A ex-ginasta artística, Daiane dos Santos, se apresentou no último domingo (07) na “Dança dos Famosos”, no Domingão com Huck, da Globo. Ao ritmo do funk, ela garantiu o primeiro lugar da prova e encantou o júri e a internet com sua apresentação.
Mesmo longe das competições, Daiane dos Santos mostrou que ainda tem o dom, não é atoa que ela foi a primeira brasileira a ser campeã mundial de ginástica artística. Ao som do Bonde das Maravilhas e ao lado do professor Daniel Norton ela quebrou tudo no funk.
Na Dança dos Famosos sua apresentação foi considerada “histórica”, como definiu uma das juradas, Ana Botafogo. Já o jurado Jonathan Azevedo, disse que ela “elevou o funk para outro patamar”.
Além dos diversos elogios do júri, ela também saiu com as melhores notas da noite, Zebrinha, conhecido por ser um dos mais exigentes no programa, deu 9.1, a nota mais alta que ele deu até o momento.
Mas não foi só no Domingão com Huck que ela recebeu diversos elogios. Na internet, ela se tornou trend topic no Twitter e sua apresentação teve vários compartilhamentos com diversos elogios.
a daiane dos santos simplesmente alugou um triplex na minha cabeça hoje porque eu já assisti esse vídeo umas 10 vezes e eu não to nem brincando pic.twitter.com/6N86jWd8s9
toda vez que o video da daiane dos santos passa na minha tl eu me sinto na obrigação de assistir. Eu estou totalmente hipnotizada. Eu ja perdi a conta de quantas vezes eu vi
Nas suas redes sociais, Daiane agradeceu todas as mensagens e o apoio de sua torcida, que contou com seguidores, amigos e até o Comitê Olímpico do Brasil. “Estou me recuperando ainda de tudo o que aconteceu. Quero agradecer a todos vocês pela torcida e pelas orações. Foi muito legal”, disse a ex-ginasta.
Gustavo Metropolo, ex-aluno da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi novamente condenado por injúria racial em relação ao caso em que ele se referiu a um aluno negro como “escravo”. Essa é a terceira condenação do ex-aluno por racismo. No processo administrativo contra ele, que tramita na comissão especial contra discriminação racial da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, Gustavo foi condenado a pagar uma indenização atualizada de 100 mil reais.
O processo foi aberto pelo Programa de Justiça Racial do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) que faz o acompanhamento jurídico do caso. Além desse processo, o ex-aluno também já tinha sido condenado na esfera criminal a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto, mas foi substituído por serviços à comunidade. Ele também foi condenado em 2022 na esfera cível, sendo obrigado a pagar uma indenização de 44 mil reais.
Daniel Bento Teixeira, diretor executivo da CEERT e advogado do caso, disse que o processo é um passo importante para a justiça racial. “O racismo impacta diferentes dimensões de nossas vidas e gera repercussões em esferas de responsabilização jurídica distintas. É necessário que a atuação em Justiça Racial considere essas responsabilizações para que a população negra possa exercer plenamente o acesso à justiça”, destacou o advogado.
Gustavo Metropolo ainda pode recorrer sobre a decisão, mas ele já recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Daniel acredita que não há chances da decisão mudar. “Já tivemos decisão em segunda instância que confirmou o crime e majorou a pena. A terceira instância é excepcional, o que reduz bastante qualquer mudança no teor da decisão. Mas vamos enfrentar os recursos que já foram interpostos e qualquer novo recurso que ele deve interpor, agora, também perante a Secretaria de Justiça”, disse o diretor da CEERT.
Em 2017, Gustavo Metropolo, até então aluno da FGV, tirou uma foto de outro aluno negro, João Gilberto Pereira Lima, e escreveu “Achei esse escravo no fumódromo. Quem for o dono avisa!”. Após o boletim de ocorrência e a repercussão do caso, ele disse que não tinha sido autor da mensagem. Ele também foi suspenso e se transferiu da universidade.
A experiência do usuário da população negra na hora de comprar online está livre de racismo? A cor da pele tem influência no mundo digital? Foi pensando nisso que o designer Humberto Matos criou o curso “UX Preto UX Branco – A cor da pele, tem influência na experiência do usuário?”.
Humberto é formado em desenho industrial e atua há 12 anos como designer e criou o curso com o seguinte questionamento: a cor da pele influencia a compra no mundo digital?
