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Com 14 anos, filho de camaroneses animou cena de Lego em “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”

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Foto: Sony Pictures

Preston Mutanga, 14 anos, filho de camaroneses, pode ser considerado um prodígio e se orgulhar de fazer parte do novo filme do Miles Morales, “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”. Ele foi responsável por animar as cenas de Lego após viralizar com sua recriação do trailer no começo do ano.

Mutanga foi descoberto pela produção do filme após ter recriado o trailer oficial de “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso” todo em Lego. Quando decidiram que o filme teria um multiverso Lego do amigo da vizinhança, ele foi o primeiro nome que pensaram. 

Ao The New York Times, os produtores do longa e diretores do filme “Uma Aventura Lego”, Chris Miller e Phil Lord, disseram que ficaram impressionados com o trabalho do menino.

“Descobrimos que era um garoto de 14 anos que fez isso e pensamos: ‘isso parece incrivelmente sofisticado para uma pessoa não adulta, não profissional. Isso nos surpreendeu, inclusive surpreendeu também alguns dos melhores animadores do mundo.”, contou Miller.

Quando o convite surgiu, seus pais Theodore e Gisele Mutanga, ficaram desconfiados se não era uma pegadinha. Em dezembro ele teve sua conta hackeada. Para confirmar se o convite era realmente de Hollywood eles procuraram no Linkedin. Seu pai, para apoiar seu filho, comprou um computador de última geração para ajudar.

Preston Mutanga é filho de imigrantes, mas nasceu em Minnesota, nos EUA, e atualmente vive em Toronto, Canadá. Sua história com a animação começou cedo, aos oito anos seu pai apresentou o programa Blender, ele se apaixonou pela área e começou a aprender sozinho vendo vídeos na internet. “Meu pai me mostrou um software 3-D chamado Blender e fiquei instantaneamente viciado nele. Assisti a muitos vídeos do YouTube para me ensinar certas coisas”, comentou o menino.

Em 2021, Mutanga juntou sua paixão por animação com sua paixão por Lego e começou a publicar seu próprio conteúdo na internet.

Ele ainda está no Ensino Médio e sua rotina foi dividida entre a vida comum de um menino da sua idade, indo para escola e fazendo lições de casa, e a vida de um animador profissional, trabalhando remotamente com reuniões periódicas. 

“Uma coisa nova que aprendi foi definitivamente o aspecto do feedback, como quantas coisas realmente são alteradas desde o início até o produto final”, disse Mutanga.

De repente pais: o impacto da chegada do bebê na vida de um casal

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Foto: Freepik

Sim, não faz sentido dizer que foi “de repente”, já que uma gravidez dura cerca de 40 semanas e nós planejamos cada passo desse processo, mas muita gente pode achar que a parentalidade nasce logo que engravidamos. E desde que meu bebê nasceu, há seis meses, entendi que nada se compara à presença de um ser humano tão pequeno em casa. E, se já não fosse assustador cuidar de um bebê em seus primeiros meses de vida, é impossível não dizer que como casal nossa dinâmica é totalmente impactada pela chegada de um filho.

Como pais, priorizamos o acolhimento total do nosso bebê sempre que ele precisasse e isso significa para nós manter uma presença constante, até mesmo em nossos horários de trabalho. Ter um filho e ser presente na vida dele também significou uma sistematização da nossa relação como um casal, no sentido de que sentamos para entender que nesse momento também não gostaríamos de esquecer um do outro enquanto também tentamos manter nossa individualidade e o respeito pelo tempo de cada um, afinal, ainda sou uma mulher que está vivendo o puerpério.

Quando assisti na Netflix o especial “Nossa Luz Interior: Michelle Obama e Oprah Winfrey” pude me reconhecer nas palavras de Michelle Obama quando ela disse que suas filhas “arrancaram o amor da casa” e que a única pessoa que ela podia culpar era seu marido, Barack Obama. Porque é sobre isso também, os filhos demandam nossa energia emocional e física.

