A cantora Ludmilla participou, nesta quarta-feira (15) do programa Encontro, na TV Globo. Durante a participação ela falou sobre como era difícil viver em estado de alerta quando escondia o relacionamento com sua esposa, Brunna Gonçalves.
“Eu tinha um segredo que eu deixava guardado assim. Antes de me assumir era um segredo, né? E gente, era horrível, quando eu acordava todo dia, minha mãe vinha: ‘filha’, e eu [me assustava]”, contou a funkeira.
O estado de alerta era frequente também com colegas e pessoas que trabalham com ela, sempre sentindo que alguém poderia descobrir. Questionada por Fátima Bernardes se “sair do armário” foi um alívio, ela concordou. “Foi uma liberação”, disse Lud. Confira:
Na última terça-feira, Ludmilla chamou atenção dos fãs com um tweet enigmático sobre se arrepender de assinar um contrato. Na internet, se especulou que ela estivesse falando de seu contrato com a gravadora Warner.
“Se eu pudesse dar o papo pra Ludmilla de alguns anos atrás seria: não assina esse contrato!”, se queixou a cantora.
Se eu pudesse dar o papo pra Ludmilla de alguns anos atrás seria: não assina esse contrato!
Dona Silene, quituteira que participou do programa É de Casa, da TV Globo, no último sábado, se manifestou, na madrugada desta quarta-feira sobre o episódio de racismo que passou durante o programa. Para Dona Silene, “não houve intenção de reproduzir qualquer tipo de violência”. Em nota publicada nos stories do instagram, a doceira também disse que foi “muito bem recebida e acolhida por todos” no programa.
Confira a íntegra:
“Boa noite a todos! Passando aqui para um pequeno esclarecimento. Eu fui surpreendida por muita mensagens e apoios a qual não tinha entendi o porquê! Eu ainda estou meio perdida pois foi tudo muito novo pra mim. Eu escrevo não para diminuir ou banalizar as dores de ninguém pois sei que muitos se sentiram machucados com a cena, porém naquele momento eu não tive esse sentimento, ao contrário. Fui muito bem recebida e acolhida por todos. Para quem não sabe Thalita foi um instrumento para que eu pudesse ter a oportunidade de ser apresentada a vocês, e sou muito grata por isso e eu jamais poderia vir aqui incitar ódio a uma pessoa que na minha concepção não houve intenção de reproduzir qualquer tipo de violência. Então eu peço a todos que não a ataquem. A todos vocês que estão chegando agora vão me conhecer e saber que eu sou da paz, meu propósito não é guerra! Quero deixar também a minha gratidão e meu abraço para o Emanuel pela gentileza e todo cuidado que teve! Um beijo a todos sintam-se abraçados”.
Após a participação no programa e a visibilidade do caso de racismo, dona Silene conquistou vários seguidores, muitos chegados a partir de campanhas de influenciadores digitais que estimularam que em vez de dar visibilidade à apresentadora que cometeu racismo, se desse apoio à doceira.
RELEMBRE
Durante sua participação no programa, dona Silene apresentou as cocadas que produz. A apresentadora Talitha Morete, na ocasião, pegou as cocadas e pediu que dona Silene servisse a todos que estavam no sofá do programa. O apresentador Manoel Soares, percebendo a situação racista que se formava, interrompeu e pediu a dona Silene que o orientasse para que ele servisse os convidados.
“Vamos fazer o seguinte? Eu vou ser o seu garçom e você vai me orientar para quem vou servir, porque você não vai servir ninguém”, disse ele.
https://www.instagram.com/p/CewRh9JDZFy/
Após enorme repercussão nas redes sociais, Talitha Moretepublicou um pedido de desculpas.“Antes de vir aqui, a primeira coisa que fiz foi falar com a Dona Silene e pedir desculpas para ela. Também preciso me desculpar com todas as pessoas, como o meu público, pela minha fala. Errei e não há nada a ser dito para justificar ou minimizar esse erro, a não ser me desculpar”, disse.
