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Filósofa Sueli Carneiro recebe título de doutora honoris causa na UnB

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Foto: Zé Carlos Barretta/Folhapress

Aos 72 anos, filósofa e ativista será homenageada pela trajetória na luta em favor dos direitos das mulheres negras

A escritora, filósofa e ativista Sueli Carneiro receberá na próxima quarta-feira, 21, o título de Doutora Honoris Causa concedido pela Universidade de Brasília. A homenagem, proposta pelo programa de Direitos Humanos da UnB, reconhece a trajetória da fundadora do Geledés, em 1988, primeira organização negra e feminista independente de São Paulo.

Uma das maiores expoentes do pensamento negro brasileiro, Carneiro é autora de oito livros e vários artigos sobre o racismo no país. A filósofa defendeu, em 2005, a tese A fundação do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser, no curso de Filosofia da Universidade de São Paulo, em que utiliza os conceitos de Dispositivo e Biopoder, de Michel Foucault, para analisar as relações raciais no Brasil. Em sua vasta publicação, defende a necessidade de enegrecer o feminismo e denuncia o apagamento ou epistemicídio (conceito do filósofo português Boaventura de Sousa Santos) de mulheres negras que chegam ao poder. 

Por sua obra e militância, a filósofa paulista recebeu vários prêmios, dentre eles: Prêmio Kalman Silvert (2021), Prêmio Especial Vladimir Herzog (2020), Prêmio Itaú Cultural 30 Anos (2017), Prêmio Benedito Galvão (2014) e Prêmio Direitos Humanos da República Francesa. Foi integrante do Conselho Nacional da Condição Feminina, onde criou o único programa brasileiro de orientação na área de saúde voltado para mulheres negras.

Fundadora do ID_BR, Luana Génot vence o Prêmio Empreendedor Social 2022

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Foto: Pablo Bispo / Divulgação.

A empresária Luana Génot foi a vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2022 dentro da categoria Direitos Humanos. O trabalho da executiva, à frente do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), foi reconhecido por promover igualdade racial por meio da empregabilidade e educação. “Mais do que dizer não ao racismo, dizemos sim à igualdade racial e fico emocionada ao ver o trabalho que temos desenvolvido ao longo dos últimos seis anos sendo reconhecido ao lado de outras iniciativas tão importantes”, comemorou Génot nas redes sociais.

“Dizer sim para a igualdade racial não é só para os negros, indígenas e não brancos, mas de todos. Quando todo mundo diz sim, a raça não será mais impeditivo para ninguém”, disse Génot ao receber o troféu nesta última segunda-feira (19). “Espero que em 50 anos tenhamos algo próximo de 50% de representação negra, hoje temos menos de 5%”, destacou a empresária.

Génot é descrita como uma das gestoras mais importantes da atualidade na comunidade negra. Com o ID_BR, ela tem o desafio de dar continuidade ao trabalho de colocar mais pessoas negras e indígenas em cargos de liderança. “Temos trabalhado convencendo tomadores de de decisões a serem intencionais no direcionamento de oportunidades para pessoas negras e indígenas e esse prêmio nos dá ainda mais disposição para continuamos lutando para que a cada dia mais pessoas negras e indígenas tenham o poder da caneta”, disse a empresária.

A escolha do Prêmio Empreendedor Social 2022, organizado pela Folha de São Paulo, foi feita por um júri composto de personalidades e especialistas, que contou, entre outros, com empreendedores sociais, personalidades e atores do ecossistema de impacto social.

Show de Lil Nas X é alvo de protestos homofóbicos e rapper ironiza: “Eles fazem uma ótima divulgação”

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Foto: Rich Fury / Getty.

Em turnê nos Estados Unidos, Lil Nas X continua recebendo ataques de grupos conservadores. Durante o o último show da ‘Montero Tour’, na cidade de Atlanta, um grupo de manifestantes homofóbicos se reuniram no local do evento para atacar e questionar a sexualidade do rapper. Utilizando trechos da bíblia, os manifestantes proferiram frases como ‘arrependam-se e creiam no evangelho’, referindo-se ao público LGBTQIA+.

