O rapper Ye (Kanye West) voltou ao Instagram na semana passada com muitas publicações polêmicas envolvendo a marca Adidas. Segundo Kanye, a marca estava mudando as cores dos tênis feito em colaboração com ele.
“O fato da Adidas sentir que poderia colorir meus sapatos e nomeá-los sem minha aprovação é realmente louco. Eu realmente me importo em construir algo que mude o mundo e algo que eu possa deixar para meus filhos. Eles tentaram me comprar por 1 bilhão de dólares. Meus royalties no próximo ano são de 500 milhões de dólares sozinhos”, postou o rapper.
Para ele, o principal responsável pelas mudanças nos tênis Yeezy sem a sua aprovação é o Daniel Cherry, o novo vice-presidente sênior e gerente geral da Adidas.
Todos os posts já foram apagados do perfil e a Adidas não respondeu nenhuma publicação ou divulgou uma nota de esclarecimento publicamente. Mas agora o rapper afirma que já está em negociação com a marca. Ele divulgou parte das suas propostas para um novo contrato e pede, em uma das cláusulas, U$ 2 bilhões por danos contra sua marca, saúde mental, posição social, família, abuso emocional, por não abrir lojas físicas e mentir sobre a capacidade das fábricas.
“Pude ouvir a alegria na voz da minha equipe hoje. Adidas não quer mais confusão, os créditos do filme estão rolando. Essa guerra não era sobre dinheiro, era sobre o controle das nossas famílias, negócios, história e voz. Eu dei a oportunidade a eles de resolvermos de forma privada”, afirma.
Depois de expôr o problema com a Adidas, outros rappers importantes como Diddy promoveram um boicote contra a marca nas redes sociais, caso eles não se resolvessem com o Kanye West. “Desde a era do Run-DMC, a Adidas sempre usou o Hip Hop para construir sua marca e ganhar bilhões com nossa cultura. MAS SOMOS MAIS DO QUE APENAS CONSUMIDORES AGORA, SOMOS OS DONOS. Kanye West e YEEZY são a razão pela qual a Adidas é relevante para a cultura. SABEMOS O NOSSO VALOR! Cansei de usar produtos da Adidas até que eles façam isso direito!! Temos que nos apoiar”, publicou há dois dias.
Kanye West garantiu que agora o próximo alvo do “exposed” será a marca Gap, seguido de uma mensagem de sua equipe que dizia: “Prezado Ye, sua equipe jurídica recomenda que nos abstenhamos de postar qualquer coisa na Gap por mais 10 dias”.
Em resposta às denúncias feitas contra as marcas, Ye deixou apenas uma foto no Instagram abraçado com os filhos. “Algumas coisas são maiores que dinheiro. Meus filhos não têm ideia do que papai passou nos últimos dias sozinho para garantir a marca que um dia será entregue a eles. Se Deus quiser Esses futuros líderes nunca recuarão, serão roubados e forçados a se comprometer quem são para o cheque”.
Nathan Santos, vice-campeão da sétima edição do reality show “Bake Off Brasil“, morreu nesta quarta-feira (7), após sofrer uma parada cardiorrespiratória, em Maceió (AL). A informação foi confirmada em nota publicada pelo perfil do Instagram. “É com grande pesar que comunicamos o falecimento do inesquecível Nathan Santos. Em breve passaremos maiores informações”, publicou.
Durante sua participação no programa, o confeiteiro chegou a se afastar devido a um problema emocional. Em vídeo, ele desabafou sobre a pressão psicológica para competir no reality e ser bem-sucedido em sua confeitaria. No ateliê, sua especialidade era bolos de casamento e realizava cursos de doces.
A família dele pediu ajuda nas redes sociais para custear o velório e o enterro. “Estamos aqui na casa do Nathan tentando resolver, tentando solucionar, para proporcionar ao nosso amigo, o mais digno velório possível. A gente está aqui com a irmã dele, está todo mundo muito abatido e abalado”, relatou uma amiga próxima à Nathan no perfil dele. “Peço que vocês ajudem pelo menos compartilhando”, completou.