“A pessoa negra faz compras no supermercado no digital e presencial, as duas experiências são diferentes… e mesmo no digital, acontece de termos problemas na validação biométrica, o scanner não reconhecer a cor da pele”, exemplifica Humberto.
Mas o que é UX? De forma simplificada, UX significa “User Experience”, ou Experiência do Usuário, em português. Essa área é responsável por garantir que um aplicativo, site ou outra plataforma consiga atender todas as demandas do usuário de forma simples e que ele tenha a melhor experiência.
Mesmo que não se discuta muito sobre, pesquisas apontam que há sim uma discriminação nas tecnologias e IA. O racismo algoritmo, nome dado para esse tipo de racismo no mundo tecnológico, acontece quando softwares de biometrias não reconhecem rostos negros ou quando efeitos de redes sociais não reconhecem ou clareiam as diversas tonalidades de peles negras.
Em uma entrevista para a Folha de S. Paulo, Tarcízio Silva, pesquisador e autor do livro “Racismo Algorítmico: Inteligência Artificial e Redes Digitais”, disse que não há neutralidade nas tecnologias. “É preciso quebrar o paradigma de que as tecnologias são neutras.”
O cronograma é dividido em três módulos: “UX Experiência do Usuário”, “A cor da pele tem influência na experiência do usuário?” e “UX Antirracista”. Cada módulo tem uma média de 30 minutos.
O curso está disponível na Hotmart e a matrícula pode ser feita clicando aqui.
A nova novela das 9 na TV Globo, ‘Terra e Paixão’, terá uma protagonista negra. A atriz Barbara Reis vai interpretar Aline. Na trama, ela é uma professora de matemática, casada com Samuel (Ítalo Martins) e mãe de João (Matheus Assis). Após um atentado em sua casa, se vê sozinha com o menino diante das terras deixadas pelo marido. Mulher forte, batalhadora e corajosa, aprenderá a plantar e a lidar com as máquinas e com o mercado de agronegócios. “Aline é uma mulher simples, mas nobre em seus ideais. Ela é a força através da ação. Aline é uma seta que só vai para frente, não retrocede e não desiste. Ela é a justiça”, disse Barbara em entrevista para a TV Globo.
Tatiana Tiburcio e Barbara Reis como Jussara e Aline, mãe e filha, em ‘Terra e Paixão’. Foto: João Miguel Júnior/Rede Globo.
Atualmente, Bárbara pode se vista ainda em ‘Todas as Flores’, que estreou sua segunda fase no Globoplay. Sobre ‘Terra e Paixão’, a atriz adiantar que o cenário em contexto rural é uma novidade para sua carreira. “Ouvi muitos podcasts de tecnologia e inovação sobre o universo. O desafio é contar essa história juntando tudo o que ouvi sobre o assunto e torná-lo natural nessa jornada”, contou ela. “Quando pisei na terra, eu entendi quem era a Aline. Fora isso, foquei em aprender o sotaque, neutralizar o meu e colocar o R sutil da região”.
Sobre a importância do papel, Barbara diz que vê a oportunidade com enorme expectativa. “Como em todo trabalho vivo um dia de cada vez. Mas não posso negar que esse é o de maior relevância até hoje, e que carrego uma enorme expectativa no meu coração“, diz ela. “Mas a Aline que vou entregar é uma mulher de verdade, simples, com sua vaidade, reta, sonhadora, e que tem a esperança como a fagulha de continuar a viver. Uma mulher que luta pelo seu, humana, e que vive as suas vontades”.
O maior desafio do papel, segundo ela, é o volume de trabalho por dia. “Estudar 20 cenas para o dia seguinte, filmar, voltar para casa e estudar mais 20 cenas para o dia seguinte, conciliar isso com a rotina, os exercícios físicos, a família…equilibrar esses tópicos é o maior desafio“, destaca Barbara, que também não esconde a felicidade. “Eu estou extremamente feliz, segura. Me sinto preparada, com meus pés no chão. Cheguei até aqui através de muito trabalho, foco, determinação e esperança também. Mas sigo vivendo um dia após o outro e lembrando sempre de quem sou. É uma realização não só minha como da minha família, da minha mãe, de amigos que me acompanham desde criança fazendo teatro. Estou muito feliz“.
