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Jordan Peele sobre ‘Não, Não Olhe!’: “Percebi que o filme também precisava ser sobre alegria negra”

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Foto; Divulgação.

Conhecido por seus filmes de terror, o cineasta Jordan Peele falou sobre sua próxima produção, o longa “Não, Não Olhe!”, estrelado por Daniel Kaluuya. Entrevistando o ator para a revista Essence, Peele comentou que no processo de construção de seu terceiro filme estrelado por pessoas negras, ele sentiu a necessidade de que, além do terror, o filme trouxesse também elementos de esperança.

“Em algum momento do processo, percebi que o filme tinha que ser sobre a alegria negra também, para se adequar ao que o mundo precisa neste momento”, disse Peele. “Eu queria dar o terror, mas também queria dar aos nossos personagens agência e aventura e esperança e alegria e diversão que eles merecem”, concluiu.

No filme, os irmãos James e Jill Haywood (Daniel Kaluuya e Keke Palmer) administram o único rancho de cavalos de propriedade de negros de Hollywood. Eles procuram se aventurar no cinema depois que James (Kaluuya) vê “algo acima das nuvens”, e os irmãos decidem vender imagens de um OVNI. A única questão? Os misteriosos extraterrestres estão abduzindo qualquer um que olhe diretamente para eles.

Não! Não Olhe! Estreia dia 25 de agosto no Brasil.

Veja o trailer:

Feira Preta denuncia cópia de evento por parte da Prefeitura de SP e órgão diz que Feira “poderá participar de chamamentos”

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Foto: Marcus Steinmeyer.

Empresária criadora da Feira Preta diz que não obteve retorno após tentativas de diálogo com a Prefeitura

Dias depois de ter denunciado as “semelhanças” entre a Feira Preta, realizada há 20 anos, e a Expo Internacional da Consciência Negra, realizada pela Prefeitura de São Paulo, a empresária Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta, segue sem respostas diretas da Prefeitura. Em nota enviada ao Site Mundo Negro, a prefeitura informou que a Feira Preta “poderá participar de chamamentos” da II Expo Internacional Dia da Consciência Negra.

No dia 24 de junho, Adriana usou suas redes sociais para chamar a atenção do público para o que chamou de um “desabafo”. “No ano passado a @feirapretaoficial completou 20 anos. São duas décadas de muitas histórias e muita luta para conseguirmos conquistar não só um espaço como também o reconhecimento e o desejo de pertencimento da população negra”, iniciou Adriana.

Em seguida, a criadora da Feira Preta chamou a atenção para uma possível confusão do público, que estaria sendo causada pela criação de um evento da prefeitura, com moldes similares e na mesma data e local onde geralmente era realizada a Feira Preta. “Também no ano passado, aconteceu a Expo Internacional da Consciência Negra, realizado pela Prefeitura de São Paulo, nas mesmas datas e no mesmo local onde o Festival Feira Preta aconteceu por anos, o que também confundiu muitos empreendedores e o público em geral”.

Mas as semelhanças com o Festival Feira Preta não pararam por aí. Este ano, a Prefeitura de São Paulo também contratou a mesma empresa que produz a Feira Preta para realizar o seu evento. “A dúvida que fica é: Qual a necessidade de criar um evento tão parecido e realizado na mesma data que a Feira Preta? E por que ir atrás da mesma equipe técnica que realiza a Feira Preta para realizar outro evento? É pra enfraquecer o nosso Festival?”, indagou Adriana, que também solicitou uma conversa com o prefeito da cidade, Ricardo Nunes e com a secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo.

Em nota enviada ao MUNDO NEGRO, a Prefeitura disse que “O evento, que deverá ocorrer em novembro em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), conta também com redes e organismos internacionais, como a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). A SMRI esclarece, ainda, que a Feira Preta poderá participar de chamamentos do evento”.

