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Em novo programa, Governo dá apoio técnico, mas não injeta dinheiro em mídia negra e periférica

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O recente lançamento da Incubadora de Soluções para o Jornalismo, promovida pela Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), sinaliza um reconhecimento importante: é preciso fortalecer iniciativas midiáticas negras, periféricas e independentes.

No entanto, uma ausência central compromete o potencial transformador da proposta: não há previsão de aporte financeiro direto para os projetos.

A iniciativa foca em mentorias, diagnósticos, estratégias e capacitação. Ou seja, ferramentas importantes, mas insuficientes quando o ponto crítico é a sustentabilidade. Para mídias negras, frequentemente criadas em contextos de escassez, “investimento” não pode ser sinônimo de apenas formação ou apoio técnico.

Sem recurso para manter equipes, investir em tecnologia, pagar estrutura e ampliar alcance, é inviável pensar em expansão ou consolidação. Na prática, isso significa que a maioria dos veículos negros segue operando no limite, muitas vezes de forma voluntária ou intermitente.

Enquanto isso, as seis maiores estatais federais controladas pelo governo federal — Petrobras, Caixa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Correios e BNDES, assinaram contratos de patrocínio que somaram quase R$ 1 bilhão em 2023, segundo levantamento da Folha de S.Paulo. O contraste escancara que há recursos disponíveis, mas eles continuam concentrados em grandes estruturas, ignorando veículos periféricos e racializados.

É preciso reconhecer: a equidade na comunicação não será conquistada sem distribuição justa de recursos. Falar em democratização da mídia sem dinheiro é manter as desigualdades estruturais travestidas de inclusão.

Capacitar, mapear e diagnosticar é importante. Mas investir diretamente em quem já está fazendo é urgente. Mídias negras precisam de reconhecimento institucional, sim. Mas, acima de tudo, precisam de apoio financeiro para existir, resistir e se expandir com dignidade.

Burkina Faso apresenta seu primeiro carro elétrico 100% nacional com tecnologia solar

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Foto: Reprodução

Burkina Faso deu um passo significativo no cenário de mobilidade sustentável com o lançamento do ITAOUA EV, um veículo elétrico nacional que promete autonomia de 330 quilômetros com apenas 30 minutos de carga. Fabricado em uma unidade de produção em Ouaga 2000, distrito importante do país, o modelo é apresentado como uma solução 100% elétrica, alimentada por energia solar e com baixo impacto ambiental.

De acordo com o fabricante, o ITAOUA EV chega para fortalecer a presença africana no mercado de veículos elétricos (VEs), que deve saltar de US$ 15,8 bilhões (R$ 83,7 bi ) em 2024 para US$ 25,4 bilhões (R$ 134,5 bi) até 2029, segundo projeções da Mordor Intelligence. Apesar de China, Europa e EUA concentrarem 95% das vendas globais de elétricos em 2023, países africanos têm avançado na adoção da tecnologia.

Além de Burkina Faso, Botsuana recentemente lançou seus primeiros veículos elétricos montados localmente, fruto de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa e Inovação Tecnológica do país (BITRI) e fabricantes chineses. Outros mercados em crescimento incluem África do Sul, Marrocos, Quênia, Tanzânia, Angola, Gana, Ruanda, Egito, Etiópia e Benim.

A Sputnik Afrique destacou que o ITAOUA EV representa uma alternativa ecológica e eficiente para o transporte no continente, alinhada à expansão de energias renováveis. Com carga rápida e produção local, o modelo busca se consolidar como opção viável em um setor ainda dominado por grandes potências automotivas.

Lauren e Cameron, da 1ª temporada de Casamento às Cegas, nos EUA, anunciam gravidez após 4 anos de tentativas e FIV

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Foto: Drea Nicole

O casal Lauren e Cameron Hamilton, que se conheceu e se casou na primeira temporada da versão norte-americana do reality ‘Casamento às Cegas’, da Netflix, está esperando seu primeiro filho após quatro anos de tentativas e um processo de fertilização in vitro (FIV). O casal compartilhou a novidade nas redes sociais: “Depois de 4 anos de orações, paciência, e muito amor”, escrevam no Instagram ao compartilhar a novidade através de uma publicidade.

Em uma entrevista para a revista People, eles contaram como foi o processo para engravidar: “Estávamos contando os dias para fazer o teste porque fizemos FIV”, disse Cameron. “Vimos a palavra ‘grávida’ no teste, e foi um momento incrível.” Lauren completou: “Foi um alívio. Nós nos olhamos, eu caí de joelhos e chorei”, disse. O casal também compartilhou um vídeo com imagens de diferentes momentos juntos, até a gravidez.

