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Kaldi: o bar de sucesso que agita a Islândia e foi fundado por um baiano

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Foto: Lilja Jons/Arquivo pessoal George Leite

O que começou como um intercâmbio se transformou em uma trajetória de sucesso no norte da Europa. George Leite, de Feira de Santana, é o fundador do Kaldi, um dos bares mais conhecidos de Reykjavik, capital da Islândia. O espaço é famoso pela produção própria de cerveja e gin, e por contar com um cardápio composto por mais de 200 opções de bebidas de diferentes países. O sucesso do Kaldi tornou o brasileiro uma referência no empreendedorismo local.

A Islândia encantou George em 1998, quando ele chegou ao país como estudante e nadador de 19 anos. O que seria uma breve experiência acabou se tornando um novo lar. A virada aconteceu por meio do polo aquático, esporte que o levou a conquistar uma bolsa de estudos na Universidade de Reykjavik, onde se formou em Administração.

Foto: Divulgação/Kaldi

Os primeiros anos foram desafiadores com o clima extremo, as longas noites de inverno e a paisagem sem árvores exigiram adaptação. Mas George rapidamente aprendeu o islandês enquanto trabalhava em um bar de alto padrão. A experiência o inspirou a abrir o próprio negócio.

Em 2013, nasceu o Kaldi Bar, nome inspirado na expressão local “fáum okkur í eina kaldi” (“vamos tomar uma gelada”). O foco sempre foi o público islandês, o que, segundo George, se tornou um diferencial. “Apesar de receber uma grande quantidade de turistas, meu foco são as pessoas daqui e de alguma forma isso se tornou o nosso diferencial”, explicou em entrevista ao g1 em 2023.

Foto: Hallur Karlson/Arquivo pessoal George Leite

O sucesso do Kaldi consolidou o baiano como um dos primeiros homens negros a empreender na Islândia. Hoje, ele também comanda uma fábrica de soda, uma distribuidora de bebidas e um escritório de audiovisual, além de oferecer consultorias para bares e restaurantes.

“Se eu falasse que nunca rolou um olhar torto, eu estaria mentindo. Sou um homem preto, estrangeiro, que abriu um negócio em um país 99% branco. Mas desde que cheguei na Islândia, fui muito bem recebido. O fato de ser negro despertou na população uma curiosidade positiva: um negro que se destacou em um esporte de brancos, que concluiu a faculdade. Aprendi a usar o fato de ser fisicamente diferente das pessoas locais ao meu favor. Então, minha estratégia sempre foi entregar simpatia e sorrisos”, afirmou na época.

Mais de duas décadas após deixar a Bahia, George Leite se tornou uma referência de sucesso fora do Brasil. Como resultado, o Kaldi ainda foi eleito “Bar com a Melhor Atmosfera de 2023” e vencedor do prêmio de “Melhor Coquetel do Ano de 2024” pelo Reykjavik Cocktail Week (RCW).

Taís Araujo faz pausa na TV em 2026 após se decepcionar com os rumos de Raquel em ‘Vale Tudo’

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Foto: TV Globo

Taís Araujo decidiu dar uma pausa na televisão em 2026, após viver Raquel no remake de ‘Vale Tudo’, novela das nove da TV Globo que chega ao fim nesta sexta-feira (17). A atriz, um dos grandes nomes da teledramaturgia brasileira, optou por descansar sua imagem e dedicar o próximo ano a novos projetos e à família. A informação é do blog Outro Canal da Folha de São Paulo.

De acordo com fontes próximas, Taís ficou decepcionada com os rumos de sua personagem e com a forma como a trama se desenvolveu, especialmente na reta final. Apesar disso, ela afirma ter buscado dar profundidade e dignidade à Raquel, mesmo diante do esvaziamento do papel.

A relação com a Globo também teria sido afetada, já que a atriz esperava uma abordagem diferente para sua personagem quando recebeu o convite para integrar o elenco. Ainda assim, ‘Vale Tudo’ trouxe bons resultados para Taís, que ampliou ainda mais sua presença no mercado publicitário e firmou novos contratos com marcas durante o período em que a novela esteve no ar.

