Em processo de divulgação de seu novo álbum, Escape Room, Teyana Taylor, previsto para chegar às plataformas digitais em 22 de agosto, a artista também tem falado sobre seu relacionamento com o ator britânico Aaron Pierre. Durante entrevista para a rádio HOT 97, ela falou sobre a decisão de manter seu relacionamento longe dos holofotes.
Questionada pela apresentadora Nessa se Pierre era seu namorado, Taylor evitou rótulos, mas deixou claro que o romance é especial. “Acho que esse novo mundo não é gentil e é uma loucura”, justificou. “O que eu e o Aaron temos é muito saudável, muito gentil, muito macio, muito doce, muito acolhedor, e é uma das melhores sensações que já tive. O mais importante é que é muito seguro”, afirmou.
A cantora, que finalizou o divórcio do ex-jogador da NBA Iman Shumpert em julho de 2024 após um término conturbado, destacou a importância de proteger o novo relacionamento. “Não quero que nos roubem isso. Ele é tão especial para mim, e sou muito grata por tê-lo em minha vida”, afirmou, referindo-se a Pierre, conhecido por interpretar Mufasa no remake de O Rei Leão (2019).
Apesar da discrição, os dois não passam despercebidos. Em março de 2025, Taylor reafirmou o namoro ao postar fotos do Oscar em que eles posavam como um casal “à la James Bond”. Desde então, Pierre tem aparecido ao lado da artista em eventos como o BET Awards, onde foi clicado nos bastidores com Taylor e suas filhas, Junie e Rose Rue.
Enquanto se prepara para o lançamento do álbum, no qual promete explorar temas como cura e autodescoberta, Taylor parece estar vivendo um momento de paz. E, desta vez, longe dos holofotes excessivos. “Sou grata por ele e por tudo que vem com ele”, repetiu, enfática. “E por tudo.”
A Globo reassinou um contrato de longa duração com o ator Lázaro Ramos, rompendo a política interna adotada nos últimos anos de priorizar vínculos por obra. O acordo foi fechado na última sexta-feira (8), segundo informações da coluna Play, do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, Lázaro, que havia deixado a emissora no fim de 2021 para se transferir para a Amazon, já está confirmado em dois projetos: a novela das 19h “Coração Acelerado”, onde interpretará um empresário, e a terceira temporada da série “Os Outros” (Globoplay), formando um triângulo amoroso com personagens de Mariana Lima e Adriana Esteves.
Lázaro estreou na TV Globo em 2002, no programa “Brava Gente”, e consolidou-se como ator em novelas como “Cobras & Lagartos” (2006), onde ganhou notoriedade como Foguinho, e “Lado a Lado” (2012). Seu último trabalho fixo antes da saída foi na série “Aruanas” (2019). Na Amazon, dirigiu o longa “Um Ano Inesquecível – Outono” (2023) e atuou em produções como “5x Comédia” (2024). Seu retorno à Globo ocorreu em 2023, inicialmente por obra, no remake de “Elas por Elas”.
Em 2022, o ator justificou sua saída da Globo dizendo estar “cansado de pedir” para ser incluído em projetos. “Troquei a Globo pela Amazon por estar um pouco cansado de pedir, como se eu fosse um pedinte, como se tivesse de implorar por algo que é poderoso, que são os nossos profissionais, a nossa história”, declarou na coletiva do filme “Medida Provisória” (2020).
Além da carreira na TV, Lázaro é escritor best-seller, com livros como “Na Minha Pele” (2017) e obras infantis, diretor e embaixador da UNICEF desde 2009. Na Globo, também apresentou o “Fantástico” entre 1998 e 2002. Agora, com contrato fixo novamente, o ator retoma uma relação de quase 20 anos com a emissora, marcada por personagens icônicos e projetos autorais.
A discussão sobre distúrbios alimentares e pressão estética tem ampliado a atenção para abordagens nutricionais menos rígidas e mais humanizadas. Dados apontam que mais de 80% das mulheres não estão satisfeitas com o próprio corpo, cenário que nutricionistas como Saulo Gonçalves atribuem a cobranças em ambientes de trabalho, familiares e redes sociais.