O casal, que já havia falado abertamente sobre infertilidade em um episódio do podcast The Love Seat, revelou que a gravidez chegou em um momento de luto: Lauren perdeu o pai no Natal de 2024. “Foi uma luz na escuridão”, disse ela. “Meu pai não está aqui fisicamente, mas sabemos que ele está cuidando de nós”. Lauren destacou o apoio de Cameron durante o tratamento: “Ele tem sido incrível, paciente e presente em cada etapa.” Agora no segundo trimestre, ela conta que tem tido desejos por queijo — “bolinhos, macarrão, queijo ralado puro” — e recebido conselhos da também ex-participante Amber Barnett, que recentemente se tornou mãe.

Ansiosos para a chegada do bebê, os dois planejam reviver a infância. “Quero levar ao zoológico, Disney on Ice”, disse Lauren. Cameron quer repetir um gesto do pai: “Dormir com o bebê no peito, como ele fez comigo.”

Barbara Carine explica porque optou por equipe negra em parto de filho em Salvador

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Foto: Reprodução/Instagram

A professora e escritora Barbara Carine compartilhou em suas redes sociais detalhes sobre o nascimento de seu filho com o ator Thiago Thomé, Raro, ocorrido em um hospital privado de Salvador com uma equipe inteiramente formada por profissionais negros. A escolha, segundo ela, foi consciente e visou garantir um atendimento mais humanizado.

“Amores, então o hospital que nasceu foi um hospital privado que você poderia levar a sua equipe privada que você contratou para o parto, que normalmente é a sua equipe de pré-natal, ou você poderia dar entrada no hospital e ser acompanhada ali pela equipe plantonista. Com a gente aconteceu a primeira opção e desde que a gente decidiu que o parto seria em Salvador, a gente escolheu uma equipe de pré-natal que tinha que ter sim essa preocupação em torno da questão da raça”, explicou Barbara em resposta a uma seguidora que questionou “que hospital é esse que só tem profissionais negros?”. “Não significa que é um impeditivo de que você cometa violência contra os seus irmãos e irmãs, mas a gente acredita que está um pouco à frente, que gera uma consciência crítica racial a partir da sua própria experiência como pessoa no mundo.”, completou.

Entre os profissionais que acompanharam o parto estavam o obstetra Matheus de Sá, a enfermeira Paty Sousa e a terapeuta Anailza Meirelles. O nascimento de Raro, ocorrido no último dia 22 de maio, teve complicações que levaram a uma cesárea após 13 horas de trabalho de parto. Barbara relatou que, embora as contrações começassem a cada dois minutos, não houve dilatação suficiente para um parto vaginal: “A bolsa estourou, mas o bebê eliminou mecônio, o que nos fez ir rapidamente para o hospital. Tentamos tudo, mas depois de muitas horas sem progresso, a cesárea foi a melhor opção”, contou.

Em suas redes, a escritora agradeceu a toda a equipe e à “ancestralidade” pelo apoio durante o processo. “Foi uma escolha nossa ter profissionais negros nesse momento tão importante. Eles nos deram segurança e acolhimento”, finalizou.

Em relato de parto, Rayza Nicácio conta sobre cesárea não planejada e cuidados com o filho na UTI neonatal

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Foto: Thai Lazarini

A influenciadora digital Rayza Nicácio anunciou nesta segunda-feira (26) o nascimento de seu filho, Benício José, ocorrido no último dia 21 de maio, exatamente um mês após seu próprio aniversário. Em publicação emocionada no Instagram, Rayza compartilhou detalhes do parto, que não ocorreu como planejado.

Em textos emocionados, ela descreveu os desafios que viveu durante o parto de seu filho com o marido Vinicius Pereira e as frustrações por esse momento não acontecido como esperava. “Meu bebezinho nasceu. As perninhas que me chutavam tão forte na barriga estão aqui fora — agora preciso desviá-las dos pontos da cesárea enquanto estou sentada numa cadeira de amamentação que não escolhi,
uma cadeira de UTI. Sim, foi cesárea. Nem parto a jato, nem sequer normal, também não senti contrações no meu banheiro dos sonhos, nem fiquei em casa até o último minuto. As luzes não estavam baixas, era tudo branco e eu estava tremendo de frio e nervosismo”, detalhou.