Confira a nota na íntegra:

A Prefeitura de São Paulo informa que a empresária citada não procurou a Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI) neste ano para se informar sobre a realização da II Expo Internacional Dia da Consciência Negra.
O evento, que deverá ocorrer em novembro em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), conta também com redes e organismos internacionais, como a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). A SMRI esclarece, ainda, que a Feira Preta poderá participar de chamamentos do evento.
A Expo é uma parte visível da política pública “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”. Trata-se de uma ação educativa da Prefeitura e em consonância com a legislação antirracista vigente no país.  O evento visa a propiciar uma formação antirracista nas escolas municipais.

A Feira Preta também se pronunciou por meio de nota oficial e reforçou que tentativas de diálogo têm sido feitas desde 2021, sem sucesso. Confira a nota:

A Feira Preta e a PretaHub reforçam que além do vídeo publicado em 24 de junho, nas redes socias da nossa CEO e fundadora Adriana Barbosa, foram feitas outras tentativas de contato com a prefeitura por diferentes canais, todas sem retorno. Desde 2021, quando ocorreu a primeira edição da Expo Internacional da Consciência Negra, tentamos diálogo com a organização do evento.

Chegamos a ser procurados e nos mostramos disponíveis para conversar com os responsáveis, visando um trabalho em conjunto para que o evento em questão não canibalizasse outras ações já existentes com foco na economia criativa da população negra.No entanto, o único contato da Prefeitura com a organização da Feira Preta sobre a Expo, foi para um convite como palestrante para Adriana Barbosa.

Recusado com a contraposta de que a PretaHub/Feira Preta cuidasse da área de empreendedorismo e fizesse a curadoria e operação de empreendedores no evento. Sugestão que não foi aceita por eles e, desde então, não tivemos mais retorno a qualquer tentativa de diálogo. Apenas recebendo um convite para comparecer à abertura do evento no dia 19/11/21.Lembrando que também, em 2021, foi preciso que Adriana Barbosa, viesse a público esclarecer que Feira Preta e Expo 2021 não eram o mesmo evento, embora o segundo estivesse sendo realizado no mesmo lugar e em dias que a Feira tradicionalmente acontece nesses 20 anos, no mês de novembro e no complexo do Anhembi, em São Paulo. 

Entendemos que, como órgão público, a prefeitura deveria estar aberta ao diálogo e somar para a expansão de iniciativas que já promovem ações de impacto não só para a sociedade, mas também para o município.

Justiça de São Paulo mantém cachê de Ludmilla após cantora fazer “L” em show

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

A Justiça de São Paulo negou o pedido de suspensão de pagamento do cachê de R$ 220 mil à cantora Ludmilla, por seu show na Virada Cultural deste ano. O processo, aberto pelo vereador Fernando Holiday (Novo), alegava que a artista, ao fazer o sinal de ‘L’ com os dedos, estaria promovendo apoio eleitoral ao ex-presidente Lula (PT), pré-candidato à presidência do Brasil.

Ludmilla. Foto: Reprodução / Twitter.

“Na situação, mesmo que não seja ‘L’ de Ludmilla, e que o vermelho estivesse a representar legenda específica, ainda não seria possível acolher a pretensão”, diz um trecho do documento expedido pelo juiz Kenichi Koyama, da 15ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. “No balanço de todos os direitos apresentados, entendo que se a conduta for exatamente como presume a causa de pedir, juridicamente se amolda no máximo à opinião pessoal da cantora, sem que isso automática e necessariamente represente showmício. Logo, só existe aqui de concreto verba contratada por serviço prestado. Não havendo, portanto, o que suspender”, completa o profissional.

À época do ocorrido, Ludmilla chegou a responder o vereador, enfatizando o ‘L’ como uma menção ao seu próprio nome. “Deixa eu contar um segredo, Fernando Holiday: meu nome também começa com a letra L!. É cada uma que parece duas, ai ai…”.