Em 2026, a artista pretende se afastar de trabalhos longos e concentrar-se em uma nova peça teatral, que está em fase de aquisição de direitos, além de seguir com compromissos comerciais e aproveitar mais o tempo ao lado da família.

No desfecho de ‘Vale Tudo’, Raquel termina ao lado de Ivan (Renato Góes), vivendo com o marido e o neto, Salvador, enquanto Maria de Fátima (Bella Campos) parte em busca de um “final feliz” ao lado de um homem rico.

Taís Araujo tem contrato fixo com a TV Globo até o fim de 2027.

Ale Santos promove webinar imersivo sobre Afrofuturismo e suas aplicações na educação

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Foto: Reprodução/Instagram

O escritor, roteirista e ativista Ale Santos, autor de ‘O Último Ancestral’ e ‘Rastros de Resistência’, realiza no próximo sábado, 25 de outubro, às 14h, um webinar exclusivo sobre Afrofuturismo e o papel das narrativas negras na construção de futuros descolonizados.

Com duração de duas horas, o encontro propõe uma imersão nos conceitos e nas práticas afrofuturistas aplicadas à educação, literatura e desenvolvimento pessoal, ampliando o olhar sobre o protagonismo negro no presente e no futuro.

Entre os temas que serão abordados estão: O que é Afrofuturismo; Raízes da literatura afrofuturista; Fundamentos do Afrofuturismo brasileiro; Análise de obras nacionais; e Grupo exclusivo de discussão com pesquisadores.

A proposta do curso é estimular uma reflexão sobre o poder educacional da ficção científica e de outras expressões culturais que projetam o povo negro como agente de transformação e inovação no futuro.

Ale Santos é um dos principais nomes do Afrofuturismo no Brasil. Suas obras exploram o entrelaçamento de ancestralidade, tecnologia e resistência negra, abrindo caminhos para novas gerações de leitores e educadores.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas neste link. O investimento é de R$80 até o dia 20 de outubro, e R$130 após essa data. O pagamento pode ser realizado via Pix.

Esposa de Akon solicita €100milhões no divórcio e tribunal descobre apenas US$ 10 mil na conta do cantor

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Foto: reprodução

Após quase três décadas de casamento, a esposa de Akon, Tomeka Thiam, solicitou o divórcio e exigiu €100 milhões como compensação. No entanto, investigações judiciais revelaram que a conta pessoal do cantor contém apenas US$ 10 mil, enquanto a maior parte de sua fortuna estaria registrada em nome de sua mãe.

A solicitação de €100 milhões por parte de Tomeka Thiam reflete sua alegada contribuição significativa na construção do império multifacetado de Akon, que inclui a indústria musical, investimentos imobiliários e a iniciativa Akon Lighting Africa.

A descoberta de que a maior parte da riqueza de Akon está registrada em nome de sua mãe gerou especulações sobre a possibilidade de o cantor ter transferido seus ativos para proteger seu patrimônio durante o processo de divórcio. Especialistas em direito de família alertam que essa situação pode complicar o processo de divisão de bens, caso seja confirmado que os ativos não estão sob o controle legal de Akon.

Até o momento, nem Akon nem seus representantes se manifestaram publicamente sobre o andamento do processo de divórcio. O caso continua a atrair atenção internacional, levantando questões sobre estratégias financeiras em situações de separação e a complexidade das disputas patrimoniais.

De que mulheres para o STF estamos falando?

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Foto: Antonio Augusto/STF

Por: Fayda Belo – advogada, TEDx Speaker e consultora em crimes de gênero e direito antidiscriminatório

Com o anúncio da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, reacendeu-se o debate sobre a urgência de uma nova indicação feminina para o Supremo Tribunal Federal, hoje composto por dez homens e apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia.

Mas antes de celebrar a ideia de “mais uma mulher”, é preciso fazer uma pergunta essencial: de que mulheres estamos falando?