Do ponto de vista das mães e com todos os recortes que carrego por ser uma mulher negra e por toda a minha história pessoal, eu entendo que existe e, provavelmente ainda vão existir, muitos momentos em que a sobrecarga materna me fará olhar para o meu companheiro culpando-o porque não consigo lidar com a desorganização da casa ou com uma noite de sono mal dormida porque o neném acordou muitas vezes e queria mamar.

No meio de tantas tarefas diárias que não podem ser deixadas de lado, nós também corremos o perigo do desencontro porque estamos cansados e preocupados com a criação do nosso filho e com a manutenção da nossa casa. Se antes podíamos maratonar uma série juntos, hoje em dia pensamos nas coisas que duram o mínimo de tempo possível ou enquanto um dos dois está ninando o neném o outro vai assistindo para contar os detalhes para quem não pôde estar presente.

A espontaneidade se tornou algo precioso e raro por aqui, já que cada passo precisa ser planejado para que um de nós consiga estar presente com nosso bebê, tendo em vista que nossa rede de apoio é bem reduzida.

O impacto da chegada de um bebê na relação de um casal é muito maior do que imaginamos, mas também nos mostrou mais companheiros porque estamos dispostos, na maioria dos dias, a lidar com o desencontro. E eles acontecem com mais frequência do que o esperado. Como no sábado à noite, em que meu companheiro preparou com todo carinho um jantar especial de Dia dos Namorados enquanto eu ninava nosso filho. Comemos bem, bebemos pouco ou quase nada e o neném não dormiu. Feliz Dia dos Namorados!

Jovem tenista Victoria Barros conquista terceiro título seguido

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Foto: Reprodução

Victoria Barros, uma jovem tenista do Rio Grande do Norte, está conquistando troféus em sua primeira participação no circuito internacional juvenil para jogadores de 18 anos. Depois de vencer dois torneios de nível 30 no Chipre, ela alcançou um título ainda maior no J60 de Larnaca.

Com apenas 13 anos, Victoria manteve sua sequência invicta de 15 partidas e derrotou Vanessa Dobiasova, da República Tcheca, de 15 anos e número 700 no ranking juvenil, por 6/4 em ambos os sets. Durante a semana em Larnaca, ela também venceu Elena Francese, da Itália, Laura Valentine Pop, da França, e as tchecas Veronika Sekerkova e Monika Jirouskova, sem perder nenhum set.

Atualmente ocupando o 1.050º lugar no ranking juvenil mundial da ITF, com 61,5 pontos, Victoria Barros garantirá mais 60 pontos com essa vitória, o que a colocará entre as 700 melhores jogadoras do ranking até 18 anos. Para o cálculo do ranking juvenil, são levados em consideração os seis melhores resultados individuais durante um ano, além de 25% da soma das seis melhores pontuações em duplas. Nesta semana, ela chegou às quartas de final nas duplas.

Victoria já vinha se destacando no circuito de 14 anos da Tennis Europe, com três títulos de simples e quatro de duplas desde o ano passado. Um desses títulos foi conquistado na academia do ex-número 3 do mundo, Ivan Ljubicic.

Além disso, ela possui quatro títulos de simples no circuito Cosat e representou o Brasil no Sul-americano e no Mundial de 14 anos na temporada passada. A tenista, que completou 13 anos em dezembro, mudou-se para a França no início da temporada e começou a treinar na academia de Patrick Mouratoglou, ex-treinador de Serena Williams. Ela é treinada por Sliman Taghzouit, um treinador francês de 36 anos, e conta com a companhia de sua mãe, Maria Luiza, nos torneios.

Fonte: Tênis Brasil

Desembargador é acusado de manter mulher negra, surda e muda em trabalho análogo à escravidão por 30 anos

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Foto: Reprodução

Sônia Maria de Jesus, uma mulher negra de 49 anos, surda e muda, passou mais de 30 anos sendo tratada como escrava na casa do desembargador de SC, Jorge Luiz Borba. Segundo a reportagem do Fantástico no último domingo (11), uma ex-funcionária da casa disse que ela era tratada como “escravinha”.

