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Peça “O Pequeno Herói Preto” estreia temporada virtual no próximo sábado, 19 de junho

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O espetáculo “O Pequeno Herói Preto” estreia no canal do YouTube de mesmo nome de forma gratuita no próximo sábado, 19 de junho, às 11h. A peça infanto-juvenil escrita por Junior Dantas e Cristina Moura e estrelada por  Dantas, mistura diferentes linguagens valorizando aspectos da cultura negra e heróis da vida real.

Gravado no Teatro Firjan Sesi Centro, a peça narra as aventura de Super Nagô, um youtuber de 10 anos que descobre seus poderes através de sua família.  “Nos meus projetos, sinto vontade de falar de coisas que vivi e, com o tempo, comecei a perceber que sou de uma família de super-heróis e heroínas, cada um com seu jeito e seus poderes. Minha avó fazia comidas maravilhosas e a ela associo o poder do fogo; minha mãe estava sempre limpando, lavando e trabalhando para criar os três filhos, então a ela associo o poder da água; ao meu avô, a terra e ao meu pai, o ar. É uma forma de sempre levar comigo a energia da minha cidade, família e amigos, tudo misturado a uma boa dose de ficção”, revela Junior.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e interiores
Imagem:Divulgação

O Pequeno Herói Preto usa os conhecimentos de seus antepassados e da natureza para transformar positivamente a vida das pessoas ao seu redor, apresentando nossa história, cultura e ancestralidade às crianças ainda na primeira infância. Em estilo de autoficção, a peça reforça a ideia de que todos temos poderes apresentando heróis e heroínas reais, que com gestos simples alteram para melhor o seu entorno, além de muitas referências do conceito e do olhar afrofuturista, conceito que interliga a cultura africana à ficção científica.

 A produção  faz uso da tecnologia em sua linguagem para se aproximar ainda mais das crianças. “Este é um espetáculo teatral – porém, com a pandemia, a versão online foi pensada de forma audiovisual. Desenvolvemos um espetáculo lúdico, poético, colorido, com um personagem alto astral, uma ótima história e músicas para todo mundo ficar cantando durante e depois da peça”, aposta o ator sobre as músicas originais compostas por Muato, que também assina a direção e produção musical. As músicas serão lançadas posteriormente nas plataformas digitais, assim como clipes musicais serão desenvolvidos.

De olho na geração que já nasceu em conexão digital, a montagem apresenta cenário de Cachalote Mattos composto por luzes de LED e armações móveis, que vão mudando de formato de acordo com a cena. “Tudo é muito contemporâneo: figurino, músicas e os temas abordados. Também temos ilustrações animadas assinadas por Luísa Martins e Rodrigo Menezes que aparecem na tela, contracenam e ajudam a contar a história. Numa cena sobre heróis e heroínas, por exemplo, eles surgem na tela, é uma atração à parte”, adianta Junior sobre a cena com personagens históricos como Dragão do Mar, Tereza de Benguela, Benjamin de Oliveira e Tia Ciata.

Personalidades  como Gilberto Gil, Elza Soares e Conceição Evaristo, além dos heróis da DC e Marvel, Lanterna Verde e Pantera Negra são  homenageados. “O poder deles é transformar a vida das pessoas através da arte. É muito importante que isso vire assunto em casa, na escola e na roda de amigos. Eu não tive personagens com os quais eu me identificasse e me sentisse representado quando pequeno. Com certeza, essas crianças vão crescer mais empoderadas e acreditando no seu potencial. Com este trabalho, eu volto a ser criança. Aprendo e me divirto o tempo todo”, conclui  Junior Dantas.

A direção é de Cristina Moura e Luiza Loroza

Empresa demite funcionário racista que acusou Matheus Ribeiro de roubar bicicleta

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Imagem: Reprodução/Instagram

A empresa Papel Craft demitiu Tomás Oliveira, homem branco que acusou de roubo o instrutor de surfe Matheus Ribeiro. O caso ganhou as redes sociais no último domingo, depois que Matheus divulgou o vídeo em que mostrava o momento em que Tomás e sua namorada tentavam abrir o cadeado da bicicleta elétrica de Matheus com suas chaves.

Ao postar um anúncio de promoção, a empresa recebeu vários comentários de seguidores pedindo um posicionamento da empresa a respeito do caso de racismo protagonizado pelo funcionário. Em resposta a alguns comentários, a empresa informou que “o funcionário já está desligado da empresa”, mas não publicou um posicionamento oficial.