Depois das gravações na quarta-feira (7), a apresentadora Nadja Haddad publicou um vídeo nas redes sociais para lamentar a morte de Nathan. “Estou sem acreditar até agora. Sabe aquela coisa que não caiu a ficha ainda?”. E completou: “É muito difícil pensar, me certificar de que a gente perdeu alguém tão brilhante, tão incrível”.
BAÚ DO SBT: Morreu nesta quarta-feira (07) o vice-campeão do ‘Bake Off Brasil’. Ele tinha 27 anos e foi vítima de uma parada cardiorrespiratória. Nathan Santos era de Maceió e participou da temporada 2021 do reality. Relembre a trajetória dele no reality show; assista pic.twitter.com/JaXeugwEOl
A psicóloga Amanda de Moraes está ao lado de outros 22 escritores no livro ‘Saúde Mental da População Preta Importa’, da Editora Conquista, que será lançado dia 16 de setembro na Livraria Travessa, no Rio de Janeiro. A obra é formada por vários artigos curtos sobre aspectos relacionados ao racismo e como ele impacta na subjetividade de pessoas negras. As pessoas que compõem esse título são majoritariamente escritoras e psicólogas negras que estudam e se especializam em questões de saúde mental.
Amanda faz parte do Programa Firminas, que tem como proposta resgatar a autoestima e a autoconfiança das mulheres negras, potencializando sua percepção de que são lideranças transformadoras de realidades e de inspirar pessoas, além de prepará-las através de uma metodologia diferente, criada por mulheres negras e para mulheres negras viverem experiências únicas e se destacarem no mercado de trabalho.
Amanda decidiu focar o seu artigo em cima da temática da Jornada de Liderança do Firminas e sobre a experiência da primeira turma do programa abordando o desafio das mulheres negras e como a saúde mental e o racismo interferem e marcam as pessoas. “A Jornada Firminas e o apoio psicológico oferecido conseguiram trazer de maneira concreta essa rede localizada de pessoas que entendem suas dores para participar desse processo sem precisar ficar explicando momentos de violência sofridos, e revivendo assim tais agressões, porque todas essas mulheres, em maior ou menor medida já passaram pelas mesmas vivências. Isso se tornou um dos grandes ativos da formação, permitindo que as participantes pudessem explorar e acessar toda sua potência”, disse Amanda.
Um dos objetivos era justamente o de conexão das participantes com conteúdos pessoais, sob o pilar da autoconfiança, onde foram promovidas discussões para que essas mulheres se apropriassem da sua própria narrativa pessoal, questionando estereótipos, vivências e emoções relacionadas a cada momento. Em um segundo momento, sob o pilar de cidadania, elas refletiram sobre como elas enquanto lideranças poderiam transformar a realidade do mundo, e se focou em influência em um terceiro momento, dialogando sobre o poder de sua influência e o desenvolvimento de projetos a partir de redes comunitárias.
Da comunidade para a Diretoria
Uma dessas mulheres é Débora Fernando da Silva, que nasceu em uma comunidade do Rio de Janeiro em situação de vulnerabilidade e hoje, aos 38 anos, reside no bairro da Tijuca.
Bolsista do ensino fundamental até a faculdade, Débora lutou para transformar a sua realidade, e foi feirante junto com o pai. Chegou a trancar o curso de Direito até que se formou como Assistente Social- e se tornou especialista em Responsabilidade Social na área de Empregabilidade e Gestão de Pessoas -, mas trabalhava em lugares onde recebia pouco e não tinha reconhecimento. Foi nesse momento que teve uma inquietação e entendeu que precisava se movimentar, buscar por outras mulheres negras e se conhecer e se reconhecer como pessoa de impacto. “O Firminas foi um divisor de águas na minha vida.
Você aprende a equilibrar o emocional e impactar uma sociedade sozinha e em conjunto. O Firminas mostra que você já está pronta, mas que ninguém te dá esse acesso por diversos motivos e principalmente por pertencer a grupos minorizados, e o programa te prepara para você entrar no mercado com muito mais segurança”, afirma.