Sônia começou a morar na casa do desembargador ainda nova, com 12/13 anos e logo cedo começou a viver situações precárias e de escravidão moderna. Ela foi privada do direito de se comunicar e nunca aprendeu Libras, a linguagem brasileira de sinais. 

Três ex-funcionárias foram ouvidas sobre o caso. Segundo o depoimento de uma ex-cuidadora que trabalhou entre 2020 e 2021 na casa, Sônia era tratada como uma “escravinha” e os cachorros eram mais bem tratados do que ela. Ela sempre comia depois dos patrões e não possuía um quarto dentro da casa. A cuidadora também relatou que já precisou dar banho na Sônia por causa de assaduras que ela teve embaixo dos seios por não ter sutiã.

Uma faxineira que trabalhou entre 2015 e 2016 definiu Sônia no depoimento como “Mucama”, termo usado para definir mulheres negras escravizadas responsáveis pelos serviços domésticos antes da abolição

Já uma ex-diarista, disse que sempre viu Sônia como uma trabalhadora e que os filhos do desembargador tinham tudo e ela não tinha nada.

Três funcionárias que trabalham atualmente na casa disseram em depoimento que ela não era obrigada a fazer os serviços domésticos e tinha um quarto próprio dentro da casa principal.

Na entrevista de Sônia ao Fantástico, acompanhada pela presidente da Associação de Surdos da Grande Florianópolis, o jornalista pergunta se ela tem conhecimento dos seus direitos, mas ela não soube como responder.

No dia 6 de junho, a Policia Federal realizou buscas na casa de Jorge Luiz Borba, a pedido do MPF, após denúncias anônimas de que uma trabalhadora surda e muda estaria trabalhando em condições análogas à escravidão. Na última sexta-feira (09), Sônia foi resgatada e está vivendo em um abrigo para mulheres vítimas de violência e está aprendendo Libras. 

Em sua defesa, o desembargador disse que ama Sônia como se fosse sua própria filha e quando ela precisava de cuidados médicos amigos e a própria filha, que é medica, a atendia. 

Ao Fantástico, ele disse que já tentou ensinar Libras quatro vezes a Sônia, mas que nenhuma tentativa deu certo. Mas não apresentaram nenhum documento comprovando as aulas. Ela só ganhou CPF há poucos anos atrás, que segundo o desembargador, não fez antes por não achar necessidade.

Em nota, a família Borba negou todas as acusações e disse que “jamais praticaram ou tolerariam que fosse praticada tal conduta deletéria, ainda mais contra quem sempre trataram como membro da família”.

Ainda na nota, anunciaram que vão fazer o pedido de filiação afetiva de Sônia. “Jorge e Ana Cristina ingressarão com pedido judicial para reconhecimento da filiação afetiva da [trabalhadora], garantindo-lhe, inclusive, todos os direitos hereditários.”

Tudo sobre amor: bell hooks e o amor como ação e responsabilidade

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Foto: Freepik

Será que é preciso aprender a amar? Fomos nós, sujeitos negros, excluídos da “dádiva” do amor? Sabemos o que é o amor? Somos capazes de (re)conhecer o amor? Para responder a estas e outras questões, tive que voltar às minhas “escrituras sagradas” (e talvez de inúmeras feministas negras), o livro: Tudo sobre o amor de bell hooks. Dos mais de trinta livros da bell hooks, escolhi aquele em que a autora responde uma pergunta valiosa: Afinal, o que é o amor? 

Com a chegada dos Dia dos Namorados torna-se quase que automático pensar sobre as afetividades e o amor. Faremos isso aqui também, junto com bell hooks. No primeiro livro da Trilogia do Amor a autora negra estadunidense trata do amor nas diferentes relações: familiares, religiosas, românticas e de amizade. Sobre a geração que vê problema em ser emocionada ou emocionado, ela fala que eles são cínicos em relação ao amor e isso não passa de uma fachada para um coração decepcionado e traído. É preciso ter coragem para amar e ser amada. 