Desde o Império, o poder no Brasil foi planejado, exercido e reproduzido por homens. Em mais de 130 anos de existência, o STF teve apenas três mulheres em sua composição, e todas elas, mulheres brancas.

Esse dado revela o quanto os espaços de poder e decisão no universo jurídico ainda permanecem reféns de uma lógica patriarcal e colonial, sustentada por um racismo epistêmico que invisibiliza, deslegitima e silencia a intelectualidade das mulheres negras.

O racismo epistêmico retira das mulheres negras o direito de serem reconhecidas como elaboradoras de conhecimento, formuladoras de teoria e intérpretes legítimas da justiça, desqualificando o conteúdo do saber e as credenciais pelo corpo que as carrega, impedindo que o sistema jurídico se beneficie da pluralidade de intelectualidades e epistemologias que poderiam corrigir vieses, ampliar horizontes e
humanizar decisões.

Quando o debate público sobre a vaga no STF se limita a “ter uma mulher”, sem racializar à discussão, ele reproduz o mecanismo de reconhecer o gênero como critério de inclusão, mas mantém a branquitude como critério de legitimidade e a exclusão continuam apenas sem o constrangimento do racismo declarado.

O discurso de que “basta ser uma mulher” parece progressista, mas é uma armadilha retórica, pois desracializa o debate e transforma o gênero em uma categoria isolada, produzindo uma igualdade seletiva que beneficia apenas algumas mulheres e deixa intactas as estruturas que mantêm as demais à margem.

Da mesma forma, o argumento de que não importa a cor, desde que seja uma mulher soa inclusivo, mas é, na verdade, a defesa da manutenção da branquitude como norma, o que no Direito, é o que se chama de discriminação indireta: não se proíbe explicitamente a presença de mulheres negras, mas se estrutura o discurso e o processo de escolha de modo a garantir o mesmo resultado de exclusão.7

Trata-se de uma forma de perpetuar um sistema de justiça que se diz imparcial, mas continua estruturalmente excludente.

A indicação que o presidente Lula fará para a vaga deixada por Barroso é, portanto, uma oportunidade histórica de romper com essa lógica. Não se trata apenas de corrigir o desequilíbrio de gênero, mas de enfrentar o pacto da branquitude que mantém mulheres negras afastadas das mais altas instâncias do poder jurídico.

O Brasil não precisa apenas de mais uma mulher no Supremo. O Brasil precisa que essa mulher seja uma mulher negra, porque a história já mostrou que é possível ampliar a presença feminina sem alterar as hierarquias raciais que sustentam o poder.

Por isso, a não indicação de uma mulher negra não será apenas uma omissão política, será também um ato de continuidade colonial, que reafirma quais corpos podem decidir e quais só podem ser julgados.

O que está em debate, portanto, não é apenas gênero, mas quais experiências, saberes e epistemologias o Estado brasileiro considera dignos de ocupar o vértice do seu sistema de justiça.

Nia Long e Larenz Tate se reencontram em novo drama romântico da Netflix inspirado no álbum de Maxwell

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Foto: J. Countess/Getty

Nia Long e Larenz Tate, estrelas do clássico ‘Love Jones’ (‘Uma Loucura Chamada Amor’), de 1997, estão prestes a se reencontrar nas telas em um novo drama romântico sem título, dirigido por Eugene Ashe, responsável pelo aclamado ‘O Amor de Sylvie’. A informação foi revelada pelo Deadline.

O projeto, aprovado pela Netflix, marca mais uma colaboração entre os dois atores que recentemente trabalharam juntos no filme biográfico Michael Jackson, da Lionsgate. Fontes próximas ao projeto revelam que o filme foi oferecido à empresa após uma reestruturação na Amazon.

‘Uma Loucura Chamada Amor’ (Foto: Divulgação)

Inspirado no álbum de estreia do cantor R&B Maxwell, ‘Urban Hang Suite’, o roteiro está sendo mantido em segredo. Ashe assina a direção ao lado de Kay Oyegun, roteirista e produtora conhecida por seu trabalho na série ‘This Is Us’. A produção é assinada por James Lopez, Charles D. King e Poppy Hanks, do Macro Film Studios, com Maxwell, John D. Hammond, Long e Tate como produtores executivos.

