Home Blog Page 83

Donald Trump e a representatividade da masculinidade hegemônica

0
Foto: MELINA MARA/THE WASHINGTON POST/GETTY IMAGES.

A discussão entre Trump e Zelensky é mais um episódio de demonstração da hostilidade do líder norte americano frente a um mundo que ele insiste em desejar que se curve frente a ele. Para quem estuda as masculinidades, Trump personifica o que conceitualmente chamamos de Masculinidade Hegemônica. Essa masculinidade que tem como característica o machismo em sua mais alta potência, cuja base é o poder e a manifestação social é a violência. No âmbito racial, a ocupação dessa masculinidade é branca. Para quem já acompanhou meus textos aqui, no Mundo Negro, já entendeu que os homens negros não podem e jamais poderão ocupar o lugar da hegemonia no campo das masculinidades.

Trump é consciente do poder que tem nas mãos e o superestima. Durante as eleições, ele usou de violência contra Kamala, colocando e acentuando os extremos da pirâmide de gênero e raça: homem branco, o que ocupa o topo da pirâmide e a mulher negra, que está na base da pirâmide. Após as eleições, todas as pautas relacionadas à diversidade são tratadas com hostilidade pelo governante do mais alto cargo do executivo dos EUA. O governo de Trump classifica as pautas acerca das questões étnico-raciais como “teoria racial crítica”, cortando, por exemplo, financiamento federal de escolas que tem em seus currículos temas como relações raciais.  

O episódio ocorrido na manhã desta sexta-feira no Salão Oval dos EUA mostra como Trump se sente superior por ocupar o cargo de presidente norte-americano. “Você tem que ser grato a mim”, diz Trump. Isso é a personificação de uma masculinidade falida e que se mantém pelo poder. Ainda que fossem dois homens brancos ali, protagonizando aquela cena, um deles estava no maior lugar de poder. E aqui, a ideia é que consigamos fazer a leitura do que significa a masculinidade hegemônica, protagonizada no mundo moderno por Trump, Musk e mais algumas figuras mundiais.

Luciano Ramos, Especialista em Masculinidades e Paternidades Negras e Diretor executivo do Instituto Mapear

Campanha alerta para a garantia de segurança de crianças e adolescentes no Carnaval

0
Foto: Freepik

O Carnaval, tradicionalmente um período de festa e celebração, também exige responsabilidade coletiva para garantir a segurança de crianças e adolescentes. Nesse contexto, ganha destaque a Campanha Nacional “Faça Bonito” no Carnaval 2025, iniciativa do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes. O objetivo é mobilizar a sociedade para criar um ambiente seguro durante a maior festa popular do Brasil.

A Fundação FEAC, integrante da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, apoia a iniciativa e a divulga em suas redes sociais. A instituição reforça a importância de denunciar qualquer violação de direitos, utilizando os canais oficiais como o Disque 100, Conselhos Tutelares, as Polícias Civil, Militar e Rodoviária, além das delegacias especializadas.

Entre os exemplos de violações estão a exploração sexual infantil, seja em contextos de lucro ou troca de bens; o trabalho infantil, como a exigência de que crianças e adolescentes vendam ou carreguem mercadorias; e o incentivo ao uso de drogas ou bebidas alcoólicas. A vacinação também é tema da campanha, destacando a responsabilidade de pais e responsáveis em manter as vacinas em dia, garantindo proteção contra diversas doenças.

“A infância deve ser protegida em todos os momentos, e o Carnaval, uma festa de alegria, não pode ser cenário para violações de direitos. Nosso compromisso é sensibilizar a sociedade para que crianças e adolescentes possam viver essa e qualquer outra fase de suas vidas com segurança e dignidade”, destaca José Roberto Dalbem, diretor executivo da Fundação FEAC.

“Colocamos na centralidade das nossas ações, estratégias que promovam a proteção, garantia e acesso aos direitos prioritariamente de crianças e adolescentes. E essa campanha atua justamente alinhada a essa estratégia, quando traz como objetivo sensibilizar a sociedade para o exercício de sua função protetiva, especialmente nesse período”, esclarece Natália Valente, analista de projetos da Fundação FEAC.

Os materiais da campanha estão disponíveis para acesso público no site oficial da Ação Nacional (www.facabonito.org/carnaval). A população, empresas e instituições são convidadas a apoiar e promover um ambiente mais seguro para todos.