Mas vamos voltar para a pergunta central: o que é amor? Para bell hooks o amor é uma ação, apesar de ser um substantivo, ele deve ser compreendido como verbo. Vimos filmes de comédia romântica, escutamos músicas, lemos  romances em que o amor é uma sensação e não uma escolha, uma decisão. Aprendemos e por vezes ensinamos que o amor é ponto final, é o fim de uma corrida, quantas novelas terminam com casamentos?  O amor não é um sentimento que está pairando no ar e de repente você o encontra. Uma troca de olhares, um click e o amor surge. Isso não é amor.  

O amor é, como nos mostra bell hooks, “a vontade de se empenhar ao máximo para promover o próprio crescimento espiritual ou o de outra pessoa”. O espiritual aqui como a “dimensão de nossa realidade mais íntima em que a mente, o corpo e o espírito são um só”. Dito de outro modo, o amor é a disposição de investir no fortalecimento da  força vital de alguém e da sua. A  força vital quando nutrida, expande nossa capacidade de sermos plenamente realizados (ou, por que não, felizes) e capazes de nos relacionarmos em união com o mundo ao nosso redor. 

O amor como ação pressupõe responsabilidade, comprometimento, sinceridade e comunicação. Como bell hooks alertou, as ações moldam os sentimentos e se estamos amando devemos expressar cuidado, afeição, responsabilidade, respeito e confiança. O autoconhecimento e o autoamor são essenciais para nutrir um relacionamento com outra pessoa. Parece clichê (e talvez seja), mas também é verdadeiramente valiosa a ideia de que se aprendermos a nos cuidar, nos amar, nos conhecer, podemos cultivar um namoro saudável. Compartilhar afeto, cuidado, desejo é trilhar o caminho do amor. 

Quando reflito sobre esse dia dos namorados, um pensamento me preenche. Uma ideia dita por um babalorixá a um dos seus filhos de santo. “Nós negros temos a obrigação ancestral de sermos felizes”. E onde há amor a felicidade habita. 

A história de amor de Leandro Firmino e Leticia Da Hora: “Para manter um casamento, tem que ser algo profundo”

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Foto: Rafa Furtado

O ator Leandro Firmino, 44, e a esposa publicitária Leticia Da Hora, 34, são um dos poucos casais negros famosos no Brasil. Pais de uma criança atípica, eles se consideram completamente fora do padrão da mídia, e exalam muito amor e união.

Casados desde 2015, o casal compartilhou em entrevista exclusiva ao Site Mundo Negro, em especial ao Dia dos Namorados, como é a vida a dois, os cuidados um com o outro para manter um relacionamento duradouro e saudável, os hobbies, além da luta para trabalharem, cuidarem da casa, das crianças, e contra o racismo estrutural que afeta nessas dinâmicas do dia a dia.

Leandro, estrela do filme ‘Cidade de Deus‘, diz que não curte muito datas comerciais, mas a Leticia adora o Dia dos Namorados, então ele sempre lhe faz um agrado. “Eu só não gosto mais de sair porque tá tudo muito cheio, tô muito velha pra ficar passando raiva em fila de motel, de restaurante. Eu prefiro dar um rolê antes ou depois. Me contento com um presentinho. Mas não gosto de chocolate, presente de comer. Gosto de coisas duráveis, tipo brincos, relógio”, revela a ativista social.

“Para dar certo, os dois tem que querer de verdade. Porque as adversidades vem, problemas financeiros, incompatibilidades. Todo casal tem. Acho que o mundo está muito volúvel, tudo é muito artificial, raso. E para você manter um casamento, tem que ser algo profundo, intenso”, diz Leticia sobre os relacionamentos.

Foto: Rafa Furtado

Leia a entrevista completa abaixo:

1 – Neste ano vocês completaram oito anos de casados. Qual a receita para um casal se manter juntos por tanto tempo?