Hoje, Débora é Head de Gente & Gestão, do Grupo Anga. “A minha dica para outras mulheres negras é que tenham essa inquietação, faça uma rede de contatos, procure outras mulheres e se conheça! Entenda das suas vulnerabilidades, além de trabalhar para ter propósito, causar impacto e poder fazer dinheiro com isso também! Saber onde quer chegar e o que você quer é um grande passo para traçar todo o caminho do seu objetivo. Entender no que você precisa se aprimorar para melhorar ainda mais nesses pontos”, concluiu.
Serviço Livro: Saúde mental da população preta importa Data: 16/09/2022 Horário: 19h às 21h30 Local: Livraria da Travessa – Segundo Piso Endereço: Av. das Américas, 4666 – Loja 220 – Barra da Tijuca – Barra Shopping – RJ
Nova edição do programa Womby tem foco em adolescentes de 15 a 18 anos em vulnerabilidade social e as inscrições estão abertas até 14/9.
A B2Mamy, SocialTech especialista em tornar mães e mulheres líderes e livres economicamente, gerando impacto por meio de comunidade, educação e empregabilidade, anuncia a primeira turma do programa Womby para adolescentes em vulnerabilidade social entre 15 a 18 anos.
O programa tem o objetivo de preparar adolescentes para uma futura vida profissional, oferecendo complementação ao ensino regular, visando o seu desenvolvimento pessoal, pedagógico e psicossocial, na perspectiva do fortalecimento de suas potencialidades e visão de futuro. As inscrições para o programa estarão abertas até 14 de setembro via link.
O Womby para adolescentes terá um conteúdo de mais de 20 horas de duração, divididas em módulos, que passam por temas e etapas fundamentais para a capacitação, como: desenvolvimento profissional, habilidades para criação de conteúdo online, desenvolvimento estratégico, noções de empresa e gestão financeira.
A capacitação contará com 3 módulos, o primeiro sendo ao vivo e contendo: Aula inaugural, formas de comunicação + comunicação na era digital, produção de conteúdo + plataformas de trabalho, introdução ao conceito de design, precificação e marketing. O segundo módulo contém: O que são hard skills e soft skills, dicionário de social media, táticas de crescimento, comunidades, métricas e relatórios, como montar propostas comerciais, gestão de projetos e por último, o terceiro módulo conta com: A síndrome da impostora com Rafa Brites, como engajar nas redes sociais com Verônica Oliveira e a nova economia como oportunidade de desenvolvimento para negócios com Dani Junco.
Além destas, o programa contará com conteúdos voltados para planejamento reprodutivo pela Dra. Ana Teresa Derraik. Serão mais de 4 horas de conteúdo sobre sexualidade, relacionamento e autocuidado na adolescência. Levantamento recente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontou uma queda de 37,2% de casos de gravidez na adolescência no país entre 2000 e 2019. Mesmo assim, os casos ainda são mais frequentes entre adolescentes negras de 10 a 17 anos. Enquanto a queda foi de 10% entre meninas brancas, entre as negras a queda foi de apenas 3,5%.
“Nós, na Organon, somos movidos pelo bem-estar das mulheres nas mais diferentes etapas da sua vida. Queremos contribuir para que todas tenham um dia a dia melhor e mais saudável. Esse é um compromisso que a gente assumiu, visando fortalecer a autonomia feminina. Por isso, apoiar o Womby está inteiramente alinhado aos nossos objetivos”, disse Elissa Paiva, Gerente de Marketing para Contracepção da Organon.
O projeto acontece em um cenário em que, segundo relatório publicado pela Comissão de Educação e UNICEF, em 92 países , aproximadamente três quartos dos jovens entre 15 e 24 anos não possuem a educação adequada para adquirir as habilidades necessárias para o mercado de trabalho.
