Durante o painel voltado para o Empreendedorismo Social, que aconteceu no final da manhã de hoje no RD Summit, evento de marketing realizado em Florianópolis, o presidente da CUFA, Preto Zezé, falou sobre a importância de uma agenda própria, em que projetos criados por pessoas pretas e faveladas não sejam apenas anexos de projetos brancos.
Para ele, “ou a gente vai criar um código próprio para ser protagonista das nossa aproprias paradas e impor uma agenda que é própria nossa, com a nossa dinâmica para garantir de fato diversidade, ou nós vamos estar sempre anexados e colados no projeto dos outros. E eles vão dizer, ‘Legal, tá aqui a diversidade, tem um preto, um gay, uma mulher, um pcd e tá tudo certo’. Negativo, o nosso foco é foco de poder, porque só com poder a gente decide as coisas e poder no capitalismo é dinheiro”, destacou.
Notícias Relacionadas
"Não consigo respirar": as últimas palavras de mais um homem negro durante abordagem policial nos EUA
Ludmilla vai lançar documentário sobre os bastidores de seu show histórico no Coachella
Ao longo de sua fala, Preto Zezé também lembrou que muitas pessoas ainda veem o empreendedorismo social a partir de um lugar de carência, ignorando a necessidade de investimento real no setor. “Quando fala em empreendedorismo social vão lá para um lugar da carência e do custo, nunca para o lugar da inovação e do investimento, é assim nas empresas e é assim nos governos de direita e de esquerda, basta olhar que no de direita eles negam a gente, a gente já sabe a que eles vieram, e no da esquerda eles colocam a gente num lugar para dizer que tem gente preta lá. Basta olhar nos governos hoje onde é que tá a secretaria do negro, da mulher e do jovem. Estão num lugar muito legal, muito emocionado do discurso político, muito comovente no debate público, mas na prática, que é onde tem que ter orçamento, porque nós estamos no capitalismo, e aí não reclamem do jogador, reclamem do jogo. No capitalismo só vai funcionar se a gente tiver o cash“, reforçou.
Integrante da mesa de debates, a CEO da Feira Preta, Adriana Barbosa, também comentou sobre a potência do empreendedorismo social: “Hoje eu vejo que a gente tem um ecossistema muito potente de pessoas que têm feito muito em relação ao empreendedorismo e quando a gente fala em relação ao empreendedorismo negro. Então você tem organizações que estão olhando o empreendedorismo, para a área de tecnologia, tem empresas, negócios sociais, de organizações do terceiro setor que estão falando de cultura, que estão falando de moda. A primeira coisa que poderia dizer e conectar com essas redes, tem o Movimento Black Money, tem AfroBusiness da Fernanda [Ribeiro] que tá dentro do setor financeiro, tem o Vale do Dendê na Bahia, tem o Latinidades, em Brasilia, tem a Cufa no Brasil todo. Enfim, tem muitas organizações que estão fazendo coisas, acho que a primeira coisa é mapear e se conectar porque nosso rolê não é sozinho”, completou.
Notícias Recentes
"Não consigo respirar": as últimas palavras de mais um homem negro durante abordagem policial nos EUA
Ludmilla vai lançar documentário sobre os bastidores de seu show histórico no Coachella