Entenda o caso — Matheus Ribeiro aguardava a namorada no último sábado, em frente ao Shopping Leblon, quando foi acusado por um casal de brancos de estar em posse da bicicleta deles. “Você pegou essa bicicleta ali agora, não foi? É, sim, essa bicicleta é minha”, disse a mulher branca a Matheus.

O instrutor de surfe contou a história nas redes sociais, e disse que precisou mostrar fotos antigas onde já estava com a bicicleta para que provar que não tinha roubado nada.

“Porém, eu só consegui provar que a bicicleta é minha quando – sem a minha autorização – o ‘lindo’ rapaz pegou o cadeado da minha bicicleta e tentou abrir. Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado deles, não importa o quanto você prove”, disse Matheus no seu post.

“Um preto numa bike elétrica? No Leblon? Ah, só podia ser! ‘Acabei de perder a minha, foi ele’, ironizou Matheus nas redes sociais.

A reportagem do Mundo Negro entrou em contato com a empresa mas ainda não obteve resposta. Atualizaremos a matéria assim que a empresa se manifestar.

Peças de religiões de matriz africana apreendidas pela polícia no fim do século XIX entram para acervo do Museu da República

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Foto: Elisângela Leite

A partir do próximo dia 19 de junho, o Museu da República passa a abrigar definitivamente o Acervo Nosso Sagrado, composto por 519 objetos sagrados de religiões de matriz africana que foram apreendidas entre o fim do século XIX e o início do século XX pela polícia fluminense. O acervo permaneceu apreendido por quase um século no Museu da Polícia do Estado do Rio de Janeiro.

A assinatura do termo de cessão definitiva acontece, às 10h30, no Ilê Omolu Oxum, uma das Casas de Axé mais tradicionais do Brasil e sede do Museu Memorial Iyá Davina – primeiro museu etnográfico do Rio de Janeiro dedicado às Comunidades Tradicionais de Terreiro. A cerimônia, restrita, cumpre todos os protocolos de higiene seguindo as orientações da ANVISA e da OMS no combate à COVID-19 e não estará aberta ao público. A ocasião marca a doação definitiva do acervo para o Museu da República. 

O Museu da República recebeu no dia 21 de setembro de 2020 um precioso acervo das religiões de matriz africana. Fruto de grande mobilização, o movimento “Liberte Nosso Sagrado”, em agosto de 2020, conseguiu importante vitória com a assinatura do termo que garantiu a transferência do acervo da Polícia Civil ao Museu da República. O material que integra o acervo, e estava sob tutela da Sepol, conta com 519 objetos sagrados para as religiões da umbanda e candomblé, apreendidos entre 1889 e 1945. Tais violações ocorreram nas primeiras décadas da República, particularmente no período entre os anos de 1920 e 1930, ainda que desde a Carta Constitucional de 1891 já se estabelecesse no país o Estado laico e a liberdade de crença e culto.

Os objetos apreendidos a partir dessas invasões violentas por parte do Estado foram depositados no Museu da Polícia Civil do Rio de Janeiro, compondo, ao lado de outros materiais apreendidos por forças policiais, exposições organizadas na instituição. Em 1999, quando a sede desse Museu é transferida para o prédio histórico da Rua da Relação, nº 40, no centro carioca, todos os objetos da ‘Coleção Museu de Magia Negra’ foram guardados em caixas e assim permaneceram até setembro de 2020, com acesso vetado ou muito restrito de pesquisadores e aos integrantes das comunidades tradicionais de terreiro.

”O Museu da República junto com os Terreiros e Casas de Santo do Rio de Janeiro celebrará no dia 19 de junho uma conquista importantíssima: a doação definitiva dos objetos sagrados que estavam no Museu da Polícia Civil  para o Museu da República. De algum modo, a Coleção Nosso Sagrado, ganha nova vida, encarna novos sentidos e significados, projeta-se mais viva e mais livre num futuro que há de trazer mais vida, mais conhecimento, mais pesquisa, mais ações educacionais e mais força para combater o racismo religioso” – garante Mário Chagas, diretor do Museu da República e presidente do MINOM (Movimento Internacional para uma Nova Museologia).

