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Chavoso da USP é agredido por policiais após show de Emicida em São Paulo: “apanhei por ter filmado”

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Foto: Reprodução.

O influenciador Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP, foi agredido por policiais após um show de Emicida na Virada Cultural, em São Paulo. “Eu estava curtindo agora o show do Emicida, Drik Barbosa e Rashid na Virada Cultural, eu e um parceiro fomos enquadrados e espancados por 3 PMs, tanto eu quanto ele fomos agredidos, mas meu parceiro foi torturado na minha frente por estar com um beck, publicou Thiago através das redes sociais.

Thiago conta que durante a abordagem começou a filmar a ação violenta dos policiais. “Peitei eles e tomei chutes, socos e eles amaçaram de me forjar e levar preso. Só não fizeram isso pq eu falei que eu era conhecido e eles ficaram com o pé atrás. Enfim, um show que estava tão lindo, terminou desse jeito, muito revoltante”, revelou o influenciador. Segundo ele, os policiais queriam apagar o vídeo da abordagem. “Consegui gravar alguns segundos das abordagens. Na primeira, meu parceiro apanhou e foi obrigado a comer maconha. Na segunda, eu que apanhei por ter filmado e por ter me recusado a desbloquear meu celular (eles queriam apagar o vídeo)”.

No vídeo compartilhado por Thiago, os policiais se referem ao show de Emicida como uma “festa de maconheiro”.

Ao saber do ocorrido, Emicida se posicionou nesta noite de segunda-feira (29) e declarou apoio ao influenciador. “Triste demais que uma noite tão bonita ontem no palco Brasilândia, tenha terminado de um jeito tão ruim pro irmão Chavoso da USP“, publicou o artista. “Infelizmente, as forças de ‘segurança’ continuam despreparadas e truculentas, incapazes de lidar de maneira humana com o jovem periférico. Lamentável e frustrante esse episódio, que lamentavelmente não é isolado”.

Sarah Aline e Ricardo Alface fecham contrato com agência da Globo

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Fotos: Crispo e Eunivan

Sarah Aline e Ricardo Alface anunciaram nesta segunda-feira (29), que entraram para a agência de influenciadores da Globo. “Ouvi vocês dizer que a mamis agora é Global e passei para confirmar rs”, comemorou a psicóloga no Twitter.

“Eu perguntei se tava tudo certo, mas vocês viram a minha BIO? Será que teve alteração nas informações de lá?”, tweetou o biomédico, para que os fãs vissem o nome da agência da Globo nas suas redes sociais. E também celebrou em seguida: “É real: agora sou Global! Que realização!”.

Entre os participantes do BBB 23, apenas Sarah, Alface e Amanda Meirelles, campeã da edição, foram anunciados na agência, que vai gerenciar o comercial deles. Nas redes sociais, apenas Domitila Barros e Bruno Nogueira – que desistiu do reality show, ainda não tem uma agência descrita na biografia das redes sociais. 

Segundo a colunista do Metrópoles, Fábia Oliveira, a Rede Globo criou a “Globo Comunicação” há pouco tempo, para gerenciar os talentos da casa e competir com a agência Mynd8, que tem Preta Gil como sócia e ficou famosa por agenciar diversos ex-BBB’s.

Beyoncé se declara para Blue Ivy após dançar com a filha em show: “grata por ser sua mãe”

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Fotos: Reprodução.

Em nova publicação realizada nesta tarde de segunda-feira (29), a cantora Beyoncé se mostrou orgulhosa de sua filha Blue Ivy Carter. A jovem de 11 anos fez sua estreia como dançarina no palco da turnê ‘RENAISSANCE’, em Paris, na última sexta-feira (26). Juntas, mãe e filha dançaram sucessos como ‘My Power’ e ‘Black Parade’.

“Minha primogênita. Estou tão orgulhosa e grata por ser sua mãe. Você nos traz tanta alegria, meu doce anjo”, disse Beyoncé através de uma legenda. A participação de Blue no show da turnê ‘RENAISSANCE’ foi uma completa surpresa e indica os desejos da menina em seguir os passos artísticos da mãe. Blue já colaborou com Beyoncé na música ‘BROWN SKIN GIRL’, lançada em 2019.