Leandro: No meu ponto de vista, o mais importante é saber perdoar e admitir os seus erros. O casamento é o dia a dia, não existe uma receita. A vida a dois é bem complicada, especialmente se ninguém quer ceder.

Leticia: Para dar certo, os dois tem que querer, de verdade, não é mais ou menos. Porque as adversidades vem, problemas financeiros, incompatibilidade de um monte de coisa. Todo casal tem. Mas é querer de verdade. Acho que o mundo está muito volúvel, tudo é muito artificial, raso. E para você manter um casamento, tem que ser algo profundo, intenso. Todo casal passa por um momento de reflexão, mas uma das coisas que eu gosto do Leandro, é o fato de que ele está sempre procurando se desconstruir, melhorar, procurar dar o seu melhor, para construir uma família e faz com que a gente queira ficar. Eu também melhorei bastante, amadureci muito. Agora não dá para entrar em um relacionamento profundo, duradouro, com uma pessoa, com a mesma personalidade de sempre. 

Leandro: Não adianta você querer casar e levar uma vida de solteiro. Por exemplo: terminei uma gravação, vou pro pagode. Isso não existe. Você tem querer estar casado. Ter um compromisso. Isso de sair na sexta e voltar na segunda, como era no caso dos meus avós, isso não existe mais. Quando resolvi casar com a Leticia, eu pensei que a minha vida teria que mudar muita coisa. Eu ainda estou em processo de mudança, para melhorar como pessoa para continuar casado. Meus pais estão casados há mais de 40 anos, se conheceram bem jovens, e até hoje eles passam por muitas coisas. Por exemplo, ajudar a cuidar do bisneto, que acontece muito nas famílias negras, que vivem em comunidades, minhas sobrinhas foram mães muito cedo. Sempre que eu falo com alguém mais jovem, eu aconselho a estudar, trabalhar, viajar, porque tudo isso agrega. E quando for casar, ter uma família, você tem histórias, referências, que podem te ajudar.

Foto: Rafa Furtado

2 – Vocês são um casal negro famoso no Brasil, e infelizmente, ainda temos poucas dessas referências para admirar. Como vocês se sentem neste lugar e qual a importância de valorizar uma família negra, apesar de estarem em um espaço midiaticamente racista, que os coloca como fora do padrão?

Leticia: A gente já está acostumado a viver fora do padrão. Nada novo no rolê (risos). A gente ainda tem uma criança atípica. Mas questão de emprego assola muito mais a gente do que uma família branca. O trabalho de uma mulher preta e um homem preto é muito mais pesado do que o de um casal branco. As mazelas que nos atingem são muito maiores. Por exemplo, meu marido é um homem negro, ator. Com certeza, pelos trabalhos que ele já fez, se ele fosse um homem branco, ele teria muito mais trabalho e a gente estaria em outro patamar de vida. Eu não precisaria, por exemplo, trabalhar 40 horas por semana, igual eu trabalho. Seriam outras condições. Isso afeta na nossa saúde mental, nas nossas divisões de tarefas. A gente não tem uma pessoa que vai nos ajudar nas tarefas de casa. Ele como é um ator negro que nem sempre está trabalhando, fica mais em casa do que eu, então ele dá conta das coisas da casa mais do que eu. Fica muito mais com as crianças, lava mais a louça, porque eu tô fora. 

Foto: Rafa Furtado

3 – A chegada de uma criança mudou muito a rotina de vocês?