‘Uma Loucura Chamada Amor’, dirigido por Theodore Witcher, é um marco do cinema romântico dos anos 1990 em Chicago, contando a história de Darius Lovehall (Tate), jovem poeta e romancista, e Nina Mosley (Long), fotógrafa, cujo romance cativou uma geração. Em ‘Michael’, de Antoine Fuqua, com lançamento previsto para 24 de abril de 2026, Long interpreta Katherine Jackson, matriarca da família, enquanto Tate vive Berry Gordy, lendário executivo da Motown Records.

Professora negra aprovada em 1º lugar na USP tem concurso anulado após ação judicial de candidatos brancos

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Foto: Reprodução/Instagram

A professora e doutora em Literatura Érica Bispo, que conquistou o primeiro lugar em concurso para docente na USP (Universidade de São Paulo) na cadeira de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, teve sua aprovação anulada após ação judicial movida por concorrentes brancos que questionaram sua qualificação e levantaram suspeição sobre a banca avaliadora.

Recentemente, a professora denunciou o caso nas redes sociais. “Eu fui a única candidata preta a me candidatar a fazer esse concurso, e seis candidatos brancos entraram com recurso, alegando, dentre outras coisas, que eu não tinha capacidade para me tornar professora da USP. Eles alegaram que eu tive um certo favorecimento, alegaram uma suspeição da banca”, relatou. Érica destacou que o recurso “tem um caráter discriminatório” e reforçou “Eu passei por mérito, em primeiro lugar”.

Ao longo da semana, Érica continuou a fazer outros vídeos detalhando o que vem acontecido com ela desde que foi aprovada no concurso. “A anulação é baseada na ideia de uma amizade íntima entre mim e duas professoras da banca. As provas? Seis fotos aleatórias retiradas de redes sociais, que são fotos de eventos e congressos da área de literaturas africanas, que é uma área bem pequenininha, entre 2019 e 2022. São fotos que são do Rio de Janeiro, Moçambique, de Natal, São fotos em grupos, e que definitivamente não provam uma amizade íntima”, disse no segundo vídeo publicado.

Segundo Érica, as fotos foram aceitas pela universidade e ela perdeu a vaga. “A procuradoria da USP considerou essas fotos, mais uma legenda em que dizia: ‘entre amigos é muito bom’, como prova cabal para anular o concurso, desconsiderando totalmente que a banca é composta por cinco professores e que os cinco professores me deram notas super consistentes e bastante altas o tempo inteiro. Ou seja, não houve um favorecimento. O concurso foi anulado por um mero indício.”

No terceiro vídeo, a professora também afirmou que teve dificuldade para apresentar a sua defesa. “Imagina que você é acusado de alguma coisa, você prepara sua defesa, mas na hora do julgamento, você descobre que ninguém leu aquilo que você escreveu. Foi isso que aconteceu no meu caso com a USP”, relatou.

“Quando eu fui notificada de que havia um processo administrativo que poderia vir a anular o meu concurso, eu me manifestei por e-mail dentro do prazo, mandei mais de uma manifestação e, dentre elas, uma manifestação técnica elaborada pelos meus advogados. O processo andou, o concurso foi anulado e depois do concurso anulado eu pedi o processo inteiro. E aí quando eu tomei eficiência do processo inteiro, eu descobri que a manifestação técnica que tinha sido elaborada pelos meus advogados não foi incluída. Ou seja, foi me negado o direito à ampla defesa. O conselho universitário votou sem, ao menos, ter ciência daquilo que eu estava argumentando para me defender. Em outras palavras, a USP não só validou essas acusações frágeis, como também não garantiu que eu tivesse o meu direito à ampla defesa”, denunciou Érica.

No último vídeo publicado nesta terça-feira (14), Érica finaliza dizendo que nem todos dentro da USP ficaram de acordo com a decisão. “A primeira instância em que isso passa, que é a congregação da FFLCH rejeitou o recurso e concordou comigo, me deu razão, tanto que eu tive meu concurso homologado. Depois da decisão da congregação, o processo sobe para outra instância, passa para a Procuradoria da USP e para o Conselho Universitário da USP. Nessa outra instância, a Procuradoria resolveu acolher o recurso, mesmo com esses argumentos frágeis”.