Nascida em 7 de janeiro de 2012, Blue Ivy rapidamente se tornou uma figura adorada pelos fãs e um verdadeiro ícone na internet. Tina Knowles, mãe de Beyoncé, também publicou uma homenagem à neta nas redes sociais. “Ontem à noite vi minha linda netinha (11) dançar na frente de quase 70 mil pessoas!”, disse ela em uma das postagens. “E sim, sou uma avó orgulhosa. Estou realmente impressionada com a coragem dessa talentosa e linda criança de 11 anos. Havia quase 70.000 pessoas naquela audiência. Dançou com bailarinos profissionais, gente grande, fez coreografias complicadas e movimentos que ensaiaram durante meses. Ela ensaiou e aprendeu isso em pouco mais de uma semana”. Em janeiro, Blue também participou de um show privado ao lado da mãe, em Dubai.

Por um fio: um grito de liberdade

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Foto: Alex Green/Pexels

Texto: Ivair Augusto Alves dos Santos

Tenho sido abalado emocionalmente pelos frequentes relatos de pessoas negras, com transtornos mentais e também fiquei impactado pela leitura de um livro que considero leitura obrigatória por todos que tem a sensibilidade para o tempo que vivenciamos. Uma epidemia silenciosa no campo da saúde mental da população negra com estresse, ansiedade e depressão que tem atingido a todos os lares.

O livro escrito por Kwame Yonatan Poli dos Santos é “Por um fio: uma escuta das diásporas pulsionais” conta a travessia e o diálogo da clínica com as políticas públicas no atendimento aos casos que estão por um fio, no limite. Um processo de escuta sobre pessoas que foram levadas ao limite da existência, e como o autor teve que ir até elas para escutá-las.

Essa travessia é um encontro com a escuridão, uma descida aos infernos, como dizia Frantz Fanon, a zona do não ser, onde um autêntico ressurgimento pode acontecer. Essa travessia exige o reconhecimento de que na complexidade do universo da psicanálise, existe um pressuposto fundamental: a indissociabilidade entre clínica e política. O inconsciente tem cor.

A psicologia freudiana é apresentada como universal, e os psicanalistas na sua maioria estão situados no identitarismo branco, ou seja situada na Europa. O autor Kwame propõe que seja abandonada a branquitude na clínica em que o racismo é estruturante e promove a desumanização das pessoas.

Há uma necessidade de se pautar o combate ao racismo junto às políticas de cuidado de saúde e assistência social. Os profissionais brancos, gestores, não se esforçam em entender que aqueles pacientes negros que procuram aquele serviço precisam de uma escuta diferenciada.

A principal atividade da clínica é escutar, ou seja analisar com quais forças estamos lidando e onde a violência do racismo está se manifestando. “É comum ouvir na clínica o relato de pessoas negras que se sentem em carne viva pois o contato com o racismo estrutural as esfola, como a retirar-lhes uma cobertura de proteção sensível, desumanizando os sujeitos.” (Kwame Yonatan)

É preciso que gritemos com todas as nossas forças. Precisamos de ajuda.

Os gritos, quando irrompem na clínica, não são nada tranquilos e/ou agradáveis, nem quem rasga a garganta berrando, nem quem os escuta com ouvidos de um psicanalista. “Há gritos que irrompem com tanta força, porque são resultados do acúmulo de várias violências coloniais”, como escreveu Frantz Fanon, no celebre livro Condenados da Terra.

Por fim, o autor fala do Aquilombamento que é uma das estratégias de descolonização do mesmo modo a deslocá-la das fantasias coloniais propostas no enfrentamento e na gestão dos conflitos leva em conta em que os problemas são compartilhados. O quilombo é um modelo de um processo de ressignificação, de re-xistência negra, de fortalecimento e organização das forças de resistência e um caminho para o bem viver.

É necessário que os profissionais da área de saúde mental incorporem uma nova escuta e sejam antirracistas.

Ministério Público vai investigar usuários do aplicativo ‘Simulador de Escravidão’

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Foto: Reprodução.

O Ministério Público de São Paulo vai investir usuários que baixaram o aplicativo ‘Simulador de Escravidão’ e que fizeram comentários racistas na loja virtual Play Store. No aplicativo, era possível comprar, vender e até torturar negros escravizados. O jogo foi removido após a repercussão da sociedade.

A promotora Maria Fernanda Balsalobre Pinto, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância, solicitou que a empresa Google, responsável por alocar o aplicativo na Play Store, forneça dados pessoais de todos os usuários que comentaram sobre o jogo. A profissional considera que houve “discurso de ódio penalmente típico”. Desenvolvido pela Magnus Games, o simulador, lançado em 20 de Abril, contava com mais de mil downloads e 70 avaliações. Muitos usuários até pediam por melhoria nas ‘formas de agressão’ disponíveis.