A construção social, a maneira como interagimos e lidamos com outras pessoas na sociedade tem uma forte ligação com o tipo de conteúdo que consumimos. Quando falamos de jornalismo, estamos falando histórias e personagens que compõem a notícias que lemos, ouvimos e assistimos diariamente.
A representação dos negros na mídia foi um dos assuntos abordados durante a palestra. “Notícias sobre negros são sempre associadas à pobreza e violência. É dessa forma que somos representados pelos grandes veículos. Nossa imagem é sempre associada as histórias de crime. Hoje está mudando, mas ainda vemos muitas poucas notícias sobre o dia a dia dessas pessoas, como pessoas negras vivendo uma vida normal, se casando e coisas assim”, ilustrou Davidson, que acredita que o fato de pessoas brancas sempre nos verem nessa perspectiva pelo noticiário só reforça estereótipos e aumenta o racismo.
Como um dos fundadores da Associação Nacional de Jornalistas Negros, entidades com mais de 4 mil membros, ele percebe que a união de profissionais negros é fundamental em vários sentidos, incluindo a motivação emocional, o que faz com que a entidade além de discutir questões sobre os ofícios da profissão do ponto de vista racial, também promova a integração e interação entre seus membros. Os eventos da Associação incluem painéis de debate, jantares e até celebração gospel. “Se reunir com pessoas que se parecem com você, que vivem as mesmas coisas que você é um grande alívio”, comenta o jornalista que já foi colunista político da BET.
Joe é categórico ao afirmar que a presença de jornalistas negros na cobertura do assassinato de George Floyd, em Mineápolis, em 2020, fez uma grande diferença sobre a forma que as notícias chegavam a audiência. “O que aconteceu com George Floyd chocou a nação. O fato de termos registros feitos pelo celular ajudou muito a mostrar a nação como a violência policial é um problema endêmico e a presença de jornalistas negros para noticiar e comentar o que aconteceu fez a diferença. Não tínhamos isso antes”, conclui.
Na manhã do último sábado, o programa ”É de Casa”, recebeu Dona Silene (carioca conhecida pela Cocadas da Silene). Durante a exibição da atração matinal, a apresentadora Talitha Morete disse para a convidada ”fazer as honras da casa” e ”servir todo mundo”, com seus doces. Antes mesmo que fizesse o que lhe foi falado, Dona Silene foi interrompida por Manoel Soares, que pegou a bandeja de sua mão e disse que ela não iria servir ninguém.
O vídeo foi repercutido massivamente nas redes sociais, onde os usuários criticaram a atitude de Talitha e elogiaram a iniciativa de Manoel diante da situação constrangedora. Hoje, pela primeira vez, a apresentadora se pronunciou à respeito do caso, em um post no Instagram.
Confira:
Na publicação, Talitha recebeu comentários de alguns famosos incluindo o próprio Manoel Soares, que disse:
” Talita, acho que o mais importante é Dona Silene (@cocadasdasilene) estar bem diante de toda essa repercussão. Em segundo lugar você não só entender, mas internalizar a compressão do fato garantindo que isso não se repetirá, nem com você, nem perto de você. Inúmeras vezes você e as outras colegas de apresentação me ajudaram a mapear e reduzir meu machismo estrutural, sou grato por isso, assim como deve existir em você agora uma gratidão por essas pessoas que muitas vezes de forma ácida apontam o rumo certo de comportamento racial.
Sei que a internet é agressiva as vezes, já fui alvo, nessas críticas tem dores quem vão além de além de você e quem vem antes de você, meu desejo é que o resultado desse episódio seja pedagógico e construtivo não só para você, mas para o Brasil.
Você é minha amiga e vamos estar juntos nas telas da vida buscando sempre nossa evolução diária como pessoas e comunicadores.
Beijo no coração.”
O pronunciamento foi repercutido nos canais oficiais do programa e da emissora. Dona Silene ainda não comentou o ocorrido.