É nesse contexto que a nutrição comportamental surge como alternativa, focada em reconstruir a relação com a alimentação sem culpa ou padrões irreais. “Ela não se limita a prescrever dietas, mas busca compreender a história alimentar, os gatilhos emocionais e as crenças que cada pessoa carrega sobre si mesma e sobre o próprio corpo. O foco deixa de ser ‘atingir um padrão’ e passa a ser reconstruir a relação com a alimentação e o próprio corpo de forma saudável e duradoura”, explica Gonçalves em entrevista para a jornalista Silvia Nascimento.
O especialista explica que “com uma abordagem humanizada, individualizada e livre de rótulos, é possível abandonar a lógica da punição e construir uma vida onde comer seja um ato de prazer e cuidado”, detalha o nutricionista, que busca com o método combater vieses em atendimentos a grupos como pessoas trans e negras, historicamente submetidas a preconceitos em consultórios. Na prática, a nutrição comportamental considera as características únicas de cada paciente, adaptando-se às suas necessidades e adotando mudanças graduais.
“Demonizar alimentos só gera frustração. É preciso trabalhar a autonomia, não o medo”, diz Saulo Gonçalves. “Traumas alimentares muitas vezes começam com abordagens agressivas no passado. A nutrição comportamental tenta reverter isso, mostrando que comer deve ser um ato de cuidado, não de controle”, completa.
A executiva, empreendedora e ativista Adriana Alves, reconhecida por seu trabalho em cultura organizacional, inclusão e reputação corporativa, estreia na literatura com o livro O manual da empresa antirracista, publicado pelo selo Planeta Estratégia, da Editora Planeta. A obra reúne mais de 25 anos de experiência da autora no mundo empresarial e se propõe a ser um guia prático para líderes e gestores que buscam transformar discursos em ações efetivas contra o racismo.
Com base em dados e em sua trajetória profissional, Adriana Alves argumenta que um ambiente verdadeiramente inclusivo não se limita a celebrações pontuais, mas deve ser construído no cotidiano das organizações. O livro aborda desde a definição e os impactos do racismo na sociedade e nas empresas até estratégias concretas para combatê-lo. A autora ressalta que, embora o foco seja a população preta e parda, as práticas excludentes também afetam outras minorias, como indígenas e a comunidade LGBTQIAPN+.
“Este livro é um convite para que lideranças e empresas abracem a complexidade da luta antirracista, compreendendo que a verdadeira transformação vai muito além de boas intenções”, escreve Alves na obra. “É uma mudança que exige ação consciente, contínua e comprometida.”
Sem recorrer a teorias excessivamente complexas ou promessas vagas, O manual da empresa antirracista apresenta um passo a passo para empresas que desejam criar ambientes mais justos e produtivos. A autora defende que a inclusão deve ser tratada como uma estratégia essencial, e não apenas como um tema a ser debatido.
Trabalhadores negros denunciam racismo, segregação e condições precárias nos bastidores da principal mostra de arquitetura das Américas, que passa por São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
O apelido não nasceu por acaso. Casa Grande Cor foi como alguns trabalhadores negros passaram a se referir à edição da CASACOR realizada em São Paulo entre 27 de maio e 3 de agosto de 2025. No momento, a mostra está em cartaz em Brasília, de 13 de agosto a 12 de outubro de 2025, na Casa do Candango, e seguirá depois para o Rio de Janeiro, onde será realizada de 9 de setembro a 26 de outubro de 2025, no Fashion Mall, em São Conrado. O contraste entre o luxo, a sofisticação e a criatividade exibidos nas áreas abertas ao público e a forma como recepcionistas negros eram tratados nos bastidores é o que sustenta a escolha do nome.
Por trás do sorriso e da simpatia que encantavam os visitantes, havia um cotidiano marcado por racismo, segregação e condições precárias. Os relatos obtidos pelo Mundo Negro apontam desde ofensas diretas até restrições de acesso a recursos básicos, como água potável e banheiros.