Justiça acata ação e Piquet terá que explicar falas racistas direcionadas a Lewis Hamilton

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Foto: Agência Brasília / REUTERS / Andrej Isakovic.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal aceitou nesta segunda-feira (11), a ação civil pública ajuizada pela Educafro, em conjunto com outras três instituições, contra Nelson Piquet. O ex-piloto brasileiro de Fórmula 1 terá que se explicar pelas falas racistas e homofóbicas direcionadas ao britânico Lewis Hamilton. As entidades pedem no processo uma indenização de R$ 10 milhões e citam como justificativa a “reparação de dano moral coletivo e dano social infligidos à população negra, à comunidade LGBTQIA+ e ao povo brasileiro de modo geral”.

Mercedes / Divulgação.

O documento direcionado à Piquet afirma também que as “ofensas injuriosas, humilhantes e vexatórias, de cunho racista e homofóbico, vociferadas publicamente pelo réu violam normas que protegem a honra e dignidade da pessoa humana, assim como aquelas que protegem a população negra contra o racismo”.

“Estamos positivamente surpresos. Até então, a Justiça aceitava apenas uma ação por danos coletivos contra empresas, e não contra uma pessoa apenas. É uma inovação muito grande, que vai abrir um debate muito importante no País”, contou Frei David Santos, porta-voz do Educafro. O Centro Santo Dias (órgão de defesa dos direitos humanos), a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) também assinam a ação direcionada ao ex-piloto. De acordo com o porta-voz da Educafro, o caso também está sendo levado para uma entidade de juristas negros nos Estados Unidos, de forma que outro processo seja aberto no país.

Após grande repercussão da fala racista de Nelson Piquet, o piloto inglês usou o Twitter para se pronunciar. “Vamos focar em mudar de mentalidade”, iniciou Hamilton, que tuitou em português. Depois, ele prosseguiu. “É mais do que linguagem. Essa mentalidade arcaica precisa mudar e não tem espaço em nosso esporte. Eu fui cercado por essas atitudes a minha vida inteira. Houve muito tempo par aprender. Chegou a hora da ação“, disse o piloto.

Nicki Minaj sofre ataques gordofóbicos durante retorno aos palcos

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Nicki Minaj. Foto: Reprodução / Instagram.

Após quase 3 anos em pausa, a rapper Nicki Minaj retornou aos palcos durante o início deste mês de julho. Desde 2019, a artista de 39 anos se manteve longe da realização de shows e grandes espetáculos, de forma a cuidar de sua família e de sua vida pessoal. O retorno com grandes sucessos foi marcado no palco do Essence Festival, que aconteceu no último dia 1º de julho. Grande atração da noite, Nicki recebeu diversos ataques por conta de seu peso e de sua aparência.

Vídeos viralizaram nas redes sociais, apresentando comentários preconceituosos e difamatórios. “Vimos vários, mas vários comentários horríveis sobre o corpo dela”, disse representante do Minaj Access Brasil, um dos maiores portais sobre a rapper no país. “Eu particularmente vejo muito costumeiramente algumas pessoas chamando ela de baleia ou hipopótamo”. Dentro do TikTok, um vídeo atacando a forma física da rapper chegou a marcar 12 mil curtidas.

Além dos ataques, diversas publicações viralizaram após o Essence Festival alegando que Nicki poderia estar grávida. A menção foi rapidamente desmentida pela rapper, que declarou através do Instagram: “Não estou grávida, estou apenas gorda”.

Nicki Minaj arrasta multidões em Londres

Após se apresentar no palco do Essence Festival, Nicki Minaj marcou presença como uma das principais artistas do Wireless Festival 2022, evento de música que aconteceu em Londres, Reino Unido. Diversos foram os registros de multidões tentando acompanhar a apresentação da rapper, que aconteceu com ingressos esgotados, neste último domingo (10). “Ontem como ela apareceu mais sequinha no Wireless, [os ataques] deram uma segurada. Mas é triste pensar que sim, acontece. Sempre que ela está mais gorda, acontece. Foi assim no final de 2018 também, durante a era Queen”, destacou representante do Minaj Access.

