comem primeiro.

Tem o momento que as crianças vão comer primeiro. Mas todo mundo vai comer e se alimentar. Também tem a questão de comer com as mãos e limpar as mãos na saia de quem ofertou o caruru. Ofertar o Caruru de 7 meninos a São Cosme e Damião: uma missão de vida de pessoas que nascem no dia 27 de setembro e que a família por parte de mãe tem como base religiosa e contar a história com o dia de Cosme e Damião é uma tradição.

Dar o caruru é uma forma de honrar, agradecer e de pedir também. E quando as coisas acontecem, você acredita naquilo cada vez mais, você começa a ter a fé como algo que move montanhas mesmo. Caruru Caruru é tido como um prato típico da culinário baiana, tem suas origens nas culturas africanas e indígenas.

Preparado com quiabo, azeite de dendê, camarão seco, gengibre, amendoim, castanha de caju e outros temperos que ajudam a acentuar ainda mais esta iguaria. Poucos pratos são tão tipicamente brasileiros quanto o caruru baiano, que evidencia as influências africanas e indígenas na nossa gastronomia.

INGREDIENTES

• 600 g de quiabo (cerca de 60 unidades)

• 1 cebola

• ¼ de xícara (chá) de camarão seco descascado

• 1 ¼ de xícara (chá) de castanha-de-caju torrada

• 1 xícara (chá) de amendoim sem casca

• 1 ½ xícara (chá) de água

• 2 colheres (sopa) de gengibre ralado

• 2 colheres (sopa) de azeite de dendê

• sal a gosto

MODO DE PREPARO

1. Numa tigela grande, coloque o quiabo e cubra com água e 1 colher de (sopa) de vinagre. Deixe de molho por 10 minutos, retire o quiabo e espalhe num pano de prato limpo para secar. Enquanto isso, descasque e pique fino a cebola.

2. Numa tábua, corte e dispense o topo do quiabo. No sentido do comprimento, corte o legume em quatro partes; mantenha as partes juntas e fatie.

3. Leve uma panela ao fogo médio. Quando aquecer, junte o azeite de dendê e refogue a cebola por 5 minutos. Junte os cubinhos de quiabo, tempere com sal e refogue por 15 minutos, mexendo de vez em quando.

4. Enquanto isso, no liquidificador, bata o camarão seco com o amendoim, a castanha e ½ xícara (chá) de água, até formar uma pasta.

5. Depois dos 15 minutos, junte ao quiabo a pasta de camarão, o gengibre ralado, o restante da água e misture bem. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por mais 30 minutos, mexendo sempre para não queimar. Verifique o sabor e, se necessário, ajuste o sal.

Sirva bem quente.

Após ser expulso de “A Fazenda” por suspeita de estupro, Nego do Borel se manifesta: “Vocês vão acabar tirando minha vida”

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Foto: Reprodução/Instagram.

O funkeiro Nego do Borel foi expulso do reality show A Fazenda, acusado de ter abusado sexualmente da participante Dayane Mello durante a madrugada do último sábado(25), após supostamente praticar atos libidinosos com a modelo, que estava visivelmente alcoolizada. Em vídeo publicado no Instagram no último domingo (26), o cantor chora e relembra acusações que foram feitas sobre ele e já desmentidas. “Vocês vão acabar tirando a minha vida”, disse Borel, sugerindo que pensa em cometer suicídio.

“Vim aqui esclarecer algumas coisas que estavam acontecendo. Primeiro, as de aqui de fora, antes de eu entrar no reality. Gente, aqui fora, do começo do ano para cá, eu vim sendo acusado de várias coisas, entre elas que tinha um fuzil na minha casa. A polícia veio e achou um fuzil paintball, que era o que eu tinha. Fui acusado de passar doença, HPV. Fiz todos os exames, de sangue… Saiu o resultado e não tive nenhuma doença e nunca tive. Fui acusado de ter R$ 2 milhões na minha casa de dinheiro em espécie, e a polícia veio aqui e pegou R$ 420 mil. Esse dinheiro foi devolvido porque eu provei que é lícito”, começou o artista se referindo às acusações feitas pela ex-noiva, Duda Reis.