Para a principal liderança do Movimento, Mãe Meninazinha de Oxum, a recuperação do acervo já faz parte da história do Brasil e merece ser comemorada. A matriarca destaca ainda a importância do trabalho conjunto entre a Instituição e as comunidades de terreiro”. Estou muito feliz e orgulhosa com a vitória do povo de axé, depois de tanta luta para termos o nosso sagrado tratado com o respeito que merece. A gestão compartilhada desta coleção, entre o Museu da República e grupo de trabalho formado por lideranças religiosas de matriz africana é um grande passo no combate à intolerância religiosa, que sofremos historicamente”, enfatiza a dirigente do Ilê Omolu Oxum.

A transferência da Coleção ‘Museu de Magia Negra’ para o Museu da República é um passo preciso na direção de projetos que lancem luz sobre esse patrimônio cultural, garantindo, não somente a sua organização, preservação, comunicação e acesso, mas também justiça e reparação social, com afirmação do direito e do respeito à diversidade religiosa brasileira. E um dos primeiros passos rumo a mais avanços, nesse sentido, também vale destacar foi a reivindicação atendida dos povos de terreiro para a troca do nome da coleção para Acervo Nosso Sagrado e a cessão definitiva do acervo.

Nova formação de “As Sublimes”, lança single exaltando a beleza da mulher negra

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Sucesso no início dos anos 90, o grupo As Sublimes está de volta com nova formação, composta por Ciça Reis, Dudda Olive e Jess Araujo. Quando estourou em 1993 com o hit “Boneca de Fogo”, a formação tinha Isabel Fillardis, Lilian Valeska e Karla Prietto. Não havia no Brasil um grupo pop musical com protagonismo para mulheres negras de tanto sucesso quanto As Sublimes.  Inspiradas pelas lendárias The Supremes (grupo que revelou Diana Ross), as integrantes apareceram  em todos os programas de televisão, rádio, editoriais de revistas e jornais.  O clipe de “Menina Mulher da Pele Preta”, do mesmo disco, foi premiado nos Estados Unidos em 1994. 

As Sublimes – Wikipédia, a enciclopédia livre
Formação original de As Sublimes (Imagem: Divulgação)

A atriz Isabel Fillardis precisou deixar o grupo por dificuldade em conciliar a agenda de shows com gravações de novelas e foi substituída por Flávia Santana, que ao lado das integrantes remanescentes lançou o segundo álbum do trio (também homônimo) em 1997, com as músicas ‘Eu Queria um amor’ ,(versão de ‘My Chèrie Amour’, de Stevie Wonder) e ‘Só pra ser’. 

Na sua curta discografia, as meninas sempre interpretaram canções de grandes compositores da música brasileira como Lulu Santos, Fausto Fawcett, Leoni, Fred Nascimento, Jorge Ben, Eduardo Dussek, entre outros. O  trio foi desfeito em 1998 e chegou a fazer uma reunião em 2012 com as quatro integrantes promovida por  Rodrigo Hallvys, ator e fã do grupo, que havia se tornado proprietário da marca registrada que leva o nome do trio e decidiram passar uma temporada cantando juntas, até que Hallvys iniciasse o projeto de seleção para uma nova formação.

Nova formação: da esquerda para direita Ciça Reis, Dudda Olive e Jess Araujo (Imagem: Thiago Giaccomeli)

Agora, com as vozes das talentosas Ciça Reis, Dudda Olive e Jess Araujo, o trio divulga o primeiro single do retorno, intitulado ‘Rainha’ que já tem videoclipe no Youtube. A música é de autoria da integrante Ciça Reis. A sonoridade desse primeiro single é suingada, com a mesma inspiração black da primeira formação e a letra é um chamado à liberdade da mulher preta.

Todas as integrantes do grupo são do Estado do Rio de Janeiro e estão envolvidas com música desde pequenas. Jess Araújo frequentou entre os 6 e 15 anos de idade um projeto realizado pela prefeitura chamado “Cidade da Música”, onde aprendeu a tocar violino, viola clássica, pífaro e alguns instrumentos de percussão. A caçula do grupo, Dudda Olive (18) sempre foi apaixonada por música e toca instrumentos de percussão. Ciça Reis é graduada em Licenciatura em Música, tem 27 anos de idade e já conta com 12 anos de carreira musical

.  Você pode conferir o clipe aqui.

Para Chimamanda Ngozi Adichie, discussões sobre colorismo não podem tirar o foco do racismo

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A escritora Chimamanda Ngozi Adichie - Foto: Reprodução TV Cultura

A pauta colorismo foi debatida no programa Roda Viva, que entrevistou a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie nessa última segunda-feira (14), na TV Cultura. A filósofa Djamila Ribeiro, uma das entrevistadoras, perguntou a autora de Americanah sobre colorismo. Para brasileira a comunidade negra ainda tem uma resistência em discutir esse tema “não reconhecendo que a cor gera algumas vantagens sociais”.