Um forte esquema de segurança precisou ser montado durante a passagem de Minaj por Londres. “Um número de pessoas tentou passar pela entrada do Wireless Festival enquanto outros estavam na fila”, disse a Polícia Metropolitana de Londres em comunicado “Como resultado, a equipe de segurança colocou em prática uma retenção de pessoas sendo admitidas no evento para garantir o fluxo seguro de pessoas no local. Isso fez com que uma grande multidão se formasse na área ao redor do local“.

Nesta tarde de segunda-feira (11), centenas de fãs seguiram a van da artista na capital do Reino Unido. Apesar do tumulto, ninguém se machucou.

“Novelei”: Paulo Vieira e Phellyx integram elenco de novo projeto de humor da Globo para o Youtube

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Foto: Juliana Coutinho / Divulgação.

Os atores Paulo Vieira e Phellyx estão no elenco do novo projeto de humor da Globo em parceria com o Youtube. Novelei estreia nesta segunda-feira (11), com a proposta de prestar uma grande homenagem ao mundo das novelas. A história se passa em um curioso e bem-humorado mundo paralelo em que, após um bug no sistema, as novelas começam a ser apagadas da memória de todos. Com isso, ninguém sabe mais o que é “Inshalá!” ou se lembra quem foi Odete Roitman; todos esqueceram do confronto memorável entre Nina e Carminha; o Leblon, cenário das novelas de Manoel Carlos, está sendo apagado do mapa.

Para salvar as novelas da destruição, Vitinho (Paulo Vieira), assistente de produção com muitos anos de Estúdios Globo, convoca um time de criadores de conteúdo da internet formado para refazerem algumas das obras que marcaram época. Para esta missão, eles vão contar com a ajuda da inteligência artificial Susaninha (Susana Vieira).

Com nove episódios, que serão disponibilizados semanalmente no canal da TV Globo no YouTube, a série conta ainda com participações especiais, como Jojo Todynho, Camilla de Lucas, Diva Depressão e Nany People, que ajudarão a recriar as cenas de novelas icônicas da dramaturgia brasileira. 

“Novelei” é a primeira parceria de um projeto comercial entre Globo e YouTube e uma grande aposta de conteúdo original da plataforma em 2022. O projeto, lançado em celebração aos 70 anos das novelas brasileiras, usa a linguagem da internet e aproveita a tendência dos conteúdos nostálgicos em alta para resgatar a memória afetiva dos brasileiros com tramas leves, atuais e bem-humoradas. 

“A Globo fez com que a dramaturgia brasileira se tornasse um produto ímpar em qualidade de produção e valor afetivo para seus espectadores. Este projeto faz história, pois permite que os criadores de conteúdo do YouTube possam participar de um formato tão querido pelos brasileiros, unindo o melhor das novelas e dos novos formatos digitais, em um projeto exclusivo YouTube Originals”, diz Phillipe Carrasco, Gerente de Parcerias de Conteúdo do YouTube. 

NOVELEI

Estreia: 11 de julho, às 20h.

Novos episódios toda segunda-feira no YouTube TV Globo

Feminismo negro e mulherismo africana: qual representa melhor a realidade de mulheres negras no Brasil?

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Katiúscia Ribeiro, Jaque Conceição e Aza Njeri. Foto: Arquivo Pessoal.

Por Isadora Santos

Abordagens buscam compreender o que é ser mulher preta na diáspora africana

A celebração do Julho das Pretas também traz debates importantes sobre movimentos que representam as lutas das mulheres negras no que diz respeito às particularidades que ser preta e ser mulher no Brasil significam. 

Nesse contexto, muitas mulheres negras têm se perguntado se o feminismo negro realmente as contempla, questionando se não seria este um desdobramento de um feminismo pensado por mulheres brancas que está sendo criado para incluir e abranger as vivências das mulheres negras na diáspora.

É importante destacar que há anos, pensadoras negras como Lélia González têm se debruçado sobre os temas para entender como eles colaboram com o fortalecimento da comunidade negra a partir de sua maneira de pensar e ver o mundo.