Aplicativo ‘Simulador de Escravidão’. Foto: Reprodução

Após tomar conhecimento sobre o jogo, o Ministério da Igualdade Racial emitiu uma nota, no último dia 24 de maio, dizendo que entrou em contato com a Google para desenvolver medidas que filtrem este tipo de conteúdo da plataforma. “Ao tomar ciência do caso, a pasta entrou imediatamente em contato com a empresa de tecnologia para a construção conjunta de medidas que contribuam para um filtro eficiente para que discursos de ódio, intolerância e racismo não sejam disseminados com tanta facilidade e sem moderação em espaços virtuais. Após reação do ministério e da sociedade civil, o jogo foi retirado do ar”, disse o MIR em nota.

Com presença do diretor e elenco, Itaú Cultural exibe “Marte Um” na terça-feira, em São Paulo

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Foto: Reprodução

Nesta terça-feira (30), o Itaú Cultural vai promover uma sessão especial de Marte Um, com a presença do diretor do filme, Gabriel Martins, e de outros integrantes do longa-metragem.

A exibição do filme é tema do “Encontros de cinema”, uma roda de debate sobre o audiovisual brasileiro promovido pelo Itaú Cultural. O debate vai acontecer após a sessão, amanhã, com o diretor do filme.

“Marte Um” traz o cotidiano de uma família negra que vive nas periferias de Minas Gerais em 2018, quando Bolsonaro se elegeu, e busca uma forma de seguir seus sonhos, mesmo que em outro planeta. Com elementos afrofuturistas, o filme aborda temas como família preta e desigualdade.

Além de ser aclamado pela crítica, Marte Um chegou a ser um dos nomes cotados para concorrer ao Oscar de 2023 na categoria de Melhor Filme Internacional, mas acabou ficando de fora da premiação.

Além da presença de Gabriel Martins, o montador do filme Thiago Ricarte, os atores Rejane Faria, Camilla Damião e Carlos Francisco também estarão presentes.

O filme será exibido no Espaço Itaú de Cinema da Augusta às 19h. O ingresso é gratuito e limitado, sendo disponibilizado presencialmente por ordem de chegada.

Steven Berghuis, atacante do time holandês Ajax dá soco em torcedor que fez ofensa racista ao jogador Brian Brobbey

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Foto: Reprodução

O atacante do time holandês, Steven Berghuis deu um soco em um torcedor que chamou seu companheiro de time Brian Brobbey de “câncer negro”, segundo informações da imprensa europeia.  O caso aconteceu no domingo (28).

Outros torcedores filmaram o momento em que os jogadores voltavam para o ônibus após derrota na partida contra o Twente, por 3 a 1, pelo Campeonato Holandês. No vídeo, Berguis está andando em direção à porta do ônibus, quando volta e dá um soco no torcedor que teria feito o xingamento racista contra Brobbey.

Após o vídeo viralizar nas redes sociais, Berghuis se desculpou pela atitude e disse que “as pessoas pensam que podem dizer qualquer coisa”: “Eu me arrependo de minha ação. Eu não deveria ter feito isto. Depois de todos os jogos fora de casa, muitas ameaças são feitas contra nós. Eu estou acostumado a isso, mas as pessoas pensam que podem dizer qualquer coisa”.

Já Brian Brobbey publicou um story abraçado a Berghuis com um coração, no que pareceu um agradecimento pela atitude do colega.

O Ajax informou que deve investigar o que aconteceu antes da ação do jogador para tomar então adotar algum tipo de medida. 

O caso acontece uma semana depois que o jogador do Real Madrid, Vinivius Junior sofreu ataques racistas na partida contra o Valencia no dia 21 de maio. A confusão acabou com o atacante sendo hostilizado por torcedores e jogadores rivais, levando um mata-leão de Hugo Duro, e sendo o único expulso de campo.

Segunda temporada de ‘Bel-Air’ mantém drama com novos debates e conflitos raciais 

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Kwaku Alston/Peacock

A segunda temporada de ‘Bel-Air’, reboot de ‘Um Maluco no Pedaço‘, produzida por Will Smith, finalmente será estreada no Brasil, no dia 31 de maio, pelo Star+. Apesar de algumas cenas engraçadas, a nova temporada promete entregar mais debates e conflitos raciais, envolvendo não só a família Banks, mas toda a escola de Los Angeles, deixando o telespectador apreensivo a todo momento.