“Essas conversas são difíceis e deixam as pessoas incomodadas, mas elas são necessárias”, argumentou Chimamanda que complementou dizendo que “não podemos torná-las melhor, se não falarmos sobre elas”.

Para ela, em uma comunidade negra como a brasileira, que já se sente marginalizada na sociedade,  é compreensível entender a resistência em se falar de temas como o colorismo.

A escritora, todavia, ressalta que apesar da importância do tema, é preciso ter atenção para que ele não se torne mais relevante do que a discussão sobre o racismo. E ela ilustrou usando um exemplo discutido no feminismo: a competição feminina.

“Vamos nos concentrar e responder a pergunta: quem realmente está se beneficiando com isso? São sempre os homens. Mesmo quando as mulheres atacam mulheres, elas não estão se beneficiando. O homem está”, ilustrou a intelectual.

Dentro da comunidade negra, de acordo com ela, é importante falar sobre colorismo, por ter “consequências reais para as pessoas”, no entanto ao finalizar ela enfatiza: “devemos manter o foco no problema fundamental, que é o racismo”.

A bancada de entrevistadores do Roda Viva ainda contou com Marcella Franco, editora da Folhinha, na Folha de S.Paulo, Carla Akotirene, pesquisadora em Estudos Feministas na Universidade Federal da Bahia, Adriana Ferreira Silva, redatora-chefe da Revista Marie Claire , jornalista Carol Pires além da apresentadora Vera Magalhães.

Após recuperação da covid-19, atriz Mary Scheila posta primeira foto de sua filha, Maria Luyza, e comemora saúde

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Imagem: Reprodução/Instagram

A atriz Mary Sheyla postou a primeira foto do rosto de sua filha, Maria Luyza, que nasceu na madrugada 14 do mês de maio. O nascimento da menina aconteceu na maternidade Perinatal, no Rio de Janeiro, enquanto a mãe estava internada, na mesma unidade hospitalar, com covid-19.

Após passar alguns dias internada, Maria Luyza recebeu alta enquanto a mãe continuava no hospital. Hoje, 14 de junho, a atriz postou um foto com a família e em casa, agradecendo pelo aniversário de 1 mês da bebê.

“Sem textão… Tudo se resume ao coração explodindo de gratidão.” Revelou a atriz.

Aos 40 anos e mãe de Esther, de 11 anos, Mary Sheyla será vista em breve na próxima novela inédita da Globo, Nos Tempos do Imperador, que será exibida na faixa das 18h. 

Maju é convidada do “Papo de Segunda” que falará sobre vacinas, esquerdomachos e jornalismo

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O próximo episódio do “Papo de Segunda“, do GNT, contará com a participação ao vivo da repórter e apresentadora Maju Coutinho, hoje, dia 14 de junho, às 22h30.  No programa, ela conversa com o humorista Fábio Porchat, o filósofo Chico Bosco, o ator João Vicente de Castro e o rapper  Emicida sobre a presença da emoção no jornalismo. Eles refletem sobre a melhor forma de dar e receber uma notícia ruim, tanto no contexto das “hard news” (notícias pesadas) como no cotidiano. Debatem ainda sobre sensacionalismo e oportunismo nesse cenário, e a dificuldade de se buscar a imparcialidade no noticiário.

Boa notícia: autores de crime de racismo contra Maju Coutinho são  condenados | Hypeness – Inovação e criatividade para todos.
Imagem: Reprodução/TV Globo

Na sequência, eles discutem o “homem feministo“, também conhecido popularmente como esquerdomacho. Ou seja, quem utiliza um discurso correto, reconhece seus privilégios e preconceitos, porém, realiza atitudes machistas. Maju e os apresentadores também falam sobre o comportamento das pessoas que fiscalizam a comorbidade do próximo, para julgar se são ou não um grupo prioritário na fila de vacinação da Covid-19.

O Papo também explora a corrida competitiva de vacinação entre as cidades, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo. Para encerrar, inspirados na venda de uma escultura invisível do artista plástico italiano Salvatore Garau por 93 mil reais, o elenco propõe e tenta vender obras de arte autorais que só existem na cabeça deles, e os demais debatedores apontam o valor que acham justo para os produtos.