A psicanalista e antropóloga Jaque Conceição, fundadora do Coletivo Di Jeje, um Centro de Pesquisa e Formação sobre Feminismo Negro, explica que não existe um feminismo branco que se oponha ao feminismo negro. “Não é um binarismo ‘branco x preto’, mas são lugares políticos, culturais, filosóficos e históricos diferentes que produzem perspectivas teóricas diferentes. Esse é um marcador do que a gente pode entender por uma ideia de um feminismo ocidental e um feminismo negro. Que não se aplica à África”.

Mas o que é o feminismo negro?

Conceição descreve que o feminismo negro é uma teoria produzida nos EUA a partir dos anos de 1930 e que começa a ser pensado no Brasil a partir de 1980 com Lélia González. “É Lélia Gonzalez, a partir da antropologia, quem funda as discussões do feminismo negro ao apontar que existe dentro dos estudos culturais e raciais do Brasil uma categoria chamada ‘mulher negra’ e que é uma categoria conceito, porque tem características próprias, inclusive, dentro da construção da relação social da nossa sociedade aqui no Brasil”, explica.

As abordagens feitas por teóricas do feminismo negro contribuem com elementos que ajudam a população a entender o processo de colonização que trouxe povos africanos para as américas e que mantém seus descendentes até hoje em lugares subalternos. “A contribuição do feminismo negro é a partir de uma experiência negra, que é a experiência das mulheres negras, e hoje com os estudos de masculinidade dentro do campo dos estudos do feminismo negro, ajuda a entender qual é o lugar histórico, economico, político, emocional e racial das pessoas negras na sociedade americana, seja ela qual for dentro da sua especificidade”, define a antropóloga.

Mulherismo africana: outra abordagem 

O termo ‘mulherismo africana’ foi cunhado pela norte-americana Cleonora Hudson-Weems em 1987 e tem como objetivo avaliar a realidade de mulheres negras a partir de critérios próprios. Aza Njeri, filósofa e doutora em literaturas africanas, afirma que “para entender o mulherismo africana precisamos entender a afrocentricidade, que é uma abordagem epistemológica que coloca no centro da análise dos fenômenos a experiência da população negra”.  A professora afirma que “o mulherismo africana é uma perspectiva afrocentrada de olhar para as experiências de mulheres negras dentro de uma luta anti-maafa (holocausto negro). É o movimento de sankofa para entender as nossas práxis matriarcais, em primeiro lugar, mas não só, pensando sempre a resistência, a permanência e a continuidade”. 

Ao ser questionada se o mulherismo pode ser uma forma de emancipação das vivências impostas por sociedades ocidentais e pelo colonizador, Njeri reitera que o mulherismo africana apresenta uma noção de levante de dignidade, que não está diretamente ligado às noções neoliberais de empoderamento e emancipação, mas que dentro dessa perspectiva pode ser vistos desta maneira.

Para a professora, doutora em filosofia africana, Katiúscia Ribeiro, o mulherismo africana propõe um lugar para pessoas pretas se pensarem com base em teorias afrocêntricas. “Mulherismo africana é, em suma, uma proposta de lugar: qual lugar as pessoas de

descendência africana devem partir para pensar suas realidades, uma vez que sua teoria está alicerçada em bases afrocêntricas”, detalha.

“Mulherismo africana não é identidade, assim como feminismo também não é”

Com diferentes abordagens e fundamentações, o feminismo negro e o mulherismo africana contribuem significativamente para o desenvolvimento de novas possibilidades de experienciar o que é ser mulher negra no Brasil e que lutas, dores e alegrias contemplam esse grupo e seus pares. 

“Mulher negra é uma possibilidade de compreensão da vida social brasileira, um outro óculos para olhar para essa realidade. A Patrícia Hill Colins, que é um dos grandes nomes para pensar o feminismo negro nos dias de hoje, vai dizer que o feminismo negro tem produzido ao longo da história, possibilidades de lugares seguros para que pessoas negras, homens e mulheres, das mais diversas idades e orientações de gênero, possam vivenciar sua experiência racial porque essa é a experiência fundante do sujeito negro nas américas”, conclui Jaque Conceição. 