“Eu mesma vi um arquiteto pedindo para passar álcool no assento onde um visitante negro se sentou por poucos segundos, só para amarrar o cadarço. Assim que ele saiu, ela pediu a ‘higienização’ do lugar”, contou uma recepcionista.
Nem mesmo a repercussão do caso envolvendo o arquiteto Gabriel Rosa, que registrou uma visitante fazendo declarações racistas sobre cotas raciais, foi suficiente para impedir novos episódios. De visitantes a diretores e produtores, as situações narradas se repetem com diferentes protagonistas.
Banheiros segregados e espaços insalubres
Os banheiros destinados aos recepcionistas ficavam afastados e eram descritos como velhos e sujos, sem papel higiênico, sabonete ou tampas nos vasos. Enquanto isso, arquitetos e visitantes utilizavam instalações limpas e abastecidas.
“A sala de staff, que chamo de senzala contemporânea, tinha micro-ondas imundo, sem prato, puffs duros e armários quebrados. Só colocaram detergente para lavar marmitas nos últimos dias e nunca tivemos bucha”, relatou outro funcionário.
Água proibida
Entre os ambientes da mostra havia um espaço patrocinado por uma marca de louças e metais onde o público podia beber água gaseificada à vontade. Recepcionistas contam que foram proibidos de encher suas garrafas no local.
“Nem nisso pensaram na gente. Falávamos o dia todo e precisávamos sair do prédio e ir até a sala de staff para buscar água. Em dias cheios, essa ida e volta levava mais de 10 minutos”, disse um profissional.
Racismo velado e falta de acolhimento
As queixas não se limitam à infraestrutura. Diretores e produtores são apontados como os principais responsáveis por um clima hostil.
“Vários cumprimentavam com beijo os recepcionistas brancos, mas passavam direto pelos pretos, sem sequer dar bom dia. Não é carência, mas é um sinal de quem somos para eles”, afirmou uma trabalhadora.
Outro relato descreve queixas sobre o cabelo, filmagens sem autorização e tarefas humilhantes. “O arquiteto me deu uma escovinha de unha para eu limpar o tapete de todo o ambiente agachada. Era meu primeiro ano e eu tinha medo de ser descredenciada”, contou uma recepcionista.
Fotos: enviadas por recepcionistas sob condição de anonimatoFotos: enviadas por recepcionistas sob condição de anonimatoFotos: enviadas por recepcionistas sob condição de anonimato
Medo de represálias
O receio de perder o emprego ou ser vetado de futuras edições aparece em vários relatos.
“No último dia, recusei receber meu certificado porque achei uma palhaçada ver pretos anulados e racismo o tempo todo. A responsável se exaltou e disse ‘vai querer sair daqui assim mesmo?’. Entendi como uma ameaça de não me contratar no ano seguinte”, disse uma das entrevistadas.
“Nosso grande medo era que, até no último dia, qualquer atitude pudesse ser usada para nos descredenciar”, afirmou outra.
Falta de canais de denúncia eficazes
Apesar de a organização afirmar ter implementado um canal de ouvidoria, recepcionistas dizem que o recurso nunca existiu de fato.
“Desde o início, relatei o que acontecia, mas nada foi feito. Só foram me procurar depois que o caso do arquiteto Gabriel ganhou repercussão”, contou uma profissional.
Formas de contratação
A contratação variava entre arquitetos, agências e escritórios, quase sempre via MEI. Essa fragmentação, segundo especialistas, pode dificultar a responsabilização direta, mas não elimina o dever de garantir condições dignas e seguras de trabalho.
O que diz a lei
Para o advogado Hédio Silva, a CASACOR pode ser responsabilizada. “A empresa responde por qualquer violação à integridade psíquica, mental ou moral do prestador de serviço ou empregado. Ainda que não tenha diretamente causado a violência, ela é responsável e tem obrigação de prevenir a ocorrência de violência racial. Este é um caso em que não tenho dúvidas de que vai responder a uma ação indenizatória, porque são várias ofensas seguidas”, afirma.