Sobre as acusações de estupro, ele disse se desculpou por ter dormido com uma mulher alcoolizada. “No reality, conheci a Day. Uma pessoa maravilhosa, gentil, simpática. A gente acabou se envolvendo, acabamos gostando um do outro, tendo afinidade e aconteceu o que aconteceu, que até agora não sei porque estou na minha casa. Mas se for pelo fato da Dayane ter dormido comigo, no estado que ela estava, desde já, quero aqui, primeiramente pedir perdão… Quero pedir desculpas a todas as mulheres que se sentiram incomodadas. Eu não tive maldade na hora. Vocês podem ver na filmagem que quando ela fala não, vou dormir. Não faço mais nada. A gente não transa, eu não forço nada. Não entendi nada porque acordei na minha casa.”

“Eu dormi ao lado de uma pessoa que estava alcoolizada. Eu estava querendo ficar com ela e ela ficar comigo. Eu estou sendo tachado como bandido, como criminoso. Eu quero saber o que eu fiz para merecer tanto ódio. Eu não estou aqui me vitimizando, não sou nenhum santo. Mas muitas coisas que foram ditas ao mesmo respeito não são verdade”, disse Borel, que diz que as acusações que ele vem sofrendo também têm um componente de racismo.

“Isso é o racismo na cara da sociedade. É porque eu sou preto, porque eu sou funkeiro, porque eu vim da favela? Isso é muita covardia que estão fazendo comigo”, disse Nego do Borel, que setenciou: “Vocês vão acabar tirando a minha vida. Eu tô depressivo por dentro, eu tô mal, eu tô muito quebrado porque eu sei que é uma coisa que eu não fiz. Eu não sou o monstro que as pessoas estão falando, eu não sou estuprador”, disse.

Nas redes sociais, o caso teve grande repercussão, com pessoas defendendo Nego do Borel, e muitas reafirmando que “não é não” e que ele não deveria nem ter começado contados mais íntimos com uma mulher visivelmente alcoolizada.

Em entrevista concedida à produção do programa, a modelo Dayane Mello disse que Nego do Borel “não foi abusivo” com ela “em nenhum momento” e que os dois não mantiveram relações sexuais naquela noite. Mas, questionada pela produção se ela se lembrava de coisas que falou, como o fato de ter uma filha e pedir para o cantor parar e também sobre a tentativa dos peões de tirá-la da cama do funkeiro, ela não se lembrava.

De acordo com o programa, esses dois pontos foram cruciais para e expulsão do funkeiro do programa.

The Voice Kids: Conheça as crianças negras que estão concorrendo e suas expectativas para a final

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Imagem: Divulgação

Os seis finalistas se apresentam individualmente no próximo domingo, dia 26, e os três que tiverem a melhor performance pela escolha do público voltam em uma segunda rodada de apresentações para saber quem será o vencedor da sexta edição do programa e as crianças falaram sobre suas expectativas sobre a final.

Natural de Rio Real (BA), Ruany Keviny, de 14 anos, interpretou “Supera”, de Marília Mendonça, nas audições às cegas. Ela começou a cantar em um açougue, já participou do show da Banda Unha Pintada e do cantor Devinho Novais. Também vem de uma família de músicos. O pai tocava bateria, o tio era cantor e eles tinham uma banda chamada PercuSamba.

“Estar no palco do The Voice Kids é uma emoção única. É uma sensação de sonho realizado. Alguns momentos foram muito marcantes e especiais, como o dia em que a Gaby virou a cadeira para mim e quando o público me escolheu para permanecer no programa. Saber que tem gente torcendo por mim é emocionante. E Gaby é uma técnica maravilhosa, atenciosa. Ela acredita no nosso potencial e faz a gente acreditar que é possível realizar os nossos sonhos”, disse a menina.

 
Izabelle Ribeiro, de 14 anos, é a outra finalista do time Gaby. Seu talento chamou a atenção na interpretação de ‘A Bela e Fera’, canção-tema do filme homônimo. A jovem começou a cantar aos 9 anos e tem o pai como sua maior inspiração. Ele toca violão, piano e canta na Igreja e agora também canta com a filha e o irmão de Izabelle. Ao longo do reality, ela se destacou ao apostar no repertório romântico, interpretando sucessos na voz de Roberto Carlos e Ivete Sangalo, e fez bonito também quando se desafiou ao cantar Raul Seixas.