Para celebrar o aniversário de 80 anos de Gilberto Gil, o Google Arts & Culture, em parceria com o Instituto Gilberto Gil, lança O Ritmo de Gil, mostra digital que homenageia a vida e a obra do cantor, compositor e expoente de influentes movimentos culturais brasileiros do último século, entre eles a Tropicália.
Disponível em inglês, português e espanhol, essa é a primeira retrospectiva de um artista brasileiro vivo na plataforma global, e apresenta um acervo com mais de 41 mil imagens distribuídas em 140 seções, além de 900 vídeos e gravações históricas que foram cuidadosamente digitalizadas. Entre as preciosidades, está um álbum de 1982, gravado em Nova York, nunca lançado por Gil e acabou perdido em sua volta ao Brasil. Agora, sua história chega ao público pela primeira vez.
O material do “disco perdido” foi encontrado durante o processo de curadoria e digitalização dos materiais e revela gravações inéditas do artista, como a música “You Need Love”. Nesta seção da coleção, é possível ouvir todas as músicas do álbum inédito e conhecer o contexto de sua produção.
O álbum perdido de Nova York (Foto: Google Arts & Culture)
O acervo de “O Ritmo de Gil” contém ainda uma rica coleção de itens da trajetória do artista, e desbrava por meio de documentos, fotos e vídeos da carreira sua influência sobre a cultura brasileira e o cenário musical global.
Em parceria com o Instituto Gilberto Gil, os ricos trabalhos de pesquisa e documentação sobre o arquivo pessoal de Gil, contendo fotos, documentos, gravações de áudio e vídeos, começaram em 2018. “Fico muito feliz que, com essa coleção do Google Arts & Culture, pessoas do mundo todo, especialmente os mais jovens, podem ter acesso universal a um conteúdo tão vasto sobre toda minha trajetória”, afirma Gilberto Gil.
Outro destaque da mostra é “Todos a bordo: a viagem cultural de Gilberto Gil”, que reúne, em oito momentos, os lugares para onde Gilberto Gil levou a sua arte. Ao som de “Expresso 2222”, será possível embarcar em um passeio ilustrado pelo mundo do artista e descobrir sua vida e legado por meio das ilustrações da artista plástica baiana Raiana Britto, criadas especialmente para essa retrospectiva.
Ilustração: Raiana Britto
Desde sua infância até a sua posse como imortal pela Academia Brasileira de Letras em 2022, passando pelos encontros e influências internacionais, é possível explorar a coleção a partir de 3 partes: a música, o homem e a influência internacional. Veja alguns destaques da retrospectiva abaixo:
A música: um legado imortal A coleção traz seções dedicadas à música de Gilberto Gil, que reúnem a sua discografia e oferecem um passeio pela sua trajetória artística. As seções “Discobiografia Gilbertiana: ‘Todos os discos têm biografia’ – Parte 1″, Um dos doces bárbaros”, “Um Banda Um: Gilberto Gil e a Umbanda”, “A história de Gilberto Gil com o violão”, “A história de Gilberto Gil com a sanfona” e Gilberto Gil e o rock, fazem um rico apanhado dos álbuns do artista. Nelas, também será possível reviver a história do baiano com suas composições e sua íntima relação com o violão e a sanfona, seus instrumentos favoritos.
O homem: momentos que fizeram Gil A coleção terá seções dedicadas à biografia do artista, desde sua infância até “A festa da posse na Academia Brasileira de Letras”, quando tomou posse como imortal da ABL por sua contribuição para a literatura brasileira. Em “A infância e a adolescência de Gilberto Gil”, é possível conhecer detalhes da como os pais de Gil foram importantes para sua carreira — desde o interesse de seu pai pela política até a presença inspiradora de sua mãe. Com fotos e retratos íntimos de família, essa é uma janela para o início da vida de um dos músicos mais influentes do mundo.