Leticia: Uma criança muda totalmente a rotina. E uma criança atípica demanda muito mais. Questões de trabalho, de cuidar, porque ela precisa de mais necessidades do que outras, e questões emocionais. Antes de receber o diagnóstico do autismo, foi todo um rolê de terapia, de psiquiatra, da dúvida do diagnóstico. Foi muito dolorido pra gente, mas também fez a gente amadurecer enquanto casal. Essa foi a maior barra da minha vida. O Leandro não conseguia falar sobre isso, eu ainda falava, chorava. Então a gente encontrou apoio um no outro. O estresse que também causou devido a sobrecarga sobre mim e sobre ele. E a gente vê que tem muitas famílias assim, especialmente com mulheres negras, que são mais preteridas. Mulheres negras e com ensino superior tem mais chances ainda de ficar sozinha. E uma pessoa que escolheu ficar, apesar de todas as dificuldades, manter a nossa família, o nosso relacionamento, é muito bom. Ter um filho autista é punk, é caro, cansativo fisicamente e emocionalmente.

Foto: Rafa Furtado

4 – Como casal, vocês tem algum hobbie? O que vocês gostam de fazer quando estão apenas os dois juntos?

Ambos: Dormir juntinhos.

Leandro: Uma das coisas que a gente mais gosta.

Leticia: Quando a gente tá cansado, dormir de tarde é maravilhoso. Quando a gente consegue, pode.

Leandro: Hoje em dia é muito raro fazer isso no final de semana. 

Leandro: Cada vez mais eu tenho gostado de ficar dentro de casa. A Leticia que faz força para sair, mas por mim faria tudo dentro de casa. 

Leticia: Ele e o Miguel [filho mais velho do Leandro, de 11 anos] são caseiros. Eu e o Levi [6 anos] gostamos de rua. Eu trabalho a semana inteira, aí final de semana eu já quero sair. E a gente também adora comer. Conhecer uma milhão de culinárias diferentes. 

Foto: Rafa Furtado

5 – Apesar de terem trabalhos diferentes, vocês costumam se apoiar de alguma forma no trabalho um do outro? 

Leandro: A gente se ajuda muito. Ela me convence a postar status, cria os textos. 

Leticia: Os vídeos com maiores visualizações, eu que fiz o roteiro (risos).

Leandro: Nos últimos meses, ela tem me ajudado. Porque se depender de mim, eu não tenho paciência pra isso, ficar pensando em vídeos: ‘amanhã vou falar sobre o que?’. Uma coisa é filmar, ir pro set, gosto de ficar dentro de um set.

Leticia: O Leandro também ajuda na divulgação do Mulheres da Parada [ONG idealizado pela publicitária].

Foto: Rafa Furtado

6 – Vocês se casaram mais de uma vez. Foi ficando cada vez mais tranquilo ou vocês tiveram aquele famoso ‘frio na barriga’?

Leticia: Foi bem tranquilo, mas eu fiquei muito mais feliz com o casamento no religioso porque eu sou protestante, e pra mim tinha um significado bem importante. A gente se casou três vezes. Casamos no civil, tivemos uma recepção no CDD [Cidade de Deus – RJ], e depois no religioso. E eu pretendo fazer bodas. Porque a gente casou velho e dificilmente vamos fazer 50 anos de casados. E eu queria comemorar a cada 5 ou 10 anos.

Dia dos Namorados: Filmes românticos com protagonismo negro para assistir

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Foto: Prime Video.

O Dia dos Namorados é uma data especial para celebrar o amor e a conexão entre casais. E nada melhor do que aproveitar esse momento para desfrutar de filmes românticos que representem a diversidade e o protagonismo negro. Pensando nisso, reunimos uma lista de filmes que trazem histórias de amor cativantes que vão aquecer os corações. Prepare a pipoca e aproveite essa seleção especial!

Um Crime Para Dois

Onde Assistir: Netflix

Em Um Crime para Dois, um casal (Issa Rae e Kumail Nanjiani) está passando por uma crise em seu relacionamento. Quando eles se veem de repente envolvidos em um misterioso assassinato, eles precisam tentar resolver o crime para limpar seus nomes enquanto tentam salvar a relação.

O amor de Sylvie

Onde assistir: Prime Video

Estrelado por Tessa Thompson, o filme conta a história de Sylvie, que vive um romance de verão com um saxofonista, em Nova York. Quando os dois se reencontram anos mais tarde, eles descobrem que os sentimentos que compartilharam no passado não diminuíram.