“Toda vez que subo no palco do ‘The Voice’, fico com aquele frio na barriga, mas quando começo a cantar, tudo passa e fico tranquila. Ter a Gaby como minha técnica é incrível. Ela é uma mulher que traz força e motivação. E tenho muito orgulho de estar no time dela. O momento inesquecível foi quando soube que estaria na final. É uma emoção que ficará em mim para sempre. Estou muito feliz”, festeja Izabelle, que também parabeniza os outros colegas: “Quero dizer que, independentemente do resultado, todos somos vitoriosos!”.

A outra finalista do time de Carlinhos  Brown é Isabelly Sampaio, que inundou a sexta temporada do programa com seu balanço e talento para interpretar Bossa Nova. Depois de ser escolhida por sua interpretação para ‘Chega de Saudade’, ela enterneceu o público com ‘Garota de Ipanema’ e ‘Desafinado’. Natural de Conceição de Macabu, interior do Rio de Janeiro, a jovem, de 13 anos, começou a cantar na igreja, faz aula de trompete e também aprende violão com o pai. Amante de jazz, ela já se apresenta em eventos religiosos e abriu o show do cantor gospel Samuel Mariano.

“É emocionante, uma adrenalina, uma sensação inexplicável cantar no ‘The Voice Kids’. E meu técnico é uma pessoa incrível, humana, com cultura no coração, e demonstra do melhor jeito possível a empatia pelas pessoas. Eu nunca vou me esquecer das três cadeiras virando para mim nas audições às cegas”, garante Isabelly Sampaio.

O ‘The Voice Kids’ tem direção artística de Creso Eduardo Macedo e apresentação de Márcio Garcia, com Thalita Rebouças nos bastidores. O reality vai ao ar na TV Globo aos domingos, após ‘Temperatura Máxima’. A nova temporada do ‘The Voice Kids’ também pode ser vista nas telas do Gloob, a cada sexta-feira – seguinte à exibição de domingo na TV Globo.

Documentário que relata a vida de Alcione será passado neste domingo na GloboNews

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Neste domingo, dia 26, a partir das 23h, a Globo News exibe na sua faixa especial de documentários o filme ‘Alcione – O Samba é Primo do Jazz’, que mostra a trajetória de Alcione Dias Nazareth, a nossa ‘Marrom’, a partir de suas referências musicais, sua inserção no mundo da música e sua relação com família e amigos.A obra é uma produção da Globo Filmes em parceria com a GloboNews, Canal Brasil e Documenta Filmes.

Com direção de Angela Zoe, a cinebiografia apresenta uma Alcione descontraída, divertida e matriarcal com a vida e o fazer artístico. Durante cerca de 70 minutos, o filme revela entrevistas emocionantes de pessoas próximas à Rainha do Samba e que a ajudaram a construir uma linda história profissional, como o maestro Alexandre Menezes e suas irmãs Ivone Dias, Maria Helena Nazareth – que acompanha a maranhense na banda como vocal -e Solange Nazareth, sua empresária.

A produção foi selecionada para participar de grandes eventos cinematográficos nacionais e internacionais, como 48º Festival de Gramado; 24ª edição do Inffinito Film Festival;da 5º Santos Film Festival; e do 22º Festival Kinoarte de Cinema; e Festival Mulheres do Audiovisual 2021.

Títulos que mereceram indicações em vários festivais nacionais e internacionais e a prêmios como o Emmy Internacional (com o documentário ‘Torre de David’ em 2015, com ‘Síria em Fuga’ em 2016,’Aliados’ em 2020 e ‘Cercados’ em 2021). A lista inclui ainda renomadas produções como: ‘Cidades Fantasmas’,’Libelu – Abaixo a Ditadura’ e ‘Cine Marrocos’ – também vencedoras do Festival É Tudo Verdade –, e ‘Marinheiro das Montanhas’, único filme brasileiro selecionado para o Festival de Cannes de 2021.