Como ajudar?

  • Denuncie violações de direitos de crianças e adolescentes pelos canais oficiais: Disque 100, Polícias Civil, Militar e Rodoviária, Conselhos Tutelares e delegacias especializadas.
  • Para crimes na internet, as denúncias podem ser feitas diretamente no site: new.safernet.org.br/denuncie.
  • Compartilhe os materiais da campanha e ajude a disseminar informações sobre proteção infantil.
  • Incentive a vacinação e adote medidas preventivas para garantir a segurança das crianças e adolescentes durante as festividades.

Nos EUA, moradores de cidade de maioria negra se armam para enfrentar neonazistas

0
Foto: Liz Dufour/Cincinnati Enquirer/USA Today Network/Imagn Images

Moradores de uma cidade majoritariamente negra nos Estados Unidos têm se armado para se protegerem de um grupo de neonazistas que tem ameaçado a região desde o início de fevereiro. Mascarados e com rifles, o grupo lançou insultos racistas, balançaram bandeiras com suásticas em uma rodovia e espalharam panfletos da Ku Klux Klan pelas ruas. 

Os homens têm vigiado as estradas que levam a Lincoln Heights, Ohio, abordando e questionando quem se aproxima da região, aproveitando a lei de porte aberto de armas no estado para iniciar um programa de vigilância armada.

Com um histórico de luta por direitos e resistência, a cidade surgiu como uma comunidade negra autônoma — a mais antiga ao norte da linha Mason-Dixon. Desde o início, a população local enfrentou negligência e falta de investimentos. 

Mas os últimos acontecimentos deixaram o povo de Lincoln Heights preocupado com a falta de segurança e desconfiado dos policiais por não reprimir a marcha neonazista. O departamento de polícia local foi dissolvido em 2014, e a segurança ficou a cargo do gabinete da xerife do Condado de Hamilton. Nenhuma prisão foi feita, mesmo após denúncias de ameaças contra moradores.

“A maneira como descobri que os nazistas estavam no meu bairro foi por meio de crianças. Elas estavam com medo”, disse DeRonda Calhoun, 45, uma professora que mora em Lincoln Heights, em entrevista ao The Washington Post. 

Segundo os relatos, no dia 7 de fevereiro, uma van levou um grupo com cerca de 12 de neonazistas para um viaduto perto da divisa da vila, usando armadura corporal, rifles AR-15 e agitando bandeiras com suásticas. Eles chegaram quando as crianças estavam saindo de uma escola local e marcharam a poucos quarteirões de distância. O grupo neonazista se retirou depois que os moradores apareceram protestando contra a presença deles. 

Após críticas, a polícia divulgou imagens da câmera corporal de um policial que aparentava agir de forma cordial com os neonazistas. Após deixarem a área, o agente aconselhou um homem a trocar de camisa antes de acompanhá-lo de volta ao local do confronto, onde os moradores de Lincoln Heights ainda estavam, para recuperar um veículo pessoal.

Em resposta, a xerife do Condado de Hamilton, Charmaine McGuffey, classificou os neonazistas como “covardes” durante uma entrevista coletiva e garantiu que as patrulhas em Lincoln Heights serão reforçadas, além de uma investigação mais aprofundada sobre o caso. Porém, afirmou que os mesmos exerceram a liberdade de expressão, protegida por lei, e por esta razão, apenas ordenaram que eles saíssem para evitar a tensão.

Diante da falta de ação policial, muitos acreditam que armar-se é a única alternativa e formaram o Programa de Segurança e Vigilância de Lincoln Heights com cerca de 70 voluntários para patrulhar a cidade. “Um americano protegendo sua casa com uma arma — achei que essa fosse a coisa mais americana que poderíamos fazer”, diz Daronce Daniels, porta-voz do grupo.

A xerife classificou a autodefesa da comunidade negra como uma “milícia de bairro”, e que não apoiava esse programa. A porta-voz do gabinete da xerife, Kyla Woods, disse que o departamento recebeu ligações reclamando de moradores armados, mas apenas dois relatos documentados de confrontos.

“Não houve nenhuma acusação contra os moradores armados, que não estão infringindo nenhuma lei por porte aberto em Ohio. Não pretendemos investigar nenhuma pessoa armada, a menos que um crime seja cometido”, afirmou Woods. 