Protagonizado por Jabari Banks, Will fica abalado após descobrir a verdadeira história sobre o seu pai. Ele precisa aprender a perdoar a família por ter mentido durante tantos anos, além de repensar seu relacionamento com Lisa Wilkes (Simone Joy Jones).

O orgulho poderá prejudicá-lo, já que ele embarca na vontade de ser independente e começa a jogar basquete em troca de dinheiro em um bairro pobre de Los Angeles, tentando voltar ao nível profissional que tinha na Filadélfia. Desta forma, conhece o olheiro Doc Hightower (Brooklyn McLinn), que parece mais interessado em causar conflitos na sua vida particular, do que realmente alavancar a sua carreira no esporte. 

Foto: Divulgação

Esta temporada também conta com um crossover especial da atriz Tatyana Ali, que interpretou a Ashley Banks em ‘Um Maluco no Pedaço’, fazendo o papel da Mrs. Hughes, uma das professoras da Ashley (Akira Akbar), na série ‘Bel-Air’. 

Por serem as únicas negras na sala, elas ficam muito próximas, e Mrs. Hughes arrisca o seu emprego por indicar livros afrocentrados para a sua aluna favorita da sala. O que pode ocasionar em um grande movimento dos estudantes negros, com uma forte liderança do Carlton (Olly Sholotan). 

Depois de vivenciar e reconhecer as violências racistas sofridas na primeira temporada, Carlton promete passar por uma transformação, reafirmando cada vez mais a sua negritude e valorizando a presença de outros alunos e professores negros na escola elitista. 

Foto: Divulgação

Hilary Banks (Coco Jones), após convencer a amiga Ivy (Karrueche Tran) a comprar a Casa dos Influenciadores, parece viver em um momento mais estável profissionalmente, porém, ainda precisa amadurecer em algumas situações relacionadas ao trabalho e definir o que realmente sente pelo Jazz (Jordan L. Jones), para não perdê-lo. 

Quanto a Vivian (Cassandra Freeman), ela está animada com a nova fase da carreira artística, mas apesar de sua maturidade e relevância, ainda terá que lutar contra o machismo e o racismo. E Philip (Adrian Holmes), assim como Will, precisará deixar o orgulho de lado e assumir os seus erros, especialmente neste momento que se vê distante do sobrinho e do braço direito Geoffrey (Jimmy Akingbola).

Veja o trailer abaixo: 

Halle Bailey vai ao cinema assistir “A Pequena Sereia”; Filme já arrecadou US$ 164 mi

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Foto: Disney

Até a própria pequena sereia foi assistir seu filme! Halle Bailey, estrela do novo live-action da Disney, “A Pequena Sereia”, postou no final de semana um vídeo no TikTok mostrando sua ida ao cinema para assistir o filme que estreou mundialmente na última semana.

“Não acredito que A Pequena Sereia é o filme nº 1 do mundo, pessoal! Fui ao cinema ver ontem à noite”, escreveu a atriz e cantora na legenda. Sua ida discreta, com máscara e óculos escuro, ainda teve direito a um balde de pipoca personalizado do filme e a trilha sonora do vídeo “Part of Your World”.

Ela também aproveitou o momento nostálgico para compartilhar as primeiras imagens da gravação do filme, há três anos atrás. “Mais alguns momentos dos bastidores (não posso acreditar que isto foi há quase três anos)”, escreveu em seu Instagram.

Ainda que a espera para o lançamento fosse enorme, o racismo por trás da primeira sereia negra ainda segue sendo um problema. O live-action arrecadou até agora US$ 164 milhões na sua estreia global, segundo o Deadline, mas era esperado uma estreia muito maior. Segundo o portal e especialista, há um movimento de críticas tendenciosas, e até racistas, atrapalhando a estreia do filme.

Segundo a avaliação inicial do Rotten Tomatoes, a média de aprovação inicial do filme era de 70%. Já na IMDB, conhecida mundialmente por ser uma fonte segura de avaliações de filmes, começou a alertar sobre a possível sabotagem do filme. “Nosso mecanismo de avaliação detectou atividades suspeitas em torno deste título. Para preservar a confiabilidade do nosso sistema, aplicamos uma medida diferente de cálculos”, mensagem da IMDB no site nos EUA, Canadá, Brasil, Reino Unido e França.