Apesar da ação, Lil Nas X teve uma reação curiosa. Ele mandou pizza para os manifestantes e, com ironia, agradeceu ao grupo pela ‘divulgação’ do show. “Acabei de enviar pizza para o grupo, eles fazem uma divulgação muito boa”, publicou o rapper no Twitter. Em seguida, compartilhando um vídeo, o intérprete de ‘Montero’ brincou: “Atualização, eles não aceitaram as pizzas, mas eu acidentalmente me apaixonei por um dos manifestantes homofóbicos”.

Depois, em outra postagem, Nas X continuou ironizando os manifestantes. “Não consigo parar de pensar no cara homofóbico fofo que estava protestando contra meu show ontem à noite”, escreveu o astro. “Só sei que tínhamos uma conexão. Eu sinto tanto a falta dele. Eu não sou nada sem ele”.

Lil Nas X vem recebendo sucessivos ataques de algumas comunidades conservadoras e cristãs nos Estados Unidos, há um bom tempo. O artista entrou em conflito com esses grupos após lançar a música ‘Montero (Call Me By Your Name)’, em 2021, em conjunto com uma linha de tênis chamada ‘tênis satânicos’.

Conheça a Preta Pretinha, marca que fez a boneca da Viola Davis

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Foto: Reprodução/TV Globo

Ao final da entrevista com a atriz americana Viola Davis, transmitida pela TV Globo no “Fantástico” desse último domingo (18), a jornalista Maju Coutinho presenteou a artista com uma boneca de pano que se parecia com a protagonista de “A Mulher Rei”, filme que Davis veio divulgar no Brasil.

O gesto impressionou, assim como a boneca, que tinha as roupas e cabelos semelhantes aos que Viola usava durante um evento. Para quem estava curioso, descobrimos que o presente foi confeccionado pela marca paulistana Preta Pretinha, fundada por Joyce Venancio e que tem como sócias Lucia Venancio e Maria Cristina Venancio, designer da marca.

Foto: Instagram/Preta Pretinha

Para o Mundo Negro, Lucia Venancio falou sobre como surgiu o convite para fazer a boneca. “Surgiu através da jornalista Maju Coutinho, que é cliente assídua da Preta Pretinha e gosta muito da qualidade dos nossos bonecos. Então, quando ela tem eventos, e ela é uma pessoa que adora presentear, ela sempre nos procura. Já fizemos bonecos dos filhos da Sadi [jornalista], que as crianças curtiram muito, inclusive o marido da Andréia Sadi gostou muito e foi presente da Maju para os gêmeos. Assim como outros bonecos também, da vice-presidente da Colômbia, a Francia Márquez, também fizemos a boneca personalizada. E agora, por último, em se tratando de celebridade, fizemos a Viola Davis. E por ela [Maju Coutinho] gostar da nossa confecção, porque a gente trata com muito carinho todos os detalhes, a designer sempre pesquisa de que forma tem que fazer o boneco para deixar bem próximo, por esse motivo ela sempre nos procura. Fizemos outros bonecos também, o Lázaro Ramos já nos procurou. E é pela qualidade, pela perfeição que fica bem próximo”, explica.

A Preta Pretinha é conhecida pelo trabalho que realiza há mais de 20 anos na busca pela diversidade entre as bonecas, criando, além de bonecas negras, peças que representam outras etnias. “Criamos a linha diversidade e inclusão para contribuir com a educação, para lançar essa ferramenta para educadores que tratam da questão antirracista que é bem importante, através do lúdico, deixar uma mensagem das não diferenças”, detalhou. “Dentro dessa linha chamada diversidade, temos a linha étnica e temos também a linha inclusiva, tem desde moletante, cadeirante, Síndrome de Down, vitiligo, qualquer deficiência e ainda, na construção desses bonecos, sempre pedimos a orientação de um profissional para que informe todos os detalhes que tem que ter pra gente fazer certinho e a gente percebe que isso faz muito bem porque a linha inclusiva é fundamental nos dias de hoje e principalmente para as crianças que tem algum tipo de deficiência, porque se encontram na referência do boneco bonito e eles não são coitados porque fazem parte desse universo. E através do lúdico é bem melhor e bem mais fácil explicar que não pode haver preconceito”.