A iniciativa se originou do programa Womby, que capacita mulheres e mães em profissões digitais, e tem como objetivo ajudá-las a superar as dificuldades intensificadas pela pandemia. Em suas três edições anteriores, este programa já capacitou mais de 400 mulheres, possibilitando que cerca de 50% delas se recolocassem no mercado de trabalho ou começassem a empreender.
“Quando falamos sobre tornar mães e mulheres líderes e livres economicamente, é essencial olharmos para meninas também, para que essas próximas gerações possam estar mais fortalecidas na busca do que desejam pessoal e profissionalmente. E o impacto desse trabalho segue em busca da diminuição dos gaps de gênero e suas intersecções sociais, de raça e etnia”, diz Marina Franciulli, Head de Sustentabilidade Financeira e Projetos de Impacto da B2Mamy.
Na terça-feira (6), a Netflix divulgou o teaser oficial de sua nova animação step-motion Wendell & Wild, dirigida por Henry Selick, de Coraline e com roteiro do aclamado Jordan Peele.
A animação conta a história dos os irmãos demônios Wendell e Wild, que são invocados para a Terra dos Vivos por Kat Elliott, uma adolescente carregada de culpa, para os invocar no mundo dos vivos. Mas o que Kat pede em troca leva a uma aventura brilhantemente bizarra e cômica como nenhuma outra, uma fantasia animada que desafia as leis da vida e da morte, e contada pela arte manual do stop-motion.
Além de dividir o roteiro com Selick, Peele empresta a voz para o demônio Wild, enquanto o ator Michael-Keegan Key dubla Wendell. Já a adolescente Kat é dublada por Lyric Ross, a atriz interpretou Deja Pearson na série “This Is Us”.
A estreia do longa está programada para o dia 28 de outubro.
O ex-presidente norte-americano, Barack Obama e sua esposa, Michelle Obama, estiveram na Casa Branca, no dia 7 de setembro para a inauguração de seus retratos oficiais. A cerimônia costuma ser realizada durante o mandato do sucessor, coisa que não aconteceu no período em que o republicano Donald Trump presidiu os Estados Unidos.
O casal Obama foi recepcionado pelo atual presidente dos EUA, Joe Biden e sua esposa Jill Bilden, quase cinco anos depois de sua saída da Casa Branca.
Agora, os retratos oficiais do primeiro presidente negro dos Estados Unidos e de sua esposa estarão expostos nas paredes da Casa Branca ao lado de imagens de outros chefes de estado que já governaram o país e das antigas primeiras damas.
“Uma garota como eu não deveria estar lá em cima ao lado de Jacqueline Kennedy e Dolley Madison”, observou Michelle, fazendo referência às esposas de John F. Kennedy e James Madison. “Ela nunca deveria morar nessa casa e definitivamente não deveria ser primeira-dama. Mas o que estamos vendo hoje, um retrato de um filho de um casal birracial com um nome incomum e a filha de um operador de bomba d’água e uma dona de casa, é um lembrete de que há um lugar para todos nesse país”, declarou.
No domingo (3), Barack Obama ganhou um Emmy de melhor narrador pelo trabalho realizado na série de documentários da Netflix, intitulada Our Great National Parks, que apresenta parques nacionais no mundo inteiro.
Morreu nesta quarta-feira (7) o artista plástico Emanoel Araújo, aos 81 anos. Baiano, ele foi o primeiro curador do Museu Afro Brasil e um dos grandes nomes da arte afro-brasileira no mundo. A causa do falecimento ainda não foi divulgada.
Focado na reestruturação do universo da arte africana, o artista enfatizou ao longo de sua carreira, os relevos e esculturas através de formas geométricas aliadas a contrastes e cores fortes. Escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo, Emanoel Araújo também assumiu a direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Emanoel Araújo. Foto: Carlos Ebert.
Entre 1995 e 1996, foi membro convidado da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural. Com uma carreira reconhecida internacionalmente, em 1988, Emanoel foi convidado a lecionar artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o velório do artista acontecerá no pavilhão do Museu Afro Brasil, instituição que receberá o nome de Araújo, segundo informações anunciadas pelo secretário estadual de Cultura, Sérgio Sá Leitão.