“Eu passo por eles diariamente quando vou e volto. E é importante lembrar que eles surgiram de uma necessidade”, disse Julian Cook, pastor da Lincoln Heights Missionary Baptist Church, sobre o grupo armado que está protegendo a cidade. 

Apoiados pela prefeita Ruby Kinsey, moradores pedem que a população e outros apoiadores boicotassem os negócios próximos da vila de Evendale até que a cidade conclua uma investigação sobre sua força policial e demita todos os policiais que ajudaram os neonazistas.

Sabores do Carnaval: onde experimentar a verdadeira gastronomia baiana em Salvador

0

A gastronomia também faz parte do Carnaval! Em meio à folia de Salvador, os sabores baianos são um espetáculo à parte, proporcionando não apenas sustento, mas uma verdadeira conexão com a história e a cultura afro-brasileira. A culinária da Bahia tem raízes profundas na ancestralidade africana, trazendo ingredientes e técnicas que atravessaram séculos e continuam encantando paladares. O azeite de dendê, o leite de coco e as pimentas dão vida a pratos que carregam a identidade e a resistência do povo negro, tornando a experiência gastronômica tão inesquecível quanto a festa que toma conta das ruas.

Entre os pratos mais icônicos, o acarajé reina absoluto, trazendo a tradição das mulheres negras que, historicamente, o vendem como forma de sustento e preservação cultural. O vatapá e o caruru também são indispensáveis, reforçando o vínculo da culinária baiana com a religiosidade e a celebração da vida. Já a moqueca baiana e o bobó de camarão são exemplos perfeitos de como a mistura de influências africanas e indígenas resultou em receitas que conquistaram o Brasil e o mundo.

Se você está curtindo o Carnaval em Salvador, não pode deixar de provar essas delícias em restaurantes que celebram a autenticidade e o sabor da Bahia. Nossa seleção especial traz lugares que mantêm viva essa tradição e são perfeitos para uma pausa entre um bloco e outro:

Axégo Restaurante (@axeogrestaurante)

Casa Sankofa (@sankofa.acab)

Maria Mata Mouro (@mariamatamouro)

Restaurante Zanzibar (@restaurantezanzibar)

Restaurante Dona Mariquita (@donamariquita_)

Restaurante O Pái Ó (@opaiopeio)

Carnaval 2025: Veja quais escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo farão desfiles com temática africana

0
Foto: Reprodução/X

Para desespero de quem critica a cultura africana e afro-brasileira como base do Carnaval desenvolvido pelas escolas de samba no país, Rio de Janeiro e de São Paulo terão desfiles marcados por uma forte presença de enredos que celebram as raízes africanas, a resistência do povo negro e a religiosidade de matriz afro-brasileira. Das 12 escolas do Grupo Especial do Rio, oito abordam temas ligados à ancestralidade africana, enquanto em São Paulo agremiações como Mancha Verde, Barroca Zona Sul e Gaviões da Fiel também destacam a cultura negra em seus desfiles. A tendência, que ganha força a cada ano, reforça a importância da negritude na construção da identidade cultural brasileira.

No Rio de Janeiro, a Unidos de Padre Miguel, que retorna ao Grupo Especial após 52 anos, abre os desfiles com o enredo “Egbé Iyá Nassô”, contando a história de Francisca da Silva, a Iyá Nassô, fundadora do Terreiro Casa Branca do Engenho Velho, em Salvador. Considerado o primeiro terreiro de candomblé do Brasil, o espaço foi tombado pelo Iphan em 1984. A Imperatriz Leopoldinense mergulha na mitologia dos orixás com o enredo “A Saga de Oxalá”, que narra a peregrinação do orixá para visitar Xangô, enfrentando obstáculos que transformam sua jornada. Já a Mangueira levará para a avenida a história da Pequena África no Rio de Janeiro, destacando a resistência dos povos bantu, que representaram a maioria dos negros escravizados trazidos ao Cais do Valongo.