Aza Njeri faz questão de ressaltar que “Mulherismo africana não é identidade, assim como feminismo também não é”. Njeri afirma que o mulherismo é uma abordagem de localização.  “Se dizer feminista é muito limitador para o pluriverso do que é ser, mesma coisa mulherista e mesma coisa para os ‘ismos’ e ‘istas’ que possam existir. Nós enquanto seres humanos somos muito mais do que qualquer teoria ideológica, então para mim enquanto teórica, se dizer mulherista não quer dizer nada. Porque você tem que ser uma pessoa ética, uma pessoa aquilombada, uma pessoa que se nutre do mulherismo africana, também, assim como deveria se nutrir de teorias plurais e com seu próprio crivo crítico decidir o que é e o que não é, mas não tomar isso como identidade porque é muito limitador”, finaliza a professora.

Ao ser questionada sobre qual abordagem representa melhor a realidade das mulheres negras no Brasil, a filósofa Katiúscia Ribeiro pondera: “Vai depender do ponto de vista e localização que enxerga o mundo. Vivemos até os dias atuais sempre espelhados a partir da cultura do outro ou mesmo a partir do desenho que fizeram de nós. Quem sabe, olhar para frente (se) nos espelhando nas experiências (organizativas, sociais, políticas do passado pensadas por mulheres pretas gestando possibilidades de garantir a vida do povo preto em um momento de extrema vigília e controle) pode ser caminho possível para nos reconstruir enquanto humanos. Nossa cultura é o nosso sistema imunológico e nela estão contidos todos os elementos para nossa libertação, sobretudo mental”.

Maju Coutinho e IZA visitam Angola e mostram o poder de (re)conhecer a própria história

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Foto: Reprodução.

Uma reportagem emocionante feita por Maju Coutinho e exibida no Fantástico deste domingo (10) mostrou os bastidores da primeira viagem da cantora IZA ao continente africano. Para as duas, foi a primeira vez no continente e a viagem, por si só, já carregava o poder do retorno, e de se sentir, de alguma forma, chegando em casa.

Cheia de sensibilidade e emoção, a reportagem mostra em imagem e som a diferença que faz ter uma jornalista negra, consciente e que sente o que fala, acompanhando um momento tão importante na vida de outra mulher negra. Durante a reportagem, Iza teve oportunidade de conhecer o monumento em homenagem à rainha Njinga Mbandi, primeira mulher a governar o território angolano e enfrentar a colonização Portuguesa.

“Não é brincadeira, não!”, disse Iza visivelmente emocionada ao tocar a estátua de mais de dez metros de altura. Para um olhar desatento, pode parecer sem sentido se emocionar ao chegar perto de uma estátua, mas aquela emoção nos olhos de Iza e na voz de Maju, mostraram o poder de conhecer a própria história. Para Iza, ouvir a história da rainha Njinga foi pissível graças a Carlinhos Brown, com quem ela teve oportunidade de trabalhar.

Chama a atenção IZA ser chamada de “rainha da representatividade” em Angola, por um dos apresentadores do show, logo antes de sua entrada no palco. A emoção dos fãs que assistiram o show da cantora no festival Unitel Festa da Música, mostrando que os laços que unem a popstar e seus admiradores além do atlântico são firmados em admiração, identificação, e, claro, no talento que Iza tem de sobra.

Quantas vezes tivemos de assistir reportagens com um olhar exótico, apresentado mensagens e imagens estereotipadas e sem sentir a identificação e até mesmo a emoção que Maju transmitiu em sua reportagem? Duas mulheres negras com suas particularidades e histórias próprias dividiram com o Brasil a emoção de entrar em contato com uma parte importante das trajetórias do povo preto brasileiro que foi negada a nós.

Caleb McLaughlin diz que quer ‘quebrar o coração das pessoas’ na 5ª temporada de ‘Stranger Things’

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Foto: Divulgação / Netflix.