Festival acontece nos dias 24 e 25 de setembro e propõe experiência única e potente para pessoas negras e LGBTQIA+ com ingressos a partir de R$25,00; Iza, Liniker, BK, Baco Exu do Blues, Tati Quebra Barraco, Flora Matos e Budah estão entre as atrações;
“O Bekoo das Pretas ficou tão grande que nem cabe mais no nome, então seja bem vindo ao BKDP FESTIVAL.” É assim que o Bekoo das Pretas anuncia a primeira edição do festival, que acontecerá nos dias 24 e 25 de setembro no Estádio Kleber Andrade em Cariacica, no Espírito Santo. Unindo os diversos gêneros da música preta periférica, a cantora Iza foi anunciada junto com Liniker, BK, Baco Exu do Blues, Tati Quebra Barraco, Flora Matos, Budah, Dudu MC e Afronta entre as atrações principais.
Com uma trajetória estabelecida desde 2016, a Bekoo das Pretas já é conhecida pelo público capixaba e da região pela estética e comportamento afrofuturista com protagonismo preto, periférico e de identidades femininas. A festa surgiu da busca por um lugar onde pessoas negras e LGBTQIA+ pudessem ser livres para existirem em toda sua plenitude. Muitas edições de sucesso depois, nasce o BKDP Festival para exaltar a cultura em uma experiência única, potente, diversa e inclusiva, construindo o futuro no presente.
“O BKDP é uma Bekoo das Pretas mais madura, como uma jovem se tornando uma mulher independente, sabe? O festival vem como um movimento de expansão e realização, não só por estar fora dos estados onde os grandes festivais acontecem, mas também por ser feito para que as pessoas possam olhar pro lado e se reconhecer umas nas outras. Queremos proporcionar uma experiência 360º em termos de diversão, música e liberdade para o público e estamos preparando grandes coisas!”, afirma Priscila Gama, idealizadora e CEO do Bekoo das Pretas.
Funk, rap, trap e pop compõem o line-up do festival com expectativa de receber 50 mil pessoas durante os dois dias de evento. Mais de 30 artistas irão passar pelo palco no estádio Kleber Andrade nesse grande encontro que movimenta e descentraliza a cena de festivais musicais que acontecem, geralmente, no eixo SP/RJ.
Movimento e renovação traduzem o BKDP através da figura da cobra coral, adotada como elemento simbólico do festival. O BKDP é um espaço para comemorar, se divertir, prosperar, e deixar a música percorrer o corpo e, por ser construído de forma coletiva, mantém alguns compromissos, como a lista trans-free para garantir a presença da população trans, uma vez que fazem parte do público prioritário do evento.
A pré-venda de ingressos já está aberta através do site (aqui). Atrações e demais informações serão anunciadas ao longo das próximas semanas nas redes sociais do Bekoo das Pretas (@bekoodaspretas).
SERVIÇO:
Evento: BKDP Festival
Dia: 24 e 25 de setembro
Horário: abertura dos portões às 14h
Local: Estádio Kleber Andrade – R. Adenis Paulo Filho – Rio Branco, Cariacica – ES, Brasil
Ingressos: a partir de R$25,00 meia entrada e R$50,00 inteira, por dia.
“Ilê Aiyê: Que Bloco é Esse?” está programado para 18 de setembro, às 19h, no Cine Joia
O Ilê Aiyê, bloco afro mais antigo do Brasil, desembarca em São Paulo para única apresentação comemorativa dos seus 47 anos de música e luta por igualdade racial no país. O show da Band’Aiyê está programado para o dia 18 de setembro, às 19h, no Cine Joia. O espetáculo faz parte da turnê “Ilê Aiyê: Que Bloco é Esse?”, que contemplou a circulação por seis cidades brasileiras. Os ingressos já estão disponíveis para venda, com preços populares de a partir de R$ 25, no site.