O “Papo de Segunda” vai ao ar às 22h30, no GNT.

Carrefour irá pagar maior indenização civil pública da história do país por causa da morte de João Alberto

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Como resultado de ação corrida no Ministério Público (MP), o Grupo Carrefour pagará R$ 115 milhões de indenização para sanar danos causados pelo racismo oriundo do caso da morte do homem negro João Alberto. O dinheiro será gasto em ações nas áreas de educação, empreendedorismo e em projetos socioculturais com a finalidade de contribuir para o combate ao racismo no Brasil e promover a equidade. 

Em entrevista à Revista Raça, o representante da Educafro, Frei Davi contou sobre o que significa essa decisão. “Esse acordo simboliza a evolução inicial, mas firme, do mundo empresarial brasileiro. Nós entendemos que o mundo empresarial brasileiro é muito retrógrado, agora com essa postura do Carrefour. Assinando esse termo de ajuste de conduta e garantindo a indenização ao povo negro, será um marco que vai sinalizar positivamente para o conjunto das entidades empresariais do Brasil, mostrando pra elas que a injustiça não vale a humilhação ao povo negro, não vale a exploração do povo negro, não vale a pena; portanto, ser justo, ser honesto, pagar indenização no direito, na justiça, brilha mais para a empresa e faz a empresa ganhar mais clientes e ser mais respeitada”. disse.

MARCO NEGRO: Frei David, liderança do Movimento Negro Brasileiro
Imagem: Instagram

O acordo firmado entre os representantes do Carrefour e o MP tem vigência de três anos, mas, segundo os Noel Prioux, presidente do Grupo no Brasil, a empresa sabe que isso não paga uma vida perdida. “O Termo assinado não reduz a perda irreparável de uma vida, mas é mais uma medida tomada com o objetivo de ajudar a evitar que novas tragédias se repitam. Com este novo passo, o Grupo Carrefour Brasil reforça sua postura antirracista, ampliando sua política de enfrentamento à discriminação e à violência, bem como da promoção dos direitos humanos em todas as suas lojas”, afirma.

Ainda na entrevista, Frei Davi afirma que essa é a maior indenização civil pública da América Latina e que deseja que grande parte desses recursos sejam alocados para a educação. O mesmo entendimento foi demonstrado por Cristiane Lacerda, diretora de Desenvolvimento Humano do Grupo Carrefour.  “Entendemos ser necessário o investimento em bolsas de estudos com a finalidade de gerar mais oportunidades e aumentar a empregabilidade das pessoas negras”, disse em nota no site oficial do Grupo. 

A família de João Alberto já recebeu indenização referente ao caso e agora o Carrefour busca concretizar mudanças internas. Na nota divulgada, a empresa se compromete a contratar 30 mil pessoas negras no período de três anos e garante promover  um programa de estágio e de trainees com fins de acelerar a carreira de 300 profissionais negros e negras que já atuam na companhia. Além disso, a segurança deixará de ser terceirizada e também fará parte de contratados diretos do Grupo e segundo a empresa “se destacam por representar a diversidade da população brasileira quanto ao gênero e raça”.

No dia 19 de novembro de 2020, João Alberto foi espancado por seguranças de uma loja Carrefour na Zona Norte de Porto Alegre. Ele foi conduzido até a saída do supermercado por duas pessoas após se desentender com uma funcionária. Na porta do local, João deu um soco em um dos seguranças, que responderam com mais agressões. Os seguranças então o imobilizaram o continuaram o espancamento. Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, seguranças que estão presos; Adriana Alves Dutra, fiscal do Carrefour; Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende, funcionários do mercado; e Paulo Francisco da Silva, funcionário da empresa terceirizada de segurança que prestava serviços ao estabelecimento foram denunciados pelo MP e respondem na justiça pelo crime.

Estudante de fisioterapia perde oportunidade de emprego por causa do cabelo no estilo afro

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A modelo e estudante de fisioterapia Bruna Campos (27) teve uma oportunidade de emprego recusada por causa do estilo afro de seu cabelo (A estudante tem cabelos crespos quase ao estilo black power). Segundo Bruna, na última quarta-feira (9/06) ela foi chamada pela dona de uma agência para participar de um evento como recepcionista. Um homem responsável por selecionar as garotas para a recepção entrou em contato. Nas mensagens enviadas pelo Whatsapp o homem diz que a recepcionista é muito bonita mas que “seu cabelo chama muito atenção”. Em seguida o homem, (que Bruna prefere não identificar) enviou um áudio: “Tem que ser uma menina rápida para levar o pessoal até a mesa, tem que ser sorridente. Você é perfeita, só o que você consegue fazer nesse cabelo para ele diminuir um pouco o volume, o tamanho? É lindo seu cabelo, combina com você, mas estou vendo para aquela casa, horário de almoço, de dia”, diz o recrutador.