“Ainda assim, frustrar as expectativas do meu parto dos sonhos foi a parte mais fácil: difícil foi não ir direto para o quarto com ele e difícil mesmo é ainda não ter ido”, afirmou a influenciadora, que contou que o recém-nascido precisou de auxílio para respirar nos primeiros momentos, mas já está estável sob cuidados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI): “Estamos bem e estáveis”, destacou. “Ele precisou de uma ajudinha com a respiração no começo mas agora só precisa de muito colinho e tetê pra ir pra casa”, afirmou Rayza. 

Rayza também falou sobre seu amor pelo filho e pelo marido: “Estou completamente apaixonada pelo cheirinho, pela boquinha de peixe quando mama e entorpecida de amor por ele e pelo meu marido que nos enche de sacrifício e devoção segundo a segundo”, disse. No entanto, pediu compreensão aos fãs: “Mas vamos precisar de um tempo, íntimas, não sei quanto. Não sei fazer reality show da minha dor, nem quero aprender. Estamos em uma travessia mas estaremos aqui, celebrando a vida e o maior amor que já sentimos”, afirmou.

Baco Exu do Blues critica influenciadores da CPI das Apostas durante show: ‘Isso é mal caratismo’

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Foto: Reprodução

O rapper Baco Exu do Blues usou o palco durante show em Campinas (SP), na madrugada de sábado (24), para criticar a influenciadora Virgínia Fonseca, Carlinhos Maia e outros criadores de conteúdo envolvidos na CPI das Apostas. Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, o artista disparou contra quem apoia os digital creators acusados de promover casas de apostas sem responsabilidade.

“Ultimamente uma coisa me deixou extremamente puto, que foi a CPI com os influencers. Vocês viram essa m***? Primeiramente, se você segue a Virgínia e você está no meu show, você é uma pessoa retardada. Se você segue Carlinhos Maia e você está no meu show, você é uma pessoa retardada, você não devia estar aqui”, declarou o artista, que foi aplaudido pelo público. “Eu não fecho com filha da p*** que usa do poder da influência pra causar o mal na vida das pessoas. Você tem dinheiro já, tem poder, não precisa f*d*r a vida de ninguém. Isso é mal caratismo”, disse.

O cantor ainda reforçou sua posição contra quem lucra com publicidade de apostas: “Você tem dinheiro e poder, não precisa ferrar com a vida de ninguém. Isso é mau caratismo e falta de conduta”, disse Baco, que ainda destacou como pessoas mal intencionadas utilizam redes sociais fingindo ser boas: “Várias pessoas más fingem ser boas, legais no TikTok. Pau no c* de todo mundo”, finalizou ele.

Virgínia Fonseca foi uma das convocadas a depor na CPI das Apostas, onde respondeu como testemunha a perguntas da senadora Soraya Thronicke (União-MS) sobre a regulamentação de propagandas de cassinos online. Após o depoimento, a influencer perdeu mais de 100 mil seguidores e virou alvo de críticas nas redes.

Racismo à la carte: quando o menu é para todos, mas o respeito não

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Foto: Freepik

Por Luciano Ramos

Ser negro no Brasil é saber que a porta pode estar aberta, mas o ambiente, nem sempre. É atravessar espaços da classe média como quem caminha sobre vidro fino: um passo em falso, e você se torna suspeito, deslocado, incômodo. Às vezes, nem é preciso errar. Basta estar ali — sentado num restaurante sofisticado, escolhendo um vinho, esperando a sobremesa — para ser lembrado, de forma sutil ou brutal, de que aquele lugar não foi pensado para você.

O racismo nesses espaços não grita. Ele sussurra. Se manifesta no garçom que te atende por último, no segurança que te observa de longe, na hostess que te examina dos pés à cabeça antes de te conduzir à mesa. E também no olhar atravessado de outros clientes brancos, incomodados com sua presença, como se você fosse um ruído na harmonia daquele “bom gosto” elitista.

Os dados não deixam dúvidas. Um estudo do Instituto Locomotiva revelou que sete em cada dez pessoas negras já sofreram preconceito em lojas, shoppings, supermercados ou restaurantes. Já uma pesquisa de 2024 apontou que nove em cada dez pessoas negras das classes A e B afirmam já ter passado por situações racistas em lojas de luxo no Brasil. A dor, portanto, não é isolada — é estrutural e cotidiana.

O racismo nesses ambientes também é arquitetônico. Está nos preços que segregam, na quase total ausência de pessoas negras em cargos de prestígio, na decoração que exibe máscaras africanas como “charme”, mas recusa dignidade à negritude viva. Está, inclusive, no silêncio — porque quando reagimos, nos chamam de sensíveis. Quando apontamos o racismo, nos acusam de exagero.

Mas é preciso dizer: não é exagero querer existir plenamente. Não é exagero exigir respeito.