Quando a performance poderosa do Ilê Aiyê ganhar o palco do Cine Joia, o público vai poder conferir a força musical e a explosão estética de um bloco que revolucionou a luta antirracista na Bahia, no Brasil e no mundo. No ritmo de surdos e repiques, nos passos da dança afro e no figurino vibrante nas cores vermelho, amarelo e branco, um espetáculo rítmico-musical e visual acontece, mostrando toda a potência da cultura afro-brasileira.
Também conhecido como O Mais Belo dos Belos, o Ilê Aiyê tem na África a sua grande fonte de inspiração. O show é uma mistura de clássicos, a exemplo de “Pérola Negra”, “Negrume da Noite” e “O Mais Belo dos Belos”, além de canções mais recentes. “Será um show festivo que faz alusão ao trabalho de 47 anos do bloco, tempo em que o Ilê vem difundindo amplamente a sua mensagem de resistência e valorização da cultura negra por onde passa”, comenta o produtor artístico Sandro Teles.
“A expectativa é grande e das melhores para essa turnê. A pandemia deixou as pessoas com muita saudade de ver o Ilê Aiyê, e os músicos e cantores estão celebrando o fato de poder voltar a trabalhar e se apresentar. Está sendo importante mostrar mais uma vez ao Brasil a força da música afro baiana. A última vez que fizemos uma turnê pelo país foi em 2001, que também teve o apoio da Petrobras. Colocar o pé na estrada de novo nos traz grande alegria”, comenta o presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô.
Ilê Aiyê – Que Bloco é Esse?” é uma realização do Ilê Aiyê em parceria com a Caderno2 Produções e Multi Planejamento Cultural via Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, com patrocínio da Petrobras. O projeto foi selecionado pelo Petrobras Cultural através da chamada de música 2018. Durante a pandemia, o projeto promoveu Oficina de Percussão para Crianças e uma apresentação em Salvador, ambas transmitidas online, retomando no início deste ano as atividades presenciais.
Jornalista Monique dos Anjos, criadora da página Contos Erógenos, fala sobre a diversidade de seus contos e destaca a importância de colocar diferentes corpos e perspectivas no centro de suas histórias
O Dia do Sexo é uma data comercialmente criada por uma marca de preservativos, mas que com o passar tem ganhado novos significados e gerado reflexões importantes sobre a sexualidade. Escritora, jornalista, consultora de comunicação antirracista e mãe de três filhos, Monique dos Anjos resolveu colocar a mulher negra no centro de seus contos eróticos, criando narrativas que mostram o despertar para o prazer sexual a partir das palavras, do respeito aos limites do corpo e do autoconhecimento.
Criadora da página Contos Erógenos, ela nos contou que a ideia de criar uma página de contos voltadas para mulheres surgiu da paixão pela escrita e da experiência no jornalismo em escrever histórias do universo feminino. “Escrever sempre foi minha paixão. Além de ser algo que faço profissionalmente a escrita também é uma forma de terapia para mim, o jeito que eu encontro para colocar os pensamentos e, principalmente, sentimentos em ordem. Somado a isso tem o fato de eu trabalhar produzindo conteúdo sobre o universo feminino desde os tempos da universidade. Comecei como repórter de revistas femininas em 2005 e migrei para a internet em 2008 onde segui pesquisando questões de gênero. O que faltava para formar a base dos meus contos eróticos para mulheres era uma melhor compreensão das questões raciais. Tanto que ao decidir escrever esses textos não fui atrás de informações sobre sexualidade, mas sim de ancestralidade, sobre a vida da mulher negra e como ela é vista na sociedade”, conta.