A Unidos da Tijuca homenageia Logun-Edé, o “príncipe dos orixás”, filho de Oxum e Oxóssi, em um desfile que contará com a participação da cantora Anitta, devota da divindade. O Salgueiro, por sua vez, aborda a espiritualidade afro-brasileira com o enredo “Corpo Fechado”, que explora práticas ancestrais como banhos de ervas e talismãs, além de expressões como “quiumba” e “mojubá”, presentes no samba-enredo mais baixado do Carnaval 2025 no Spotify. A Paraíso do Tuiuti resgata a história de Xica Manicongo, considerada a primeira mulher trans não indígena do Brasil, escravizada no século 16 e condenada à morte pela Inquisição. Ativistas trans desfilarão pela escola, que promete um dos momentos mais emocionantes da noite. A Viradouro, atual campeã, apresenta “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, contando a história do líder quilombola pernambucano que se tornou símbolo da conexão entre as culturas afro e indígena.

São Paulo também celebra a cultura afro

Na capital paulista, a Mancha Verde leva para a avenida o enredo “Bahia, da Fé ao Profano”, inspirado em um documentário homônimo que retrata a fé do povo baiano. A Barroca Zona Sul homenageia a orixá Iansã com “Os nove oruns de Iansã”, enquanto os Gaviões da Fiel apresentam seu primeiro enredo afro, “Irin Ajó Emi Ojisé”, uma viagem pelas máscaras africanas e a atual campeã paulista, Mocidade Alegre aposta em “Quem não pode com mandinga não carrega patuá”, explorando itens de sorte e fé.

Confira os horários dos desfiles

Grupo Especial de São Paulo:

Sexta-feira (28 de fevereiro)

23h: Colorado do Brás
0h05: Barroca Zona Sul
1h10: Dragões da Real
2h15: Mancha Verde
3h20: Acadêmicos do Tatuapé
4h25: Rosas de Ouro
5h30: Camisa Verde e Branco

Sábado (1º de março)

22h30: Águia de Ouro
23h35: Império da Casa Verde
0h40: Mocidade Alegre
1h45: Gaviões da Fiel
2h50: Acadêmicos do Tucuruvi
3h55: Estrela do Terceiro Milênio
5h: Vai-Vai

Grupo Especial do Rio de Janeiro

Domingo (2 de março)

22h – Unidos de Padre Miguel
Entre 23h30 e 23h40 – Imperatriz Leopoldinense
Entre 0h50 e 1h10 – Unidos do Viradouro
Entre 2h e 2h30 – Estação Primeira de Mangueira

Segunda-feira (3 de março)
22h – Unidos da Tijuca
Entre 23h30 e 23h40 -Beija-Flor de Nilópolis
Entre 0h50 e 1h10 -Acadêmicos do Salgueiro
Entre 2h10 e 2h40 -Unidos de Vila Isabel

Terça-feira (4 de março)
22h -Mocidade Independente de Padre Miguel
Entre 23h30 e 23h40 -Paraíso do Tuiuti
Entre 0h50 e 1h10 -Acadêmicos do Grande Rio
Entre 2h10 e 2h40 -Portela

Ricardo Silvestre e Black Influence são destaques na lista Dare de lideranças negras na criatividade

0
Foto: Daniel Aldes

A plataforma Black At, dedicada a reduzir a distância entre criativos negros e marcas no cenário global, anunciou a lista Dare (Dream, Act, Reimagine, Empower), que destaca lideranças que estão moldando a indústria criativa e de marketing com inovação, autenticidade e representatividade.

Entre os nomes brasileiros reconhecidos, Ricardo Silvestre, CEO da Black Influence, se destacou na categoria Young Creatives. Sua agência também foi mencionada na categoria Agencies of Note, sendo a única empresa brasileira na seleção, o que reforça seu impacto no setor de influência e marketing.

“O futuro da criatividade está em vozes diversas liderando a conversa”, afirmou Peter Ukhurebor, CEO da Black At. “Os executivos negros não estão apenas participando dessa mudança, eles estão liderando, criando espaço para novas ideias, novas perspectivas e inovações que mudam o jogo.”

Ricardo Silvestre tem se consolidado como uma das principais referências do país em temas como diversidade, ESG, moda e lifestyle. Além de figurar na lista Forbes Under 30, ele foi nomeado pelo MIPAD da ONU como uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo.

Sua trajetória também inclui prêmios e reconhecimentos de grande relevância, como a indicação ao Caboré como profissional de negócios em 2022 e a menção do Meio & Mensagem entre os 10 principais profissionais de comunicação de 2020.