Hédio lembra que eventos desse porte envolvem múltiplas empresas, mas isso não afasta a responsabilidade solidária de todas pelas condições de trabalho e eventuais práticas discriminatórias.
O posicionamento da CASACOR
Em nota ao Mundo Negro, a CASACOR afirmou que, assim que teve conhecimento da primeira denúncia, adotou providências imediatas, ofereceu suporte ao profissional envolvido e acompanhou a formalização da ocorrência junto às autoridades. A organização diz ter promovido sessões de escuta mediadas por uma psicóloga comportamental e reconhece que as situações relatadas “estão inseridas em um contexto de racismo estrutural que demanda acolhimento contínuo e comprometimento institucional”.
A CASACOR afirma ter criado um canal de ouvidoria, em processo de aprimoramento, e estar em fase de planejamento de novas medidas para ampliar e fortalecer protocolos de prevenção e atendimento a casos de assédio e discriminação. “Nosso compromisso é seguir construindo um ambiente cada vez mais respeitoso, acolhedor e representativo”, diz a nota.
As pessoas ouvidas pela reportagem negaram ter recebido qualquer tipo de acolhimento psicológico dos responsáveis pelo evento.
A maquiagem para mulheres negras sempre enfrentou desafios na indústria da beleza. Durante muito tempo, produtos específicos para tons de pele mais escuros foram escassos ou inexistentes, o que obrigava as mulheres negras a improvisar e adaptar produtos que não foram feitos pensando nelas. Esse cenário tem mudado aos poucos, impulsionado por profissionais que lutam por mais diversidade, inclusão e representatividade no mercado.
Um exemplo importante desse movimento é a maquiadora Angélica Silva, que vem conquistando espaço como uma das maiores especialistas em beleza para peles negras no Brasil. Com vasta experiência e uma atuação reconhecida nas redes sociais, Angélica é referência para quem busca dicas e técnicas que valorizam a beleza negra com autenticidade e respeito. Ela também assinou a direção de beleza do recente lançamento da Boca Rosa, ao lado de Bianca Andra, CEO da marca, e Luiz Cantu, expert em beleza.
Em entrevista exclusiva para o Mundo Negro, a beauty expert Angélica Silva compartilha suas reflexões e experiências sobre maquiagem para mulheres negras. Abordando temas que vão desde a importância do contorno labial até as tendências atuais de batons, Angélica traz um olhar profundo sobre como a indústria da beleza tem evoluído para incluir e valorizar a diversidade das peles negras.
Pergunta: O contorno labial tem raízes profundas na estética das mulheres negras, mas só recentemente voltou ao radar das tendências mainstream. Como você enxerga esse movimento e o que ele representa culturalmente?
Resposta de Angélica: “O contorno labial, na verdade, nasceu de uma necessidade. A falta de acesso e investimento da indústria em produtos para peles escuras fez com que essas mulheres improvisassem em um contorno que valorizasse os batons que eram produzidos naquela época; era uma forma de adaptar o que era criado somente para mulheres brancas, para os lábios não ficarem acinzentados ou esbranquiçados por conta de todo pigmento branco que era colocado no cosmético. As mulheres pretas contornavam os lábios para adequar aquele tipo de produto ao seu tom de pele; tudo isso está mais ligado à questão de pertencimento.”
A beleza dos lábios naturalmente volumosos das mulheres negras é tema de muita conversa e ainda carrega tabus. Angélica destaca como as tendências se adaptaram e como o mercado começa a reconhecer essa estética de forma mais genuína.
Pergunta: Entre os produtos labiais que você testou nos últimos tempos, quais tendências realmente funcionam para os nossos lábios especialmente em quem tem lábios naturalmente volumosos? Ainda existem muitos tabus nesse tema?