“O ponto de virada, porém, foi um comentário racista e sexista que ouvi de um homem branco durante um curso que eu ministrava justamente sobre racismo. Ele falou sobre como podia elogiar mulheres perto da esposa contanto que essas mulheres fossem negras, foi algo difícil de digerir e só depois que eu tive um melhor entendimento do contexto é que me libertei do sentimento de constrangimento. Eu entendi que essa manifestação racista era algo bem comum na nossa sociedade que vê a mulher negra como propriedade. Estão sempre tentando ditar como devemos viver nossa sexualidade. Se por um lado somos tidas como hiperssexuais, num claro resquício dos tempos coloniais onde, não esqueçamos, éramos forçadas a satisfazer os colonizadores, por outro também vivemos a margem das relações afetivas. Tanto que somos o grupo que mais vive em celibato. Foi aí que veio a decisão: eu tenho o direito de viver e expressar minha sexualidade da forma que eu desejo, sem passar pelo julgamento ou determinação de outras pessoas e acredito que esse é um direito de todas nós”, continua a escritora.
Foto: arquivo pessoal
Para além da expressão da própria sexualidade, Monique revela que as histórias que escreve em seus contos também ilustram desejos conhecidos de outras pessoas: “Eu costumo falar que eu escrevo os contos de uma forma muito natural e espontânea. Me perguntam quanto tempo eu levo para produzir e é um processo rápido porque o simples fato de eu ver uma troca de olhares na rua, de eu entrar num lugar, em uma adega e uma pessoa se aproximar e já imagino ‘Nossa, dali sairia um roteiro inteiro’. Então tudo e muito me inspira, e ao mesmo tempo eu consigo escrever enquanto tem Galinha Pintadinha tocando ali ao fundo. Aí você pergunta quanto disso traz da minha própria sexualidade. Eu acho que não dá para a gente determinar onde começa a minha história, as minhas intenções e onde vai a história das personagens. Até porque eu devo ter quase 30 contos publicados com muitos detalhes, com situações que às vezes envolvem trio, às vezes são duplas, às vezes ele e ela, ela e ela, ela ele e ele, ela ela e ele. Ou seja, tem uma série de combinações que na verdade são resultados de muito do que eu conheço. De coisas que eu já li, de texto da Audre Lorde, de texto de outras mulheres brasileiras, inclusive, que estão produzindo conteúdo erótico, de filmes. Já assisti a um filme que me inspirou e falei ‘nossa, vou criar uma outra cena, uma outra situação com esses personagens’. Então, é aí que está a representação da minha sexualidade, porque tudo passa de certa forma por coisas que me interessam. Eu não escreveria nada que para mim soa violento ou que passaria dos limites do que eu considero saudável. Mas ao mesmo tempo eu já brinquei com meu marido de mandar para ele um texto, meu primeiro leitor, eu falo: ‘O que você achou?’ E digo: ‘Não se atreva a reproduzir nada disso, tá? Isso tá no conto’. Até porque eu acho que seria muito injusto eu usar como mecanismo de expressar o que eu tenho como desejo inconsciente, escrever, publicar e para quê então isso chegasse a de fato acontecer. Então não são desejos reprimidos, mas eu acho que é a ilustração de desejos conhecidos e que também passam pelas entrevistas todas que eu já fiz com muitas mulheres sobre sexo. Então eu tenho bastante repertório, bastante conteúdo, desde conversa de bar com amigas que, imagina, agora vão descobrir que elas também são temas desses contos, até coisas que eu fiz profissionalmente”.
Quando questionada sobre como diferenciar o papel da mulher negra que fala sobre sexualidade do lugar de subserviência que a sociedade costuma nos colocar, a escritora explica que a palavra-chave é protagonismo: “Eu vou citar dois nomes que são a Grada Kilomba e Audre Lorde. A Audre Lorde porque fala muito de erotização como forma de poder. E ela reivindica que o erótico seja dissociado do pornográfico, porque para ela erótica é uma força vital que por conta de uma sociedade que é patriarcal e que é conservadora acabou sendo associada com o que era a pornografia ou que era indevido, quando na verdade é uma força de energia produtiva, criativa, que todo mundo deveria estimular. Então eu vejo nesse ângulo e principalmente falando da Grada Kilomba, que é uma pesquisadora que fala sobre silenciamento da mulher negra e como o conhecimento da mulher negra é desacreditado. Então as pessoas não se interessam pelo que a mulher negra tá falando ou desqualificam. Então eu estou aqui para justamente falar que o ponto de vista da mulher negra precisa, pode e deve ser passado por uma mulher negra. Então a diferença está no protagonismo, está no fato de que eu sou sujeito e sou autora, determinando como é que isso vai ser dito, de que forma isso vai ser expressado. Então eu diria que a palavra chave é protagonismo e é o fato de isso vir de mim, uma mulher negra”.