Gabrielle Union teve pensamentos suicidas durante a pré-menopausa, um assunto que ainda é tabu

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A atriz e escritora: Gabrielle Union - Foto: Reprodução Instagram

A atriz, empresária e escritora Gabrielle Union, 48, foi fundo sobre as dores da sua vida pessoal no seu novo livro “You got anything stronger” lançando em setembro nos EUA. Na obra, ela fala sobre suas experiências como celebridade negra em Hollywood, mas também expõe momentos pesados da sua vida como quando foi estuprada na adolescência e a dificuldade para engravidar. Em várias entrevistas para promover seu livro, a atriz diz que falar sobre suas dores é importante para que outras pessoas que se identifiquem com suas vivências, não se sintam sozinhas.

Durante o programa The View ela foi questionada sobre como a pré-menopausa foi um momento perturbador para ela.

“Quando eu estava com quase 40 anos eu fui fazer meus exames que indicaram que eu estava entrando na menopausa, mas para mim até o momento, eram só números, eu não sentia nada. Quando comecei a envelhecer aos poucos os sintomas foram aparecendo. Porém em setembro, durante a pandemia, em engordei muito de uma hora para outra, minha pele ficou estranha, meu cabelo começou a cair demais”, descreve a atriz.

Ela explica que em dezembro, depois de uma discussão sem motivos sérios com o marido, o ex-jogador da NBA Dwyane Wade ela começou a ouvir “umas vozes na cabeça como se fosse intuição”.  Gabrielle lembra que a outra vez que ela ouvir essa voz, foi aos 19 quando foi vítima de violência sexual.  “Essa voz me dizia que eu deveria ir para os fundos da loja e que aquele homem iria fazer algo, mas eu não ouvi e fui para frente da loja onde fui roubada e estuprada. Então nunca mais questionei essa voz”, detalhou. No entanto, dessa vez a experiência foi bem diferente. “A voz dizia, ‘ele vai entender quando você estiver morta. Se mate’”, descreveu a atriz que destacou que a voz dizia a mesma coisa dia e noite por duas semanas.

“Eu senti que algo estava errado e liguei para minha terapeuta que disse que eu não queria me matar, era apenas ideação suicida passiva (quando a ideia suicida se restringe aos pensamentos e não à ações), mas depois descobri que tudo estava ligado aos meus hormônios. O índice de suicídios em mulheres é maior entre os 35 e 50 anos. E quando ouvimos falar sobre mulheres que se matam nessa faixa de idade é tudo sempre julgado como uma falha de caráter, tipo, ela foi abandonada pelo marido, os filhos foram embora, ela se tornou invisível no trabalho, ela não é mais sexualmente atrativa e coisas assim. Ninguém considera que possa ser algo fisiológico”.

É CULPA DO ESTROGÊNIO

Conversamos com a ginecologista Dr.ª Larissa Cassiano sobre o que acontece com o emocional das mulheres nesse período da menopausa.  “Com a redução do estrogênio (um dos hormônios que é mais impactado pelo climatério) alterações psicológicas podem acontecer nesse período, entre ela a depressão, ansiedade e alterações no sono. Essas alterações associadas podem favorecer o suicídio”, explica a médica que alerta para importância de buscar sempre um acompanhamento já que esse é um período “é um período longo de alguns anos de transição hormonal”.

A ginecologista Dr.ª Larissa Cassiano – Foto: Reprodução Instagram

Se você estiver sofrendo com pensamento suicidas e não tiver ninguém para conversar, ligue para o Centro de Valorização da vida. O número é 188, a ligação é gratuita ou use o chat https://www.cvv.org.br/chat/

O teto de vidro invisível que me fez lutar pela minha comunidade

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Ser colunista aqui do Mundo Negro, além de motivo de grande honra, é a oportunidade de mostrar ao mundo que ser negro não te faz inferior a nada nem ninguém. Trago aqui histórias, as quais no início da minha carreira não tive acesso, e sei da importância de tê-las para as próximas gerações que estão chegando, incluindo meu filho.

Ao longo de muitos anos, por estar entre os poucos negros a trabalhar com tecnologia, me perguntei o porquê de ser tão difícil ver o meu povo à frente do mercado de tecnologia no Brasil.