Resposta de Angélica: “Mulheres pretas se adaptam muito bem a todas as tendências atuais que carregam fortemente a estética que nós criamos e mantemos ainda hoje. Em um período dos anos 2000, contornar os lábios se tornou algo ‘cafona’ para quem ditava tendências. Os lábios coloridos foram chegando com força em tons arroxeados, vermelhos alaranjados e aquele rosa Danoninho que não valoriza em NADA a pele negra. Isso não impediu essas mulheres de se adaptar mais uma vez e fazer combinações para adaptar cada tonalidade. Eu escutei bastante na minha infância que mulheres negras, por ter a boca maior e mais volumosa, não ‘precisava’ de batom, com a desculpa de que o cosmético era somente para essa finalidade. Com o tempo entendi que, na verdade, quem não tinha boca grande não estava adepto a usar cores chamativas ou contornos labiais, um exemplo é o uso de preenchimentos labiais hoje na área estética. É quase obrigatório ter uma boca carnuda e preenchida. Mulheres negras investem em lip combos que acompanhem a tendência atual, mas em tons específicos pra elas.”
A durabilidade do batom é uma preocupação constante. Angélica compartilha dicas práticas para quem quer garantir um acabamento perfeito, seja com batons matte ou glossy.
Pergunta: Na prática, o que faz diferença para o batom durar mais nos lábios? Tem alguma dica ou truque que você usa pra manter a cor bonita mesmo depois de comer ou falar muito?
Resposta de Angélica: “É uma questão de acabamento; se você gosta de durabilidade, vai optar por batons e lápis em acabamento matte que secam, não transferem e são à prova d’água. Se você gosta de um acabamento glossy, molhado e cheio de textura, vai precisar abrir mão da durabilidade e ter a noção de que o retoque vai ser necessário. O contorno pode ser o mais resistente possível, assim que entra em contato com balms hidratantes ou gloss que contêm óleos e hidratantes potentes, ele acaba diluindo e ficando mole. O ideal é combinar um lápis, como esse lançamento da Boca Rosa que se comporte bem com ambos os produtos, tanto matte quanto gloss, e pensar em qual estética está disposta a entregar.”
Ter mulheres negras na equipe de desenvolvimento de produtos e na criação de campanhas é essencial para que os lançamentos façam sentido e atendam às reais demandas desse público.
Pergunta: As colaborações entre influenciadoras negras e grandes marcas ainda são poucas, mas começam a ganhar força. O que significa pra você ter assinado a beleza de uma campanha nacional ao lado do Cantu?
Resposta de Angélica: “Poder ver de perto a indústria realmente incluindo pessoas negras com certeza tem um diferencial pra tudo. Nada começa no produto final, o pertencimento começa na equipe que está desenvolvendo aquele produto e aquela campanha. E isso que fazem na Boca Rosa desde o início, com a inclusão de diversos tons de base sabe? É óbvio que, se você é uma CEO branca e não contrata pessoas pretas para sua empresa de beleza, você não vai ter noção de como funciona realmente esse mercado. Se, pra além de um produto, você faz questão de ter uma equipe diversa, você entende que empreender em beleza vai além de venda de produto. No caso de mulheres pretas que não tiveram acesso, isso significa pertencer. Não somos a minoria, queremos produtos feitos pensados em nós de verdade. Mulheres negras movimentam bilhões em consumo ao ano, mas elas aprenderam que o que não foi feito pra elas não merece o dinheiro delas e as marcas precisam se movimentar pra isso.”
A escolha das cores que mais combinam com diferentes subtons da pele negra pode transformar a experiência da maquiagem, elevando a autoestima e a expressão pessoal.
Pergunta:Na hora de escolher a cor do batom, muitas pessoas negras ainda têm receio de ousar. Que tons você acha que estão em alta e que valorizam a nossa diversidade de peles, subtons e estilos?
Resposta de Angélica: “Eu bato na tecla do batom marrom há muuuuuuitos anos e realmente faço questão de direcionar produtos que realmente valem a pena o investimento. Na verdade, o batom marrom nada mais é do que o nude em peles negras, o que vai diferenciar é a tonalidade, intensidade e subtom. Você pode investir em batons com mais pigmento que não leva fundo branco, porque na hora da aplicação aquele fundo ressalta. Batons com fundos quentes mais fechados, como terracota, vinho, marrons profundos com um toque berinjela, marrons quentes numa pegada chocolate e até um roxo mais profundo, que nas peles negras revelam um rosado ideal e nesse lançamento de Boca Rosa, temos tons ideais para isso. Já tinha opções nesse estilo na primeira leva, mas agora temos outras novas cores para trazer ainda mais diversidade. Parece algo provável, mas consumir conteúdo de mulheres parecidas com você ajuda demais nessa questão. Geralmente, criadoras de conteúdo negras têm maior acesso a tonalidades, tendo em vista que as marcas direcionam seus produtos pela cartela de cor, isso facilita até numa escolha de base ou maquiagens em geral.”