Um dos lugares onde o boicote ao filme está sendo mais forte é na China, No país chinês, uma das bilheterias mais importantes, o filme não passou de US$ 2,5 milhões.

Mesmo com as críticas tendenciosas no Brasil e no mundo, o filme segue superando as expectativas e encantando quem já assistiu. Veja nossa crítica sobre A Pequena Sereia.

Pretos ou pardos? Fala de Vanessa da Mata gera debate sobre classificação correta no grupo racial negro

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Foto: Reprodução

Durante sua participação no programa “Saia Justa”no GNT, a cantora Vanessa da Mata afirmou que demorou a se reconhecer como uma mulher “preta”. “Mesmo com os cabelões enormes e falando dos traços e defendendo o cabelo preto, demorei à beça. E naquela época era uma coisa meio modinha dizer “você não é”. E eu dizia, não me tire a única coisa que eu sei sobre mim, que eu sou preta”, pontuou ela. A fala da cantora gerou um debate sobre a importância de fazer uma classificação correta de cor dentro do grupo racial negro e como a identificação equivocada prejudica indicadores sociais e a aplicação assertiva de políticas públicas.

Durante o bate-papo, com Larissa Luz, Astrid Fontenelle, Gabriela Prioli e Bela Gil, a chef afirmou que demorou para se entender sua identidade racial. “Eu demorei para entender que eu era uma mulher preta. Quanto mais ter uma educação, uma visão e uma atitude antirracista.”, falou Bela Gil.

Em resposta, Vanessa da Mata contou que também demorou para se entender dessa forma. “Mesmo com os cabelões enormes e falando dos traços e defendendo o cabelo preto, demorei à beça. Porque tinha um pai branco, de olho claro, que eu olhava e falava assim, ‘E ele?’. Era como se eu tivesse mandando ele embora e sendo filha só da minha mãe. E naquela época era uma coisa meio modinha dizer “você não é”. E eu dizia, não me tire a única coisa que eu sei sobre mim, que eu sou preta. Porque é tudo muito confuso. Eu dizia em casa: ‘Gente, a gente é preto, pelo amor de deus’.”, afirmou.

Nos comentários, a doutora em Estudos de Gênero, Mulheres e Feminismos da UFBA, Carla Akotirene pontuou a necessidade de entender a classificação racial de “pretos” e “pardos” e como a confusão causada por um entendimento errado pode prejudicar indicadores sociais: “Minhas irmãs, olha, vocês são mulheres negras. E não pretas!! Preta é subgrupo de cor que não sofreu miscigenação, dentro da Raça. Infelizmente precisamos reformular essas falas, pois que prejudicam os indicadores sociais e a coleta do quesito cor nos equipamentos públicos. Um beijo afetuoso.❤️”, disse. “Se fosse pra coletar a cor vocês seriam pardas/ Negras. Eu Carla, Preta/ Negra”, explicou ela.

A socióloga Sara Araujo publicou recentemente em suas redes sociais, uma postagem em que explica que as pessoas no Brasil confundem os termos. E afirmou que “há uma diferença gritante entre ser uma pessoa preta e negra”.

“Preta é o tom de pele, há uma porcentagem em torno de 13% de pessoas pretas no Brasil (que são invisibilizadas), para você ter uma ideia, essa porcentagem é basicamente o total da porcentagem de pessoas negras nos Estados Unidos da América. Portanto, há um percentual grande de pessoas pretas que vivem na invisibilidade das políticas públicas.”, explicou.  

O que diz o IBGE?

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) adota uma classificação específica para o grupo de negros, dividindo-os em duas categorias: pretos e pardos.

Essa classificação é utilizada nas pesquisas e levantamentos populacionais realizados pelo IBGE, incluindo o censo demográfico. A separação em pretos e pardos tem o objetivo de captar a diversidade racial existente na população brasileira, considerando as diferentes tonalidades de pele e origens étnicas.

De acordo com o critério adotado pelo IBGE, as pessoas que se autodeclaram pretas são aquelas que têm a pele preta, com traços fenotípicos de afrodescendentes. Já as pessoas pardas são aquelas caracterizadas por uma mistura de características raciais, como negras, brancas e indígenas.

Essa diferenciação entre pretos e pardos é relevante para a análise e compreensão das desigualdades raciais no país, uma vez que permite identificar e quantificar a população negra de forma mais precisa.

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