O ator Caleb McLaughlin, que interpreta o personagem Lucas Sinclair em ‘Stanger Things’, comentou suas impressões e desejos para a próxima temporada da série. Após os eventos da 4ª temporada, pode-se dizer que Sinclair foi um dos personagens mais afetados dentro da trama. “No momento, sinto que ele [Lucas Sinclair] está em um lugar muito triste, mas ele definitivamente tem apoio”, disse McLaughlin em entrevista à IndieWire. “Eu sinto que ele não acredita nas coisas que aconteceram. Esta é a primeira vez que a gangue de Hawkins perdeu. Ele não consegue entender a situação”.

A 5ª temporada de ‘Stranger Things’ ainda está longe de estrear, mas McLaughlin já possui algumas ideias para a continuação da aclamada série. “Quero que os corações das pessoas sejam partidos – de novo”, disse ele. “Sinto que uma boa história termina. Não é triste, mas apenas um final real. Finais com felizes para sempre é Disney Channel, isso é Nickelodeon. Somos Stranger Things. Estamos sem filtros. Isso é classificado para maiores de idade. Eu sei que a 5ª temporada será mais sombria, de alguma forma – se isso for possível.”

STRANGER THINGS. Caleb McLaughlin as Lucas Sinclair in STRANGER THINGS. Cr. Courtesy of Netflix © 2022

McLaughlin também revelou as lições que aprendeu interpretando o jovem Lucas. “Ele quer tomar a iniciativa em sua própria vida. Ele quer seguir na jornada mas ainda é fiel aos seus amigos. Foi muito legal que ele foi capaz de sair da caixa e fazer algo por conta própria. Isso é alguma confiança“, enfatizou o astro. “Antigamente, nos anos 80, para ser popular você tinha que ser um atleta. Hoje em dia, eu não acho apenas os atletas legais”.

“Todo mundo cresce, todo mundo muda. Os Duffers [criadores da série] fizeram um ótimo trabalho – o show ficou mais sombrio à medida que todos envelheciam. Mas sinto que as pessoas continuarão dizendo: ‘Quando a próxima temporada sair, eles terão 30 anos!’ Provavelmente vou ouvir isso pelo resto da minha vida”, finalizou McLaughlin.

Beyoncé lançará trilogia de álbuns com o objetivo de celebrar a história da cultura negra, diz site

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Foto: Rafael Pavarotti.

Parece que Beyoncé possui grandes ideias para a era ‘Renaissance’. De acordo com a Amazon Itália, a cantora norte-americana lançará uma trilogia de álbuns com o objetivo de celebrar a história da cultura negra. “Seis anos depois do ‘Lemonade’, finalmente chega o novo álbum de músicas inéditas de Beyoncé, que sai na sexta-feira, 29 de julho”, informou a descrição da Amazon. “Composto por 16 novas faixas, é intitulado ‘Renaissance Act l’ e será o primeiro disco de uma trilogia comemorativa de canções, cultura negra e com muitas amostras de sucessos do passado. As novas músicas serão uptempo com uma forte orientação dance, house e até techno”.

Até o momento, a informação referente à trilogia de álbuns não foi confirmada pela artista, mas conforme apontado, o ‘ato 1’ do ‘Renaissance’ já possui data de lançamento, indicando a existência de outros atos. Apesar dos fortes rumores, Beyoncé também segue em sigilo sobre a estética e os visuais dessa nova era. Enquanto fãs especulam sobre a possibilidade de outro álbum visual, como aconteceu como o ‘Lemonade’, de 2016, a Queen B mantém as informações em segredo.

No último dia 30 de junho, Beyoncé revelou a capa do ‘Renaissance’ definindo o projeto como um espaço de alegria e sem julgamentos. “Minha intenção era criar um lugar seguro, um lugar sem julgamento. Um lugar para ser livre de perfeccionismo e pensamento excessivo. Um lugar para gritar, soltar, sentir liberdade. Foi uma bela jornada de exploração. Espero que vocês encontrem alegria nesta música”, escreveu a cantora através das redes sociais.

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