Considerações finais
A entrevista com Angélica Silva evidencia como a maquiagem para mulheres negras vem ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento no mercado da beleza. É possível perceber uma evolução real na oferta de produtos que atendem às necessidades específicas dessas peles, acompanhada de uma maior representatividade e inclusão nas equipes por trás das campanhas. Esse movimento fortalece não só a autoestima das mulheres negras, mas também transforma a indústria, tornando-a mais diversa, justa e conectada com a riqueza e potência da beleza preta.
O avanço da representatividade negra na televisão brasileira tem sido uma conquista lenta, marcada por batalhas históricas e resistências. Por décadas, atores e atrizes negros ocuparam papéis pequenos, periféricos e muitas vezes estereotipados, raramente assumindo o protagonismo nas telas. Porém, essa realidade tem passado por transformações significativas nos últimos anos, especialmente em produções que começam a valorizar a diversidade e a escuta dos territórios populares.
Nesse cenário de mudanças, Cyda Moreno se destaca como uma voz que carrega a memória dessas lutas e a esperança do que ainda está por vir. Aos 61 anos, a atriz, que hoje interpreta Yara na novela Dona de Mim, representa uma trajetória de resistência e avanço no audiovisual brasileiro.
Sobre a representatividade na novela, Cyda compartilha: “No elenco principal, a maioria é composta por atores negros, e toda a equipe de produção também conta com muitas pessoas negras trabalhando para dar suporte a esse elenco. Vocês não têm ideia do quanto isso significa para nós. Até pouco tempo atrás, uma configuração como essa era praticamente impensável.”
A carreira de Cyda começou em 1997 na Globo, com uma participação regional. Passou por trabalhos importantes, como o seriado Mulher e a novela de época A Padroeira (2001), na qual interpretou uma escravizada que viveu em quilombo.
Ela reflete sobre a evolução do espaço ocupado pelos atores negros na televisão: “Naquela época, os papéis eram pequenos, periféricos, e não ocupávamos o centro da cena; não éramos os protagonistas. É só olhar para as novelas antigas que passam no Canal Viva para perceber essa realidade, que representa outra face do Brasil. Hoje, quando vejo um elenco inteiro, formado majoritariamente por jovens atores negros, com todas as pessoas trabalhando para garantir esse protagonismo, isso é realmente emocionante.”
Foto: reprodução
A fala de Cyda Moreno funciona como um registro vivo das transformações que ocorrem no audiovisual brasileiro, mostrando que o protagonismo negro tem ganhado força, visibilidade e reconhecimento. Sua trajetória inspira novas gerações a reivindicarem seus espaços com identidade e potência. Em um país que ainda enfrenta o racismo estrutural, o trabalho e a voz de Cyda são fundamentais para promover o debate e estimular mudanças profundas, tanto nas telas quanto na sociedade.
Foto Halle: Lionel Hahn/Getty Images | Foto David: Graves/Getty Images para Associação de Boxe WAGs
David Justice, ex-jogador da Major League Baseball (MLB), falou sobre o fim de seu casamento com a atriz Halle Berry em meados dos anos 1990. Em entrevista ao podcast All the Smoke, ele admitiu que expectativas tradicionais sobre o papel da esposa e sua imaturidade na época contribuíram para a separação.
Foto: Ron Davis/Getty
“Meu conhecimento sobre relacionamentos não era vasto. Eu era do Centro-Oeste e, na minha cabeça, uma esposa deveria cozinhar, limpar, ser tradicional”, disse Justice, que jogou no Atlanta Braves e se aposentou em 2003. “Ela não fazia essas coisas. Pensei: ‘Se tivermos filhos, será com ela que quero construir uma família?’. Naquela época, como um cara jovem, isso começou a gerar conflitos”, revelou.