Rafiki

Onde assistir: Globoplay

Banido no Quênia e aclamado em Cannes, o filme conta a história das jovens quenianas Kena e Ziki, que são grandes amigas, apesar das suas famílias serem rivais políticas. Mas relação de amizade se transforma em um romance e afeta a rotina da comunidade conservadora em que vivem. Então elas precisam escolher viver este amor, desafiando as leis do Quênia, ou se distanciarem para manter a segurança.

No Auge da Fama

Onde assistir: Prime Video (aluguel)

Andre Allen (Chris Rock), um famoso comediante, busca um novo sucesso para reviver sua carreira após ser duramente criticado pelo New York Times. Enquanto sua noiva (Gabrielle Union) tenta impulsionar seu Reality Show, Andre secretamente deseja fazer um filme sobre a Revolução Haitiana. Ele concorda em permitir que o New York Times faça um perfil sobre sua vida, numa tentativa de mudar sua imagem. A jornalista (Rosario Dawson) é encarregada da tarefa e à medida que eles se aproximam, uma disputa entre os dois se desencadeia.

Really Love

Onde assistir: Netflix

Em ‘Really Love’, enquanto tenta furar a bolha do mundo dar artes em Washington, um jovem artista plástico conhece uma não menos brilhante advogada e começa com ela um relacionamento daqueles de marcar uma vida inteira.

Atlantique

Onde assistir: Netflix

Misturando drama, ficcção científica e romance, ‘Atlantique’ apresenta a história de amor entre Ada e Souleiman. Depois de receber um calote do empregador, um grupo de trabalhadores da construção civil ruma para o mar, em busca de uma vida melhor em outro país. As mulheres que eles deixam para trás em Dakar são tomadas por uma febre misteriosa. Ada, 17, sofre em segredo por seu amor, Souleiman, mas é prometida a outro homem. Na noite do seu casamento, ocorre um incêndio, e um jovem policial é enviado para investigar o crime. Mal sabe ele que os funcionários revoltados retornaram – mas como assombrações, espíritos possessivos. Muitos deles procuram vingança pelo trabalho não pago, mas Souleiman voltou com outro propósito: um último encontro com Ada.

Nicki Minaj anuncia lançamento de música inédita para o filme ‘Barbie’

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Foto: Reprodução / Redes Sociais.

A rapper Nicki Minaj anunciou neste domingo (11), através de suas redes sociais, o lançamento de sua nova música ‘Barbie World’, em parceria com Ice Spice. O single inédito chega ao público no dia 23 de junho como parte integrante da trilha sonora do aguardado filme ‘Barbie’.

De acordo com informações iniciais, a nova música vai utilizar sample do clássico ‘Barbie Girl’, do grupo Aqua. A expectativa em torno do novo lançamento de Nicki é grande. Em abril, assim que o trailer do novo filme foi lançado, muitas pessoas questionaram a ausência da rapper no projeto.

Desde o início de sua carreira, Nicki incorporou elementos da icônica boneca em sua imagem, tornando-se uma verdadeira referência para seus fãs, que admiravam sua atitude única e autêntica. A peruca rosa se tornou um elemento estético marcante da rapper norte-americana. Em 2011, a Mattel, marca responsável por produzir as bonecas Barbie, chegou a lançar uma versão especial do brinquedo com referências à Nicki. “A Barbie é obviamente um ícone da cultura pop. Ela está no centro das atenções há mais de 50 anos e impressiona garotas de todas as idades em termos de representação da época. E Nicki é uma grande parte da cultura pop e também enorme na indústria da moda, assim como uma grande fã da nossa boneca”, disse Stefani Yocky, porta-voz da Barbie, à época do lançamento.

O filme ‘Barbie’ estreia no dia 20 de julho.

No mês da Parada do Orgulho LGBTQIA+ não podemos esquecer da comunidade preta

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Foto: Brookings.