Frequentar um restaurante, vestir-se bem, ocupar espaços de lazer e cultura da classe média não deveria ser um ato de resistência — mas ainda é. Para muitos de nós, cada entrada nesses ambientes é uma reafirmação do direito de existir e ocupar os espaços que queremos. Todavia, muitas vezes, ocupar esses espaços maltrata a nossa saúde mental. Toda pessoa negra consciente do racismo a que somos submetidos nesses espaços se prepara para estar ali. Nesse sentido, é preciso respirar fundo, manter o queixo erguido, ter o CPF na ponta da língua e o tom de voz estrategicamente calculado. Porque ser negro e livre incomoda. Ser negro e bem-sucedido ofende. Ser negro e feliz, para alguns, é imperdoável.

O problema não é a nossa presença. É a estrutura racista que ainda nos vê como intrusos. Mas seguimos. Sentamos à mesa. Pedimos a carta de vinhos. Olhamos fixamente e, às vezes, sorrimos ironicamente para quem nos encara. E, sobretudo, lembramos: nós existimos. Sempre existimos. Só não nos queriam ali.

Exposição em Salvador celebra centenário de Mãe Stella de Oxóssi e seu legado cultural

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Foto: Divulgação

Encerra no próximo dia 31 de maio a exposição Maria Stella de Azevedo Santos – Meu Tempo é Agora, em cartaz no M.E. Ateliê da Fotografia, localizado no Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador. A mostra, que pode ser visitada de quarta a domingo, das 16h às 19h, com entrada gratuita, homenageia os 100 anos de nascimento de Mãe Stella de Oxóssi – ialorixá, escritora, acadêmica e uma das maiores referências do candomblé no Brasil.

Com curadoria de Mário Edson, a exposição reúne obras de 30 artistas plásticos, além de fotografias, livros e o recém-inaugurado Jardim das Folhas Mãe Stella de Oxóssi, espaço simbólico dedicado à ancestralidade da líder religiosa. A programação, que se estendeu por mais de um mês, contou com a presença das atrizes Alessandra Negrini, Edvana Carvalho e Evelin Buchegger, rodas de conversa com a artista Viga Gordilho, mentoria em grupo com o curador e apresentações musicais de Edu Casanova.

A mostra integra o projeto IMORTAIS 2025 – Reverberando histórias, culturas e saberes, que já celebrou personalidades como Frida Kahlo, Clarice Lispector e Milton Nascimento. A edição deste ano é dedicada à trajetória de Mãe Stella, quinta ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, autora de nove livros, doutora honoris causa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro da Academia de Letras da Bahia.

“Mãe Stella representa muito mais do que uma liderança religiosa — ela é uma intelectual, uma autora de referência e uma voz essencial da cultura afro-brasileira. Esta mostra celebra sua trajetória e amplia o alcance de sua obra para além dos muros do Ilê Axé Opô Afonjá”, afirma o curador Mário Edson.

Para marcar o encerramento, o M.E. Ateliê da Fotografia receberá ex-alunos do Colégio Portinari, que em 2014 tiveram a honra de receber Mãe Stella em uma visita especial. Na ocasião, a ialorixá presenteou os estudantes com um boneco inspirado no livro Terra Viva – adotado naquele ano pela escola – e uma muda de Baobá. O encontro de encerramento incluirá uma roda de conversa afetiva para reviver o momento, reforçando a conexão entre memória, educação e ancestralidade.

SERVIÇO
IMORTAIS 2025: Mostra celebra o centenário de Mãe Stella de Oxóssi e seu legado cultural
Data: Até 31 de maio de 2025
Horário: 16h às 19h (de quarta a domingo)
Local: M.E. Ateliê da Fotografia – Ladeira do Boqueirão, 6, Santo Antônio Além do Carmo, Salvador
Entrada: Gratuita

“Pablo & Luisão”, série baseada na vida de Paulo Vieira, estreia no Globoplay com humor e nostalgia

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Foto: Globo/Fábio Rocha

“Pablo & Luisão”, série baseada nas histórias reais da família do humorista Paulo Vieira, estreou na última quarta-feira (22) no Globoplay. Com 16 episódios disponíveis de uma vez, a produção é estrelada por Ailton Graça, Otávio Müller e Dira Paes e mistura humor, aventura e confusões inspiradas no passado do artista.