O cantor The Weeknd, cujo nome em documento é Abel Tesfaye, está pensando em mudar seu nome artístico. Em uma nova entrevista para a W Magazine, o artista canadense destacou que deseja recomeçar uma nova era em sua carreira. “Estou passando por um caminho catártico agora.Estou chegando num lugar em que desejo me preparar para encerrar o capítulo de Weeknd”, disse ele à publicação. “Ainda farei música, talvez como Abel, talvez como The Weeknd. Mas eu ainda quero acabar com o The Weeknd. E eu vou. Eventualmente. Estou definitivamente tentando mudar essa pele e renascer.”
Foto: Kevin Mazur/Getty Images / TW.
No último dia 3 de maio, o cantor já tinha comentado, através das redes sociais, que estava pensando em seguir os passos de Ye, alterando seu nome de uma forma definitiva. “Talvez eu faça como o YE e apenas mude legalmente meu nome para ABEL, sem sobrenome, como Madonna, Cher ou Prince. Não sei, gosto muito [da ideia]”, escreveu ele.
maybe pull a YE and just legally change my name to ABEL. no last name. Like Madonna or Cher or Prince. I don’t know it seems like a lot.
Tesfaye também havia falado sobre o lançamento de um último álbum como The Weeknd. Sua ideia inicial era completar a trilogia que inclui os discos ‘After Hours’ de 2020 e ‘Dawn FM’ de 2022. “O álbum em que estou trabalhando agora é provavelmente meu último vivo como The Weeknd… Isso é algo que tenho que fazer”, contou ele.
A escritora moçambicana, Paulina Chiziane, recebeu oficialmente na última sexta-feira (05) o Prêmio Camões, maior premiação da língua portuguesa, em Lisboa, Portugal. Ela é a primeira mulher africana a ser premiada. Em seu discurso, a escritora destacou que a língua portuguesa precisa ser “de todos” e ser “descolonizada”.
Durante o discurso, ao receber oficialmente sua láurea, em uma crítica a termos racistas do português, Chiziane disse que ela deseja que a língua portuguesa seja “de todos” e que para isso ela precisa de uma “descolonização”.
“É na língua portuguesa que eu expresso os meus sentimentos e me afirmo diante do mundo. Mas eu gostaria que a língua fosse de todos (…) A língua portuguesa, para ser definitivamente nossa, precisa de um tratamento, de uma limpeza, de uma descolonização”, disse a escritora.
Como exemplo, a escritora citou a palavra “matriarcado”, que tem como significado no dicionário “costume tribal africano”, em contrapartida, “patriarcado” significa “tradição heróica dos patriarcas”.
Ela também mencionou sobre a palavra “catinga”, que tem como significado “cheiro nauseabundo característico da raça negra”.
“Somos usurpados, os africanos, por estes e por aqueles, porque os rastros da nossa história foram apagados através dos tempos. Estamos à deriva, não sabemos bem quem somos e, por isso, somos facilmente manipulados pelo mundo. O autoconhecimento tem de ser a chave para o sucesso de quem quer que seja”, afirmou a escritora.
Paulina Chiziane é um dos principais nomes da literatura africana, com livros como “Niketche: Uma História de Poligamia”, um dos livros obrigatórios para o vestibular da Unicamp de 2024, que fala sobre poligamia e tabus da sociedade moçambicana sobre o tema. Em 1990, se tornou a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique ao lançar “Balada de Amor ao Vento”.
Por sua contribuição à literatura de língua portuguesa, em outubro de 2021, ganhou o prêmio Camões, maior premiação de países que falam a língua portuguesa, mas só recebeu oficialmente este ano a láurea. O atraso se deu porque o ex-presidente Bolsonaro se recusou a assinar o diploma de vitória de Chico Buarque, vencedor de 2019, e acabou formando uma fila na premiação até o atual presidente Lula assinar neste ano e o cantor receber seu prêmio.
Mas até Paulina Chiziane se tornar um grande nome da literatura, ela sofreu muito preconceito durante sua vida. Falante da língua chope e ronga, só aprendeu o português na escola, onde foi alvo de racismo.
Ela se classifica como alguém que veio “de lugar nenhum”, suas primeiras palavras foram escritas na areia da praia e só ganhou seu primeiro par de sapatos aos 10 anos. “Para quem vem do chão, estar aqui diante do governo português, do governo brasileiro, do corpo diplomático e de várias personalidades é algo que me comove profundamente. Caminhei sem saber para onde ia, mas cheguei a algum lugar, que é este prêmio”, completou a premiada.