“Ou seja, a alta cúpula da Universidade optou por ignorar a decisão tomada na congregação e validar a narrativa que questionava o mérito de uma professora negra que foi aprovada por unanimidade. Eu penso que uma instituição do tamanho da USP deveria proteger a lisura dos seus processos, dos seus concursos. E pra isso precisaria proferir decisões baseadas muito mais em fatos comprovados e apurados do que em indícios”, finaliza a professora, afirmando que em breve irá publicar outro vídeo detalhando mais sobre o caso, envolvendo a decisão do Ministério Público.

Apenas 21% dos docentes do ensino superior são negros, aponta levantamento do Inep

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Foto: reprodução

O ensino superior brasileiro mantém os professores negros em minoria. Segundo o Censo da Educação Superior do Inep, apenas 21% dos docentes se declaram pretos ou pardos, embora negros e pardos representem mais da metade da população do país. O dado evidencia a persistente desigualdade racial e a falta de representatividade no ambiente acadêmico.

Embora políticas públicas como a Lei de Cotas (Lei nº 12.990/2014) tenham ampliado o acesso de estudantes negros às universidades, a presença de docentes negros permanece aquém da realidade demográfica do país. Em 2023, apenas 2,9% dos professores universitários se autodeclararam pretos, e 18,2% pardos, totalizando 21% de docentes negros. Esses números contrastam com os 55,5% de brasileiros que se identificam como pretos ou pardos, conforme o Censo de 2022 do IBGE (Brasil de Fato).

A ausência de professores negros nas universidades reflete uma estrutura educacional excludente que limita o acesso e a permanência desse grupo em posições acadêmicas. Segundo estudo da Fiquem Sabendo, apenas 2,9% dos docentes se identificam como pretos, correspondendo a menos de um terço da proporção de pretos na população brasileira (10,2%).

Especialistas apontam que a falta de representatividade negra no corpo docente impacta negativamente o senso de pertencimento dos estudantes negros. A ausência de modelos acadêmicos que compartilham experiências e trajetórias semelhantes pode desencorajar a permanência e o sucesso desses alunos no ensino superior. Além disso, a escassez de docentes negros limita a diversidade de perspectivas e a produção de conhecimento que reflita a pluralidade da sociedade brasileira.

Apesar dos avanços nas políticas de inclusão, como a ampliação do ingresso de estudantes negros nas universidades, a representatividade docente permanece um desafio. A implementação efetiva de cotas raciais nos concursos públicos é essencial para corrigir essa distorção histórica e promover uma educação mais justa e plural.

Neste Dia dos Professores, é fundamental refletirmos sobre a importância da representatividade negra no ensino superior. A presença de docentes negros não é apenas uma questão de justiça social, mas também um imperativo para a construção de uma educação que verdadeiramente reflita a diversidade e a riqueza cultural do Brasil.

É necessário um compromisso coletivo para transformar essa realidade, por meio de políticas públicas eficazes, ações afirmativas e uma mudança estrutural que promova a equidade racial no ambiente acadêmico. Somente assim poderemos garantir uma educação superior que seja verdadeiramente inclusiva e representativa de toda a sociedade brasileira.

Spike Lee virá ao Brasil para receber o título de cidadão honorário fluminense

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Foto: reprodução

Spike Lee, um dos mais potentes nomes do cinema contemporâneo, voltará ao Rio de Janeiro para um momento simbólico e urgente: será oficialmente nomeado Cidadão Honorário do Estado do Rio, pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em reconhecimento à sua obra que une arte, ativismo e memória negra.