Gil: o artista global Gil passeou por diversos gêneros e foi para onde as novas oportunidades de criação abriram caminhos, transformando-se em diversos “Gilbertos Gis”. A construção dessas multifacetas, suas influências por meio de amigos artistas e as grandes personalidades que passaram pela sua trajetória, podem ser vistas em “Gilberto Gil: um projeto de vida”, “Caetano Veloso: ‘O Tropicalismo se deve, em primeiro lugar, a Gil'”, “Gilberto Gil e Stevie Wonder” e “Gilberto Gil e os Marleys”. Em registros raros, as seções mostram como Gil é um artista completo e global, como seu talento impactou a cultura brasileira e como isso o aproximou de outros grandes artistas nacionais e internacionais.
Tyler Perry e Will Smith. Foto: Getty Images / Slaven Vlasic / Reprodução / ABC.
O ator, produtor e diretor Tyler Perry falou pela primeira vez sobre o incidente envolvendo Will Smith no Oscar 2022. De acordo com o artista, em recente entrevista para o Festival Tribeca de Cinema, ele viu Smith ‘devastado’ logo após o tapa em Chris Rock. “Há uma diferença entre confortar e reduzir a intensidade de um conflito. Esse é o primeiro passo. Também saí cedo [da premiação] para me assegurar que Chris estava bem. Ser amigo dos dois foi muito difícil” afirmou Perry. “Quando fomos até Will, ele estava devastado, não conseguia acreditar no que havia feito”.
Perry contou que naquele momento, durante o intervalo do Oscar 2022, conversou diretamente com Will e tentou confortar o astro, destacando a vitória de ‘Melhor Ator’ por King Richard. “Olhei nos olhos dele e disse: ‘O que você está fazendo? Esta é a sua noite’ E chegar até este momento, ganhar um Oscar, foi um dos momentos de coroação de sua carreira. Ele queria tão desesperadamente que algo assim acontecesse“.
Will Smith durante seu discurso ao aceitar o Oscar de ‘Melhor Ator’ por ‘King Richard’, em 2022. Foto: Reprodução / ABC.
Sobre o atual momento de Smith, Perry destacou a luta do ator em buscar o equilíbrio e o auto cuidado. “Acho que ele está passando por muitas reflexões para tentar entender o que aconteceu“, disse o bilionário, que também citou a postura de Chris Rock durante o ocorrido, classificando o humorista como um ‘campeão puro’, pela maneira como lidou com a situação. “Quero que você entenda que o que aconteceu foi extremamente doloroso para [Smith] também. Isso não é desculpa. Ele estava completamente errado pelo que fez. Mas algo o desencadeou – isso está tão fora de tudo que ele é.”
Após a agressão no palco do Oscar 2022, Smith pediu desculpas pelo incidente e acabou sendo banido da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood por 10 anos. “Hoje, o Conselho de Governadores concordou com uma reunião para discutir a melhor forma de responder às ações de Will Smith no Oscar, além de aceitar sua renúncia”, declarou a Academia em comunicado. “O Conselho decidiu, por um período de 10 anos a partir de 8 de abril de 2022, que o Sr. Smith não poderá participar de nenhum evento ou programa da Academia, pessoalmente ou virtualmente, incluindo, entre outros, o Oscar“.
Media Provisória. Foto: Mariana Vianna / Divulgação.
O filme “Medida Provisória”, primeiro longa de ficção dirigido por Lázaro Ramos, já está disponível para aluguel nas plataformas e operadoras Claro, Sky, Oi, Vivo, Google e Itunes. Sucesso de bilheteria pelo país, a obra se passa num futuro distópico em que o governo brasileiro decreta uma medida que obriga os cidadãos negros a voltarem à África como forma de reparar os tempos de escravidão. A partir desse conflito e da história de amor vivida por Capitu (Taís Araújo) e Antonio (Alfred Enoch), o longa passa a debater questões sociais numa mistura drama e thriller.