Sobre a importância de saber que Viola Davis recebeu uma boneca confeccionada pela Preta Pretinha, Venancio enfatiza: “A importância é mundo, né, é mundo. Porque as nossas bonecas atravessam fronteiras e o fato de atravessar fronteiras é que leva sempre essa mensagem de referência, do feito à mão, da arte, e quando atinge o nosso público preto é interessante porque é a referência que tanto se busca e a referência da boneca negra é fundamental. Agora temos também, com esse filme da princesa que é a sereia [A Pequena Sereia], fizemos também, aproveitamos esse momento porque vai ser lançado o filme. A gente procura trabalhar esses temas sempre puxando para o lado negro, porque é fundamental uma criança negra poder se enxergar no brinquedo que acaba contribuindo para o cognitivo, acaba contribuindo para autoestima e tudo isso faz parte do nosso propósito”, conta.

“Estamos nesse segmento há bastante tempo, 22 anos. A gente trabalha com muito afinco. E essa situação do Black Money que tem acontecido é extremamente importante. Assim como a Maju escolhe a Preta Pretinha, a gente também escolhe nossos fornecedores, preferência sempre por fornecedores negros. A gente procura vestir as bonecas negras na estampa afro, comprando de fornecedores negros e tudo isso vem contribuindo para a gente formar uma rede sustentável”, finaliza Lucia Venancio, comentando sobre a importância de comprar e compartilhar negócios de pessoas pretas.

 

MPF processa ‘antropólogo dos ruralistas’ e pede R$ 100 mil por racismo contra o cacique Raoni

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Fotos: Reprodução/Twitter e Laycer Tomaz/Agência Brasil

O Ministério Público Federal do Pará abriu uma ação civil pública contra o Edward Luz, conhecido como o ‘antropólogo dos ruralistas‘, nesta segunda-feira (19), por ofensas racistas contra o cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó, de 92 anos, em 2020. O órgão pede uma indenização de R$ 100 mil por danos morais. O valor será revertido a para comunidade.

A ação foi assinada por 23 procuradores da República. Além da indenização, o MPF também pede que Edward seja obrigado a retirar todas as publicações falsas e ofensivas sobre o cacique nos perfis das redes sociais e no blog em 48 horas. Além disso, o documento também pede que ele utilize as redes sociais para pedir desculpas a Raoni.

Para os procuradores, o pedido de desculpas e a indenização são necessários “no atual contexto brasileiro, em que se constata um significativo aumento da violência contra os povos indígenas e de violações dos seus direitos individuais e coletivos”.

O antropólogo já foi preso três vezes por invasão a terra indígena e por tentar impedir o trabalho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA).

Entenda o caso

O antropólogo liderou um grupo de 15 pessoas e causou tumulto durante o evento Amazônia Centro do Mundo, realizado por movimentos sociais e lideranças indígenas, em Altamira, na Universidade Federal do Pará, em 2020.

Edward assediou e divulgou informações falsas sobre o cacique, gritou para que tocasse o hino nacional e empurrou as pessoas que protestavam contra a presença de fazendeiros envolvidos em conflitos de terra e um professor da IFPA foi agredido por um grupo de fazendeiros. A Polícia Federal precisou intervir.

Depois do evento, Edward passou a perseguir Raoni e outras lideranças que estavam no evento, com diversas postagens ofensivas e falsas.

Ludmilla e Baco Exu do Blues são indicados ao Grammy Latino 2022

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Fotos: Divulgação/Capas de CD

A Academia Latina da Gravação anunciou os indicados para Grammy Latino 2022, nesta manhã (20) e alguns brasileiros entraram em destaque na lista, entre eles, Ludmilla, Baco Exu do Blues, Gilsons, Péricles e Liniker. São 53 categorias com referências de grandes artistas da música latina.

A cerimônia para anunciar os vencedores será realizada no dia 17 de novembro, na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, com artistas convidados.

Ludmilla foi indicada na categoria “Melhor álbum de samba/pagode“. Ela concorre ao prêmio com o Martinho da Vila, Péricles, Nego Alvaro e Alfredo Del-Penho, João Cavalcanti.