A programação de sua visita carrega camadas de significado para a luta antirracista no Brasil. No sábado (19/10), haverá uma exibição especial do filme Luta de Classes em Botafogo, seguida de um passeio pela Pequena África, região marcada pela história e resistência negra. No dia seguinte, o cineasta participará de uma roda de conversa com a deputada estadual Dani Balbi (PCdoB) — autora da proposta —, o produtor cultural Dom Filó, integrantes do Instituto Cultne e jovens profissionais do audiovisual, para discutir inclusão, diversidade e memória negra.

O título de cidadão honorário, formalizado no Projeto de Resolução 1.160/24, aprovado em maio pela Alerj, é um reconhecimento que ultrapassa fronteiras. É o Brasil celebrando um artista que, ao longo de décadas, construiu uma filmografia marcada pela denúncia do racismo, pela valorização da cultura negra e pela defesa inegociável da justiça social. Autor de clássicos como Faça a Coisa Certa, Malcolm X e Infiltrado na Klan, Spike Lee segue sendo uma das vozes mais contundentes do cinema político mundial.

O vínculo do diretor com o Brasil vem de longe. Em 1995, ele filmou no Morro Santa Marta, no Rio, e no Pelourinho, em Salvador, o icônico videoclipe They Don’t Care About Us, de Michael Jackson — obra que se tornou um marco na representação das periferias e favelas em produções internacionais.

Mais do que uma homenagem, a presença de Spike Lee no Rio de Janeiro reafirma que arte, memória e justiça racial são partes inseparáveis da construção do nosso presente. Que esta condecoração inspire o reconhecimento de mais narrativas negras, a valorização das periferias e o fortalecimento dos laços entre o Brasil, sua ancestralidade e o povo negro que o sustenta.

‘Sem Glamour’: Chef Vladimir Reis, do Dim Sum Rio, anuncia autobiografia sobre os bastidores das cozinhas

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Foto: Divulgação

O chef carioca Vladimir Reis, conhecido por sua expertise na culinária chinesa e pelo restaurante Dim Sum Rio, anuncia que está escrevendo atualmente a sua autobiografia, ‘Sem Glamour’. No livro, ele compartilha os bastidores das cozinhas profissionais, expondo desafios como “o submundo das panelas encardidas, dos patrões abusivos, das cozinhas improvisadas e dos sonhos moídos no moedor da desigualdade”. Fechado por “interferências externas”, o chef também anuncia que o Dim Sum Rio deve ser reaberto em breve.

Antes de se tornar referência na gastronomia, Vladimir vendia quadros nas ruas do Rio para custear seus estudos, mostrando desde cedo uma trajetória marcada por resistência, criatividade e coragem. O primeiro contato com cozinhas profissionais surgiu por meio de um convite de um amigo, transformando uma oportunidade temporária em missão de vida e paixão pela culinária.

Comecei pintando e vendendo quadros. Foi com essa renda que paguei meu curso. Quando me formei, eu sabia que Santa Teresa seria o lugar onde as portas se abriram. Ali começou minha verdadeira história na cozinha”, revela o chef natural de Nilópolis, cidade da Baixada Fluminense.

Foto: Divulgação

Com mais de 20 anos de carreira, o chef acumula experiências que atravessam continentes e tradições: da culinária francesa à brasileira, da asiática à contemporânea. A passagem por Singapura foi decisiva, onde se especializou na técnica do Dim Sum, e ao retornar ao Rio, fundou o Dim Sum Rio, que começou como barraquinha em feiras de rua e ganhou restaurante próprio em 2021.

Durante a pandemia, Vladimir também se tornou um líder comunitário, criando redes de solidariedade entre cozinheiros negros e fortalecendo a agricultura familiar em Japeri, valorizando pequenos produtores orgânicos. Pelo conjunto de sua trajetória, recebeu da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro uma moção honrosa, reconhecimento de seu compromisso social e luta por justiça.

Em ‘Sem Glamour’, o chef narra a sua própria vida, de quem iniciou por sobrevivência antes de cozinhar por paixão, revelando a rotina de cozinhas improvisadas, patrões abusivos e os obstáculos enfrentados por profissionais invisibilizados. Entre a fome da infância e o calor dos fogões industriais, Vladimir constrói um relato visceral sobre resistência, ancestralidade e transformação social.

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