Foto: arquivo pessoal
Mas afinal, mulheres negras querem falar sobre sexo?
“Mulheres negras não só querem falar sobre sexualidade, sobre bem-estar sexual, como elas precisam, elas merecem. Eu me peguei em algum momento da pandemia, porque foi no meio da pandemia ou logo antes que eu comecei a escrever os contos de fato e publicar, pensando ‘Poxa, será que eu não tô sendo leviana? As pessoas passando situação de extrema pobreza e insegurança alimentar e eu aqui falando sobre sexualidade, sobre sentir prazer’, mas aí eu pensei ‘agora até isso vai ser privado, vai ser tirado de nós o direito de sentir prazer?’ A gente já vive em um mundo que zela pela produtividade, pelo ganho, pela posse, pelo bem, pelo que você adquire, e com tantas limitações, aquilo que é inerente a nós, que é o sentir e sentir prazer vai ser cerceado? Não! Tem que ser explorado mesmo. Mulheres, especialmente as mulheres negras, precisam entrar em contato com a sexualidade porque é algo que é parte de nós e que ninguém mais vai fazer por nós. Parece meio óbvio, mas é porque na lista de afazeres que a gente tem, dupla jornada, trabalhos invisíveis e todos esses cargos que a mulher negra assume, pensar em prazer fica parecendo a última coisa que a gente quer colocar na lista. Mas a questão é isso, deveria ser uma prioridade, assim como é a manutenção da nossa saúde mental e a nossa saúde física, emocional, ou seja, cuidar da saúde sexual. Porque não deixa de ser uma forma de você se descobrir e de você se descolonizar, ou seja, de você olhar para o seu corpo, não da forma que te ensinaram, mas da forma como ele realmente é, da forma como você percebe”, acrescenta.
Monique dos Anjos defende a diversidade das mulheres em seus contos e sugere caminhos para que possamos buscar novas formas de erotismo, que fujam dos métodos heteronormativos e falocêntricos e que contribuam com uma vida sexual consciente: “Ainda que o streaming e ainda que a produção de audiovisual tenham aí suas pitadas novas de diversidade, a grande verdade é que a gente não se vê representado em contextos sexuais saudáveis. Isso vale tanto para a produção de contos eróticos quanto para a produção de filmes pornográficos, para histórias românticas. A gente não está. Então é óbvio que a gente não se imagina e não se coloca nessas situações. E é por isso que eu acho que mulheres precisam sim, não só falar sobre sexo, mas pesquisar, se informar e escrever. A gente vai levar anos para conseguir sobrepor a quantidade de produções que são racistas, heteronormativas, machistas, falocêntricas que a gente tem na internet hoje. Então, a gente precisa também fazer essas buscas quando a gente quer pensar em bem-estar sexual. Tem produções novas de mulheres. Escreve lá, ‘conto erótico para mulheres’, ‘escrito por mulheres’, ‘conto erótico feminista’, tem vários nomes, mas a única diferença entre tudo que já existe e o que a gente está fazendo hoje, o que eu estou fazendo hoje é colocar como centro da história, a perspectiva e o desejo de uma mulher, especialmente uma mulher negra. Os meus contos não falam só sobre mulheres negras, também tem mulheres que não são as novinhas, têm mulheres mães, têm mulheres mãe solo, mulheres casadas, gordas. Então é tudo de diversidade? Não, acho que é tudo que retrata o mundo. Tudo que eu vejo na sociedade e muito do que eu me identifico também”, finaliza.