O casal se conheceu em 1993 e, cinco meses depois, Berry pediu Justice em casamento. “Eu disse sim, mas não sei se estava de coração aberto. Não queria magoá-la”, confessou. Eles se separaram em 1996 e divorciaram-se oficialmente em 1997. Justice admitiu que poderia ter lidado melhor com o término. “Olhando para trás, aquela garota realmente me amava. Entendo por que ficou tão magoada”, disse. “Eu poderia ter terminado com mais calma”, refletiu.
Justice também falou sobre as suspeitas públicas de que teria agredido Berry durante o relacionamento. Em 1996, a atriz revelou à revista People que um ex-namorado não identificado a agrediu, perfurando seu tímpano. Na época, parte do público associou o episódio a Justice porque a atriz não revelou o nome do agressor.
“Ela deixou o mundo pensar que era eu”, disse ele, citando que torcedores chegavam a gritar: “Ei, Justice, bata na bola como bateu na Halle!”. Em 2015, no entanto, Berry esclareceu em rede social que Justice não era o agressor, encerrando os rumores.
Atualmente, Berry mantém um relacionamento com o músico Van Hunt. Já Justice é casado há 24 anos com Rebecca Justice, com quem tem dois filhos.
No dia 13 de agosto de 2025, Preto Zezé, Cléo Santana e Marcus Vinícius Athayde lançam oficialmente o Instituto Central, um instituto de pesquisa inédito no Brasil que chega com um modelo cooperativo, presença nacional e foco na escuta qualificada das favelas e comunidades populares. Essa iniciativa faz parte do ecossistema Favela Holding, grupo com mais de 30 empresas presidido por Thales Athayde e Leo Ribeiro. O instituto ainda conta com o apoio social da CUFA (Central Única das Favelas) e parceria da Data Goal, que oferece a tecnologia para a realização da primeira grande pesquisa.
O Instituto Central nasce com o propósito de criar uma rede nacional de inteligência social, reunindo pesquisadores-cooperados em todo o Brasil. Sua estreia acontece com uma megapesquisa, que vai ouvir mais de 10 mil pessoas em conflito com a lei — especialmente operadores do tráfico — em 24 dos 27 estados brasileiros, durante 22 dias. Diferente do que se pode imaginar, o estudo não vai focar em crimes ou violência, mas em aspectos humanos como família, formação, hábitos, cotidiano, consumo, sonhos e visão de futuro.
Pessoas invisibilizadas no centro da história
O objetivo principal da pesquisa é humanizar essa população. Geraldo Tadeu, referência nacional em estudos sociais e coordenador técnico do projeto, explica:
“Queremos entender a fundo a realidade desses grupos, sem fazer apologia ao crime ou emitir julgamentos, mas com uma escuta que valorize família, lazer, religião, escolhas e sonhos.”
Depois, a mesma metodologia será aplicada a policiais, com perguntas iguais, criando uma base comparativa inédita no país.
Cooperação para transformar dados em ação
O Instituto é presidido por Cléo Santana e Marcus Vinícius Athayde, que atuam como copresidentes. A coordenação geral está sob responsabilidade de Bruna Hasclepildes, especialista em pesquisa corporativa, e Geraldo Tadeu, fundador do IBPS. O time ainda conta com Fernando da Silva, ex-diretor do IBGE, e uma ampla rede de coordenadores regionais da CUFA.
Para Cléo Santana:
“O Instituto Central nasceu da urgência de transformar territórios em dados, e dados em mudanças reais. Queremos que as pessoas das favelas sejam sócias do conhecimento, protagonistas e cocriadoras de soluções.”
Marcus Vinícius reforça:
“Atuamos hoje em 70 países com a CUFA e a Favela Holding. Ainda este ano, a ideia é expandir o Instituto para pelo menos 50 países, porque os problemas e soluções se repetem pelo mundo. O Instituto Central é uma ferramenta essencial para pensar e construir respostas junto à sociedade.”