“Um projeto que saiu da minha cabeça, que quase ninguém colocou fé mas que eu acreditei e fui até o fim pra entregar pra vocês. É o Numanice #2 na maior premiação de música do mundo. Obrigada meu Deus!”, comemorou a cantora no Twitter.

Já o rapper Baco, foi indicado na categoria “Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa” pelo álbum QVVJFA?, em disputa com o rapper Criolo, Juçara Marçal, Lagum e Erasmo Carlos. Para comemorar, Baco twittou “Grammy, vem pro papai”.

https://twitter.com/exudoblues/status/1572227067709886464

Veja a lista com os indicados brasileiros abaixo:

  • Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa

1. “SIM SIM SIM” – Bala Desejo [Coala Records]

2. “PRA GENTE ACORDAR” – Gilsons [Xirê Produções e Eventos Ltda.]

3. “PIRATA” – Jão [Universal Music],

4. “DE PRIMEIRA” – Marina Sena [Marina Sena]

5. “DOCE 22” – Luísa Sonza [Universal Music] 

  • Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa

1. QVVJFA? Baco Exu Do Blues [999]

2. O FUTURO PERTENCE À … JOVEM GUARDA Erasmo Carlos [Som Livre]

3. SOBRE VIVER Criolo [Oloko Records / Altafonte]

4. MEMÓRIAS (DE ONDE EU NUNCA FUI) Lagum [Sony Music]

5. DELTA ESTÁCIO BLUES Juçara Marçal [QTV] 

  • Melhor Álbum de Samba/Pagode

1. BONS VENTOS Nego Alvaro [Sony Music Brasil]

2. MISTURA HOMOGÊNEA Martinho Da Vila [Sony Music Brasil]

3. DESENGAIOLA Alfredo Del-Penho, João Cavalcanti, Moyseis Marques e Pedro Miranda [Som Livre/MPB]

4. NUMANICE #2 LUDMILLA [Warner Music Brasil Ltda.]

5. CÉU LILÁS Péricles [ONErpm] 

  • Melhor Álbum de Música Popular Brasileira

1. POMARES Chico Chico [Selim De Música]

2. SÍNTESE DO LANCE João Donato e Jards Macalé [Rocinante]

3. INDIGO BORBOLETA ANIL Liniker [Altafonte]

4. NU COM A MINHA MÚSICA Ney Matogrosso [Sony Music Entertainment Brasil Ltda.]

5. PORTAS Marisa Monte [Sony Music Brasil]

6. MEU COCO Caetano Veloso [Sony Music Brasil] 

  • Melhor Álbum de Música Sertaneja

1. CHITÃOZINHO & XORORÓ LEGADO Chitãozinho & Xororó [Onerpm]

2. AGROPOC Gabeu [Independente]

3. EXPECTATIVA X REALIDADE Matheus & Kauan [Universal Music]

4. PATROAS 35% Marília Mendonça, Maiara & Maraísa [Som Livre]

5. NATURAL Lauana Prado [Universal Music] 

  • Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa

1. AFROCANTO DAS NAÇÕES Mateus Aleluia [Sanzala Cultural / Altafonte]

2. NA ESTRADA – AO VIVO Banda Pau E Corda Featuring Quinteto Violado [Biscoito Fino]

3. REMELEXO BOM Luiz Caldas [ONErpm]

4. BELO CHICO Targino Gondim, Nilton Freittas, Roberto Malvezzi [ONErpm]

5. SENHORA DAS FOLHAS Áurea Martins [Sarapuí Produções]

6. ORÍKI Iara Rennó [Dobra Discos / Altafonte]

7. SENHORA ESTRADA Alceu Valença [Deck] 

  • Melhor Canção em Língua Portuguesa

1. BABY 95 Liniker, Mahmundi, Tássia Reis & Tulipa Ruiz, songwriters (Liniker) [Altafonte]

2. IDIOTA Jão, Pedro Tófani & Zebu, songwriters (Jão) Track from: Pirata [Universal Music]

3. ME CORTE NA BOCA DO CÉU A MORTE NÃO PEDE PERDÃO Criolo & Tropkillaz, songwriters (Criolo Featuring Milton Nascimento) Track from: Sobre Viver [Oloko Records/Altafonte]

4. MEU COCO Caetano Veloso, songwriter (Caetano Veloso) Track from: Meu Coco [Sony Music Brasil]

5. POR SUPUESTO Iuri Rio Branco & Marina Sena, songwriters (Marina Sena) [Marina Sena]

6. VENTO SARDO Jorge Drexler & Marisa Monte, songwriters (Marisa Monte Featuring Jorge Drexler) Track from: Portas [Sony Music Brasil]

Empresa dispensa palestra de antropóloga negra e justifica: “público alvo são pessoas brancas”

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Foto: Reprodução.