Por Reinaldo Calazans

Ser cria da periferia e nascer uma pessoa preta nesse país não é para amadores, agora, imagina ser gay, preto e pobre! Imaginou? Estamos nas estatísticas da vulnerabilidade do racismo e da homofobia. 

Quando falamos em crime de assassinato no Brasil, não podemos esquecer que são as pessoas pretas as mais acometidas nesse quesito, também, são os LGBTQIA+ que mais morrem pelo crime de homofobia. O que tem sido feito para nos proteger? Existe políticas públicas?

O racismo dentro da comunidade é uma realidade e precisamos falar sobre isso. Já me deparei com a seguinte frase em um aplicativo de relacionamento: “não saio com pessoas acima do peso e negros”, sim. Já vi isso. O nome dessa atitude é “racismo”.

Parada do Orgulho em São Paulo. Foto: Kevin David/A7 Press/Estadão

É importante que pessoa pretas ocupem papéis de destaque na Parada do Orgulho, seja pela música, ativismo ou pelas oportunidades e participações efetivas em cargos. Dialogar sobre essa pauta é fundamental para que possamos cuidar da saúde mental dos nossos. O que a Parada do Orgulho tem feito para essa população? Não dá para ser apenas um evento, tem que acolher e proteger. 

Jovens negros e negras tem uma porcentagem muito maior em desenvolver depressão. Esse fator está relacionado a autoestima e a falta de oportunidades e exclusão. Existem dados estatísticos, eles evidenciam que entre pessoas queers a possibilidade de suicídio é muito mais frequente. 

Tenho dito, cuidar, respeitar, e pensar na saúde mental das minorias é fundamental e urgente. A violência contra a comunidade LGBTQIA+ negra é absurda é isso tem que acabar. Nossa luta é pelos nossos. 

LGBTfobia e racismo são crimes: denunciem.

The Age Of Pleasure: disco marca o retorno de Janelle Monáe após 5 anos de hiato

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Foto: Reprodução

Lançado nesta sexta-feira (9), The Age Of Pleasure é o quarto álbum de estúdio de Janelle Monáe, e o primeiro desde 2018 com Dirty Computer. De lá para cá, a artista que também é atriz se dedicou ao cinema, atuando em filmes como Harriet, Antebellum e Glass Onion.

Circulando entre o afrobeat, reggae e soul, o disco só peca em uma coisa: a curta duração de suas faixas. São quatorze músicas em 32 minutos, o que dá um gostinho de quero mais. 

Porém se a quantidade é um problema, a qualidade não é. O disco conta com participações especiais de artistas como Doechii e Grace Jones, o que pode explicar um pouco sobre como a cantora consegue entregar tanta excelência em seus trabalhos: ela tem boas referências e está mais preocupada em produzir algo de qualidade com músicos talentosos do que se render à featurings que gerariam hits de gosto duvidoso. 

Em ‘’The Age Of Pleasure’’, (A Idade do Prazer) Janelle trata da liberdade, sexo e amor de forma extremamente natural. O trabalho marca um certo distanciamento do R&B e afrofuturismo que marcaram toda a era Dirty Computer, mas honestamente? É isso que a gente espera quando um artista passa tanto tempo sem lançar algo, que ele não volte com mais do mesmo, músicas que pareçam descartes de trabalhos anteriores. Todavia, a identidade de Janelle não foi perdida durante o processo criativo- ainda tem a cara dela.

Entre a crítica especializada o retorno foi bem aceito, marcando 75 pontos no Metacritic baseado em 7 críticas até agora. Uma turnê de divulgação do álbum com 30 datas agendadas pelos EUA começa em agosto, e até o momento não sabemos se irá se estender a outros países, incluindo o Brasil (onde Janelle já se apresentou em 2011 no Palco Mundo do Rock In Rio)

Mas o que sabemos é que você pode ter o prazer de ouvir agora mesmo ‘’The Age Of Pleasure’’ em sua plataforma digital favorita. 

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