Capacitação como base do projeto
A partir de 20 de julho de 2025, o Instituto começou a capacitar multiplicadores e cooperados em todo o Brasil. No dia 13 de agosto, cada região terá uma aula final presencial. No Rio de Janeiro, o encontro será na CUFA da Penha, com representantes de várias favelas como Rocinha, Alemão, Acari, Vila dos Pinheiros, Serrinha e Penha. Depois dessa aula, todos vão ao campo simultaneamente na Penha e em outras comunidades importantes do país, como Sol Nascente (DF), Heliópolis e Paraisópolis (SP).
Geraldo Tadeu lembra:
“Meu primeiro contato com a CUFA foi em 2007, numa pesquisa em 150 favelas do Rio. Desde então, ficou claro que produzir conhecimento com as periferias — e não só sobre elas — era uma urgência nacional. Agora, com o Instituto Central, pesquisadores das favelas são sócios do conhecimento, com autonomia para criar seus próprios caminhos e gerar dados com escuta e respeito.”
Preto Zezé, cofundador da CUFA, complementa:
“O Ceará perdeu muito por falta de formação em pesquisa nas favelas. Com o Instituto Central espalhado, os parceiros locais são donos do projeto e protagonistas da narrativa. Isso vai muito além do empreendedorismo.”
Serviço
Lançamento do Instituto Central Data: 13 de agosto de 2025 Horário: • 09:00 – Café da manhã • 09:30 – Aula final com coordenadores • 10:00 – Coletiva de imprensa • 11:00 – Início oficial da pesquisa de campo Local: CUFA Penha – Rio de Janeiro
Foto: Nada levarei quando morrer, aqueles que me devem cobrarei no inferno (1985)/Miguel Rio Branco
O artista e pesquisador Diogo Nógue enviou uma carta aberta ao Instituto Inhotim, em Minas Gerais, criticando a exibição das obras do fotógrafo Miguel Rio Branco na instituição. Segundo Nógue, as imagens da série Maciel (1979) e do filme Nada levarei quando morrer aqueles que me devem cobrarei no inferno (1985), que retratam comunidades negras do Pelourinho, em Salvador (BA), são apresentadas sem mediação crítica, reforçando estereótipos racistas.
Nas obras denunciadas, o fotógrafo registra cenas de vulnerabilidade, violência e prostituição no Pelourinho. Diogo Nógue argumenta que a montagem atual promove uma “leitura que animaliza e objetifica as pessoas negras”, além de não fazer qualquer contextualização histórica, nem mesmo sobre a participação das comunidades retratadas: “O museu opera como demonstração de poder na narrativa sobre territórios marginalizados”, escreveu o artista, citando análises acadêmicas que apontam para a “estetização da pobreza” diante de um público majoritariamente branco e elitista.
Ele destaca que no vídeo, Miguel Rio Branco “filma de forma voyeristica [sic] brigas, pessoas alcoolizadas, e os moradores em atividades no bairro, a montagem junto a sonoplastia e música transforma as imagens no grotesco e em certas partes erotizando e zombando de mulheres nuas”. Em resposta, o Inhotim afirmou que “prevê ainda para este ano a atualização dos textos das galerias e obras ao ar livre, com o objetivo de propor uma abordagem curatorial atualizada e alinhada às discussões do nosso tempo”, escreveu a equipe de comunicação em resposta ao e-mail enviado por Diogo.
Além de críticas feitas ao modo como a população negra é retratada nas obras e apresentada pelo museu, Nógue sugeriu a interrupção da exibição ou inclusão de narrativas críticas de artistas negros, mediação histórica que relacione as imagens ao racismo estrutural e ao genocídio da população negra, a Bahia, local das fotos, é o estado com mais mortes de negros por violência policial, além da participação comunitária em curadorias futuras.
Ele ainda reforçou na carta enviada para grupos do movimento negro e veículos de comunicação: “É inadmissível exibir imagens de corpos negros sem o protagonismo das comunidades retratadas”.