Representando o Brasil, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, deixou uma mensagem em vídeo que foi exibida no evento e falou como é significativo a premiação de Chiziane. “Para mim, como primeira mulher negra a assumir o Ministério da Cultura do Brasil, também é muito simbólico e significativo vivenciar este momento em que pela primeira vez temos uma escritora negra premiada com Camões”.
O primeiro-ministro de Portugal, António Carlos, exaltou as obras da autora na premiação. “Os livros de Paulina Chiziane retratam experiências e realidades muito particulares da sociedade moçambicana. Através deles, ficamos sabendo das diferenças culturais entre o Norte o Sul, os traumas da guerra civil, as suas tradições ancestrais, os dilemas do povo moçambicano, os seus modos e as suas aspirações”, disse o ministro.
O Prêmio Camões é uma parceria entre o governo do Brasil e Portugal, com o objetivo de fortalecer os laços e a cultura de países lusófonos, que falam a língua portuguesa, e enaltecer o patrimônio cultural entre eles.
A turnê ‘RENAISSANCE‘, de Beyoncé, começa no próximo dia 10 de maio e as expectativas para o retorno da cantora são altas. Em nova publicação, a revista Forbes projetou que a série de espetáculos da cantora norte-americana pode arrecadar mais de U$ 2,5 bilhões, se tornando a turnê mais lucrativa da história.
Foto: Mason Poole/Divulgação
Os números médios para avaliação da Forbes foram feitos com base na alta vendagem de ingressos da cantora, bem como nos lucros adquiridos com outros produtos disponíveis para venda ao longo dos shows, como produtos personalizados e parcerias com patrocinadores. “A turnê ‘RENAISSANCE’ pode arrecadar entre US$ 275 milhões e US$ 2,57 bilhões apenas com ingressos até o final de setembro“, destacou a Forbes ao apontar um cenário otimista.
“As chances são boas de que a ‘RENAISSANCE’ pode ser a turnê mais lucrativa de Beyoncé, possivelmente excedendo a receita que ela obteve de todos os seus shows anteriores combinados”, pontuou a revista. Até o momento, mais de 90% dos ingressos para o novo show da cantora estão esgotados, com opções apenas nos Estados Unidos e Europa. A expectativa é que novas datas na Oceania e América Latina sejam anunciadas com o decorrer da turnê.
A deputada federal Erika Hilton cobrou providências das autoridades após mais um caso de violência contra pessoas negras em lojas do Grupo Carrefour, ocorrido na última sexta-feira (5). Um casal negro foi humilhado e torturado por seguranças na área externa do supermercado Big Bom Preço, localizado no bairro São Cristóvão, em Salvador.
Hilton pediu que o grupo seja responsabilizado pelo descumprimento do Termo de Ajuste de Conduta, firmado em 2021, após a repercussão da morte de Beto Freitas, ocorrida no ano de 2020 em uma unidade do Carrefour, em Porto Alegre. Segundo o Uol, citando outros casos de racismo que ocorreram no Carrefour, a deputada notificou o Ministério Público e a Defensoria do Rio Grande do Sul, a nível federal e estadual, além de notificar o Ministério Público do Trabalho afirmando que existiu a “prática de novos casos de discriminação racial nas instalações da empresa”.
No vídeo é possível ver o homem, que afirma se chamar Jeremias, e a mulher encostados em uma parede. Além de serem xingados pelos seguranças, que não mostram o rosto, a mulher é agredida com tapas no rosto e o homem com golpes na cabeça. Em determinado momento, a mulher mostra que está segurando uma sacola que contém leite em pó e diz que é para a filha.
Após a repercussão do vídeo, o Carrefour emitiu um posicionamento no Twitter, no sábado (6), informando que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil: “registramos uma denúncia na Polícia Civil da Bahia para que situações como essa não se repitam”, afirmou o diretor de prevenção do Grupo Carrefour Brasil, Claudionor Alves.
“É inaceitável que um crime como esse tenha acontecido na área externa da nossa loja. Por isso, assumimos a responsabilidade de desligar a liderança e a equipe de prevenção. Além de rescindir o contrato com a empresa responsável pela segurança na área externa aonde a violência aconteceu”, disse o diretor. O Carrefour alegou que está buscando contato com as vítimas para um pedido de desculpas e para oferecer suporte ao casal agredido.
Em nota para o jornal O Globo, a Polícia Civil afirma que não houve denúncia protocolada na delegacia local, mas que está investigando o caso. “Não houve registro na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã. Porém, a unidade já tomou conhecimento do crime através dos vídeos e iniciará as apurações dos fatos”.