E quando realizamos essa pergunta para as pessoas, um grande ponto de interrogação surge em suas cabeças, principalmente porque  elas param para pensar e buscar quantas pessoas pretas existem em grandes corporações ou empreendendo, representando a tecnologia no Brasil.

Não preciso ir muito longe para dizer que é nítido que existem mais pessoas brancas do que pretas dentro do mercado de tecnologia no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e da Comunicação – Brasscom, só 30% das pessoas que trabalham na área tech no Brasil são autodeclaradas pretas ou pardas. E esse número só se agrava quando pensamos no acesso da população negra ao universo das novas tecnologias no país. Um levantamento realizado pelo Potências Negras Tec mostra que 59% dos negros do nosso país não trabalham na área da tecnologia, mas tem interesse em atuar no setor.

Mas como as pessoas negras chegam ao topo, se não existe um fomento para este movimento? Lembro que meu primeiro contato com a tecnologia foi em casa, com um computador que meu pai comprou com muito sacrifício durante a minha adolescência. Nele, eu experimentei, revirei a máquina de ponta a ponta para aprender e entender mais sobre o mundo que estava à minha frente, mas ainda assim era apenas esse meu contato com a tecnologia.

Essa era a minha realidade há mais de 20 anos, entretanto, ela ainda é a mesma de milhares de brasileiros periféricos que sonham em trabalhar na área da tecnologia. E mesmo quando alcançamos o objetivo de atuar na área, esbarramos com outro andar do teto invisível. Segundo a pesquisa Pew Research, de 2018, realizada com pessoas que trabalham na área de STEAM, 60% dos profissionais negros relatam ter sofrido algum tipo de preconceito dentro do ambiente de trabalho.

Apesar de estar há tanto tempo imerso na área da tecnologia e inovação, percebo que a falta de fomento e incentivo para a população negra nos faz perder uma grande quantidade de talentos que poderiam contribuir com o desenvolvimento de novas ideias para a sociedade. E esse desperdício acontece em muitas outras áreas, como a própria publicidade, que enfrenta outra grande disparidade sobre a diferença salarial entre pessoas pretas e brancas. O estudo Sustentabilidade Racial: Dados e estatísticas sobre a população negra no Brasil mostra que os negros recebem metade da remuneração salarial de homem branco na área publicitária. Dessa forma, a sociedade cria uma barreira e dificulta ainda mais a possibilidade de encontrar e aproveitar esses talentos, perdidos todos os dias por falta de incentivo.

Muitas vezes me perguntam porque falo de um ‘teto de vidro preto’ dentro do mercado corporativo, principalmente na área em que atuo. Pode não ser evidente para quem vê de fora, mas existem linhas imaginárias que limitam o crescimento exponencial de uma pessoa preta, e elas só conseguem evidência quando reunimos fatos, como a falta de fomento à educação especializada, as diferenças salariais e as diferenças de cargos.

Mas, apesar disso, temos na contramão deste histórico uma grande quantidade de pessoas que buscam mudar este cenário a partir de iniciativas que insiram as pessoas pretas na área da tecnologia, como por exemplo, cursos gratuitos e trainees que se espalham pelo país para ajudar a transformar essa visão, e finalmente mostrar que este teto de vidro pode ser superado e que a nós, podemos sim subir para o próximo andar.

* Rodolfo Gomes é cofundador da PPTGO, Startup de Tecnologia com foco em apresentações de alto impacto e vídeos interativos.

Com equipe 100% preta, Ayo Odontologia ressignifica a imagem dos dentistas negros

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A equipe da Ayo Odontologia: Foto -Divulgação

A ida ao dentista é sempre algo tenso. Sentar-se em uma cadeira, abrir a boca e deixar um profissional mexer em uma área tão sensível causa pavor em muita gente. Para quem é negro, ainda há uma outra problemática que é a chance de ter passado por alguma situação onde não se sentiu confortável ou bem acolhido. Um exemplo é o caso da empresária que teve o cabelo e o corpo cobertos com saco de lixo durante um atendimento supostamente por falta de EPis em uma clínica de odontologia.

E mesmo que não haja nenhum histórico de maus tratos, fato é, que ser atendido por alguém parecido conosco é sempre mais tranquilo. Os dentistas Victor Hugo de Paula e Alexandre Severo Mendes, ambos formados pela Faculdade de Odontoligia de Valença (RJ) vivem o outro lado da profissão, onde infelizmente o racismo também aparece.