Outros brasileiros também foram reconhecidos na lista Dare. Na categoria Marketing Leaders, Helena Bertho, Diretora Global de Diversidade e Inclusão do Nubank, foi citada. Já em Creative and Advertising Leaders, nomes como Joana Mendes, CCO da Jungle Kid; Gabriela Rodrigues, chief impact officer da Droga5 São Paulo; e Heloísa Renata de Santana, presidenta da AMPRO, também foram incluídos

Ludmilla abre Carnaval de Salvador usando look inspirado em pipas

0
Fotos: MAR+VIN

Pelo terceiro ano consecutivo, a cantora Ludmilla foi a responsável por abrir o Carnaval de Salvador na noite da última quinta-feira (27). A artista desfilou com o bloco Fervo da Lud no tradicional circuito Barra-Ondina, arrastando uma multidão de foliões e marcando presença com um look exclusivo da grife italiana Pucci, inspirado nas pipas.

Em suas redes sociais, Lud detalhou a criação do figurino. “No Brasil, a pipa simboliza a criatividade e a cultura popular. Convidamos Emilio Pucci, uma marca icônica na estamparia em sua explosão de cores e formas ousadas, para se inspirar nesse símbolo”, escreveu. A cantora ainda explicou que a conexão com Camille Miceli, diretora criativa da marca, foi imediata, resultando em looks que refletem a união de culturas. “A pipa é um espelho da minha trajetória: superar desafios com leveza, sem perder as raízes”, acrescentou.

Além do visual impactante, Ludmilla reservou um momento especial para homenagear Preta Gil, que assistia ao desfile de um camarote. A filha de Gilberto Gil, que recentemente passou por um tratamento contra o câncer, foi lembrada pela cantora como uma grande inspiração. Em um vídeo publicado por Preta, Ludmilla declarou: “Eu tô passando aqui agora, em frente à minha amiga Preta Gil, que é uma das pessoas que eu mais amo nesse mundo, que é uma inspiração para mim. Se eu estou puxando meu trio elétrico aqui hoje é porque eu vi Preta Gil no Rio de Janeiro, e eu vi que era possível”.

A emoção tomou conta do trio elétrico quando Ludmilla dedicou o bloco Fervo da Lud à amiga. “Preta Gil, eu queria homenagear o Fervo da Lud para você, eu te amo. Meu amor, você merece todas as homenagens do mundo. Eu tô muito feliz pela sua volta para a gente e pela sua recuperação. Eu te amo muito. Um beijo! Para a Preta Gil, bora!”.

Carnaval da Chef Flávia Alves em Paraty terá shows gratuitos e sua tradicional feijoada

0
Foto: Divulgação

Neste Carnaval, a cidade de Paraty, no litoral carioca, terá como atração a festa “Carnaval Quintal da Folia”, realizada pelo Restaurante Quintal de Mãe, da Chef Flávia Alves, que acontece nos dias 28, 02 e 04 e reúne centenas de pessoas para curtir os shows gratuitos de grupos da cidade, como: o grupo de percussão feminina Mutuan, Samba das Trabalhadoras, o Samba do Quilombo do Campinho e DJ’s da região.

Em sua quinta edição, o evento já se consolidou como referência na valorização da cultura e economia local, servindo de espaço para acolher foliões e turistas, além de ser ponto de concentração dos tradicionais blocos Arrastão do Jabaquara e Bloco da Lama.

“Mais do que uma celebração, o Carnaval do Quintal de Mãe é uma expressão de resistência e criatividade do povo brasileiro, na qual reafirmamos o nosso compromisso com a valorização das raízes culturais e com a geração de oportunidades para artistas e pequenos empreendedores de Paraty, beneficiando toda a comunidade e transformando o nosso quintal em palco de muita tradição e alegria”, celebra Flávia Alves, chef do restaurante.

Programação gratuita para toda a família

Para aquecer os tambores, 90 mulheres percussionistas do grupo Mutuan farão uma apresentação de música e dança na sexta (28), às 18h, seguido pela discotecagem da DJ Orkidia, que vem embalada de muito batuque e afrobeat. No domingo (02), a partir das 14h, haverá a tradicional feijoada da Flavinha, que valoriza os ingredientes da culinária afro-brasileira, servida a R$35, acompanhada do Samba das Trabalhadoras, grupo fundado pela chef Flávia e composto 100% por mulheres. E, para encerrar a noite, o comando da pista fica por conta da DJ’ Babi Grace,  DJ Amala e do Baile Odara.