De acordo com o Carrefour, os agressores não são funcionários do grupo: “Até o momento, pelas características identificadas no vídeo, é possível afirmar que o agressor que aparece nas imagens não é funcionário da loja.”, compartilhou o grupo em seu Twitter.
A incidência de violências contra pessoas negras nas dependências internas e externas do Grupo Carrefour têm causado uma série de críticas contra a postura da empresa e dos funcionários que atuam na segurança das lojas que pertencem ao grupo. O fundador da Educafro, Douglas Belchior, postou em seu Twitter que é “preciso parar o Grupo Carrefour Brasil” e questionou a efetividade do Termo de Ajuste de Conduta firmado pelo grupo após o assassinato de Beto Freitas, em Porto Alegre, “firmou um Termo de Ajuste de Conduta junto ao Ministério Público Federal e estadual do RS. Qual a efetividade desse acordo? Os 115 milhões do acordo estão sendo investidos onde? São geridos por quem? Quem são os efetivos beneficiários?”, questionou.
É preciso parar o @carrefourbrasil e seus aliados! Até quando vamos tolerar casos reiterados de violência e racismo promovido por esta corporação? Vamos esperar que ocorra outro assassinato brutal como o de Beto Freitas (João Alberto), de Porto Alegre?
No dia 19 de novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças na área externa do supermercado, no bairro Passo d’Areia, na zona norte de Porto Alegre. Em um novo caso ocorrido na Zona Leste de Porto Alegre, em 2022, um jovem negro foi imobilizado pelos seguranças da loja por suspeita de ter roubado quatro barras de chocolate no local. Testemunhas que estavam no local afirmaram que os seguranças utilizaram uma abordagem violenta e chegaram a ajoelhar sobre o pescoço de um dos jovens. Um dos seguranças tentou conter o jovem com pé no pescoço dele. Através de uma nota, a rede Carrefour declarou que os seguranças do supermercado não participaram da abordagem.
Em dezembro de 2022, funcionários do Carrefour relataram casos de assédio moral e ofensas raciais e contra pessoas com deficiência durante o trabalho em uma loja do hipermercado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Uma ação civil pública condenou o Carrefour a pagara R$ 400 mil em indenização por assédio moral organizacional”, na época, o grupo afirmou que iria recorrer da decisão do Ministério Público.
As mais recentes denúncias de racismo envolvendo o Grupo Carrefour aconteceram em abril deste ano, quando no mesmo final de semana a professora Isabel Oliveira tirou suas roupas após ser seguida por um segurança do mercado. O ato foi feito como forma de protesto. “Não somos ameaça”, disse ela em vídeo.
Isabel contou que foi seguida por mais de meia hora e se sentiu como uma marginal, ela chegou a questionar ao segurança o motivo de estar sendo seguida e o mesmo negou e disse que só estava cuidando do setor. Depois do ocorrido, ela ligou na delegacia, onde ouviu que o caso não se configurava como racismo e ele “só estava cumprindo o seu papel”.
Em outro caso de racismo no Carrefour, o marido da Fabiana Claudino, bicampeã de vôlei pela Seleção Brasileira, Vinícius de Paula, relatou em seu Instagram que a atendente se recusou a atendê-lo. No Twitter, ele explica que passou em um caixa preferencial vazio em um Carrefour em Alphaville, São Paulo, e que a atendente disse que não poderia atendê-lo por ser preferencial, mesmo vazio, mas quando ele estava indo para outro caixa viu a atendente passar uma cliente branca não preferencial no lugar dele.
Celebrando o Dia das Mães apresentamos o editorial que reflete sobre o cuidado ancestral e geracional entre mães pretas. O encontro entre mulheres pretas é poderoso, e quando falamos de mães pretas, esse encontro torna-se mais potente.
Pretas e mães e pretas: um olhar sobre o cuidado ancestral e geracional entre mães pretas, mostra o poder da convergência, da troca e do ato de se enxergar umas nas outras. Como o cuidado entre mulheres pretas, sobretudo mães, passa pelo olhar, toque e abraço.
Mães pretas, que apesar dos desafios diários, encontram nestes momentos, a pausa necessária para se inspirarem, recarregarem as energias e celebrarem suas existências. Para Poliana Mércia, de 50 anos, o ato de ser mãe envolve transmitir emoção. “Tô me sentindo o máximo e emocionadíssima, porque envolve empoderamento, beleza. Ser mãe é trazer amor, carinho e emoção para as coisas”, comenta.