“Quando ele passou por aqui, eu não achei que ele fosse dentista. Achei que ele fosse um funcionário lá de trás… Deus me livre ser atendida por um negão desse”. Essas foram algumas das frases que Victor Hugo ouviu em alguns momentos da sua carreira e que o motivou a abrir a Ayo Odontologia juntamente com Alexandre. O negócio começou a ser pensando em dezembro de 2020 e em fevereiro eles já fizeram o primeiro atendimento no espaço que fica no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Victor Hugo de Paula e Alexandre Severo Mendes : Dentistas e empresários : Foto – Divulgação

Com jalecos coloridos com estampas africanas, a clínica é focada no afrompreendedorismo priorizando profissionais negros sendo um espaço que atende todas as áreas, como clínica geral, odontopediatria, cirurgia Oral, implantodontia, prótese, ortodontia, ortopedia, dentística, periodontia, endodontia e harmonização Orofacial.  “Somos uma equipe de 9 dentistas, uma Auxiliar de Saúde Bucal e uma secretária. Todos pretos! Como um afroempreendimento, uma equipe 100% preta é um dos princípios mais fortes do nosso projeto”, explica Hugo.

O negócio é afrocentrado, mas qualquer um pode ser cliente da Ayo. “Atendemos todas as pessoas que nos procuram, sem distinção. Mas é inegável o fato de que temos atraído muitas pessoas com experiências de violência e racismo em ambientes odontológicos”, finaliza Hugo.

Para quem quiser entrar em contato com a Ayo Odontologia , clique aqui.

Carrefour e Magalu lançam programas para contratação de profissionais negros sem restrição idade

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Foto: Magalu/Divulgação

A grande mudança em termos de diversidade no mercado de trabalho vem de dentro. Duas das maiores empresas do Brasil lançaram nessa semana programas de diversidade focado 100% na contratação de pessoas negras. A Magualu volta na segunda edição do seu programa de trainee exclusivo para negros e que causou um rebuliço no ano passado, mas ao mesmo tempo incentivou outras empresas a fazerem o mesmo.  “Nossa intenção é que tanto o quadro geral de colaboradores quanto o de liderança da companhia reflitam a composição racial do país, e um único programa exclusivo para negros não seria suficiente para atingirmos o objetivo”, afirma Patricia Pugas, diretora-executiva de Gestão de Pessoas.

O Carrefour vem com um programa mais flexível para profissionais negros de todas as idades, porém que nunca assumiram cargos de liderança. “O olhar para a diversidade e para a inclusão precisa ser aprofundado nas organizações. Para além de termos profissionais diversos no nosso quadro, precisamos que essa diversidade seja refletida nos cargos de liderança. Com este programa buscamos acelerar a carreira de talentos negros que se tornarão líderes na estrutura corporativa do Grupo Carrefour Brasil”, explica Cristiane Lacerda.

Interessou? Confira os detalhes:

Carrefour

A seleção dos profissionais será feita em parceria com a Cia de Talentos e contará com cinco etapas, todas elas realizadas de forma online. O início do Programa está previsto para janeiro de 2022 e os interessados poderão se inscrever até dia 10 de novembro, no site: http://liderancanegracarrefour.ciadeexperts.com.br/

Magalu

O programa de trainees deste ano aceitará candidatos formados entre dezembro de 2018 e dezembro de 2021, em qualquer curso superior. Fluência em língua inglesa e experiência profissional anterior não fazem parte dos pré-requisitos para a seleção. A idade e instituição de ensino dos candidatos não são critérios avaliados pelos recrutadores. Pessoas de todo o país podem participar, desde que tenham disponibilidade para se mudar para São Paulo, onde fica a sede da companhia. O selecionado de fora da cidade receberá auxílio mudança.