Imagem: Instagram

Para Bruna, que fez transição capilar no processo de aceitação do cabelo natural, foi como receber um soco no estômago. “Quando ele me mandou o áudio eu fiquei em estado de choque. Não consegui debater, não consegui retrucar. Eu só conseguia chorar”, diz. A aspirante a fisioterapeuta sabe das necessidades de usar touca ou rede de proteção em restaurante, mas para ela o que doeu foi a forma de se expressar. “Ele viu que sou negra e que meu cabelo é afro. Por que ele entra em contato comigo para dizer que precisa de ‘uma coisa’ mais discreta?”, desabafa.

Algumas pessoas mandaram mensagens para Bruna dizendo o de sempre: “mimimi”, “vitimismo”, e acusações de que ela queria ganhar processo judicial. “Se eu quisesse ganhar processo com isso eu tinha entrado na justiça. Eu não divulguei o nome do restaurante, eu não divulguei o nome do cara que fez isso comigo. Eu só quero respeito. Eu só quero empatia. Só quero cuidado ao falar com pessoas pretas”, enfatiza.

Após divulgar o áudio, Bruna conta que algumas pessoas disseram reconhecer a voz do homem e revelarem ter passado por situações parecidas. Ela diz que recebeu ligação do recrutador tentando esclarecer os pontos. Que ele disse que foi um mal entendido, mas não deixava ela falar, a interrompendo toda hora. “Eu desculpei, mas acho que ele não conseguiu identificar o erro dele”, diz. 

Imagem: Instagram

Nem só de acusações foi a semana da jovem, que recebeu muitas mensagens de apoio. Após postar o ocorrido em suas redes, foi apoiada por muita gente. “Inacreditável. Gente que eu nem imaginava compartilhar, falaram que estavam comigo”, revela a paulistana que vive entre São Paulo e a cidade do interior paulista, Itapetininga.

Bruna está no último ano do curso de fisioterapia e tenta conciliar com os eventos que aparece para fazer. “Quem vive de eventos, sabe a correria que é. Mas eu amo demais o que eu faço e estou me esforçando ao máximo para ser uma ótima profissional na área da saúde!”, conta.

Sobre ter ouvido que não era racismo a estudante é taxativa: “Com tantos meios para buscarem conhecimento e ainda dizerem que não é racismo?”, conclui.

Até o fechamento da matéria não conseguimos contato com o recrutador que ouvimos no áudio.

BeyGOOD, instituição de Beyoncé, divulga apoio à campanha #TemGenteComFome

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Foto: Divulgação

Campanha é organizada pela Coalizão Negra por Direitos para combater a insegurança alimentar durante a pandemia

A BeyGOOD, fundação criada por Beyoncé para questões humanitárias, divulgou, no último domingo (13) apoio à campanha #TemGenteComFome. A postagem nas redes sociais dizia: “Vidas brasileiras importam. Junte-se a nós na assistência a famílias brasileiras que estão enfrentando a insegurança alimentar”.

No Twitter, Douglas Belchior, que faz parte da Coalizão, agradeceu Beyoncé e comentou a respeito da visibilidade que o projeto ganhou após o apoio da diva pop.

“A campanha de apoio humanitário da @coalizaonegra #TemGenteComFome tá rolando há meses. Fico feliz por muitos estarem sabendo agora, por meio do apoio de @beyonce e sua instituição @BeyGood . Sempre é tempo de dar importância ao trabalho sério do movimento negro”, disse.

Até o momento, a campanha arrecadou R$ 12.436.101,00 que estão sendo utilizados na compra de alimentos para mais de 222 mil famílias mapeadas por organizações sociais que atuam nas 27 unidades da federação. “A distribuição das doações se dará através da compra de insumos alimentícios nas próprias regiões das comunidades atendidas e/ou entrega de cartões vale alimentação e serão divididas proporcionalmente à demanda e arrecadação”, diz o site da campanha.

Para doar, acesse www.temgentecomfome.com.br e colabore com qualquer quantia a partir de R$10.

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