“É a história da minha vida, da minha família e de dois grandes amigos. A série fala do meu lugar no mundo. Descobri que quando falo das minhas origens, estou validando um monte de existências. Como artista, entendo que a minha missão é virar as câmeras para o lugar de onde eu vim”, comenta. “São 16 histórias, todas verdadeiras e passadas no período da minha infância e adolescência. Cada história começa e termina no próprio episódio. Meu pai e Pablo são dois sonhadores, azarados, empreendedores, duas crianças muito infantis e, acima de tudo, são dois esperançosos. Sempre pensam em criar algo novo. A cada episódio vamos ver uma de suas aventuras”, afirma.

O humorista revela que o processo criativo foi orgânico: “Eu sempre escrevi nas redes. Umas das minhas brincadeiras era transmitir a minha família ao vivo, pois a rede social tem essa característica de você comentar os eventos do mundo ao vivo, e eu ficava comentando sobre a minha família. Então, as pessoas se sentiam íntimas deles”, lembrou ele. “Na pandemia, comecei a escrever com mais frequência. E fomos atingindo números cada vez maiores de comentários, impulsionamento, trends e tudo mais. Todos os dias eu escrevia na rede uma história de Pablo e Luisão, e fomos criando uma comunidade gigante”.

A adaptação para TV manteve o tom confessional: “Sou eu contando as histórias da minha família. O episódio começa comigo perguntando: ‘Eu já contei para vocês o dia que…’”, explicou Paulo Vieira. Essa foi a solução encontrada para transportar a intimidade das redes sociais para o audiovisual.

“As pessoas podem esperar uma série que represente a vida delas, fazendo com que se reconheçam e possam ser felizes contando sobre suas trajetórias. Quero que a série inspire as pessoas a tomarem suas histórias e se orgulhem delas”, destacou Paulo.

Guia Negro celebra 8 anos e indica destinos imperdíveis para quem quer viajar com olhar afrocentrado

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“A trajetória do Guia Negro é uma abertura de caminhos. Quando começamos a produzir conteúdo e experiências turísticas sobre história e cultura negra, já existiam outras pessoas fazendo, mas não era algo disseminado. O mercado foi se expandindo junto com a gente”, afirma o jornalista Guilherme Soares Dias, fundador do projeto. Em 2025, o Guia Negro completa oito anos como uma das principais plataformas de afroturismo no país.

Ao longo dessa trajetória, a iniciativa ajudou a popularizar conceitos como afroturismo e a transformar a forma como viajantes negros — e não negros — se relacionam com os destinos que visitam. “Percebemos que hoje há muito mais gente que conhece esse tema, que busca essa conexão com a história e com a cultura negra nas suas viagens. Nosso desejo é que cada vez mais pessoas pretas possam viajar — e que todo mundo conheça melhor essa cultura, essa história.”

O futuro do projeto também já está traçado: levar as caminhadas negras para todas as 27 capitais brasileiras. “Hoje estamos em 22, mas queremos mostrar que há história negra no país inteiro. Desde Porto Alegre no Sul até Macapá no Norte. Nosso olhar para essas cidades fez com que elas se olhassem também. Mudaram nomes de ruas, de praças, reconheceram heróis e heroínas negros que antes eram invisíveis. Isso desperta o desejo de conhecer — e de se reconhecer.”

Destinos que todo viajante deveria conhecer, segundo o Guia Negro

Para celebrar os oito anos do projeto, Guilherme compartilhou com o Mundo Negro uma lista de lugares que, segundo ele, toda pessoa deveria conhecer ao menos uma vez — especialmente com um olhar atento para a presença e resistência negra:

São Paulo (SP)

“Todo mundo que vem pra cá buscando cultura negra acaba se surpreendendo.” Museu Afro Brasil, Paraleluzia, escolas de samba como a Vai-Vai, rodas de samba, restaurantes africanos e aulas de samba-rock sob o Viaduto do Chá mostram que a maior cidade do Brasil pulsa negritude, apesar de sua história de embranquecimento.

Colômbia

Com destaque para Cartagena das Índias e Cali, o país reúne cultura negra caribenha, salsa, palenqueiras e o grandioso Festival Petronio Álvarez, que acontece em agosto. “Todo brasileiro que for pra lá vai se sentir em casa.”

África do Sul

“Um destino completo”, diz Guilherme. Com voos diretos do Brasil, é alternativa para intercâmbio, turismo cultural, lua de mel e viagens LGBTQIA+. “Tem cultura, moda, parada LGBT, história — e se fala inglês.”

Rio de Janeiro (RJ)

Eleito pelo Guia Negro como melhor destino de afroturismo. Locais como a Pedra do Sal superaram o Cristo Redentor em número de visitantes em 2023. “É o Rio preto, das favelas, de Madureira, dos sambas, dos grafites e da memória negra visível.”

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