A antropóloga Izabel Accioly publicou em suas redes sociais, na manhã desta terça-feira (20), que foi sondada por uma empresa para ministrar uma palestra sobre branquitude, tema de sua atual pesquisa. Seu e-mail de orçamento foi respondido com uma negativa. O que chocou a pesquisadora, no entanto, foi a justificativa dada para não a contratarem: a cor de sua pele.

“Foi uma decisão bem difícil porém por se tratar de uma palestra em que o público alvo são pessoas brancas para a gente faz sentido que o/a palestrante também seja considerando que alguns estudos já trazem essa afirmação que costumamos ouvir com maior atenção o nosso semelhante”, diz o e-mail da empresa, que a antropóloga não nomeou.

“No momento em que li essa devolutiva fiquei em choque. Se os colaboradores da empresa são brancos eles precisam ter contato com um ponto de vista diferente do que eles já conhecem e não a perspectiva de mais uma pessoa branca”, disse Izabel.

A situação deixou a antropóloga emocionalmente abalada. “Pessoalmente, fiquei muito triste com o acontecido. Não foi a primeira vez que deixei de ser contratada por conta da minha raça, mas admito que dessa vez me senti especialmente ofendida pela falta de vergonha em assumir o racismo escancaradamente”, finalizou.

Em nota, Luísa Sonza não se desculpa e nem reconhece racismo: “Até pessoas como eu precisam estudar mais”

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Foto: Reprodução.

A cantora Luísa Sonza, acusada de racismo após “confundir” uma hóspede negra de uma pousada em Fernando de Noronha com uma servidora do local, publicou um comunicado, nesta segunda-feira (19), em que diz que vai acatar o valor pedido pela autora do processo, iniciado em 2020.

O comunicado de Luísa, no entanto, não apresenta um pedido de desculpas à vítima e nem cita a palavra “racismo”, que aparece camuflada como “questões sociais”, no texto divulgado no Twitter da cantora. “Me dei conta de que todos, até pessoas como eu, que se reconhecem como aliadas às questões sociais, precisam sempre estudar mais e buscar por mais conhecimento e ainda mais empatia”, disse ela.

Acontece, no entanto, que não existe “ser aliada” no combate ao racismo sem nem reconhecer que foi racista, dando o verdadeiro nome e o tom que a situação merece. E que são exatamente “pessoas como” Luísa que perpetuam o racismo neste país diariamente. Negam o fato quando são pegas no flagra, quando não existe mais a possibilidade de negar, se colocam como vítimas de um sistema racista e dizem que querem “aprender”. Será que 520 anos de “aprendizado” às custas do sofrimento e do constrangimento de pessoas negras não foram suficientes?

Quando o processo movido contra Luísa veio à tona, em 2020, ela foi enfática em negar, com todas as palavras, que o fato tenha ocorrido. “Eu jamais ofenderia outra pessoa por conta da cor de sua pele”, disse ela na ocasião, que afirmou, em letras garrafais, que a mulher que moveu o processo contra ela estava mentindo. “Gente, tudo isso é MENTIRA! Não acreditem nisso!”, disse Luísa em setembro de 2020.

A falta de um pedido de desculpas foi percebida pela internet. A cantora Jup do Bairro se posicionou no post de Luísa, relembrando que “se aliar é para além”. “Contudo se coloca como a principal vítima da situação onde ao menos pede desculpa a verdadeira lesada do caso e seu público preto que se sentiu diretamente ofendido quando negou a acusação publicamente. se aliar é pra além, Luísa. afeto e efeito precisam andar lado a lado”, disse Jup.