Cena do filme ‘Medida Provisória’ (2022). Foto: Divulgação / Mariana Vianna.
“Uma das principais ideias que ‘Medida Provisória’ busca levar para o público é a de coletividade, o que fortalece ideias e torna nossa vivência mais potente”, disse Lázaro sobre o filme. “E eu fiquei feliz demais em ver que o público percebeu isso e se sentiu a vontade para contribuir, através da sua arte, textos, das fotos e todo o material que venho recebendo desde antes do Medida estrear“.
O roteiro é baseado no sucesso teatral brasileiro “Namíbia, Não!”, de Aldri Anunciação – que também integra o elenco como ator. Escrito originalmente em 2011, Lázaro se apaixonou pelo texto e o adaptou para o cinema em 2015, sendo ele filmado em 2019 em diversas locações na cidade do Rio de Janeiro. Para além do elenco estelar, vale destacar a trilha sonora com direção musical assinada por Plínio Profeta, Rincon Sapiência e Kiko de Souza, que pinça para o espectador canções nas vozes de nomes como Elza Soares, Xênia França e Liniker – coube a Plínio trazer a carga cinematográfica necessária e a dupla Rincon e Kiko a busca por sonoridades do hip hop paulista contemporâneo.
O Estado do Rio de Janeiro foi condenado a pagar uma pensão mensal de indenização à família do João Pedro Matos Pinto, adolescente de 14 anos que morreu com um tiro de fuzil durante uma operação conjunta das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, no dia 18 de maio de 2020.
A Justiça determinou que o Estado deverá incluir ‘imediatamente’ os pais do jovem na folha de pagamento mensal, para receberem 2/3 do salário mínimo, ou seja, R$808, dividido igualmente entre a mãe e o pai, até a data que João completaria 25 anos.
Posteriormente, o Estado deverá pagar R$404, sendo 1/3 do salário mínimo, até a data que o adolescente completaria 65 anos.
A família do jovem é assistida pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que tem acompanhado o caso e cobrado explicações sobre as investigações.
“A minha família ainda não teve a resposta que a gente esperava. Nós sabemos que nenhum valor é suficiente para reparar a dor que nós sentimos todos os dias, mas já é alguma coisa (…) Mesmo com toda a tristeza, estamos felizes pelo Estado ter reconhecido a responsabilidade pela morte do João, isso é muito importante para nós”, disse Neilton Pinto, pai de João Pedro, segundo a DPRJ.
Para o defensor público do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da DPRJ, Daniel Lozoya: “A concessão liminar de pensão aos pais do João Pedro, através de tutela de evidência, ameniza os efeitos deletérios do tempo na reparação devida pelo Estado. É uma medida inovadora do Código de Processo Civil de 2015 que beneficia quem tem um direito evidente em razão do alongado tempo que processo de reparação em face do Estado leva até sua conclusão”.
No dia 24 de maio deste ano, uma decisão judicial permetiu que os policiais civis envolvidos na morte do menino fossem reintegrados a corporação em função administrativa, mas seguem como reús por homicídio duplamente qualificado e fraude processual.
Foto: Documentário Prêmio Sim à Igualdade Racial 2022
O ID_BR (Instituto Identidades do Brasil) e a Cultne.TV, lançam o documentário do “Prêmio Sim à Igualdade Racial”. O filme, lançado no dia 10 de junho, conta com os bastidores da quinta edição da premiação e entrevistas com personalidades como Preta Gil, Xamã, Jorge Aragão, Ícaro, entre outros grandes nomes do cenário artístico e cultural negro e indígena.
A ideia nasceu em celebração aos cinco anos do prêmio, que começou em 2018, como uma cerimônia no Copacabana Palace e hoje é o maior evento do Brasil, que mapeia, reconhece e premia pessoas e entidades em prol da igualdade racial. Nos últimos quatro anos, o evento contou com mais de 40 mil indicações e 190 finalistas.