“Eu acho que esse ato de fotografar, é um ato de eternizar o afeto. Hoje aqui a gente tá eternizando nosso amor, minha mãe com 79 anos e eu com 32. A gente tá eternizando nesse tempo, nesse momento, com essas pessoas. Eu tô muito feliz de tá aqui e de ter esse registro para vida”, comenta Fatini Forbeck, de Belo Horizonte, em entrevista ao diretor criativo do editorial e diretor de conteúdo do Nossa Pele Negra, Gleidistone Silva.
Quando pensamos no autocuidado e afeto na perspectiva de mães pretas, estamos falando de um ato essencial para o empoderamento dessas mulheres negras. A prática de se afetarem enquanto mulheres negras, é um exercício que as ajuda a encontrarem forças, e perceberem a capacidade de impactar não apenas suas próprias vidas, mas uma comunidade inteira.
“A experiência com mulheres negras é sempre muito rica. A gente aprende com elas e ensina também. E visualmente estar com essas mulheres tão lindas e empoderadas, que exalam beleza negra é maravilhoso. Eu tô adorando”, comenta Lorena Núbia, de 30 anos.
A troca e o afeto entre mães negras, as ajuda a acreditarem em si mesmas e a verem o seu valor. Dá-lhes a oportunidade de encontrar o conforto necessário para enfrentar os desafios cotidianos, além da oportunidade de se conectar com outras mulheres como elas.
Para Thais Alvim, a Kingdom, 34 anos e mãe, trata-se de uma experiência de identidade. “É uma experiência importante que renova esse espírito de se identificar em outros corpos e outras mulheres, tão fortes quanto nós, com histórias tão lindas quanto as nossas. Então é uma ótima troca”, fala ao diretor criativo do editorial e diretor de conteúdo do Nossa Pele Negra, Gleidistone Silva.
Pretas e mães e pretas: um olhar sobre o cuidado ancestral e geracional entre mães pretas, é o primeiro editorial do Nossa Pele Negra em parceria com Site Mundo Negro. Você pode conferir todas as fotos do editorial no site. Link nos stories.
Confira o editorial completo e siga @nossapelenegra para não perder nenhum conteúdo.
Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)Foto: Filipe Abras (@filipeabras)
FICHA TÉCNICA:
Direção criativa e audiovisual: Gleidistone Silva (@eugleidistone)
Direção de arte: Lorena Núbia (@apretadondoca)
Fotografia: Filipe Abras (@filipeabras)
Direção de vídeo e finalização: Gleidistone Silva (@eugleidistone)
Captação de vídeo: Gleidistone Silva (@eugleidistone) e Francys Raphael (@francysraphaeloficial)
“Eu passei por muita coisa na vida para chegar onde eu estou”. Esta frase de Tarciana Medeiros representa muitas pessoas de grupos minorizados, porém onde ela chegou, nenhuma mulher chegou antes. Ela é a primeira presidente do Banco do Brasil, instituição com mais de dois séculos, gerida de forma homogênea por homens brancos.
Tarciana uma entusiasta da inserção das mulheres em lugares de poder, foi uma das palestrantes da terceira edição do evento Women on Top, que aconteceu nesse último sábado, 6, em São Paulo.
Paraibana, de Campina Grande, a executiva comentou que durante a sua carreira, seu sotaque chegou a ser apontado como um problema. “Durante um processo seletivo, disseram que eu deveria procurar um fonoaudiólogo para cuidar do meu sotaque, o que poderia me prejudicar”, disse Tarciana.
Ela foi feirante, professora e há 23 anos trabalha no Banco do Brasil. A força do que sua representatividade foi sentida por ela este ano, durante seu primeiro carnaval de rua pós-pandemia. Ela foi abordada por executivos enquanto tentava se divertir durante a festa em Salvador. “Tarci, sou CEO de tal empresa, conta comigo, me disse a pessoa no meio do bloco de carnaval.”
Ela compartilhou com o público, majoritariamente feminino, três dicas de atitudes que ela adotou para vida.
“Primeiro, não reduza o seu espaço para caber no de ninguém, quem quiser que aumente o seu!
Segundo, se você não sabe algo que é importante, saiba quem sabe. Procure e aprenda. Não dá tempo para lamentar. E finalmente, não tenha medo, vá!”.