Estando bem claro que essa situação não vai trazer nenhum aprendizado para a cantora, pelo menos vai trazer reparação financeira à vítima pelo racismo operado – embora não admitido – por Luísa Sonza.

Seu Jorge e Alexandre Pires fazem show em prol de hospital referência em tratamento de paralisia cerebral grave

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Foto: EDU DEFFERRARi / Divulgação

O show “Irmãos – a Live Virou Tour” de Seu Jorge e Alexandre Pires volta a São Paulo por uma causa especial. Toda a renda obtida com a apresentação será revertida para o Hospital Cruz Verde, instituição filantrópica que promove tratamento hospitalar e ambulatorial a pacientes com paralisia cerebral grave. O espetáculo acontece no dia 22 de setembro, às 21h30, no Vibra São Paulo. A meta é arrecadar R$1 milhão com cotas de patrocínio e vendas de ingressos. Os ingressos podem ser adquiridos pelo link.

A ideia do projeto “Irmãos” começou durante a pandemia, após os artistas protagonizarem uma das lives mais assistidas no YouTube, alcançando 20 milhões de views. Com mais de duas horas de duração, o show traz sucessos que marcaram as carreiras dos artistas, além de relembrar grandes nomes da música brasileira como Tim Maia e Renato Russo, do Legião Urbana.

Fundado há 63 anos, o Hospital Cruz Verde é referência no tratamento de paralisia cerebral grave para a América Latina, e recebe recursos públicos que cobrem cerca de 60% de suas despesas. Para manter as atividades e atendimento de qualidade no Hospital e no Ambulatório, além da manutenção das salas de reabilitação, consultório odontológico e piscina aquecida, a Cruz Verde conta com outras formas de arrecadação por meio de doações e realização de eventos.

O Hospital recebe pacientes com sérias lesões neurológicas e agravos clínicos associados. Na quase totalidade dos casos, os internos vêm de famílias com renda insuficiente e crianças abandonadas.

Serviço: 

Show: “Irmãos – a Live Virou Tour”, com Seu Jorge e Alexandre Pires

Data: 22 de setembro de 2022

Horário: 21h30

Local: Vibra São Paulo – Av. das Nações Unidas, 17955 – Vila Almeida, São Paulo – SP

Ingressos: a partir de R$ 250

Vendas pelo link

Meninas negras como mucamas de meninas brancas: Defensoria cobra posicionamento de escola no MA

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Foto: Reprodução/Instagram

A Defensoria Pública do Estado do Maranhão emitiu no dia 12 de setembro, um ofício (Nº 1109/2022/DPEMA/NRI) exigindo esclarecimentos à Escola Municipal Maria Francisca Pereira da Silva, na cidade de Imperatriz, sobre exposição de crianças negras em um bloco de estudantes que retratavam o período colonial brasileiro no desfile de 7 de setembro.

A entidade Centro de Cultura Negra – Negro Cosme fez a solicitação denunciou o caso ao órgão público, exigindo também a investigação do Ministério Público do Estado.

O desfile – que tradicionalmente ocorre na Avenida Getúlio Vargas, foi tomado pela cena de crianças negras trajadas de escravizadas e mucamas, enquanto estudantes brancas figuravam a nobreza. Em uma das imagens registradas do desfile, é possível notar uma das estudantes negras segurando um guarda-sol ao lado de uma criança branca que desfilava coroada, remetendo às cenas da época da escravidão.

O CCN Negro Cosme, em nota de repúdio, expôs a indignação e classificou a cena presenciada no desfile como “desproposital, inaceitável e contraproducente”, e reforça a luta diária contra a “mentalidade racista” ainda presente na sociedade.

A secretaria municipal de educação se manifestou sobre o caso para a imprensa. “O objetivo foi retratar o passado do nosso Brasil para refletir o hoje no sentido de que, o que foi retratado na encenação não aconteça nunca mais”.

A nota ainda dizia que: “a secretaria de educação reforça que apoia a manifestação da unidade escolar que compreende que está contribuindo para formação humana e cidadã e que apresentou um desfile digno, com marco histórico e cheio de fomento ao pensamento crítico”.

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