O documentário, com direção geral de Filó Filho, está disponível no canal do Youtube da Cultne, responsável pela captação das entrevistas e cenas nos bastidores da premiação. Criada em 2009, a Cultne.TV é o maior acervo digital da cultura negra na América Latina.
O podcast Mano a Mano apresentado pelo rapper Mano Brown e o diretor Jeferson De foram um dos vencedores desta edição no Pilar Cultura.
Em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma mãe está sendo impedida, desde o último dia 20 de maio, de conviver com sua filha de 14 anos, após ter levado a adolescente para participar de um ritual umbandista. A pedido do Ministério Público, o Juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude de Ribeirão das Neves decretou o recolhimento da adolescente em um abrigo municipal, sob o argumento de que a mãe, Liliane Pinheiro dos Santos, violou o direito da filha à liberdade religiosa.
O caso, que está sendo apontado como intolerância religiosa, começou após a adolescente sofrer um desmaio dentro da escola onde estuda. A partir disso, os representantes da instituição de ensino acionaram o Conselho Tutelar, este, que por sua vez, denunciou o caso ao Ministério Público de Minhas Gerais.
De acordo com os advogados que cuidam do processo, o Juiz se baseia num estudo que possui citações referentes ao desejo da adolescente de 14 anos em voltar a frequentar a igreja evangélica. Além disso, um boletim de ocorrência registrado por conselheiras tutelares, menciona cicatrizes na jovem. No mesmo BO, Liliane é acusada de sequestro e cárcere privado de sua própria filha.
O advogado Hédio Silva Jr., que acompanha o caso, aponta sérias inconsistências na decisão. “Não há laudo pericial de lesão corporal, apenas uma cicatriz. A mãe não foi ouvida, a menina não foi ouvida, as decisões todas foram tomadas com base em uma interpretação de uma conselheira tutelar”, declarou Hédio, em conversa com o jornalista Arthur Anthunes, para o MUNDO NEGRO. “Não tenho dúvida nenhuma de que nenhum muçulmano ou nenhum judeu perdeu a guarda [de seu filho] por conta da circuncisão e nenhum pai católico perdeu a guarda porque levou o filho à missa e viram o padre utilizando bebida alcoólica. Então, essa clivagem é uma clivagem direcionada às religiões afro-brasileiras”.
Foto: Amanda Oliveira / GOVBA.
Segundo os defensores de Liliane, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Código Civil e a Constituição Federal asseguram aos pais o direito de definir a educação religiosa dos filhos menores. “Você repare que a mãe, de vítima, por conta de arbitrariedades do Conselho Tutelar e do Ministério Público, ela passa a ser algoz. E daí que o boletim de ocorrência vai acusar a mãe de sequestro e cárcere privado, quando, na verdade, mãe e filha estavam sendo vítimas de arbitrariedades de abuso de poder, especialmente por parte do Ministério Público”, enfatiza Hédio, que também é coordenador-executivo do Instituto de defesa dos direitos das religiões afro-brasileiras (IDAFRO).
Em nota, o IDAFRO declara que repudia toda inconsistência jurídica e racismo religioso do Conselho Tutelar e do Ministério Público ao concluírem que seria do interesse maior e mais saudável para a adolescente o confinamento em abrigo do que a convivência no seio familiar no qual convive há 14 anos. O caso segue em andamento dentro da Justiça.
“O IDAFRO existe há 5 anos mas na verdade há 30 anos nós fazemos um trabalho de advocacia pro bono em defesa das nossas religiões, atuamos em casos emblemáticos no país. O IDAFRO sobrevive de da contribuição de associados e de apoio de alguns poucos colabores”, diz Hélio. “Casos como esse lamentavelmente tendem a aumentar independentemente independentemente do resultado das próximas eleições. A gente precisa ter uma estrutura jurídica que tenha um mínimo de resposta a esse tipo de abuso, de totalitarismo, de arbitrariedade, de truculência e de atrocidade, que cada dia mais são praticadas contra as religiões afro-brasileiras”.