Mais informações https://www.vidadetrainee.com/vagas/trainee-magalu-2021

Quenianos podem ter Netflix de graça

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Cena de Sangue e Água - Foto Divulgação

Quenianos que usam smartphones Android podem comemorar. A Netflix disponibilizou um plano gratuito para quem mora no Quênia sem nenhum tipo de propaganda no meio do filme ou da série. A única ressalva é que o catálogo dos filmes e séries disponíveis é mais limitado, algo aproximado a um quarto do catálogo, porém no caso das séries oferecidas, todas as temporadas estão disponíveis. Sangue e Água uma produção africana da Netflix que estreou nesse final de semana, tem a atual e a temporada anterior disponíveis.  

De acordo com o blog oficial nenhum dado bancário é requisitado ao preencher o cadastro de assinatura gratuita, apenas os dados básicos como nome, endereço de e-mail e idade.

“Se você nunca assistiu a Netflix antes – e muitas pessoas no Quênia não assistiram – esta é uma ótima maneira de experimentar nosso serviço. E se você gosta do que vê, é fácil fazer upgrade para um de nossos planos pagos, para que você também possa desfrutar de nosso catálogo completo em sua TV ou laptop”, diz o comunicado.

Em outros países os únicos acessos gratuitos de conteúdo da Netflix foram alguns documentários para ajudar professores na Pandemia e o filme “Os 7 de Chicago”, uma estratégia para campanha do Oscar. Em tempo de crise econômica assinaturas de streamings não é são prioridade e um plano desse seria muito bem-vindo aqui no Brasil

Fácil e saborosa: aprenda a fazer coxinha de mandioca

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A mandioca é com toda a certeza a paixão nacional, e essa Massa de Mandioca para coxinha é incrível vem aprender a fazer que tem o recheio aqui também.

Confira o modo de preparo e me diz o que você achou da receita.

Ingredientes

Massa de Mandioca para coxinha

• 1/2 kg de mandioca cozida

• 2 xicaras de chá) farinha de trigo integral

• 1 colher de sopa de margarina

• 3 copos (americano) de leite

• sal e pimenta do reino á gosto

• 1 concha de caldo de legumes ou frango

Para o recheio

• 3 colheres de sopa de cheiro-verde

• 1 cebola

• 1 peito de frango fresco com pele e sem osso

• 3 dentes de alho

• 1/2 pimentão verde

• 2 folhas de louro

• 1 tomate sem pele

• sal e pimenta do reino á gosto

PARA FRITAR:

• 200g de farinha de rosca;

• 1 litro de óleo.

MODO DE PREPARO

Massa de Mandioca para coxinha

MASSA:

• Adicione à concha da água temperada do frango,

• 2 copos de leite e a manteiga.

• Deixe levantar fervura.

• Quando começar a ferver, despeje a farinha de trigo e vá mexendo até engrossar.

• Só pare de mexer quando a massa já estiver soltando do fundo da panela.

• Desligue o fogo e coloque a massa em outro recipiente para esfriar.

• Esprema o aipim cozido em cima da massa já fria e sove até toda a massa soltar das mãos.

 • Quando a massa estiver lisa, divida-a em duas partes.

 • Faça dois rolos compridos e corte cada um em pedaços do tamanho que você desejar a sua coxinha.

OBS: Se você quiser coloque cheiro verde na massa

RECHEIO DE FRANGO:

 • Tempere o peito de frango com sal e pimenta-do-reino e reserve. Pique a cebola e o alho, refogue todo o alho e metade da cebola com um pouco de óleo.

 • Em seguida, despeje o peito de frango e as folhas de louro.

 • Refogue o frango, depois, cubra com água e deixe cozinhar por 30 minutos.

 • Ainda com o fogo ligado, retire o frango e as folhas de louro da água, que será usada para fazer a massa da coxinha.

 • Desfie o frango, pique o pimentão, o cheiro-verde e o tomate em pedacinhos pequenos e misture com o restante da cebola e com o frango desfiado.

 • Prove o sal.

MONTAGEM:

 • Para montar as coxinhas, faça uma bolinha com o pedaço de massa, abra, adicione o recheio, feche e puxe a ponta, fazendo o formato de coxinha.

 • Repita o processo com todos os pedaços. Em um recipiente, coloque o leite restante.

 • Em outro recipiente, coloque a farinha de rosca. Passe as coxinhas no leite, depois na farinha de rosca e frite submerso em óleo quente. Deixe o óleo escorrer e sirva.

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