Além das tradicionais atrações, o evento também vai oferecer um espaço inclusivo, democrático e acolhedor para todas as pessoas e idades. Haverá pula-pula e um grande espetáculo de palhaçaria com o Circo Brincante, realizado na terça (04), a partir das 18h, com discotecagem da DJ Grayce para entreter as crianças enquanto os pais e responsáveis poderão curtir a festa tranquilos. O grande show de encerramento será comandado pelo tradicional grupo Samba do Quilombo, que celebra toda a ancestralidade do Carnaval com muito samba de roda e batuque, às 20h, e DJ’ Calixto às 22h.

Folia sustentável

Visando fortalecer a vibrante cena carnavalesca de Paraty, sem gerar grandes impactos para o meio ambiente, a organização do evento informa que tem um cuidado com a gestão de resíduos, adotando práticas responsáveis, como a não utilização de plástico para minimizar impactos ambientais e incentivando a reciclagem.

Serviço:

Data: De 28/02, 02 e 04/03

Horário: início às 18h e, no domingo, a partir das 14h.

Local: Restaurante Quintal de Mãe – Rua Dom Manoel, 51, Paraty, RJ.
Entrada gratuita e classificação livre.
Para mais informações, acompanhe: https://www.instagram.com/quintaldemaeparaty/

Lázaro Ramos anuncia nova temporada do programa “Espelho”

0
Foto: Divulgação

Lázaro Ramos está de volta com um dos maiores sucessos do Canal Brasil: o programa “Espelho”! Dirigida e apresentada pelo próprio ator e cineasta, a atração chega à sua 16ª temporada, prometendo mais conversas profundas e inspiradoras. Serão 10 episódios de 25 minutos cada, ainda sem data de estreia definida.

Desde sua estreia em 2006, “Espelho” já trouxe mais de 300 entrevistas com grandes nomes da cultura, política e entretenimento. Criolo, Glória Maria (1949-2023), Lewis Hamilton, Iza, e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa são apenas alguns dos convidados que já dividiram suas histórias e reflexões no programa. Com debates potentes sobre democracia, educação e cultura, Espelho sempre colocou a diversidade no centro das discussões.

Para Lázaro, o desafio agora é manter a relevância da atração. “Acho que a minha maior expectativa para a nova temporada é manter o vigor que o programa teve durante tantos anos, sendo um espelho do Brasil e pensando muito a identidade do país e as lutas pela igualdade, sempre com a mesma linguagem acolhedora, informativa e que entretém. Repensar o Brasil vai ser um desafio interessante e estamos trabalhando no formato para o programa continuar sendo útil, mantendo a diversidade de temas com a utilidade de iluminar caminhos”.

“Espelho” foi o primeiro programa com Lázaro Ramos na direção e se tornou a referência de um um espaço essencial para amplificar vozes negras e discutir cidadania. Esse olhar também se reflete em seu trabalho no cinema, como no premiado “Medida Provisória”, o primeiro longa-metragem dirigido pelo ator, que também reafirma seu compromisso com narrativas potentes e transformadoras.

Carnaval e desigualdade: da “passarela do apartheid” aos compromissos socioambientais da folia baiana

0
Foto: Reprodução

Que o carnaval de Salvador é dominado pela elite branca, apesar do contexto histórico cultural da cidade, não é exatamente uma novidade, porém, em pleno século XXI, em que as discussões sobre negócios de impacto, sustentabilidade e diversidade estão afloradas e em fase de transformação e educação, assistimos a um episódio que escancarou as contradições sociais do carnaval de Salvador. A construção de uma passarela ligando o Morro do Ipiranga a camarotes de luxo – obra financiada por empresários ligados ao setor – expõe a face mais perversa dessa festa: a segregação social disfarçada de infraestrutura. Apelidada de “passarela do apartheid” pela população local, a estrutura foi embargada hoje (27) pela justiça após intensa reação popular, e levanta questões importantes sobre o verdadeiro espírito do carnaval brasileiro.

A segregação que veio do alto

O caso é emblemático: enquanto o carnaval de rua teoricamente representa a celebração da cultura popular, da diversidade e da inclusão, a passarela serviria justamente para o propósito oposto. Ao permitir que os frequentadores dos camarotes de luxo atravessassem por cima da multidão que curte a festa na rua, criou-se uma metáfora visual perfeita da desigualdade social brasileira.

A justificativa de “segurança” para os clientes VIP não consegue mascarar o simbolismo segregacionista da estrutura. Afinal, se o carnaval é democrático, por que alguns precisam estar literalmente acima dos outros? O embargo judicial, motivado por irregularidades no licenciamento, veio respaldar o que a indignação popular já havia denunciado: não há espaço para o apartheid social em uma festa que se pretende democrática.

Iniciativas que apontam caminhos: sustentabilidade além do discurso

Enquanto isso, o próprio Camarote Salvador, um dos mais tradicionais da folia baiana, anunciou medidas de sustentabilidade para a edição de 2024. Segundo suas divulgações, o evento teria adotado práticas como gestão adequada de resíduos, redução do uso de plásticos e uso de materiais de menor impacto ambiental. Iniciativas louváveis, sem dúvida, mas que perdem força quando confrontadas com o contexto maior do carnaval: um evento que gera toneladas de lixo e se sustenta, muitas vezes, em estruturas de exclusão social.

A contradição é evidente: como conciliar o discurso sustentável com a realidade de camarotes que custam milhares de reais, inacessíveis para a maioria da população que constitui a verdadeira alma do carnaval? A sustentabilidade genuína não pode se limitar ao gerenciamento de resíduos ou à economia de energia – deve incluir também o aspecto social e a redução de desigualdades.

Isto posto, para 2025, o camarote adotou o compromisso de se tornar um evento lixo zero, implementando a reutilização de materiais, reciclagem e estratégias para minimizar o desperdício durante os períodos de montagem e desmontagem.

Além disso, a iniciativa prevê a destinação adequada dos resíduos e a compensação da pegada de carbono do evento, fortalecendo parcerias com organizações ambientais e priorizando fornecedores que compartilham dos mesmos valores sustentáveis. Esse tipo de ação demonstra que há um esforço em alinhar práticas de grande porte com a responsabilidade socioambiental, algo que pode servir de inspiração para outras estruturas do carnaval.

Neste cenário, ganham destaque propostas que integram verdadeiramente os pilares da sustentabilidade, como o exemplo da Loygus. A empresa, no mercado há 30 anos, fortemente conhecida no carnaval de Salvador, se renovou, agora não apenas utiliza tecidos reciclados na confecção de abadás, entregues em sacolas feitas de resíduos da própria produção, mas também incorpora uma dimensão social ao empregar mulheres trans indicadas pelo Instituto Pérolas de Cristo, organização que acolhe mulheres em situação de vulnerabilidade.

A iniciativa demonstra que é possível alinhar inovação, sustentabilidade ambiental e inclusão social, criando um modelo de negócio que contribui para a transformação da sociedade em vez de reproduzir suas desigualdades. O impacto positivo estende-se além do produto final, alcançando pessoas historicamente marginalizadas e oferecendo-lhes oportunidades de trabalho digno.

O contraste entre a “passarela do apartheid” e iniciativas como a da Loygus e do Camarote Salvador nos convida a repensar o carnaval que queremos. Será que a maior festa popular do Brasil continuará reproduzindo e até ampliando as desigualdades sociais do país, ou poderá se transformar em um espaço genuíno de celebração da diversidade, inclusão e sustentabilidade?

O embargo da passarela sinaliza que há limites para a segregação, mesmo em um país acostumado com abismos sociais. Mas além da rejeição ao que nos separa, precisamos fortalecer o que nos une – e nesse sentido, iniciativas que combinam responsabilidade ambiental com inclusão social apontam caminhos promissores.

O verdadeiro carnaval sustentável será aquele que, para além do gerenciamento de resíduos e economia de recursos, promova a inclusão, a diversidade e a redução das desigualdades. Que a polêmica da passarela nos sirva como lembrete de que a festa mais popular do Brasil deve ser construída não sobre estruturas que separam, mas sobre pontes que unem diferentes realidades em um mesmo espaço de celebração.

error: Content is protected !!